o ser da vida consagrada. o que a vida religiosa nÃo É (essÊncia) 1 - “estado de perfeiÇÃo”...

42
O SER DA VIDA CONSAGRADA

Upload: internet

Post on 22-Apr-2015

105 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

O SER DA VIDA CONSAGRADA

Page 2: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA)

1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO” Há uma visão tradicional - fala da motivação básica para entrar na vida religiosa – para

“chegar até a perfeição”- quer dizer que não pode fazer isso vivendo nas outras vocações.

- “qual é a vocação mais sublime?” – claro que a vida religiosa sempre saiu no 1º lugar- religiosos tiveram um monopólio sobre a santidade- Lumem Gentium - párg. 110 sg. – “todos os batizados são chamados à santidade”

Page 3: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

Resultados:1 – perdemos o monopólio2 – saída impressionante da vida consagrada por falta de motivação3 – a motivação então para entrar na vida consagrada não pode ser para chegar até a perfeição – já temos essa obrigação pelo batismo4 – o ser da vida consagrada tem que ser outra coisa em sua motivação5 – o mal que essa orientação trouxe à vida consagrada - perfeccionismo

Page 4: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

2 - QUE A VIDA RELIGIOSA TEM UM FUNDAMENTO BÍBLICO

Sempre foi dito em livros espirituais que Jesus fundou a vida consagrada

essa orientação veio do Concílio de Trento que frisou 3 textos evangélicos3 textos evangélicos sobre os três votos provando que Cristo fundou o ser da vida consagrada baseada nos votos

Os biblistas de hoje nos dizem que os 3 textos não falam nada da vida religiosa e,pior, nada sobre os votos religiosos

Os padres do deserto nunca disseram que Cristo fundou a vida consagrada

Page 5: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

Se fosse fundada por Cristo, a vida religiosa teria começado logo depois de Pentecostes e sabemos que realmente começou como um movimento na Igreja só no fim do século terceiro

Os padres do deserto disseram que não houve um fundamento bíblico, mas sim uma inspiração bíblica na vida religiosa

Não é para viver somente três textos, mas viver a Bíblia toda como uma guia de vida e de consagração

Essa orientação de Trento tirou a vida consagrada duma reflexão mais profunda sobre o ser da vida consagrada.

Page 6: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

ÊNFASE NO FAZER O que me faz religioso, portanto, é o que faço Dirigiu a vida religiosa para um ativismo sem freios

onde coisas essenciais (oração/comunidade) foram colocados em segundo lugar. “Meu trabalho é minha oração” foi a falsa crença desse erro

Mais tarde nessariamente houve tempo forte de crise de identidade por causa dessa razão errada:

- 3ª e 4ª idades – não podia fazer como antes e entraram em crise: “não sou bom religioso” - doenças = considerado um peso na comunidade: “ele não faz nada” - fechamento de obras (ficamos sem trabalho e pior sem alternativas criativas)

Page 7: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

Ênfase nas Estruturas

A própria Lei Canônica frisou a necessidade de uma porção de “leis” ou estruturas (monásticas) na vivência de consagração

Alguns confundiram a “lei” ou estrutura com o “espírito” e com o ser da vida consagrada

O perigo de absolutizar estruturas como se fossem o ser da vida consagrada

Houve resistências fortes contra mudanças Mas quem não muda com os tempos morre! Quando veio os questionamentos sobre o valor

de certas estruturas tradicionais (monásticas) muitos entraram em crise de identidade.

Page 8: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

Alguns ficaram parados no tempo e resistirem as mudanças necessárias (“sempre foi feito assim”) e a congregação começou a morrer porque não atraiu novas vocações

Não é a estrutura que é essencial na vida consagrada, mas o ESPÍRITO atrás da estrutura q eu vale

CONCLUSÃO: Se o ser da vida consagrada não são essas motivações erradas, então qual foi a orientação original dos Padres do Deserto sobre o “SER” da vida consagrada?

