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O livro didático – Engolindo sapos no ensino de biologia SHUVArTz, Marilda 40 BASTOS, Rogério Pereira 41 MORAES, Fernando Aparecido de 42 SILVA ,Adriana Cristina da 43 RESUMO: O presente artigo tem como objeto de discussão como vem sendo abordado o conteúdo relaciona- do à classe Amphibia nos livros didáticos de Biologia, do 2° ano do ensino médio, utilizados pelos professores da rede Estadual de Educação de Goiás, no município de Goiânia. Muitos foram os fatores que influenciaram na escolha desse estudo e seus objetivos. O livro didático foi escolhido porque permite o levantamento de questões muito complexas uma vez que desde o seu surgimento sempre existiram problemas em torno de seu papel. Além disso, sabemos que ele é um dos recursos mais utilizados e consequentemente influente na ex- ecução do trabalho do professor em sala de aula, assumindo uma grande importância no cotidiano do aluno. A escolha da classe Amphibia ocorreu devido à grande importância desses animais para o equilíbrio do meio ambiente e suas relações com a espécie humana, pois os anfíbios são considerados animais “nojentos”, “as- querosos” e relacionados à bruxaria pela população em geral. Com isso, o artigo pretende contribuir com o ensino de Biologia, no sentido de fornecer subsídios que possam ser utilizados por educadores e/ou pesquisa- dores em educação, visando uma melhoria efetiva do processo ensino/aprendizagem desenvolvido em sala de aula de nossas escolas. 1. Introdução A literatura existente aponta que o livro didático é usado no ensino de Ciências na escola secundária brasileira desde o século XIX, sendo exemplo o colégio Dom Pedro II que funcionava na Corte. Para a área de Ciências observa-se que foram utilizados autores exclusivamente franceses e alguns brasileiros, não encon- trando nenhuma outra nacionalidade. Isto garantia o uso dos mais modernos conceitos científicos da época com um forte predomínio técnico, com pouca ênfase à experimentação assegurando-se o mesmo modelo da escola secundária francesa (LORENZ, 1986). Em pleno século XXI, com o advento das novas tecnologias como uma ferramenta didática, o livro didático ainda é hoje um dos recursos mais utilizados pelos professores dentro das salas de aula, assumindo um papel importantíssimo no processo de ensino/aprendizagem. Com a substituição de importações e o aumento do processo de industrialização brasileira, ampliou-se a concentração urbana e consequentemente a organização do trabalho, refletindo de forma direta no ensino, pois o estado passou a sofrer pressão de demanda por mais escolarização (FRACALANZA, 1985; CARVA- LHO, 1989). Com a expansão de matrículas inicialmente no ensino secundário e posteriormente no ensino superior houve o favorecimento de um mercado potencialmente vantajoso para a edição de obras de cunho didático ou paradidático, que foi sendo gradativamente incentivado pelo próprio estado, através de repasses de verbas às editoras, de acordos de cooperação internacional ou mediante incentivos próprios. 40 Drª. Professora adjunta da UFG 41 Dr. Professor adjunto da UFG 42 Mestrando em Educação em Ciências e Matemática da UFG 43 Professora da SEE/go

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O livro didático – Engolindo sapos no ensino de biologia

SHUVArTz, Marilda40

BASTOS, Rogério Pereira41

MoRAes, Fernando Aparecido de42

sIlVA ,Adriana cristina da43

RESUMO: O presente artigo tem como objeto de discussão como vem sendo abordado o conteúdo relaciona-do à classe Amphibia nos livros didáticos de Biologia, do 2° ano do ensino médio, utilizados pelos professores da rede Estadual de Educação de Goiás, no município de Goiânia. Muitos foram os fatores que influenciaram na escolha desse estudo e seus objetivos. o livro didático foi escolhido porque permite o levantamento de questões muito complexas uma vez que desde o seu surgimento sempre existiram problemas em torno de seu papel. Além disso, sabemos que ele é um dos recursos mais utilizados e consequentemente influente na ex-ecução do trabalho do professor em sala de aula, assumindo uma grande importância no cotidiano do aluno. A escolha da classe Amphibia ocorreu devido à grande importância desses animais para o equilíbrio do meio ambiente e suas relações com a espécie humana, pois os anfíbios são considerados animais “nojentos”, “as-querosos” e relacionados à bruxaria pela população em geral. Com isso, o artigo pretende contribuir com o ensino de Biologia, no sentido de fornecer subsídios que possam ser utilizados por educadores e/ou pesquisa-dores em educação, visando uma melhoria efetiva do processo ensino/aprendizagem desenvolvido em sala de aula de nossas escolas.

1. Introdução

A literatura existente aponta que o livro didático é usado no ensino de Ciências na escola secundária brasileira desde o século XIX, sendo exemplo o colégio Dom Pedro II que funcionava na Corte. Para a área de Ciências observa-se que foram utilizados autores exclusivamente franceses e alguns brasileiros, não encon-trando nenhuma outra nacionalidade. Isto garantia o uso dos mais modernos conceitos científicos da época com um forte predomínio técnico, com pouca ênfase à experimentação assegurando-se o mesmo modelo da escola secundária francesa (LORENZ, 1986). Em pleno século XXI, com o advento das novas tecnologias como uma ferramenta didática, o livro didático ainda é hoje um dos recursos mais utilizados pelos professores dentro das salas de aula, assumindo um papel importantíssimo no processo de ensino/aprendizagem.

