o ônibus contribuindo com o monitoramento do ara volvo em parceria com a encarroçadora volgren,...

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[email protected] ou ligue para 11 99832 3766 Revista AutoBus www.revistaautobus.com.br “Ônibus é a mobilidade urbana sustentável” Edição 366 - 28 de março 2019 www.revistaautobus.com.br O ônibus contribuindo com o monitoramento do ar Editor - Antonio Ferro Jornalista responsável - Luiz Neto - MTB 30420/134/59-SP https://www.facebook.com/pages/Revista-AutoBus/723249597767433?fref=ts Agora você pode acompanhar a revista AutoBus no Facebook O pesquisador Alessandro Santiago dos Santos, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), está a frente de um projeto que visa aumentar a capacidade de aferição da qualidade do ar nas grandes cidades. Em seu doutorado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), ele mostrou que a instalação de sensores em ônibus melhora a precisão dos dados, pois os veículos têm uma regularidade de trajeto e os locais por onde passam, com alta concentração populacional, são referências para a coleta de dados. Todas as informações coletadas são processadas e enviadas à um software no IPT que gera o mapeamento das machas de poluição. A revista AutoBus conversou por e-mail com Alessandro, que faz parte do Centro de Tecnologia da Informação, Automação e Mobilidade, sobre esse método inovador que objetiva fomentar políticas públicas para o combate das emissões poluentes. Revista AutoBus - Qual o panorama sobre esse projeto para a medição da qualidade do ar, qual foi o intuito, o que procurou saber, avaliar? Alessandro Santiago - Este projeto surgiu, conjuntamente com a uma tese de doutorado, onde se procurava ampliar a resolução dos mapas de qualidade do ar da cidade de São Paulo, em que nos moldes tradicionais promovem uma visão geral da área urbana, mas não permitem analisar com detalhes pontos específicos da cidade, como ruas, viadutos, esquinas, etc. Assim, a ideia era pesquisar alternativas que permitissem expandir a capacidade de análise por especialistas. O IPT, dentro de um programa de estimulo a inovação, identificou o potencial da solução e realizou investimentos para a viabilização do projeto. AutoBus - Desde quando foram instalados os sensores nos ônibus? Quantos veículos estão envolvidos? Alessandro - Desde 2017, os testes vêm sendo feitos. A partir da implantação até 2018, o sensor percorreu a maioria das linhas de trólebus da cidade, por meio da instrumentação de dois trólebus. AutoBus - Por onde eles rodam ou rodaram? Alessandro - A decisão de instrumentar os trólebus foi estratégica, apesar de poder ser instalado em qualquer tipo de ônibus, a instalação em um trólebus elimina a dúvida que o sensor realmente está medindo o local por onde o ônibus passa. Assim, a grande parte dos locais mapeados envolvem o centro leste da capital paulista, por exemplo, a linha 2002-10 (Terminal Bandeira-Parque D. Pedro II). AutoBus - Sabemos que a poluição é um dos temas com mais abordagem negativa, proporcionando efeitos nocivos à qualidade de vida. Mais do que medir a qualidade do ar, é preciso haver soluções que promovam uma significativa redução das emissões? Caso sim, quais seriam as propostas para esse fim? Alessandro - Iniciativas de redução de emissões em larga escala são complexas, por exemplo, mudar rapidamente toda a frota veicular para veículos menos poluentes permeia uma série de etapas complicadas em termos de gestão. A ideia do projeto é possibilitar analises mais detalhadas da área urbana, identificando pontos mais críticos com relação a concentração de poluentes. Assim, pode-se implementar políticas, que promovam mudanças prioritariamente em áreas mais críticas. AutoBus - O transporte público feito pelo ônibus urbano busca se enquadrar na categoria de mobilidade limpa. Entretanto, ainda vemos poucas ações nesse sentido, com efeitos nada visíveis em relação a investimentos em tecnologias limpas, combustíveis alternativos, sistemas estruturais. O que é preciso para que isso se concretize? Alessandro - A resposta para esta pergunta é o que se busca idealmente, mas a sociedade trabalha para encontrar este caminho. A melhoria da qualidade do ar abrange toda uma mudança cultural e estrutural de gerir as cidades e deve envolver toda a sociedade. As discussões sobre sustentabilidade ambiental ganham cada vez mais espaço, e iniciativas do cidadão, governo e empresas devem estar sintonizadas com os valores de preservação, cada vez mais necessários. Assim, não