o mercado dos pequenos frutos
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JULHO 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
Julho 2014
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O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
NOTA INTRODUTÓRIA
NOTA INTRODUTÓRIA
O interesse pelos pequenos frutos tem aumentado muito nos últimos tempos, e tem conduzido a um crescente número de projetos
de investimento no setor, muitos deles ligados à instalação de jovens agricultores. As nossas condições edafoclimáticas alimentam
esse interesse, mas sentimos que muitos projetos acabam por assentar em pouco conhecimento técnico, mas sobretudo são muito
pouco sustentados do ponto de vista da relação com o mercado. Apesar de tudo, na vertente técnica, tem havido uma evolução
significativa, mas relativamente aos mercados, pouco se tem debatido.
Este estudo compila um conjunto de dados sobre a evolução da produção nacional dos pequenos frutos e sobre o comportamento
dos mercados. Depois do desenvolvimento ao nível da produção, começam a surgir notícias relacionadas com dificuldades de
escoamento ou com a menor valorização do produto final. Este é um fenómeno recorrente na nossa produção, mas é importante
que todos tenhamos consciência da necessidade de equacionar estas questões de forma antecipada, particularmente quando se trata de culturas que requerem investimentos
de instalação elevados.
Pela nossa experiência, e pelo que representamos no setor, decidimos solicitar à nossa equipa da Área de Mercados e Internacionalização o desenvolvimento do estudo “O
mercado dos pequenos frutos”, que agora apresentamos, e que disseminamos de forma gratuita para que a sua divulgação seja o mais abrangente possível.
A concretização deste trabalho foi realizada com recurso aos dados disponíveis, à data, junto de fontes reconhecidas e de um vasto conjunto de contactos estabelecidos
com alguns dos principais agentes do sector, tendo ficado evidente a existência de grandes diferenças entre os dados estatísticos oficiais e a realidade, nomeadamente ao
nível da produção e da comercialização, pelo que é importante deixar aqui essa salvaguarda.
Não posso deixar de expressar um agradecimento especial ao Dr. Pedro Brás de Oliveira, do INIAV, que disponibilizou o seu tempo e muito conhecimento para a revisão
técnica deste documento.
Espero que este estudo ajude todos aqueles que pretendem ter uma visão geral sobre o mercado dos pequenos frutos, porque tenho a confiança plena que este setor tem
todas as condições para atingir uma grande importância na nossa economia, assim seja capaz de dar um “salto” quantitativo e qualitativo.
Bem hajam,
Pedro Miguel Santos | Diretor-geral
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O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
ÍNDICE
ÍNDICE
NOTA INTRODUTÓRIA ............................................................... 2
ÍNDICE .................................................................................. 3
INTRODUÇÃO.......................................................................... 4
OS PEQUENOS FRUTOS NO MUNDO .............................................. 5
OS PEQUENOS FRUTOS NA EUROPA ............................................. 10
A PRODUÇÃO .......................................................................... 10
COMÉRCIO INTERNACIONAL ............................................................ 12
IMPORTAÇÕES - ALEMANHA ............................................................ 15
IMPORTAÇÕES - FRANÇA ............................................................... 16
IMPORTAÇÕES - REINO UNIDO .......................................................... 17
IMPORTAÇÕES - HOLANDA ............................................................. 18
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL ......................................... 19
OS PEQUENOS FRUTOS NA FRUTICULTURA ............................................. 19
A PRODUÇÃO .......................................................................... 20
O VALOR DOS PEQUENOS FRUTOS ...................................................... 24
O COMÉRCIO INTERNACIONAL ......................................................... 25
OS PEQUENOS FRUTOS NO PRODER .................................................... 32
OS PRINCIPAIS PLAYERS ............................................................... 33
O CONSUMO DOS PEQUENOS FRUTOS .......................................... 34
O PERFIL DO CONSUMIDOR FINAL ...................................................... 34
O PROCESSAMENTO INDUSTRIAL ....................................................... 36
CONCLUSÕES ........................................................................ 38
UMA PRODUÇÃO CRESCENTE .......................................................... 38
UM MERCADO A CRESCER .............................................................. 38
UMA NECESSIDADE ACRESCIDA DE MÃO-DE-OBRA ...................................... 39
UMA NECESSIDADE DE PRODUZIR COM ELEVADA QUALIDADE ............................ 39
UMA OPORTUNIDADE DE FAZER BEM FEITO ............................................. 40
FONTES E REFERÊNCIAS........................................................... 42
DISCLAIMER .......................................................................... 45
FICHA TÉCNICA ..................................................................... 46
ÁREA DE MERCADOS E INTERNACIONALIZAÇÃO .............................. 47
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Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Ultimamente, muito se tem falado da produção de pequenos frutos em Portugal,
sobretudo das condições edafoclimáticas para a sua produção e de como podemos
produzir frutos de sabor, cor e aroma diferentes dos demais concorrentes do velho
continente. No entanto, muito pouco se tem falado dos mercados que, de facto,
consomem estes “super” frutos. Em Portugal é sabido que o consumidor não está
acostumado a procurar esta categoria de fruta por duas razões (que não surgem por
ordem de importância): primeiro, por uma questão de falta de hábito de consumo
e, segundo, pelo elevado custo de aquisição que a mesma acarreta – de entre os
pequenos frutos, apenas o morango foge a estas duas razões.
Mas a verdade é que o interesse nos pequenos frutos tem vindo a aumentar nos
últimos anos pela “perceção” de que a ingestão dos mesmos poderá traduzir-se em
reais benefícios para a saúde e pelas excelentes características organoléticas que
as variedades modernas apresentam. Diversos estudos de cariz científico atestam a
elevada concentração de antioxidantes nesta classe de frutos e as populações de
países ditos “desenvolvidos” são aquelas que mais procuram os mesmos, em parte
por se encontrarem num patamar superior de sensibilidade e preocupação para o
impacto que a alimentação tem na saúde e, por outro, porque estas culturas
agrícolas, exigentes em mão-de-obra e em parâmetros de qualidade, atingem
valores de mercado apenas comportáveis para quem possua um elevado poder de
compra.
Segundo a FAO, em 2012, o setor dos pequenos frutos, a nível mundial, produziu
cerca de 8 milhões de toneladas de fruta (morangos, mirtilos, groselhas,
framboesas, amoras, ginjas e arandos). O mesmo organismo indica que o valor bruto
dessa produção rondou os 18 mil milhões de dólares.
Assim, parece justificar-se uma avaliação do mercado, do impacto que o setor dos
pequenos frutos está a ter na agricultura nacional e uma análise sobre a sua
evolução nos últimos anos.
Neste estudo faremos uma análise macro, apresentando um ponto de situação dos
pequenos frutos a nível mundial, de seguida na Europa e, por último, será
apresentada uma decomposição mais detalhada no que concerne ao panorama
nacional.
Relativamente à realidade nacional, a abordagem será feita em dois planos. O
primeiro do ponto de vista produtivo (evolução de áreas, produtividades, focos
produtivos em Portugal, espécies mais produzidas, etc.) e um outro plano, do ponto
de vista económico (evolução de preços, maiores importadores, valor da produção,
fluxos comerciais, etc.).
O objetivo final será o de obter uma perspetiva sobre estas culturas a nível
internacional e nacional, bem como verificar se as tendências de mercado justificam
a aposta que tem sido feita nos pequenos frutos.
