o que a creche pode ensinar

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O QUE A CRECHE PODE ENSINAR?

ENTENDA QUAIS SO AS EXPERINCIAS DE APRENDIZAGEM PARA CRIANAS AT 3 ANOS E SAIBA COMO CADA UMA DELAS INFLUENCIA NO DESENVOLVIMENTO INFANTILNo Brasil, a ideia de um currculo para a Educao Infantil nem sempre foi aceita. O termo, porm, ganhou fora na ltima dcada, quando passou a ser de fato compreendido como um conjunto de prticas intencionalmente planejadas e avaliadas - um projeto pedaggico que busca articular experincias e saberes da criana para inseri-la na cultura, capaz de prepar-la para encarar o Ensino Fundamental da melhor maneira possvel.

Para Jean Piaget, o sujeito constri seu prprio conhecimento, processo que se d a partir da interao com os outros e com o mundo dos objetos e das ideias. Por isso, o currculo da creche deve apontar quais experincias de aprendizagem so fundamentais para o desenvolvimento da criana, levando-se em conta as principais conquistas deste perodo, como a marcha, a linguagem, a formao do pensamento simblico e a sociabilidade. este projeto pedaggico que vai orientar as aes e definir os parmetros de desenvolvimento dos meninos e meninas.Em 1998, o Ministrio da Educao (MEC) publicou o Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil, documento que aponta metas de qualidade para garantir o desenvolvimento das crianas na creche e na pr-escola. Mas a elaborao de propostas curriculares municipais bem mais recente.Conhea, abaixo, os sete eixos de aprendizagem da creche organizados por NOVA ESCOLA para oferecer cuidado, segurana, acolhimento e condies para o desenvolvimento subjetivo e intelectual das crianas entre 0 e 3 anos.Mais sobre CrecheReportagens As crianas tm muito o que aprender na creche O que no pode faltar na creche Animaes O lugar ideal da Educao Infantil Cantos da creche Brinquedoteca, espao de brincar Como organizar um berrio Especial Desenvolvimento Infantil

1. EXPLORAO DOS OBJETOS E BRINCADEIRASO brincar o principal modo de expresso da infncia e uma das atitudes mais importantes para que a criana se constitua como sujeito da cultura.Quando brinca, a criana usa seus recursos para explorar o mundo, amplia sua percepo sobre o ambiente e sobre si, organiza o pensamento, alm de trabalhar seus afetos e sensibilidades. Entre 0 e 2 anos, os bebs praticam os chamados jogos de exerccio - as brincadeiras sensrio-motoras designadas por Piaget, como quando os pequenos descobrem novos objetos ou imitam os gestos corporais e vocais de seus parceiros mais experientes, colocando em ao um conjunto de condutas que os ajudam a desenvolver suas potencialidades.Por isso, desde o berrio, o professor deve observar e registrar as aes das crianas ao longo da brincadeira para propor desafios diferenciados, de acordo com a idade e a situao. O controle do corpo, os movimentos, as expresses e a explorao dos cantinhos - espaos da creche intencionalmente organizados para propor desafios - motivam os pequenos.A partir dos 2 anos, as brincadeiras tradicionais, como as cirandas, so facilmente aprendidas e o faz de conta propicia a criao por meio de uma negociao de significados e regras compartilhadas. Quando brincam de faz de conta as crianas analisam aspectos da vida cotidiana e conquistam espaos de poder que as auxiliam a confrontar o mundo e os adultos. E o faz de conta uma das principais marca da entrada da criana no jogo simblico, no universo da cultura e da sociabilidade.Orientaes para este eixoBERRIO Proponha brincadeiras dirias de esconder; encaixar peas; construir pistas; experimentar as propriedades dos objetos: que rodam e quais no, quais flutuam e quais no, quais so duros e quais so moles; jogar bola; cirandar; imitar gestos motores e vocais dos companheiros.MINIGRUPO Brincar todos os dias fundamental. Organize cirandas e brincadeiras de roda; brincadeiras de esconde-esconde; pega-pega; jogos com bola; faz de conta com uso de fantasias, marionetes e reproduo dos fazeres adultos.BRINCAR EXPLORARCompartilhe

Objetivos - Organizar um ambiente interno com diversas opes de jogos de exerccio. - Favorecer o movimento da criana e a explorao de materiais.Tempo estimado Durante o ano todo.

Material necessrio Jogos de exerccio variados, brinquedos de encaixar, instrumentos musicais, rolos ou blocos de espuma, bolas, material reciclvel etc.

Desenvolvimento 1 etapaAo conceber um espao para receber jogos de exerccio, dedique algum tempo para analisar a quantidade e a qualidade dos brinquedos disponveis. Sobre a quantidade, importante verificar se h material suficiente para todos. Nessa faixa etria, deve haver um bom nmero do mesmo tipo para que os pequenos possam explorar sozinhos ou compartilhar com os colegas - nesse ltimo caso, em atividades que no exijam tempo de espera, adaptadas ao comportamento dessa faixa etria. Sobre a qualidade, os objetos devem ser feitos de materiais seguros, com tamanhos maiores que o da boca dos bebs aberta e com diferentes cores e texturas.

2 etapaOrganize os brinquedos em cantos diferenciados, de acordo com a habilidade que cada um deles possibilita desenvolver. Por exemplo, colches, almofadas e rolos num lado da sala, opes de jogos para encaixar e empilhar em outro e instrumentos em uma prateleira ao alcance da turma. Com o tempo, as crianas podem ajudar na reformulao dos ambientes. Para entender a mensagem delas, ateno ao modo como se comportam os pequenos. Se reparar que h um canto aonde ningum vai - ou que deixou de ser popular depois de algumas semanas de diverso -, vale a pena reorganizar os materiais e acrescentar novos elementos.

3 etapa Quando comear o momento da brincadeira, investigue de que forma os materiais disponveis so usados. Com base nas descobertas, devem surgir outras possibilidades de explorao. Aqueles que comeam a reagir aos brinquedos com sons, por exemplo, vo adorar experimentar diferentes instrumentos. J os que conseguem empilhar peas podem brincar com cubos de diversos tamanhos e, assim, testar cada vez mais os limites de equilbrio de uma torre.

4 etapa Ateno questo do tempo: os pequenos costumam demorar mais para se envolver com um brinquedo. Eles chegam perto, mexem um pouco, largam e voltam. A noo de permanncia vem com a experincia. Por isso, importante no mudar os jogos com muita frequncia. Ao longo do ano, as crianas iro busc-los diversas vezes e, aos poucos, tentaro realizar novas experincias com cada um deles. Nesse aspecto, a parceria do professor muito importante. Mas no se deve impor regras ou rotular aes como certas ou erradas. Ao contrrio: a mediao precisa estimular a curiosidade e a criatividade. Coloque questes como "Voc gostou de batucar esse tambor?", "Por que encaixou esta pea aqui?" e "Quer pegar o aviozinho?". Esse tipo de estmulo serve at mesmo para quem ainda no desenvolveu plenamente a fala.

Avaliao Observe os movimentos exploratrios da turma para encaminhar a atividade. Esse diagnstico pode servir de base para a reorganizao do ambiente - verifique, principalmente, se o conjunto de atividades favorece a mobilidade e a explorao - e para propor desafios individuais. possvel, por exemplo, estimular a experimentao perguntando: "O objeto com que voc est brincando produz sons ao ser chacoalhado? Encaixa em outro maior? Abre uma portinha?" Faa anotaes sobre o comportamento dos pequenos e, se possvel, filme ou fotografe as interaes com os jogos e com os amigos.

AMPLIANDO O BRINCARObjetivos - Enriquecer o faz-de-conta com diversos tipos de brinquedos. - Desenvolver a brincadeira. - Promover a interao entre os colegas.Tempo estimado Livre.

Material necessrio Objetos do dia-a-dia e brinquedos industrializados, artesanais ou feitos de sucata. Desenvolvimento 1 etapaOrganize os brinquedos na sala da maneira que achar mais conveniente - uma sugesto integrar os objetos do dia-a-dia (vassouras, pneus, pedaos de tecido etc.) a todos os modelos de brinquedos disponveis. Apresente o ambiente aos pequenos, fazendo-os perceber que existem outros tipos de brinquedos alm dos industrializados. Se houver produtos artesanais, conte turma como foram feitos. Se possvel, leve itens da prpria coleo de infncia (bonecas, pies, carrinhos), explicando como voc brincava quando criana. 2 etapa Deixe todos agirem livremente, reorganizando o ambiente ou imaginando outros usos para os mveis que voc concebeu. Aproveite para investigar que tipo de brincadeira eles inventam. Evite a abordagem direta: prefira a observao, que servir de base para ampliar o faz-de-conta. Avaliao Preste ateno interao e socializao entre as crianas e s formas como imitam, reproduzem e recriam as normas e os costumes que observam no meio em que vivem. Use essas observaes para criar objetos diferentes.

CompartilheJOGO DA MEMRIA COM FOTOS DAS CRIANAS

Objetivos -Divertir-se com o jogo da memria- Compartilhar de um mesmo jogo com o grupo de colegas - Conhecer as regras do jogo da memria

Tempo estimado Mnimo de quinze minutos e mximo de 30 minutos para cada situao de aprendizagem

Material necessrio Pares de cartes com fotos das crianas da turma, tamanho mnimo de 10X10 Cartolina ou papel mais resistente e plstico adesivado para encapar

Desenvolvimento das atividades

1. Tirar fotos das crianas e imprimir cada uma duas vezes para confeccionar os cartes

Informar s crianas que as fotos esto sendo tiradas para confeco do jogo da memria. Recortar as fotos e colar na cartolina mostrando para as crianas conforme forem ficando prontas.

2. Apresentar o jogo

Em roda mostrar o jogo e organizar as peas para que as crianas vejam como se joga. Inicialmente propor o jogo da memria aberto (com as imagens voltadas para cima) e propor para que determinadas crianas encontrem os pares. Deixar que as crianas manuseiem os cartes, sem pressa de que se apropriem das regras convencionais.

3. Organizar mesas com no mximo cinco crianas para que possam jogar o jogo em diferentes momentos

Levar outros jogos que as crianas j conheam (ex. quebra cabea, jogos de montar, quebra-gelo) e organizar grupos de crianas para jog-los. Caso haja mais de uma educadora na turma, uma pode dar apoio aos grupos que estiverem jogando os jogos j conhecidos, enquanto a outra fica na mesa do jogo da memria. Caso no haja outra educadora, organizar primeiro os grupos que jogaro os jogos j conhecidos. Deixar que as crianas joguem sem fazer intervenes sistemticas nas jogadas de cada uma. A educadora pode ser uma das participantes do jogo e servir como modelo para as crianas. Promover o rodzio das crianas para que a maioria jogue todos os jogos.

4. Garantir momentos na rotina semanal para que as crianas joguem o jogo da memria

Durante o perodo de recepo das crianas, no trmino do dia enquanto aguardam a chegada dos pais so boas opes para o contato com o jogo da memria

5. Criar novos jogos e variaes do jogo da memria

Aps o jogo tornar-se bastante conhecido, pode-se pesquisar variaes do jogo da memria, tais como lince (um tabuleiro grande com imagens pequenas que as crianas devem procurar a partir de cartes com imagens duplicadas).

