Órgão informativo do sindicato dos metalúrgicos de são josé … · metalúrgicos entregam...

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Órgão Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá ANO 29 - Nº 1.000 www.sindmetalsjc.org.br De 8 a 13 de agosto de 2012 EDIÇÃO ESPECIAL - Nº 1000 APÓS MOBILIZAÇÕES, ACORDO SUSPENDE 1.840 DEMISSÕES NA GM LUTA PRECISA CONTINUAR PARA GARANTIR EMPREGOS Neste sábado, às 9h, tem reunião do Conselho de Representantes Para organizar a Campanha Salarial METALÚRGICOS VÃO À LUTA PARA EXIGIR 12,86% DOS PATRÕES! - Pág. 2 Em assembleia realizada nesta terça, os trabalhadores da GM aprovaram o acordo, negociado após 9 horas de reunião, que suspendeu 1.840 demissões que seriam feitas pela empresa. As demissões só foram barradas agora porque houve mobilização, greve e até bloqueio da Dutra. Mas a luta precisa continuar! Pág. 3 O Conselho de Representantes do Sindicato reúne-se neste sábado, dia 11, às 9h, na sede da entidade, em São José dos Campos. A principal discussão será a organização da Campanha Salarial 2012, na qual vamos lutar por um reajuste de 12,86% (referente a 5,01% de inflação mais 7,48% de aumento real) e melhorias nas cláusulas sociais. Pág. 2 Fotos: Roosevelt Cássio Tanda Melo

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Page 1: Órgão Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José … · Metalúrgicos entregam pauta de reivindicações aos patrões da Fiesp A Câmara Municipal de Jacareí volta

Órgão Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá

Ano 29 - nº 1.000www.sindmetalsjc.org.br

De 8 a 13 de agosto de 2012

EDIÇÃO ESPECIAL - Nº 1000

APÓS MOBILIZAÇÕES,ACORDO SUSPENDE 1.840 DEMISSÕES NA GM

LUTA PRECISA CONTINUAR PARA GARANTIR EMPREGOS

Neste sábado, às 9h, tem reuniãodo Conselho de Representantes

Para organizar a Campanha Salarial

METALÚRGICOS VÃO À LUTA PARA EXIGIR 12,86% DOS PATRÕES! - Pág. 2

Em assembleia realizada nesta terça, os trabalhadores da GM aprovaram o acordo, negociado após 9 horas de reunião, que suspendeu 1.840 demissões que seriam feitas pela empresa. As demissões só foram barradas agora porque houve mobilização, greve e até bloqueio da Dutra. Mas a luta precisa continuar! Pág. 3

O Conselho de Representantes do Sindicato reúne-se neste sábado, dia 11, às 9h, na sede da entidade, em São José dos Campos. A principal discussão será a organização da Campanha Salarial 2012, na qual vamos lutar por um reajuste de 12,86% (referente a 5,01% de inflação mais 7,48% de aumento real) e melhorias nas cláusulas sociais. Pág. 2

Fotos: Roosevelt Cássio

Tanda Melo

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Reunião entre Sindicato e Blue Tech discute reivindicação de PCS

Jornal do Metalúrgico2

O Sindicato se reuniu nesta terça-feira, dia 7, com a direção da Blue Tech para apresentar a reivindicação de Plano de Cargos e Salários aprovada pelos trabalhadores. Na reunião, a direção da empresa reconheceu a necessidade de

valorização dos salários da mão de obra indireta, defasados desde 2009, e se comprometeu a estudar a possibilidade de implementar duas faixas salariais na linha de produção (auxiliar e montador).

A empresa ficou de apresentar uma proposta de PCS até o fim de agosto.

Conselho de Representantes define estratégia da Campanha Salarial

Sábado, dia 11

Metalúrgicos entregam pauta de reivindicações aos patrões da Fiesp

A Câmara Municipal de Jacareí volta a discutir a situação da Sadefem nesta quinta-feira, dia 9, a partir das 10h.Foram convidados os diretores do grupo Iesa/Inepar, respon-sável pela Sadefem, além do Ministério do Trabalho e do Sindicato. Na fábrica, os atrasos nos pa-gamentos de salários e direitos são constantes, e as demissões crescem. É fundamental a pre-sença de todos para cobrar do grupo Iesa/Inepar a volta dos investimentos na fábrica.