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O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS NO MUNDO
OS PEQUENOS FRUTOS NO MUNDO
Os pequenos frutos alcançaram, em 2012, um volume de produção a rondar os 8
milhões de toneladas e um valor de 18 mil milhões de dólares. Os maiores produtores
do mundo de pequenos frutos (incluindo o morango), em 2012, são os EUA (2,1 mil
milhões de toneladas), a Rússia (893 mil toneladas) e a Polónia (728 mil toneladas).
A Espanha surge em 6º lugar com 321 mil toneladas produzidas, segundo os dados
da FAO. Portugal, segundo o mesmo organismo, encontra-se em 62º lugar neste
ranking, com 6,5 mil toneladas. No entanto, segundo dados do Eurostat, a produção
nacional, em 2012, rondou as 21,6 mil toneladas, número próximo do valor apontado
pelo Instituto Nacional de Estatística português (INE), o que nos colocaria no 37º
lugar desse mesmo ranking.
Os maiores exportadores de pequenos frutos frescos, em 2011, segundo a FAO,
foram a Espanha (239 mil toneladas), os EUA (200 mil toneladas) e o México (77 mil
toneladas). Portugal exportou, no mesmo ano, segundo este organismo, 3,3 mil
toneladas e, segundo o Eurostat, 10,5 mil toneladas.
A FAO indica que os maiores importadores foram os EUA (233 mil toneladas), o
Canadá (174 mil toneladas) e a Alemanha (139 mil toneladas), tendo Portugal
importado 7,5 mil toneladas de pequenos frutos. Cumpre referir que, segundo dados
do Eurostat, a importação nacional de pequenos frutos, em 2011, foi de 26 mil
toneladas.
Não existindo dados concretos da evolução do consumo per capita de pequenos
frutos, apenas de consumo de fruta em geral ou de alguns tipos de frutas mais
consumidas, como maçãs, bananas e citrinos, analisámos a evolução das produções,
das exportações, das importações e das vendas, por forma a criar um panorama
geral da evolução deste subsetor da fruticultura, e daí perceber tendências de
evolução.
Nota: os dados que seguidamente se apresentam para as groselhas incluem,
principalmente, frutos de groselha-preta (conhecida como blackcurrant) e groselha-
vermelha (conhecida como redcurrant). A primeira espécie corresponde a 90% da
produção mundial e é utilizada na indústria, enquanto a segunda é consumida em
fresco. É utilizada ainda a designação de arando para o fruto que o GPP e o INE
classificaram como airela. Nos dados destes organismos, as airelas (conhecidas como
cranberries) e os mirtilos surgem sempre em conjunto, o que não nos pareceu
correto, uma vez que correspondem a espécies diferentes. A equipa de Mercados e
Internacionalização da Consulai, a conselho do Doutor Pedro Brás de Oliveira, achou
por bem manter o termo arando, distinto de airelas e de mirtilos para reduzir erros
na interpretação estatística. Para a realidade nacional não parece ser adequado
sequer falar de airelas, uma vez que essa espécie não é produzida no nosso território.
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O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS NO MUNDO
Pequeno fruto 2009 2010 2011 2012Média
2005-2012
Framboesas 5.464 4.726 5.783 5.430 5.351
Arandos 17.083 16.401 18.460 20.500 18.111
Mirtilos 4.361 4.154 4.364 4.708 4.396
Ginjas 6.046 5.396 5.640 5.186 5.567
Groselhas 5.720 5.286 5.787 5.727 5.630
Outras groselhas 5.469 4.589 5.285 5.418 5.190
Morangos 24.587 22.827 24.341 24.111 23.966
Evolução da produtividade média anual dos diferentes pequenos frutos
(kg/ha) no Mundo
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O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS NO MUNDO
Segundo a FAO, o incremento do valor da produção dos pequenos frutos tem sido
notável. No espaço de pouco mais de 10 anos, estes produtos geraram um volume
de negócios na ordem dos 17 mil milhões de dólares, uma evolução positiva de 119%
para o referido período.
Apesar do aumento da oferta da produção mundial de pequenos frutos (+31%), o
valor e comércio mundial têm crescido de forma consistente, um indicador de que
há um interesse estável e sustentado nesta categoria de frutas.
O setor dos pequenos frutos está a
crescer, com especial relevância
nos principais produtores mundiais
País 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012Total produzido
2002-2012Ranking
Evolução
2002-
2012 %
EUA 1.308.441 1.546.208 1.577.507 1.677.478 1.760.575 1.751.407 1.789.366 1.969.853 1.966.305 2.078.479 2.085.849 19.511.468 1 59%
Rússia 943.600 955.030 1.061.700 1.124.000 1.038.500 1.181.900 911.000 938.000 831.900 935.700 889.700 10.811.030 2 -6%
Polónia 571.183 601.220 675.011 593.006 656.835 496.150 704.556 693.168 613.554 652.022 674.688 6.931.393 3 18%
Turquia 245.055 295.060 293.056 340.066 332.690 431.298 446.581 484.776 495.003 484.726 541.190 4.389.501 4 121%
México 144.611 152.805 180.555 167.931 201.458 187.996 222.361 248.195 242.059 257.072 384.626 2.389.669 5 166%
Espanha 286.845 272.544 344.014 332.151 342.914 282.875 297.430 283.813 289.320 286.071 311.347 3.329.324 6 9%
Ucrânia 231.720 230.750 275.400 285.000 203.900 233.800 242.700 231.700 271.000 291.100 296.600 2.793.670 7 28%
Canadá 160.628 175.407 192.074 181.773 200.922 182.393 206.255 228.371 195.787 227.488 279.241 2.230.339 8 74%
Alemanha 338.829 337.572 318.668 280.208 318.033 298.564 269.690 297.654 264.866 273.589 270.620 3.268.292 9 -20%
Egipto 60.017 79.771 104.971 100.000 128.349 174.414 200.254 242.776 238.432 240.284 242.297 1.811.565 10 304%
Outros (71 países) 1.806.303 1.831.386 1.965.438 1.928.528 2.039.036 2.063.916 2.164.270 2.471.071 2.153.092 2.159.010 2.015.873 22.597.924 11 12%
TOTAL 6.097.232 6.477.753 6.988.394 7.010.141 7.223.212 7.284.713 7.454.463 8.089.377 7.561.318 7.885.541 7.992.031 80.064.175 - 31%
Evolução da produção (tons) dos maiores produtores de pequenos frutos no Mundo (Fonte: FAO Stat)
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O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS NO MUNDO
Se nos concentrarmos na evolução específica de cada pequeno fruto, podemos
mostrar que os maiores aumentos do valor da produção se têm verificado para as
framboesas, as groselhas as ginjas e os mirtilos.
O morango é o pequeno fruto mais produzido no mundo, seguido das ginjas,
framboesas, groselhas e mirtilos. O mirtilo será um dos pequenos frutos com maior
margem de progressão, principalmente pela influência dos EUA, ao nível da
tendência de consumo e do nível de importação.
Para além dos EUA (que produz cerca de 25% da produção mundial), os principais
intervenientes na produção são a Rússia, a Polónia e a Turquia.
