o impacto da atividade fÍsica no processo de envelhecimento · ou minimizar os efeitos do...
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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE
VITÓRIA - EMESCAM
LUANNA DOS SANTOS OLIVEIRA
THACIANY BARBOSA CORREIA
O IMPACTO DA ATIVIDADE FÍSICA NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
VITÓRIA
2016
1
LUANNA DOS SANTOS OLIVEIRA
THACIANY BARBOSA CORREIA
O IMPACTO DA ATIVIDADE FÍSICA NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória – EMESCAM – como requisito
parcial para obtenção do grau de bacharel em
Fisioterapia.
Orientador: Edmar Silva Miranda
VITÓRIA
2016
2
LUANNA DOS SANTOS OLIVEIRA
THACIANY BARBOSA CORREIA
O IMPACTO DA ATIVIDADE FÍSICA NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola Superior de Ciências da Santa
Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM – como requisito parcial para obtenção
do grau de bacharel em Fisioterapia.
Aprovada em _______ de ____________ de ________.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
Especialista, Edmar Silva Miranda, Fisioterapeuta
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de
Vitória - EMESCAM
Orientador
__________________________________________________
Mestre, Gracielle Pampolim
Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de
Vitória - EMESCAM
__________________________________________________
Geriatra e Gerontologista, Alessandra Tieppo
Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória – HSCMV
3
AGRADECIMENTOS
À Deus, por Teu amor e Tua bondade, pela força e amizade, por cada coisa que nos
destes e também por tudo aquilo que negastes. Obrigada pela alegria de viver em Tua
presença, pelas conquistas e pelas bênçãos sem fim.
À nossa família, por todo apoio e compreensão.
A todos os nossos professores, pela paciência e empenho em nos ensinar e pela
contribuição em nosso crescimento pessoal, acadêmico e profissional.
Aos amigos, por toda a cumplicidade e alegria e a todos aqueles que nos ajudaram
direta e indiretamente a concluir este trabalho.
4
RESUMO
O envelhecimento é caracterizado por um processo de modificações morfológicas,
fisiológicas, bioquímicas e psicológicas que ocorre de forma progressiva e dinâmica,
levando a um declínio da capacidade para executar as atividades básicas de vida
diária determinando assim alterações na autonomia, independência e qualidade de
vida do indivíduo. O exercício físico tem um papel importante na conservação do
estado de saúde e na manutenção da funcionalidade de idosos. Por isso, este trabalho
tem por objetivo avaliar qual o impacto da atividade física no processo de
envelhecimento. A justificativa está pautada no interesse em agregar conhecimento
prático sobre a saúde do idoso, bem como contribuir na promoção de estratégias e
ações que influenciem positivamente a qualidade de vida e funcionalidade dessa
população. Além disso, sabe-se que a inatividade interfere negativamente no
processo de envelhecimento, e a atividade física, por meio da fisioterapia é uma
intervenção fundamental para a melhoria da função física em idosos. Apesar de
existirem evidências científicas que constatam a melhora da qualidade de vida e da
funcionalidade dos idosos com a prática de fisioterapia, é importante o estudo destes
fatores na população idosa de Vitória. Para isso, foi realizado um levantamento
bibliográfico acerca do assunto, além de um estudo de série de casos, transversal, em
32 idosos participantes de um grupo de fisioterapia de Vitória. Com isto, pode-se
concluir que a atividade física exerce influência positiva nas mudanças relacionadas
ao processo de envelhecimento, bem como no desempenho funcional em atividades
de vida diária e na qualidade de vida de idosos.
Palavras-chave: Idoso. Fisioterapia. Atividades de Vida Diária. Qualidade de Vida.
Atividade Física.
5
ABSTRACT
Aging is characterized by a process of morphological, physiological, biochemical and
psychological changes that occur progressively and dynamically, leading to a decline
in ability to perform basic activities of daily life thus determining changes in the
autonomy, independence and quality of life individual. Exercise plays an important role
in maintaining the health and maintenance of the elderly functionality. Therefore, this
study aims to evaluate the impact of physical activity in the aging process. The
justification is guided in interest in adding practical knowledge about the health of the
elderly, as well as contribute to the promotion of strategies and actions that positively
influence the quality of life and functionality of this population. Moreover, the inactivity
interferes negatively-known in the aging process and physical activity by means of
physiotherapy is a key intervention for improving physical function in the elderly.
Although there are scientific evidences that identify the improvement of quality of life
and functionality of the elderly with physical therapy practice, the study of these factors
in the elderly Victory is important. For this, a literature on the subject was held, and a
series of case studies, cross, in 32 elderly participants of a Victory physiotherapy
group. With this, it can be concluded that physical activity has a positive influence on
changes related to the aging process as well as functional performance in activities of
daily living and quality of life of seniors.