Italspeed continua desrespeitando trabalhadores

A Cabletech foi condenada, em 2009, a cumprir um termo de ajuste de conduta. Passados quase três anos, a empresa nada fez para se adequar à decisão da Procuradoria Regional do Trabalho. Dentre os pontos que deveriam ser ajustados estão o respeito à liberdade de organização da CIPA e o fim de todo tipo de assédio.O Sindicato vai denunciar a atitude da empresa em descumprir uma decisão judicial e exige que o termo seja imediatamente respeitado.

RÁPIDAS

Situação da Sadefem será debatida na Câmara

Wan do Brasil suspende greve

Embraer desrespeita decisão de trabalhadores

A Campanha Salarial de 2012 já começou. A pauta

de reivindicações foi aprovada em Assembleia Geral, no dia 1º, e começou a ser entregue aos grupos patronais nessa ter-ça-feira, dia 7.

Mas, para que tenhamos uma Campanha vitoriosa, é necessário armar a categoria e definir nossa estratégia de luta a partir das discussões feitas em nosso Conselho de Repre-sentantes.

A primeira reunião acon-tece neste sábado, dia 11, na sede do Sindicato, às 9h. Além do tema da Campanha Salarial também será discuti-da a situação da GM e de ou-tras fábricas.

A presença de todos é fun-damental para garantir uma boa discussão, organizar os Comandos de Mobilização e traçar um plano de lutas.

Campanha será unificadaComo acontece há 15 anos,

a Campanha Salarial será unifi-cada. Os metalúrgicos de São José, Campinas, Limeira e San-tos vão à luta em bloco unifica-do, para garantir aumento real e avanço nas cláusulas sociais.

Este ano, a data-base para toda categoria é setembro.

Ataque à organização

Apesar de benefícios concedidos pelo governo, MWL demite 100 trabalhadores

Ataque

De forma covarde, a MWL, de Caçapava, demitiu cerca de 100 trabalhadores no dia 1º. É a se-gunda demissão em massa feita pela empresa este ano.

A fabricante do setor ferrovi-ário tem sido generosamente be-neficiada pelo governo federal, com incentivos fiscais. Em 2011, seu faturamento foi de R$ 250 milhões e o lucro, de R$ 14 mi-lhões.

A MWL também foi benefi-ciada pela desoneração da folha de pagamento, deixando de pa-gar 20% do INSS.

Além disso, alegando perda de competitividade com a en-trada de produtos chineses no

Brasil, a fabricante foi favoreci-da pelo aumento dos impostos sobre a importação de materiais ferroviários.

Terceirização No início desse ano, a MWL

terceirizou serviços e colocou ou-tros 82 pais de família no olho da rua. Antes da demissão, a em-presa contava com 483 funcio-nários.

“Não dá para aceitar que em-presas encham seus cofres com dinheiro público, para depois de-mitir. A empresa teve lucro e pode reduzir a jornada de trabalho e garantir os empregos”, afirmou o diretor Edmir da Silva.

Após 14 dias parados, os trabalhadores da Wan do Brasil decidiram suspender a greve e aguardar a decisão da justiça sobre a questão do vale-refeição.A proposta final da empresa foi de R$ 50 mensais.O dissídio coletivo será julgado pela Justiça do Trabalho de Campinas. A data da audiência ainda não foi definida.

Cabletech descumpre decisão judicial

Na Italspeed, em Caçapava, o desrespeito aos trabalhadores é cada vez maior. A empresa segue atrasando o pagamento dos salários e FGTS e os cipei-ros foram afastados.Com tantos abusos, os tra-balhadores resolveram reagir. Exigem eleição imediata para CIPA e fim dos atrasos nos pagamentos.

Após muita mobilização, os trabalhadores Wirex Cable demitidos da entre os dias 8 e 14 de maio conquistaram, na justiça, uma liminar liberando o dinheiro do seguro-desemprego e do FGTS. A homologação começou a ser feita nesta terça-feira, dia 7, e segue até dia 8. A Wirex está em processo de recuperação judicial e ainda deve direitos aos demitidos. Vamos ficar de olho e exigir que a empresa pague tudo o que deve aos trabalhadores.

