o regresso de hermes à galáxia comunicacional:plataformas de gestão de ensino e aprendizagem...
DESCRIPTION
Plataforma MoodleTRANSCRIPT
Doutoramento em Ciências de Educação Unidade curricular de Tecnologias, Redes e Multimédia em Educação e Formação Docente responsável Professor Doutor João Correia de Freitas
Índice
Introdução .................................................................................................................................... 2
1. A mediação e os ambientes virtuais de aprendizagem ................................................ 3
1.1. Ensinar e aprender on-line ........................................................................................ 3
2. Plataformas de gestão de ensino e aprendizagem on-line: A filosofia educacional
do Moodle – potencialidades e constrangimentos ................................................................ 4
2.1. Construtivismo, construcionismo, aprendizagem colaborativa e cooperativa .. 4
2.2. Ler e escrever como ferramentas da Internet ........................................................ 8
2.2.1. Ler para aprender ............................................................................................... 8
2.2.2. Escrever para aprender ..................................................................................... 9
3. Plataforma Moodle em Portugal ..................................................................................... 10
3.1. Projeto de disseminação ......................................................................................... 10
4. Estudo de Caso ................................................................................................................ 11
4.1. Professor administrador da Plataforma Moodle de uma escola agrupada: Que
estratégias de implementação? ......................................................................................... 11
Considerações finais ................................................................................................................ 14
Referências ............................................................................................................................... 15
Anexo ......................................................................................................................................... 17
O regresso de Hermes à galáxia comunicacional: Plataformas de Gestão de Ensino e Aprendizagem On-line (PGEAO): Moodle Janeiro de 2012 Palavras-chave: Plataforma
Moodle, construcionismo, construtivismo, aprendizagem colaborativa e cooperativa, interação, e-learning
Resumo
Pretende-se fazer uma reflexão sobre o Moodle, como plataforma gestão de
ensino e aprendizagem on-line, sob a qual recai a promessa de se revelar
fomentadora da ampliação de caminhos que nos direcionem para um ensino
mais flexível, no qual seja possível ultrapassar as barreiras do espaço e do
tempo, bem como atender a diferentes aprendizes, respeitando as suas
necessidades, ritmos e particularidades. Torna-se necessário apresentar uma
visão geral da plataforma, discutir a sua fundamentação teórica, utilidade
pedagógica, potencialidades e constrangimentos.
Termina-se com um estudo de caso, visto na perspetiva do administrador da
Plataforma Moodle de uma escola agrupada, das expetativas criadas e dos
resultados obtidos ao nível da adesão da comunidade educativa e
potencialidades exploradas e por explorar da referida plataforma.
O regresso de Hermes à galáxia comunicacional - Plataformas de Gestão de Ensino e Aprendizagem On-line: Moodle 2
Introdução
Hermes é, sem dúvida, um dos deuses que melhor centraliza a reflexão e o paradigma
da cultura contemporânea, comummente designada como era da informação ou do
conhecimento, ainda que, autores conceituados como Castells não concordem com
esta terminologia, justificando (Castells & Cardoso, 2005):
Não porque conhecimento e informação não sejam centrais na nossa sociedade. Mas
porque eles sempre o foram, em todas as sociedades historicamente conhecidas. O
que é novo é o facto de serem de base microeletrónica, através de redes tecnológicas
que fornecem novas capacidades a uma velha forma de organização social: as redes.
(p.17).
Sempre que inventámos um novo meio significativo de comunicação reconstruímos
parcialmente a nossa identidade e a sua relação com o mundo, criando novas
oportunidades para o pensamento, a perceção e a experiência social: a cultura é
tecnocultura.
Segundo Erik Davis (2002), Hermes pode ser visto como o símbolo arcaico da era da
informação: “Hermes personifica o mito da idade da informação não apenas porque é
o senhor das comunicações mas porque também é um perito em techne, a palavra
grega que significa a arte da astúcia.” (p.33).
A escrita é uma máquina. Os seres humanos inventaram, ao longo de várias eras,
sistemas muito diferentes para codificar visualmente a linguagem e o pensamento e a
história material da escrita é totalmente tecnológica.
Segundo Sócrates, Toth propôs ao rei Thamus uma techne, a escrita. O rei Thamus
decidiu que os seus súbditos ficariam melhor sem o conhecimento de tal
transformação. Temeu que a escrita destruísse a memória, desfavorecesse o contexto
oral da aprendizagem e que permitisse que o conhecimento ficasse acessível a
indivíduos sem preparação. Da mesma forma, as novas tecnologias encontraram
resistência, ainda que, sob pena de o sistema educativo entrar em rutura com o
pensamento humano, se tenham assumido como uma nova forma de codificação da
razão humana e tornado imprescindíveis nos campos teóricos da educação e nas
práticas sociais e culturais.
Os sistemas interativos de comunicação passaram a integrar, na sua base
tecnológica, as teorias da aprendizagem e abordagens pedagógicas e didáticas. Cabe
ao professor do século XXI decidir quais as ferramentas a utilizar. Descentralizada que
está a questão sobre a tecnologia em si, esta decisão deve ser fruto de uma gestão
entre um modelo pedagógico e didático, conteúdos a lecionar, contexto educativo,
oferta de vários recursos e métodos e as necessidades educativas e formativas dos
estudantes. Como nos diz Papert (2001):
Paula Alexandra Monteiro dos Santos e Sousa Campos – 5438 3
The pencil is deeply embedded in our way of life and thinking from childhood, so it
becomes a deep and integral part in the way we think and the way we do everything. I
believe that it is absolutely certain, and I invite you to believe that it is sufficiently
possible to be taken seriously, that digital technologies will have as important and
deep a role as writing, the pencil and paper have had. (para.2).
