os desafios da escola pÚblica paranaense na … · clip sobre a lapa onde diversos músicos da...
TRANSCRIPT
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Título: A VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DO
MUNICÍPIO DA LAPA - PR
Autor:
Neri Bortolanza Junior
Disciplina/Área:
História
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual General Carneiro
Município da Escola:
Lapa
Núcleo Regional de Educação:
Área Metropolitana Sul
Professor Orientador:
Prof. Dra. Maria José Lourega Belli
Instituição de Ensino Superior:
UTFPR
Relação Interdisciplinar:
Geografia, História, Português, Arte e Matemática.
Resumo:
Este projeto tem a importância de construir ideias de valorização do patrimônio histórico e cultural do município da Lapa com alunos do 7º ano do Ensino Fundamental. Pretende-se com esse trabalho fazer uma análise deste patrimônio como fonte de pesquisa geradora de formas de interação. O aluno–sujeito será motivado a deixar a posição (do morador alheio ou indiferente a historia de sua própria cidade) de observador passivo de artefatos e fotos. O espaço do museu deixará de ser considerado pitoresco, ilustrativo de algo
que passou e ficou armazenado. Para isso, recoloca-se a ideia de inserir o sentido de memória histórica no processo ensino-aprendizado. O patrimônio histórico através da ótica da memória motiva o aluno–sujeito a se tornar um explorador, a recuperar, reviver e ressignificar através de interações interrogativas. Para isso será criado um material didático, que será usado na Intervenção Pedagógica como objetivo de uma ferramenta ao ensino de conceitos sobre o que é Patrimônio e Tombamentos. Dessa maneira também integrará alunos, professores, pais e comunidade como o objetivo de criar a consciência de valorização do patrimônio histórico.
Palavras-chave:
Cultura, Identidade, Patrimônio Cultural e
Educação Patrimonial.
Formato do Material Didático:
Unidade Didática
Público Alvo:
Alunos do ensino do Ensino Fundamental
NERI BORTOLANZA JUNIOR
A VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO
HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DA LAPA
Produção didático-pedagógica apresentada à Secretaria de Estado da Educação - SEED, como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, segundo período do Plano Integrado de Formação Continuada em parceria com a UTFPR, sob a orientação da professora Dra. Maria José Lourega Belli.
CURITIBA
HISTÓRIA E MEMÓRIA: EXPERIÊNCIA EM SALA DE AULA
A motivação em desenvolver esta proposta de trabalho passa
primeiramente por convidar o aluno a participar das aulas de História e se
integrar como componente ativo no processo ensino-aprendizagem. Deste
modo, destaca-se o sentimento de partícipe atuante em um grupo que no dia a
dia escolar realizará explorações de aprendizagem sobre a Valorização do
Patrimônio Histórico do Município da Lapa – Pr.
Nesta perspectiva o professor em sala de aula estabelecerá
compromissos em desenvolver conteúdos por meio de recursos didáticos e
metodológicos. O acordo de trabalho coletivo criará condições favoráveis e
necessárias para o desenvolvimento do plano de ensino que passará a contar
com a participação dos educandos, seja para discutir, efetivar e até mesmo
modificar conteúdos educativos. Este processo de transformar o saber
ensinando em saber aprendido supera a prática de simples transposição
didática, dos saberes eruditos evidenciados nas ementas constantes dos
planos de ensino.
No espaço escolar ocorre o envolvimento de grupos de trabalho
integrados em um conjunto de experiências que materializam o saber
acadêmico, o saber prévio que o aluno possui e o desenvolvido pelo professor,
num contínuo processo pedagógico para a autonomia do aluno.
Por meio deste ambiente de aprendizagem, os sujeitos participam
propondo e desenvolvendo atividades que os capacitem a relacionar as suas
memórias individuais com o contexto social, onde ocorre e se efetiva a
memória coletiva. Nestas variadas formas discursivas, as representações
sociais são entendidas e criadas, sedimentando uma topografia cultural.