Demitidos da Wirex recebem direitos

cos estão endividados e veem seus salários serem corroídos pelo aumento da inflação”, afirmou o presidente do Sin-dicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.

“Não podemos cair na cho-radeira dos patrões, que vão usar o argumento da crise para se negar a dar aumento real. Quem está em crise são os trabalhadores. Vamos exi-gir a nossa parte”, completou Macapá.

Este ano, os metalúrgicos vão à luta por reposição da inflação, aumento real e me-lhorias nas cláusulas sociais, como direito a delegados sin-dicais, creche e ampliação da licença-paternidade.

O índice de reajuste sala-rial reivindicado é de 12,86% (5,01% de estimativa de infla-ção pelo INPC mais 7,48% de aumento real).

Para o cálculo do aumento real, foi considerado o índice de produtividade dos setores patronais nos últimos 12 me-ses, que foi de 7,48%.

Pela elevação do pisoUm dos eixos centrais da

campanha deste ano é a ele-vação do piso salarial da ca-tegoria, para que fique mais próximo a R$ 2.519,97, valor recomendado pelo Dieese, e considerado o ideal para ga-rantir o sustento básico de uma família, com alimentação, moradia, transporte, vestuário,

educação e saúde.O piso da categoria varia de

acordo com o setor metalúr-gico (autopeças, montadora, aeronáutico, eletroeletrônico, máquinas e equipamentos, re-frigeração e trefilação).

Outro ponto forte da pauta é a luta pela liberdade de or-ganização no local de traba-lho, pelo direito a eleger dele-gados sindicais.

“Assim como a maioria dos trabalhadores, os metalúrgi-

Mais uma vez, a Embraer mostra sua real face. Para garantir seus interesses, a empresa se recusou a acatar a proposta de PLR aprovada em assembleia e ainda assediou moralmente os membros da Comissão a aceitar um valor rebaixado.

Como é de costume, a empresa se utilizou de métodos sór-didos e desautorizou a Comissão de PLR criada por ela mesma para escapar da negociação com o Sindicato.

O Sindicato e os representantes da produção não vão as-sinar o acordo firmado no último dia 30, pois não concordam com a forma antidemocrática com que a empresa interveio no processo.

É preciso mobilizaçãoOs trabalhadores da Embraer já demonstraram sua insatis-

fação e exigem divisão em partes iguais. Apenas a mobilização pode garantir uma maior participação nos lucros. Confira como ficou o novo acordo de PLR no blog dos trabalhadores da Embraer: http://www.embraernaluta.com

Trabalhadores da MWL durante assembleia

Confira os últimos acordos de PLR fechados na região

Ericsson – R$ 4.500 para quem ganha até R$ 4.500. Para quem ganha acima disso, será proporcional ao salário, com metas.

Ferdimat- R$ 2 mil com metas

Techal - R$1.559. Pode chegar a R$ 2.300 com metas.

Chassi – R$ 850

Resume - R$ 800 com metas

Proterm- R$ 800 sem metas

FM Moraes - R$ 600 sem metas

Dober- R$ 600. Pode chegar a R$ 800 com metas

Freire & Oliveira- R$ 600. Pode chegar a R$ 800 com metas

HE-R$ 550 com metas

Friulli - R$ 500. Pode chagar a R$1 mil com metas

Visiontec- R$ 500. Pode chegar a R$ 600 com metas

Usibel - R$ 400. Pode chegar a R$ 650 com metas

Usieng - R$ 300. Pode chegar a R$ 700 com metas.

Metalúrgicos vão à luta por 12,86% de reajuste

Divulgação

Participação nos Lucros

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RÁPIDAS

O Departamento Jurídico do Sindicato está com novo horário de atendimento na subsede das Chácaras Reunidas. A advogada Priscila atende todas as quintas-feiras, das 15h às 18h. Já a advogada Gabriela faz plantão todas as terças-feiras, das 9h às 12h.O Departamento Jurídi-co do Sindicato orienta e defende os trabalhadores, na busca por seus direitos. Uma equipe de advogados e estagiários se encarrega de fortalecer na Justiça, a luta que o Sindicato tem nas fábricas e na sociedade. Procure seus direitos.A subsede das Chácaras Reunidas fica na Rua Monte Azul, nº 924, e está aberta de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. O telefone é (12) 3931-7320.