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O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS NO MUNDO
Ranking País
Quantidade
importada
(tons)
Valor importado
(1000$)
Quantidade
importada
(tons)
Valor
importado
(1000$)
Quantidade
importada
(tons)
Valor importado
(1000$)
Quantidade
importada
(tons)
Valor
importado
(1000$)
Quantidade
importada (tons)
Valor importado
(1000$)
Quantidade
importada
(tons)
Valor
importado
(1000$)
1 EUA 87.336 438.316 - - 35.277 51.452 - - 110.457 242.984 233.070 732.752
2 Canadá 16.218 42.603 34.592 144.039 - - 123.616 319.463 174.426 506.105
3 Alemanha 4.673 37.171 24.339 33.076 1.239 9.820 10.264 18.460 98.722 263.268 139.237 361.795
4 França 2.598 18.502 281 795 128 1.565 646 5.617 90.587 267.669 94.240 294.148
5 Reino Unido 1.832 14.964 308 699 12.665 104.432 4.310 5.558 47.077 192.559 66.192 318.212
6 Holanda 9.137 18.331 409 1.973 6.185 43.973 993 3.568 28.937 132.451 45.661 200.296
7 Itália 1.436 13.289 606 1.099 206 2.447 2.127 4.804 36.808 107.349 41.183 128.988
8 Rússia 287 2.600 8.273 11.522 258 1.795 - - 40.557 100.637 49.375 116.554
9 Bélgica 307 2.156 1.473 2.205 1.418 12.228 890 4.327 26.727 99.159 30.815 120.075
10 Áustria 2.591 8.173 2.583 2.921 18 118 1.497 2.826 19.463 52.398 26.152 66.436
22 Portugal 54 633 1 3 129 120 55 216 7.278 23.886 7.517 24.858
Outros (inclui 123 países) 5.640 39.730 4.530 7.686 5.965 41.021 741 3.774 154.876 521.931 171.752 614.142
Total
Maiores importadores de alguns pequenos frutos no mundo, em 2011, em quantidade e em valor. Excluindo a framboesa por ausência de dados. (Fonte: FAO Stat)
Arandos Groselhas MorangosMirtilos Ginjas
Ranking País
Quantidade
exportada
(tons)
Valor exportado
(1000$)
Quantidade
exportada
(tons)
Valor
exportado
(1000$)
Quantidade
exportada
(tons)
Valor exportado
(1000$)
Quantidade
exportada
(tons)
Valor
exportado
(1000$)
Quantidade
exportada (tons)
Valor exportado
(1000$)
Quantidade
exportada
(tons)
Valor exportado
(1000$)
1 Espanha 4.790 32.950 1.607 3.505 32 458 549 1.192 231.732 621.831 238.710 659.936
2 EUA 49.036 195.952 - - 10.631 24.051 - - 139.957 408.371 199.624 628.374
3 Chile - - 73.772 428.705 - - 66 214 73.838 428.919
4 Holanda 3.440 36.029 329 1.583 1.890 15.349 2.603 16.785 51.151 303.606 59.413 373.352
5 Bélgica 56 528 832 1.125 1.208 14.829 643 4.119 39.528 173.801 42.267 194.402
6 México - - 76.890 142.053 76.890 142.053
7 Canadá 20.090 82.783 35.737 54.284 84 299 242 1.104 56.153 138.470
8 Egipto 13 9 - - 74.976 58.721 74.989 58.730
9 Marrocos 1.501 11.458 24.327 78.761 25.828 90.219
10 França 2.119 16.857 1.416 1.744 97 1.143 1.137 1.864 17.673 59.075 22.442 80.683
19 Portugal 261 1.809 - - 17 212 3.036 11.077 3.314 13.098
Outros (inclui 79 países) 10.263 73.567 40.020 58.563 2.135 8.629 10.213 18.795 114.457 294.315 177.088 453.869
Morangos Total
Maiores exportadores de alguns pequenos frutos no mundo, em 2011, em quantidade e em valor. Excluindo a framboesa por ausência de dados. (Fonte: FAO Stat)
Mirtilos Ginjas Arandos Groselhas
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O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS NA EUROPA - PRODUÇÃO
OS PEQUENOS FRUTOS NA EUROPA
A PRODUÇÃO
A Europa é o destino que, neste momento, absorve a totalidade dos produtos
expedidos pelo nosso país e, pela sua proximidade, é o mercado que revela mais
interesse para os produtores portugueses. Por esta razão, decidimos analisar quais
os principais países europeus importadores e qual o comportamento desses
mercados.
Segundo o Eurostat, o volume europeu terá correspondido à produção de 3,3 milhões
de toneladas deste tipo de frutos. Os dados do Eurostat indicam que os maiores
produtores de pequenos frutos da Europa, em 2012, foram a Polónia (945 mil
toneladas - 728 mil toneladas segundo a FAO), seguida da Turquia (694 mil
toneladas) e da Espanha (304 mil toneladas – 321 mil segundo a FAO). Portugal surge
em 14º lugar, segundo o Eurostat, com 21,6 mil toneladas.
Os maiores exportadores de pequenos frutos frescos, em 2013, segundo o Eurostat,
foram a Espanha (291 mil toneladas), a Holanda (66 mil toneladas) e a Grécia (53
mil toneladas). Portugal exportou, no mesmo ano, 7,4 mil toneladas, surgindo como
o 10º maior exportador da UE. Os maiores importadores, em 2013, foram a Alemanha
(141 mil toneladas), a França (104 mil toneladas) e o Reino Unido (91 mil toneladas).
Portugal terá importado, nesse ano, perto de 18 mil toneladas de pequenos frutos
(dos quais aproximadamente 16 mil toneladas terão sido morango).
Nota - Para a análise de alguns dados da Europa, foram incluídos os seguintes
pequenos frutos: groselhas, morangos, framboesas e mirtilos, não tendo sido
incluídas as ginjas e as amoras por ausência de informação no Eurostat. Chama-se
ainda a atenção para o facto de nos dados do Eurostat não estarem incluídos os
valores de produção, exportação e importação da Ucrânia que, segundo a FAO, é um
importante produtor a nível mundial e europeu, tendo atingido as 296 mil toneladas
em 2012.
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O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS NA EUROPA - PRODUÇÃO
No quadro abaixo podem confirmar-se quais são os maiores produtores de pequenos
frutos na Europa, em 2012 (considerando apenas groselhas, framboesas, ginjas e
morangos).