A construção do conhecimento passa pela coesão e motivação do
grupo, estimulado a interagir com várias formas de narrativas, de modo a gerar
um espaço de circulação e criação do conhecimento.
O desafio é tornar o ensino de história um espaço de fronteira, um lugar
em que sejam claramente definidos os sujeitos e suas contribuições. Estas
demarcações não têm o sentido de separação professor/aluno, conhecimento
erudito/conhecimento escolar, mas uma definição nas formas de como se
darão as participações destas referências de modo a criar um lugar de
encontro e recriação - um espaço de reconstrução do saber na trocas através
de ambiente estimulador.
O ensinar e aprender a História exige dos atores a prontidão de
percorrer a produção historiográfica, com postura indagada objetivando buscar
problematizar e identificar os significados que emergem nesta aproximação
dialógica. Deste modo, o ensino de história é um lugar de fronteiras conectadas
nos processo de formação da memória coletiva.
Vivenciar estas experiências possibilita vitalizar o passado, suscitar
indagações sobre o que é dito e seus múltiplos sentidos, o que pode ou não ser
dito e sobre a presença do silêncio como gerador do esquecimento. Transitar
por estas reflexões abre a possibilidade em se demarcar caminhos de
investigação e interpretação. É tornar a produção em sala uma efetiva
contribuição que venha a se agregar ativamente na ação continuada em tecer
uma complexa rede de conhecimentos, reveladora de formas culturais onde
memória e história conectam-se inexoravelmente.
Partindo destes pressupostos este trabalho tem a intenção de oferecer
aos alunos e professores mais um recurso de pesquisa sobre a Valorização do
Patrimônio Histórico do Município da Lapa. Esse material ganhará novas
preocupações e direções a partir das respostas dos alunos diante das suas
formas de compreensão sobre a história, o patrimônio e o desenvolvimento do
turismo da cidade onde residem.
O presente projeto pretende oferecer uma Unidade Didática Pedagógica
com a proposta de formação de um sujeito crítico e que dê posse dessas
informações mais objetivas possa construir conceitos de valorização e respeito
por nossa história local e reconhecimento, que não são apenas um conjunto de
antigas ruas, casarios, praças e crenças.
A proposta pedagógica para todo o desenvolvimento desta Unidade
Didática passa pelas seguintes atividades: aplicação de uma investigação
sobre os conhecimentos prévios dos alunos, análise e elaboração de textos,
compreensão de conceitos e definições, organização das palavras chaves do
projeto, análise do vídeo (documentário) clip da cidade que aborda os
principais pontos turísticos, produção de fotos, folders após visitas e
caminhadas pelo centro histórico. Assim, os alunos exploradores terão
condições de constatar e criar novos olhares dos lugares por onde passam
todos os dias no ir e vir, criando conceitos e valores que hoje não possuem.
Maria José e Neri B. Junior
2. Ações previstas
1º Momento: Aplicação de uma pesquisa diagnóstica buscando identificar o
conhecimento prévio do alunos sobre o espaço urbano e turístico da Lapa.
2º momento: Para chamar a atenção deles de imediato apresentarei um vídeo
clip sobre a Lapa onde diversos músicos da cidade aparecem cantando uma
música de autoria de um lapiano e muitos pontos da cidade. Esse vídeo é para
despertar nos alunos um maior interesse pelo projeto, pois neste clip eles
identificarão também muitos conhecidos, parentes, irmãos e amigos deles.
Solicitar autorização do clip.
3º Momento: Faremos uma caminhada pelas ruas, apenas fazendo um
reconhecimento da cidade através de experiências dos alunos que irão relatar
e registrar o que estão observando neste primeiro momento, criando um
mapeamento deste transitar pelas ruas.
4º Momento: A partir das fontes históricas definições e conceitos já
pesquisados sobre o tema do projeto e para que os alunos construam uma
visão do tema trabalhado.
