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O POVO DE RIO TINTO Publicação Mensal| Paroquia de Rio Tinto Rua da Lourinha, 33 4435-308 Rio Tinto | [email protected] htt www.paroquiariotinto.pt/ NOLITE TIMERE Ano 40 - N.º 59 –Setembro-2016 UMA PEQUENA PALAVRA QUE PARTE O MUNDO EM DOIS Essa pequena palavra é DEUS. Queira-se ao não, há uma divisória nas profundezas da humanidade e no coração de cada ser humano. De um lado, a crença de que, para além do infinitamente pequeno há um infinitamente grandede caráter trans- cendente, não captável pela decomposição da matéria , em constante movimento. Do outro, aqueles que abrem o seu espírito ao transcendente, isto é ao que está para além da matéria e não é captável por nenhum aparelhohumano por muito que a ciência avance. Para me fazer compreender, parto dum exemplo muito concreto. Foi para mim uma graça, nos meus primeiros anos de pa- dre, ter convivido com uma pessoa que aparentemente era um ateu militante, até porque o tinha de o ser, dados os seus compromissos políticos. Apesar disso, lia as Confissões de Santo Agostinhoe um teólogo então muito citado, Karl Rahner . Um dia confidenciou-me que a música que mais lhe toca- va o íntimos dos íntimos era a música sacra. A seu pedido chegou mesmo a convidar-me para ir a sua casa para fa- larmos de Deus, pedido que infelizmente não chegou a concretizar-se. Vendo como era inquieto aquele espírito, propus-lhe que uma vez que não acreditava, ao menos dissesse à hipotéti- ca divindade: ó Deus, se existes, ajuda-me a acreditar em ti. Aceitou a proposta. Porém no dia seguinte respondeu-me: sabe, não fiz o que prometi. Achei que era contra a minha honestidade intelectual. Era um nome bastante conhecido na área das letras. Há uns dois anos, vi a notícia da sua morte no jornal. Pouco antes afirmara: sou ateu, se sou crente ou não, não sei.Estes espíritos inquietos rigosamente não são ateus. Compreendo ainda que os cientistas tenham muita dificul- dade em darem um salto, deixando-se cair nos braços dum Deus não captável pela mais ciência. Ora o Deus dos cristãos, dos judeus e mesmo dos muçul- manos está para além da ciência. Ao contrário do que possa parecer, a Igreja não tem medo do avanço científico. Quando muito receia as suas aplica- ções e razões para este receio não faltam. A Igreja sabe que o Deus da ciência é o mesmo da fé. A ciência indiretamente tem ajudado a compreender Deus e a purificar a religião de elementos que lhe são estranhsos. Infelizmentre a maior parte dos ateus atuais parte dum preconceito. Deus não cabe nos nossos conceitos científi- cos, logo não existe. Além disso, caiu-se no indiferentismo. Que Deus exista ou não já não nos interessa Isso é assunto de sacristia. Deus já não tem direito à praça pública. Importa eliminá-lo porque é inimigo do homem. Nem sequer há filósofos dignos deste nome, da estirpe Georg Hegel, Bergson, Feuerbach, Karl Marx, Nietzsche, Freud e muitos outros. Tudo é medíocre. O ser humano parece reduzido a tripas e sexo. Todavia as forças que combatem Deus e querem eliminá- lo da construção da sociedade obtêm o efeito contrário. Para bem e para mal. Nunca houve tantas religiões”, como agora. O ser humano é um animal religioso. A ci- ência não consegue eliminar esta dimensão, embora mui- tos regímenes políticos o tenham tentado. A Albânia ten- tou impor um ateísmo puro, da linha chinesa de Mao Tsé -Tung mas acabou por cair estrondosamente. Outra questão que não tenho tempo para abordar: Temos de reconhecer que a palavra Deus é das mais conspurcadas. Em nome dele, há um humanismo heroico, mas em nome dele se cometeram e cometem os piores crimes. O ser humano mancha tudo onde põe as mãos e a palvra deus é das mais manchadas. Martin Buber, filósofo judeu, chegou a propor que se pusesse de parte esta palavra. Tal parece inviável e nada resolveria.