País Área(1.000 ha) Produção (1.000 t)
Polónia 216,60 945,00
Turquia 39,00 694,00
Espanha 16,40 304,10
Alemaha 20,30 179,70
Itália 4,70 132,30
Reino Unido 8,00 120,00
França 8,00 98,20
Holanda 3,60 74,00
Hungria 20,70 65,60
Roménia 5,40 47,40
Grécia 2,30 43,60
Bélgica 2,10 43,20
Dinamarca 4,30 21,90
Portugal 1,10 21,60
Outros 70,90 141,40
A produção de pequenos frutos na Europa (Fonte:
Eurostat)
Pequeno fruto Produtividade (kg/ha)
Morangos 12.580,99
Mirtilos 8.493,63
Framboesas 5.730,06
Outras groselhas 5.638,37
Groselhas 5.259,04
Ginjas 4.748,90
Outros pequenos frutos 4.563,40
Arandos 3.023,61
Produtividade média de vários pequenos frutos
na Europa em 2012 (Fonte: FAO Stat)
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Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS NA EUROPA - COMÉRCIO INTERNACIONAL
COMÉRCIO INTERNACIONAL
A produção nacional de pequenos
frutos representa menos de 1% da
produção europeia
País Groselhas Framboesas Ginjas MorangosOutros peq.
frutosTotal Geral
Polónia 149,1 127,1 175,4 170,8 64,6 687,0
Turquia - 4,0 186,0 352,0 - 542,0
Espanha - 12,9 0,4 290,8 - 304,1
Alemanha 6,3 4,7 12,9 155,8 - 179,7
Reino Unido 10,0 14,0 - 96,0 - 120,0
Hungria 1,7 1,5 58,3 4,1 - 65,6
França 8,2 3,2 - 53,1 - 64,5
Holanda - - - 50,0 - 50,0
Roménia - - 31,8 15,6 - 47,4
Grécia - - 0,7 42,9 - 43,6
Bélgica - 1,2 1,5 40,5 - 43,2
Itália - - - 40,9 - 40,9
Dinamarca 10,2 0,1 4,9 6,7 - 21,9
Portugal 0,1 3,1 0,1 14,4 3,9 21,6
Bósnia Herzegovina - 7,0 3,3 8,7 - 19,0
Suécia - - - 16,3 - 16,3
Finlândia 1,3 0,7 - 14,2 - 16,2
Bulgária - 4,9 3,9 4,8 - 13,6
Áustria 1,2 0,8 0,5 9,9 0,9 13,3
Lituânia 3,1 1,9 0,9 3,5 0,8 10,2
Outros (10 países) 3,0 - 0,1 9,1 17,2 29,4
Total 194,2 187,1 480,7 1.400,1 87,4 2.349,5
Produção de alguns pequenos frutos (1.000 tons) na Europa, em 2012 (Fonte:
Eurostat)
Pequeno frutoProdução Europeia
(1.000 tons)
Produção nacional
(1.000 tons)
Peso da produção
nacional na Europa (%)
Groselhas 194,20 0,1 0,1%
Framboesas 187,10 3,1 1,7%
Ginjas 480,70 0,1 0,0%
Morangos 1.400,10 14,4 1,0%
Outros peq. frutos 87,40 3,9 4,5%
Total Geral 2.349,50 21,6 0,9%
Peso da produção nacional de alguns pequenos frutos na produção europeia, em 2012
(Fonte: Eurostat)
13
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS NA EUROPA - COMÉRCIO INTERNACIONAL
As importações de pequenos frutos, na União Europeia, em 2012, foram realizadas
sobretudo pela Alemanha, França, Reino Unido e Holanda (considerando apenas
groselhas, morangos, framboesas e mirtilos).
Nesses países, verifica-se uma concentração das importações na Primavera e no
Verão. Esse comportamento é mais marcado no mercado alemão e francês.
14
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS NA EUROPA - COMÉRCIO INTERNACIONAL
Nas próximas páginas serão apresentados vários dados de mercado e de
comercialização, relativos aos quatro maiores importadores de pequenos frutos na
Europa. Pretende-se analisar a valorização unitária atribuída por cada um desses
mercados, entender a tendência das importações e a sazonalidade das mesmas.
País importador Groselhas Morango Framboesa Arandos Mirtilos Total
Alemanha 14.424,9 116.532,9 14.693,9 654,1 8.897,1 155.202,9
França 1.005,3 104.412,6 7.922,8 41,4 3.698,4 117.080,5
Reino Unido 12.907,1 49.677,2 9.554,2 152,9 23.714,1 96.005,5
Holanda 7.746,4 26.840,1 7.432,9 1.916,1 10.315,8 54.251,3
Total 36.083,7 297.462,8 39.603,8 2.764,5 46.625,4 422.540,2
Importações (tons) de pequenos frutos por espécies, em 2012, por parte dos 4 maiores importadores da Europa (Fonte: Eurostat)
15
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS NA EUROPA - ALEMANHA
IMPORTAÇÕES - ALEMANHA
16
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS NA EUROPA - FRANÇA
IMPORTAÇÕES - FRANÇA
País Morango Framboesa Mirtilo
França 1,78 € 5,80 € 5,14 €
Preço médio, em 2013, dos pequenos frutos
importados (€/kg) - Fonte: Eurostat
17
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS NA EUROPA - REINO UNIDO
IMPORTAÇÕES - REINO UNIDO
País Morango Framboesa Mirtilo
Reino Unido 2,99 € 6,40 € 5,52 €
Preço médio, em 2013, dos pequenos frutos
importados (€/kg) - Fonte: Eurostat
18
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS NA EUROPA - HOLANDA
IMPORTAÇÕES - HOLANDA
País Morango Framboesa Mirtilo
Holanda 4,63 € 3,91 € 5,56 €
Preço médio, em 2013, dos pequenos frutos
importados (€/kg) - Fonte: Eurostat
19
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL – PESO NA FRUTICULTURA
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL
OS PEQUENOS FRUTOS NA FRUTICULTURA
Os pequenos frutos são a categoria de fruta fresca com
maior valor unitário
Os pequenos frutos
representam 1% da área e 3%
da produção nacional de fruta
20
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL – PRODUÇÃO
A PRODUÇÃO
Em 2013, o mirtilo é o pequeno fruto mais representativo, em área, em Portugal,
sobretudo pelo crescimento verificado no recente ano.
A produção de morango tem crescido significativamente, apesar do decréscimo de
área verificado.
As framboesas têm tido um crescimento muito sustentado ao longo dos últimos anos,
quer em área quer em volume produzido.
As groselhas e as amoras, pela pequena área que representam, não permitem
perceber uma tendência.
21
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL – PRODUÇÃO
Nota: a produção de groselhas em Portugal cinge-se unicamente à espécie do tipo
groselha-vermelha (redcurrant), destinada para o consumo em fresco.
22
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL – PRODUÇÃO
Principais localizações geográficas/focos produtivos nacionais de pequenos
frutos
Épocas de produção/comercialização de morango em Portugal (fonte: Anuário
Agrícola 2012)
Épocas de produção/comercialização de framboesas e amoras em Portugal
(fonte: Anuário Agrícola 2012)
23
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL – PRODUÇÃO
Algumas cultivares utilizadas ou passíveis de virem a ser utilizadas em Portugal
Framboesas
Adelita
Allgold
Amira
Autumn bliss
Autumn treasure
Benicia
Cascade
Exclusivas Onuba fruit (Erika, etc.)
Exclusivas Driscoll's (Maravilla,
Sevillana, etc.)