5º Momento: Apresentar várias fotos da cidade e suas descrições de quem
era, qual família, o que já foi essa casa, esse ponto, o que aconteceu nessas
ruas e praças, quem vive agora, para que serve hoje este patrimônio. Mostrar
para eles que temos, que somos visitados, estudados e pesquisados por
pessoas muito distantes da nossa cidade.
6º Momento: Faremos uma oficina, uma atividade onde eles se investiguem,
as moradias, a arquitetura, o jardim, o mobiliário, os objetos e os hábitos
alimentares. Como se desenha a cultura cotidiana de cada um, como está a
disposição das peças da casa e pedir que façam uma ilustração disso.
Por que dessa atividade de saberes: arquitetura, costumes, estética,
identidade, patrimônio cultural material e imaterial, representação gráfica e
registro?
Objetivo Principal é a percepção do Patrimônio Cultural associado aos afazeres
do cotidiano, seus valores estéticos e simbólicos. Construção de identidade
coletiva com valorização da diversidade individual.
Atividade 1
A pesquisa diagnóstica tem como objetivo mapear como os alunos,
seus familiares e moradores da Lapa vivenciam a preservação do Patrimônio
Histórico.
PESQUISA DIAGNÓSTICA
1) Você sabe o que significado de Cultura?
( ) Sim ( ) Não
2) Você sabe o significado de Preservação?
( ) Sim ( ) Não
3) Você sabe o significado de Patrimônio Histórico?
( ) Sim ( ) Não
4) Você já ouviu falar de Patrimônio Histórico Cultural Material e Imaterial?
( ) Sim ( ) Não
Se a reposta for afirmativa poderia dar exemplos do que são ou onde
encontramos os Materiais e Imateriais?
5) Já escutou falar em prédios, monumentos, praças tombados pelo
IPHAN?
( ) Sim ( ) Não
6) Você conhece alguém que tem um imóvel Tombado pelo Patrimônio
Histórico?
( ) Sim ( ) Não
7) Você já visitou os pontos turísticos da Lapa?
( ) Sim ( ) Não
Quais? ...............................................................................
8) Sua Família costuma fazer visitas aos museus da Lapa?
Quais? ..............................................................................
9) A pesquisa diagnóstica buscou levantar os conhecimentos adquiridos
por você e agora desejamos registrar sua contribuição através de
colocações de dúvidas e curiosidades. Desta forma, é possível rastrear
e mapear os caminhos para que se efetive o compromisso em
desenvolver democraticamente o processo de produção do
conhecimento.
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
Atividade 2
Para despertar a atenção dos alunos de imediato apresentarei um vídeo
clip (documentário) sobre a Lapa, no qual diversos músicos da cidade
aparecem cantando uma música de autoria de um lapiano e muitos
pontos da cidade.
http://www.youtube.com/watch?v=foAkdkCBayQ
Atividade 3
Faremos uma caminhada com os alunos pelas ruas, onde eles
registrarão suas percepções sobre a cidade de modo a definir espaços
significativos muito além dos pontos turísticos. Neste percurso o
investigador será colocado diante da complexa problematização de se
tornarem um formulador de respostas diante da difícil e complexa tarefa
em se preservar o Patrimônio Histórico. Esse material será guardado
para anexar e comparar se houve mudanças e avanços no
encerramento do projeto.
Atividade 4
Contextualização dos tipos de Patrimônios, Educação Patrimonial e
Tombamento.
Sugestão: Análise do texto. Debate em sala.
O importante patrimônio que se faz presente em nosso município Lapa-
PR, abre a possibilidade em se criar um diálogo com os sujeitos que
constituíram uma paisagem permeada de bens culturais sinalizadores de
formas de inserções decisivas nos rumos políticos do Estado do Paraná e da
República. Apesar dessa importância nos deparamos com dificuldades da falta
de material didático, que é bem resumido, onde passamos a impressão que
somos apenas uma cidade turística de casas e prédios antigos.
A intenção deste projeto é mudar essa visão que nossos alunos
possuem. Então, quando passamos a trabalhar essas conscientizações sobre
patrimônios nas aulas de História podemos redefinir esses paradigmas em que
eles foram criados.