1. A mediação e os ambientes virtuais de aprendizagem
1.1. Ensinar e aprender on-line
No século XXI já não é aceitável a conceção mecanicista do ensino, de professores
passivos, cuja função é de mera transmissão de saberes. Cada vez mais os alunos
chegam às escolas com perfis e níveis de conhecimento diferentes, pois a escola não
é já a única fonte de saber. Há portanto que estabelecer um outro modelo de diálogo
entre o professor, o aluno e o saber.
A forma de aceder à informação e ao conhecimento, aliada ao facto de os
computadores permitirem um ambiente interativo, faculta novos ambientes de
aprendizagem e a disponibilização de novos serviços educativos. As tecnologias de
ensino-aprendizagem, veiculadas através da Internet, permitem a construção de
plataformas pedagógicas interativas. Estas, através de estratégias de participação
colaborativa e interativa, constituem espaços educativos flexíveis, que permitem o
apoio pedagógico on-line, colmatando o isolamento do estudante através do
desenvolvimento de comunicação síncrona ou assíncrona. A inserção de vídeo, som,
imagens e textos, saberes e conhecimentos compartilhados em rede por todo o
mundo, permite uma dinâmica relacional que os estudantes vão desenvolvendo numa
nova realidade espacial e temporal.
Os modelos de ensino-aprendizagem viabilizados através de ambientes de
aprendizagem são muito mais do que aquilo que as tecnologias possibilitam, dado que
representam uma completa modificação do modelo pedagógico de ensinar e de
aprender. Um processo dinâmico de aprendizagem implica que as diversas atividades
sejam desenvolvidas pelo aluno através da observação, da experiência, das
interações com o professor e da partilha e colaboração com os seus pares.
A transformação que se quer ver implementada no sistema de ensino aprendizagem,
através do uso das tecnologias, ou melhor, dos sistemas interativos de comunicação,
recorre, forçosamente, a uma atitude relacional, na qual professores e alunos agem
ativamente, em interação constante, envolvendo-se em estratégias de aprendizagem
pessoais e de grupo, gerindo e criando motivações, ajudando os alunos a refletir.
O regresso de Hermes à galáxia comunicacional - Plataformas de Gestão de Ensino e Aprendizagem On-line: Moodle 4
Cada modelo deve ser utilizado de acordo com as necessidades e os contextos
individuais, organizacionais e o nível etário e académico dos destinatários. A
construção individual, a interação (social), as situações de partilha, de construção e
desconstrução requerem que o professor assuma a posição de moderador, de agente
de desenvolvimento, de gestor de meios e recursos. Como refere Papert (1980):
In many schools today, the phrase "computer-aided instruction" means making the
computer teach the child. One might say the computer is being used to program the
child. In my vision, the child programs the computer and, in doing so, both acquires a
sense of mastery over a piece of the most modern and powerful technology and
establishes an intimate contact with some of the deepest ideas from science, from
mathematics, and from the art of intellectual model building. (p.5).
Associada à transformação do papel do professor vem a transformação do papel do
aluno, de uma atitude passiva para uma posição mais ativa, de recetor do saber para
construtor do seu conhecimento. A organização do trabalho, em sala de aula, de modo
mais interativo, garante um maior envolvimento do grupo turma, seja qual for a
atividade ou conteúdo disciplinar. Fazendo uso das novas oportunidades geradas,
somos capazes de transformar as nossas capacidades de comunicação e alterar os
nossos códigos de vida. Neste sentido, Castells reafirma o que todos os autores são
unânimes em constatar:
É por isso que difundir a Internet ou colocar mais computadores nas escolas, por si
só, não constituem necessariamente grandes mudanças sociais. Isso depende de
onde, por quem e para quê são usadas as tecnologias de comunicação e informação.
O que nós sabemos é que esse paradigma tecnológico tem capacidades de
performance superiores em relação aos anteriores sistemas tecnológicos. Mas para
saber utilizá-lo no melhor do seu potencial, e de acordo com os projetos e as
decisões de cada sociedade, precisamos de conhecer a dinâmica, os
constrangimentos e as possibilidades desta nova estrutura social que lhe está
associada: a sociedade em rede.(p.19). (Castells & Cardoso, 2005)
2. Plataformas de gestão de ensino e aprendizagem on-line: A filosofia
educacional do Moodle – potencialidades e constrangimentos
2.1. Construtivismo, construcionismo, aprendizagem colaborativa e
cooperativa
O Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment) consiste numa
plataforma de gestão de cursos, de acesso gratuito, desenvolvida nos anos 90, por
Martin Dougiamas com o objetivo de ajudar os professores a criar cursos on-line,
Paula Alexandra Monteiro dos Santos e Sousa Campos – 5438 5
centrados na interação e assentes em premissas de construção, colaboração e
partilha dos agentes educativos envolvidos na sua criação e utilização. Martin
Dougiamas desenvolveu o Moodle inspirado na epistemologia sócio-construcionista.
Esse processo ocorre através da negociação de sentidos entre participantes,
compartilhando conhecimento. Dougiamas (1998) concebe o construcionismo como
uma teoria de comunicação. Para ele, o ensino está pautado na sustentação de uma
linguagem e uma forma de comunicação entre professor e alunos e entre alunos.