Exclusivas Plant Sciences
(Brilance, Radiance, Elegance)
Glen Ample
Glen Lyon
Glen Moy
Glen Rosa
Grandeur
Héritage
Himbo top
Imara
Joan J
Joan Squire
Kweli
Lupita
Meeker
Mojave
Octavia
Paris
Polka
Tulameen
Valentina
Versailles
Willamette
Morangos
Agoura
Albion
Amandine
Aroma
Camarrillo
Camarrosa
Candonga
Carisma
Chandler
Chiflon
Coral
Darselect
Deluxe
Diamante
Dream
El Capitan
El Dorado
Elsanta
Exclusivas Driscoll's
Exclusivas Plant Sciences
Festival
Flamenco
Fortuna
Galante
Irvina
Kwesta
Portola
S. Andreas
S. Juan
Sabrina
Seascape
Selva
Splendor
Ventana
Mirtilos
Aurora
Berkeley
Biloxy
Blue crop
Bluetta
Brigitta
Camellia
Chandler
Duke
Duke
Duke Bluegold
Elizabeth
Elliot
Exclusivas Driscoll's
Exclusivas SanLucar
Goldtraube
Legacy
Liberty
Misty
Nui
Ocholocknee
O'Neal
Ozarkblue
Palmeto
Paloma
Patriot
Rebel
Southmoon
Star
Suziblue
Amoras
Arapaho
Black diamond
Boysenberry
Brazos
Chester Thornless
Exclusivas Driscoll's
Exclusivas SanLucar
Hull Thornless
Karaka Black
Kotata
Loch Ness
Loch Tay
Logan
Logan Thornless
Marion
Navaho
Obsidian
Obsidian
Olallie
Ouachita
San Lucar
Silvan
Siskiyou
Triple crown
Tupi
24
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL – VALOR
O VALOR DOS PEQUENOS FRUTOS
A maior valorização dos pequenos
frutos nacionais está relacionada
com a comercialização dos mesmos
fora das janelas de produção da
Europa Central e Ocidental
25
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL – COMÉRCIO INTERNACIONAL
O COMÉRCIO INTERNACIONAL
26
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL – COMÉRCIO INTERNACIONAL
27
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL – COMÉRCIO INTERNACIONAL
28
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL – COMÉRCIO INTERNACIONAL
Em 2012, as exportações de morango corresponderam a 33% da produção, revelando
um comportamento bastante estável ao longo dos últimos anos.
Em 2012, as exportações de framboesa corresponderam a 118% da produção,
refletindo que existem operadores que importam e posteriormente exportam o
fruto.
DestinoQuantidade
(tons)Valor (€)
Valor
unitário
(€/kg)
Quantidade
(tons)Valor (€)
Valor
unitário
(€/kg)
Quantidade
(tons)Valor (€)
Valor
unitário
(€/kg)
Quantidade
(tons)Valor (€)
Valor
unitário
(€/kg)
Quantidade
(tons)Valor (€)
Valor
unitário
(€/kg)
Quantidade
(tons)Valor (€)
Holanda 1.181 3.625.611 3,07 € 18,4 156.408 8,50 € 2.776,0 22.500.416 8,11 € 10,2 301.160 29,53 € 156,1 1.289.314 8,26 € 4.141,7 27.872.909
Espanha 908 1.733.148 1,91 € 3,0 28.885 9,63 € 521,9 3.373.307 6,46 € 7,8 206.352 26,46 € 36,9 274.740 7,45 € 1.477,8 5.616.432
França 612 1.717.766 2,80 € 111,3 792.872 7,12 € 226,6 1.234.083 5,45 € 8,0 167.687 20,96 € 25,5 199.596 7,83 € 983,8 4.112.004
Reino Unido 330 1.191.331 3,61 € - - 28,4 233.235 8,21 € - 65 0,1 1.021 10,21 € 358,8 1.425.652
Bélgica 452 443.380 0,98 € 30,4 206.695 6,80 € 28,0 288.927 10,32 € 1,6 52.632 32,90 € 2,1 19.201 9,14 € 513,8 1.010.835
Suécia 19 50.238 2,60 € 1,7 15.768 9,28 € 50,8 436.520 8,59 € 0,1 1.832 18,32 € - - 71,9 504.358
Finlândia 90 249.362 2,78 € - - 9,7 68.233 7,03 € - - - - 99,5 317.595
Angola 5 11.008 2,45 € 0,3 5.300 17,67 € 0,6 6.417 10,70 € 15,1 72.007 4,77 € 0,7 6.424 9,18 € 21,2 101.156
Brasil - - - - 1,6 15.189 9,49 € 0,2 2.371 11,86 € 1,7 23.330 13,72 € 3,5 40.890
Total/média 3.597 9.021.844 2,52 € 165,1 1.205.928 9,83 € 3.643,6 28.156.327 8,26 € 43,0 804.106 20,68 € 223,1 1.813.626 9,40 € 7.672,0 41.001.831
Total
Quantidades, volume de negócios e valores unitários das exportações de pequenos frutos, em 2013, para os principais destinos da produção nacional (Fonte: Eurostat)
Morango Mirtilos Framboesa Groselhas Amoras e framboesas silvestres
29
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL – COMÉRCIO INTERNACIONAL
Seguindo as estatísticas oficiais, em 2012, as
exportações de mirtilo corresponderam apenas a 15%
da produção, o que contraria a vocação exportadora
referida por todos os operadores.
Em 2012, as exportações de groselha corresponderam a
69% da produção, revelando-se um produto
essencialmente importado.
Origem Morangos Mirtilos Framboesas
Espanha 15.767,5 647,4 72,1
França 1,3 0,6 0,1
Bélgica 0,6 - -
Holanda 0,1 52,7 0,3
Outros 375,5 39,3 0,5
Total 16.145,0 740,0 73,0
Importações nacionais (tons) de alguns pequenos frutos,
por origem, em 2013 (Fontes: Eurostat e GPP)
Pequeno
fruto
Quantidade exportada
(tons)Valor exportado (€)
Quantidade exportada
(tons)Valor exportado (€)
Variação quantidade
exportada
Variação valor
exportado
Morango 4.049,50 11.540.842,00 3.597,20 9.021.844,00 -11% -22%
Mirtilos 188,70 1.728.443,00 165,10 1.205.928,00 -13% -30%
Amora 121,30 474.188,00 223,10 1.813.626,00 84% 282%
Framboesa 1.831,80 15.289.138,00 3.643,60 28.156.327,00 99% 84%
Groselha 3,60 61.114,00 43,00 804.106,00 1094% 1216%
Total 6.194,90 29.093.725,00 7.672,00 41.001.831,00 24% 41%
Exportações em 2010 Exportações em 2013 Variação 2010-2013 (%)
Fontes: GPP e Eurostat
30
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL – COMÉRCIO INTERNACIONAL
31
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL – COMÉRCIO INTERNACIONAL
A análise da evolução dos valores unitários das exportações é um indicador muito
relevante para perceber o grau de maturidade do mercado, para cada um dos
pequenos frutos analisados.
A evolução dos últimos 10 anos permite evidenciar a estabilização dos valores da
framboesa e do morango e a enorme variação dos mesmos nos outros pequenos
frutos.
Apesar da tendência de crescimento que se tem verificado nos valores de
comercialização do mirtilo, da framboesa e da amora, o aumento da oferta pode
originar perdas de valor se não for acompanhada da criação de estruturas de
agregação dessa oferta que permitam criar escala e aumentar a força negocial junto
dos clientes.