Page 9: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

O SER DA VIDA CONSAGRADA

Um pouco da história– CEB’s no começo da Igreja –fé intensa– Perseguições, martírio como o grande sinal

da radicalidade na fé. – Constantino – Edito de Milão em 313 – com

isso a Igreja perdeu seu sinal de radicalidade

– Doação dos Estados Pontifícios por Pepino pai de Carlos Magno – Igreja um poder político

– Corrupção na Igreja – esfriamento da fé

Page 10: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

Alguns homens e depois mulheres foram para “o deserto” para poderem viver sua fé batismal com mais radicalidade – “FUGA MUNDI”

MODELOS DA VIDA CONSAGRADA:- eremitas (Antão)- eremitas em comunidade (Pacômio)- monasticismo (São Bento)- ordens mendicantes (½ monge – ½

pregadores itinerantes)- Jesuítas – rejeitaram totalmente a

estrutura de monasticismo- congregações apostólicas

Page 11: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

O ser da vida consagrada

O ser da vida consagrada é tão simples que é chocante. Como leis e estruturas têm tirado o espírito do projeto original da vida consagrada

Releitura sobre as raízes da VRC: Frei Tillard – “Diante de Deus e para os homens”

Os Padres do deserto perceberam que o ser da vida consagrada foi profundamente enraizado na consagração BATISMAL.

1 - E a vivência dessa aliança foi reduzida para dois mandamentos por Jesus Cristo (Mc 12, 28-31)

– AMAR A DEUS DE TODO SEU CORAÇÃO– AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI

MESMO

Page 12: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

Toda a consagração religiosa é simplesmente isso. Uma aliança de amor entre Deus e seu consagrado/a

Fala de amor e não de leis e estruturas. Como complicamos demais nossa vida consagrada do ideal original dos padres do deserto.

2 - Os padres do deserto perceberam que não podiam viver essa aliança de amor sem consagração. Consagração significou para eles: “pertencer a Deus 100%”. Tudo que eu sou pertence a Deus: presente,passado e futuro como um dom

Page 13: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

3 – Os padres do deserto foram os primeiros a admitir que essa vivência é impossível a viver 100%

Por isso eles assumirem uma vida inteira de CONVERSÃO cada vez mais se entregando para morrer a si mesmo por amor para viver o 100%.

A vida consagrada então é um processo onde caminho para viver o 100% da aliança do Batismo: amar a Deus de todo meu coração e, por causa de Deus, amar meu próximo numa forma radical.

EIS A SIMPLICIDADE DO PROJETO ORIGINAL

Amar a Deus e ao próximo numa forma radical/ consagração/ conversão

Page 14: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

Todo o resto na vida consagrada é secundário diante do projeto do amor batismal.

Votos, pobreza, castidade, obediência, vida em comunidade e vida apostólica tirem sua força e ânimo do amor batismal e não vive-versa.

Não sou pobre para ser pobre. Mas sou pobre PARA AMAR A DEUS E AO PRÓXIMO.

Não sou casto porque não posso me casar. Sou casto para AMAR A DEUS E AO PRÓXIMO NUMA FORMA RADICAL

Não sou obediente para dizer “sim”. Sou obediente para AMAR A DEUS E AO MEU PRÓXIMO.

Page 15: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

A frase que os padres do deserto usaram para descrever essa essência foi “ Viver o Primado do Absoluto”. Na vida dum religioso existe somente “um Absoluto = Deus” e, por isso, tudo o resto é relativo, secundário, “lixo”.

Ninguém é capaz de viver esse projeto 100% por uma porção de razões. Por isso um religioso assume uma vida inteira de conversão caminhando para o 100%.

Tudo então que um religioso consagrado é ou faz, mais cedo ou mais tarde deveria ser dirigido a Deus em culto e adoração. Nossa vida é uma liturgia constante.

Page 16: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

4 BASES TEOLOGICAS DA VIDA CONSAGRADA

A – CONSAGRAÇÃO

B – MISSÃO PROFÉTICA

C – VIDA EM COMUNIDADE

D – PROFISSÃO PÚBLICA

Page 17: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

CONSAGRAÇÃO

O alicerce sempre é o mesmo: viver a aliança do batismo em sua radicalidade – aliança de amor

Os vários sentidos da palavra “consagração” 1 – FAZER ALGO SAGRADO

– Esse algo na vida consagrada é nossa totalidade – presente/passado e futuro

– Queremos fazer dessa totalidade um dom ao Pai por Cristo no Espírito Santo.