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O POVO DE RIO TINTO Publicação Mensal| Paroquia

de Rio Tinto Rua da Lourinha, 33 4435-308

Rio Tinto | [email protected] htt www.paroquiariotinto.pt/ NOLITE TIMERE

Ano 40 - N.º 59 –Setembro-2016

UMA PEQUENA

PALAVRA QUE

PARTE O MUNDO EM DOIS

Essa pequena palavra é DEUS. Queira-se ao não, há uma divisória nas profundezas da humanidade e no coração de cada ser humano. De um lado, a crença de que, para além do infinitamente pequeno há “um infinitamente grande” de caráter trans-cendente, não captável pela decomposição da matéria , em constante movimento. Do outro, aqueles que abrem o seu espírito ao transcendente, isto é ao que está para além da matéria e não é captável por nenhum “aparelho” humano por muito que a ciência avance. Para me fazer compreender, parto dum exemplo muito concreto. Foi para mim uma graça, nos meus primeiros anos de pa-dre, ter convivido com uma pessoa que aparentemente era um ateu militante, até porque o tinha de o ser, dados os seus compromissos políticos. Apesar disso, lia as “Confissões de Santo Agostinho” e um teólogo então muito citado, Karl Rahner . Um dia confidenciou-me que a música que mais lhe toca-va o íntimos dos íntimos era a música sacra. A seu pedido chegou mesmo a convidar-me para ir a sua casa para fa-larmos de Deus, pedido que infelizmente não chegou a concretizar-se. Vendo como era inquieto aquele espírito, propus-lhe que uma vez que não acreditava, ao menos dissesse à hipotéti-ca divindade: ó Deus, se existes, ajuda-me a acreditar em ti. Aceitou a proposta. Porém no dia seguinte respondeu-me: sabe, não fiz o que prometi. Achei que era contra a minha honestidade intelectual. Era um nome bastante conhecido na área das letras. Há uns dois anos, vi a notícia da sua morte no jornal. Pouco antes afirmara: ” sou ateu, se sou crente ou não, não sei.” Estes espíritos inquietos rigosamente não são ateus. Compreendo ainda que os cientistas tenham muita dificul-dade em darem um salto, deixando-se cair nos braços dum Deus não captável pela mais ciência. Ora o Deus dos cristãos, dos judeus e mesmo dos muçul-manos está para além da ciência. Ao contrário do que possa parecer, a Igreja não tem medo do avanço científico. Quando muito receia as suas aplica-ções e razões para este receio não faltam. A Igreja sabe que o Deus da ciência é o mesmo da fé. A ciência indiretamente tem ajudado a compreender Deus e a purificar a religião de elementos que lhe são estranhsos.

Infelizmentre a maior parte dos ateus atuais parte dum preconceito. Deus não cabe nos nossos conceitos científi-cos, logo não existe. Além disso, caiu-se no indiferentismo. Que Deus exista ou não já não nos interessa Isso é assunto de sacristia. Deus já não tem direito à praça pública. Importa eliminá-lo porque é inimigo do homem. Nem sequer há filósofos dignos deste nome, da estirpe Georg Hegel, Bergson, Feuerbach, Karl Marx, Nietzsche, Freud e muitos outros. Tudo é medíocre. O ser humano parece reduzido a tripas e sexo. Todavia as forças que combatem Deus e querem eliminá-lo da construção da sociedade obtêm o efeito contrário. Para bem e para mal. Nunca houve tantas “religiões”, como agora. O ser humano é um animal religioso. A ci-ência não consegue eliminar esta dimensão, embora mui-tos regímenes políticos o tenham tentado. A Albânia ten-tou impor um ateísmo puro, da linha chinesa de Mao Tsé-Tung mas acabou por cair estrondosamente. Outra questão que não tenho tempo para abordar: Temos de reconhecer que a palavra Deus é das mais conspurcadas. Em nome dele, há um humanismo heroico, mas em nome dele se cometeram e cometem os piores crimes. O ser humano mancha tudo onde põe as mãos e a palvra deus é das mais manchadas. Martin Buber, filósofo judeu, chegou a propor que se pusesse de parte esta palavra. Tal parece inviável e nada resolveria.