Ano Mirtilos Framboesas Morangos Groselhas Amoras
2004 4,53 7,36 2,15 9,40 4,14
2005 6,77 7,26 1,92 9,44 5,07
2006 8,01 6,92 1,89 9,18 6,96
2007 4,53 8,10 2,34 7,43 1,91
2008 9,07 7,91 2,52 4,11 1,98
2009 6,71 6,83 2,01 4,17 2,58
2010 6,05 7,72 2,28 5,00 3,93
2011 4,99 7,85 2,48 7,83 3,80
2012 5,74 7,39 2,14 16,21 8,77
2013 7,30 7,75 2,50 18,57 8,11
Média 6,37 7,51 2,22 9,14 4,72
Valor unitário (€/kg) das exportações nacionais de pequenos frutos (Fonte: Eurostat)
32
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL – PRODER
OS PEQUENOS FRUTOS NO PRODER
A localização é uma variável crucial para a
rentabilidade dos investimentos
Área total plantada - 897 ha
Investimento total – 59 milhões €
Área total plantada - 173 ha
Investimento total – 17 milhões €
Região (NUTS III) Investimento médio (€/ha)
Dão-Lafões 328.000,00
Médio Tejo 191.666,67
Baixo Vouga 179.500,00
Pinhal Interior Norte 155.250,00
Península de Setúbal 147.000,00
Pinhal Litoral 140.000,00
Lezíria do Tejo 136.714,29
Minho Lima 132.500,00
Tâmega 117.571,43
Ave 97.250,00
Algarve 97.190,48
Cávado 94.250,00
Serra da Estrela 92.500,00
Grande Porto 92.000,00
Beira Interior Sul 83.000,00
Oeste 76.636,36
AltoTrás-os-Montes 71.800,00
Douro 67.200,00
Alentejo Litoral 55.863,64
Beira Interior Norte 51.500,00
Cova da Beira 42.000,00
Média 116.637,76
Investimento médio por hectare em framboesas
obtido via PRODER no período 2007-2013
(Fonte: PRODER)
Região (NUTS III) Investimento médio (€/ha)
Algarve 132.500,00
Médio Tejo 111.700,00
Pinhal Interior Norte 86.916,67
Grande Porto 86.000,00
Entre Douro e Vouga 85.073,17
Baixo Vouga 81.689,66
Baixo Mondego 80.200,00
AltoTrás-os-Montes 79.133,33
Tâmega 77.379,03
Serra da Estrela 74.888,89
Ave 73.750,00
Beira Interior Norte 69.911,76
Lezíria do Tejo 68.666,67
Cávado 68.507,04
Douro 64.802,82
Minho Lima 63.423,08
Pinhal Litoral 60.000,00
Cova da Beira 57.714,29
Dão-Lafões 57.515,15
Oeste 56.600,00
Alentejo Litoral 54.333,33
Península de Setúbal 52.375,00
Baixo Alentejo 48.700,00
Alto Alentejo 44.000,00
Beira Interior Sul 39.507,46
Alentejo Central 37.500,00
Média 69.722,59
Investimento médio por hectare em mirtilos,
obtido via PRODER no período 2007-2013
(Fonte: PRODER)
33
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
OS PEQUENOS FRUTOS EM PORTUGAL – PRINCIPAIS PLAYERS
OS PRINCIPAIS PLAYERS
Ao nível da produção são poucos os exemplos em Portugal com capacidade para
criar dimensão e notoriedade, destacando-se a Driscoll’s como o grande player do
setor, tanto a nível nacional como Mundial (esta empresa faturou, no ano transato,
cerca de 2,3 mil milhões de euros, 180 milhões dos quais na Europa).
A agir de forma independente mas também diretamente relacionada com a
Driscoll’s, surgem duas organizações de produtores, a Lusomorango e a Madrefruta,
a primeira é uma OP de pequenos frutos de grande dimensão, com sede em S.
Teotónio e a segunda está especializada na produção de framboesas, morangos e
amoras, particularmente em hidroponia, situada no Algarve e cujo principal
produtor será a Hubel. A Sudoberry produz e comercializa morangos e framboesas
no litoral alentejano com um volume muito considerável.
Na região de Grândola opera a Mirtisul especializada na produção de mirtilos,
groselhas e amoras.
Na região de Sever do Vouga surge a Mirtilusa, uma sociedade de produtores
vocacionada para a produção de mirtilos e groselhas e, em Guimarães, encontra-se
a Bfruit, uma recém-criada organização de produtores de mirtilos, morangos,
framboesas, amoras, groselhas e kiwis.
Sedeada no Fundão, a Beirabaga é um dos mais importantes operadores da região,
produzindo framboesas, amoras, groselhas, mirtilos e morangos.
A Fresh Factor (com sede no Algarve) e a Special fruit (empresa belga) assumem um
papel de destaque no comércio de pequenos frutos no mercado internacional, sendo
a primeira uma empresa exportadora, com um volume de negócios bastante
expressivo e a segunda um importante importador a nível mundial, com
fornecedores em mais de 28 países, de todos os continentes.
Na transformação de pequenos frutos e mais concretamente no que respeita à fruta
processada/congelada, a Frulact, a Luís Vicente e a Dardico, são os principais
players a nível nacional, congelando ou utilizando fruta fresca (onde se incluem os
pequenos frutos), em produtos muito variados, constituindo por isso uma
importante opção de escoamento para a produção nacional, nomeadamente
daquela que possa ser menos adequada para o consumo em fresco (fora de calibre
ou tocada).
34
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
O CONSUMO DOS PEQUENOS FRUTOS
O CONSUMO DOS PEQUENOS FRUTOS
O PERFIL DO CONSUMIDOR FINAL
Da investigação realizada durante esta análise, encontraram-se poucos estudos de
mercado específicos que mostrassem o comportamento do consumo de pequenos
frutos em Portugal, provavelmente por ainda não se justificar, visto que a inclusão
destes frutos na dieta da população nacional está longe de ser frequente, com
exceção do morango. O estudo de consumo nacional que nos pareceu mais completo
– provavelmente o único - foi realizado pelo Instituto de Tecnologia Química e
Biológica (ITQB). Entre os vários resultados, destaca-se a capitação diária de
consumo de pequenos frutos, através de um inquérito realizado a 1.235
consumidores e qual a forma de ingestão mais frequente, pelo que neste capítulo
apresentaremos esses dados. Pareceu-nos igualmente importante apresentar os
dados de um inquérito realizado nos EUA, pela USHBC, “Blueberry Attitude & Usage
Study 2008”, apresentado no Global Berry Congress 2013, uma vez que este mercado
representará o consumidor típico e assíduo de pequenos frutos.
Nestes estudos ficou bem claro que as principais razões que levam ao consumo de
pequenos frutos são o prazer gustativo e a perceção de que os mesmos são benéficos
para a saúde, aliados à utilização como um snack fresco ou acompanhado de iogurtes
e cereais.
Fonte: Blueberry Attitude & Usage Study 2008
Fonte: Blueberry Attitude & Usage Study 2008
35
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
O CONSUMO DOS PEQUENOS FRUTOS
Em temos mais genéricos, e considerando a segmentação de mercados apresentada
no Global Berry Congress 2013, podemos afirmar que esta categoria de frutos tem
a sua maior expressão e possibilidade de evolução nos mercados com características
modernas ou pós-modernas, como os EUA, o Reino Unido, Escandinávia, Japão ou
mesmo em Espanha e Itália. O mercado nacional poderá ser considerado moderno
na análise aqui efetuada. Subsiste efetivamente a ideia de nicho, uma vez que a
maioria dos consumidores destes produtos se concentra em apenas alguns países.