Partindo da problemática de que nossos alunos muito têm a aprender
sobre a história da própria cidade, destaco duas questões relevantes: o saber
histórico da cidade da Lapa e a valorização desse patrimônio.
Com base nesta abordagem, em que as experiências humanas são
contextualizadas por testemunhos materiais que emitem significações, se faz
necessário ressaltar que o acervo cultural deve ser preservado por toda a
comunidade e esta preocupação pode ser encontrada na Constituição
brasileira— Artigo 216° - Constituem Patrimônio Cultural Brasileiro os bens de
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos
formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I – as formas de expressão; II – os modos de criar, fazer e viver; III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§ 1°. O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. § 2°. Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem. § 3°. A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais. § 4°. Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei. § 5°. Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.
Podemos dividir o patrimônio em 3 grandes categorias, conforme texto
adaptado da cartilha Preservação do Patrimônio Cultural, produzida pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, 10ª
Superintendência Regional/Paraná. Curitiba, 2007.
- O Natural – que são os elementos pertencentes à natureza, ao meio
ambiente, Ex: as cachoeiras, os rios, as matas, os animais, etc.
- O Material – que são os bens móveis que podem ser transportados
tais como objetos de arte, documentação histórica escrita, fotografias,
artefatos, etc., e os bens imóveis como os edifícios, núcleos urbanos,
sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais.
- O Imaterial – É todo o conhecimento do homem aplicado no meio
em que vive. É o saber, o fazer, o expressar. Por ex: o polir a pedra, o
cortar uma árvore, o transformá-la em outro objeto. Enfim, todas as
técnicas que envolvam o conhecimento humano. São os bens
intangíveis. Neste grupo incluem-se também os usos e costumes, as
crenças, as músicas, as danças, as receitas culinárias, as
brincadeiras, as festas e a religiosidade.
Estas referências citadas acima são importantes, visto que a Lapa
mantém um patrimônio arquitetônico bem preservado – seu centro histórico foi
tombado em 1989 pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN). A área do centro histórico é composta por 14 quarteirões
com 235 imóveis, formados por edificações com arquitetura típica da época,
ruas revestidas de paralelepípedos, museus e monumentos que nos contam
sobre a Revolução Federalista, enfim a cidade respira histórias, lendas e
tradições que oferece aos visitantes.
Percorrendo por esses referenciais podemos identificar claramente no
município da Lapa – PR as três divisões sobre patrimônio citadas acima no
trabalho.
Em todos os 14 quarteirões do centro histórico podemos identificar o
patrimônio material.
Patrimônio Cultural
O patrimônio cultural não se restringe apenas a imóveis oficiais isolados, igrejas
ou palácios, mas na sua concepção contemporânea se estende a imóveis particulares,
trechos urbanos e até ambientes naturais de importância paisagística, passando por
imagens, mobiliário, utensílios e outros bens móveis.
Por este motivo é possível realizar uma das mais importantes distinções que se
pode fazer com relação ao Patrimônio Cultural, pois sendo ele diferente das outras
modalidades da cultura restritas apenas ao mercado cultural, apresenta interfaces
significativas com outros importantes segmentos da economia como a construção civil e
o turismo, ampliando exponencialmente o potencial de investimentos.
(www.iphan.gov.br)
Educação Patrimonial
Toda vez que as pessoas se reúnem para construir e dividir novos
conhecimentos, investigam para conhecer melhor, entender e transformar a
realidade que nos cerca, estamos falando de uma ação educativa. Quando
fazemos tudo isso levando em conta alguma coisa que tenha relação ao nosso
patrimônio cultural, então estamos falando de Educação Patrimonial. O IPHAN
concebe Educação Patrimonial como todos os processos educativos que
primem pela construção coletiva do conhecimento, pelo diálogo entre os
agentes sociais e pela participação efetiva das comunidades detentoras das
referencias culturais onde convivem noções de patrimônio cultural diversas.
