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O Rio de Janeiro Antes de 1930. Esta cidade maravilhosa, no final dos anos 1800 e pelo início do século XX, foi retratada pelos maiores fotógrafos de então, como Augusto Malta, Marc Ferrez e outros, sendo essas fotografias imortalizadas em cartões postais, de vários editores, inclusive estrangeiros, que mostram como o Rio se desenvolveu e começou a tomar o jeito que tem hoje. Muitas curiosidades daquela época, como os Socorros Policiaes, as obras que transformaram a cidade, sua gente, seu comércio e seus imponentes prédios, deles hoje praticamente só restam as imagens dos cartões postais. Assim, uma pequena parte desse tesouro é mostrada nessa pequena coleção de cartões postais com vistas da Cidade Maravilhosa, que já mostrava, desde aquele tempo, o fascínio e a beleza que desperta a admiração que hoje o mundo tem pelo Rio. Vista geral do Rio de Janeiro, c.1920, editor A. Ribeiro.

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Page 1: O Rio de Janeiro - selosefilatelia.com Renato... · Vista geral do Rio de Janeiro, c.1920, editor A. Ribeiro. A praça XV de Novembro A Praça XV de Novembro é, sem dúvida, um dos

O Rio de Janeiro

Antes de 1930.

Esta cidade maravilhosa, no final dos anos 1800 e pelo início do século XX, foi retratada pelos maiores fotógrafos de então, como Augusto Malta, Marc Ferrez e outros, sendo essas fotografias imortalizadas em cartões postais, de vários editores, inclusive estrangeiros, que mostram como o Rio se desenvolveu e começou a tomar o jeito que tem hoje. Muitas curiosidades daquela época, como os Socorros Policiaes, as obras que transformaram a cidade, sua gente, seu comércio e seus imponentes prédios, deles hoje praticamente só restam as imagens dos cartões postais.

Assim, uma pequena parte desse tesouro é mostrada nessa pequena coleção de cartões postais com vistas da Cidade Maravilhosa, que já mostrava, desde aquele tempo, o fascínio e a beleza que desperta a admiração que hoje o mundo tem pelo Rio.

Vista geral do Rio de Janeiro, c.1920, editor A. Ribeiro.

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A praça XV de Novembro

A Praça XV de Novembro é, sem dúvida, um dos locais mais importantes da cidade do Rio de Janeiro. Nela ocorreram, durante vários séculos, os acontecimentos mais significativos que afetaram o destino não só da cidade, mas também do país. No início do século XVII, quando o Morro do Castelo começou a ser pequeno para a cidade, esta se lançou para a Várzea, onde já existia uma ermida, erguida para Nossa Senhora do O', situada numa área pantanosa que se tornou conhecida como Terreiro do Ó.

Vista geral da Praça

15. Cartão de A.

Ribeiro, com vista ao

fundo do Mercado

Municipal.

Vista da Praça 15,

aparentemente da

mesma época do

cartão anterior,

início do século 20.

Cartão também

editado por A.

Ribeiro.

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A praça XV de Novembro

Posteriormente o local passou a ser o Terreiro da Polé, porque nele foi instalado o tronco, instrumento de tortura para castigar os negros. Depois também ficou conhecido como Largo ou Rossio do Carmo, porque ficava em frente ao Convento do Carmo, passou a ser o Largo do Paço, porque nele estava localizada a casa que foi o Paço dos Governadores, Paço dos Vice-Reis, Paço Real, Paço Imperial e Praça D. Pedro II. Com a Proclamação da República, em 1889 passou a ser a Praça Quinze de Novembro.

O cais Pharoux, do

antigo Porto do

Rio. Aqui foi por

onde D. João VI

chegou ao Rio de

Janeiro. Cartão

editado por A.

Ribeiro.

Também na Praça

15 a Estação de

Barcas para

Nictheroy e para a

Ilha de Paquetá.

Este cartão é

provavelmente de

origem alemã. Não

há referencia de

data ou editor.

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A Avenida Central A avenida Central ligava o novo porto da cidade (atual Praça Mauá) à região da Glória. Projeto do

eng. Paulo de Frontin, chefe da Comissão Construtora da avenida Central tinha 1.800 m de extensão por 33 metros de largura. As fachadas para os edifícios da avenida Central foram escolhidas em concurso, do qual foram jurados, entre outros, o prefeito

Pereira Passos, Paulo de Frontin, o ministro da Viação e Obras Públicas, Lauro Müller, e o diretor-geral de Saúde Pública, Oswaldo Cruz.

Os dois cartões são da mesma época,

quando ainda circulavam pela Av.

Central os bondes puxados a burros,

um dos quais se vê no cartão editado

por Marc Ferrez, ao lado. O outro

cartão foi editado por A. Ribeiro. Por

volta de 1907, esse era o aspecto da

que é hoje a mais importante avenida

do Rio de Janeiro.