Avaliao Devem-se criar pautas de observao para analisar as diferentes maneiras como as crianas jogam e o grau de envolvimento de cada uma delas. A partir da anlise das pautas o educador pode fazer os ajustes com relao ao grau de dificuldade do jogo, com isso propor novos desafios e variaes.CompartilheMais sobre jogos

Especial

Reportagens Como criar jogos de alvo com os alunos da pr-escola Competies ensinam a turma a ganhar e a perder Brincando com regrasPlano de aula Produo de jogos de alvo

VAMOS BRINCAR?Introduo Nesta sequncia didtica, as crianas participaro de uma srie de brincadeiras e jogos de regras simples. Os jogos e brincadeiras sero apresentados de diversas maneiras e as crianas sero convidadas a explicar suas regras aos colegas, tendo como apoio fotos e desenhos das brincadeiras.ObjetivosEsta sequncia didtica tem como objetivo a ampliao do repertrio de brincadeiras do grupo e a possibilidade de criar diferentes situaes de aprendizagem nas quais as crianas possam se divertir, brincar, falar, representar e reapresentar as diferentes brincadeiras.

- Compartilhar informaes sobre as brincadeiras- Participar de situaes significativas nas quais as crianas possam agir e falar sobre um tema comum de maneira mais estruturada- Conhecer as regras de algumas brincadeiras

Tempo estimadoAproximadamente 4 meses

Material necessrioPara as brincadeiras: bolas, bambols, cordas, pedaos de madeira, sucatas, tecidos... Para o registro: mquina fotogrfica, papis e canetinhas.

Desenvolvimento das atividades

1. Elencar as brincadeiras que sero apresentadas e registradas

Fazer um levantamento das possveis brincadeiras a serem apresentadas ao grupo. Garantindo tanto o contato com os jogos e brincadeiras que j fazem parte do repertrio do grupo, como a apresentao de novas propostas. Exemplo de brincadeiras: Chuva de bolinha, corre-cotia, elefantinho colorido...

2. Definir quantas vezes na semana o projeto ser trabalhado

Definir quais momentos da rotina da sequncia didtica sero trabalhados, distinguindo momentos de conversa, momentos de brincadeiras, momentos de registro. Isto , pode-se primeiro propor a brincadeira e depois (at mesmo num outro dia) organizar uma roda de conversa sobre a brincadeira realizada. Podem-se apresentar imagens (filmes e gravaes) de outras turmas brincando e depois propor para as crianas brincarem.

3. Atividade disparadora - apresentao da sequncia didtica s crianas

importante para este primeiro contato planejar a maneira como a sequncia didtica ser comunicada. Uma roda de conversa com perguntas e respostas pode ser insuficiente. importante usar diferentes recursos para chamar a ateno das crianas, como por exemplo, levar imagens de jogos e brincadeiras, crianas jogando e materiais (bolas, cordas...) e formular perguntas como num jogo de adivinha para que as crianas falem sobre os jogos que j conhecem.

Como as crianas ainda so muito pequenas, deve-se evitar muita "falao", por isso devem-se planejar adivinhas e o uso de imagens para garantir uma melhor participao e envolvimento por parte delas.

4. Instituir rituais para as atividades que envolvem a sequncia didtica

Criar rituais que deem indcios s crianas sobre o assunto que iro tratar nas atividades de modo que se vinculem ao tema da sequncia. Ex. confeccionar uma caixa com imagens de jogos e brincadeiras e lev-la para todas as situaes relacionadas sequncia; propor um "grito de guerra" que anteceda os jogos, entre outras possibilidades.

5. Definir como ser feito o registro da sequncia e a confeco do livro de regras

Propor para as crianas a elaborao de um livro com as regras dos jogos e brincadeiras compartilhados pelo grupo. Definir como o livro ser elaborado e como ser a participao das crianas em sua elaborao, levando em considerao que algumas crianas so muito pequenas para explicar de forma clara as regras das brincadeiras. Garantir o registro grfico das crianas, mesmo sabendo que os traados das crianas desta faixa etria so rudimentares.

6. Oferecer aos pais a oportunidade de ensinarem uma brincadeira turma

Apresentar o tema da sequncia didtica aos pais e deixar em aberto a possibilidade de participao caso queiram ensinar uma brincadeira.

7. Realizar muitas vezes cada um dos jogos e brincadeiras trabalhados

Considerando que um dos objetivos deste projeto a ampliao do repertrio de jogos e brincadeiras, deve-se planejar o contato sistemtico das crianas com cada uma das propostas apresentadas, para que progressivamente possam se apropriar de suas regras.

8. Espaos e materiais

Definir previamente os espaos onde as atividades ocorrero e organizar os materiais que sero utilizados. Caso seja interessante deve-se incluir a participao das crianas no preparo dos espaos e organizao dos materiais.

AvaliaoDevem-se criar pautas de observao para as situaes de conversas, para as brincadeiras e para os momentos de registro do projeto. A Avaliao deve ocorrer ao longo de toda a sequncia didtica, levando em considerao tanto a participao das crianas, como a adequao das propostas levadas a elas.]CompartilheMais sobre brincarEspecial

Planos de aula Ampliando obrincar Brincar explorar Zum, plim, p: sem som no d pra brincarReportagens Um espao para brincar e aprender Brincar para crescer tempo de brinca l foraInfogrfico Brinquedoteca - um espao de brincar

2. LINGUAGEM ORAL E COMUNICAO

A linguagem um bem cultural e atravs dela que o pensamento humano se organiza. Na Educao Infantil preciso garantir a constituio de sujeitos falantes por meio das brincadeiras, das cantigas de roda, dos jogos e na interao com os outros. No dia a dia da creche preciso trabalhar a expressividade das crianas intencionalmente.A fala o principal instrumento de comunicao dos pequenos com os professores e seus colegas. Desenvolver a oralidade, portanto, uma das habilidades esperadas nos primeiros anos de escolaridade.Para dominar a oralidade, os pequenos colocam em jogo muitas competncias, como informar fatos, descrever, narrar, explicar, transmiti uma informao a outra pessoa, contar acontecimentos passados, manifestar opinies, concordar e discordar, predizer, prever, levantar hipteses, manifestar dvidas, expressar sentimentos e emoes. Mesmo os bebs so capazes de compreender o que se passa ao redor, antes que comecem a falar. As interaes sociais so fundamentais para que os gestos e balbucios evoluam para expresses orais concretas, e o professor tem o dever de acompanhar e estimular todo este processo.Quanto linguagem escrita, o adulto quem mostra s crianas o significado dos livros. Antes mesmo da apreenso dessa linguagem, portanto, as crianas devem ter contato com materiais impressos - seja ouvindo histrias, seja manuseando-os. O objetivo ampliar o repertrio das crianas e ajud-las a organizar melhor o pensamento.Leia histrias para as crianas, escreva as histrias contadas oralmente pelos pequenos para que eles produzam seus primeiros textos, estimule a comunicao em grupo, valorize as garatujas e ensine a escrita do nome prprio ainda na pr-escola. A creche deve, tambm, ser uma porta para a descoberta da funcionalidade da escrita, que desperte a curiosidade e estimule o incio do que ser adiante desenvolvido como comportamento leitor. Segundo o psiclogo Lev Vygotsky (leia mais sobre Pensadores), preciso fruir a linguagem que se usa para escrever e, portanto, as prticas de leitura so imprescindveis na vida diria dos bebs.Orientaes para este eixoBERRIO e MINIGRUPO O contexto rico de interaes estimula a criana a expressar seus desejos, sentimentos e necessidades por meio do gestos, balbucios e das situaes coletivas de comunicao. Organize rodas de conversa e atividades de observao e conte histrias. Deixe, tambm, que as crianas imitem os colegas e aprendam a organizar instrues para as prprias brincadeiras, seguindo receitas e regras.

CONSTRUO DE UMA BIBLIOTECA COM E PARA CRIANAS MENORES DE 3 ANOSCompartilheMais sobre CrecheVdeo Leitura para bebsReportagens Ilustraes que encantam Como trabalhar textos informativos na creche livro ou brinquedo?Planos de aula Bebeteca: lugar de pequenos leitores Leitura de textos informativos na creche

Introduo

To importante quanto garantir que as crianas tenham acesso a bons livros desde bem pequenas, organizar ambientes convidativos, aconchegantes e singulares para que elas possam usufruir das histrias em situaes prazerosas de interao com os colegas, professores e famlias. A iniciativa de construir uma biblioteca na sala para e com as crianas, constitui-se uma excelente oportunidade para fomentar o contato das crianas com os livros, criar lugares mgicos, cheios de identidade, e realizar rodas de leituras.

Anos 2 e 3 anos

Durao Um semestre ou ao longo do ano todo

Objetivos - Construir, coletivamente, uma biblioteca como lugar capaz de abrigar no somente livros, mas de suscitar rituais agradveis de leitura; - Apresentar o acervo de livros, promovendo o gosto pelas histrias e ampliando repertrios; - Estreitar a relao creche-famlia por meio do emprstimo de livros.

Desenvolvimento 1 etapaO primeiro passo o professor discutir com seus parceiros - outros professores e equipe gestora - sobre os livros que pretende escolher para compor o acervo de sua futura biblioteca de sala. Essa escolha implica que o educador seja, acima de tudo, um leitor, que tenha interesse em se aventurar no mundo das histrias para conhec-las, antes de l-las para seu grupo de crianas. Selecionar temas como: animais, objetos sonoros, famlia, transportes, personagens de diferentes etnias, histrias cumulativas com vrias figuras do universo do faz de conta (bruxas, piratas, lobos).

Outra dica escolher livros coloridos, com ilustraes bem definidas, textos curtos e alguns com fotografias reais das coisas. importante garantir um equilbrio entre a quantidade de livros de capa dura com livros de material convencional, pois comum que algumas pginas se danifiquem, rasguem ou que sejam levadas boca, em razo do grande interesse e da necessidade da meninada em manipular as publicaes.

No se esquea de incluir no acervo livros que contenham apenas imagens, pois eles favorecem a criao de histrias prprias das crianas.

2 etapaDeve-se organizar um lugar onde os livros ficaro expostos e acessveis s crianas. De preferncia, escolha um canto em que haja o encontro das paredes ou ento aproveite a parte traseira de mveis e armrios. Depois, possvel confeccionar suportes de tecido com vrios bolsos, trilhos de cortina virados ao contrrio para serem fixados parede, bas de madeira pintados pelas crianas ou at mesmo aqueles caixotes de feira, que se ganharem rodinhas e cor ficam melhores ainda, uma vez que podero ser transportados de um lugar para o outro.

3 etapaUma prtica que d bastante resultado construir um tapete com as crianas. O objetivo principal aqui fazer com que o tapete tenha "a identidade" delas, uma vez que servir como um indicador dos momentos de leitura, iniciando assim um ritual prprio da turma.

Separe um tecido de algodo cru de mais ou menos 2 por 2 metros. Veja a possibilidade de alguma famlia ou profissional da creche costurar as bordas do tecido para que o tapete no desfie conforme o uso. Convidar algum da comunidade interna ou externa faz com que o trabalho comece a ser partilhado entre todos, dando noes para as crianas de que importante realizar as aes de maneira coletiva. Acredite, sempre ter algum disponvel para ajudar!