apenas o governo deve implementar políticas públicas para este fim, mas o cidadão deve se preocupar em estratégias de consumo consciente e empresas devem se preocupar em preservar o ambiente para as futuras gerações. Negócios internacionais movimentam o setor de ônibus Três grandes fabricantes mundiais de ônibus anunciaram recentemente a incessante busca por novos negócios com o intuito de renovar as frotas do modal em várias localidades. A alemã Mercedes-Benz ressaltou sua participação no mercado da eletromobilidade com a produção do modelo eCitaro (elétrico 100% a baterias). Sua tecnologia já se encontra em uso comercial na Alemanha, no transporte público de Hamburgo e Heidelberg. Além disso, haverá expansão de seu novo conceito para os mercados da França, Luxemburgo e Polônia, para demonstração aos gestores do transporte público de suas qualidades e adequação para o uso diário. De acordo com a montadora, entre as vantagens dos modelos elétricos destacam-se a redução da emissão de poluentes e o baixo índice de ruídos, proporcionando melhoria na qualidade do ar e no bem-estar a bordo para os usuários. Em linhas gerais, o eCitaro pode ser equipado com baterias que apresentam capacidade total de 243 kWh, além de motores elétricos montados próximos aos cubos das rodas. O gerenciamento térmico é otimizado até o último detalhe, com o resfriamento da bateria, ar-condicionado com bomba de calor e componentes conectados, sendo um destaque na fabricação de ônibus. Para a Mercedes-Benz, esses recursos garantem o consumo mínimo de energia, maior eficiência e autonomia. E ainda, o consumo de energia de um ônibus elétrico para o aquecimento e refrigeração pode chegar a 50%, fato que é um verdadeiro desafio para os especialistas. Ainda no contexto da eletromobilidade, a fabricante alemã destaca outro modelo urbano de sua gama de veículos, o Citaro NGT híbrido com propulsão a gás natural, equipado com o módulo híbrido opcional, sendo até 8,5% mais eficiente. Os motores a gás reduzem em muito as emissões de material particulado e de NOx. Quando usado em conjunto com biogás ou gás natural, o Citaro NGT híbrido é quase neutro quanto a poluição. E é por essa tecnologia que os operadores de serviços públicos de Augsburg estão optando com seus novos ônibus híbridos Citaro NGT. As operações do transporte coletivo das cidades de Augsburg (Alemanha), Bourges (França), Madri e Aucorsa Cordoba (Espanha) e Liubliana (Eslovênia) optaram pela referida tecnologia da marca da estrela de três pontas. E em Oldenburg, também na Alemanha, a empresa VWG colocará em operação os primeiros Citaro NGT híbridos articulados do mundo. Volvo e Volgren na Austrália A Volvo em parceria com a encarroçadora Volgren, pertencente à Marcopolo S/A, irá disponibilizar 900 ônibus para a cidade australiana de Perth. Os veículos serão fornecidos para a Autoridade de Transporte Público (PTA), operadora estatal de transportes do governo local. O chassi Volvo B8RLE equipado com o propulsor a diesel Euro VI e a carroçaria Volgren terão um protótipo apresentado em agosto deste ano, sendo que a produção comercial se inicia em outubro. André Armaganijan, diretor de Negócios Internacionais e Estratégia da Marcopolo S.A., enfatizou que o acordo envolverá o fornecimento de 900 ônibus em até dez anos, com opção de renovação após cinco anos. O contrato gerará para a Volgren receita de aproximadamente US$ 110 milhões e o total US$ 220 milhões se houver a renovação posterior. “Este negócio está alinhado com a estratégia da Marcopolo de expandir suas atividades em todo o mundo e está entre os maiores já fechados pela nossa empresa, sem dúvida, o maior para a região da Ásia/Pacífico”, disse Armaganijan. A Volgren iniciou sua parceria com a PTA em 1999 e forneceu mais de 1.800 ônibus. Segundo Peter Dale, diretor executivo da encarroçadora australiana, o foco de promover técnicas de melhoria contínua e o conceito LEAN de manufatura enxuta, deram à Volgren a capacidade de atender grandes demandas como essa. “A nossa capacidade de entregar grandes volumes de ônibus, no prazo e dentro do orçamento já está bem estabelecida. A operação em Perth está perfeitamente posicionada para atender à nova programação de entrega da PTA e permitirá o crescimento de frota de aproximadamente 30%”, observou. Para a Volvo Buses, o negócio é resultado da confiança que a operadora australiana tem com a marca. “Com este pedido a PTA continua a demonstrar forte confiança na equipe Volvo. Temos uma excelente oportunidade para manter nossa