o pão e a broa

12
ACCÃO DE FORMAÇÃO Sabores com Muita Sabedoria O O O O PÃO PÃO PÃO PÃO E E E E A BROA A BROA A BROA A BROA - MICRÓBIOS ÚTEIS EM ACÇÃO MICRÓBIOS ÚTEIS EM ACÇÃO MICRÓBIOS ÚTEIS EM ACÇÃO MICRÓBIOS ÚTEIS EM ACÇÃO 6º SESSÃO 6º SESSÃO 6º SESSÃO 6º SESSÃO 22 de Janeiro de 2007

Upload: dinhliem

Post on 14-Feb-2017

225 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: O pão e a broa

ACCÃO DE FORMAÇÃO

Sabores com Muita Sabedoria

O O O O PÃOPÃOPÃOPÃO E E E E A BROAA BROAA BROAA BROA ---- MICRÓBIOS ÚTEIS EM ACÇÃOMICRÓBIOS ÚTEIS EM ACÇÃOMICRÓBIOS ÚTEIS EM ACÇÃOMICRÓBIOS ÚTEIS EM ACÇÃO

6º SESSÃO 6º SESSÃO 6º SESSÃO 6º SESSÃO

22 de Janeiro de 2007

Page 2: O pão e a broa

2

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

O pão e a broa têm um lugar importante na dieta alimentar dos portugueses e são muito

familiares a todas as crianças.

É interessante partir destes dois alimentos para fazer alguma exploração que incida sobre as

respectivas matérias-primas, um pouco da história e respectivas receitas e formas de

preparação. Também podem ser aproveitados para levar a cabo algumas experiências e analisar

e interpretar as observações feitas

O documento que se segue inclui actividades que têm que ser desenvolvidas ao longo de várias

sessões. Os educadores e professores poderão seleccionar, dentre elas, as que lhes pareçam

melhor se adequar tanto ao nível etário dos seus alunos, como, ainda, ao desenvolvimento e tipo

de interesses por eles demonstrado.

Para começar solicita-se às crianças que tragam ou uma broa e

um pão ou só uma fatia de cada um. Caso seja complicado o

material é trazido pelo professor/educador

Pode ser interessante começar com o seguinte exercício:

Olhar e observarOlhar e observarOlhar e observarOlhar e observar

Perguntar às crianças qual é para elas a

diferença entre olhar e observar. Listar as

diferentes opiniões e organizá-las de modo a

poder tirar-se uma conclusão

• Olhar – pôr os olhos nalguma coisa ou pessoa

• Observar – olhar com atenção, examinar para estudo

in Dicionário Lello Universal:

Isto é bem mais importante do que parece. Se eu olho

para uma pessoa fico com a ideia de que é magra,

por exemplo, loira, velha ou não, etc. Mas se a

observarmos podemos ficar a saber muito mais: se é

envergonhada, se se exprime bem, se está triste ou

alegre, etc, etc . Ou seja, ficamos com um

conhecimento muito mais completo da pessoa em

questão. Isso é bom e enriquece-nos

A observação da realidade é fundamental em qualquer actividade científica

Pedir às crianças para observarem atentamente

o pão e a broa, mexerem e provarem um

bocadinho de cada!

Levar as crianças a preencher, por escrito ou

com desenhos, um quadro onde se

sistematizam as diferenças observadas

Pão Broa

Aspecto

Cor do miolo

Textura (mais ou menos

“buraquinhos”)

“fofura” (qual é mais fofo?)

De qual gosto mais? (+ ou -)

Page 3: O pão e a broa

3

Convidar as crianças a fazer a seguinte experiência:

pegar num bocadinho de miolo de cada um e tentar

esfarelá-lo com os dedos. Falar sobre o que observaram

e na diferença detectada

O miolo de broa “esboroa-se” muito mais

facilmente.

Sugerir que as crianças investiguem junto de familiares,

amigos, etc, qual a preferência das pessoas em relação

ao pão e à broa.