De posse do tapete, organize com as crianas situaes de pintura. Nessa hora vale experimentar muitas tcnicas: carimbar o tecido usando esponjas e guache; desenhar as silhuetas das crianas pedindo que elas se deitem sobre o tapete, fazer a sobreposio dos contornos e, em seguida, pedir que elas pintem por cima usando tintas. Fazer intervenes com fitas crepes ou outros moldes de desenhos de interesse da turma - bichos, smbolos - para que elas passem rolinhos de pintura e deixem suas marcas sobre o tecido. Feito isso, s esperar secar para depois comear a us-lo como um indicador do ritual das rodas de leitura na biblioteca.

4 etapaOutra estratgia para delimitar o ambiente solicitar s famlias que enviem para a instituio camisetas, vestidos ou outras roupas reconhecidas pelas crianas para que esse material seja preenchido com espuma, costurado nas aberturas e depois pintado pelas prprias crianas, transformando-se em "almofadas personalizadas". curioso ver a crianada de posse de sua prpria roupa reaproveitada como estofados para sentar-se e deitar-se enquanto os livros so apreciados.

5 etapaApresente os livros da biblioteca aos poucos s crianas. Uma ideia reunir a turma no "cantinho" do tapete diariamente em um horrio especfico, como, por exemplo, logo aps o lanche, e apresentar alguns. Voc pode ler o ttulo e at o comecinho da histria, mostrar as ilustraes e fazer perguntas sobre o que eles acham que acontecer. Um pouco de suspense ajuda a aumentar a curiosidade da turma pelos livros. Deixe que as crianas tambm se envolvam com a organizao dos volumes na estante. A diviso pode ser bem simples, como os gibis e revistas de um lado e os livros de outro. Outra classificao pode ser: os que gostamos mais e os que ainda no conhecemos. Ou os livros que trazem histrias e os informativos, que explicam coisas. Os pequenos devem ter noo de que tipo de livros encontraro em determinado lugar da estante. importante que as crianas tenham acesso livre biblioteca (ou ao menos a parte dela) e possam manusear os livros vontade sob o olhar do professor - alm do momento especfico da leitura conduzido pelo educador com um enfoque direcionado a uma determinada prtica.

6 etapaE qual deve ser a relao do professor com a leitura? Na biblioteca, o foco pensar na sua prtica enquanto leitor. Voc , afinal, o responsvel por apresentar o mundo da leitura e o mediador entre o objeto livro, as crianas e as relaes que ali se estabelecem. Nessas situaes, certas estratgias e posturas so importantes, tais como: antes de iniciar a roda de leitura, o professor deve mostrar o livro para as crianas, chamar a ateno para sua capa, ler e apontar para o ttulo, dizer quem escreveu a histria, quem a ilustrou e qual o nome da editora. As crianas se interessam por essas informaes, por vezes perguntam sobre quem fez o livro e se manifestam com sorrisos, gargalhadas e palmas quando o nome engraado!

Indag-las sobre o que acham que a histria vai contar, incentivando-as a levantarem hipteses e anteciparem a narrativa, constitui-se um estmulo imaginao e ao desenvolvimento da oralidade. Tambm necessrio ler o texto na ntegra, sem suprimir trechos, pois isso ajuda a criana a perceber que as palavras representam a fala, que h muitos jeitos de se contar e diferentes estilos e estruturas de textos (rimas, poesias, contos, lendas...). Alis, diversificar os tipos de livros, apresentando-os diria ou semanalmente possibilita que as crianas se apropriem deles com mais liberdade e competncia ao manuse-los sozinhos.

Durante a leitura, procure caprichar nas entonaes de voz que transmitam emoo, suspense, surpresa e alegria. Outra dica ler mostrando as ilustraes. Essa estratgia os deixa mais envolvidos com a narrativa. Mas deixe para fazer os comentrios sobre as ilustraes aps a leitura do texto.

Uma maneira de coment-las imaginar que somos interlocutores de uma "obra de arte", fazendo perguntas que podem ser mais simples ou complexas, respeitando a idade da crianada. Geralmente, mostramos a ilustrao e incentivamos que digam: O que veem na imagem? O que ser que o personagem fez/est fazendo/far? O que chama a ateno? O que aparece na cena? Quais objetos aparecem? Quais as cores? Como est o personagem? Triste? Alegre? Qual ser seu nome? Se repentinamente surge algo inusitado como, por exemplo, uma girafa, quem j viu esse animal? Entre tantas outras possibilidades de interveno.

Em suma, o professor leitor aquele que, por meio da leitura, leva a criana a conhecer novos universos, despertando de alguma maneira afetos e sentimentos, que podem ser sensaes de alegria, prazer, mas tambm lembranas, saudades...

7 etapaPara o emprstimo dos livros, faa na sala um painel que servir como fichrio. Vale construir um mural, cujo fundo seja colorido pelas prprias crianas. Uma boa ideia usar papel panam e aquarela; outra pintar com pincis largos sobre cartolinas ou, ainda, espalhar tinta guache com as mos em suportes que podem ser plastificados com contact para durar mais. Em seguida, possvel fazer alguns bolsinhos e colocar as fotos de cada criana na frente deles. Dentro de cada bolso vai uma ficha que pode ser tanto relacionada ao nome da criana e s anotaes do livro que ela levar para casa, quanto o contrrio: a ficha pode ser retirada do prprio livro para ser colocada no bolsinho respectivo criana. Elas se apropriam dos combinados aos poucos. No comeo, a brincadeira fica por conta de tirar e pr as fichas nos bolsos, trocando-os entre os colegas. Permitir essa experimentao inicial saudvel, para em seguida comunicar o uso correto.

8 etapaCom relao ao incio do emprstimo, combine com os pais ou responsveis que a ideia estreitar os vnculos entre a creche e a famlia por meio da leitura, assim como estabelecer um elo em que o livro seja o intermediador de histrias e outras conversas entre todos. O contrato aqui definir um dia da semana (geralmente sexta-feira) e convidar as famlias para escolherem um livro junto com a criana, escutando suas preferncias e estratgias de escolha, tais como: a histria j conhecida, a capa que chama ateno, a editora, o autor, as ilustraes.

Feita a seleo, criana e famlia levam o livro para casa dentro de uma sacolinha de pano ou pasta, ao melhor estilo "vai-e-vem". No dia combinado para a devoluo do livro, importante que o professor garanta uma roda de conversa para saber das crianas como era a histria, do que elas gostaram, quem leu para ela, em que lugar o livro foi lido etc. Nessas situaes, as crianas costumam falar aspectos ligados afetividade vivida com a leitura: "Minha me leu pra mim", "Foi minha irm que contou a histria do lobo", "O macaco encontrou a mame dele....".

Avaliao Diante do processo, o mais significativo desenvolver permanentemente as aes e atentar-se ao movimento do grupo. Com o tempo, possvel notar que, ao estender o tapete, as crianas j se acomodam e pedem para ouvir as histrias. Tambm comum que elas peguem as prprias almofadas, usando-as enquanto entram no universo mgico dos livros. Um papel importante do educador observar como as crianas manuseiam os livros, se contam as histrias para si mesmas e para os outros, se tentam interagir com as imagens, apontando-as ou tentando peg-las, se repetem aquilo que ouviram. Ouvir a devolutiva das famlias outro ponto forte.

Por fim, no descuide da renovao do acervo da biblioteca. A chegada de novos livros potencializa o interesse das crianas e amplia o repertrio delas.

LEITURA DE TEXTOS INFORMATIVOS NA CRECHE

Objetivos - Escutar a leitura de textos informativos feita pelo professor. - Desenvolver comportamentos leitores e escritores quando se quer saber mais sobre um tema.

Contedos- Familiarizao com textos informativos: ler para saber mais. - Explorao de diferentes fontes de informao e procedimentos de pesquisa.

Anos Creche.

Tempo estimado Seis aulas.

Material necessrio Livros, revistas, enciclopdias, jornais e documentrios (vdeo ou DVD).

FlexibilizaoA importncia do acervo variado e da escolha de temas que faam parte do universo dos pequenos crucial para a compreenso de crianas com deficincia intelectual. Na creche, todos ainda esto aprendendo a expressar-se e a adquirir autonomia. Por isso, importante valorizar as habilidades e as limitaes de cada criana. Aproximar a escolha dos assuntos das situaes do cotidiano fundamental. Diversifique os meios de acesso ao contedo na sala. Isso facilita o desenvolvimento da criana com deficincia. Capriche na interpretao ao longo da leitura do texto e leia pausadamente. Os pais da criana com deficincia intelectual podem reforar a leitura em casa do texto indicado pela educadora e de outros textos. Fazer com que o pequeno reconte os contedos sua maneira um excelente exerccio para que ele pratique a oralidade. Estimule a criana para que ela tambm faa observaes junto dos colegas nas discusses na creche. Avalie se a criana conseguiu familiarizar-se com os livros e adquiriu noes sobre como manuse-los.

Desenvolvimento 1 etapa Separe o material pertinente ao estudo que ser feito. Cuide para que o tema desperte o interesse dos pequenos, como animais marinhos. Verifique se as fontes so confiveis, organize um acervo variado e garanta que algumas das leituras sejam feitas com o material destinado a adultos: revistas, jornais e livros cientficos de circulao social.

2 etapa Faa uma breve leitura de um texto informativo ou apresente trechos de documentrios (por exemplo, um filme que mostre a interao dos animais no ambiente marinho). Proponha uma discusso sobre os assuntos abordados e levante as dvidas da turma. Divida um cartaz em duas colunas e escreva, de um lado, "o que queremos saber" e, no outro, "o que aprendemos". Registre comentrios das crianas, as questes que no foram respondidas e as que devem ser retomadas.

3 etapa Recupere o que j foi registrado e leve um novo texto. Atue como leitor-modelo: compartilhe como se faz uso de ndices, indique onde esto o ttulo e o subttulo e faa a leitura do material. Registre num novo cartaz as descobertas realizadas.

4 etapa Apresente outro texto. Leia o ttulo para a turma antecipar do que se trata. Faa pausas e releia trechos sempre que julgar importante. Caso apaream palavras difceis, aposte na compreenso por meio do contexto. Aps a leitura, estimule que todos faam comentrios e avancem em suas hipteses. Registre as descobertas.

5 etapa Disponibilize diferentes materiais sobre o tema e coloque no centro da roda: podem ser livros com fotos, matrias com curiosidades, fichas tcnicas com as caractersticas fsicas dos animais marinhos etc. Oriente todos a fazer buscas com base nas ilustraes. Estimule o manuseio do material, dando pistas de como buscar dados e ajudando-os a marcar as pginas selecionadas. Quando finalizarem, retorne roda e socialize o que encontraram. O objetivo que as crianas possam olhar o material e participar da busca da informao.

6 etapa Confronte as perguntas levantadas na 2 etapa e as descobertas feitas. Retome os cartazes para refletir sobre quais dvidas foram esclarecidas e o que teriam que continuar pesquisando.