Pressionada por greve, Swissbras paga PLR 2011

Após dez dias em greve, os trabalhadores da Swissbras voltaram às suas atividades. Pressionada, a empresa de-cidiu pagar a PLR 2011, que estava em atraso. A Swiss-bras já provou que só paga na base da pressão. Desde maio, ela vem atrasando o pagamento dos traba-lhadores. Os depósitos de FGTS, INSS e verbas resci-sórias continuam atrasados. Portanto, apesar do fim da greve, a luta continua para cobrar os direitos trabalhis-tas e a PLR deste ano.

Os trabalhadores da Parker Hannifin já estão se preparando para a eleição de CIPA. As inscrições de candidatos ficam abertas até 24 de agosto. Já as eleições serão dia 3 de setembro. Lembre-se: a CIPA é um instrumento de luta, por isso, tem de ser formada por trabalhadores que não se curvam diante dos patrões.

Jurídico da Zona Sul muda horário de atendimento

Estão abertas inscrições para CIPA na Parker

Os quatro times que disputarão a semi-final do Campeonato de Futebol Society dos Metalúrgicos já estão definidos. Serão ADC Parker, Bundy, NFer e MSA. Os jogos acontecerão no próximo sábado, dia 11. Às 10h, entram em campo o MSA e NFer. Às 11h, será a vez da ADC Parker e Bundy. Os vencedores disputarão a grande final no dia 18. Confira o resultado dos últimos jogos no site do sindicato.

Campeonato já tem os quatrosemi-finalistas

Acordo suspende demissões na GM. Agora é hora de fortalecer a luta

Luta em defesa do emprego continua

Os metalúrgicos da GM aprova-ram, em assembleia, realizada

nesta terça-feira, dia 7, a proposta para suspensão das 1.840 demis-sões que estavam previstas para acontecer imediatamente na planta de São José dos Campos.

A partir de agora, vamos iniciar uma nova etapa na luta em defesa do emprego.

O acordo prevê a produção de 20 modelos Classic por hora, garantin-do o emprego de 900 trabalhadores até novembro.

Outros 940 companheiros entram em layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho), que será prece-dido por 15 dias de férias coletivas.

O layoff segue até 30 de novem-bro, e nesse período todos receberão seus salários integralmente e passa-rão por cursos de qualificação.

Simultaneamente ao layoff, será aberto um PDV para toda a fábrica.

Negociação continuaDurante 60 dias, haverá nego-

ciações entre Sindicato e GM para

discutir o que acontecerá após o layoff.

O Sindicato quer discutir pro-postas que garantam a manuten-ção de todos os postos de trabalho e novos investimentos.

Via Dutra ocupadaAntes de ser fechado o acordo

para suspensão das demissões, os trabalhadores decidiram colocar toda sua força num grande protes-to para exigir que o Governo Fede-ral pressionasse a GM e impedisse os cortes.

No dia 2 de agosto, os metalúr-gicos da GM ocuparam a Via Dutra, usando pneus incendiados e faixas para bloquear o trânsito.

Uma das faixas dizia: “Dilma, cale a boca do Mantega e proíba as demissões”. Era uma referência à declaração do ministro, de que o governo não iria interferir na de-cisão da GM e que os empregos na montadora estariam com “sal-do positivo”, o que é uma grande mentira.

Pressão contra demissões tem de ser intensificada

O acordo fechado com a GM não significa que a luta acabou. Pelo contrário, agora é o momento dos metalúrgi-cos fortalecerem ainda mais o combate aos ataques da GM.

Os empregos continuam ameaçados e só com a pressão dos trabalhadores é possível vi-rar o jogo.

O único objetivo da GM é aumentar ainda mais seus lucros e flexibilizar os direitos dos tra-balhadores. Mas nosso objetivo

é outro: queremos preservar o emprego de cada trabalhador da planta de São José dos Campos.

“Nós continuamos com nos-sa posição de que não há jus-tificativas para as demissões e vamos trabalhar para que cada posto de trabalho seja manti-do na fábrica. Continuaremos cobrando do governo medidas que cancelem definitivamente as demissões”, afirma o presi-dente do Sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá.