As crianças poderão delinear as perguntas que constarão

do inquérito. Tratar os resultados na aula, discutindo-se

as respectivas conclusões, sendo sempre registado o

número de inquiridos e, caso se acha interesse nisso,

caracterizando a população inquirida no que respeita ao

género e à faixa etária

Sugestão:

Do que gosta mais: de broa ou de pão

Qual costuma comprar regularmente?

Todos os dias come pão?

Todos os dias come broa?

Saber a faixa etária considerando, por

exemplo, os grupos 0-10 anos, 10-20, 20-35;

35-50, mais de 50 anos

A QUE SERÁ DEVIDA A DIFERENÇA ENTRE O PÃO E A BROAA QUE SERÁ DEVIDA A DIFERENÇA ENTRE O PÃO E A BROAA QUE SERÁ DEVIDA A DIFERENÇA ENTRE O PÃO E A BROAA QUE SERÁ DEVIDA A DIFERENÇA ENTRE O PÃO E A BROA

Para se tentar compreender as diferenças entre os dois

alimentos, inicia-se então uma pesquisa sobre os

principais ingredientes do pão e da broa, começando por

tentar arranjar produtos embalados de super-mercado

que trazem, normalmente, um rótulo com a composição1

Principais ingredientes:

Pão de trigo: farinha de trigo, água, fermento

de padeiro e sal

Broa – farinha de milho, farinha de trigo,

fermento de padeiro e sal

Observando as composições há que levar as crianças a tirarem as suas conclusões sobre o que

poderá ser a principal diferença – será a farinha de milho?

Seguidamente procurar saber quais as principais operações (passos) necessárias para se

preparar o pão e a broa, registando tudo o que se vai aprendendo e, ainda, de onde vieram essas

informações

PRINCIPAIS PASSOS NA PREPARAÇPRINCIPAIS PASSOS NA PREPARAÇPRINCIPAIS PASSOS NA PREPARAÇPRINCIPAIS PASSOS NA PREPARAÇÃO DO PÃO OU DA BROAÃO DO PÃO OU DA BROAÃO DO PÃO OU DA BROAÃO DO PÃO OU DA BROA

1. AMASSADURA - juntar os ingredientes,

amassá –los e dar à massa a forma

desejada (a farinha junta-se à água e

fermento e vai-se formando uma massa)

2. FERMENTAÇÃO - deixar a massa em

repouso a levedar ou fermentar (

“crescer”) podendo chegar a ficar com o

triplo do volume

1 Note-se que para além dos principais ingredientes há normalmente outros, tais como gorduras, enzimas,

aditivos, etc, que se dirá que apenas ajudam a que os produtos ainda fiquem melhores, facilitam o trabalho

do padeiro e têm um papel importante na conservação. Mas não se trata de ingredientes essenciais

Page 4: O pão e a broa

4

3. COZEDURA - cozer a massa num forno

de padaria ou de casa

4. e, finalmente, muito importante: comê-lo e

saboreá-lo

A PASTILHA ELÁSTIA PASTILHA ELÁSTIA PASTILHA ELÁSTIA PASTILHA ELÁSTICA DE BALÃO COMO INTRODUÇÃO À FERMENTAÇÃO (OU CA DE BALÃO COMO INTRODUÇÃO À FERMENTAÇÃO (OU CA DE BALÃO COMO INTRODUÇÃO À FERMENTAÇÃO (OU CA DE BALÃO COMO INTRODUÇÃO À FERMENTAÇÃO (OU

LEVEDAÇÃO DAS MASSASLEVEDAÇÃO DAS MASSASLEVEDAÇÃO DAS MASSASLEVEDAÇÃO DAS MASSAS

Caso se ache conveniente leva-se uma das crianças a fazer a demonstração sugerida, enquanto

os outros vão observando e tentando descrever o que se está a passar. Esta demonstração pode

servir como introdução à questão da fermentação, sugerindo que com o pão ou a broa ocorre um

processo com algumas semelhanças.