Patrimônio Material, Imaterial e Natural
São protegidos pelo IPHAN com base em legislações específicas e é
composto por um conjunto de bens culturais classificados, segundo a natureza,
nos quatro livros do Tombo: Arqueológico, Paisagístico e Etnográfico Histórico,
Belas Artes e das Artes Aplicadas. Eles estão divididos em bens imóveis, como
núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais e
móveis como coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais,
bibliográficos arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos.
O Tombamento
É um ato administrativo realizado pelo Poder Público, nos níveis federal,
estadual ou municipal. Os tombamentos federais são responsabilidade do
IPHAN e começam pelo pedido de abertura do processo, por iniciativa de
qualquer cidadão ou instituição pública. O objetivo é preservar bens de valor
histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a
população, impedindo a destruição e/ou descaracterização de tais bens.
Pode ser aplicado aos bens móveis e imóveis, de interesse cultural ou
ambiental. É o caso de fotografias, livros, mobiliários, utensílios, obras de arte,
edifícios, ruas, praças, cidades, regiões, florestas, cascatas etc. Somente é
aplicado aos bens materiais de interesse para a preservação da memória
coletiva.
O processo de tombamento, após avaliação técnica preliminar, é
submetido à deliberação das unidades técnicas responsáveis pela proteção
aos bens culturais brasileiros. Caso seja aprovada a intenção de proteger um
determinado bem, seja cultural ou natural, é expedida uma notificação ao seu
proprietário. Essa notificação significa que o bem já se encontra sob proteção
legal, até que seja tomada a decisão final, depois de o processo ser
devidamente instruído, ter a aprovação do tombamento pelo Conselho
Consultivo do Patrimônio Cultural e a homologação ministerial publicada no
Diário Oficial. O processo é concluído com a inscrição no Livro do Tombo e a
comunicação formal do tombamento aos proprietários.
(http://portal.iphan.gov.br/)
Essa atividade consiste em construir um conceito sobre os temas
trabalhados, com o objetivo de desenvolver a conscientização sobre a
preservação desses patrimônios como uma forma de cidadania. Baseados em
perguntas que vêm ao encontro dos temas.
Por que conservar?
Qual a importância de se conservar bem?
O que aconteceria se desaparecessem?
Repense as reflexões acima respondendo à seguinte questão:
Enem 2007
Não só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. Há muito
mais, contido nas tradições, no folclore, nos saberes, nas línguas, nas
festas e em diversos outros aspectos e manifestações transmitidos oral
ou gestualmente, recriados coletivamente e modificados ao longo do
tempo. A essa porção intangível da herança cultural dos povos dá-se o
nome de patrimônio cultural imaterial.
Qual das figuras abaixo retrata patrimônio imaterial da cultura de um
povo?
a)
b)
c)
d)
e)
Procurando relacionar a questão acima ao conteúdo desenvolvido em sala, amplie sua reflexão elaborando uma questão focando a cidade da Lapa.
A Presença dos Negros na História da Lapa
A Lapa abriga o maior santuário dedicado a um santo negro, o Santuário
de São Benedito. Todo ano no dia 26 de dezembro realiza-se a festa em
homenagem ao santo, na qual se apresenta a única Congada existente
atualmente. Registra-se que o Santuário de São Benedito foi construído pelas
mãos dos negros escravos e libertos que aqui viviam nessa época, além da
participação dos negros nas construções de muitas casas e alguns dos
principais pontos turísticos, no tropeirismo, nos trabalhos rurais e na cultura.
Hoje na Lapa 20% da população declara-se negra, o que chama atenção
do patrimônio histórico e cultural na Lapa é o silenciamento da presença negra
na cidade da Lapa, estabelecendo uma política de perenizar a cultura branca.
Segundo Carolina Carteli da Silva, em seu trabalho de término de curso
da UFPR
Na nova historiografia passou a analisar as
transformações e privilegiar o papel social e cultural do
negro na construção da sociedade brasileira. E
partindo do estudo da contribuição negra para a
construção da cultura nacional, a Congada passou a
ser um instrumento para se conhecer comportamentos
e significados dessa cultura, com objetivo de não
apenas questionar datas, como ocorria anteriormente
ou de simplesmente saber quem participava dessas
manifestações, mas de problematizar historicamente
comportamentos, rituais, e relações de sociabilidade
ligadas a esses diferentes grupos.