Avaliao Verifique se as crianas demonstraram interesse no processo de pesquisa, se avanaram em relao s hipteses iniciais e se levantaram novas questes. O propsito da atividade desenvolver o gosto por ler para saber mais, manusear textos cientficos de circulao social e compreender que podem aprender muito com elesCompartilheMais sobre CrecheReportagens Como trabalhar textos informativos na creche O que a creche pode ensinar? Roda de conversa das segundas-feiras As histrias, sob a tica das crianas Um livro de pano para os pequenos ''lerem'' Planos de aula Um bate-papo sem fim Bebeteca: lugar de pequenos leitores Roda de conversa com flexibilizao Descobrindo o livro e o prazer em ouvir histrias

DESCOBRINDO O LIVRO E O PRAZER EM OUVIR HISTRIASCompartilheObjetivos Criar o hbito de escutar histrias.Favorecer momentos de prazer em grupo.Enriquecer o imaginrio infantilFavorecer o contato com textos de qualidade literria.Valorizar o livro como fonte de entretenimento e conhecimento.Para crianas de at 1 anoDirigir-se aos livros por meio de falas, gestos, balbucios (gritinhos, sorrisos, vocalizaes, entre outros) e expresses faciais.Imitar sons com base na fala do educador.Estabelecer situaes comunicativas significativas com adultos e outras crianas do grupo.Reconhecer o livro como portador de histria, manifestando prazer ao explor-lo e ao ser convidado pelo professor para escutar o que ser lido.Ouvir o professor com progressiva ateno.

Para crianas de at 3 anosAlm dos objetivos acima:Ampliar repertrio de palavras e histrias conhecidas.Construir frases e narrativas com base nas conversas sobre os livros. Entreter-se com leituras mais longas participando atentamente.Reconhecere nomear alguns livros.Manipular o livro, folheando as pginas e fazendo referncias s imagens. Cuidardo livro e valoriz-lo.Imitar o adulto lendo histriasMais sobre leituraEspeciais

Ler em todas as disciplinasTempo estimadoTodos os dias.

Material necessrioLivros de literatura, almofadas e bebs-conforto. Desenvolvimento O trabalho comea com a sua preparao. Selecione livros com textos bem elaborados e ilustraes de qualidade. As histrias devem ter estruturas textuais repetitivas que favorecem a compreenso e a memorizao. Programe-se para disponibilizar os livros em diferentes momentos da rotina. Promova conversas sobre eles fazendo perguntas e descries, destacando os personagens e retomando as partes que as crianas consideram mais queridas. Aps apresentar um livro novo, repita a leitura dele vrias vezes para que a turma possa se apropriar da narrao, memorizar partes da histria e interagir com seu contedo. Alterne, na semana, a leitura de histrias repetidas e a introduo de novas. Esteja sempre atento s iniciativas das crianas e responda a elas por meio da fala, de gestos e de expresses faciais. Sempre promova conversas entre as crianas sobre o que foi lido.

ATIVIDADE1 Leia o livro para conhecer bem a histria. Treine a entonao e a fluncia da leitura lendo em voz alta para si mesmo antes de apresent-lo aos pequenos. Prepare o espao para que todos fiquem confortveis. Eles podem deitar-se entre almofadas, sentar-se em roda ou no beb-conforto. importante que todos consigam ver o livro. Apresente-o para o grupo destacando as informaes da capa (ttulo, ilustrao, nome do autor, ilustrador etc.). Faa uma breve apresentao da histria despertando o interesse em escut-la. Leia de forma fiel ao texto e v mostrando as ilustraes conforme l. No fim, converse com as crianas sobre a histria: pergunte se e do que gostaram, volte s partes comentadas, mostre novamente as ilustraes e deixe que elas explorem o livro.

ATIVIDADE2 Leia a mesma histria nos outros dias observando sempre o interesse do grupo. Observe se solicitam a leitura do livro. Sempre que for iniciar a atividade, cuide do espao garantindo que este seja sempre um momento confortvel e prazeroso. Mostre o livro s crianas e pergunte se lembram da histria: pergunte sobre o ttulo, os personagens e os acontecimentos que lembram. S ento conte novamente a histria. Essa atividade pode ocorrer em mdia trs vezes na semana.

ATIVIDADE3 Prepare-se para a apresentao de um novo livro realizando os mesmos procedimentos relatados na atividade 1. Inicie conversando com as crianas sobre aquele que j conhecem. Conte que ir apresentar uma nova obra que tem uma histria diferente. Repita o que foi destacado anteriormente durante a leitura e a conversa sobre a histria

Avaliao Verifique se as crianas ficam atentas a sua fala e s ilustraes. Veja se conseguem comentar a histria com os colegas e se respondem s perguntas feitas sobre um livro j conhecido. Observe se conseguem se lembrar se algum ttulo conhecido quando perguntado.

BEBETECA: LUGAR DE PEQUENOS LEITORESCompartilhe Objetivos Introduzir o hbito da leitura. Ampliar o universo cultural. Apresentar procedimentos de contato com os livros. Desenvolver o gosto e o prazer pela leitura compartilhada como forma de aprender, socializar-se e interagir.

Contedos Leitura de capas, textos e imagens dos livros. Criao de repertrio de textos e imagens. Ampliao e desenvolvimento da linguagem oral. Noes de causalidade e tempo. Articulao de idias.

Tempo estimado Um ms para montar o espao. As atividades devem ser permanentes, feitas diariamente durante 30 minutos ou enquanto durar o interesse da turma.

Materiais necessriosLivros de boa qualidade e adequados s caractersticas da faixa etria (exemplares de tecido ou plstico, de tamanhos variados, com dobraduras, de papel cartonado, com texturas etc.), estantes ou caixas baixas de fcil acesso, tapete, colcha ou tatame, cadeirinhas, beb-conforto ou carrinho.

Organizao da sala Em roda. Desenvolvimento Comece a montagem da bebeteca selecionando os ttulos. D preferncia a histrias interessantes e que no emitam juzos de valor. Os enredos que apresentam objetos e personagens comuns do universo infantil como bolas, brinquedos e carros, entre outros e que transferem caractersticas humanas a animais e coisas costumam ser os prediletos. Fique atento tambm s ilustraes, pois elas ajudam a chamar a ateno para os livros e a contar o enredo. As figuras grandes, coloridas e bonitas aprimoram a percepo visual e ampliam o repertrio de imagens.

Insira no acervo edies de diferentes tipos (de plstico ou tecido) e que inovem na forma (figuras em relevo, pginas com dobraduras ou com espaos de interao). fundamental agregar gneros diversos. Histrias que tenham apenas imagens agradam aos menores.

Pense tambm no espao fsico. Se no houver na creche uma sala prpria para esse fim, procure instalar a bebeteca em um canto amplo e tranquilo. Os livros devem estar sempre disposio, mas importante ter um lugar para que sejam guardados. Para isso, use estantes ou caixas de madeira, colocadas em altura prpria para que todos alcancem os exemplares.

Decore a sala ou o canto com recursos adicionais como fantoches e mbiles. Para o cho, providencie tatames, colchas e tapetes em que todos possam se espalhar e ficar vontade para devorar os livros.

Estabelea um momento especfico na rotina diria para as atividades da bebeteca. Nos primeiros encontros, apresente os materiais para as crianas, observando a forma como elas se relacionam com eles, as preferncias individuais e o tempo que cada uma dedica atividade.

Ensine a importncia de cuidar bem do material e de preserv-lo.

Durante as atividades, oferea a possibilidade de manusear os livros.

Leia com a garotada as imagens e os textos, apontando figuras e nomeando personagens. Para desenvolver a escuta atenta e favorecer a concentrao de todos, capriche na entonao e no ritmo.

No tenha receio de repetir a mesma trama mais de uma vez. Os que j sabem falar no se cansam de pedir as preferidas, e isso importante para que apreendam a histria e prestem ateno em detalhes diferentes a cada vez. Voc pode ler um livro em vrias sesses se ele estiver dividido em captulos. Sempre que possvel, amplie as situaes: alm de ler por prazer, a turma pode ser colocada em contato com outros propsitos, como o de ler para pesquisar (enciclopdias infantis, sites etc.), estudar e seguir instrues (receitas e manuais).

A leitura apenas uma das formas de contato com os livros. Outras podem ser exploradas, como o teatro de fantoches, de dedos ou de sombras o flanelgrafo e msicas cantadas. Trabalhe com os personagens, as caractersticas e as falas particulares. Convide as crianas a ser os protagonistas nesses momentos. uma forma de mostrarem as aprendizagens.

No decorrer do ano, diversifique a oferta de materiais ampliando o repertrio de histrias. Promova vrios momentos de intercmbio com outros grupos para trocar conhecimentos e interagir.

Confeccione um cartaz em sala com imagens das capas dos livros para estimular a leitura.

Fotografe as atividades, compartilhando com o grupo e as famlias a experincia de contato com os livros. Aproveite algumas idas bebeteca para promover a aproximao das famlias com a escola: convide pais e mes para ler para os filhos e seus colegas ou mesmo para ouvir as histrias que voc conta.

Avaliao

Faa a avaliao do trabalho durante todo o processo, desde a montagem do espao at as atividades propostas. No hesite em alterar a ordem das etapas previstas ou os encaminhamentos planejados em funo das necessidades dos bebs. Observe as crianas interagindo com os livros e o tempo que se mantm concentradas. Um bom termmetro quando elas comeam a pedir para ouvir histrias. Muitas vo comear a deixar explcitos quais so os ttulos prediletos, coment-los e pedir para lev-los para casa. Anote as preferncias do grupo. Sugira atividades especficas com elas para verificar a familiaridade com os enredos, personagens e imagens. Importante verificar se a turma tem comportamento leitor no manuseio das obras e na postura para escut-los. Nessa faixa etria, a pacincia e a perseverana so essenciais para um trabalho bem-sucedido.

3. DESAFIOS CORPORAISEste eixo trata de um ponto importante de desenvolvimento. Embora os bebs se movimentem desde o nascimento, um longo caminho de aprendizagem precisa ser percorrido para que a criana domine seus movimentos, atribua significaes a si, aos outros e ao mundo. As aes reflexas so, aos poucos, substitudas pela complexidade do sistema de coordenao motora - o que pode ser amplamente estimulado pelas brincadeiras e na organizao dos cantos na creche, que oferecem obstculos e desafios movimentao.Assim como no desenvolvimento da linguagem, o movimento pode tambm introduzir a criana no mundo simblico. um ato cultural, no qua as crianas tanto imitam, quanto criam. Conhecer o corpo inclui trabalhar diferentes reas, como as cincias e as artes.Por isso, o professor deve reconhecer os movimentos da criana sem consider-los "indisciplina", mas registrando os avanos motores. indispensvel, portanto, que a escola oferea espaos para a criana rolar, sentar, engatinhar, andar, correr, saltar, segurar objetos e arremess-los, manipul-los e encaix-los.Mantenha a regularidade das propostas que envolvem os desafios corporais e introduza, se possvel, atividades esportivas, de dana e circenses ao cotidiano da creche.Orientaes para este eixoBERRIO Estimule que os pequenos explorem diferentes espaos atravs de diversos movimentos, como engatinhar, sentar, manipular objetos, arrastar-se, rolar (circuito de obstculos: tneis, passar por baixo de..., pneus etc.). A partir da conquista da marcha, as crianas podem aprender a correr, saltar, pular, subir e descer com maior autonomia. MINIGRUPO Propicie a explorao dos desafios oferecidos pelo espao por meio da coordenao entre movimentos simultneos. Oferea, tambm, orientao corporal com relao s noes de frente, trs, em cima, embaixo, dentro e fora.