Para que a aprendizagem seja eficiente, o processo comunicativo entre todos os
envolvidos deve ser refinado. Para tal, os alunos precisam estar ativamente envolvidos
na construção de sentidos, fazendo uso do conhecimento prévio e rejeitando a
acomodação passiva de conhecimento. Sob essa perspetiva, Dougiamas (1999b)
afirma que o Moodle oferece suporte necessário (ampliando os benefícios de
desenvolvimento da compreensão e produção escrita) para estimular múltiplas
situações de comunicação entre os participantes, referindo na introdução:
In my view we need to develop the technologies more, not back away from them.
Technologies are a moving target - they reflect what we want to do with them. The
often-specialised developments in computer science and information systems can
have wider applications than originally intended. These applications can be guided by
referents of meaning making such as constructivism (Dougiamas, 1998) to help us
focus on what we are really trying to do with education. I feel there is unrealised
potential for increasing the tool sets available to teacher and learner to increase the
flexibility of their interactions and favour the advantages of Internet-based education
while minimising the problems. (para.6)
O princípio que orienta o trabalho exercido em PGEAO, quer colaborativo quer
cooperativo, é o de construção do saber. Deixa de fazer sentido o processo de
transmissão/ exposição unilateral, para ser o grupo de trabalho o responsável por
construir o seu entendimento, traçar as suas conjeturas, apontar as suas conclusões,
assumindo o professor um papel de mediador das aprendizagens:
At any time, both the teacher and student can access all these student fragments, and
they provide valuable information that can be reused in a number of ways. For the
student, the entries as a whole represent a personal "journal" of their experiences
throughout the course, and can be used later in constructing representations of their
knowledge (such as an essay) in much the same way as the teacher constructed the
original course materials. For the teacher, the entries can be used to check on the
progress of a particular student, or combined across a whole class so they can
analyse the reactions of a class to any particular concept. This may cause the teacher
to update the content, contact individual students, or raise the issue as a topic of
discussion in an online forum. (Dougiamas, 1999b)
O regresso de Hermes à galáxia comunicacional - Plataformas de Gestão de Ensino e Aprendizagem On-line: Moodle 6
Existe uma identificação com as premissas da epistemologia construtivista, a qual
reporta à obra de Jean Piaget, no contexto teórico dos processos cognitivos, tendo
teorizado a hipótese de que não existem estruturas cognitivas inatas, sendo estas
construídas pelo sujeito, no decorrer das suas interações com o meio.
Ainda que esta discussão não tenha aqui lugar, seguindo a proposta de Arendt
(2003), as abordagens contemporâneas da Psicologia, o Construcionismo e o
Construtivismo, a primeira proveniente da Psicologia Social, a segunda da Psicologia
do Desenvolvimento, apesar de aparentemente incompatíveis - o Construcionismo
procura dar conta das construções que os indivíduos elaboram coletivamente,
enquanto o Construtivismo busca dar conta da construção das estruturas cognitivas
que o indivíduo elabora no decorrer do seu desenvolvimento -, não devem ser vistos
como modelos dissociáveis, sendo possível uma integração de ambos, procurando
fugir ao desequilíbrio típico das teorizações na Psicologia Social que, tradicionalmente,
sempre colocou ênfase ou no indivíduo ou no contexto nos seus modelos teóricos.
Também os conceitos - colaborativo e cooperativo - têm originado argumentações
diversas. Contudo, estas duas abordagens distinguem-se, julgamos nós, no modo
como é desenvolvida a tarefa. No trabalho cooperativo existe um objetivo final para o
qual os diferentes intervenientes participam de um modo individual. Relativamente ao
trabalho colaborativo, ele é realizado por todos, em constante partilha, diálogo e
negociação representando uma grande mudança relativamente ao ensino centrado no
professor. Na prática, perante uma tarefa que exija um coletivo, os alunos rapidamente
delegam responsabilidades e facilmente transformam a realização do trabalho num
processo cooperativo, ainda que as diversas ferramentas disponíveis na plataforma
para comunicação e partilha, permitam uma colaboração entre os participantes.
A Plataforma Moodle, bem como outros ambientes de aprendizagem, são meios onde
professores e alunos podem criar, construir e desenvolver novos saberes, a diferença
é que os primeiros devem estar melhor equipados para refletir sobre situações
complexas.
Vários pensadores da educação consideram que, através do uso das tecnologias
podemos transformar o modo como aprendemos e ensinamos, como afirma William
Mitchell (2005), o sucesso da sociedade da informação e a existência de
oportunidades iguais na sociedade do bem-estar são, eventualmente, baseadas num
sistema de formação e educação inclusiva e de elevada qualidade. Na sociedade da
informação, onde a aprendizagem ocorre durante o período de vida, as escolas não
deveriam apenas distribuir informação, mas promover o desenvolvimento de
competências sociais, ajudando os alunos a auto-realizarem-se, identificando os seus
Paula Alexandra Monteiro dos Santos e Sousa Campos – 5438 7
talentos e paixões criativas. Além disto, o desafio à aprendizagem na sociedade da
informação, requer que as pessoas aprendam a aprender — e que se tornem capazes
de identificar problemas, gerar ideias, ser autocríticos, resolver problemas e trabalhar
com outras pessoas.