Fazer essa reflexão, sendo que uma das maiores áreas quilombolas do
Paraná é na nossa região. Esse trabalho tem também por objetivo resgatar e
lembrar que este povo nos deixou com seus trabalhos a memória dessa classe
esquecida, nos prédios erguidos, no folclore onde temos por trás disso muita
fé, lendas e mitos.
Para ilustrar essa atividade serão usados recortes de jornais da época,
com anúncios que os escravos fugiram, fotos de senzalas que ainda existem,
mas que são de propriedade particular e o povo não tem acesso, dados e
registro escolares da época, visitas aos monumentos que têm relação com os
escravos.
Atividade 5
Com o apoio das disciplinas de Arte, Geografia e Português o objetivo
desta atividade será elaboração de um mapa do centro histórico para
apontarem e identificarem as três divisões patrimoniais que foram
trabalhadas nesta unidade, que Patrimônios Materiais, Imateriais e Naturais..
Atividade 6
Consiste em fazer uma atividade onde eles se investiguem, moradias,
arquiteturas, jardins, o mobiliário, os objetos, os hábitos alimentares e
religiosos.
Como se desenha a cultura cotidiana de cada um, como está a disposição
das peças da casa e com esses questionamentos é que vem a finalidade da oficina:
levar à percepção do Patrimônio Cultural associado aos afazeres do cotidiano, seus
valores estéticos e simbólicos, a construção de identidade coletiva com a valorização
da diversidade individual.
Para concluir o fechamento deste material serão socializadas as
produções realizadas ao longo das ações previstas com todos os alunos da
escola e a comunidade escolar.
No final da implementação do projeto, a pesquisa diagnóstica ganhará
novas preocupações, já que o aluno terá a oportunidade de avaliar o seu
próprio envolvimento no processo de aprendizagem. A proposta do aluno em
se autoavaliar fará com que reflita sobre o seu desempenho e envolvimento, o
que promove um processo de aprendizagem continuada.
REFERÊNCIAS
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo:Vértice 1990. LOPES, A.R.C. Políticas curriculares: continuidade ou mudança de rumos? Revistas Brasileira de Educação nº 26. Maio/agosto de 2004.
POLLAK, Michel. Memória e esquecimento.In: Estudos históricos. Rio de
Janeiro, vol2,n.3. 1989,p.3-15. MONTEIRO, A.M.F.C.Ensino de algumas configurações do saber escolar. In:História e Ensino. Vol9 Revista do laboratório de Ensino de História da Universidade Estadual de |londrina. Londrina: Editora da UEL, 2003
ARÓSTEGUI, Julio. A Pesquisa História: Teoria e Método. Edusc, 2006 SP.
BITTENCOURT, Circe F. O Saber Histórico na Sala de Aula. São Paulo,
2005.
BRASIL, MINISTÉRIO DA CULTURA/IPHAN 10ª SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL/PARANÁ. Preservação do patrimônio cultural (cartilha). Curitiba:
2007.
MINISTÉRIO DO TURISMO (Cartilha do Plano Nacional do Turismo).
RICARDO, Oriá, Memória e Ensino de História in BITTENCOURT, Circe. O
Saber Histórico na Sala de Aula, Ed. Contexto, 10ed. São Paulo, 2005.
SECRETARIA DE ESTADO DE TURISMO (Política Estadual Turismo, 2003-
2007).
EHLKE, Tania Gayer. O Patrimônio Imaterial e a Educação Histórica,
(Artigo PDE 2007/2008).
(http://portal.iphan.gov.br/)
SILVA, Carolina Carteli, Monografia apresentada à disciplina de Estágio
supervisionado em Pesquisa Histórica para a conclusão do Curso de História
da Universidade Federal do Paraná. 2012