Jornal do Metalúrgico 3

Condutores protestam por reajuste salarialOs motoristas e cobradores de transporte coletivo de São José dos Campos realizaram uma grande manifestação, na última quinta-feira, dia 2, como forma de reivindicar 8% de reajuste salarial. A categoria, que está em campanha salarial, fez uma paralisação de seis horas e meia na cidade. Caso as empresas não atendam às reivindicações dos trabalhadores, um novo protesto pode ser deflagrado. Numa atitude totalmente antidemocrática, as empresas de ônibus ameaçam multar o Sindicato dos Condutores por causa da paralisação. Nosso Sindicato manifesta toda solidariedade à luta dos motoristas e cobradores.

Trabalhadores foram à luta DEmissõEs COnta-gOtas

No início do ano a GM já realizava demissões conta-gotas. Desde en-tão, o Sindicato passou a apresentar propostas para garantir a manuten-ção dos empregos. Entre as propos-tas estava a produção integral do Classic em São José dos Campos.

CObRança aOs gOvERnOs

O risco de demissão em massa tornava-se, a cada dia, mais evi-dente. No dia 26 de junho, empre-sa anunciou que reduziria drastica-mente a produção do setor MVA. O Sindicato alertou os governos federal, estadual e municipal sobre os planos de demissão em massa. O ministro Guido Mantega teve a cara de pau de dizer que o gover-no não iria interferir no caso, mas, diante da pressão, teve de voltar atrás e dizer que não toleraria demissões.

CamPanHa Em DEFEsaDO EmPREgOA luta contra as demissões ganha as ruas, com a Cam-panha em Defesa do Emprego.Empresa abre PDV e põe 356 funcionários na rua. No dia 5 de julho, os traba-lhadores da GM fizeram uma passeata exigindo que a presidente Dilma tomasse medidas contra as demissões

aUmEnta tEnsãO E tRabalHaDOREs FazEm gREvEJá com o fim do segundo turno do MVA, trabalhadores intensificam mobilizações. No dia 12 de julho, funcionários da GM param por duas horas e entram em estado de greve. Sindicato continua negociações com GM, mas empresa se recusa a aten-der reivindicações. No dia 16, trabalhado-res entram em greve de 24 horas.

via DUtRa é OCUPaDaMVA começa a ser desativado, sobrando apenas uma pequena parte da produção do Classic. Indignados, trabalhadores ocupam a Via Dutra, por mais de uma hora, num dos maiores protestos dos últimos anos.

O quE PREvê O ACORDOSuspensão imediata das 1.840 demissões programadas pela empresa;Manutenção de 900 postos de trabalho até 30 de novembro, com a produção de 20 carros Classic por hora;Layoff (suspensão temporária de contrato de trabalho) até 30 de novembro para 940 trabalhadores. nesse período, o salário é pago integralmente. o layoff será precedido de 15 dias de férias coletivas;

Abertura de PDV para toda a fábrica60 dias de negociações entre Sindicato e GM para definir como fica a situação dos trabalhadores a partir de dezembro.

Metalúrgicos do 1º turno aprovam acordo nesta terça-feira

Roosevelt Cássio

Warley Leite/o Vale

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Edição 1000

Orgão informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de S. J. Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá • Rua Maurício Diamante, 65 - 12209-570- (12) 3946.5333 - Fax: 3922.4775 - site: www.sindmetalsjc.org.br - e-mail: [email protected] - São José dos Campos - SP - Responsabilidade: Diretoria do Sindicato - Edição: Rodrigo Correia - Redação: Douglas Dias, Manuela Moraes e Shirley Rodrigues - Editoração Eletrônica e Ilustração: Bruno César Galvão - Fotolito e Impressão: UniSind Gráfica Ltda (11) 2068-8370Expediente

Em mil edições, Jornal do Metalúrgico conta história da categoria há 30 anos No ano de 1982, muita coisa era

diferente. O Brasil ainda vivia sob a ditadura militar, comandada pelo general João Baptista Figueiredo. Naquela época, não havia celulares, nem internet.

Mas uma coisa era igual aos dias de hoje: os patrões atacavam os trabalhadores e seus direitos para garantir lucros cada vez maiores. Os metalúrgicos, por sua vez, tinham de se organizar para resistir e conquistar suas reivindicações.