– Segundo esse sentido tudo que somos e fazemos, mais cedo ou tarde, queremos dirigir a Deus em culto e adoração

Page 18: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

queremos que essa totalidade pertença a Deus numa forma radical – é TUDO; é radical

Essa totalidade contém todas as maravilhas de nossa pessoa – dons, talentos, sucessos, passado

Mas também inclui as coisas difíceis que carregamos de nosso passado ou presente – limitações, pecados, infidelidades, incoerências

Não podemos nos dividir – o pacote todo quero oferecer a Deus em culto e adoração

Essa sentido fala de radicalidade e toca profundamente em nossas motivações interiores

Quem vive na alegria esse conceito se sente profundamente realizado até com as coisas difíceis

Page 19: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

2 – DEDICAR ALGO SOMENTE A DEUS

A Igreja já consagra coisas a Deus

Altares, cálices, capelas e Igrejas

Depois da consagração eles perdem sua identidade material e torna-se algo puramente espiritual e dedicado somente a Deus

Não pode mais usar essas coisas como se fossem por uso comum – somente podem ser usadas na LITURGIA porque agora elas pertencem a Deus.

Page 20: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

Mas a Igreja também consagra PESSOAS Depois da consagração religiosa a pessoa toda

pertence a Deus – é sagrada – é dedicada somente a Deus.

Sua vida torna-se em uma liturgia continua; nossa vida em si é culto e adoração e tudo que fazemos deve ser orientado para Deus como dom

Por esse conceito o religioso vive em e por Deus em tudo – 100%. Eu vivo e respiro por Deus

Um religioso é um ser consagrado-pertence a Deus Há dois lados nesse conceito – diante do meu

pertencer a Deus, Deus quer nos amar numa forma toda especial

Page 21: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

3 – OFERECER ALGO EM SACRIFÍCIO A DEUS

Os padres do deserto reconheceram que as perseguições e o martírio na Igreja acabaram. A Igreja precisou de um novo sinal de radicalidade.

Os padres escreveram que a vida consagrada é um martírio lento – o novo sinal de radicalidade na Igreja

A reflexão deles foi baseada no sacrifício do holocausto no Antigo Testamento

No sacrifício do holocausto a vitima oferecida foi totalmente destruída pelo fogo e mudou-se em fumaça que subiu até o trono de Deus.

Page 22: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

No Novo Testamento essa mesma idéia foi apresentada por João e Paulo que disseram que agora quem está em cima do altar é “ o cordeiro de Deus” que ficou totalmente destruído na cruz e mudou-se em “fumaça” e foi até a presença do Pai como um dom agradável

Os Padres do deserto usou essa mesma imagem para dizer que agora quem está no altar é o consagrado/a que lentamente entra num processo de holocausto O religioso através de uma vida de conversão e ascese pouco a pouco morre para o velho homem/mulher e se muda em fumaça agradável ao trono de Deus. O processo vai até a morte.

Fala da libertação de tudo que não deixa o consagrado a viver na plenitude sua consagração

Page 23: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

CONCLUSÕES

1 – os três elementos da palavra de consagração estão falando de um caminho de libertação para amar a Deus e ao próximo

2 – é um projeto por toda vida – o 100% 3 – consagração é um meio para viver na plenitude

a aliança do batismo: amar a Deus de todo seu coração e ao seu próximo

4 – conceito de PERMANÊNCIA – uma vez consagrado deve ser por toda vida.

5 – nova idéia da vocação religiosa TEMPORÁRIA 6- a noção de conversão é essencial.

Page 24: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

MISSÃO PROFÉTICA

A essência da vida consagrada é um SER = amar a Deus e ao próximo, a aliança do batismo

Mas os Padres do deserto em viver essa essência de amor descobriram seu maior FAZER na Igreja

Vivendo na radicalidade e na autenticidade seu batismo, os padres do deserto se tornaram os novos profetas na Igreja e no mundo

Profecia, portanto, faz uma parte essencial da vida consagrada. Eles foram as novas “nabi” ou “bocas de Deus” na Igreja