Quando o ensino-aprendizagem on-line utiliza ambientes e conteúdos estruturados de
acordo com as teorias construtivistas e construcionistas permite uma interatividade
entre professor-aluno, uma aprendizagem colaborativa e cooperativa entre alunos,
promove uma reflexão e uma experiência que outros tipos de aprendizagem a
distância não possibilitam. A construção do conhecimento é um processo gradual de
apropriação que implica toda uma atividade mental, é um trabalho em permanente
elaboração, como defendem os seguidores do construcionismo social. Diz-nos Gergen
(1985):
Social constructionist inquiry is principally concerned with explicating the processes by
which people come to describe, explain, or otherwise account for the world (including
themselves) in which they live. It attempts to articulate common forms of
understanding as they now exist, as they have existed in prior historical periods, and
as they might exist should creative attention be so directed.(p.266) (Gergen K. , 1985)
Com algumas pequenas variações terminológicas, mas com orientações semelhantes,
os autores que investigam a relação pedagógica professor/ aluno são unânimes em
afirmar que o modelo centrado sobre a inserção social do indivíduo que aprende é o
mais eficaz.
O construtivismo centra o aluno no processo de ensino-aprendizagem, torna-o
responsável pela aprendizagem e pelo seu desenvolvimento cognitivo. Nesta área, ele
constrói o seu saber através de atividades cognitivas que vai explorando, é o processo
piagetiano de assimilação-acomodação. Mas isto é insuficiente, ele precisa de um
mediador que o ajude a ir mais longe. É esta interação sócio-construtivista de
Vygotsky, que permite ao aprendente desenvolver métodos e modalidades cognitivas,
fatores determinantes no seu desenvolvimento. Através da mediação com os outros,
que o ajudam a melhor utilizar o conhecimento, ele irá dar capital importância às
questões relacionadas com os problemas levantados pela necessidade de aprender a
aprender - campo privilegiado da metacognição.
É baseado nesse modelo social de aprendizagem, centrado no aluno, que a interface
do Moodle foi desenhada. A adoção dessa teoria de aprendizagem permitiu que o
Moodle, ao focalizar a aprendizagem, se diferenciasse das restantes PGEAO, como
referem Dougiamas e Taylor (2003):
In this project we applied theoretical perspetives such as "social constructionism" and
"connected knowing" to the analysis of our own online classes as well as the growing
O regresso de Hermes à galáxia comunicacional - Plataformas de Gestão de Ensino e Aprendizagem On-line: Moodle 8
learning community of other Moodle users. We used the mode of participatory action
research, including techniques such as case studies, ethnography, learning
environment surveys and design methodologies. (para.1)
Outros fatores como navegabilidade, design e interatividade também contribuíram para
o sucesso do Moodle. As páginas têm um formato simples e sóbrio, com poucos
gráficos, permitindo que os alunos se centrem mais no conteúdo do que na
apresentação das páginas em si. Na perspetiva do professor, a facilidade de edição de
conteúdo e de análise do perfil de cada aluno e da turma são características que
favorecem esta Plataforma em relação a outras similares.
De acordo com Dougiamas (2003), a maior questão que se coloca é: como pode o
software disponível na Internet suportar com sucesso as epistemologias do
construcionismo social relativas ao ensino e à aprendizagem? Ou seja, de que forma
as estruturas da Web e as suas interfaces podem estimular um diálogo reflexivo nas
comunidades de aprendentes, levando-os a ler e refletir de forma crítica e escrever de
forma construtiva, utilizando as suas experiências pessoais?
2.2. Ler e escrever como ferramentas da Internet
Com a rápida propagação da Internet e a globalização do conhecimento à escala
internacional, o texto passou a ser usado como algo que se envia e recebe o que, na
opinião de Douguiamas (1999a), possui dois efeitos negativos: primeiro, pode
restringir o acesso à educação a alunos e professores que não possuam equipamento
informático que lhes permita o acesso efetivo ao conhecimento; segundo, e ainda mais
preocupante, esta tendência pode promover a ideia tradicional da educação centrada
na transferência da informação do professor para o aluno, como se o conhecimento
pudesse ser empacotado e enviado e não construído pelo próprio aluno, orientado
pelo professor. Esta ideia é contrária às teorias do construtivismo, vistas como mais
eficazes para a aprendizagem, uma vez que exigem mais do que a assimilação
passiva dos conteúdos, procurando que os materiais sejam trabalhados de forma
reflexiva e interativa, sendo a relação entre professor e aluno essencial neste
processo. Desta forma, a atividade da escrita é essencial para a aprendizagem na
Internet, sobretudo quando combinada com a atividade da leitura.
2.2.1. Ler para aprender
Para interiorizar conceitos, os alunos devem ser integrados na sua conceptualização
de forma ativa, sendo necessário combinar atividades de leitura com estratégias de
leitura que suportem um processo interativo de aprendizagem mediada e orientada.
Paula Alexandra Monteiro dos Santos e Sousa Campos – 5438 9
As atividades de leitura envolvem a leitura de textos variados, quer na sua tipologia
quer na sua conceção e apresentação, sendo o espírito crítico é essencial para a
literacia científica, sobretudo na Internet, onde a informação é diversa e fácil de
aceder. Este constitui um dos maiores desafios aos professores e à escola de hoje.