Em meio a esse clima, nasceu o Jor-nal do Metalúrgico. Sua criação ocorreu após a vitória da Oposição Metalúrgi-ca, que fez o Sindicato abandonar o perfil assistencialista e pelego.

O JM surgiu para ser mais um instrumento de mobilização de nossa categoria. O Dito Bronca, que era utilizado pela Oposição, mostrou a que veio desde o início do jornal. Até hoje, é a coluna mais lida.

Mas nestes trinta anos, e após mil edições lançadas, o JM serve para resgatarmos a história recente do país e as lutas travadas pelos traba-lhadores.

Evolução gradualInicialmente as notícias eram di-

vulgadas em suas páginas em preto e

branco e não havia uma periodicidade definida.

Sem computadores, a diagrama-ção do jornal era feita por meio de um processo artesanal, chamado “paste-up”. As fotos e as tiras de textos eram recortadas e montadas lado a lado para formar a página.

Com o tempo, a publicação foi ganhando cores, projeto gráfico e regularidade.

Fatos importantes da história do país foram retratados nestas páginas.

A luta pelas “Diretas, Já”, uma das mais fortes já realizadas no país, em 1983, foi tema de um editorial. A greve geral realizada no mesmo ano contra ataques do governo aos direi-tos também ganhou destaque.

“Fora, Collor” na capaO JM foi uma das primeiras publi-

cações a estampar a palavra de ordem “Fora, Collor”, em sua edição nº 145, em novembro de 1991. Collor acabou sendo derrubado, em 1992, pela força do povo nas ruas.

Estas páginas também comba-teram as privatizações, a política neoliberal de Fernando Henrique Cardoso e os ataques aos direitos dos trabalhadores praticados por seu sucessor, o ex-presidente Lula.

Jornal do Metalúrgico 4

Há 7 anos, a população do Bra-sil ficava chocada com as denún-cias de um esquema de corrupção e compra de votos no Congresso para beneficiar o governo federal, na época comandado pelo ex-presidente Lula.

Depois da série de escândalos do governo FHC (PSDB), entre eles o da “Privataria”, vinha à tona um

sejam punidos é baixa, e o caso pode terminar em pizza.

Até mesmo a isenção do Supre-mo para julgar o caso é questiona-da. Dos onze ministros, oito foram indicados pelo ex-presidente Lula ou por sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff.

Além disso, entre os ministros que julgarão o caso estão Anto-nio Dias Toffoli, ex-advogado de José Dirceu, um dos mentores do Mensalão e Gilmar Mendes, que aparece na lista de bene-ficiários do esquema de caixa 2 da campanha de Eduardo Azeredo, o chamado “Mensalão Mineiro”, que envolveu políticos do PSDB.

Lula disse que “não sabia”Apesar do envolvimento de

engenhoso esquema do governo petista, que ficou conhecido como “Mensalão”.

No dia 2, o STF (Supremo Tribunal Federal) deu início ao julgamento dos 38 acusados de envolvimento no esquema.

No entanto, além da demora para o julgamento do caso, a expectativa de que os envolvidos

figuras como o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o presidente do PT José Geno-íno, Lula afirmou, na época, que não sabia de nada e fez até um pronunciamento em que se dizia traído pelos “companheiros”.

Mas, após 7 anos, Lula é tes-temunha de defesa dos mensa-leiros e afirma que não houve Mensalão.

É bom lembrar que o esque-ma corrupto foi responsável por comprar votos de parlamentares em favor da aprovação, em 2003, da reforma da Previdência, que atacou direitos históricos dos ser-vidores públicos.

Por isso, é preciso exigir cadeia para todos os envolvidos e a devo-lução dos bens desviados.

Vale-pelegoA Heatcraft divulgou nessa semana que vai garantir um

vale para premiar os pelegos da empresa. Os funcionários que

enfraqueceram a luta por PLR e não participaram da greve vão

receber vale-compras como prêmio por sua traição a quem se manteve na luta. Olha só:

quem trabalhou durante 5 ou 6 dias da greve, vai receber

R$ 300; já para quem traba-lhou 3 ou 4 dias, o valor será de R$ 150. Agora, bando de pelego, faz um churrasquinho com a grana e conta pros seus filhos o orgulho de ser pelego.