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PANORAMA 2

A Modelo Mais Idosa do Mundo

Com os limites da beleza em contínuo movi-mento, a Refinery 29 destaca a última edição

da revista britânica Vogue, que está a comemo-

rar o 100º aniversário, com a modelo mais ido-

sa da atualidade, que brilha no último número.

Marjorie Bo Gilbert de seu nome, com uns lin-

dos 100 anos, tal como a revista, usa roupa de marcas famosas, tal como Victoria Beckham,

etc, e sai sempre maquilhada e de saltos altos.

Apesar de tudo, vai dizendo que nunca se veste

para dar nas vistas, mas apenas pela sua pro-

fissão.

Irmandade dos Clérigos Ajuda Ilha da Madeira

Segundo o Presidente da Irmandade dos Cléri-

gos, Padre Américo Aguiar, foi decidido enviar

um donativo, no valor de 50 mil euros para

apoiar as famílias atingidas com a catástrofe naquela ilha.

O Padre Américo tem a consciência de que esta

partilha que acaba de fazer à população da Ma-

deira ultrapassa as possibilidades desta insti-

tuição, mas a situação que afeta os madeiren-ses é também fora do comum, pelo que o esfor-

ço se justifica.

Furtos de Vinho na Casa do Douro

Segundo o comando da GNR de Vila Real, fo-

ram registados recentemente 14 furtos nos ar-mazéns de vinho da Casa do Douro, na Régua.

Estes números preocupam a comissão adminis-

trativa, que promete reforçar a segurança da-

quele néctar, que é considerado um “tesouro”

daquela instituição. As autoridades, entretanto, já recuperaram

1965 litros de Vinho do Porto, a granel, e 25

caixas do mesmo vinho, bem como 3 viaturas.

Desporto

Em jogos de apuramento para o Mundial 2018, a nossa seleção de futebol, goleou os dois ad-

versários que teve pela frente, pelo mesmo nú-

mero de golos (6-0) É certo que eram seleções

frágeis, mas a Suiça viu-se embaraçada para

vencer adversários pouco mais valiosos que os nossos.

Esta semana realizaram-se jogos para a Taça

de Portugal, em que os grandes, jogando fora,

passaram à fase seguinte com maior ou menor

dificuldade. Na Champions, o Porto e o Benfica

venceram os jogos de esta semana, estando, tal como o Sporting, em terceiro lugar. Porém, co-

mo já era previsível, o Sporting tem dois tuba-

rões na sua série e o melhor que poderá conse-

guir, será o terceiro lugar, que dá acesso à Liga

Europa.

Fernando Marçal

CUIDADORES INFORMAIS

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Cada vez mais estudos vêm evidenciando a atividade física (AF) como recurso importante para minimizar a degeneração provocada pelo envelhecimento, possibilitando ao idosos manter uma qualidade de vida ativa. Visto que ela tem potencial para estimular várias funções essenciais do organismo, mostra-se, não só, um coadjuvante importante no tratamento e controlo de doenças crónicas e degenerativas, como a diabetes, hiperten-são arterial, osteoporose, como também é essencial na manu-tenção das funções do aparelho locomotor, principal responsá-vel pelo desempenho das atividades da vida diária e pelo grau

de independência e autonomia do idoso.

O fenómeno do envelhecimento populacional que ocorre no mundo levanta questões importantes, seja do ponto de vista pessoal, seja do ponto de vista socioeconómico, questões es-sas que são interdependentes. A mais importante dentre essas questões, segundo Spirduso (1989), é a de saber se o ciclo de vida aumentado pode ser vivido com qualidade, ou se se tratará apenas de um período de aumento de estados patológicos ou

de morbidade que precede a morte.