Com a substituição de importações e o aumento do processo de industrialização brasileira, ampliou-se a concentração urbana e consequentemente a organização do trabalho, refletindo de forma direta no ensino, pois o estado passou a sofrer pressão de demanda por mais escolarização (FRACALANZA, 1985; CARVA-LHO, 1989). Com a expansão de matrículas inicialmente no ensino secundário e posteriormente no ensino superior houve o favorecimento de um mercado potencialmente vantajoso para a edição de obras de cunho didático ou paradidático, que foi sendo gradativamente incentivado pelo próprio estado, através de repasses de verbas às editoras, de acordos de cooperação internacional ou mediante incentivos próprios.

40 Drª. Professora adjunta da UFG41 Dr. Professor adjunto da UFG42 Mestrando em Educação em Ciências e Matemática da UFG43 Professora da SEE/go

Os currículos escolares também sempre manifestaram uma aproximação com o modelo de desenvolvi-mento econômico social adotado. Segundo Pereira: “Os currículos visam à adaptação da população escolar às relações de produção decorrentes do capitalismo industrial em implantação e da vida concentrada em centros urbanos” (apud FRACALANZA, 1985). Apesar das alterações introduzidas nos últimos vinte anos, as modi-ficações no ensino de 1° e 2° graus no país não foram significativas, pois se limitaram apenas às mudanças de nomenclatura e de disposição dos conteúdos visando determinada modernização de áreas de conhecimento tradicionalmente presentes nos currículos anteriores, mas nunca deixando de vincular o 2° grau com os cursos superiores, destino potencial de sua clientela. Os livros de Biologia continuaram sendo organizados conforme as áreas tradicionais do conhecimento: botânica, genética, zoologia, paleontologia, referindo-se sempre a um vínculo existente entre os cursos de 2° grau com o ensino superior.

Uma das grandes preocupações da maioria dos professores em relação ao conteúdo da matéria a ser ensinada é cumprir um programa previamente estipulado. Este, muitas vezes, é feito através de uma cópia dos índices trazidos nos livros didáticos, e são meramente uma lista de tópicos que nem sempre trazem entre si seqüência e coerência, tornando muitas vezes a viabilidade de execução impraticável no período de tempo previsto.

A Biologia sob a influência acadêmica tradicional é tratada em uma concepção de Ciência neutra, pois seus conteúdos vêm sendo trabalhados como uma coleção de fatos, enunciados de teorias a decorar e descri-ção de fenômenos. Não se procura fazer com que os alunos discutam as causas dos fenômenos apresentados e estabeleçam relações causais, de forma a compreender os mecanismos dos processos que estão estudando. Segundo Krasilchik (1995):

“A tendência central atual no âmbito internacional do ensino de Biologia. é focalizar grandes princípios e conceitos básicos, em lugar do tratamento mais comum de fatos isolados, além de incluir o desenvolvimento de atitudes que contribuam para a melhoria da qualidade de vida pessoal e social e para o exercício pleno da cidadania”.

Outro grave problema no sistema educacional é a fragmentação que existe entre as séries e os cursos oferecidos pelas escolas, que na verdade pode ser considerada uma superposição de séries, onde cada conteúdo é trabalhado numa determinada série (previamente estabelecida) com finalidades distintas, ou seja, os conteú-dos são dados de forma fragmentada e desvinculada um dos outros, sem sentido. Em tal prática é freqüente o questionamento por parte dos alunos sobre a razão e a aplicação do conteúdo ensinado.

Percebe-se, então, que os conteúdos de Biologia têm sido tratados de maneira marginal, no entanto, entram em cena os livros didáticos que têm oferecido uma contribuição muito modesta para superar essa reali-dade. Apesar da grande variedade de títulos disponíveis, ao realizar uma análise comparativa, pode-se consta-tar as grandes semelhanças existentes entre as informações, os exemplos, os exercícios e atividades propostas contidas nos mesmos. Segundo Bizzo “(...) de fato existem livros didáticos muito parecidos entre si, nos quais os mesmos erros se repetem” (BIZZO, 1998).

O acesso da rede pública brasileira ao livro didático desde 1987 foi garantido pelo Programa Nacional do Livro Didático - PNLD através da Fundação de Assistência ao Estudante - FAE, embora repleto de críticas dos professores e pesquisadores universitários. Esse tipo de ação era considerado por muitos como “paterna-lista” ou “assistencialista”, mas não se deve esquecer que muitos países têm sua política do livro didático para a rede pública, e o Brasil não seria, portanto, o único país a dispensar tal tipo de ação. Apesar das críticas, o acesso ao livro didático foi um direito conquistado.