Paparazzi em açãoEm assembleia realizada esta

semana na portaria da MWL, o Márcio, da segurança, deu uma

de “paparazzi”. O cara ficou o tempo todo tirando fotos

dos trabalhadores para depois entregar todo mundo pra

chefia. Além disso, o cara ainda chamou a PM pra reprimir a banca. Abre o olho, pelego!

Olímpiada de peleguiceApós a greve por PLR deste

ano na Eaton, o Castilho, que faz parte da Comissão de

Fábrica pela empresa, mostrou como é pelego. O cara disse que quem fica na greve tem

de ser mandado pra rua, para, nas palavras do mané, não

“contaminar quem entra pra trabalhar”. Na olimpíada dos pelegos, esse é medalha de

ouro.

Ditadora espertaNa Embraer, a ditadora Henny agora deu pra controlar até o horário de café da galera. O

mais engraçado é que a esperta toma café em todos os horários dos outros times. Quer dizer, o

fumo é só no dos outros, né? Tá pensando o que da vida? Vou

dar um jeito nisso!

FacepelegoO supervisor David, da pintura da S10, na GM se faz de bom

moço, mas é um verdadei-ro carrasco. Ninguém mais

aguenta as coisas que o cara apronta dentro da fábrica. E

pra piorar, ele agora está “ata-cando” em mais uma frente: pelegagem por redes sociais. É melhor tomar seu rumo! A

galera já está vacinada contra a sua peleguice!

Assédio continuaA situação na Amplimatic

continua indo de mal a pior. Primeiro foram as denúncias de assédio que chegaram ao Sindicato e foram divulgadas

em um material específico que rodou na empresa. Agora o gerente Amarildo e o chefe

de produção Tarcísio estão pressionando a galera a pedir demissão, como resposta às denúncias. Se a situação de assédio dentro da empresa continuar, vou ter de tomar

providências enérgicas!

Pressão sem limitesA situação na Hertec tá com-

plicada. A empresa pressiona a peãozada, exige que façam hora extra, e pune com advertências. No entanto, esquece da sua par-te, pois não cumpre a convenção coletiva, atrasa frequentemente o pagamento dos salários e o re-colhimento do FGTS. Já passou da hora de colocar isso em dia!

Se não vai cair esse telhado!

Após 7 anos, STF julga envolvidos no Mensalão

Os servidores federais, em greve há quase dois meses, reali-zaram, no último dia 31, um Dia Nacional de Luta.

O objetivo dos atos, convoca-do pela Coordenação Nacional das Entidades do Serviço Público Federal e pelas centrais CSP-Con-lutas, CUT e CTB, foi pressionar o governo Dilma para que negocie e atenda a pauta de reivindicações do funcionalismo.

O desrespeito do governo é grande. Uma reunião de negocia-

Servidores federais mantêm greve ção, marcada para o dia 31, foi desmarcada.

A intransigência do governo é tanta que a presidente emitiu um decreto que prevê a substituição dos funcionários em greve através de convênios com os governos estaduais e municipais.

Apesar dos recentes ataques, a greve segue forte e precisa do nosso apoio.

Todas as universidades e insti-tutos federais do país aderiram de forma integral ou parcial à greve.

Mobilização

Corrupção

Charge da semana

Lutas importantes da categoriaretratadas nas páginas do JM

Folheando o arquivo do JM, temos a noção de quantas lutas nossa cate-goria já protagonizou.

Durante a década de 80, os detaques foram grandes greves, como as da Embraer e National, em 1984, a his-tória mobilização de 1985 na GM, na qual os trabalha-dores ocuparam a fábrica, e a da Bundy, em 1989.

Em 1994, a luta contra a privatização da Embraer ocupou as manchetes.

No ano de 2004, outro fato importante da nossa história: o Sindicato deixa a CUT, já alia-da aos governos e patrões, e começa a construir uma nova alternativa, a Conlutas.

Nesta edição 1.000, quere-mos homenagear todos os en-volvidos na história do Jornal do Metalúrgico: aqueles que escreveram, que fotografaram, que diagramaram e distribuí-ram a cada trabalhador.

Que sejam publicadas mais 1.000 edições e que o jornal continue cumprindo sua missão!

José Dirceu, ex-ministro

de Lula, tido como chefe da

quadrilha do Mensalão

Jornalista trabalha na elaboração do Jornal do Metalúrgico