Para a aquisição desta literacia do hipermédia, a vantagem da Internet é que a
estrutura e os links entre os textos (hipertexto) funcionam como orientadores da
leitura. A pesquisa dos vários argumentos acerca de um determinado tema estão
disponíveis através dos motores de busca e dos novos repositórios científicos de
acesso livre; o contexto de uma determinada informação pode ser procurado no
próprio site onde foi efetuada a pesquisa, seguindo os links do hipertexto e as
referências, investigando o seu autor, lendo os comentários deixados por outros
leitores ou as estatísticas de acesso de um documento específico. A grande
desvantagem é o excesso de informação que proporciona a dispersão do leitor,
deixando-o perdido entre as leituras que se acumulam e dificultam a orientação focada
necessária à aprendizagem.
2.2.2. Escrever para aprender
Está provado que os estudantes que usam a escrita na sua aprendizagem retêm
melhor os conceitos. A escrita estimula a interligação entre conceitos e permite
aprender a integrar as informações mais relevantes. Diagramas, listas
hierarquicamente organizadas e nas quais os conceitos se encontram interligados,
disponíveis em muitos sites da Web, ajudam a criar e reorganizar uma estrutura
esquemática entre conceitos e a fornecer essa estrutura a outros.
Para serem bem-sucedidas as atividades de escrita devem ser autênticas. Apropriar-
se destas técnicas permite ao estudante aceder ao seu processo de pensamento:
descoberta, organização, síntese e transmissão de conhecimento.
O Moodle serve este objetivo. Esta plataforma implementa formas estruturadas de
atividades de leitura e de escrita, favorecendo a sua utilização guiada e frequente, com
a intenção de maximizar os benefícios da escrita e da leitura na aprendizagem. Cada
curso do Moodle tem à sua disposição um número variado de recursos e atividades,
escritas e concebidas pelo professor para guiar as atividades dos seus participantes.
Nesta estrutura hierárquica, cada item incide num determinado conteúdo, que se
desenvolve numa atividade de leitura e numa atividade de escrita que corresponde à
leitura efetuada. A atividade de leitura suporta todo o processo ativo de aprendizagem
orientada. A resposta escrita promove a construção de ligações entre conceitos e a
construção de saber.
O regresso de Hermes à galáxia comunicacional - Plataformas de Gestão de Ensino e Aprendizagem On-line: Moodle 10
O professor pode facilmente acrescentar ou modificar os recursos disponibilizados,
sendo que esta interação constante com os participantes do curso através da escrita,
permite um conjunto dinâmico de evidências sobre as quais o professor pode refletir,
analisar, reformular, sendo esta possibilidade muito importante na perspetiva
construtivista. Num curso de Moodle, o professor pode monitorizar os resultados das
atividades individuais de cada participante; estimular e orientar discussões, através
dos Fóruns, quer de forma síncrona quer assíncrona; esclarecer dúvidas dos
estudantes; envolver o aluno na sua própria avaliação, numa perspetiva formativa;
reescrever ou alargar os conteúdos através do feedback dos alunos. Esta
interatividade entre alunos e professor e entre pares pode ser realizada em privado ou
publicamente.
Um ambiente que promova a leitura e a escrita pode encorajar os participantes a ser
mais reflexivos, mais ativos, promovendo respostas escritas de vários tipos. Esta
promoção potencia poderosos benefícios a alunos e professores.
3. Plataforma Moodle em Portugal
3.1. Projeto de disseminação
Com a plataforma Moodle da CRIE (a Equipa de Missão Computadores, Redes e
Internet na Escola, do Ministério da Educação) deu-se início a um projeto de
disseminação desta plataforma por todo o ensino básico e secundário, tendo-se
investido na formação contínua de professores nesta área, através dos Centros de
Formação, também estreitamente envolvidos no projeto.
Com o projeto moodle-edu-pt, pretendia-se lançar um movimento de potenciação do
ensino e aprendizagem on-line por todos os atores do ensino básico e secundário,
através da apropriação generalizada da plataforma Moodle.
Este projeto apresentava quatro fases, sobreponíveis de forma diferenciada consoante
a maior ou menor integração do Moodle no funcionamento da escola, num movimento
de irradiação, que se iniciou em julho de 2005, com a criação do moodle.crie que
apresentou o sistema aos parceiros e à comunidade educativa e terminou em 2007,
com a disponibilização de um serviço Moodle para cada escola interessada, a cargo
da FCCN - Fundação para a Computação Científica Nacional.
Ficou assim à disposição das escolas portuguesas um ambiente digital de trabalho,
potencialmente capaz de sustentar a criação de campus virtuais nas escolas do ensino
básico e secundário, em articulação com o objetivo do Programa Ligar Portugal.
Como resultado, esperava-se que a crescente comunidade de utilizadores educativos
Paula Alexandra Monteiro dos Santos e Sousa Campos – 5438 11
portugueses atingisse a massa crítica necessária para que a sua utilização pudesse
ser explorada colaborativamente e usada de forma enriquecedora em situações de
ensino e de aprendizagem, tanto nas aulas do ensino básico e secundário, como em
ações de formação formal ou informal, em projetos, grupos de trabalho, ou na sua
dimensão de trabalho presencial e a distância.
Abandonado o projeto em 2007, algumas unidades de ensino deixaram de utilizar a
plataforma. Contudo, a maioria das escolas, ainda que pouco preparadas para o
efeito, disponibilizaram-na no seu servidor, nomeando professores responsáveis pela
sua administração.
4. Estudo de Caso
4.1. Professor administrador da Plataforma Moodle de uma escola
agrupada: Que estratégias de implementação?
No ano letivo de 2006.2007, como elemento pertencente à equipa TIC do
agrupamento no qual leciono, e tendo tido o meu primeiro contacto com o Moodle
numa ação de formação contínua de professores, na qual a plataforma era utilizada
como instrumento de trabalho e de avaliação, fui convidada pelo Presidente do
Conselho Executivo para administrar o Moodle do agrupamento.