Para que haja uma diminuição desse período de morbidade ou de estados disfuncionais de pré-morbidade, devem ser cria-dos planos e programas que previnam tal situação. Dentre es-ses mecanismos preventivos, certamente a AF deve ser uma componente importante, pois o envelhecimento associa-se, obrigatoriamente, à redução da capacidade aeróbica máxima, da força muscular, das respostas motoras mais eficientes, da

capacidade funcional geral, ou seja, à redução da aptidão física.

Estudos em gerontologia têm demonstrado que AF, em con-junto com a hereditariedade, uma alimentação adequada e hábi-tos de vida apropriados, podem melhorar em muito a qualidade de vida dos idosos. Evidências demonstram que mais de meta-de do declínio da capacidade física em idades avançadas, é devida ao tédio, à inatividade e à expetativa de enfermidade. Pesquisas sugerem que 50% do declínio, frequentemente atri-buído ao envelhecimento biológico, na realidade é provocado pela atrofia por desuso, resultante da inatividade física que ca-

racteriza os países industrializados (Paffenbarger et al. 1994).

A AF regular e sistemática aumenta ou mantém a aptidão física da população idosa e tem o potencial de melhorar o bem estar funcional e, consequentemente, diminuir a taxa de morbi-

dade e de mortalidade entre essa população. A AF e a aptidão

física também têm sido associadas à diminuição da incidência de morbidade e mortalidade produzidas por doenças crónicas entre indivíduos de meia idade. Resultados recentes mostram uma associação favorável entre AF, aptidão física e fatores de risco para doenças cardiovasculares entre a população idosa, sugerindo um efeito da AF como fator de protecção para esse

grupo de pessoas.

“O idoso e a atividade física: fundamentos e pesquisa” Sile-ne Sumire Okuma – Papirus Editora.

Movimento

Serafim Faria Prof. Educação Física

Isabel Tracana – Psicóloga

Estamos precisamente a meio do Outono. Lenta, mas inexoravelmente caminhamos

para o Inverno. É um tempo de mudança em que a Natureza se recolhe sobre si mes-ma e se prepara para uma renovação. É

tempo de mais silêncio e de recolhimento em que o processo de renovação ocorre de forma discreta e secreta no interior da terra.

A exuberância do verão com os restos e des-perdícios caídos no solo, processam-se len-

tamente aproveitando o calor remanescente no interior do solo para mais tarde, no final do Inverno, surgirem exuberantemente na

Primavera. Também nós, habitantes do mesmo planeta,

também beneficiamos se, nas nossas vidas, criarmos períodos outonais em que nos pos-samos recolher do bulício dos acontecimen-

tos do dia-a-dia. Refletir permite-nos consciencializar, não apenas os acontecimentos que vivenciamos,

mas também as emoções, boas ou más, que esses acontecimentos suscitaram em nós.

Este exercício ajuda-nos, muitas vezes, a prevenir acontecimentos vindouros doloro-sos, ou a encaminharmo-nos para situações

mais favoráveis e úteis. É no silêncio do interior do solo que na Na-tureza se processam as químicas que irão

dar origem a novas formas de vida. Também e só, no silêncio de nós mesmos, é que se

processam as sinapses que vão permitir com sucesso, a emergência das ideias, das intuições que nos ajudam e conduzem a re-

sultados muito positivos com as ações que produzimos ao longo do dia.

Deste modo é bom celebrar a vinda do Outo-no, que, mesmo sendo um período de folha caída, de maior ausência do sol e de muitas

saudades do Verão, não deixa de ser uma estação de cores lindas, que esconde na sua mudança a preparação da origem de novas

vidas.

Outono! 3

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NAS ASAS DA POESIA

Seleção de Rita Aá Ferreira

As doenças infeciosas são uma das principais causas de

morbilidade e mortalidade.

Desde o aparecimento da Penicilina, descoberta ocasio-

nalmente por Alexander Fleming em 1928 e que salvou milhares de vítimas a partir da década de 40 que o trata-

mento das infeções sofreu uma revolução. Porém com o

uso indiscriminado dos antibióticos a resistência dos mi-

cro-rganismos tem vindo a agravar-se e já em 2011, a Or-

ganização Mundial de Saúde (OMS), definiu a resistência de algumas bactérias aos antibióticos como um dos pro-

blemas de saúde pública mais grave a nível mundial.

