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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
MATEMÁTICA FINANCEIRA E EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA
FORMAÇÃO DE UM ESTUDANTE CIDADÃO
Rosani Maria Ely Weissheimer1
André Vicente2
RESUMO – Este artigo apresenta os resultados do projeto de intervenção pedagógica que teve como
objetivo a utilização da Matemática Financeira na construção da formação de um estudante cidadão.
Observamos que grande parte de nossos estudantes chegavam ao 3º ano do Ensino Médio
endividados. Então buscamos levantar algumas hipóteses. É falta de conhecimento para administrar
suas finanças? É cultural? É a sociedade na qual ele se relaciona que cria a necessidades do
consumo? E a escola, nós professores o quê estamos fazendo diante de tal situação? De que forma
a Matemática Financeira e a Educação Financeira podem contribuir na formação da cidadania do
estudante. Tal proposta foi desenvolvida com estudantes do 3º Ano do Ensino Médio do Colégio
Estadual Padre Carmelo Perrone – Ensino Fundamental, Médio e Profissional, de Cascavel – PR. O
tema deste trabalho buscou abordar os conteúdos de forma contextualizada, trazendo conhecimentos
que estão presentes no dia a dia dos estudantes através de textos sistematizados, metodologias de
cálculo, roteiros de interpretações, planilhas de orçamento e resoluções de situações problemas. A
proposta contempla os conteúdos de Porcentagem, Juros Simples, Juros Compostos e
Lucro/Prejuízo. A implementação também chamou atenção para o uso sustentável e que este pode
contribuir para uma vida financeira estável, que a cidadania também está em aplicar de maneira
adequada os nossos recursos.
Palavras chave: Matemática Financeira. Educação Financeira. Cidadania.
1Professora da Rede Estadual de Ensino do Paraná. E-mail:[email protected].
2Professor Orientador da Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta o relato das atividades desenvolvidas durante a
implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na escola, como parte
integrante das atividades associadas ao Projeto de Desenvolvimento Educacional
PDE, do estado do Paraná e desenvolvida pela autora Rosani Maria Ely
Weissheimer sob a orientação do Professor Orientador Doutor André Vicente e teve
como objeto de estudo: Matemática Financeira e a Educação Financeira na
formação de um estudante cidadão.
A implementação ocorreu no 1º semestre de 2014, com duas turmas de 3º
Ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Padre Carmelo Perrone – Ensino
Fundamental, Médio e Profissional, no município de Cascavel.
A escolha do tema surgiu após anos de trabalho com o 3º Ano do Ensino
Médio e a observação que vários estudantes chegam com alto grau de
endividamento. Lembramos aqui que eles apenas estão começando a sua vida
financeira.
Desta forma, observamos que com o programa PDE teríamos um espaço
para reflexão, análise e construção de material pedagógico para ser trabalhado junto
aos estudantes na intenção de sensibilizarmos, orientarmos e instrumentalizarmos
para que possam gerir suas finanças da melhor maneira possível e com o tempo
mostrarmos aos estudantes a necessidade em aprender as estratégias relativas à
Matemática Financeira.
O material didático foi organizado em seis unidades, sendo que na primeira
procuramos chamar a atenção do estudante para o consumo consciente,
economizando recursos como água e energia elétrica, evitando o desperdício, e
comprando somente o necessário, consequentemente gastando menos. Na unidade
dois resgatamos o conceito de porcentagem. Nas unidades três, quatro e cinco
apresentamos os conceitos de Matemática Financeira – Juros simples, compostos e
lucro/prejuízo. Usamos vídeos, textos, exemplos, listas de exercícios e panfletos de
propagandas. Na sexta unidade desenvolvemos uma Webquest, onde o estudante
foi orientado, passo a passo, a construir um orçamento mensal e a participar de um
jogo onde testa seus conhecimentos em Matemática Financeira.
A oferta de empregos e expansão de renda, vem oportunizando um aumento
do poder aquisitivo das famílias e dos jovens. Diante dessa realidade os jovens e
adolescentes são mais influenciáveis pelas mídias e propagandas de acesso rápido
ao crédito.