Em 1993, foi dado o primeiro passo para a definição dos critérios de avaliação dos livros didáticos como parte de um programa de criação de um Guia de Livros Didáticos de 1ª à 4ª séries do Ensino Fundamen-tal. Para a elaboração deste guia de Livros Didáticos de 1ª a 4ª séries, foram designadas comissões especiais, e a sua publicação foi feita em 1994 pelo Ministério da Educação e do Desporto - MEC/ FAE/ Organização

das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO. O Guia resultou de um longo trabalho de análise e avaliação pedagógica, a que foram submetidos os livros inscritos no PNLD, que a partir de 1998 passou a ser executado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, que absorveu as atribuições da extinta FAE. Foi elaborado no sentido de ser norteador na produção de livros didáticos de mais qualidade, pois com ele os editores puderam corrigir as obras circulantes no mercado editorial que apresenta-vam falhas, sendo reformuladas, adaptando suas produções às exigências atuais da educação e dos Parâmetros Curriculares Nacionais. A participação e a opinião do professor não são descartadas, pois o Guia contém rese-nhas dos títulos recomendados agrupados por áreas do conhecimento: Língua Portuguesa, Matemática, Ciên-cias e Estudos Sociais, quando então a partir da análise dessas resenhas e da classificação dada a cada título, o professor/escola preenche formulários destinados ao MEC, que então envia os livros às escolas. No final do Guia, existe uma relação de outros livros analisados e a justificativa de sua não inclusão no conjunto dos livros recomendados pelo MEC. O Programa Nacional do Livro do Ensino Médio - PNLEM foi instituído em 2003 através da Resolução n.º 38, de 15 de outubro de 2003, e hoje o professor já pode escolher o livro acessando até mesmo a internet.

A Lei das Diretrizes e Bases - LDB 9394/96 e a Resolução CNE/98 ao instituir as Diretrizes Curricu-lares Nacionais para o Ensino Médio, o consideram como a última e complementar etapa de Educação Básica, quando então as informações e os procedimentos já adquiridos devem ser expandidos, ou seja, deve haver um aprofundamento dos saberes disciplinares em Biologia, Física, Química e Matemática, com tratamentos didáticos específicos e procedimentos científicos pertinentes aos objetos de estudo. Tudo isso deve ser feito, sem deixar de desenvolver a articulação interdisciplinar desses saberes, que devem ser tratados dentro de uma perspectiva integradora (ME/BRASIL, 1999).

Uma idéia central a ser desenvolvida em Biologia proposta nos PCN é a do equilíbrio dinâmico da vida, como as permanentes interações entre os seres vivos e os demais elementos do ambiente. Nesse contexto ganha importância os conteúdos de Biologia, trabalhados nas escolas que devem se preocupar com a apresen-tação e a preservação da Biodiversidade, pois o Brasil como outros países situados na faixa tropical, apresenta uma megadiversidade biológica sendo, por exemplo, o país com maior número de espécies de anfíbios - sapos, rãs e pererecas.

Muitos professores e pesquisadores defendem a idéia de que seria melhor realizar a substituição do livro didático, por materiais didáticos produzidos por cada professor, mas deve-se levar em conta que a maioria dos professores não possui capacitação específica e nem tempo suficiente para a sua elaboração, o que poderia dificultar ainda mais o seu trabalho, pois este ficaria sem saber o que transmitir à sua turma. Neste contexto, embora com algumas mudanças conjunturais, o livro didático é um instrumento valioso e fundamental , quan-do não o único utilizado pelos professores, pois nele estão organizados conteúdos básicos dos programas de ensino, tomando-se fonte de informações e de capacitação do próprio professor e do aluno que apresentam grande dificuldade de acesso a outras fontes de estudo e pesquisa.

2. Justificativa

Sabendo-se que no Brasil a escolha do livro didático no Ensino Médio é uma prática recente, observa-mos a dificuldade encontrada pelos professores da rede estadual de Goiás na escolha dos livros didáticos que irão utilizar e que os mesmos normalmente seguem critérios particulares e levam em conta os seguintes pontos para a escolha dos livros: optam pelos títulos mais conhecidos e utilizados nos anos anteriores; selecionam entre os poucos exemplares fornecidos pelas editoras; levam ainda em conta o preço e o fato de alguns alunos já possuírem o livro que foi usado pelo irmão ou colega. Outra preocupação é que nem sempre os professores fazem uma análise criteriosa e crítica do título adotado, pelo despreparo, desqualificação e o fato de alguns

pertencerem ao regime de trabalho “pró-labore”, ou seja, não possuem nenhum vínculo legal com o estado. Não obstante temos o fato de termos grande número de professores leigos no assunto, pois são profissionais de outras áreas como: engenheiros, médicos, odontólogos, veterinários, agrônomos e outros, que estão nas salas de aula. Com isso, observando o contexto em que o livro didático se insere nas salas de aulas e os inúmeros problemas que alguns apresentam, achamos pertinente analisar alguns livros de biologia, do 2° ano do ensino médio, utilizados pelos professores da rede Estadual de Educação de Goiás, no município de Goiânia, dando atenção exclusiva ao conteúdo da Classe Amphibia.

Diversas pesquisas acerca dos conteúdos veiculados nos livros didáticos foram desenvolvidas nos últi-mos anos, contudo ressaltamos a realizada pela equipe de professores da Universidade Fluminense que recor-reu à teoria de Ausubel (1976) para a partir dela ganhar critérios de avaliação dos mesmos. A análise dos livros passou, então, a considerar a hierarquização dos conteúdos científicos e não científicos, conceitos pressupostos e conceitos prévios dos alunos. (COSTA, 1994; VIANA, 1995).