De facto, ainda há meses a comunicação social nos dava

conta de casos de infeções nos hospitais de Gaia, de Co-

imbra e depois no H de S. João por Klebsiella pneumoni-

ae, multirresistente, com alguns casos fatais. Os antibióticos são substâncias químicas que matam ou

impe-dem o crescimento de microrganismos, geralmente

bactérias.

Uma das consequências do mau uso dos antibióticos é

que certos tipos de microrganismos se tornam resistentes pelo que o medicamento não é eficaz, a doença progride e

pode ser transmitida a outras pessoas.

Têm sido notificados casos de resistência aos antibióticos

do Mycobacterium tuberculosis responsável pela tubercu-

lose o que obriga a controlar muito de perto estes doentes

para termos a certeza que a medicação é cumprida. Os microrganismos podem adquirir resistência a vários

antibióticos e chamam-se multirresistentes e são muitas

vezes responsáveis pela infeção em doentes que estão em

ambiente hospitalar.

São os microrganismos que se tornam resistentes aos an-tibióticos e não o ser humano; a resistência aos antibióti-

cos resulta na falta de eficácia destes medicamentos o que

leva a exigir mais cuidados e usar antibióticos alternativos

mais dispendiosos e com efeitos secundários mais graves.

Para evitar este fenómeno, há necessidade de usar de for-

ma prudente os antibióticos (quando são necessários, na dose correta, intervalo correto e duração correta) e imple-

mentar medidas para evitar a transmissão cruzada de mi-

crorganismos resistentes, incluindo a lavagem das mãos,

o despiste sempre que um doente é admitido numa unida-

de de saúde e o isolamento. A medicina moderna necessita de antibióticos eficazes

quer para prevenção, quer para tratamento de infeções

em cuidados intensivos, nos transplantes de órgãos, na

quimioterapia para tumores, nos bebés prematuros e em

procedimentos cirúrgicos que sem estes medicamentos

seriam impossíveis de realizar. A resistência aos antibióticos é um problema mundial.

Se nos países em vias de desenvolvimento morrem pesso-

as por falta de um antimicrobiano correto, nos países de-

senvolvidos pode morrer-se com uma infeção por uma

bactéria resistente aos antibióticos.

Use os antibióticos apenas quando indicado pelo seu mé-dico e siga as instruções do pessoal de saúde quando visi-

tar um doente internado.

silva Pinto*

Médico*

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VIDA CRISTÃ

Francisco fala da importância de apresentar alternativas ao mundo de hoje Cidade do Vaticano, 23 out 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que os católicos devem ter a “coragem” de ser missio-nários e de “resistir à incredulidade” no mundo atual. “É preciso coragem para nos abrirmos a todos, sem nunca diminuir o caráter absoluto e a unidade de Cristo, único salvador de todos; é preciso coragem para resistir à incredulidade, sem nos tornarmos arrogantes”, apelou, no encontro com milhares de peregrinos e visitantes na Praça de São Pedro, para a recitação da oração do ângelus. A intervenção aludiu ao Dia Mundial das Missões 2016, que a Igreja Católica celebra este domingo, para sublinhar que “hoje é tempo de mis-são e é tempo de coragem”. “Coragem para dar força aos passos vacilantes, para retomar o gosto de gastar-se pelo Evangelho, de readquirir confiança na força que a missão transporta consigo”, prosseguiu. “bom almoço”.