A escola que é um lugar de constante diálogo, de questionamento entre o
conhecimento sistematizado e o conhecimento cotidiano, pode e deve oportunizar
espaços onde os estudantes exerçam a sua cidadania. Com a Matemática, e em
específico com a Matemática Financeira, esse espaço pode ser ampliado, pois
envolve o estudante na reflexão de sua importância na sociedade e seu papel como
agente transformador.
Com essa perspectiva, não perdendo o cunho científico da Matemática, as
Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Matemática do Estado do Paraná
(DCE), ressalta a importância social do ensino da Matemática.
[...] almeja um ensino que propicie e possibilite aos indivíduos
discussões, análises e conjecturas, apropriação de conceitos, formulação
de idéias. Aprende-se matemática não somente por sua beleza ou pela
consistência de suas teorias, mas, para que, a partir dela, o homem amplie
seu conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento da sociedade.
(DCE, 2008,p.48)
A Educação Financeira contribui para a construção da cidadania, pois
através do domínio de conteúdos da Matemática Financeira, espera-se que o
estudante seja capaz de tomar decisões em questões relacionadas às suas
finanças.
Como a Matemática se aplica em todas as atividades do ser humano, a DCE
retoma a necessidade do estudante estar em contato com situações financeiras.
[...] É importante que o aluno do Ensino Médio compreenda a
matemática financeira aplicada aos diversos ramos da atividade humana e
sua influência nas decisões de ordem pessoal e social. Tal importância
relaciona-se o trato com dívidas, com crediários à interpretação de
descontos, à compreensão dos reajustes salariais, à escolha de aplicações
financeiras, entre outras. (DCE, 2008, p.61).
Desta forma, chamamos a atenção ao compromisso que temos de
oportunizar aos estudantes os conhecimentos financeiros acima citados, para que
eles possam contribuir na administração pessoal do orçamento, percebendo quando
o consumismo é desnecessário e tenham ferramentas para se livrar das armadilhas
que estão nas mídias. Diante do exposto, procuramos abordar os conteúdos
contextualizados, com reflexões, partindo das experiências dos estudantes e
apresentando situações que possam contribuir na formação de um estudante
cidadão.
Este trabalho está organizado da seguinte forma: na segunda seção foi
relatado os conteúdos e as ações desenvolvidas em sala de aula. Na terceira seção
estão descritas alguns relatos referentes ao Grupo de Trabalho em Rede (GTR) e na
sequência as considerações finais.
2.ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
Como descrito na introdução, nesta seção relatamos como o projeto foi
desenvolvido em sala de aula. Organizamos em seis sub-seções, cada uma reflete
uma unidade que foi trabalhada em sala de aula com os estudantes.
2.1.UNIDADE I – Consumo e felicidade
Com o tema consumo e felicidade iniciamos o nosso projeto, buscando
através dos comentários, vídeos, leituras, reflexões e listagem de atitudes que
evidenciem o consumo consciente sensibilizar e motivar o estudante.
O corpo perfeito, um carro do ano, roupas novas e da estação, o celular que
acabou de chegar ao mercado, enfim, o que mais você precisa para ser feliz? Na
atualidade o poder de consumo tornou-se ponto de partida para a felicidade.
Com a facilidade de acesso ao crédito a propaganda desperta em nós o
desejos do consumir, de ter. Elas muitas vezes nos induzem a comprar sem fazer os
cálculos, e quando chegamos ao final do mês não temos o dinheiro para saldar os
nossos compromissos. A grande questão é: Será que um dia esse desejo será
satisfeito? Será mesmo que a felicidade está em ter e poder consumir coisas?
Com esse comentário abrimos o nosso primeiro dia de implementação. Após
essa reflexão assistimos um vídeo intitulado: “O que faz você feliz?”, no endereço
eletrônico:<http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=
11151>. Houve uma reflexão e cada estudante relatou um sonho. Na sequência
procedeu-se a leitura de um texto relativo a consumo consciente, onde este
chamava a atenção para um consumo responsável. Motivados ainda pelo texto os
estudantes, em grupos de três pessoas, listaram atitudes que evidenciem um
consumo consciente. Posteriormente houve a socialização na sala.