1. Mascar uma pastilha elástica de balão, analisando tudo o que vai ocorrendo:

A pastilha está seca e temos que a molhar (hidratar) com a nossa saliva (cuspo)

2. Depois vamos amassá-la com a nossa língua e os nossos dentes

3. E por fim, depois de muito bem amassada, vamos soprar-lhe, ou seja, vamos insuflar-lhe um

gás, que é o ar, para ela fazer um balão 2

A questão que se coloca então é a seguinte:

• Como se mete gás na massa, para ela crescer?

Sopramos?

Pedir às crianças que formulem hipóteses

O gás vai ser produzido pelo fermento de

pão, que é um micróbio – uma levedura.

Dizer às crianças que isso nem é assim tão

esquisito! Há muitos outros alimentos que

temos que agradecer aos micróbios: os

iogurtes, o queijo, o chouriço, o vinho, a

cerveja, etc, etc.

2 FONTE: http://chuinga2.blogs.sapo.pt/arquivo/935737.html

Page 5: O pão e a broa

5

OOOO FERMENTO DO PÃO FERMENTO DO PÃO FERMENTO DO PÃO FERMENTO DO PÃO

Como já foi anteriormente referido às crianças, o fermento do pão é um micróbio – uma levedura

Poderá pôr-se então a questão:

O QUE O QUE O QUE O QUE SÃOSÃOSÃOSÃO MICRÓBIOS MICRÓBIOS MICRÓBIOS MICRÓBIOS????

Começar por questionar as crianças sobre o que

pensam que é um micróbio. Para mais

desenvolvimentos poderá ser usada a

documentação e as actividades descritas na 5ª

sessão – Os micróbios. Ou os da próxima – a 7ª.

Esclarecer que o fermento do pão (a tal levedura que

tem o nome científico complicado de Saccharomyces

cereviseae) é um ser vivo, bastante simples,

constituído apenas por uma célula (enquanto nós

temos milhões e milhões). Podemos comprá-la ou

em blocos, como os que podemos ver na fotografia,

ou sob a forma de uma espécie de pó (levedura seça

ou desidratada), que se vem em pacotinhos e se

vende nos supermercados.

várias células de Saccharomyces cereviseae

observadas ao microscópio

bloco de “fermento”

usado nas padarias. É

constituído por muitos

milhares de leveduras

A levedura aproveita os açúcares existentes nas farinhas (e que provêm de um dos seus

constituintes - o amido) e produz um gás (que se chama dióxido de carbono), um álcool e muitas

outras substâncias que dão ao pão o seu maravilhoso sabor e cheirinho.

Esta mesma levedura é a responsável pelo vinho e pela cerveja, mas,

nestes casos, deixa-se que o gás saia e o que nos interessa é mesmo o

álcool. No caso do pão e da broa esse álcool desaparece quando as

massas são metidas no forno, a temperaturas muito elevadas. É que o

álcool é volátil.

E para os que já tiveram desarranjos intestinais, esta levedura foi também

uma amiga, ajudando ao restabelecimento; tomamo-la sob a forma de

cápsulas e o seu nome é…Ultralevure. (www.inra.fr)

Fotografia da cerveja: http://benderblog.wordpress.com/2006/06/06/como-se-faz-cerveja/

Page 6: O pão e a broa

6

A LEVEDURA PRECISA A LEVEDURA PRECISA A LEVEDURA PRECISA A LEVEDURA PRECISA MESMO DE AÇÚCARES PARA MESMO DE AÇÚCARES PARA MESMO DE AÇÚCARES PARA MESMO DE AÇÚCARES PARA TER ACTIVIDADETER ACTIVIDADETER ACTIVIDADETER ACTIVIDADE????