parceria estratégica de longo prazo, apoiando a PTA e seus operadores para os próximos 10 anos e outros a frente”, comentou Håkan Agnevall, presidente da Volvo Buses. O executivo ainda ressaltou a configuração do chassi que será fornecido, comentando que o modelo já é reconhecido positivamente no país por suas características operacionais. “O Volvo B8RLE Euro VI está bem testado tanto no mercado australiano quanto global, e continua a definir o padrão da indústria para eficiência em combustível, dirigibilidade e custo operacional total”, disse Agnevall. A renovação irá aumentar a qualidade dos serviços, com a oferta de ônibus de última geração. Ainda, de acordo com a montadora de chassis, uma média de 90 ônibus serão entregues por ano ao longo do contrato, com um acordo inicial de cinco anos e uma opção para uma extensão para mais cinco. Vital para a vida A água, como muitos pensam, não é infinita. Tem grande risco de ser finita em função das diversas ações negativas provocadas pelas mãos dos homens. Como um bem essencial para vida neste Planeta, precisa ser preservada se temos em vista um olhar para o futuro. No setor de transporte coletivo, algumas transportadoras se preocupam com sua utilização racional por medidas que objetivam a economia no consumo e sua reutilização para diversos fins. A Metra, operadora do Corredor ABD, em São Paulo, reforça suas ações voltadas para o sistema de reuso de água que proporcionam economia anual de 10 milhões de litros, o equivalente a aproximadamente quatro piscinas olímpicas, com 50 metros de comprimento e 25 de largura, ou 10 mil caixas de água residenciais com mil litros cada. Para isso, desde 2008 implementou o projeto de reciclagem da água por intermédio do sistema de reuso para as atividades de lavagem dos seus 280 ônibus e trólebus, de peças, áreas dos corredores e calçadas da empresa e também dos pontos e terminais. A água utilizada nessas operações é segregada e direcionada para a estação de tratamento de efluentes da empresa ETE, onde são realizados os processos físico e químico com avançados equipamentos. Além dessa ação, a água da chuva é captada pelas calhas localizadas nas estruturas da empresa, sendo encaminhada para a estação de efluentes para tratamento. Segundo a Metra, com a implantação de algumas dessas práticas é possível reduzir os custos financeiros e manter o comprometimento com as questões ambientais e sociais. O governo argentino, por meio de seu programa de provas de ônibus movidos com combustíveis alternativos, busca incentivar o uso do gás natural nas frotas do transporte coletivo urbano, para assim alcançar um contexto ambiental bem favorável para os moradores das grandes cidades do país vizinho. Na capital Buenos Aires, por exemplo, a montadora Agrale está com seu chassi equipado com o propulsor a gás natural da marca FPT de 272 cv de potência Euro VI sendo avaliado. Com isso, a fabricante põe-se a frente no mercado argentino a respeito sobre as novas tecnologias para os sistemas de transporte público urbano. O veículo em questão, com 12 metros de comprimento, piso baixo, transmissão automática e motor traseiro, foi fabricado na planta da Agrale instalada na Argentina. O ENARGAS, órgão governamental argentino de regulação do mercado de gás, acredita no potencial positivo desse combustível alternativo na matriz energética dos serviços de ônibus nas muitas cidades da Argentina, tendo capacidade para a redução do impacto negativo ao meio ambiente. Agrale com ônibus a gás em Buenos Aires Imagem - Volvo Buses Imagem - Daimler Buses Imagem - Agrale Pela inclusão social A encarroçadora Marcopolo completou mais de 10 anos de criação do seu projeto Programa Envolver, que tem o compromisso de contribuir para a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, por meio do desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais e assim estimular o crescimento e a autonomia. A fabricante possui em seu quadro de colaboradores mais de 100 pessoas com deficiência intelectual e nesse perfil há profissionais com Síndrome de Down. Contratados conforme a CLT vigente, possuem todos os benefícios de direito e estão alocados no treinamento, na fabricação e na logística, realizando atividades para a estofaria, pré-montagem, costura, chicotes elétricos, entre outros. O programa contempla a inclusão de profissionais com diferentes deficiências, conforme estabelecidas na legislação, tais como auditivas, visuais, físicas, intelectuais e reabilitados. Imagem - Arquivo Marcopolo Imagem - Reprodução