2.2. UNIDADE II – Você já pensou...
Nesta unidade resgatamos o conceito de porcentagem com questionário,
explicações no quadro e listagem de situações problemas.
Em folha digitada, solicitamos que os estudantes respondessem o
questionário (anexo 1) sobre o perfil financeiro e em seguida colassem no caderno.
Neste momento houve muitas comparações entre os estudantes, cada um queria
comentar as suas respostas. Retomamos os conceitos de Porcentagem em folha
digitada e também no quadro onde houve muitos questionamentos. Dúvidas essas
que tentamos sanar nas situações problemas que foram resolvidas posteriormente.
2.3. UNIDADE III – A Matemática Financeira em nossa vida
Na unidade lll, apresentamos o conceito de juros, juros simples e juros
compostos, através de reflexão, texto, comparações, modelagens, exemplos de
situações problemas e listas de exercícios.
Você já parou para pensar como seria a sua vida sem a Matemática? Com
essa pergunta e com um texto que foi passado na TV pendrive, chamamos atenção
de como seria a vida sem a Matemática. Com isso apresentamos o conceito de
juros, juros simples, exemplos de situações e lista de exercícios para ser resolvida.
Em um segundo momento trabalhamos o conceito de juros compostos, onde
apresentamos uma comparação da capitalização simples e composta. Mais
precisamente, apresentamos o seguinte exemplo:
João tem R$ 1.000,00 e vai investi-los a 10% ao mês durante 5 meses.
MESES MONTANTE SIMPLES MONTANTE COMPOSTO
1º 1000+(0.1x1000)=1100,00 1000+(0.1x1000)=1100,00
2º 1100+(0.1x1000)=1200,00 1100+(0.1x1100)=1210,00
3º 1200+(0.1x1000)=1300,00 1210+(0.1x1210)=1331,00
4º 1300+(0.1x1000)=1400,00 1331+(0.1x1331)=1464,10
5º 1400+(0.1x1000)=1500,00 1464,10+(0.1x1464,10)=1610,51
Observamos com os estudantes que o capital investido é o mesmo, a taxa e
o tempo não mudam, porém o Montante Simples e o Montante Composto são
diferentes. Chamamos a atenção para a diferença de R$ 110,51, ressaltando que
isso acontece porque na capitalização composta ao final do mês os juros são
somados ao capital, rendendo no final do outro mês mais juros. Houve vários
comentários referente à diferença de valores. Em seguida foi modelado a fórmula de
juros compostos no quadro até chegarmos a fórmula genérica: M = C (1+i)n, onde n
é o número de períodos, C é o capital, i é a taxa e M o montante. Após isso os
estudantes resolveram exercícios.
2.4. UNIDADE IV – Juros divididos: dívida crescente
Com o tema juros divididos: dívida crescente, mostramos para os estudantes
que quanto mais parcelas contratamos em um financiamento mais juros pagamos.
No vídeo e na lista de exercícios retomamos os juros compostos.
Trabalhamos o conceito de quanto mais dividida é nossa dívida, mais juros
pagamos. Ilustramos esse pensamento com o vídeo no endereço:
<http://www.matematica.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=7269>
Após comentários, os estudantes resolveram uma lista de exercícios envolvendo
juros compostos. Percebemos que os estudantes tiveram dificuldades em interpretar
os problemas e estabelecer relações matemáticas para resolves os problemas
apresentados, observamos também que os estudantes se ajudavam e procuravam
sanar suas dúvidas com os colegas.
2.5 UNIDADE V – Propaganda
Na unidade V, o foco era a propaganda, como ela é apresentada, análise
das ofertas e cálculos dos juros que ela traz nas entrelinhas. Usamos exemplos,
relatos, recortes, encartes de propagandas de lojas e supermercados.