Muitos foram os fatores que influenciaram na escolha desse estudo e seus objetivos. O livro didático foi escolhido, porque permite o levantamento de questões muito complexas uma vez que desde o seu surgi-mento, sempre existiram problemas desde qualidade do material à valores implícitos nas obras (HOFFMANN, 1998). Outro motivo que levou a escolha foi o fato de que o livro didático é um dos recursos mais utilizados e consequentemente influente na execução do trabalho do professor em sala de aula, assumindo uma grande importância no cotidiano escolar do aluno, que na maioria das vezes, conta como recurso imprescindível na sua aprendizagem, dentro e fora da escola. Além disso, muitos professores exigem que o aluno porte o livro para entrar em sala, pois estão vinculados à idéia de que o aluno só prestará atenção em sua aula se estiver frente ao livro. Já a respeito sobre o porquê deste tema específico, ou melhor, a escolha da classe Amphibia, isso ocorreu devido à grande importância desses animais para o equilíbrio do meio ambiente, expressivo número de exem-plares no Brasil e suas relações com a espécie humana (DIAS, 1992; POUGH, et. al, 1993). Os anfíbios como animais ectotérmicos são importantes elos na cadeia alimentar (POUGH, et.al,1933). Além disso, atualmente, são criados para consumo humano e utilizados em pesquisas farmacêuticas para a descoberta de novos medi-camentos. Entretanto, os anfíbios são considerados animais “nojentos”, “asquerosos” e relacionados à bruxaria pela população em geral.

Nesse meio em que se insere o ensino de Biologia, ainda hoje, utiliza-se uma metodologia diretiva centrada no professor, baseada principalmente em exposições (orais ou visuais) e demonstrações, visando assegurar fundamentalmente a memorização das informações passadas para os alunos, ou seja, o conheci-mento passado pronto, acabado e rotulado como uma verdade inalterada a preocupação que se tem quanto ao uso de livro didático é em relação à sua contribuição para o desenvolvimento intelectual dentro de uma visão construtivista, além do envolvimento do ensino na dimensão da interdisciplinaridade a qual está proposta nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1997), dando dessa forma uma visão globalizante do conteúdo.

3. Objetivos

O objetivo deste trabalho foi analisar alguns dos livros didáticos de Biologia, utilizados no 2° ano do ensino médio das escolas da rede Estadual de Educação no município de Goiânia - GO, enfocando o conteúdo sobre a classe Amphibia. Com isso, pretendemos contribuir para a pesquisa no ensino de Biologia, no sentido de fornecer subsídios que possam ser utilizados por educadores e/ou pesquisadores em educação, visando uma melhoria efetiva do processo ensino/aprendizagem desenvolvido em sala de aula de nossas escolas.

4. Procedimentos

Numa abordagem qualitativa esta pesquisa foi desenvolvida através da análise de conteúdo dos livros didáticos encontrados no mercado editorial tomando-se como referência os livros mais utilizados pelas escolas Estaduais de Goiânia, conforme listados abaixo:

PAULINO, W. R. Biologia atual. 2ª ed. Ática. São Paulo, 1998.• LINHARES, S.; GEWANDSZNAJDER, F. Biologia Hoje – os seres vivos. 7ª ed. Ática. São • Paulo, 1998.ÚNIOR, C. S.; SASSON, S. Biologia. 1ª ed. Saraiva. São Paulo, 1998.• LOPES, S. Bio. 9ª ed. Saraiva. São Paulo, 1998.• AMABIS, J.M.; MARTHO, G.R. Biologia dos Organismos. Moderna, 1994.• SOARES, J.L. Fundamentos da Biologia. 5ª ed. Scipione. São Paulo, 1995•

Propusemos a realização de uma análise que permitisse verificar como o conteúdo relacionado à classe Amphibia, vem sendo abordado nos principais livros didáticos de Biologia. Para alcançar o objetivo traçado, escolhemos como instrumento de análise os capítulos que tratam da classe Amphibia, na coleção de livros didáticos mais utilizados no ensino médio.

Foram propostos critérios que pudessem revelar como a classe Amphibia é tratada nos livros didáticos, através de uma análise qualitativa do conteúdo apresentado. Para isso, optou-se por coletar dados que abordas-sem aspectos como a relevância do conteúdo, a linguagem, a impressão, a diagramação, a durabilidade e outros através do uso de fichas, as quais foram preenchidas uma para cada livro (anexo I). Esta escolha baseia-se na forma dinâmica de análise do livro didático apresentada por Costa (1994). Os resultados dessas fichas foram tabulados, e a partir disso fez-se uma análise quali-quantitativa dos dados obtidos, tendo como base as revisões bibliográficas sobre as pesquisas realizadas acerca da análise do livro didático.

5. Resultados e Discussão

Os livros didáticos analisados apresentam o conteúdo da classe Amphibia, por meio de: definições, taxonomia, aspectos fisiológicos e morfológicos, ilustrações e para finalizar são propostos exercícios, cujas respostas são meras cópias de trechos do texto. Além disso, os conteúdos não fazem nenhuma referência da in-teração desses animais com o meio ambiente o que possibilitaria a exploração de aspectos como a importância da preservação e conservação da biodiversidade. O maior problema reside no fato em que os livros analisados apresentam conceitos errados sobre a classe e sendo o livro didático o suporte da aula dos professores, é muito provável que os alunos aprenderão os conceitos e definições que se encontram explícitos no livro didático na forma como se apresentam. Tais conceitos e definições errados, quando aprendidos seja pelo entendimento ou pela memorização, futuramente serão obstáculos conceituais que impedirão a construção do conhecimento científico e a realização de uma aprendizagem significativa.