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Page 1: O ônibus contribuindo com o monitoramento do arA Volvo em parceria com a encarroçadora Volgren, pertencente à Marcopolo S/A, irá disponibilizar 900 ônibus para a cidade australiana

conta to@rev is taau tobus .com.br ou l i g ue para 11 99832 3766

Revista AutoBus www.revistaautobus.com.br

“Ônibus é a mobilidade urbana sustentável”

Edição 366 - 28 de março 2019

www.revistaautobus.com.br

O ônibus contribuindo com o monitoramento do ar

Editor - Antonio Ferro Jornalista responsável - Luiz Neto - MTB 30420/134/59-SP

https://www.facebook.com/pages/Revista-AutoBus/723249597767433?fref=ts

Agora você pode acompanhar a revista AutoBus no Facebook

O pesquisador Alessandro Santiago dos Santos, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), está a frente de um projeto que visa aumentar a capacidade de aferição da qualidade do ar nas grandes cidades. Em seu doutorado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), ele

mostrou que a instalação de sensores em ônibus melhora a precisão dos dados, pois os veículos têm uma regularidade de trajeto e os locais por onde passam, com alta concentração populacional, são referências para a coleta de dados.

Todas as informações coletadas são processadas e enviadas à um software no IPT que gera o mapeamento das machas de poluição. A revista AutoBus conversou por e-mail com Alessandro, que faz parte do Centro de Tecnologia da Informação, Automação e Mobilidade, sobre esse método inovador que objetiva

fomentar políticas públicas para o combate das emissões poluentes. Revista AutoBus - Qual o panorama sobre esse projeto para a medição da qualidade do ar, qual foi o intuito, o que procurou saber, avaliar? Alessandro Santiago - Este projeto surgiu, conjuntamente com a uma tese de

doutorado, onde se procurava ampliar a resolução dos mapas de qualidade do ar da cidade de São Paulo, em que nos moldes tradicionais promovem uma visão geral da área urbana, mas não permitem analisar com detalhes pontos

específicos da cidade, como ruas, viadutos, esquinas, etc. Assim, a ideia era pesquisar alternativas que permitissem expandir a capacidade de análise por especialistas. O IPT, dentro de um programa de estimulo a inovação, identificou o potencial

da solução e realizou investimentos para a viabilização do projeto. AutoBus - Desde quando foram instalados os sensores nos ônibus? Quantos veículos estão envolvidos? Alessandro - Desde 2017, os testes vêm sendo feitos. A partir da implantação até 2018, o sensor percorreu a maioria das linhas de trólebus da cidade, por

meio da instrumentação de dois trólebus. AutoBus - Por onde eles rodam ou rodaram? Alessandro - A decisão de instrumentar os trólebus foi estratégica, apesar de poder ser instalado em qualquer tipo de ônibus, a instalação em um trólebus

elimina a dúvida que o sensor realmente está medindo o local por onde o ônibus passa. Assim, a grande parte dos locais mapeados envolvem o centro leste da capital paulista, por exemplo, a linha 2002-10 (Terminal Bandeira-Parque D. Pedro II). AutoBus - Sabemos que a poluição é um dos temas com mais abordagem negativa, proporcionando efeitos nocivos à qualidade de vida. Mais do que

medir a qualidade do ar, é preciso haver soluções que promovam uma significativa redução das emissões? Caso sim, quais seriam as propostas para esse fim? Alessandro - Iniciativas de redução de emissões em larga escala são complexas, por exemplo, mudar rapidamente toda a frota veicular para veículos menos poluentes permeia uma série de etapas complicadas em termos de

gestão. A ideia do projeto é possibilitar analises mais detalhadas da área urbana, identificando pontos mais críticos com relação a concentração de poluentes. Assim, pode-se implementar políticas, que promovam mudanças prioritariamente em áreas mais críticas. AutoBus - O transporte público feito pelo ônibus urbano busca se enquadrar na

categoria de mobilidade limpa. Entretanto, ainda vemos poucas ações nesse sentido, com efeitos nada visíveis em relação a investimentos em tecnologias limpas, combustíveis alternativos, sistemas estruturais. O que é preciso para que isso se concretize? Alessandro - A resposta para esta pergunta é o que se busca idealmente, mas a sociedade trabalha para encontrar este caminho. A melhoria da qualidade do ar

abrange toda uma mudança cultural e estrutural de gerir as cidades e deve envolver toda a sociedade. As discussões sobre sustentabilidade ambiental ganham cada vez mais espaço, e iniciativas do cidadão, governo e empresas devem estar sintonizadas com os valores de preservação, cada vez mais necessários. Assim, não apenas o governo deve implementar políticas públicas para este fim, mas o cidadão deve se preocupar em estratégias de consumo consciente e empresas devem se preocupar em preservar o ambiente para as

futuras gerações.