Francisco observou que é preciso acreditar, sem que isso seja “garantia de sucesso”, e “lutar, não necessaria-mente para vencer”. “É tempo de coragem (…) para anunciar, não necessariamente para converter. É preciso coragem para ser al-ternativas para o mundo, sem nunca nos tornarmos polémicos ou agressivos”, sustentou. O Papa apresentou a figura do Apóstolo Paulo (século I) como exemplo para os católicos, no anúncio da men-sagem do Evangelho, com o “espírito de sacrifício dos atletas” e a consciência de que o sucesso é um “dom” do “Espírito Santo que torna eficaz a missão da Igreja no mundo”. “Que a Virgem Maria, modelo da Igreja ‘em saída’ e dócil ao Espírito Santo, nos ajude a ser todos, em função do nosso Batismo, discípulos missionários, para levarmos a mensagem de salvação a toda a família humana”, concluiu. O Dia Mundial das Missões 2016 tem como tema ‘Igreja missionária, testemunha de misericórdia’, ligando a celebração ao Ano Santo Extraordinário que decorre até 20 de novembro. Após a catequese, o Papa saudou os participantes no jubileu dos grupos corais da Itália e despediu-se com os

habituais votos de “bom domingo” e

Comissão Nacional Justiça e Paz procura alternativas à lógica «morrer e pagar impostos quanto mais tarde melhor» Lisboa, 22 out 2016 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) afirmou hoje em Lisboa que a “individualização sociocultural” retém “cada um em si mesmo”, provoca a indiferença diante dos outros e leva à crescente absten-ção dos cidadãos na política. Ao intervir na sessão de abertura da conferência anual da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), sobre o tema “Sistema fiscal e justiça social”, D. Manuel Clemente disse que as sociedades atuais são marcadas por uma “grande contradição”, ao promover a “globalização”, por um lado, e a “individualização”, por outro. “A globalização põe-nos cada vez mais perto uns dos outros, quantitativa e mediaticamente falando”, recordou o cardeal-patriarca de Lisboa. “A individualização sociocultural pode reter, e retém, cada vez mais cada um em si mesmo, eliminando vizinhanças, desvitalizan-do comunidades, rarefazendo cooperações, virtualizando o mundo e abstendo-nos politicamente”, acrescentou. O presidente da CEP sublinhou a “grande importância e oportunidade” do tema em debate na conferência anual da CNJP e disse que “o princípio básico da relação sistema fiscal justiça social” é “contribuir para o bem comum, conjugando as próprias possibili-dades com as necessidades alheias”. “A justiça manda-nos dar a cada um o que lhe é devido. A caridade faz-nos tomar como próprias as necessidades de todos. E assim mesmo alcançaremos um bem que se possa dizer comum”, defendeu D. Manuel Clemente. Na abertura dos trabalhos, o presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz disse que o objetivo da conferência que decorre este sábado na Fundação Calouste Gulbenkian é contribuir para um “sistema fiscal justo”. Pedro Vaz Patto afirmou que a “via correta” está distante de quem defende que “não está moralmente obrigado a pagar impostos precisamente porque o sistema fiscal enferma de injustiças". “Com a evasão fiscal a injustiça não desaparece”, lembrou o presidente da CNJP. Para Pedro Vaz Patto, é necessário configurar os sistemas fiscais com “critérios de justiça” para que “os cidadãos se sintam moti-vados a cumprir os seus deveres fiscais”, na certeza de que essa é “uma forma de contribuir para o bem comum e de exercício de solidariedade para com os mais pobres”. O presidente da CNJP sublinhou que cumprir os deveres fiscais “de bom grado” e não com o “temor de sanções” é a via para que não se continue a dizer “morrer e pagar impostos, quando mais tarde melhor”. O tema da conferência anual da Comissão Nacional Justiça e Paz “Sistema social e justiça fiscal” está em debate durante este sába-do com Ildefonso Camacho, Guilherme d´Oliveira Martins, João Amaral Tomaz, António Bagão Félix e Manuela Silva.

Fonte: Ecclesia

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“O Povo de Rio Tinto” 20/10/2016

FUTURO DA UNIÃO EUROPEIA ESTÁ ENTRE O DESNORTE E A IMPLOSÃO

M. Pinto Teixei-

1 – Não é tradição dedicar este espaço de comentário a temas de política internacional. É uma opção que

decorre da natureza e destinatários de uma publicação de cariz paroquial. Mas falar da União Europeia já

não é propriamente matéria de política externa, porquanto as nossas vidas, como a de todos os cidadãos dos

países que integram a comunidade, estão cada vez mais dependentes das políticas e decisões de Bruxelas.