DESAFIOS CORPORAIS PARA BEBSMais sobre crecheReportagens O que a creche pode ensinar? Educao Infantil, lugar de aprendizagem Como organizar a rotina em creches e pr-escolas

Educao Infantil no Brasil: cem anos de espera Atividades simultneas na crecheEntrevistas Gilles Brougre fala sobre o aprendizado do brincar Beatriz Ferraz fala sobre cuidados e contedos na creche

Infogrfico O lugar ideal da Educao InfantilSrie especial Desenvolvimento infantilGaleria de fotos Atividades de ateli e de circuitoAtividade Ateli de arteComo incluir na rotina da creche situaes em que os pequenos sejam estimulados a desenvolver novos movimentos e a aprender mais sobre o prprio corpo

Introduo

O que significa ser inteligente? Muitas pessoas consideram Albert Einstein uma pessoa inteligentssima. Mas provvel que, durante a cobrana de um pnalti, ele no fosse capaz de acertar o gol. Diante dessa afirmao, algum poder dizer que no necessrio ter a mesma inteligncia de Einstein para bater uma falta no futebol - e essa pessoa estar certa. No existe apenas um tipo de inteligncia: aquela que desenvolvida para clculos matemticos complexos diferente da que se requer nos esportes. A Psicopedagogia moderna reconhece que tanto Einstein quanto Zico, por exemplo, foram pessoas inteligentes, cada qual em sua rea de atuao.Em entrevista revista Superinteressante, o psiclogo Howard Gardner, da Universidade de Harvard, explicou que existem ao menos oito tipos de inteligncia. O importante que elas sejam corretamente estimuladas durante a infncia. Ou seja, desenvolver o raciocnio lgico, manipular objetos, saltar, escrever palavras, entre outras habilidades, requer estmulo para o desenvolvimento integral da criana.O desafio colocado na Educao moderna justamente como instigar esses diferentes tipos de inteligncia. certo que cada criana ter habilidades mais apuradas em determinadas reas do que em outras, mas preciso oferecer contato com possibilidades variadas. Houve um tempo em que, se um aluno no soubesse solucionar expresses algbricas complexas, logo recebia o rtulo de no ser l muito inteligente. E aquele que gostasse de escrever poesias podia ser considerado menos capaz do que colegas muito bons em Cincias ou Matemtica.A verdade que, para elaborar um texto coeso, bem estruturado e que faa sentido ao leitor, preciso dedicao e inteligncia. Escrever poemas no para qualquer um. Da mesma forma, arremessar uma bola na cesta de basquete, lanar um saque no vlei ou fazer a rede balanar no futebol so aes que exigem habilidade e, novamente, inteligncia! Quanto mais cedo essa inteligncia corporal for desenvolvida, tanto melhor para o desempenho da criana. J existem, inclusive, estudos que comprovam a influncia das atividades fsicas no desenvolvimento escolar global da garotada.De acordo com tais pesquisas, o comportamento exigido na prtica esportiva o mesmo necessrio ao aprendizado. Em reportagem da revista SADE, Ricardo Barros, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria e coordenador de estudos de Medicina Esportiva, cita a ginstica rtmica como exemplo: " preciso concentrao, habilidade de postura, coordenao e equilbrio para aprender movimentos como estrela ou cambalhota. Repare que so todos requisitos tambm atrelados aprendizagem".Depois que aprendem a andar, os pequenos precisam ser instigados a correr, pular, saltar - tudo sob a orientao cuidadosa do educador. A proposta desta atividade permanente mostrar como montar circuitos variados, dentro e fora da sala de atividades, para trabalhar desafios corporais com os bebs. De quebra, esse aprendizado contribuir para desenvolver um estilo de vida ativo, que tambm ser essencial pelo resto da vida

Objetivos- Inserir atividades fsicas regulares na rotina das crianas. - Desenvolver habilidades corporais variadas.Material necessrioBolas, cordas, escorregador, colchonetes e imagens de animais.DesenvolvimentoNa maioria das vezes, as crianas so muito ativas e esto sempre se movimentando. Contudo, importante que a Educao Fsica seja feita de modo sistemtico durante, por exemplo, dois perodos de 30 minutos, um de manh e outro pela tarde. certo que qualquer atividade fsica proporciona benefcios, mas a organizao ajuda a criana a perceber a importncia desses momentos.Outro fator importante a presena do adulto. Ainda que simples, certas atividades podem paralisar uma criana que sinta medo ou dificuldade em realiz-las - e o educador ajuda tanto a evitar acidentes quanto a dar mais confiana aos pequenos. Alm disso, o adulto deve ficar atento s etapas do desenvolvimento das crianas: se as propostas forem fceis demais, no estimulam os pequenos a contento e, se forem muito difceis, no despertam o interesse em superar limites. Portanto, as atividades at podem ser as mesmas para as diferentes faixas etrias da creche, mas pequenas variaes em seu planejamento e execuo so muito bem-vindas.Atividade 1Uma proposta interessante enfileirar bolas e auxiliar as crianas a passar os ps por cima delas - primeiro o direito, depois do esquerdo e assim por diante. Em seguida, as cordas podem servir como outro obstculo a ser ultrapassado, por cima ou por baixo, de acordo com a regulagem de altura. Exerccios como esses exigem concentrao, estratgia, preparo e, ao mesmo tempo, so estmulos divertidos.Atividade 2No ptio, o escorregador costuma ser usado como um brinquedo para descida. Estimular a subida por onde se escorrega tambm pode ser interessante. Para isso, segure na mo esquerda de cada criana e ajude-as, uma a uma, a subir. Depois, repita a proposta segurando na mo direita de cada criana. Com essa atividade, possvel perceber com qual das mos os pequenos tm mais habilidade e fora e, a partir da, trabalhar novos estmulos outra mo. Atividade 3Propostas que envolvem cooperao so ferramentas importantes para o desenvolvimento fsico e intelectual das crianas. Ficar em fila, passar uma bola embaixo das pernas e entreg-la nas mos do prximo colega envolve no apenas estmulos corporais como tambm noes de respeito e trabalho em equipe.Atividade 4Aproveite que as crianas costumam gostar muito de imitar animais e mostre imagens de bichos cujos movimentos elas possam copiar. Por exemplo, minhocas e cobras rastejam, sapos e cangurus pulam, cavalos e guepardos correm. At o caminhar dos gorilas e chimpanzs pode ser interessante reproduzir: o corpo desses animais acompanha o andar, o que ajuda as crianas a desenvolver noes de lateralidade.

Atividade 5Bolas variadas (de tnis de mesa, tnis de quadra, futebol de salo, handebol, vlei, basquete, entre outras) so timas para organizar uma competio de arremesso, sempre com os dois braos para essa faixa etria. O tamanho e o peso de cada bola estimulam os msculos do tronco e dos membros superiores. Nesse sentido, confeccionar bolas de meia pode incrementar ainda mais o trabalho.AvaliaoFaa anotaes sobre o desempenho dos pequenos sempre que possvel, no para compar-los, mas para aumentar gradativamente a dificuldade das atividades em que eles se saem melhor. Se alguma criana no conseguir realizar determinada proposta, procure auxili-la, dentro das possibilidades dela, at que consiga superar seus limites. Vale ainda orientar os pais a fazer algumas dessas propostas em casa, a fim de tambm contriburem para a melhoria do desenvolvimento corporal dos filhos.

DESAFIO CORPORALObjetivos - Trabalhar em grupo e aprender regras de convivncia, como esperar a vez, ganhar e perder. - Desenvolver habilidades corporais (pular, virar cambalhota etc.).

Material necessrio Colchonete, corda e obstculos para as crianas pularem, como argolas e bambols. Flexibilizao Para garantir a participao de crianas cadeirantes nesta atividade, o educador ter que contar com algum que possa empurrar a cadeira. O ideal que os prprios colegas cumpram este papel. O professor pode organizar um rodzio para empurrar a cadeira em alguns trechos do percurso, como, por exemplo, a passagem por baixo das cordas. claro que, neste momento, a corda deve ser levantada, mas no o suficiente para a criana no ter que fazer nenhum movimento. Se ela for capaz de abaixar a cabea ou dobrar o tronco, estes movimentos devem ser propostos. importante ressaltar, porm, que a simples adaptao do espao e do material nem sempre d conta de garantir a participao destas crianas e, sendo assim, fundamental que o professor planeje, com antecedncia, desafios possveis para eles, e dos quais todos possam participar. As cambalhotas, por exemplo, podem ser tambm substitudas por "manobras radicais", assim: a partir de um sinal sonoro, todas as crianas devem sair correndo e, ao ouvir outro tipo de sinal, devem mudar de direo rapidamente, ou parar bruscamente. Atividades como essa podem garantir muita diverso se a criana com deficincia fsica puder fazer uma dupla com algum de seus colegas, que empurrar a cadeira. O importante garantir a participao de todos na maioria das situaes.

Desenvolvimento

No ptio, monte um circuito com vrios materiais: estique cordas e pea que os pequenos passem por baixo sem encostar nelas, coloque bambols no cho e diga que pulem de um para outro e oriente para que faam cambalhotas sobre colchonetes. Apresente o que deve ser feito em todo o circuito e acompanhe as crianas em cada um dos desafios, evitando que tenham medo ou se machuquem.

Avaliao Observe a diferena na participao de cada criana frente aos desafios corporais propostos para planejar as prximas atividades envolvendo maiores e menores dificuldades.Reportagens O que a creche pode ensinar? Educao Infantil, lugar de aprendizagem Como organizar a rotina em creches e pr-escolas

Educao Infantil no Brasil: cem anos de espera Atividades simultneas na crecheEntrevistas Gilles Brougre fala sobre o aprendizado do brincar Beatriz Ferraz fala sobre cuidados e contedos na creche

Infogrfico O lugar ideal da Educao InfantilSrie especial Desenvolvimento infantilGaleria de fotos Atividades de ateli e de circuitoAtividade Ateli de arte

PRIMEIRAS ACROBACIASObjetivo

Fortalecer a musculatura.Tempo estimado Livre. DesenvolvimentoPreparando a creche - O piso no deve ser escorregadio, e o ideal que haja rampas com pouca inclinao para subir e descer engatinhando ou escadas de poucos degraus. - Espalhe colchonetes se alguma atividade envolver risco de queda. - Coloque equipamentos que dem suporte s crianas, como almofadas para as que esto comeando a sentar e pufes, caixas de papelo e uma barra para as que querem ficar em p.