Os mercados tradicionais, os em desenvolvimento e os modernos representam a
maior parte da população mundial, pelo que dificilmente se poderá pensar nos
mesmos, no curto/médio-prazo, para escoamento da produção.
O inquérito realizado no estudo do ITQB confirmou que tirando o
morango, os pequenos frutos são muito pouco consumidos em Portugal
Gráficos adaptados de PINTO et al. (2013)
36
Julho 2014
O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
O CONSUMO DOS PEQUENOS FRUTOS
O PROCESSAMENTO INDUSTRIAL
De acordo com o relatório da Comissão Europeia de Julho de 2012 – “Monitoring
Agri-trade Policy: The EU and major world players in Fruit and Vegetable Trade”,
na última década, as exportações de fruta processada duplicaram e atingiram, em
2011, a cifra de 1,4 mil milhões de euros na Europa. Os produtos de fruta processada
que mais evoluíram foram os doces, as geleias e as marmeladas (de 107 milhões de
euros para 274 milhões de euros), o que, juntamente com os sumos, domina as
categorias de produtos mais exportadas. No que se refere às importações de frutas
processadas por parte da União Europeia, o valor atingiu perto de 4 mil milhões de
euros, sendo que o grande destaque deste número tem origem nas framboesas
congeladas (de 70 milhões de euros em 1999 para 173 milhões de euros em 2011) e
nos morangos (de 68,2 milhões de euros para 146 milhões de euros no mesmo
período).
Em Portugal este mercado também apresenta dados e volumes de negócio
interessantes. A título de exemplo apresenta-se a evolução das importações e
exportações nacionais em valor e em quantidade dos seguintes produtos:
Groselhas congeladas
Amoras congeladas
Sumo de arando
Morangos congelados
Mirtilos congelados
Framboesas congeladas
Ginjas congeladas
Doces e geleias de framboesa e morango
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O CONSUMO DOS PEQUENOS FRUTOS
Para além disso, os dados da balança comercial de morango congelado, revelam que
as exportações em valor, em 2012, corresponderam aproximadamente a 2,7 milhões
de euros. Se tivermos em conta que as exportações nacionais de morango fresco,
no mesmo ano, foram de 8,9 milhões de euros, percebe-se que o produto congelado
já possui um valor e peso consideráveis.
Em 2012, a quantidade de morango nacional congelado exportado correspondeu a
cerca de 70% da quantidade de morango fresco exportado por Portugal, apesar de
ter correspondido apenas a cerca de 30% do valor de morango fresco exportado por
Portugal, denotando que a indústria absorve essencialmente produto de menor
qualidade/calibre.
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O MERCADO DOS PEQUENOS FRUTOS
CONCLUSÕES
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CONCLUSÕES
UMA PRODUÇÃO CRESCENTE
Os pequenos frutos têm vindo a ganhar o interesse de muitos produtores e
investidores em Portugal. As áreas e a produção aumentaram substancialmente nos
últimos anos.
Os dados mais recentes que permitem extrapolar algumas conclusões sobre a
produção de pequenos frutos são os disponibilizados pelo PRODER no documento “A
Fruticultura no PRODER - Alguns Indicadores”. Nesse documento, por exemplo, os
mirtilos surgem com uma área beneficiada pelo programa de 936 ha, o que permite
aferir que a área nacional cresceu, entre 2009 e 2013, cerca de 25 vezes.
Se estimarmos uma produção média de 15 toneladas/hectare em ano cruzeiro,
teoricamente esses 936 ha poderão produzir mais de 14 mil toneladas por ano - um
acréscimo potencial impressionante!
No entanto, é importante referir que os dados existentes apresentam algumas
incongruências, muitas vezes provocadas pela falta de uniformização dos nomes
utilizados para definir cada uma das espécies de pequenos frutos. Acresce termos
identificado um hiato de tempo relativamente elevado, entre a atualidade e os
valores disponíveis, para alguns indicadores, nomeadamente os relacionados com a
produção.
Relativamente à produção, há que ter em conta a possibilidade de antecipar a
colheita face a outras geografias. Nesse particular, o Sudoeste Alentejano parece
ser a região mais indicada para o efeito, nomeadamente no caso do morango, das
framboesas e das amoras. O Sotavento Algarvio, em zonas costeiras, também se
apresenta como uma das melhores regiões para a produção de morango, enquanto
o Centro e o Norte de Portugal, particularmente a região de Sever do Vouga, já
conhecida como a capital do mirtilo, se reconhece como uma das melhores regiões
para esta cultura, por se verificar um elevado número de horas de frio para as
cultivares NHB (Northern Highbush) e pelo facto desta região, apesar de não
permitir a obtenção de produtos com uma maior precocidade, reunir um conjunto
de condições climáticas que beneficiam a cultura do mirtilo em termos
fitossanitários, principalmente através da mitigação de alguns fungos e doenças
criptogâmicas.
UM MERCADO A CRESCER
Não restam dúvidas que o mercado dos pequenos frutos está a crescer. A produção
e a procura mundial aumentaram, e este aumento também se verificou na Europa,
o principal mercado das exportações nacionais.
Entre 2010 e 2013, o valor das exportações nacionais dos principais pequenos frutos
aumentou 41% (de 29 milhões para 41 milhões de euros).
Se, daqui a 5 anos, os cerca de 1.000 ha de mirtilos estiverem a produzir no seu
ótimo produtivo e o preço médio de venda rondar os 7€/kg, esta cultura
representará, per si, mais de 100 milhões de euros, ou seja, mais do dobro do valor
atual das exportações do conjunto de todos os pequenos frutos.
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CONCLUSÕES
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Não obstante, para que essa previsão se possa concretizar será necessário que os
preços unitários das exportações dos pequenos frutos se mantenham e tenham um
comportamento estável, ao contrário do que se tem observado.
Muitos dos projetos desenvolvidos no passado recente, para instalação de
explorações frutícolas no setor dos pequenos frutos, foram realizados com custos
unitários de investimento muito altos e sem estratégias de comercialização e
distribuição adequadas, o que não permitirá, nalguns casos, obter valores de venda
elevados, colocando em risco parte das produções e dos investimentos entretanto
realizados.
Portugal produzirá cada vez mais pequenos frutos e as exportações para os mercados
ditos “pós-modernos”, onde os consumidores têm um elevado poder de compra e
são preocupados com a qualidade da sua alimentação, irão manter-se, prevendo-se
que o setor continue a depender quase exclusivamente destes mercados.
UMA NECESSIDADE ACRESCIDA DE MÃO-DE-
OBRA
Os projetos de investimento enquadrados no PRODER 2007-2013, resultaram num
acréscimo de 897 ha de mirtilos e 173 ha de framboesas, a maior parte dos quais
nos últimos 2 anos. Tendo em conta a elevada exigência de mão-de-obra para a
realização das práticas culturais e da colheita, é fundamental que estes
investimentos se façam acompanhar das adequadas necessidades de organização,
logística e infraestruturas, sob pena de se perderem parte das futuras produções e
os respetivos períodos de comercialização mais vantajosos.
Se considerarmos que 1 hectare de framboesas ou mirtilos necessitará, por ano, de
aproximadamente 8.500 horas de trabalho, prevê-se que, em termos médios, se
venham a empregar aproximadamente mais 3.600 pessoas por ano nestas
explorações frutícolas.