Logo, neste sentido, podemos dizer que a política da União entra verdadeiramente na órbita da política inter-

na dos seus membros.

Ninguém ignora que a crise económica internacional tem abalado profundamente, nos últimos anos, os ali-

cerces da União Europeia. De tal sorte que, pelo menos desde 2010 para cá, os directórios europeus têm

literalmente andado aos papéis, sem rumo nem destino, apagando incêndios pontuais, que é como quem diz

socorrendo casuisticamente os vários Estados onde os efeitos da crise representaram devastadores tsuna-

mis na vida de milhões de cidadãos e empresas. Razão suficiente para que Bruxelas e Estrasburgo se te-nham convertido em verdadeiros laboratórios de experimentação política.

2 – Apesar das sucessivas declarações de tranquilização de muitos dos líderes europeus, é por demais evi-

dente que a União Europeia está sem rumo e a fazer navegação à vista, como quem espera um milagre que

cada vez parece mais longínquo. Não espanta por isso que nem o anterior presidente da Comissão Europeia,

nem o actual, tenham conseguido demonstrar capacidade efectiva para definir um rumo. E nem vale a pena

falar da irrelevância dos presidentes do Conselho Europeu, Parlamento Europeu, ou de outras figuras insti-

tucionais que alegadamente deveriam ter uma palavra relevante sobre o destino da comunidade.

É certo que o actual presidente da União, Jean-Claude Juncker, e o presidente do Banco Central Europeu,

Mário Draghi, têm tentado chamar a si um expressivo protagonismo no controlo dos estragos desta gigan-

tesca crise. Mas, na hora da verdade, eles bem sabem que os seus poderes reais estão sempre dependentes

do entendimento ou desentendimento da Chanceler Alemã Angela Merkel, e do Presidente Francês François Hollande. Sem prejuízo das câmaras de eco que se fazem também ouvir nas capitais europeias de maior ex-

pressão, e que não deixam de alinhar pelo diapasão dos mais poderosos.

3 – A saída do Reino Unido da União Europeia, a concretizar-se formalmente no primeiro trimestre do pró-

ximo ano, conjugada com as eleições presidenciais francesas na próxima primavera, e ainda com as eleições

gerais na Alemanha, são, por si só, factos políticos que aprofundam as incertezas do futuro político da co-

munidade. Estes três elementos da equação criam, de resto, um verdadeiro triângulo escaleno, cujo equilí-

brio de forças e consequências é absolutamente imprevisível. Com tanta incerteza no horizonte, parece que o

maior denominador comum entre todos os parceiros deste clube é o reconhecimento que a União Europeia navega entre o desnorte e o abismo.

As dívidas soberanas de vários países; a asfixia de pré-falência de dezenas de bancos – alguns que são ver-

dadeiros monstros no quadro da grande finança mundial; as responsabilidades e garantias de dezenas de

biliões de euros assumidas pelo Banco Central Europeu; os efeitos do terrorismo internacional; os fluxos de milhões de refugiados em debandada; e o cepticismo político de milhões de cidadãos sobre a moeda única

alimentam um verdadeiro catálogo de profecias de implosão interna da União Europeia, ainda antes de ter-

minar a presente década. Se o pior vier a acontecer, o destino de cada país não será igual. Mas no que a

Portugal diz respeito será um verdadeiro terramoto económico que não deixará pedra sobre pedra… Que

Deus nos livre de semelhante tragédia.

* Professor

e investigador universitário

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Consultório Jurídico – “O quê de Justiça?” – A inspecção periódica obrigatória

Nos termos do Decreto-Lei nº 554/1999, e suas subsequentes alterações, todos os veículos estão sujeitos a uma inspecção periódica obrigatória, com uma periodicidade ajustada a cada tipo de veículo, com exceção

dos veículos construídos e matriculados antes de 1 de janeiro de 1960, por serem considerados de interesse

histórico.