Atividade 1

Cada frase que o professor disser ser repetida pelas crianas. "Vamos passear na floresta?" "Ento, vamos!" (Caminhar pelo espao) "Xiii! Olha l! Um rio!" "Vamos passar?" "Por cima no d!" (Esticar o corpo) "Por baixo no d!" (Abaixar o corpo) "Ento vamos nadar?" (Movimentar os braos) O jogo prossegue com variaes nas propostas de movimentos: "Xiii! Olh l! Uma rvore! Vamos subir?" (Movimentar braos e pernas, como se estivesse subindo) "Uma caverna! Vamos entrar?" (Arrastar-se pelo cho ou andar agachado) Entrando na caverna, o professor diz: "Xiii! Est tudo escuro!" (Fechar os olhos e tocar nos colegas) "Xiii! Uma cauda comprida... um plo macio... um focinho gelado... uma ona! Vamos correr?" (Correr, fazendo o caminho inverso) "Xii! Uma caverna! Vamos sair? Xii! Uma rvore! Vamos subir? Xii! Um rio! Vamos nadar? Xii! Uma casa! Vamos entrar? Xii! Uma porta! Vamos fechar?" (Deitar no cho) Para concluir: "Ufa! A ona no pegou ningum! Ainda bem!" (Descansar)

Atividade 2

Os desafios corporais podem variar conforme a proposta. Por exemplo, passear no fundo do mar: nesse caso, os movimentos de braos e pernas so feitos com todos deitados no cho. Outras opes so entrar em cavernas, passar por muitas algas, afundar num abismo profundo e fugir de um tubaro.

Atividade 3

Uma outra opo fazer de conta que est voando: as crianas podem fazer a sequncia de p, para se locomoverem no espao. Sugira que elas sejam pssaros, que voem sobre a montanha, pousem numa rocha, mergulhem num abismo e fujam de um gavio.

Avaliao

O importante aqui no saber quem consegue ou no fazer o que foi proposto ou comparar a agilidade de um e outro. Avalie se o tempo de durao foi adequado, se os pequenos se envolveram e seguiram suas sugestes. Verifique se alguma coisa dever ser modificada numa prxima vez.Compartilhe

4. EXPLORAO DO AMBIENTEPara que as crianas possam aprender e agir sobre o ambiente em que esto inseridas, os cinco sentidos so mobilizados. Desde muito pequenos, os bebs so curiosos e observadores e a creche o lugar para transformar esta curiosidade em conhecimento - sobre os animais, as plantas, os lugares, a tecnologia e o comportamento humano.Neste eixo, os pequenos desenvolvem as habilidades para compreender o mundo fsico e o social, atribuir explicaes para os fenmenos da natureza e da sociedade em que vivem. Comeam levando praticamente todos os objetos boca e, aos poucos, tornam-se capazes de interpretar, de modo bastante particular, fenmenos complexos, como a diferena entre o dia e a noite.Para tanto, estimule a observao, a construo de problemas de investigao e faa com que as crianas criem, no dia a dia, hipteses a serem desvendadas. Na pr-escola, os pequenos devem saber como observar fenmenos constantes e espordicos, distinguir luz e sombra, quente e frio, liso e spero, escolher critrios de classificao dos objetos, completar modelos e reconhecer materiais diferentes. Brincadeiras, experincias e jogos que envolvam estes conhecimentos so atividades fundamentais.Orientaes para este eixoBERRIO Proponha brincadeiras com gua, areia, terra e pasta de maisena para a explorao de texturas e propriedades dos materiais, como a temperatura e a consistncia. Faa com que as crianas reconheam sons altos e baixos, propicie as exploraes de cheiros com alimentos e objetos e apresente situaes que ilustrem reaes de causa e efeito, por meio de brincadeiras e interaes.MINIGRUPO Deixe que os pequenos atuem sobre objetos e materiais sob sua orientao. Estimule a criao de misturas; a observao de diferenas e semelhanas entre objetos; a elaborao de problemas simples; a convivncia com regras; assim como a comparao de caractersticas fsicas de lugares, pessoas e animais.CRIANAS FAZEM UMA HORTA

ObjetivosCriar uma horta e cuidar dela. Observar o desenvolvimento de um ser vivo. Valorizar o meio ambiente.AnoCreche.

Tempo estimado Depende do que ser plantado.

Material necessrio Terra, cascas de frutas e legumes, mudas ou sementes, regador, p de jardim, imagens do que ser plantado, plstico transparente, fita adesiva e palitos de churrasco.

DesenvolvimentoAntes de comear, verifique a melhor poca para plantar a espcie escolhida. Alm das verduras, razes (como cenoura) despertam curiosidade nos pequenos: eles ficam ansiosos para retir-las da terra.

1 ETAPA Pergunte quem conhece uma horta. Para que serve? Conte que os vegetais so seres vivos. Por isso, precisam de cuidados, como sol e gua.

2 ETAPA Que ingredientes so usados em uma salada? Registre as respostas - delas podem surgir boas ideias para receitas. Leve as crianas ao refeitrio e mostre alguns vegetais. Alerte para a importncia de lavar bem as mos antes de tocar na comida.

3 ETAPA Aqui a horta comea realmente. Faa uma placa com o nome da criana, a data e uma foto da planta de que ela vai cuidar. Proteja o papel com plstico para no molh-lo quando a horta for regada. Depois cole as fichas em palitos de churrasco e entregue-as turma. Num canto ensolarado, proponha s crianas que revolvam a terra com pazinhas. Cada uma deve fazer um pequeno buraco, transplantar sua muda ou semente, apertar a terra em volta e molh-la. Fotografe para que todos comparem essa etapa com as outras.

4 ETAPA A horta precisa de cuidados dirios: gua (fora dos horrios de sol a pino) e observao para detectar pragas. O que acontece se as plantas no receberem gua ou luz suficiente? Use duas plantas extras: uma ficar sem ser regada. A outra, coberta por uma caixa. Estimule as crianas a entender por que vo murchar.

5 ETAPA Separe as fotos com o passo-a-passo da horta e pea que as crianas coloquem em ordem, avaliando o crescimento das plantas.

6 ETAPA Hora da colheita. Na cozinha, as crianas podem lavar as plantas.

Produto final Horta.

Avaliao Compare observaes, dvidas e comentrios ao longo do processo. Observe como cada criana se relacionou com sua planta. Compartilhe

TRANSFORMANDO ESPAOS COM LUZES E SOMBRASCompartilheIntroduo Uma das caractersticas mais fascinantes do Teatro a possibilidade de criar, com o auxlio de alguns elementos, espaos, atmosferas, mundos diferentes. Assim que o palco de um teatro ou mesmo um espao como uma sala pode se transformar num castelo medieval, numa selva misteriosa ou numa paisagem do futuro. Desde cedo as crianas so sensveis a essas transformaes. Criar e recriar, inventar e brincar de estar em outro lugar ou de ser um personagem so caractersticas comuns brincadeira infantil e arte teatral. E no aspecto da transformao que se baseia esta atividade permanente.

Objetivos Participar e assistir a um teatro feito com sombrasContedos - Transformao de espaos - Teatro de Sombras - Pesquisa de luzes e sombras

Tempo estimado 30 minutos Material necessrio - Barbante - Lenis brancos velhos - Lanternas de vrios tipos - Bacias - gua - Escorredor de pratos, ralador, escorredor de macarro e outros objetos "vazados" - Sucatas diversas, como caixa de ovos, garrafas pet e outros materiais transparentes - Papel carto preto - Papel celofane - Tesoura - Cola

Desenvolvimento da atividade 1 Prepare a sala: para o teatro de sombras voc vai precisar afastar os mveis da sala e estender, com o auxlio de barbantes, um ou mais lenis brancos de um ponto a outro do espao, como uma tela esticada. Apague ento a luz e acenda uma ou vrias lanternas. Essa simples interveno j deliciosa e provocativa para as crianas. Algumas podem assustar-se ou chorar; importante que o professor perceba e respeite a emoo dos pequenos. Nesse momento, o professor quem "atua" no teatro, aproximando e afastando o foco das lanternas do lenol. Faa sons, cante ou convide as crianas a ajudar na "sonoplastia". Esse primeiro momento de aproximao e explorao! 2 O teatro de sombras tradicional utiliza figuras recortadas minuciosamente em papel carto preto, representando personagens. Voc pode fazer o mesmo e ter uma coleo de figuras mais estruturadas para contar histrias conhecidas para as crianas. Mas, nesta atividade, o mais importante criar formas inusitadas, pesquisar o efeito da luz e da sombra, modificar o espao e brincar com novas possibilidades de produzir sombras com as crianas. Por exemplo: objetos vazados, como um escorredor de pratos, um ralador de queijo ou uma caixa de ovos furada produzem formas misteriosas ou sugestivas luz da lanterna. Se a fonte de luz est fixa num nico lugar, afastar e aproximar os objetos gera efeitos incrveis, principalmente se eles estiverem embrulhados em papel celofane. O mesmo acontece com objetos transparentes, como uma garrafa pet cheia de gua colorida com anilina, ou mesmo uma bacia de gua, que, quando iluminada, produz uma sombra cheia de movimento, que se modifica quando mexemos na gua. 3 Repita a atividade num outro dia. Organize o espao com a ajuda das crianas. Uma boa ideia tambm que cada uma tenha a sua prpria pequena lanterna para suas pesquisas. 4 No momento de Artes Visuais, convide as crianas a desenhar diferentes formas em papel carto preto. Oriente-as com relao ao tamanho, para que no fiquem muito pequenas. Importante: no preciso, necessariamente, que as crianas desenhem figuras humanas ou bem-acabadas. Formas abstratas tambm produzem lindas sombras! Se as crianas ainda no puderem recortar, faa isso para elas e "vaze" as figuras, fazendo recortes dentro delas. Pea s crianas que preencham os espaos vazados, colando pedaos de papel celofane. Pronto! Agora vocs podem explorar as figuras criadas luz da lanterna, e at mesmo criar uma histria com elas. 5 A proposta do teatro de sombras pode ser repetida muitas vezes. Alterne a possibilidade das crianas serem plateia (quando voc ou um grupo de crianas est "por trs do lenol") ou serem atores (quando a "apresentao" responsabilidade das crianas, individualmente ou em pequenos grupos). como diz o documento Orientaes Curriculares - Expectativas de Aprendizagens e Orientaes Didticas para a Educao Infantil da Secretaria Municipal de Educao de So Paulo: "A percepo entre o faz-de-conta e o teatro no acontece naturalmente. o professor quem nomeia o faz-de-conta organizado como teatro e contextualiza as experincias das crianas como teatrais, organizando-as intencionalmente e incentivando-as a fazer e/ou assistir." p.126 Avaliao Nesta atividade, fica muito evidente o quanto o professor medeia a aprendizagem dos pequenos. Porm, isso no significa que ele esteja fazendo tudo por eles. Por serem to pequenas, as crianas vivem a experincia do teatro como integrada a todas as outras, como a brincadeira, a expresso plstica, o movimento. Mesmo assim, o professor pode observar se e o quanto as crianas participaram das atividades, se se interessaram pela pesquisa das sombras ou pelas descobertas dos colegas. O parmetro de avaliao perceber se as crianas envolveram-se de verdade nessa experincia conjunta e puderam criar algo que lhes agradou e que fez sentido para elas, ao contrrio da tradio de representar pecinhas decoradas e cheias de texto, de cuja autoria no participam.

PLANEJAR A REA EXTERNA

Objetivos - Organizar um ambiente externo com diversas opes de atividades. - Estimular o movimento e a explorao de materiais.