De um modo geral, pode-se dizer que o tema é apresentado pelos livros didáticos de forma bastante empobrecida e simplista deixando de tratar temas importantes aos quais estes animais estão relacionados, além disso, os conteúdos podem induzir a erros e preconceitos sobre a classe. Assim é importante que os conteúdos se apresentem como problemas a serem resolvidos pelos alunos, pois dessa forma deixa-se de valorizar a me-morização de nomes de organismos, e o aluno passa a desempenhar o papel de protagonista de uma história que vivencia no seu cotidiano, despertando o interesse sobre o papel de cada espécie nos ecossistemas e con-sequentemente sua importância.

Baseando-se nos dados obtidos (anexos II e III), pode-se dizer que os conteúdos presentes nos livros didáticos em sua grande maioria não apresentam relevância, ou seja, são pouco importantes para o aprendizado do aluno. Como exemplo, podemos citar os dados anatômicos da classe estudada que são tratados de forma dificultosa para o aluno, pois apresentam um excesso de nomes de estruturas e consequentemente a aprendiza-gem desse conteúdo é realizada apenas por processos de memorização, o que nos remete às idéias de Ausubel (1976) a respeito da aprendizagem significativa e da memorização.

Apenas 50% dos livros analisados apresentam uma atualização regular dos conteúdos, demonstrando o descaso de alguns autores, em relação à atualização apresentada aos alunos e professores. Tal constatação agrava ainda mais a situação, pois nem sempre os professores têm conhecimentos suficientes para fazer uma análise da veracidade e autenticidade das informações que estão repassando aos alunos.

O que mais chama atenção em relação aos conteúdos retratados nos livros didáticos é em relação ao significado social, pois se pode constatar que este elemento pode ser classificado como sendo péssimo, em praticamente todos os livros analisados (83,3%). A partir dessa análise é possível inferir que o aluno se torna incapaz de relacionar o conteúdo que está sendo repassado ao seu cotidiano, e isto por sua vez, traz como conseqüência a falta de interesse, que o mesmo desperta no aluno, pois em todos os livros este elemento foi classificado como sendo fraco. Outro fator que agrava o desinteresse que o conteúdo dos livros didáticos des-perta nos alunos está em relação à adequação ao nível dos mesmos, observando-se que mais da metade (66,6%) é inadequado. Essa inadequação é agravada pela linguagem presente nos textos dos livros didáticos, que para facilitar a aprendizagem deve ser sempre clara, correta e acessível, sem deixar de lado a preocupação com o nível científico. Mas isso nem sempre é levado em conta pelos autores, pois apenas 66,6% dos livros analisados apresentam uma adequação regular da linguagem ao nível dos alunos das escolas Estaduais de Goiânia.

O relacionamento sociedade-ciência-tecnologia, em nenhum livro é retratado, o que faz com que o aluno não perceba a importante interligação desta trilogia. Isso é grave, pois desta forma o aluno não consegue compreender as influências, por exemplo, que o desenvolvimento tecnológico e científico exerce na vida das pessoas, além disso, não desperta a curiosidade do aluno, sobre a origem do conhecimento que está sendo repassado, comprovando a inutilidade do mesmo em sua vida. Essa idéia é reforçada quando se trata de fazer uma análise histórica-crítica-social do conhecimento científico, que em nenhum livro é mencionada (0%), dando a idéia ao aluno, de que o conhecimento surgiu quase por “geração espontânea” nos livros. Pode-se constatar assim, que estamos longe de trazer aos nossos alunos um pouco de história de Ciência para a sala de aula. É também, motivo de preocupação a concepção de Ciência veiculada nos livros de Biologia para o Ensino Médio. Essa questão é relevante, já que não se pode negar a influência que o livro exerce sobre a concepção de Ciência e de cientista construídas pelos alunos e isso, logicamente refletirá de forma direta no conjunto de relações que dirigem a sociedade e que servem para determinar os processos científicos e tecnológicos.

Outro fator preocupante presente nos livros didáticos é em relação a não contribuição deste ao desen-volvimento de habilidades dos alunos, sejam elas de comunicação ou práticas, que em nenhum dos livros ana-lisados é retratado. O fato de termos um distanciamento dos conteúdos em relação ao dia-a-dia do aluno traz como conseqüência a ruptura na formação do cidadão preparado para enfrentar uma sociedade cada vez mais competitiva e exigente. É lógico que a formação do cidadão não é responsabilidade única e exclusiva dos livros didáticos, mas deve-se levar em conta a sua contribuição, uma vez que é um instrumento altamente valorizado, tanto pelos professores, quanto pelos alunos.

Outro aspecto interessante é em relação à compreensão das relações do homem com a natureza, que na maioria dos casos não é sequer mencionada, dando a impressão de que o homem é um ser independente e isolado do meio em que vive, não retratando a importância da interação existente entre o homem e o meio am-biente. A exemplo disto, preocupações atuais que envolvem o estudo das cadeias alimentares para o equilíbrio ambiental, não são tratadas nos livros analisados.

Em relação aos aspectos físicos considerados: ilustrações, durabilidade, impressão e diagramação,

pode-se considerar que os livros analisados na sua maioria se apresentam de forma regular. Estes elementos devem ser considerados, pois o apelo às imagens pode permitir ao aluno associações diretas com idéias que lhes são familiares, consolidando dessa forma o conhecimento adquirido ao senso comum.

