o reino de kush1 ano

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O Reino de Kush A Núbia era uma região desértica cortada pelo Rio Nilo, localizada entre a 1ª e a 6ª catarata desse rio, ao sul do Egito e a norte do atual Sudão. Na Antiguidade, foi onde floresceu a mais antiga civilização negra da África. Por volta do século IX a.C., se instalou na região um Estado centralizado, o Reino de Kush , que recebia influências do Egito, desde a escrita hieroglífica à organização social e política. Napata e Meroé foram as principais cidades núbias. Por volta de 770 a.C., os cuxitas dominaram o Egito, fundando a dinastia dos faraós negros. Os faraós cuxitas tinham o costume de usar uma coroa com duas serpentes, que simbolizava o poder sobre dois reinos: Egito e Kush. Quando, em 657 a.C., o Egito foi invadido pelos assírios, os cuxitas foram obrigados a retornar para Napata que, por sua vez, foi invadida também pelos assírios, em 591 a.C., o que obrigou o Reino de Kush a se concentrar em Meroé, construindo uma nova fase da história cuxita, mais isolados do Egito, o período meroítico. Meroé também era um importante centro comercial e, em pouco tempo, se tornou um grande centro produtor de objetos de ferro do continente africano. Nesse período, os cuxitas desenvolveram escrita própria, a meroíta, formada de 23 caracteres, escritos da esquerda para a direita, com as palavras separadas entre si por dois ou três pontos. O Reino de Kush começou a entrar em decadência nos primeiros séculos da Era Cristã, segundo os historiadores, por problemas causados pelo corte indiscriminado de árvores para alimentar os fornos de fundição de ferro. No século IV a.C., o território de Kush foi invadido e conquistado pelo Reino de Axum. Reino de Axum Os primeiros habitantes que chegaram à região (hoje ocupada por países como Somália, Etiópia, Eritreia e Djibuti) vieram do sul da península Arábica, por volta do século VII a.C. O intenso comércio na região possibilitou que a população local entrasse em contato com a escrita e que suas aldeias se desenvolvessem e se tornassem cidades, dentre as quais podemos destacar Axum e Adúlis.

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REINOS AFRICANOS

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Page 1: O Reino de Kush1 Ano

O Reino de Kush A Núbia era uma região desértica cortada pelo Rio Nilo, localizada

entre a 1ª e a 6ª catarata desse rio, ao sul do Egito e a norte do atual Sudão.

Na Antiguidade, foi onde floresceu a mais antiga civilização negra da África.

Por volta do século IX a.C., se instalou na região um Estado centralizado, o Reino de Kush, que recebia influências do Egito, desde a escrita hieroglífica à organização social e política. Napata e Meroé foram as principais cidades núbias.

Por volta de 770 a.C., os cuxitas dominaram o Egito, fundando a

dinastia dos faraós negros. Os faraós cuxitas tinham o costume de

usar uma coroa com duas serpentes, que simbolizava o poder sobre dois reinos: Egito e Kush.

Quando, em 657 a.C., o Egito foi invadido pelos assírios, os cuxitas foram obrigados a retornar para Napata que, por sua vez, foi invadida também pelos assírios, em 591 a.C., o que obrigou o Reino de Kush a se concentrar em Meroé, construindo uma nova fase da história cuxita, mais isolados do Egito, o período meroítico.

Meroé também era um importante centro comercial e, em pouco tempo, se tornou um grande centro produtor de objetos de ferro do continente africano.

Nesse período, os cuxitas desenvolveram escrita própria, a meroíta, formada de 23 caracteres, escritos da esquerda para a direita, com as palavras separadas entre si por dois ou três pontos.

O Reino de Kush começou a entrar em decadência nos primeiros séculos da Era Cristã, segundo os historiadores, por problemas causados pelo corte indiscriminado de árvores para alimentar os fornos de fundição de ferro.

No século IV a.C., o território de Kush foi invadido e conquistado pelo Reino de Axum.

Reino de Axum Os primeiros habitantes que chegaram à região (hoje

ocupada por países como Somália, Etiópia, Eritreia e Djibuti) vieram do sul da península Arábica, por volta do século VII a.C.

O intenso comércio na região possibilitou que a população local entrasse em contato com a escrita e que suas aldeias se desenvolvessem e se tornassem cidades, dentre as quais podemos destacar Axum e Adúlis.

No século II a.C., Adúlis tinha um dos portos mais movimentados do mar Vermelho, enquanto Axum, localizada no interior, se consolidava como um importante centro comercial.

A rica atividade comercial axumita possibilitou que sua civilização se expandisse, dominando territórios da península Arábica e do Reino de Kush, além de outras áreas vizinhas.

Até a metade do século IV, a população axumita era politeísta, porém, com a conversão do rei Ezana ao cristianismo, o Reino de Axum se tornou o primeiro reino cristão do continente africano – ainda hoje a Etiópia é um país cristão.

O território de Axum foi invadido e dominado pelos muçulmanos no século VII.

REINO DE GARAMANTES Garamantes eram descendentes dos povos nômades habitantes do

deserto. Entre os séculos v.a.c e v.d.c, eles formaram um importante reino no deserto do saará. Os garamantes possuíam um desenvolvido sistema de irrigação subterrânea dominado folgara. Esse sistema permitiu o florescimento da agricultura e da criação de animais em pleno deserto. Excelentes agricultores, engenheiros

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e mercadores, os garamantes produziam e vendiam principalmente uvas, figos, cevada e trigo, além de praticar o comércio de escravos.