Tempo estimado Durante o ano todo, especialmente no vero.

Material necessrio Brinquedos diversos e em quantidade suficiente para toda a turma, baldes, vasos, colchonetes, livros, lupas, binculos, caleidoscpios e mbiles.

Desenvolvimento 1 etapa Observe como o espao externo da creche utilizado. Quanto tempo cada professor passa fora da sala? Que tipo de atividade prope? H planejamento, diversificao e contato constante - o que desejvel - ou, ao contrrio, trata-se apenas de um momento "tapa-buraco" na rotina semanal? Em cada turma, verifique se as crianas interagem entre si e exploram o ambiente ou se ficam restritas a uma pequena rea.

2 etapa Para que o espao externo seja desafiador, assegure a diversidade de propostas. O ideal contemplar o ptio com ambientes com areia, gua e, principalmente, alguma rea verde, mesmo que seja em vasos e floreiras. Em todos eles, importante garantir a segurana. Medidas simples, como colocar colchonetes no cho para amortecer quedas em balanos ou escorregadores, ajudam a prevenir acidentes. Tambm importante que haja pelo menos um adulto para cada sete crianas.

3 etapa Hora de pensar no tempo despendido fora da sala. Assegure que as atividades ao ar livre tenham um espao cativo na agenda semanal - a familiaridade com o ambiente externo essencial para que os pequenos possam fazer suas prprias descobertas.

4 etapa De tempos em tempos, surpreenda a turma com novidades criativas. Experimente, por exemplo, colocar objetos como lupas, binculos, caleidoscpios e mbiles em lugares estratgicos, como galhos de rvores e cantos vazios. Outra forma de valorizar a rea externa variar as atividades em cada ambiente. possvel, por exemplo, usar o jardim para ler histrias, adaptando o ambiente de acordo com o enredo.

Avaliao Para analisar quais atividades e ambientes funcionam e, ao mesmo tempo, verificar o envolvimento das crianas nas diferentes propostas, elabore fichas de observao para cada uma. Ela pode conter os seguintes itens:

- Nome da criana - Envolve-se em quais propostas? - Qual espao prefere? - Com quem gosta de brincar? - Mantm-se atenta s rodas organizadas na rea externa? - Percorre o espao externo de maneiras diferentes? - De que forma explora os desafios colocados na rea?

Com base nesse diagnstico, reorganize o ambiente e estimule cada criana, individualmente, a descobrir atividades e oportunidades ainda inexploradas.Compartilhe

5. IDENTIDADE E AUTONOMIAA criana se reconhece como tal a partir do reconhecimento do outro. medida que so atendidos em suas necessidades bsicas, os bebs identificam as pessoas que cuidam deles e aprendem a localizar-se no ambiente. Reconhecem que so distintos do restante do mundo ao levar os prprios ps e mos boca, antes dos seis meses. Em seguida, passam pelo reconhecimento da prpria imagem no espelho, uma passagem fundamental para diferenciar o "eu" do outro.Nas experincias de cuidado na creche, as crianas aprendem a vestir-se, pentear-se, alimentar-se e fazer sua higiene. Alm disso, aprendem a sentir-se bem com esses hbitos. O professor - que o principal parceiro da criana nas aes de autocuidado e precisa estar ciente do contedo simblico de cada um desses hbitos - deve propiciar atividades contnuas de estmulo autonomia, pois com essas experincias que a criana entende as capacidades e inabilidades humanas e compreende as diferenas entre as pessoas como elementos de legitimidade. Com isso, os pequenos constroem sua forma de perceber e reagir s mais diversas situaes, de acordo com possveis regras de sociabilidade.Na creche, a criana precisa aprender a lidar com a prpria segurana. Espera-se que ao final da pr-escola os pequenos tenham hbitos regulares de higiene pessoal, controlem os esfncteres - abandonando as fraldas por volta dos 2 anos - e auxiliem o adulto a vesti-la. Entre 2 e 3 anos, que expressem suas preferncias, alimentem-se com talheres, no coloquem a mo suja na boca, no manuseiem objetos pontiagudos e busquem o prprio conforto. Por isso, a alimentao, a limpeza e organizao dos espaos da escola, o conforto dos ambientes, as aprendizagens coletivas e as brincadeiras com gua so pontos importantes, que precisam ser amplamente planejados pelos educadores.Orientaes para este eixoBERRIO e MINIGRUPO Organize jogos interativos com adultos e crianas; faa com que os pequenos se familiarizem com a prpria imagem corporal; estimule a comunicao com diferentes parceiros; ensine a apropriao de regras de convvio social e de hbitos de autocuidado; dialogue para ajudar as crianas a solucionar dvidas e conflitos e para que reconheam e respeitem as caractersticas fsicas e culturais dos colegas.APRESENTAO DOS ALIMENTOS AOS BEBS DA CRECHECompartilheReportagens Na rotina planejada, o espao para aprender As crianas tm muito o que aprender na creche O que no pode faltar na crechePlano de aula Plano de aula que ensina crianas de 3 anos a plantar uma hortaAnimaes O lugar ideal da Educao Infantil Cantos da creche Brinquedoteca, espao de brincar Como organizar um berrioEspecial Desenvolvimento InfantilPor volta dos 3 anos, a criana j come sozinha e comum que deixe de lado comidas nutritivas. Explore estes sabores e estimule novos hbitos dos pequenos

IntroduoH um ditado popular muito famoso que diz que " de pequenino que se torce o pepino". A explicao da expresso est no fato de que possvel direcionar o crescimento desta planta at a colheita. Isso semelhante ao que ocorre quando algum apresenta um comportamento s crianas da creche. Neste momento, elas agem muito por repetio, imitando o comportamento dos adultos ou dos colegas.Esta atitude pode ser aproveitada para o que costuma ser um problema para muitos pais: a alimentao. Comer corretamente pode ser ensinado aos pequenos e uma estratgia muito mais eficiente do que fazer barganhas ou prometer doces caso comam frutas e verduras. fundamental que a criana no cresa associando comida saudvel a um dever que ser recompensado com algo que ache mais gostoso. comum que os pequenos se precipitem ao afirmar que no gostam de uma comida, principalmente se ela no for colorida, vistosa, doce ou j conhecida. Ajude a mudar este hbito indicando boas alternativas para as refeies da creche e mostrando que comida saudvel pode sim ser muito gostosa.

Objetivos Apresentar diferentes tipos de alimentos aos bebs Estimular a curiosidade das crianas sobre hbitos alimentares mais saudveis Reconhecer os sabores das comidas

DesenvolvimentoAlimentao correta, atividades fsicas regulares, doses hormonais e os genes so os principais influentes para o crescimento. Ao contrrio da herana gentica, que imutvel, comer corretamente um hbito que pode ser estimulado pela escola j na Educao Infantil.Para crescer com sade o corpo precisa de doses altas de alimentos energticos, como carboidratos, e construtores, como protenas. necessrio consumir tambm os reguladores (frutas, legumes e verduras), que auxiliam as atividades celulares e regulam todo o metabolismo fisiolgico. Tenha isso em mente na hora de apresentar comidas s crianas. Experimente as texturas, as formas, o cheiro e o paladar de frutas e verduras e oriente os pequenos a conhecerem estes alimentos. Claro que o professor no pode deixar de reconhecer que as frituras tm gosto agradvel ao paladar - e as crianas sabem disso. Mas preciso saber, desde cedo, os riscos que as pessoas correm ao abusarem desse tipo de alimentao. Portanto, conscientize os alunos para a necessidade de todos os nutrientes na alimentao diria. A seguir, vamos apresentar algumas estratgias vlidas para incentivar as crianas a comerem de maneira saudvel. Os responsveis pela alimentao das creches podem variar essas atividades conforme a necessidade e disponibilidade e no precisam seguir exatamente a sequncia apresentada. Vale lembrar que fatores externos, como as estaes do ano, tambm influenciam j que boa parte das frutas no esto disponveis o ano todo.

Atividade 1Leve os alunos ao supermercado. Na primeira visita, eles vo querer ficar na rea de brinquedos ou ver os alimentos "mais gostosos", como doces e biscoitos industrializados. Mas importante insistir. Leve as crianas primeiro ao setor de frutas, verduras e vegetais crus. Muitos no conhecem estes alimentos como realmente so, s na forma de geleias e pats ou na fotografia da caixinha de suco. No supermercado elas podero ver a fruta, tocar e sentir seu cheiro. Explorar as sensaes contribui para aumentar o interesse e a curiosidade por estes alimentos, mostrando que so mais atrativos do que as crianas imaginam. Atividade 2Levar as crianas para uma volta na feira tambm interessante, mas tome muito cuidado por causa do movimento da rua e do trnsito. Se no for possvel visitar uma feira livre, leve a turma em um sacolo ou traga algumas frutas e verduras para a sala. O mais importante garantir que os pequenos tenham contato com a comida: peguem, sintam o cheiro, vejam como a forma, a textura, se tem casca ou no e que observem a multiplicidade de cores dos alimentos naturais.Atividade 3Procure associar o cheiro ao paladar das frutas. Pea que as crianas comparem esses dois sentidos. Pergunte se o cheiro da fruta se parece com seu gosto. Compare as frutas com mais gua - ideais para os dias de vero - com as mais secas. Outra possibilidade apresentar diferentes tipos de uma mesma fruta. Exemplo: laranja cravo, laranja lima e tangerina. Indique as diferenas entre o gosto, a cor, o tamanho e o formato delas.Aproveite para reforar a importncia da ingesto de gua e de sucos de frutas, que so coloridos e bem saborosos. Embora seja mais prtico consumir sucos prontos ou refrescos em ps, eles costumam ter uma alta taxa de sdio, enquanto os sucos de frutas so mais nutritivos e sem conservantes. Atividade 4Leve os pequenos para a cozinha e deixe que observem como os alimentos so preparados. Uma visita cozinha da creche pode surtir efeitos muito positivos. Ajude os alunos a observarem a lavagem dos alimentos, a separao de gros e o corte das carnes e das frutas. As crianas costumam no ter noo, por exemplo, que a carne crua mais dura do que cozida. Mostre esta diferena a elas, indicando que o cozimento dos alimentos facilita a nossa mastigao e tambm a digesto. No esquea de tomar muito cuidado com a segurana das crianas e faa esta atividade com ajuda de outros adultos. Atividade 5Use a hora das refeies para contar as funes dos alimentos que esto sendo ingeridos. Diga que as carnes contm protenas que servem para a formao dos msculos. Leite e derivados tm um elemento chamado clcio, fundamental para a rigidez dos ossos. Os sais minerais, que regulam o funcionamento do metabolismo, so encontrados em frutas e verduras. Explique tambm que os carboidratos fornecem a energia que precisamos para fazer todas as atividades do nosso dia a dia. Eles so encontrados em massas e pes.No deixe de destacar que, em geral, doces e salgadinhos tm carboidratos, mas esto associados a leos e gorduras, cujo acmulo prejudica a sade. Conte estas informaes para as crianas conforme elas comem. Isso importante para explicar que o que comemos tem uma funo no nosso organismo.Atividade 6 comum gostar de pes recheados, pizzas, biscoitos e achocolatados. Explique que esses alimentos derivam de vegetais que podem ser comidos antes de serem processados. Um exemplo: muitas crianas quando comem biscoitos recheados, preferem o recheio. Mostre que quando o biscoito tem sabor de morango, porque foi produzido a partir desta fruta. Leve morangos para os pequenos experimentarem. Se possvel, faa o mesmo com chocolate. A turma deve adorar este doce, mas poucos sabem que vem de uma fruta chamada cacau. Se possvel, apresente esta fruta para a turma. Deixe que toquem, sintam o cheiro e provem. provvel que alguns vo dizer que tem gosto de chocolate, enquanto outros no vo achar qualquer relao entre os dois. Atividade 7Corte pequenos pedaos de folhas como alface ou escarola e pea que as crianas experimentem. Leve tambm as folhas de alguns temperos como hortel, manjerico ou organo e mostre como os temperos do cheiro e sabor salada. Neste momento, explique que h leos mais saudveis, como o azeite, que tambm do mais sabor aos vegetais. E que as manteigas, ainda que importantes para o corpo, s sero teis se forem consumidas em pequenas quantidades, j que so muito gordurosas e a gordura causa doenas como problemas cardacos. Outro tempero importante o sal, que d gosto s comidas, mas causa riscos para a presso arterial por isso deve ser consumido com moderao. Converse com o responsvel pela alimentao da creche e procure fazer com que as crianas se habituem a pouco sal na comida. AvaliaoOs alimentos e o momento das refeies podem ser muito teis para a compreenso da importncia de comer bem. As crianas, que normalmente so muito curiosas, podem ser estimuladas a experimentar alimentos saudveis a partir das cores, do cheiro e da forma. Por meio das sensaes, estimule a turma am preferir os acares das frutas ao acar refinado. Mostre que existem feiras e mercados onde possvel achar alimentos saudveis. Observe o interesse dos pequenos ao longo das atividades. Veja se esto comendo frutas e vegetais com mais curiosidade e se dispensam ateno para os alimentos que antes no queriam.