A partir de uma análise da teoria da aprendizagem de Ausubel (1976) e dos dados obtidos na pesquisa, pode-se constatar que os conteúdos presentes nos livros didáticos simplesmente ignoram todos os “subsunço-res” e conceitos preestabelecidos na estrutura cognitiva do aluno, que é tratado como uma espécie de “tábula rasa”, desconsiderando dessa forma suas experiências cotidianas, fazendo com que a nova informação seja armazenada de forma arbitrária, contribuindo assim para a memorização. Isso serve para caracterizar a cha-mada “aprendizagem mecânica”, onde é comum a assimilação de conteúdos de “última hora, de véspera de prova”, e que serve somente para a prova, pois logo após é esquecida. Outra situação comum na aprendizagem mecânica é a argumentação típica dos alunos que afirmam ter estudado tudo que estava contido nos livros e por isso julgam saber tudo, mas que na hora da prova não conseguem resolver problemas ou questões que exijam a aplicação do conhecimento adquirido. Neste sentido ainda é necessário estarmos atentos às propostas de ensino, presentes ou ocultas nos livros didáticos, para que de fato possamos estar optando por um recurso didático - o livro - que realmente nos auxilie no fornecimento de informações para que os alunos construam seus próprios conceitos.

O recurso pedagógico representado pelo livro didático, sem dúvida, muito tem a contribuir na estru-turação e desenvolvimento das atividades na escola, ele pode apresentar, por exemplo, uma síntese escolhida, lógica e adequada dos conhecimentos de determinada área ou pode conter um conjunto de exercícios e ativida-des propostas aos estudantes, a fim de desenvolver suas habilidades práticas e de raciocínio. Contudo, algumas dessas características positivas do livro, se não forem apresentadas com critério e estruturadas com extremo cuidado, podem encerrar limitações muito negativas, como apresentar o livro como algo acabado e imutável, além de dissimular as lacunas que existem no conhecimento e ignorar as controvérsias que existem nos dife-rentes campos do conhecimento.

De acordo com os dados analisados, observamos que muitas mudanças devem ser executadas nos livros didáticos, visando uma melhoria na sua qualidade. Dentre estas, é importante que os autores preocupem-se em relação à adequação dos conteúdos ao nível dos alunos, isso deve ser feito de forma que o aluno possa transferir todo conhecimento apreendido nos livros ao seu cotidiano, e mais, que isso possa contribuir de forma significativa para a melhoria da qualidade de vida dos homens.

Com esta análise feita, não se pretende aqui sugerir que o professor abandone o livro didático, mas sim que seja capaz de tecer críticas sobre os aspectos nele apresentados e quando necessário substitua-os por didáticos de qualidade, o que certamente forçará as editoras a retirarem os didáticos de baixa qualidade do mercado. Para que haja uma discussão e análise da quantidade dos livros disponíveis é importante que exista uma interação entre editoras, professores e pesquisadores na discussão e análise sobre a qualidade dos livros que pretende adotar nas redes de ensino.

6. Conclusão

Ao terminar esta pesquisa, as conclusões a que chegamos, indicam um quadro preocupante em relação aos conteúdos sobre a classe Amphibia veiculados nos livros didáticos de Biologia para o Ensino Médio. Os livros didáticos analisados apresentam os conteúdos sobre a classe baseados fundamentalmente em concei-tos, alguns aspectos fisiológicos e taxonômicos. Na maioria das vezes esses conceitos são apresentados sem qualquer fundamentação que induza o aluno a levantar questionamentos e desenvolva ações práticas sobre a importância e necessidade de preservação desses animais, o que faz com que o mesmo não visualize nenhuma finalidade no seu estudo, a não ser memorizá-lo para ser promovido de série.

Nos livros analisados os conteúdos sobre a Classe Amphibia são apresentados de forma impositiva, concluída, e algumas vezes descontextualizada, além disso, é comum a ocorrência de informações incorretas. Desta forma, esses conteúdos não contribuem para a construção do conhecimento científico, habilidades, ati-tudes e valores.

Tendo em vista a baixa qualidade dos livros e a preferência que os professores por eles demonstram, existem fatores que contribuem por agravar ainda mais, a situação na qual estes livros estão inseridos, dentre os quais podemos destacar:

A ausência de avaliação dos livros adotados pelos professores; • A incapacidade de realização de uma avaliação satisfatória desses livros, devido à má formação • acadêmica dos professores; A ausência de um material que sirva como eixo norteador na escolha do livro a ser adotado pelo • professor / escola; A inexistência de um controle de qualidade no mercado editorial que coloca à venda títulos de • baixa qualidade.

Tudo isso traz como principal conseqüência a não formação de cidadãos críticos e atuantes, capazes de compreender e intervir nos caminhos de uma sociedade tecnológica e exigente em relação à capacidade intelectual que os indivíduos devem possuir. A partir dessas constatações é comum a ocorrência de questiona-mentos sobre o que pode ser feito para modificar esta situação, no sentido de sua melhoria. Feitas tais consi-derações algumas sugestões podem ser esboçadas, no sentido de contribuir para a melhoria e organização dos livros didáticos:

A execução da avaliação dos livros didáticos deveria contar com a elaboração de especialistas • das áreas educacionais e das áreas de conhecimento de cada livro analisado, num trabalho de consultoria, com a realização de encontros e discussões periódicas com os professores, o que poderia auxiliar o professor na seleção de conteúdos relevantes; A avaliação dos títulos disponíveis deveria ocorrer visando objetivos a curto prazo, como a • correção de erros de conteúdos e de ilustrações e, a longo prazo uma reformulação no enfoque metodológico neles abordados; A criação de um banco de dados em forma de catálogos via rede de computadores, os quais • disponibilizariam os títulos mais atualizados.