Assim, os veículos automóveis ligeiros de passageiros devem realizar a inspecção técnica obrigatória quatro

anos após a data da primeira matrícula e, em seguida, de 2 em 2 anos, até perfazerem oito anos, e, depois,

anualmente no respectivo dia e mês de matrícula. Já os automóveis ligeiros de mercadorias devem realizar a primeira inspecção dois anos após a data da primeira matrícula e, em seguida, anualmente.

Os veículos ligeiros licenciados para transporte público de passageiros e ambulâncias, devem realizar a ins-

pecção um ano após a data da primeira matrícula e, em seguida, anualmente, até perfazerem sete anos,

sendo que no 8.º ano e seguintes, a devem realizar semestralmente.

De igual forma, os automóveis pesados de passageiros, os automóveis pesados de mercadorias, os reboques e semi-reboques com peso bruto superior a 3500 Kg, com excepção dos reboques agrícolas, os automóveis

utilizados no transporte escolar e automóveis ligeiros licenciados para instrução, devem ser inspecionados

um ano após a data da primeira matrícula e, em seguida, anualmente, até perfazerem 7 anos, a partir daí,

semestralmente.

Os automóveis pesados e reboques com peso bruto superior a 3500 kg utilizados por corporações de bom-

beiros e suas associações e outros que raramente utilizam a via pública, designadamente os destinados a transporte de material de circo ou de feira, reconhecidos pela Direcção Geral de Viação, devem fazer a ins-

pecção um ano após a data da primeira matrícula e depois disso, também anualmente.

Até 2008 a inspecção deveria ser feita no mês da matrícula mas após essa data (DL 136/2008, de 21 de

julho), é obrigatório que seja feita no dia e mês da matrícula.

Os veículos sujeitos a inspecções semestrais devem ser apresentados a inspecção até ao dia correspondente ao da matrícula inicial, no sexto mês após a correspondente inspecção anual.

Podem, ainda, as inspecções periódicas ser sempre realizadas durante os três meses anteriores à data pre-

vista nos números anteriores.

As inspecções extraordinárias para identificação ou verificação das condições técnicas dos veículos não al-

teram a periodicidade das inspecções periódicas referida anteriormente, salvo se aquelas forem realizadas

durante os quatro meses anteriores à data limite em que a correspondente inspecção deveria ter lugar. Sempre que um veículo aprovado em inspecção periódica deva ficar sujeito a periodicidade diferente da an-

terior, em consequência da alteração das suas características técnicas, fica sem efeito a ficha de inspecção

anteriormente emitida, devendo o veículo ser submetido à inspecção periódica de acordo com a nova perio-

dicidade.

Manuela Garrido

Frango á Italiana * 4 Peitos de frango médios; * 1 embalagem de Bacon as tiras ou cubos; * 1 colher de sopa de massa de Alho; * 1 colher de sopa de margarina ou manteiga; * 1 caldo de Aves; * 1 dl de Azeite; * 1 cebola média; * 1dl de vinho branco; * 250 gr de macarrão riscado pequeno; * 500 ml de Molho Béchamel 'light'.

Preparação Num tacho coza o macarrão sem adicionar sal durante cerca de 15 minutos. Escorra o macarrão e reserve. Num outro tacho, sem adicionar sal, coloque a cebola picada, o azeite, a massa de alho, e o caldo de aves e leve a refogar em lume brando. Corte os peitos de frango em cubos pequenos com cerca de 1cm por 1 cm e junte-os ao refogado assim como o bacon . Deixe cozinhar durante cerca de 15 minutos. Num tabuleiro de pirex espalhe uma camada com metade do macarrão cozido. Deite o preparado com o frango e espalhe bem por todo o tabuleiro. Cubra uniformemente com o restante macarrão. Cubra todo o tabuleiro com o Molho Béchamel espalhando-o bem. Leve ao forno o tempo necessário para ficar bem dourado. Sirva quente. Glória Branco