Para responder a esta questão sugerimos a seguinte experiência:

Material necessário

1. Tubos ou frasquinhos com uma capacidade que deve rondar os 50-100 ml

2. Água (morna)

3. Açúcar de mesa (sacarose)

4. Levedura instantânea Fermipan ou Vahiné (à venda nos supermercados, na zona de produtos para bolos)

5. Balões com uma boca que se adapte à boca dos frasquinhos

6. Colheres de chá

Procedimento:

1. Identificar cada um dos tubos

2. Adicionar, a cada um dos frascos, as quantidades de ingredientes indicadas no seguinte

quadro:

tubo designação levedura açúcar água morna

1 controlo 1 colher - até cerca de ¾ do frasco

2 presença de açúcar (sacarose)

1 colher 1 colher até cerca de ¾ do frasco

3. Colocar, em cada tubo, a respectiva tampa

4. Agitar, rapida e vigorosamente, cada tubo

5. Retirar a tampa

6. Adaptar à boca de cada tubo um balão, de modo a que o tubo fique vedado

7. Observar o resultado da sua experiência ao fim de 5, 10,15 e 20 minutos

8. Completar o quadro que se segue, atribuindo o valor ++ ao ou aos tubos onde se libertou

maior quantidade de dióxido de carbono, + nos casos intermédios e − quando essa

quantidade não for significativa:

libertação de gás (dióxido de carbono) (assinalar com - ou +) tubo 5 min 10 min 15 min

1

2

Discutir e analisar as

observações e estimular

feitas tirar conclusões e

registá-las

Início da experiência aos 15 minutos

Nota: é importante chamar a atenção das crianças para o facto de numa experiência ter de haver sempre

um controlo. Só assim se podem tirar conclusões

Provavelmente as crianças começam a descobrir o que a levedura vai fazer à massa do pão: o

gás vai-se libertando e se a massa conseguir não rebentar, vai crescendo, crescendo, tal como a

pastilha elástica. Diz-se que a massa está a fermentar.

Page 7: O pão e a broa

7

Mediante isto já se pode pôr uma hipótese para tentar perceber porque é que a broa é bem mais

baixa, menos fofa e com menos buraquinhos. A hipótese pode ser: será que uma massa feita

com farinha de milho aguenta menos o gás que a levedura liberta?

Para se testar esta hipótese há que fazer uma experiência para ver a diferença entre as farinhas.

OBSERVAÇÃO E COMPARAÇÃO DE UMA MASSA FEITA COM FARINHA DE TRIGO OBSERVAÇÃO E COMPARAÇÃO DE UMA MASSA FEITA COM FARINHA DE TRIGO OBSERVAÇÃO E COMPARAÇÃO DE UMA MASSA FEITA COM FARINHA DE TRIGO OBSERVAÇÃO E COMPARAÇÃO DE UMA MASSA FEITA COM FARINHA DE TRIGO

E COM FARINHA DE MILHOE COM FARINHA DE MILHOE COM FARINHA DE MILHOE COM FARINHA DE MILHO

Discutir nesta altura o tipo de

experiência deverá ser feita para se

perceber se há ou não diferença

entre uma massa feita farinha de

trigo e outra com farinha de milho e

a primeira será verificar se a massa

Materiais:

• Farinha de trigo (sem fermento e farinha de milho

• Água

• Balança

• 2 colheres pequenas

• 2 tacinhas

• caneta para escrever o nome da farinha

Procedimento

• Pesar 50 g de cada uma das farinhas

• Deitar cada farinha na sua tacinha, identificando-a

• Adicionar um pouco mais de 30 ml de água para cada copo

• Misturara água com a farinha, utilizando uma colher e, depois, os teus dedos, até que formem uma mistura homogénea

• Observar e registar o que se observou em relação ao comportamento de cada uma das farinhas

• Interpretar as observações e tirar conclusões

farinha de trigo farinha de milho estrutura interna das massas

Possível interpretação - Quando se amassa com água, só se obteve uma massa bem formada e

agregada com a farinha de trigo. Com a de milho obteve-se uma espécie de paparoca, mas que

não dá para fazer uma bolinha de massa

Assim sendo pode-se pôr a hipótese de que parece estar justificada a diferença entre a estrutura

do miolo da broa e do pão: a massa feita com farinha de milho não tem elasticidade para poder

manter o gás no seu interior, pelo que escapa e o pão (que se chama broa) fica muito menos fofo

do que um feito com farinha e trigo. E como se agrega menos, esboroa-se quando esfarelamos o

miolo com os dedos.