Page 25: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

Por profecia os Padres entenderam que eles foram mandados por Deus para ser a memória da Igreja, isto é:

vivendo na radicalidade seu batismo, os religiosos/as lembraram o resto da Igreja o que ele deve estar vivendo – a aliança do batismo – a aliança de amoreles serviam como uma luz para o resto da sociedade cristã, e um animo para que A Igreja vivesse sua vocação batismalE vice-versa – o resto da Igreja tem o direto para olhar para seus consagrados para tirar essa esperança deles

Page 26: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

O segundo sentido de profeta foi assumir a ser “ a consciência da Igreja”

Desde o começo os Padres nunca tiveram medo de corrigir os erros acontecendo na Igreja do Papa até ao mais humilde

Eles apontaram os desvios da vivência da aliança do batismo

Isto é claro que muitos vezes trouxe sofrimentos e perseguições para os religiosos/as

Page 27: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

A vida profética da vida religiosa seguiu as duas dinâmicas dos Profetas do Antigo Testamento:

ANUNCIAR DENUNCIAR A - ANUNCIAR: Nosso mundo moderno está em necessidade de muito

anuncio dos princípios do reino

1 – O Sagrado = cada vez mais o mundo está tentando apagar e livrar-se da presença de Deus

Para poder profetizar aqui os religiosos precisam ser de fato homens e mulheres “DE DEUS” para mostrar o Sagrado. Eles mostram isso através de uma vida de oração e de liturgia.

Page 28: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

Eles mostram por exemplo de vida que eles pertencem ao “Sagrado” – são consagrados

2 – FRATERNIDADE – o mundo está destruindo muitos sinais de fraternidade e, por isso, um religioso assume uma vida de fraternidade vivida em comum – é profecia de amor e de partilha

Amam o mundo, mas não são “seduzidos” pelos valores do mundo

3 – CORAGEM DE VIVER VALORES EVANGÉLICOS - Vivem valores de amor, pobreza, castidade e obediência para mostrar esses contra-valores ao mundo. Coragem de ser diferentes

Page 29: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

4 – nossa espiritualidade congregacional

Agora congregações querem partilhar com toda a Igreja sua rica espiritualidade herdada de seus e suas fundadores/as

5 – buscar a vontade do Pai em tudo – O mundo entrou num fechamento doentio para evitar a busca da verdade que liberta. Precisamos mostrar que fazemos isso na oração/na liturgia/ na fraternidade.

Coragem para sermos diferentes

Page 30: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

B – DENUNCIAR Basicamente um religioso/a é chamado a denunciar

qualquer coisa ou pessoa que não permitem que o povo de Deus vivessem a aliança de amor de seu batismo

Denunciamos tudo que ofenda a dignidade do ser humano como criação amada do Pai

Aqui entra o entrosamento fiel dos religiosos na luta dos pobres por seus direitos. Tantos sinais de desigualdade imoral em nossa sociedade Latino-Americana

Denunciar a triste situação que nossa juventude precisa enfrentar na propaganda de coisas não evangélicas

Page 31: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

Há dois tipos de DENUNCIA 1 – Denuncia passiva = Denuncia passiva é

simplesmente vivendo nossa vida consagrada no meio da sociedade

Isto deve ser feito especialmente nos lugares onde moram nossos pobres e desesperados (inserção)

Nossa vida é uma profecia de tantos valores evangélicos – só vivendo nossa vida na autenticidade coloca a sociedade em questionamento sobre seus valores.

Mas quando não dá certo, precisamos passar para

Page 32: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

Denuncia ativa: Denuncia ativa acontece quando toda a comunidade

religiosa assume a profetizar ativamente numa denuncia. Deve ser uma decisão comunitária com a participação de todos, mas em graus diferentes

Usamos qualquer meio social para mostrar o mal que está acontecendo e destruindo a dignidade humana (entrevistas na TV; jornais; revistas, rádio)

Com denuncia ativa sempre haverá sua reação na forma de perseguição e até de martírio

Page 33: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

ALGUMAS CONCLUSÕES SOBRE A PROFECIA

Não pode ter denuncia sem também ter o anuncio do reino – foi o grande erro do passado

As novas gerações depois do Concílio e de varias CELAM tem menos sentido do social do que no passado - Precisam de um curso sobre a realidade brasileira

Page 34: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

C – VIDA EM COMUNIDADE

Quando falamos da vida comunitária dentro do contexto da vida consagrada sempre há dois elementos que são diferentes mas inter-relacionados:

1 – “a comunidade apostólica” – isto significa a maneira que a comunidade se organiza em suas estruturas internas. O ideal é como Cristo vivia com os doze e como as primeiras comunidades Cristãs nos Atos dos Apóstolos. Inclui elementos como sua espiritualidade e fraternidade

Page 35: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

2 – “comunidade em missão” – esse elemento significa que a comunidade por amor precisa sair de si mesmo para poder servir aos outros, especialmente aos pobres e abandonados.