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A Avenida Central Os edifícios tem projetos de vários arquitetos, em geral de origem européia, com alguns brasileiros

como Heitor de Melo, Gabriel Junqueira, Francisco de Azevedo Monteiro Caminhoá e Ramos de Azevedo. O primeiro a ser erguido, hoje demolido, foi o da Tabacaria Londres. As calçadas, em mosaico português, foram feitas por artesãos vindos de Portugal. A avenida foi inaugurada em 7 de setembro de 1904 pelo presidente da República, Rodrigues Alves, e entregue ao tráfego em 15 de novembro de 1905. Recebeu bela arborização, iniciada em 22 de outubro de 1905 com o plantio da primeira árvore de pau-brasil.

Dois cartões do

editor A. Ribeiro

mostram belíssimos

exemplos da

arquitetura

predominante na

avenida.

Praticamente todos

os prédios dessa

época já foram

demolidos.

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Socorros Policiaes

Curiosidade da época, o cidadão ia até o poste e apertava a campainha que fazia soar o alarme que era ouvido na sede da Polícia que, então, ia a socorro do chamador. Os cartões são de origem provavelmente alemã, e não contem nenhuma referência ao Editor.

O carro da Polícia sai de sua garagem

para atendimento ao cidadão. Reparem

que a direção do veículo era à direita,

denunciando sua origem britânica.

O cidadão em pé, ao lado do poste de

chamada, aguarda a chegada da Polícia que se

aproxima para atendimento.

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O Largo da Carioca

Em 1723, foi inaugurado um chafariz chamado Fonte da Carioca, que distribuía água à população no Campo de Santo Antônio e com o tempo deu o nome ao largo.

Vista do Largo da

Carioca, com

construções que

hoje não mais

existem. Cartão

postal editado por

A. Ribeiro.

Cartão postal de

origem alemã, onde

o Rio de Janeiro

virou “Rio de

Janairo” e o Largo

da Carioca, “Langs

der Carioca”.

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Os cartões estrangeiros do Rio

Não só os editores nacionais publicaram cartões sobre o Rio. Abaixo, um cartão francês mostrando a Rua 1º de março e um cartão suíço, mostrando o prédio do Ministério da Agricultura.

Cartão francês

emitido pela Edition

de la Mission de

Propagande , Paris,

mostrando um trecho

especial da Rua 1º de

março, onde existiam

a confeitaria

Carceller, a

confeitaria Francioni,

o Cercle du

Commerce, onde reza

a lenda forma feitos

os primeiros sorvetes

no Rio, em 1834, e

por fim o famoso

hotel e café Globo.

Cartão suíço,

emitido pela casa

editora A. Zoller de

Genebra.

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Eventos famosos do Rio, Império e República O último baile do Império, na Ilha Fiscal, reza a lenda, teve um episódio curioso. D. Pedro, ao chegar

ao salão tropeçou e exclamou: “O Imperador tropeçou, mas a Monarquia não caiu...” Mal sabia ele que pouco tempo depois cairia a monarquia brasileira. Entre os dias 28 de janeiro e 15 de novembro de 1908, ocorreu uma grande exibição de bens naturais e produtos manufaturados, chamada Exposição Nacional, com a justificativa de celebrar o centenário da Abertura dos Portos (1808). Seu objetivo, porém, era o de apresentar a nova Capital da República - urbanizada pelo Prefeito Pereira Passos e saneada por Oswaldo Cruz.

Vista da Ilha Fiscal.

Curiosidade deste

cartão é que o texto

indica uma

solicitação de troca

de cartões postais,

com a gentileza

característica de

época.

Vista da ponte e do

pavilhão de entrada

da Exposição

Nacional de 1908.

Tanto este cartão

quanto o acima são

de edição de A.

Ribeiro.

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O Relevo do Rio

Os dois pontos do relevo do Rio de Janeiro que sempre foram objeto de admiração não só pelos cariocas, mas também por todos os visitantes, são o Corcovado e o Pão de Açúcar. Os cartões abaixo são ambos do editor A. Ribeiro.

Inaugurado em 1912,

projeto do engenheiro

Augusto Ferreira

Ramos o caminho aéreo

do Pão de Açúcar foi o

3º no mundo. Quando o

bondinho foi

construído, só

existiam dois no

mundo: o teleférico de

Monte Ulia, na

Espanha, construído

em 1907 e o

teleférico de

Wetterhorn, na

Suíça, construído em

1908.

O morro do Corcovado tem 710 m de altura

e aqui aparece ainda sem a estátua do Cristo

Redentor, inaugurada somente em 1931 e

eleita recentemente como uma das

maravilhas do mundo moderno. Na época

tinha um mirante para observação do Rio de

Janeiro

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Prédios famosos do Rio

Em cartões do editor A. Ribeiro, prédios de arquitetura imponente do Rio de Janeiro. Inspirados em arquitetura européia, embelezaram a Cidade Maravilhosa enquanto existiram. Alguns permanecem até hoje e são visitados e admirados por todos quantos passam pelo Rio.