Começamos falando das propagandas que são engraçadas, divertidas, que
informam as especificações de um produto ou serviço. Estão presentes na televisão,
jornais, revistas, rádios, em enormes placas nas entradas de cidades, enfim fazem
parte do nosso cotidiano. O objetivo é divulgar o produto e influenciar a nossa
compra, despertar o nosso desejo por aquele produto ou serviço. Veja alguns casos:
1º CASO: televisor 32 polegadas.
Na loja X encontra-se a seguinte oferta: um televisor de 32 polegadas de R$
2.599,00 por: R$ 1899,90 ou em até 15 X de R$ 158,00.
2º CASO: tablet
Um tablet que acabou de chegar à loja e já entrou na promoção, veja: de R$
799,00 por: R$ 600,00 ou em até 15 X de R$ 54,08.
Após a apresentação dos dois casos foi solicitado à opinião dos estudantes,
que relataram outros exemplos de compras que teriam feitos. Em seguida foram
distribuído panfletos (encartes de propagandas de lojas e supermercados), em
seguida os estudantes, em grupos de três, foram orientados a fazer análise dos
valores, justificando as conclusões através de cálculos. Na apresentação dos
resultados, os estudantes relataram que quando efetuam uma compra não fazem os
cálculos das ofertas, esperavam o vendedor fazê-los, e que não tinham muita
atenção na compra. Todos participaram, perguntando, fazendo os cálculos,
argumentando com colegas e justificando as respostas.
2.6. UNIDADE VI – Você faz orçamento mensal?
Na última unidade trabalhamos com uma webquest, onde chamamos
atenção para os conceitos financeiros através de questões e um jogo intitulado Bate
Bola Financeiro e tendo como principal objetivo trabalhar uma planilha de orçamento
mensal.
Com uma Webquest, que é um estudo dirigido, motivamos os estudantes a
construir uma planilha com o orçamento para um mês e assim poder perceber onde
ele está gastando o seu dinheiro. Os estudantes foram encaminhados ao
Laboratório de Informática e orientados como trabalhar com a Webquest para a
construção da planilha, e no final participaram de um jogo denominado Bate Bola
Financeiro onde testaram seus conhecimentos.
A Webquest foi organizada da seguinte forma: introdução, tarefa, processo,
avaliação, conclusão e os créditos. Na página inicial da introdução apresentamos os
conceitos de juros simples e compostos (anexo 2). Na segunda página relacionamos
as tarefas que os estudantes deveriam trabalhar: leitura do texto contas na ponta do
lápis, questões referentes ao texto, preenchimento da planilha de orçamento mensal
e testar seus conhecimentos financeiros com o jogo Bate Bola Financeiro. Em
seguida no processo orientamos como os estudantes deveriam proceder para
desenvolverem as tarefas. A avaliação apresentava a forma como os estudantes
seriam avaliados e a conclusão fazia uma referência do que esperamos que os
mesmos teriam aprendido. Nos créditos citamos as referências utilizadas na
Webquest.
A webquest encontra-se disponível no endereço eletrônico:
<http://www.webquestfacil.com.br/webquest.php?wq=3973>.
3.GRUPO DE TRABALHO EM REDE – GTR – A SOCIALIZAÇÃO DO
PROJETO
Momento único e primordial para os professores da rede participantes desse
ambiente, onde houve o compartilhamento, análise, reflexão e sugestões sobre o
Projeto. O Grupo de Trabalho em Rede é constituído em três temáticas: a primeira
foi a apresentação do projeto, onde o cursista era instigado a ler e comentar no
diário, opinando no fórum onde deveria interagir com pelo menos dois colegas.
Inicialmente os comentários giravam em torno dos fatores que contribuem para o
endividamento de nossos estudantes. Na segunda temática os participantes
procederam a leitura da Produção Didático-pedagógica, possibilitando a troca de
ideias e dos fundamentos teóricos e metodológicos relacionados a Produção. Os
mesmos eram questionados se usariam as atividades em suas aulas; se o público a
quem se destina teria compreensão e aprendizagem; quais as propostas de
aprendizagem que se destacam? E o por quê? Na terceira e última temática
aconteceu a socialização da aplicabilidade das ações de Implementação do Projeto
de Intervenção na escola. A tarefa era refletir e opinar sobre os resultados que
foram apresentados de forma parcial nas ações e também sugerir atividades que o
cursista havia trabalhado em sala de aula.