Negócios internacionais movimentam o

setor de ônibus

Três grandes fabricantes mundiais de ônibus anunciaram recentemente a incessante busca por novos negócios com o intuito de renovar as frotas do modal em várias localidades. A alemã Mercedes-Benz ressaltou sua participação no mercado da eletromobilidade com a produção do modelo

eCitaro (elétrico 100% a baterias). Sua tecnologia já se encontra em uso comercial na Alemanha, no transporte público de Hamburgo e Heidelberg. Além disso, haverá expansão de seu novo conceito para os mercados da França, Luxemburgo e Polônia, para demonstração aos gestores do transporte público de suas qualidades e adequação para o uso diário. De acordo com a montadora, entre as vantagens dos modelos elétricos destacam-se a redução da emissão de poluentes e o baixo índice de ruídos, proporcionando melhoria na qualidade do

ar e no bem-estar a bordo para os usuários. Em linhas gerais, o eCitaro pode ser equipado com baterias que apresentam

capacidade total de 243 kWh, além de motores elétricos montados próximos aos cubos das rodas. O gerenciamento térmico é otimizado até o último detalhe, com o resfriamento da bateria, ar-condicionado com bomba de calor e componentes conectados, sendo um destaque na fabricação de ônibus. Para a

Mercedes-Benz, esses recursos garantem o consumo mínimo de energia, maior eficiência e autonomia. E ainda, o consumo de energia de um ônibus elétrico para o aquecimento e refrigeração pode chegar a 50%, fato que é um verdadeiro desafio para os especialistas.

Ainda no contexto da eletromobilidade, a fabricante alemã destaca outro modelo urbano de sua gama de veículos, o Citaro NGT híbrido com propulsão a gás natural, equipado com o módulo híbrido opcional, sendo até 8,5% mais

eficiente. Os motores a gás reduzem em muito as emissões de material particulado e de NOx. Quando usado em conjunto com biogás ou gás natural, o Citaro NGT híbrido é quase neutro quanto a poluição. E é por essa tecnologia que os operadores de serviços públicos de Augsburg estão optando com seus novos ônibus híbridos Citaro NGT.

As operações do transporte coletivo das cidades de Augsburg (Alemanha), Bourges (França), Madri e Aucorsa Cordoba (Espanha) e Liubliana (Eslovênia)

optaram pela referida tecnologia da marca da estrela de três pontas. E em Oldenburg, também na Alemanha, a empresa VWG colocará em operação os primeiros Citaro NGT híbridos articulados do mundo.

Volvo e Volgren na Austrália

A Volvo em parceria com a encarroçadora Volgren, pertencente à Marcopolo S/A, irá disponibilizar 900 ônibus para a cidade australiana de Perth. Os veículos serão fornecidos para a Autoridade de Transporte Público (PTA), operadora estatal de transportes do governo local. O chassi Volvo B8RLE equipado com o propulsor a diesel Euro VI e a carroçaria Volgren terão um protótipo apresentado em agosto deste ano, sendo que a produção comercial se inicia em outubro.

André Armaganijan, diretor de Negócios Internacionais e Estratégia da Marcopolo S.A., enfatizou que o acordo envolverá o fornecimento de 900 ônibus em até dez anos, com opção de renovação após cinco anos. O contrato gerará para a Volgren receita de aproximadamente US$ 110 milhões e o total US$ 220 milhões se houver a renovação posterior. “Este negócio está alinhado com a estratégia da Marcopolo de expandir suas atividades em todo o mundo e está entre os maiores já fechados pela nossa empresa, sem dúvida, o maior para a

região da Ásia/Pacífico”, disse Armaganijan. A Volgren iniciou sua parceria com a PTA em 1999 e forneceu mais de 1.800 ônibus.

Segundo Peter Dale, diretor executivo da encarroçadora australiana, o foco de promover técnicas de melhoria contínua e o conceito LEAN de manufatura enxuta, deram à Volgren a capacidade de atender grandes demandas como essa. “A nossa capacidade de entregar grandes volumes de ônibus, no prazo e

dentro do orçamento já está bem estabelecida. A operação em Perth está

perfeitamente posicionada para atender à nova programação de entrega da PTA e permitirá o crescimento de frota de aproximadamente 30%”, observou.