Em 2007 a plataforma adquiria uma estrutura por mim delineada e aprovada em
Conselho Pedagógico, tendo sido dada formação interna no final desse ano letivo:
quatro turmas de 20 professores tomaram contacto com a plataforma pela primeira
vez, o que revela a curiosidade que o Moodle despertava.
No início do ano letivo 2007.2008, organizou-se mais uma formação interna, incidindo
em software livre como o Hotpotatoes, para que os professores constituíssem as suas
disciplinas com atividades que exigissem interação e não fossem apenas um
repositório de informação acumulada sem qualquer estímulo para os alunos.
No final desse ano letivo fui nomeada subdiretora do agrupamento, continuando, no
entanto, a pertencer à equipa PTE e a manter a responsabilidade da administração
Moodle. Alarguei a equipa de colaboradores a todas as escolas do agrupamento e a
todos os níveis de escolaridade. Cada escola possui um colaborador que presta
auxílio aos seus pares, determinando um tempo do seu horário para que esse trabalho
de equipa seja realizado. Na escola-sede são disponibilizadas horas dos elementos da
equipa PTE para auxiliar os professores e demais elementos da comunidade
educativa que pretendam administrar uma disciplina na plataforma. Em cada grupo
disciplinar foi também pedido um colaborador, existindo em alguns casos mais do que
um por disciplina (2º e 3º ciclo). No final do ano letivo transato, foi dada formação mais
O regresso de Hermes à galáxia comunicacional - Plataformas de Gestão de Ensino e Aprendizagem On-line: Moodle 12
específica aos docentes colaboradores e foram igualmente disponibilizados no Moodle
recursos para esclarecimento de dúvidas acerca do seu funcionamento: tutoriais
variados e software livre de fácil utilização. Após esta formação e de acordo com os
objetivos que constam do Projeto PTE do Agrupamento, quase todas as disciplinas
aceitaram o desafio de disponibilizar materiais, num sistema de partilha interdisciplinar,
transversal e vertical entre ciclos de ensino. Na plataforma Moodle que administro só
pode fechar a disciplina o professor que a construir para uma turma específica que
conste da sua distribuição de serviço, as restantes são livremente acedidas por todos
os alunos, pais e encarregados de educação, professores e outros funcionários do
agrupamento ou elementos externos à instituição. No momento que se seguiu a esta
formação, deu-se um aumento exponencial da procura do Moodle, quer por parte da
equipa de professores, quer por parte dos alunos e das suas famílias. (cf. Anexo)
Este ano letivo, com a alteração do número de horas destinadas à equipa PTE e com
a redução do número de elementos que constituem a direção, não tem sido fácil
manter uma interação tão direta com os professores nem incrementar a sua
motivação. O certo é que, os alunos do 1º ciclo são inscritos, quando não antes, no 4º
ano pela colaboradora de cada escola, chegando ao 5º ano preparados para utilizar a
plataforma com os seus professores.
Ao consultar a plataforma Moodle do agrupamento, em http://www.moodle.aepg.pt,
poderá constatar-se que é, sobretudo, utilizada na perspetiva do trabalho entre alunos
e o seu professor ou trabalho autónomo do aluno. É disponibilizada informação, mas
grande parte das atividades propostas implicam a interação, bem como a colaboração
e a cooperação entre pares.
A plataforma está organizada em várias secções que incluem as áreas curriculares
disciplinares e não disciplinares, os clubes e projetos internos e os projetos de âmbito
ministerial como o Plano Nacional de Leitura, o Português Língua Não Materna, a
Educação para a Saúde e Sexualidade e o próprio Plano Tecnológico da Educação. É
no âmbito das áreas curriculares disciplinares que se regista um maior índice de
atividades que implicam interatividade.
Se ao nível das escolas do agrupamento conseguimos verticalidade e horizontalidade,
o mesmo não acontece entre agrupamentos ou escolas não agrupadas próximas, não
havendo notícia de qualquer intenção de partilha entre agrupamentos ou outros
parceiros educativos, nomeadamente, autarquias, serviços sociais, associação de pais
e encarregados de educação, segurança social, centros de emprego e formação
profissional.
Paula Alexandra Monteiro dos Santos e Sousa Campos – 5438 13
De forma global, constata-se, através de reuniões informais de trabalho, que o impacto
ou os efeitos apontados como decorrentes da utilização da plataforma são
favoravelmente percecionados por parte dos professores, por considerarem que
estimula a promoção de maiores níveis de interação entre professores e alunos e que
constitui um meio facilitador de disponibilização e partilha de informação. Manifestam,
contudo, alguma resistência em considerar intuitiva a sua utilização, o acesso e
alteração de informação e conteúdos, a organização e armazenamento de recursos,
bem como em conseguir potenciar a variedade de funcionalidades/ferramentas
disponíveis.
As limitações no upload de ficheiros e no espaço disponível nos servidores para as
plataformas; o facto de existirem poucos exemplos de boas práticas; as dificuldades
na área da edição das disciplinas, acima mencionadas; a instabilidade da plataforma;
a pouca recetividade e motivação de alguns professores que resistem à sua utilização
constituem as principais limitações a um efetivo e sistemático trabalho com o Moodle.