Não poderá ser desprezado o facto de que, consoante a cultura, a região de
produção e o sistema produtivo, as necessidades de mão-de-obra se façam sentir
mais intensamente em determinados períodos do ano, principalmente durante a
colheita.
Conseguirão os produtores nacionais encontrar essa mão-de-obra treinada e
qualificada? No caso dos mirtilos, as plantações mais recentes só atingirão o ano
cruzeiro de produção dentro de 3 a 4 anos, o que permitirá uma adaptação gradual.
No entanto, no caso das framboesas o desafio será maior, uma vez que é possível
no espaço de 2 anos atingir o pico de produtividade, exigindo-se por isso respostas
com maior celeridade.
UMA NECESSIDADE DE PRODUZIR COM
ELEVADA QUALIDADE
O facto de podermos produzir alguns pequenos frutos todo o ano, como as
framboesas e os morangos, e (nalguns casos) com maior precocidade que os
produtores de outros países da Europa, é uma importante vantagem competitiva.
O aumento das exportações observadas nos últimos anos revela, de facto, o
reconhecimento de que Portugal consegue produzir um produto diferenciado, com
mais sabor e mais cor.
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CONCLUSÕES
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Interessa, por isso, manter um nível qualitativo elevado da produção.
O aparecimento de um número elevado de produtores, muitos dos quais possuindo
pouca experiência no setor agrícola e sem qualquer especialização na produção de
produtos tão exigentes como os pequenos frutos, pode acarretar um risco elevado
caso não se façam acompanhar de uma adequada assistência técnica.
A colocação de produtos de qualidade inferior no mercado pode ter um potencial
impacto na imagem que existe de momento junto dos principais clientes de
pequenos frutos portugueses nos mercados que melhor os valorizam.
UMA OPORTUNIDADE DE FAZER BEM FEITO
Sendo um setor que ainda está a dar os seus primeiros passos, apesar do considerável
crescimento recente, será essencial que se evitem os problemas crónicos de outros
negócios no setor agrícola. Alguns sinais recentes não são animadores revelando,
por exemplo, dificuldades no escoamento de mirtilos apesar da existência de
procura por este fruto.
As dificuldades na comercialização dos mirtilos assenta em alguns dos clássicos
problemas atribuídos ao setor agrícola português, e que deveriam ter sido
precavidos, por exemplo:
Elevada atomização da produção
Incapacidade de criar escala com capacidade negocial
Fraca organização da fileira
Por estarmos no início de um processo que se estima longo, podemos esforçar-nos
por fazer as coisas de forma diferente, mas essa decisão tem de ser tomada de
imediato.
É crucial que surjam estruturas de agregação da produção, com capacidade
negocial, com estruturas de armazenagem, com corpo técnico especializado, com
estratégias comerciais agressivas e com capacidade de gestão.
Os consumidores dos pequenos frutos portugueses encontram-se em países como o
Reino Unido, a Alemanha, a Noruega, a Bélgica e a Holanda, e nestes mercados
estes frutos são tidos como essenciais na dieta, o que não se verifica em Portugal,
daí a importância da definição de uma estratégia consistente de comercialização.
Em Portugal esta categoria é considerada como “premium” pelo que a única forma
de manter o subsetor dos pequenos frutos em crescimento é apostando na inovação
e nas parcerias entre a produção e a distribuição, aumentando a divulgação dos
benefícios que os mesmos trazem para a saúde bem como dos seus aromas
exclusivos, mantendo o “charme” que rodeia este setor da fruticultura.
Para que haja resultados, é necessário garantir um conjunto de condições que
permitam definir modelos de negócio sólidos e com futuro, assentes numa
abordagem em "R.E.D.E.":
"R": Recursos - é crucial garantir que os projetos tenham os necessários
recursos humanos, físicos (terra), materiais e financeiros, que garantam a
sua viabilidade.
"E": Experimentação - a relação com instituições de I&D é crucial para
aumentar o conhecimento junto dos novos agentes do setor. A falta de
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CONCLUSÕES
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experiência de alguns promotores implica que o acesso e troca
conhecimento sejam consistentes para minimizar erros.
"D": Dimensão - a dimensão crítica dos projetos é decisiva para que se
ultrapassem constrangimentos relacionados com a falta de rentabilidade.
Este aspeto poderá ser minimizado com a criação de Organizações de
Produtores fortes e representativas.
"E": Escoamento - a existência de canais de escoamento é essencial para
garantir preços de comercialização ajustados às necessidades do setor.
Não restam dúvidas que Portugal tem excelentes condições para desenvolver esta
fileira. Os próximos anos serão decisivos para perceber se o vamos conseguir.
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FONTES E REFERÊNCIAS
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DISCLAIMER
DISCLAIMER
A análise aqui apresentada foi realizada pela área de Mercados e Internacionalização da CONSULAI. O objetivo é dar uma visão geral sobre o mercado e a
produção de pequenos frutos na realidade mundial e nacional.
Os dados utilizados são de cariz público. As organizações e as fontes a partir das quais os dados foram obtidos foram selecionadas pela sua idoneidade.
Não obstante, e como indicado nas conclusões, foram encontradas algumas incongruências entre as diferentes fontes de informação, pelo que a CONSULAI
não se poderá responsabilizar por qualquer imprecisão dessa natureza.
Como já referido, a CONSULAI tem como intenção única dar uma visão geral sobre o negócio dos pequenos frutos, sendo da exclusiva responsabilidade de
quem o consultar a sua utilização para qualquer tomada de decisão do ponto de vista económico ou produtivo.
Importa também chamar a atenção para o carácter volátil dos mercados, que podem em pouco tempo alterar a informação contida neste relatório.
A CONSULAI não se responsabiliza, por isso, por quaisquer consequências da utilização desta análise.
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ÁREA DE MERCADOS E INTERNACIONALIZAÇÃO
FICHA TÉCNICA
O mercado dos pequenos frutos
Estudo realizado por: Consulai
Coordenação: Nuno Rodrigues - Área de Mercados e Internacionalização ([email protected])
Revisão técnica: Pedro Brás de Oliveira (INIAV)
Data: Julho 2014
A utilização dos conteúdos deste estudo é permitida desde que garantida a devida referência:
Consulai (2014). O Mercado dos pequenos frutos. Consulai. Lisboa.
Todos os direitos reservados
2014 © Consulai
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ÁREA DE MERCADOS E INTERNACIONALIZAÇÃO
ÁREA DE MERCADOS E INTERNACIONALIZAÇÃO
Nos últimos anos tem-se observado uma evolução claramente positiva nas exportações dos produtos agroalimentares portugueses.
Nos mercados externos a procura tende a ser ilimitada e encontram-se oportunidades de negócio muito interessantes, apesar de
existir simultaneamente uma elevada competitividade na maior parte dos produtos.
A diferenciação pode, no entanto, ser uma mais-valia importante, uma vez que nestes mercados podem ser encontradas diferentes
tipologias de procura / segmentos de mercado com características específicas para os diferentes produtos de origem portuguesa.
A CONSULAI reúne competências e experiência que lhe permitem apoiar os seus clientes na abordagem ao mercado e à
internacionalização.
Link para a área de Mercados e Internacionalização da Consulai
Rua da Junqueira, 61 G Centro de Congressos de Lisboa
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