Para a Volvo Buses, o negócio é resultado da confiança que a operadora australiana tem com a marca. “Com este pedido a PTA continua a demonstrar forte confiança na equipe Volvo. Temos uma excelente oportunidade para manter nossa parceria estratégica de longo prazo, apoiando a PTA e seus

operadores para os próximos 10 anos e outros a frente”, comentou Håkan Agnevall, presidente da Volvo Buses.

O executivo ainda ressaltou a configuração do chassi que será fornecido, comentando que o modelo já é reconhecido positivamente no país por suas características operacionais. “O Volvo B8RLE Euro VI está bem testado tanto no mercado australiano quanto global, e continua a definir o padrão da indústria para eficiência em combustível, dirigibilidade e custo operacional

total”, disse Agnevall. A renovação irá aumentar a qualidade dos serviços, com a oferta de ônibus de última geração.

Ainda, de acordo com a montadora de chassis, uma média de 90 ônibus serão entregues por ano ao longo do contrato, com um acordo inicial de cinco anos e uma opção para uma extensão para mais cinco.

Vital para a vida

A água, como muitos pensam, não é infinita. Tem grande risco de ser finita em função das diversas ações negativas provocadas pelas mãos dos homens. Como um bem essencial para vida neste Planeta, precisa ser preservada se temos em vista um olhar para o futuro. No setor de transporte coletivo, algumas

transportadoras se preocupam com sua utilização racional por medidas que objetivam a economia no consumo e sua reutilização para diversos fins.

A Metra, operadora do Corredor ABD, em São Paulo, reforça suas ações voltadas para o sistema de reuso de água que proporcionam economia anual de 10 milhões de litros, o equivalente a aproximadamente quatro piscinas olímpicas, com 50 metros de comprimento e 25 de largura, ou 10 mil caixas de

água residenciais com mil litros cada. Para isso, desde 2008 implementou o

projeto de reciclagem da água por intermédio do sistema de reuso para as atividades de lavagem dos seus 280 ônibus e trólebus, de peças, áreas dos corredores e calçadas da empresa e também dos pontos e terminais.

A água utilizada nessas operações é segregada e direcionada para a estação de tratamento de efluentes da empresa ETE, onde são realizados os processos físico e químico com avançados equipamentos. Além dessa ação, a água da

chuva é captada pelas calhas localizadas nas estruturas da empresa, sendo encaminhada para a estação de efluentes para tratamento. Segundo a Metra, com a implantação de algumas dessas práticas é possível reduzir os custos financeiros e manter o comprometimento com as questões ambientais e sociais.

O governo argentino, por meio de seu programa de provas de ônibus movidos com combustíveis alternativos, busca incentivar o uso do gás natural nas frotas do transporte coletivo urbano, para assim alcançar um contexto ambiental bem favorável para os moradores das grandes cidades do país vizinho. Na capital

Buenos Aires, por exemplo, a montadora Agrale está com seu chassi equipado com o propulsor a gás natural da marca FPT de 272 cv de potência Euro VI sendo avaliado.

Com isso, a fabricante põe-se a frente no mercado argentino a respeito sobre as novas tecnologias para os sistemas de transporte público urbano. O veículo em questão, com 12 metros de comprimento, piso baixo, transmissão automática e motor traseiro, foi fabricado na planta da Agrale instalada na

Argentina. O ENARGAS, órgão governamental argentino de regulação do mercado de gás,

acredita no potencial positivo desse combustível alternativo na matriz energética dos serviços de ônibus nas muitas cidades da Argentina, tendo

capacidade para a redução do impacto negativo ao meio ambiente.

Agrale com ônibus a gás em Buenos Aires

Imagem - Volvo Buses Imagem - Daimler Buses

Imagem - Agrale

Pela inclusão social

A encarroçadora Marcopolo completou mais de 10 anos de criação do seu projeto Programa Envolver, que tem o compromisso de contribuir para a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, por meio do desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais e assim

estimular o crescimento e a autonomia. A fabricante possui em seu quadro de colaboradores mais de 100 pessoas com

deficiência intelectual e nesse perfil há profissionais com Síndrome de Down. Contratados conforme a CLT vigente, possuem todos os benefícios de direito e estão alocados no treinamento, na fabricação e na logística, realizando atividades para a estofaria, pré-montagem, costura, chicotes elétricos, entre outros. O programa contempla a inclusão de profissionais com diferentes

deficiências, conforme estabelecidas na legislação, tais como auditivas, visuais, físicas, intelectuais e reabilitados.

Imagem - Arquivo Marcopolo

Imagem - Reprodução