POR QUE COMEMOS ISTO?

Alunos analisam fatores que influenciam os hbitos alimentares - nem sempre saudveisQuando o professor Jos Maria Rodrigues Soares comeou a discutir em sala o contedo calrico e os nutrientes dos alimentos, os estudantes de 7a srie da Escola de Educao Bsica e Profissional Embaixador Espedito de Freitas Resende, em Teresina, ficaram preocupados. Afinal, eles preferiam produtos pouco saudveis vendidos em lanchonetes. Para esclarecer as dvidas da garotada e dar uma abordagem diferente ao tema, Jos Maria elaborou o projeto Hbitos Alimentares: uma Questo Sociocultural."Minha proposta era investigar os principais fatores econmicos, sociais e culturais que influenciam a construo do nosso cardpio particular", resume.

Aprender sobre hbitos alimentares... Amplia a compreenso do valor dos nutrientes. Mostra que a alimentao influencia diretamente a sade. Favorece a reflexo sobre a escolha do que comer.

A turma se perguntava sobre a razo de consumir tantas coisas industrializadas, como salgadinhos e refrigerantes. Mais do que isso, queria saber o que, de fato, faz bem ou mal. Muitas vezes os jovens no tm conscincia do que gordura em excesso", afirma a presidenta da Associao Brasileira de Nutrio, Andra Plo Galante. O tema j um contedo consagrado nas aulas de Cincias e pode ser enriquecido com conhecimentos que dizem respeito diretamente vida dos estudantes. Marcos Engelstein, responsvel pela seleo do projeto de Jos Maria entre os 50 melhores da edio de 2006 do Prmio Victor Civita Educador Nota 10, avalia que o professor teve o mrito de destacar a influncia cultural e social dos hbitos alimentares e analisar criticamente a mdia no que diz respeito publicidade (leia o quadro). "Talvez o hbito dos adolescentes no mude porque no algo to simples, mas eles vo se questionar mais na hora de escolher o que comer."

Contedo relacionado Oua um podcast com a presidenta da Associao Brasileira de Nutrio sobre a alimentao saudvel e o papel da escola

Fatores que influenciam os hbitos alimentares.Ilustrao: Lucas PduaOS ADOLESCENTES E A MDIA: ANLISE DE PROPAGANDAS

Os alunos de Jos Maria observaram propagandas de TV com olhar crtico e passaram a registrar a freqncia diria de anncios de guloseimas e produtos industrializados. Sobre um comercial de refrigerante, Lya Mendes, 15 anos, disse: "Fala das suas vantagens, induzindo ao consumo de outros produtos, como pizza e salgadinhos. Os lugares mostrados so aconchegantes, com pessoas praticando esportes". Por isso, segundo ela, o alvo deve ser os jovens. O campeo de aparies na TV a pizza. J o arroz e o feijo eram acompanhados de refrigerantes e at bebidas alcolicas, sem referncia a frutas e verduras, como percebeu Tayn da Rocha Santos, 14 anos. O grfico ao lado mostra os fatores que mais influenciam os hbitos alimentares da comunidade escolar, segundo a pesquisa realizada pela turma.Fonte: Pesquisa de alunos da Escola de Educao Bsica e Profissional Embaixador Espedito de Freitas Resende.VALORES NUTRICIONAIS

As atividades tiveram incio com um debate em grupo sobre o valor nutricional do que cada um costumava comer. "Os alunos levantaram hipteses sobre o porqu da predileo por salgados, refrigerantes e pizzas na hora do recreio", conta Jos Maria. Na primeira parte da investigao, eles examinaram o rtulo dos produtos que mais consumiam. Depois, partiram para a coleta de dados sobre hbitos dos familiares, por meio de entrevistas, e analisaram o cardpio da merenda escolar.

Tambm em equipe, a turma estudou mais a fundo contedos como funo dos nutrientes no organismo, consumo, aditivos e doenas causadas por maus hbitos alimentares. Livros, revistas, jornais e internet foram empregados na pesquisa e cada time apresentou seu subtema utilizando painis, montados com a ajuda da professora de Arte. Foram produzidos ainda artigos, cartilhas e folhetos informativos para a distribuio entre os alunos do Ensino Fundamental, socializando todo o conhecimento.

O projeto incluiu tambm uma pesquisa realizada com cerca de 400 colegas das demais classes da escola. Dessa forma, foram coletadas informaes sobre os costumes da comunidade. O questionrio continha perguntas sobre renda familiar, idade e itens mais consumidos por refeio. Outro ponto levantado dizia respeito aos fatores que contribuem para a formao dos hbitos. As opes incluam itens como vizinhos, parentes, amigos, receitas regionais e mdia. A tabulao e anlise das respostas foram feitas com a ajuda dos professores de Matemtica e Informtica." A turma concluiu, entre outros pontos, que os alimentos mais consumidos apresentam um alto teor calrico, que a escolha est condicionada ao poder aquisitivo e cultura, mas que sofre uma grande influncia da TV", destaca o professor.

REFLEXO GERA MUDANA

Para avaliar os resultados do trabalho, Jos Maria acompanhou durante o processo como todos estavam organizando suas idias e elaborando novos conhecimentos. Alm disso, ele examinou produes textuais e seminrios e aplicou provas escritas. Para ele, o mais relevante foi perceber uma mudana de postura dos jovens em relao aos hbitos alimentares."J h menos rejeio ao lanche oferecido pela escola, que inclui frutas e outros produtos naturais", conta.

O consultor Mrio Domingos, da Sabina Escola Parque do Conhecimento, de Santo Andr (SP), considera positivo o fato de os alunos pensarem sobre suas escolhas."Esse comportamento est alm dos contedos aprendidos e ter reflexos no futuro deles."Mrio faz um alerta: deve- se considerar que, no contexto da realidade dos alunos, quase impossvel viver sem os alimentos industrializados." relevante provocar reflexo e oferecer opes de alimentao, mas o discurso no deve ser moralista", diz o consultor.

IDENTIDADE E AUTONOMIA

1 O QUE IDENTIDADE E AUTONOMIA?O beb se percebe como ser nico quando reconhece os prprios limites (e os dos outros)

Reconhecer a prpria imagem um dos passos para a construo da identidadeIdentidadeDe acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil, identidade remete ideia de distino. Diz o documento: " uma marca de diferena entre as pessoas, a comear pelo nome, seguido de todas as caractersticas fsicas, de modos de agir, de pensar e da histria pessoal".Construir a identidade implica conhecer os prprios gostos e preferncias e dominar habilidades e limites, sempre levando em conta a cultura, a sociedade, o ambiente e as pessoas com quem se convive. Esse autoconhecimento comea no incio da vida e segue at o seu fim, mas fundamental que alguns conhecimentos sejam adquiridos ainda na creche.Assim que nasce, o beb permanece um bom tempo em fuso com a me. Isso significa que ele ainda no capaz de reconhecer os prprios limites e os limites do outro. Por isso, o desenvolvimento da criana nos primeiros anos de vida est intimamente ligado a experincias de frustrao - no jargo freudiano (leia mais sobre Sigmund Freud) - pelas quais ter de passar para compreender-se como um ser nico em meio a outros seres igualmente singulares, ou seja, um ser com identidade prpria.O cerne da construo da identidade est nas pessoas com as quais a criana estabelece vnculos. A famlia o primeiro canal de socializao. Em seguida, e to importante quanto, est a escola.AutonomiaA autonomia, segundo o mesmo referencial curricular "a capacidade de se conduzir e de tomar decises por si prprio, levando em conta regras, valores, a perspectiva pessoal, bem como a perspectiva do outro". Mais do que autocuidado - saber vestir-se, alimentar-se, escovar os dentes ou calar os sapatos -, ter autonomia significa ter vontade prpria e ser competente para atuar no mundo em que vive. na creche que a criana conquista suas primeiras aprendizagens - adquire a linguagem, aprende a andar, forma o pensamento simblico e se torna um ser socivel.A especificidade do trabalho na crecheNa faixa de 0 a 3 anos, explorar o eixo identidade e autonomia envolve ajudar os pequenos a desenvolver o reconhecimento da prpria imagem. O objetivo que eles se identifiquem como seres nicos, com corpo, hbitos e preferncias prprias. Ao mesmo tempo, desejvel que os bebs ganhem independncia progressiva para tanto para realizar aes cotidianas, como brincar e se expressar por meio da linguagem, quanto para o cuidado com a higiene e a alimentao. O caminho privilegiado para conseguir esse desenvolvimento so as atividades de interao, que possibilitam a criao de vnculos afetivos e o aprendizado das regras para a vida em sociedade.O item 3 - O que trabalhar traz a descrio pormenorizada das aes mais indicadas para explorar identidade e autonomia com os bebs.Neste roteiro, o passo a passo para que os bebs desenvolvam as primeiras vises de mundo e comecem a decidir por conta prpria.

Objetivos na creche Estabelecer vnculos com adultos e colegas e trabalhar aes de autocuidado (higiene, alimentao e repouso).2 POR QUE TRABALHAR IDENTIDADE E AUTONOMIA?Desenvolvimento pleno exige estmulos afetivos, cognitivos e motores

Na rotina da creche, os bebs precisam de oportunidades para realizar aes por conta prpriaO desenvolvimento da identidade e da autonomia dos pequenos no ocorre de maneira adequada se no for esti