Fala do carisma fundacional (serviço específico)

Esse elemento precisa muito do primeiro elemento, especialmente sua espiritualidade para purificar muito suas motivações interiores e vice-versa.

Page 36: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

UMA DEFINIÇÃO TEOLÓGICA DA VIDA EM COMUNIDADE

A vida comunitária na vida religiosa(consagração é o que é

comum e que nos une) é, ou melhor quer ser (processo) Uma realização histórica (aqui e agora) Da comunhão Trinitária (amor radical) Vivida em fraternidade livre (opção livre) E em serviço ao homem e ao mundo. (carisma congregacional)

Page 37: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

Algumas qualidades evangélicas numa comunidade

religiosa

1 – ALCOLHEDORA: isto significa a aceitação da totalidade dos outros membros da comunidade

A aceitação das coisas boas: talentos/ dons/ seu passado/ seu valor/ trabalhos dentro e fora da comunidade

Mas também exige a aceitação das coisas difíceis nessa pessoa: defeitos, limitações/ pecados/ fraquezas, etc.

Segundo o Evangelho não podemos dividir a pessoa – aceitar o bom e rejeitar o mal.

Page 38: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

Significa que somos capazes de contemplar nossos irmãos/as e ver o “rosto do Criador “ neles. Eles refletem o Criador se tenhamos a paciência para buscar

Mas significa sobretudo que sou capaz de acolher o diferente no outro e não encarar essa diferença como uma ameaça em minha vida. É para apreciar e não condenar

Precisamos de muita coragem e honestidade para perceber que as vezes nós somos a causa da dificuldade no acolhimento e não o outro.

Page 39: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

2 – PERDOANTE – Somos por natureza um grupo de imperfeitos vivendo em comunidade. Por causa disso reunimos juntos para apoio na vivência radical da aliança de nosso batismo

Sendo imperfeitos vamos ofender uns aos outros. Uma realidade bruta da vida comunitária. Ninguém escapa essa realidade

A maioria das ofensas não são grandes e fáceis para perdoar se haja generosidade no coração

Mas pode ser que haja uma ofensa maior e mais séria. Isto vai precisar um processo de perdão

O PROBLEMA DO KILO é nosso inimigo

Page 40: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

3 – CONVERSÃO – Conversão no fim é uma questão pessoal – sou

eu que precisa fazer minha opção de fidelidade Mas há também um tipo de conversão quando

todos os membros duma comunidade são chamados a entrar na conversão

A comunidade precisa de meios para ficar sensível aos apelos do Espírito Santo chamando todos a mudança em seu interior consagrado.

A comunidade assume sua imperfeição e busca sair dela por amor

Sem conversão comunitária a comunidade corre o perigo de cair no comodismo e na falsidade sem profecia.

Page 41: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

D– PROFISSÃO PÚBLICA O ato de profissão é um ato eclesial – pertence à

Igreja A Igreja no dia da profissão promete o seguinte:

- acolhe seu desejo de viver a consagração e viver seu batismo numa forma radical- abençoa esse desejo em nome de toda a comunidade da Igreja- promete apoio na caminhada para o 100%, especialmente através dos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação- dá carteira de identidade na Igreja – você é consagrado/a

Page 42: O SER DA VIDA CONSAGRADA. O QUE A VIDA RELIGIOSA NÃO É (ESSÊNCIA) 1 - “ESTADO DE PERFEIÇÃO”  Há uma visão tradicional  - fala da motivação básica para

A Congregação também no ato de consagração promete:– Acolhe sua pessoa em sua fraternidade

– Promete apoio através de meios para conseguir a fidelidade (Constituições)

– Partilha com o consagrado sua herança do carisma congregacional e mande em missão para cumprir esse carisma na Igreja