Durante as interações realizadas entre os professores cursistas, tanto no
fórum como no diário pode-se observar que os mesmos compreenderam a proposta
do projeto. As contribuições acerca da aplicabilidade em sala foram positivas,
inclusive com sugestões de materiais que podem ser aproveitados para somar ao
projeto. Observamos o comentário de um professor referente a primeira temática:
Acredito que as facilidades de crédito, a falta de disciplina financeira, as armadilhas
para estimular o consumo, a falta de conhecimento sobre a temática, entre outras,
são fatores que favorecem o endividamento dos indivíduos em geral. As aulas de
matemática financeira devem objetivar a discussão sobre o tema, produzindo
conhecimento sobre o assunto, servindo como orientação e criando estímulos para o
planejamento financeiro pessoal.
Na segunda temática os participantes procederam à leitura da Produção
Didático-pedagógica e registramos a contribuição: Usaria em minhas aulas sim. Vejo
que este trabalho é muito importante, porque está trabalhando com alunos do 3°Ano
do Ensino Médio, o que se presume que já estejam amadurecidos para a
compreensão da importância do planejamento dos gastos. A proposta de atividade
que chamou atenção é: Você faz Orçamento Mensal? Gostei da utilização da
Webquest. Vejo aí uma grande ferramenta que é a utilização de uma planilha para
controlar o orçamento, fazendo com que o estudante perceba desde já como utilizar
seu ganho mensal, o que economizar, os possíveis gastos extras, etc. Gosto quando
leciono Matemática Financeira, de mostrar vídeos do Professor Morgado, pois
enfatiza muito o que é realmente necessário para aprender matemática financeira. A
Matemática Financeira é muito rica, e precisa ser muito explorada no Ensino Médio,
por isso o trabalho da professora Rosani é excelente.
A socialização das ações de Implementação do Projeto de Intervenção na
Escola aconteceu na terceira e última temática onde houve a contribuição dos
participantes: As aulas propostas em sua Produção Didática são muito boas e
práticas, podendo ser usadas sim. Este conteúdo direcionado aos alunos do terceiro
ano deve ser trabalhado desta forma, com exemplos e analises de valores, juros e
descontos de numerários que fazem parte do dia a dia, como é o caso dos gastos
mensais com água, luz, etc., tornando-se um conteúdo de fácil compreensão para
eles. O orçamento mensal, no meu ponto de vista, é o quesito mais importante,
tendo em vista que nossos alunos não tem o hábito de planejar, de pensar antes de
gastar. Fazer um orçamento mensal (ou anual) nas aulas de matemática,
possibilitará aos alunos a olhar com outros olhos para seu dinheiro e quem sabe
habituá-los a esta prática, ajudando-os a controlar suas finanças de forma efetiva.
Uma atividade que já trabalhei e que fez os alunos refletirem bastante foi dividir a
turma em grupos e solicitar que cada grupo escolhesse um produto da moda
desejado (tênis, celular, TV, etc.) e procurassem nos sites de compras da internet
valores, formas de pagamento, descontos à vista, etc., para fazer a análise de qual
condição seria a mais favorável. A discussão a respeito das escolhas foi muito
produtiva.
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS
A abordagem de conteúdos ligados à Matemática Financeira pode
instrumentalizar os estudantes a compreender melhor o mundo em que vivem, torná-
los cidadãos críticos que conseguem entender as notícias veiculadas através dos
meios de comunicação, prepará-los para ingressar no mundo do trabalho, consumir,
questionar, indagar sobre seus direitos e analisar quais os seus deveres. O projeto
desenvolvido sobre Matemática Financeira teve uma dimensão muito ampla, pois
além de contribuir para a formação do cidadão consciente, tinha o objetivo de
introduzir na sala de aula um trabalho prático usando as ferramentas que a
Matemática oferece. Trabalhando de forma prática, analisando panfleto de ofertas,
preenchendo tabela de orçamento, conhecendo as metodologias de cálculo de
porcentagem, juros simples/compostos, lucro/prejuízo, executando e modelando
situações problemas, trocando ideias com os colegas de sala conseguimos motivar
o estudante a refletir e calcular a melhor opção de compra. A escolha dos conteúdos
acima citados contemplam a Matemática Financeira em sua essência, pois levaram
em conta conhecimentos importantes para o exercício da cidadania e abordam
questões com as quais os estudantes tem contato no dia a dia.