Esta é apenas uma possível explicação; uma hipótese. Mas deve ser confirmada ou não com

uma outra experiência: a de preparar massas feitas só com farinha de trigo, farinha de milho e

Page 8: O pão e a broa

8

farinha de trio+farinha de milho, com a mesma quantidade de levedura. Se a hipótese se

confirmar o que iremos observar?

3 massas com as seguintes composições3 massas com as seguintes composições3 massas com as seguintes composições3 massas com as seguintes composições (da esquerda para a direita):

1111 – 50 g de farinha de milho, cerca de 35 ml de água, ½ colher de chá de levedura desidratada

2 2 2 2 – 30 g de farinha de milho, 20 g de farinha de trigo, cerca de 35 ml de água, ½ colher de chá de levedura desidratada

3333 – 50 g de farinha de trigo, cerca de 35 ml de água, ½ colher de chá de levedura desidratada

depois de juntar tudo bem e amassar, as massas foram deixadas 30 minutos a cerca de

30ºC

Pode ver-se que a massa apenas feita com farinha de trigo se desenvolveu muito mais. Mas em

todos os casos a liberação de gás deverás ter sido muito idêntica, só que só a massa 3

conseguiu reter melhor esse gás e, portanto, o seu volume aumentou substancialmente

Nota: Deve-se chamar novamente a atenção das crianças para a composição de ambos os produtos,

mostrando que mesmo na broa se costuma adicionar alguma farinha de trigo; se assim não fosse ela ainda

ficaria mais “pesadona”.

Uma pergunta pode ser feita: em Portugal

qual é o alimento mais antigo, o pão de

trigo ou a broa?

Esta questão pode dar também para

discutir que novos alimentos foram

trazidos dos Descobrimentos e que, até

essa altura, os Portugueses

desconheciam, tais como as batata, o

milho, o tomate, as bananas, o açúcar, o

café, o chá, as especiarias, etc

O milho apenas foi introduzido em

Portugal depois dos Descobrimentos (século XVI), uma

vez que foi trazido da América do Sul

A cultura do trigo em Portugal já

vem do tempo dos Romanos, cerca de 200 anos antes

de Cristo (AC).

A broa é, portanto, é muitíssimo mais recente3

3 Germinação http://www.eb1-vila-fernando.rcts.pt/a_germinacao.htm - EEEE....BBBB.... Nº1 Nº1 Nº1 Nº1 ----VILA FERNANDOVILA FERNANDOVILA FERNANDOVILA FERNANDO

Page 9: O pão e a broa

9

OS OS OS OS ALIMENTOS NOS DESCOBRIMENTOSALIMENTOS NOS DESCOBRIMENTOSALIMENTOS NOS DESCOBRIMENTOSALIMENTOS NOS DESCOBRIMENTOS Relacionado com os micróbios, pode-se discutir o tipo de alimentos que os barcos dos nossos

navegadores transportariam, sabendo-se que cada viagem tinha uma duração superior a 6

meses

……………..…..…..…..…..…..…..…..

De seguida, dar-vos-emos a conhecer o exemplo de uma lista de alimentos: o biscoito, enchidos de

toda a espécie, bolacha, vinho tinto, queijo, bacalhau, azeite, vinagre, sal, arroz, grão-de-bico,

presunto, carnes e peixes, conservas – frutos secos (damasco, figos, ameixas, amêndoas, avelãs, e

nozes); ervas aromáticas: alho, cebola, picante, louro, mostarda orégãos, entre outros. Para

conservar alguns destes alimentos eram mantidos em barricas cheias de sal. As caravelas, naus e

galeões também transportavam animais vivos, tais como: galinha, coelho, carneiros, entre outros

….….….….…….…….…….…….

