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O Sistema Relevo- Clima e o Plano Viário Nacional No Rastro da Serpente

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O Sistema Relevo- Clima e o Plano Viário Nacional

No Rastro da Serpente

No Rastro da Serpente

• O termo “Rastro da Serpente” é usado por um grupo de aficionado do ecoturismopara designar a rota rodoviária que vai de Morretes no Paraná até Apiaí em SãoPaulo, passando pela “Via Graciosa” (PR-408) e pela famosa BR-476.

• Entretanto, sob o ponto de vista do Plano Viário Nacional a BR-476 é parte de umplano muito mais elaborado, o qual, em conjunto com a BR-373 faz umaimportante conexão entre Dionísio Cerqueira em Santa Catarina até Piracicaba noEstado de São Paulo.

• Os objetivos dessa ligação, que é parte da rota principal da BR-373, é estabeleceruma coerência entre as diferentes formas de relevo e clima entre o Sul e o Sudestedo Brasil. Essa coerência estabelece uma rota que normaliza os desníveis deterreno os quais historicamente tinham sido um empecilho a penetração econsequentemente ao desenvolvimento dessa região.

No Rastro da Serpente

O Sistema Relevo-Clima

• O Plano Viário Nacional tem como objetivo integrar as diferenças de relevo entreas diversas regiões do país, normalizando-os através de um sistema de estradas derodagem, as quais, passam a facilitar o desenvolvimento e a integração dasdiferentes regiões do Brasil.

• A estratégia básica para se atingir esses objetivos é a definição de uma série depremissas que levem em consideração as causas da acidentalidade do relevonacional e produzindo, dessa forma, uma visão integrada de causas econsequências no planejamento viário do país.

• As premissas básicas que explicam a acidentalidade do relevo nacional é o“Sistema Relevo-Clima”, definindo relevo como consequência do clima e vice-versa. Então, o sistema viário normaliza, integra e dá continuidade a umasequência lógica de como o relevo brasileiro tem sido formado ao longo das erasgeológicas para compor um panorama onde o clima explica o relevo e o sistemaviário nacional lhe fornece uma certa lógica de continuidade em meio a suaacidentalidade. O sistema de estradas no Brasil, dessa forma, dá continuidade aosdiversos fenômenos do relevo nacional, o qual é consequência das condiçõesclimáticas que o originaram.

A BR-373

• No caso específico da BR-373, objetivo é integrar a acidentalidade do relevonacional desde a região da Bacia do Paraná em Dionísio Cerqueira em SantaCatarina até a Depressão Periférica de São Paulo em Piracicaba, passandopelos Planaltos de Ponta Grossa, Curitiba, assim como, pela Serra do Mar.

• Para se atingir esses objetivos, o entendimento que se dá a essa questão,aplicando-se o conceito sistema-relevo acima mencionado, é de considerara Depressão Periférica, no Estado de São Paulo, como um fenômenocontínuo que se estende desde o Rio Grande entre São Paulo e Minas até oRio Iguaçu nos limites do Estado do Paraná e Santa Catarina, e é resultantedas constantes instabilidades atmosférica permanentemente estacionadana altura da Baixada Santista, próxima do Trópico de Capricórnio, dentro dalinha de choque entre os ventos frios da Antártica e o ar quente dos trópicos.

A BR-373

• Ao longo das eras geológicas as chuvas constantes que precipitam desde Itajaí emSanta Catarina até o Rio de Janeiro batem com força principalmente sobre o litoralPaulista ora sobre a Baixada Santista, ora sobre o Planalto Paulista e, ainda, orasobre a Serra da Mantiqueira. Esses fenômenos erodiram as Serra do Mar(Embasamento Cristalino) criando uma Depressão (Periférica) desde o Rio Grandeao Norte até o Rio Paranapanema ao sul. Essa depressão tem sido escavada poresses rios em conjunto com Rio Tietê para formar a bacia de sedimentação do RioParaná.

• As chuvas que aplainaram a depressão periférica de São Paulo e os Planaltos do RioParaná, atingiram também o Estado do Paraná, escavando igualmente o relevo daSerra do Mar para criar os Planaltos de Curitiba e Ponta Grossa. Assim como, emSão Paulo a Depressão periférica tem sido escava principalmente pelos Rios Pardo,Mogi-Guaçu, Tietê e Paranapanema, no Estado do Paraná os Rios Tibagi, Iguaçu eNegro tem provocado efeitos semelhantes ajudando a erodir Ponta Grossa eCuritiba.

A BR-373

Linhas de Relevo-Clima – Bacia do Paraná

Os Efeitos do Rio Tietê sobre a Depressão Periférica

Os Efeitos do Rio Paranapanema sobre a Depressão Periférica

• Então, sob o ponto de vista do sistema relevo-clima a Depressão PeriféricaPaulista é uma linha de descontinuidade no relevo nacional do sudeste-sulque vai desde o Rio Grande até os Rios Iguaçu e Negro, provando efeitossemelhantes de erosão, criando “cuestas” ao longo desse percurso onde oembasamento cristalino oferece maiores resistências. Como consequênciaessas irregularidades impõem em alguns casos severa dificuldades depenetração no território devido aos constantes declives com severas linhasde erosão, entrecortadas por planaltos desde bem alisados (DepressãoPeriférica Paulista) até bastante encrespados como a região do Alto RioRibeira de Iguape, justamente o trecho cortado pela BR-476, criando-securvas severas de raios curtos, restringindo-se a velocidade média dotrafego de veículos.

A BR-373

No Rastro da Serpente

O Efeito Normalizador das Rodovias

• Diante dessas considerações sobre o sistema relevo-clima do Plano Viário Nacionaldesde São Paulo, Paraná até Santa Catarina, a BR-373 passa ser um elemento que”regulariza” os efeitos da acidentalidade do relevo da região facilitando o tráfegode veículos, mercadorias, pessoas e, portanto, promovendo o desenvolvimentointegrado desses Estados do Brasil. As linhas de irregularidade do relevo,provocadas pelo clima encontram na BR-373 um elemento que os une desde afronteira da Argentina, em Dionísio Cerqueira, até a região de Piracicaba eCampinas no interior paulista , sendo uma rota alternativa para o comércio doMercosul.

• Embora não totalmente exploradas, outras possibilidades que as conexões doconjunto BR-373 e BR-476 podem oferecer afetam as ligações entre Curitiba e oresto do pais já que serve como alternativa à congestionada BR-116, abrindo,também, possibilidades de se aumentar o mercado de cargo aéreo entre osAeroportos de Viracopos em Campinas e Afonso Pena em Curitiba.

•• Prof. Ricardo Gomes Rodrigues

• São Carlos, 1º de novembro de 2017