A metodologia trabalhada em sala oportunizou o estudante a reflexão,
questionamento, a participação nas atividades, despertando o interesse pelo
conteúdo desenvolvido.
Chegamos ao final dos trabalhos e levantamos inúmeros fatores que estão
levando os nossos estudantes às dívidas, a facilidade de acesso ao crédito, a
propaganda, falta de conhecimento da metodologia de cálculo de porcentagem e
juros, a necessidade de consumir, de ter para ser aceito no grupo de amizades,
também há pouca orientação familiar de controle de gastos. São hipóteses que
sinalizam a necessidade de se fazer um estudo mais profundo e com outras
metodologias para se chegar a uma causa mais concreta desse alto grau de
endividamento que se encontram alguns estudantes. Porém com o trabalho
desenvolvido em sala, com as metodologia de cálculos, das ferramentas que a
Matemática oferece observou-se segundo alguns professores de outras disciplinas e
relatos de familiares uma mudança de alguns hábitos e comentários que indicam
uma sensibilidade e cuidados para com o trato das finanças.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=111
51. Acesso em 11/11/13
http://www.matematica.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=
7269. Acesso em 11/11/13.
http://www.meubolsoemdia.com.br/ferramentas/tabelas/tipos-de-tabela-mes-
a-mes. Acesso em 12/10/14.
http:/WWW.webquestfacil.com.br/webquest.php?wp=3973. Acesso em
15/09/14.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação.Diretrizes Curriculares da
Educação Básica Matemática. Curitiba: SEED ,2008.
ANEXOS
Anexo 1 – Questionário: Perfil Financeiro
Pense, reflita sobre o seu comportamento financeiro e depois assinale com
um “X”, no parêntese que representa a resposta mais adequada ao seu perfil.
1- Você comprar à vista ou à prazo?
( ) a vista ( ) a prazo
2- Você pede descontos quando compra à vista?
( ) sim ( ) não
3 –Você faz lista de compras quando vai ao supermercado?
( ) sim ( ) não
4-Você compra por que precisa?
( ) sim ( ) não
5 – Costuma fazer pesquisa de preços antes de comprar um produto?
( ) sim ( ) não
6 – Deixa-se influenciar facilmente pelos meios de comunicação?
( ) sim ( ) não
7 - Gosta de acompanhar a moda?
( ) sim ( ) não
8 –Você acha que é impulsivo na hora de comprar?
( ) sim ( ) não
9- Quando há uma liquidação ou ofertas, você compra?
( ) sim ( )não
10- Você costuma registrar tudo o que gasta diariamente (incluindo os gastos
pequenos), para conhecer melhor os seus hábitos?
( ) sim ( ) não
11- Você sabe quanto gasta por mês?
( ) sim ( ) não
12 – Você paga sua conta em dia, sem atrasos?
( ) sim ( ) não
13 - Você planeja o uso do seu dinheiro?
( ) sim ( ) não
14- Você economiza para futuros?
( ) sim ( ) não
15- Você faz poupança?
( ) sim ( ) não
16 – A escola contribuiu para administrar sua vida financeira? Ajudou na resolução
de questões financeiras?
( ) sim ( ) não
17- Você acha importante que a escola trabalhe o conteúdo, através de aulas de
Educação Financeira?
( ) sim ( ) não
18- Você acha que está preparado para gerir suas finanças?
( ) sim ( ) não
Anexo 2 – Página de abertura da Webquest –Introdução