Aspetos de nível sócio-económico constituem também um constrangimento, sobretudo
num agrupamento que serve uma área extremamente carenciada, na qual a maioria
dos alunos não possui computador e/ou Internet em casa. Da mesma forma,
constatamos uma maior dificuldade em implementar o trabalho Moodle com os alunos
mais novos (sobretudo os do 1º ciclo): o facto de ser necessário um registo que exige
a existência de um endereço eletrónico, assim como a necessidade de memorizar uma
palavra de acesso e nome de utilizador são fatores que dificultam o acesso a estes
alunos.
O Moodle aplicado ao trabalho realizado no âmbito do ensino básico apresenta alguns
constrangimentos que não identificáveis ou tão inibidores no ensino secundário ou
superior. Ainda assim, é tido como uma ferramenta favorável à aquisição,
desenvolvimento e estabelecimento de hábitos regulares de utilização do computador
para a aprendizagem, podendo vir a tornar-se parte da linguagem partilhada do
reportório comum e coletivamente entendido entre professores, alunos e restante
comunidade escolar. Da mesma forma, por se encontrarem todos os elementos
integrados num mesmo espaço, encontram-se estabelecidas as estruturas para formar
redes de apoio e cooperação entre utilizadores.
O regresso de Hermes à galáxia comunicacional - Plataformas de Gestão de Ensino e Aprendizagem On-line: Moodle 14
Considerações finais
O sucesso da atividade colaborativa online depende de vários aspetos de entre os
quais se referem a sua planificação e o acompanhamento das aprendizagens, tendo
como referência a necessidade de se criar um sentimento de comunidade e de
ligação entre os alunos, e entre estes e os professores, procurando o envolvimento
dos principais atores no processo de ensino e aprendizagem na definição e
consecução conjunta dos objetivos de aprendizagem. (Miranda, Morais, & Dias,
2007)
Vimos que a plataforma Moodle pode contribuir para o desenvolvimento de uma
educação flexível de qualidade. Essa flexibilidade está relacionada não apenas com a
facilidade de comunicação impulsionada pelo avanço tecnológico, mas também com o
favorecimento da criação de um ambiente de aprendizagem inclusivo, em que é
possível dar voz aos participantes.
A escola e os professores têm que responder ao desafio de preparar jovens para um
futuro incerto e imprevisível. Pertencentes a uma geração de nativos digitais, estes
jovens precisam aprender a navegar no ciberespaço, a ler no hipertexto, a escrever a
partir das leituras que fazem, de forma crítica e construtiva. O professor não pode
alhear-se desta realidade, precisa de dominar a tecnologia e desenvolver estratégias
para explorar todas as suas potencialidades, pois só desta forma poderá mediar as
aprendizagens dos seus alunos.
O construcionismo afirma-se como uma forma de pensar o próprio conhecimento, uma
referência para a construção de modelos de ensino e aprendizagem como o Moodle.
Constitui-se também como uma teoria da comunicação que implica interação entre o
professor, os alunos e o saber e não apenas a troca de informação. Os alunos devem
ser incentivados a analisar, investigar, colaborar, partilhar, construir e responsabilizar-
se pelo seu próprio conhecimento, gerado a partir do conhecimento já adquirido.
Perante esta filosofia, o professor deve ver-se também como um aprendente e um
investigador, retirando o maior proveito dos ambientes de aprendizagem e das suas
potencialidades, ajustando de forma sistemática as suas práticas, envolvendo os
alunos na sua aprendizagem de forma efetiva.
E Hermes continua a codificar e descodificar o mundo, sem nunca desistir de ser
entendido e entender os homens, seja qual for a técnica usada para se comunicarem.
Paula Alexandra Monteiro dos Santos e Sousa Campos – 5438 15
Referências
Arendt, R. (2003). Construtivismo ou construcionismo? Contribuições deste debate para a
psicologia social. Estudos de Psicologia, 8(1), pp. 5-13.
Brandon, B. (Ed.). (2007). Handbook of e-learnig strategy. The eLearning Guild.
Castells, M., & Cardoso, G. (Edits.). (2005). A Sociedade em rede: Do conhecimento à acção
política. Lisboa: Empresa Nacional - Casa da Moeda.
Davis, E. (2002). Tecnognose: Mito, magia e misticismo na era da informação. Lisboa: Editorial
Notícias.
Dougiamas, M. (1998). A journey into constructivism. Obtido de
http://dougiamas.com/writing/constructivism.html
Dougiamas, M. (1999a). Reading and writing for internet teaching. Obtido de
http://dougiamas.com/writing/readwrite.html
Dougiamas, M. (1999b). Developing tools to foster online educational dialogue. In K. Martin, N.
Stanle, & N. Davison, Teaching in the disciplines/learning in context (pp. 119-123).
Perth: The University of Western Australia.
Dougiamas, M., & Taylor, P. (2002). Interpretive analysis of an internet-based course
constructed using a new courseware tool called Moodle. Obtido de HERDSA 2002
conference: http://www.ecu.edu.au/conferences/herdsa
Dougiamas, M., & Taylor, P. (2003). Moodle: Using learning communities to create an open
source course management system. Obtido de
http://dougiamas.com/writing/edmedia2003/
Gergen, K. (1985). The social constructionist movement in modern psychology. American
Psychologist, 40, pp. 266-275.
Gergen, K. (2011). The self as social construction. Psychol Study, 56(1), pp. 108-116.
Miranda, L., Morais, C., & Dias, P. (2007). Colaboração em ambientes online na resolução de
tarefas de aprendizagem. V Conferência Internacional de Tecnologias de Informação e
Comunicação na Educação, (pp. 576-585).