A escola

Rodrigues Alves

e o Palácio do

Governo, em

1908. Cartão de

A. Ribeiro.

A Escola Nacional

de Belas Artes.

Um dos mais

bonitos prédios

do Rio de

Janeiro. Também

cartão de A.

Ribeiro.

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Prédios famosos do Rio

A arquitetura brasileira tambem contribuiu para a criação dos mais bonitos prédios do Rio. Um deles, infelizmente, não existe mais. O Palácio Monroe assombrou o mundo pelo projeto de sua construção e no Brasil foi jogado ao chão por motivos, no mínimo, irrelevantes e inconsistentes.

Projetado como o

Pavilhão do Brasil na

Exposição Universal de

Saint Louis, nos U.S.A.,

em 1904, devendo ser

desmontado e

remontado no Brasil. O

arquiteto e engenheiro

militar, Coronel

Francisco Marcelino de

Sousa Aguiar, concebeu

uma estrutura metálica

capaz de ser

totalmente

desmontada, erguendo-

a, como previsto, em

Saint Louis. O Pavilhão do Brasil ganhou a

medalha de ouro no

Grande Prêmio Mundial de Arquitetura.

Projeto de Francisco de

Oliveira Passos (filho do

então prefeito, Francisco

Pereira Passos), que

contou com a colaboração

do francês Albert

Guilbert, com um desenho

inspirado na Ópera de

Paris, de Charles Garnier.

O edifício foi iniciado em

1905 sobre um alicerce

de mil e seiscentas

estacas de madeira

fincadas no lençol

freático, e inaugurado a

14 de julho de 1909.

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Ruas tranquilas do Rio

Mesmo sendo a metrópole da época, no centro do Rio de Janeiro a vida corria no máximo na velocidade dos burros que puxavam o transporte coletivo. Na maioria das ruas somente passeios a pé. Os cartões abaixo são ambos do editor A. Ribeiro.

Na rua da Bolsa do Rio de Janeiro, no

máximo os bondes puxados a burro.

Praticamente só se andava a pé no

centro do Rio.

A rua Uruguaiana, grande centro

comercial da época, somente com

transeuntes a pé.

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Dias de festa

O povo acorria em massa para prestigiar as festividades nas ruas do Rio. As paradas militares eram grande atração popular na época.

Festa militar na

Praça Tiradentes,

vendo-se à direita o

que parecem ser

marinheiros em

forma. O editor

desse cartão foi a

Gráfica Botelho.

Parada militar na Avenida Central atraia

grande número de pessoas para apreciar os

equipamentos bélicos, em sua maioria

canhões de pequeno alcance.

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Praia de Copacabana e Botafogo

Praticamente todos os bairros do Rio têm prédios que os identificam e estão definitivamente associados com os bairros. Assim é com Copacabana e com Botafogo, dois dos mais tradicionais bairros da Cidade Maravilhosa.

O Copacabana Palace

foi construído pelo

empresário Octávio

Guinle e Francisco

Castro Silva entre 1919

e 1923, atendendo a

uma solicitação do

então presidente

Epitácio Pessoa (1919-

1922), que desejava um

grande hotel de turismo

na então capital do país.

Símbolo de Botafogo, o

prédio do Mourisco foi

uma biblioteca e centro

de artes, ficando

depois abandonado por

vários anos para ser

totalmente demolido

em 1952, durante a

construção do Túnel do

Pasmado

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Estátuas do Rio de Janeiro

Como toda grande metrópole, o Rio tem estátuas espalhadas por toda a cidade. Desde personalidades da nossa História até curiosidades como Manequinho, ornamentam as praças do Rio.

Estátua de D. Pedro I, Obra do

escultor francês Louis Rochet, baseada

em desenho de João Maximiano Mafra,

foi fundida para as comemorações da

Independência do Brasil. Foi inaugurada

em 1862, com um concerto público, do

qual participaram 600 músicos, sob a

regência do maestro Francisco Manuel

da Silva, durante o qual foi tocado o

Hino da Independência, de autoria do

próprio Pedro I do Brasil.

Manequinho é a estátua que está situada em

frente a sede do Botafogo de Futebol e

Regatas. Rrepresenta um menino urinando e

é uma réplica da estátua Manneken Pis, que

enfeita a praça de Bruxelas, na Bélgica. Com

1 m de altura, a estátua foi esculpida em

1908, por Belmiro de Almeida, e foi instalada

na praça Marechal Floriano, até 1927,

quando foi transferida, por ser considerada

uma afronta aos bons costumes, para a praia

de Botafogo, próximo a sede do Mourisco.