Além de projetos eficientes no Ensino Médio, a formação do professor nos cursos de graduação deve ser priorizada, pois não se deve deixar de ressaltar a importância do estímulo e da implementação de atividades de análise e avaliação dos livros didáticos, o que certamente permitirá ao professor fazer uma escolha mais adequada dos mesmos. Outro fator diz respeito ao entendimento do livro didático como ferramenta pedagógica e não como único recurso norteador das aulas de Biologia.

Existe ainda, a necessidade premente de rever-se o conteúdo sobre a classe Amphibia a ser ensinado no Ensino Médio. Esses devem ser reelaborados no sentido de ressaltar a importância dos conteúdos que realmen-te são significativos para o aluno, deixando de lado os conceitos abstratos e errôneos, os excessos de nomes de estruturas e, as classificações excessivas e os conteúdos que nem mesmo muitos professores são capazes de entendê-los. A análise e avaliação, sobre o por quê e o quê ensinar em Biologia é o primeiro passo a ser toma-do pelo professor, no sentido de colaborar para a execução de um trabalho pedagógico comprometido com a qualidade, cujos frutos resultarão na formação de sujeitos capazes de fazer uma leitura crítica da realidade que o cerca e com isso optar pelo melhor caminho a tomar.

Estes fatos nos fazem perceber que é indispensável e urgente a execução de mudanças na educação. Apesar do grande número de trabalhos publicados e do nível de discussão sobre ensino/aprendizagem, poucos avanços surgiram na melhoria da qualidade da prática pedagógica de ciências das escolas brasileiras, princi-palmente nas escolas públicas (FRACALANZA, 1985; PASQUALI, 1995). Muito embora se tenha iniciado uma discussão acerca do livro didático de Biologia, é necessária uma contínua reflexão sobre a qualidade dos mesmos, pelos órgãos gestores da educação nacional, pelas universidades e escolas, com intuito de contribuir com a melhoria da qualidade do ensino de Biologia. No entanto, para que de fato tenha-se uma grande mu-dança no quadro do ensino de Biologia é preciso buscar sanar os fatores que influem negativamente no ensino dessa disciplina. Dentre os principais problemas que contribuem para as dificuldades vividas destacam-se os seguintes:

Preparação deficiente dos professores que acarreta outros problemas como insegurança em • relação à classe, baixa qualidade das aulas e dependência estreita dos livros didáticos; Falta de equipamentos e material para a realização das aulas práticas; • Carência de formação continuada de professores com a realização de cursos de aperfeiçoamen-• to e pós – graduação;Inexistência de um projeto pedagógico; • Sobrecarga de trabalho dos professores que está relacionado aos baixos salários, o que faz com • que o professor necessite dar muitas aulas semanais o que diminui o tempo disponível para a preparação das aulas, atualização e discussão com outros professores para planejamento. (FRACALANZA, 1986; CADERNO CEDES, 1987; OKUDA, 1993; PASQUALI, 1995; BI-ZZO, 1998)

Urge a superação deste hiato, que tem impedido o exercício pleno do ato de educar, para que de fato na construção de uma sociedade mais justa e moderna estejamos educando para a construção de valores, atitudes, promovendo o modo de pensar dos indivíduos e não os obrigando a aceitar que é preciso memorizar conceitos existentes nos livros didáticos.

ANEXO I

FICHA DE ANÁLISE DO LIVRO DIDÁTICO

TÍTULO:_______________________________________NÍVEL ESCOLAR:__________AUTOR:_________________________________________________________________EDITORA:______________________ANO DE PUBL.:________EDIÇÃO____________

NÚMERO DE PÁGINAS___________ CIDADE:_________________________________

ANALISTA:___________________________________DATA:_____/______/_______

CONTEÚdO LEVANTAdO COmENTÁRIOS AVALIAÇÃO

Relevância

Atualização

Seqüência lógica

Conceitos Científicos

Significado social

Interesse

Adequação ao nível dos alunos

Visão globalizante e específica

Exemplificação

OBJETIVOS A TRABALhAR COmENTÁRIOS AVALIAÇÃO

Relacionamento sociedade científica/tecnológica

Compreensão das relações do homem com a natureza

Auto-conhecimento

Desenvolvimento do raciocínio

Análise histórico-critica-social do conhecimento científico

Desenvolvimento de habilidade de comunicação

Desenvolvimento de habilidades práticas

Desenvolvimento de atitude científica

FORmA COmENTÁRIOS AVALIAÇÃO

Linguagem clara, correta, acessível, científica

Ilustrações: fiéis ao texto; representativa da teoria; corretas; preci-sas; esclarecedoras; complementares ao texto

ASPECTOS FíSICOS COmENTÁRIOS AVALIAÇÃO

Durabilidade

Impressão

Diagramação

Observações:

ANEXO II

CATEGORIAS/PARÂMETROS AmOSTRAS/LIVROS1 2 3 4 5 6

1-C

ON

TE

ÚD

ORelevância B C B B B B

Atualização D E D C C C

Seqüência lógica A D D D D D

Conceitos Científicos C E D B B C

Significado Social B A A A A A

Interesse B B B B B B

Adequação ao nível dos alunos B C C B B B

Visão globalizante e específica D D D C B B

Exemplificação B D C D A C

2-0B

JETO

S Q

uE

PO

SSIB

ILIT

AM

TR

AB

AL

hA

R

Relacionamento sociedade-ciência-tecnologia A A A A A A

Auto-conhecimento A A A A A A

Compreensão das relações do homem com a natureza

C A A A A A

Desenvolvimento do raciocínio A A A A A A

Análise histórico-critica-social do conhecimen-to científico

A A A A A A

Desenvolvimento de Comunicação A A A A A A

Desenvolvimento de habilidades práticas A A A A A A

Desenvolvimento de atitude Científica A A A A A A

3-FORMALinguagem clara, correta, acessível e científica C D D C C C

Ilustrações: corretas, precisas, Esclarecedoras, fieis ao texto e complementares

C D D C B C

4-ASPECTO FíSICO

Durabilidade D C E E D D

Impressão D E D D C C

Diagramação (layout de Página) B C C B B B

Critérios para a avaliação: Ótimo= E; Bom= D; Regular= C; Fraco = B; Péssimo= A

ANEXO III

CATEGORIAS/ PARÂMETROS A B C D E

Relevância 0% 83,3% 16,6% 0% 0%

Atualização 0% 0% 50% 33,3% 16,6%

Seqüência lógica 0% 0% 0% 100% 0%

Conceitos Científicos 0% 33,3% 33,3% 16,6% 16,6%

Significado Social 83,3% 16,6% 0% 0% 0%

Interesse 0% 100% 0% 0% 0%

Adequação ao nível dos alunos 0°/ 66,6% 33,3% 0% 0%

Visão globalizante e especifica 0°/ 33,3% 16,6% 50% 0%

Exemplificação 16,6% 16,6% 33,3% 33,3% 0%

Relacionamento sociedade-ciência-tecnologia 100% 0% 0% 0% 0%

Auto-conhecimento 100% 0% 0% 0% 0%

Compreensão das relações do homem com a Natureza 83,3% 0% 16,6% 0% 0%

Desenvolvimento do raciocínio 100% 0% 0% 0% 0%

Análise histórico-critica-social do conhecimento científico 100% 0% 0% 0% 0%

Desenvolvimento de habilidades de comunicação 100% 0% 0% 0% 0%

Desenvolvimento de habilidades práticas e de atitude científica

100% 0% 0% 0% 0%

Linguagem clara, correta, acessível e científica 0% 0% 66,6% 33,3% 0%

Ilustrações: corretas, precisas, esclarecedoras, fieis ao texto e complementares

0% 16,6% 50% 33,3% 0%

Durabilidade 0% 0% 16,6% 50% 33,3%

Impressão 0% 0% 33,3% 50% 16,6%

Diagramação (layout de Página) 0°/ 66,6% 33,3% 0% 0%

7. Referências Bibliográficas

AUSUBEL, D.P. Psicologia educativa: um ponto de vista cognitivo. México: Trillas, 1976.

BIZZO, N. Graves erros de Conceitos em livros de ciência. Disponível em: http;//www.ciência.org.brlbanco/ch121s.txt. Acessado em 10 de setembro de 1998.

BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Fundamental. Guia de livros didáticos

1° a 4° séries- PNLD. Brasília: 1998.

BRASIL. ME. Secretária de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: ensino médio - ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Ministério da Educação; Secretária da Educação Média e Tecnológica, Brasília, 1999.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Vol. 08. Brasília, MEC/SEF, 1997.

CADERNO CEDES. O cotidiano do livro didático. São Paulo: Cortez, n.18, 1987.

CARVALHO, N. Política do livro didático e produção regional. Revista Ciência e Cultura (Revista da Socie-dade Brasileira para o Progresso da Ciência), p. 48-52, São Paulo, janeiro/1989.

COSTA, G. E. Transformações nos seres não vivos: na ótica dos livros didáticos de ciências adotados na rede municipal de Itumbiara e da proposta curricular do Estado de Goiás. UFG/RIDEC, 1994. (Monografia, Físi-ca)

DIAS, G. F. Educação Ambiental. Princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 1992.

FRACALANZA, H. Ciência e livros didáticos de biologia. Educação e sociedade. P.138-148, São Paulo, set./dez, 1985.

FRACALANZA, H; AMARAL, I. A; GOVEIA, M. S F. O ensino de ciências no primeiro grau. São Paulo: Atual 1986.

HOFFMANN, Z. Análise de livros didáticos de ciências para a 8° série. Obstáculos epistemológicos ao apren-dizado. Goiânia UFG, 1998, (Monografia, Especialização).

KRASILCHIK, M.; TRIVELATOS, S.L. Proposta para um currículo. Biologia para o cidadão do século XXI. FEUSP: São Paulo, 1995.

LORENZ, K. M. Os livros didáticos e o ensino de ciências na escola secundária brasileira no século XXI. Ciência e cultura. P. 426-435, março de 1986.

OKUDA, M. Y. Avaliação qualitativa dos livros didáticos de ciências adotados pelas escolas públicas de Goi-ânia (mimeo), Goiânia, 1993.

PASQUALI, M. S. As feiras estaduais de ciências em busca do pedagógico. Goiânia: UFG, 1995. (Tese de Mestrado).

POUGH, F. H.; HEISER, J.B.; MOFARLAND, W. N. A vida dos vertebrados. São Paulo: Atheneu, 1993.

VIANA, A.G. O livro didático de ciências: um enfoque tecnológico. Goiânia; UFG/RIDEC, 1995. (monogra-fia)