Fonte: http://www2.crb.ucp.pt/Historia/abced%C3%A1rio/bordo/Trabalho%20Final%20Expans%C3%A3o%20A%20B%20C%20dos%20Descobrimentos.htm

PROVÉRBIOS PROVÉRBIOS PROVÉRBIOS PROVÉRBIOS (OU ADÁGIOS, OU DITADOS(OU ADÁGIOS, OU DITADOS(OU ADÁGIOS, OU DITADOS(OU ADÁGIOS, OU DITADOS) E DITOS POPULARES) E DITOS POPULARES) E DITOS POPULARES) E DITOS POPULARES

Solicitar às crianças que procurem provérbios ou ditos populares relacionados com o pão ou a broa e fazer uma colecção que se afixa na aula e/ou numa padaria próxima da escola. Para iniciar podem mostrar 2 ou 3 dos aqui apresentados.

Tentar interpretar o significado de cada um.

Alguns exemplos:

• Casa onde não há pão... todos ralham e ninguém tem razão

• Separar o trigo do joio • Para a fome não há pão duro • Quando não há pão, come-se broa • Nem mesa sem pão, nem exército sem

capitão • Quem dá o pão dá a criação • Para boa fome não há mau pão • Comer sem pão é comer de lambão • Ter dinheiro como o milho

• O primeiro milho é dos pardais…

CURIOSIDADECURIOSIDADECURIOSIDADECURIOSIDADESSSS

Alguns versosAlguns versosAlguns versosAlguns versos

Quem trabalha e mata a fome Não come o pão de ninguém; Mas quem não trabalhe e come, Come sempre o pão de alguém É triste que a gente veja Tanta gente que não come: O pão que a muitos sobeja Matava bem essa fome... António Aleixo (poeta popular algarvio)

Nega-me o pão, o ar, a luz, a primavera, mas nunca o teu riso, porque então morreria

Pablo Neruda - poeta chileno (1904-1973). Foi

um dos mais importantes poetas do séc. XX

Page 10: O pão e a broa

10

ORAÇÃO AO PÃOORAÇÃO AO PÃOORAÇÃO AO PÃOORAÇÃO AO PÃO (excerto) Guerra Junqueiro (1850-1923) Com quantos grãos de trigo um pão se fez? Dez mil talvez? Dez mil almas, dez mil calvários e agonias, Todos os dias, Para insuflar alentos n'alma impura Duma só criatura! Homem, levanta a Deus o coração, Ao ver o pão. Ei-lo em cima da mesa do teu lar; Olha a mesa: um altar! Ei-lo, o vigor dos braços teus, O pão de Deus! Ei-lo, o sangue e a alegria, Que teu peito robora e teu crânio alumia! Ei-lo a fraternidade, Ei-lo, a piedade, Ei-lo, a humildade, Ei-lo a concórdia, a bem-aventurança, A paz em Deus, tranquila e mansa! ……………………………

Letra da música Milho Verde (também cantada por José Afonso)

Milho verde, milho verde Milho verde, milho verde

Ai milho verde, milho verde Ai milho verde, milho verde

Ai milho verde, folha larga Ai milho verde, maçaroca

Á sombra do milho verde Á sombra do milho verde

Ai á sombra do milho verde Ai à sombra do milho verde

Ai namorei uma casada Ai namorei uma cachopa

Milho verde, milho verde Mondadeiras do meu milho

Ai milho verde, milho verde Ai mondadeiras do meu milho

Ai milho verde, miudinho Ai mondai o meu milho bem

Á sombra do milho verde Não olhais para o caminho

Ai á sombra do milho verde Ai Não olhais para o caminho

Ai namorei um rapazinho Pois a merenda já lá vêm

UM UM UM UM POUCO DE HISTÓRPOUCO DE HISTÓRPOUCO DE HISTÓRPOUCO DE HISTÓRIA DO PÃOIA DO PÃOIA DO PÃOIA DO PÃO

Foi há mais ou menos 6 mil anos que os egípcios descobriram, sem querer, a fermentação do trigo,

descobrindo, desta forma, o pão tal como hoje o conhecemos. No Egipto, o pão era o alimento básico. Os

pães preparados com trigo de qualidade superior eram destinados apenas aos ricos. Durante séculos, os

celeiros eram de propriedade dos governantes, que mantinham domínio dos cereais e do pão. Os faraós

tinham sua própria padaria, a padaria real (que era, inclusive, enterrada com eles). Os celeiros também

pertenciam aos faraós. Os egípcios se dedicavam tanto ao pão que eram conhecidos como "comedores de

pão" e eram, com certeza, os melhores padeiros do mundo antigo. Os egípcios dedicavam muito tempo e

muito espaço para o preparo do pão. Os fornos, naquela época, às vezes ocupavam uma área do tamanho

de um campo de futebol.