Mitchell, W. (2005). E-topia: Tecnologias de informação e comunicação e a transformação da
vida humana. In M. Castells, & G. Cardoso, A Sociedade em rede: Do conhecimento à
acção política. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda.
Papert, S. (1980). Mindstorms: Children, computers, and powerful ideas. New York: Basic
Books, Inc., Publishers.
Papert, S. (2001). Why are schools afraid of digital technology? OCDE - Education Policy
Analysis. http://www.elearningeurope.info/directory/.
O regresso de Hermes à galáxia comunicacional - Plataformas de Gestão de Ensino e Aprendizagem On-line: Moodle 16
Pedro, N., Soares, F., Matos, J. F., & Santos, M. (2008). Utilização de plataformas de gestão de
aprendizagem em contexto escolar: Estudo nacional. DGIDC.
Wenger, E. (1998). Communities of practise: Learning as a social system. Systems Thinker, 9(5).
Paula Alexandra Monteiro dos Santos e Sousa Campos – 5438 17
Anexo
ANÁLISE COMPARATIVA 2009-2011- ACESSOS AO PORTAL DO AGRUPAMENTO
Antiga página Web
Durante os últimos 14 meses da existência on-line do antigo site do agrupamento
verificaram-se 48 465 visitas, não havendo forma de realizar a estatística específica
das áreas mais visitadas, de maior interesse e procura dos utilizadores.
Da análise dos valores globais, pode apurar-se uma média aproximada de 3 460
visitas mensais. Dessa última fase (setembro de 2009 a janeiro de 2011) o valor
mensal foi crescente, como pode visualizar-se no gráfico seguinte:
Portal do Agrupamento
A partir de 1 de maio de 2010 (altura em que ficou on-line o novo site), a antiga página
partilhou conteúdos com a nova, durante nove meses, sendo que continuou a ser a
página mais visitada por toda a comunidade.
Da análise estatística da utilização do novo site é significativo referir o seguinte:
Os primeiros meses marcaram um claro protagonismo dos alunos e docentes do
agrupamento, sendo que as áreas mais visitadas foram precisamente o “Espaço dos
alunos” e a “Área reservada a docentes” (janeiro e fevereiro de 2011).
Em março de 2011 a estatística específica dos acessos oferecia os seguintes
resultados (as 5 áreas com mais acessos):
Espaço dos alunos = 2563 acessos
Plataforma Moodle = 1884 acessos
As nossas Escolas = 1822 acessos
Espaço dos Docentes = 1766 acessos
Espaço dos Encarregados de Educação = 1133 acessos
O regresso de Hermes à galáxia comunicacional - Plataformas de Gestão de Ensino e Aprendizagem On-line: Moodle 18
No final do ano letivo 2010.2011 registou-se uma afirmação do Moodle do
agrupamento passando a ser, até hoje, a área mais visitada no portal, após a
formação dada aos docentes colaboradores. Eis a leitura dos resultados no mês de
julho de 2011):
Plataforma Moodle = 3625 acessos
Espaço dos alunos = 3449 acessos
As nossas Escolas = 2868 acessos
Espaço dos Docentes = 2479 acessos
Horários das Turmas da EB2, 3 Paulo da Gama =2153 acessos
Documentos orientadores = 1928 acessos
Espaço dos Encarregados de Educação = 1756 acessos
Em agosto de 2011, surge uma nova procura no portal: conteúdos vocacionados para
os encarregados de educação, que se mantém até ao mês de outubro. A estatística
específica mostra o seguinte (as 5 áreas mais visitadas):
Plataforma Moodle = 4427 acessos
As nossas Escolas = 4227 acessos
Espaço dos Encarregados de Educação = 4133 acessos
Recursos na Web (integrado no Espaço dos alunos) = 3740 acessos
Estatística de utilização do portal em 2011 = 3611 acessos
Da análise dos resultados anteriores se conclui que a comunidade educativa, no seu
sentido mais lato é atualmente o utilizador/consumidor por excelência do portal do
agrupamento. Relativamente à estatística global, a evolução do novo site apresenta o
comportamento que pode analisar-se no gráfico seguinte:
0
5000
10000
15000
20000
25000
Jan
-11
Fev-
11
Mar
-11
Ab
r-1
1
Mai
-11
Jun
-11
Jul-
11
Ago
-11
Set-
11
Ou
t-1
1
No
v-1
1
De
z-1
1
9775 10687
13520 12737
16778
19405 19664
17658
20979
0 0 0
Visitas 2011 portal A.E.P.G.
Paula Alexandra Monteiro dos Santos e Sousa Campos – 5438 19
Da análise dos valores globais (em 17 meses de existência = 175 950 visitas) pode
apurar-se uma média aproximada de 10 350 visitas mensais.
Do valor crescente da sua utilização, não será alheia a preocupação de obter soluções
inovadoras e novas funcionalidades para a página Web do agrupamento, através de
extensões que tecnicamente satisfaçam os novos desafios. São exemplo disso:
módulo para gestão da área reservada na página, Tradutor Google, a integração de
uma calculadora científica, pequenos módulos totalmente personalizáveis (linguagem,
cor, tamanho, …), integração de uma enciclopédia/prontuário, tradutor, conversor
ortográfico, slideshow na página principal, plugin para visualização de vídeos do
Youtube, Sapo (…) na página principal, entre outras, a par de um design apelativo.