Page 11: O pão e a broa

11

Mas o pão para os egípcios era muito mais importante. Com o pão também se pagavam os salários: um dia

de trabalho valia três pães e duas canecas de cerveja

À Europa o pão chegou através dos gregos que o passaram aos Romanos. O pão romano era feito em

casa, pelas mulheres, tendo passado, posteriormente, a ser fabricado em padarias públicas, surgindo,

então, os primeiros padeiros.

Com a queda do Império Romano as padarias europeias desapareceram, retornando o fabrico doméstico

do pão na maior parte da Europa. O senhor feudal permitia apenas o uso do moinho e dos fornos. Voltou a

se consumir, pela comodidade no fabrico, o pão ázimo, sem fermento e achatado, que acompanhava

outros alimentos, como a carne e sopas. Nessa época, somente os castelos e conventos possuíam

padarias.

Assim como a troca de mercadorias e de serviços, a utilização do pão como pagamento ou complemento

de um salário era costume que ainda continuaria por muitos séculos, até a Idade Média.

fonte: http://www.abip.org.br/historiadopao.asp

O trigo é originário da antiga Mesopotâmia. Os antigos arqueólogos demonstraram que o cultivo do trigo é

originário da Síria, Jordânia, Turquia e Iraque. Há cerca de 8.000 anos atrás, uma mutação ou hibridização

ocorreu, resultando em uma planta com sementes grandes, porém que não podiam espalhar-se pelo vento.

Esta planta não poderia vingar como silvestre, porém, poderia produzir mais comida para os humanos e,

de facto, ela teve maior sucesso que outras plantas com sementes mais pequenas e tornou-se o

antepassado do trigo moderno.

UM CAMPO DE TRIGO (dois registos diferentes da realidade)

campo de trigo (fotografia) campo de trigo – quadro de Van Gogh , pintor holandês (1853-1890)

site interessante com a história do pão:

http://www.pousadadascores.com.br/culinaria/historia_pao/historia_pao.htm

Page 12: O pão e a broa

12

O MILAGRE DAS ROSAS

4

A Rainha Santa Isabel era uma princesa do reino de Aragão que veio para Portugal, aos 12 anos

para se casar com el-rei D. Dinis, Rei a quem Portugal deve grandes iniciativas, como a de

plantar um enorme pinhal conhecido como «como o pinhal de Leiria», na zona da costa, com o

fim de impedir o avanço das areias costeiras.

D, Isabel dedicou a sua vida a fazer o bem, alimentando, vestindo, tratando sempre os mais

necessitados. Na corte havia quem achasse que a rainha fazia gastos demais, e fosse intrigar

junto do rei. D. Dinis que proibiu a rainha de continuar ajudar os mais necessitados. Um belo dia

de Janeiro, altura em que as rosas ainda não estão em flor, D Isabel saiu dos seus aposentos,

com o manto cheio de (há quem diga moedas, há quem diga pão) para dar aos pobres, quando se

cruzou com o rei, que estava à espera de a apanhar.

- Onde ides tão cedo? – perguntou D. Dinis

- À igreja de Santa Cruz, enfeitar os altares

- E que levais no regaço?

- São rosas Senhor

- Rosas em Janeiro? Quereis enganar-me?

- A Rainha de Portugal não mente.

D. Isabel abriu o manto e deixou cair belíssimas Rosas Brancas. Assim é a lenda do milagre das

Rosas

fonte: http://www.olhares.com/milagre_das_rosas/foto1001898.html

Maria Margarida Guerreiro

4 desenho da Margarida da ESCOLA BÁSICA DO 1º CICLO DE TORRES DE MONDEGO - http://www.eb1-

coimbra-n35-torres-mondego.rcts.pt/