Keywords: Elderly. Physiotherapy. Activities of Daily Living. Quality of life. Physical
activity.
6
SUMÁRIO
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................... 8
1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 9
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 11
2.2 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 11
2.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 11
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 12
3.1 TIPO DE ESTUDO ............................................................................................... 12
3.2 LOCAL ................................................................................................................. 12
3.3 AMOSTRA ........................................................................................................... 12
3.3.1 Critérios de Inclusão ...................................................................................... 12
3.3.2 Critérios de Exclusão ..................................................................................... 13
3.4 MÉTODO ............................................................................................................. 13
3.4.1 Perfil dos Idosos ............................................................................................ 13
3.4.2 Nível de Atividade Física ............................................................................... 13
3.4.3 Atividades Básicas de Vida Diária ................................................................ 15
3.4.4 Atividades Instrumentais de Vida Diária ...................................................... 16
3.4.5 Qualidade de Vida .......................................................................................... 16
3.5 COMITÊ DE ÉTICA ............................................................................................. 17
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ...................................................................................... 17
3.6.1 Análise Descritiva .......................................................................................... 17
3.6.2 Análise Inferencial .......................................................................................... 17
4 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 18
4.1 O ENVELHECIMENTO E SUAS REPERCURSSÕES NAS ESTRUTURAS E
FUNÇÕES DO ORGANISMO .................................................................................... 18
4.2 ASPECTOS FUNCIONAIS E QUALIDADE DE VIDA NO ENVELHECIMENTO ... 21
4.3 A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA NO BEM ESTAR DOS IDOSOS .................. 23
5 ARTIGO ................................................................................................................. 27
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 42
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43
APÊNDICES ............................................................................................................. 49
APÊNDICE A – Carta de Anuência ......................................................................... 49
APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ............................ 50
7
APÊNDICE C – Ficha de Coleta de Dados ............................................................. 51
ANEXOS ................................................................................................................... 53
ANEXO A – Parecer de Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa ................ 53
ANEXO B – Capa do Periódico ............................................................................... 56
ANEXO C – Instrução para os Autores .................................................................. 57
ANEXO D – Questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ Forma Longa
.................................................................................................................................. 62
ANEXO E – Índice de Katz ...................................................................................... 65
ANEXO F – Índice de Lawton-Brody ...................................................................... 66
ANEXO G – Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida – Sf-36 .. 67
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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O envelhecimento populacional é um fenômeno natural, irreversível e de repercussões
mundiais, que está ocorrendo de forma acelerada no Brasil (CRUZ, 2013; BRASIL,
2010).
“Segundo projeções estatísticas da Organização Mundial de Saúde – OMS, no período de 1950 a 2025, o grupo de idosos no país deverá aumentar em quinze vezes, comparado a um aumento populacional total de cinco. Assim, o Brasil ocupará o sexto lugar quanto ao contingente de idosos, alcançando, em 2025, cerca de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade” (BRASIL, 2010, pág. 12).
No município de Vitória, Espírito Santo, os idosos representavam 12,4% da população
total em 2010, de acordo com dados obtidos no censo demográfico, realizado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (BRASIL, 2010). Sabe-se que o
aumento no número de idosos é influenciado por fatores como a redução das taxas
de natalidade e o investimento e evolução no tratamento para doenças crônicas.
(ARSLANTAS et al., 2009)
Segundo Santos, Dantas e Moreira (2011), o envelhecimento é influenciado por
alterações psicológicas, sociais e biológicas. Tais modificações influenciam
negativamente nas capacidades físicas e funcionais dos indivíduos, interferindo em
sua independência e qualidade de vida. (SANTOS et al, 2008)
Por esse motivo, é de amplo interesse a promoção da saúde durante o
envelhecimento, visto que esse é um fenômeno contínuo que leva a perda progressiva
de todos os processos fisiológicos do organismo. Nesse contexto, a prática de
atividade física vem sendo um fator de grande relevância na saúde de indivíduos mais
velhos, uma vez que, quando realizada de forma regular, aumenta a expectativa de
vida da população idosa. (NÓBREGA et al., 1999)
Em virtude dos fatos mencionados, o presente trabalho procurou responder a seguinte
pergunta: qual o impacto da prática de atividade física no desempenho funcional em
atividades de vida diária e qualidade de vida de idosos participantes de um grupo de
fisioterapia de Vitória?
9
Como provável resposta, supõe-se que idosos com maior nível de atividade física,
apresentam desempenho mais satisfatório na realização de atividades de vida diária
e melhor percepção em relação à sua qualidade de vida.
Logo, a fim de responder à pergunta proposta, foi feito um levantamento bibliográfico
acerca do assunto, bem como uma pesquisa de série de casos, transversal em um
grupo de idosos de Vitória.
A seguir, apresentamos um resumo do trabalho, que será exposto em 5 capítulos, a
saber: Os capítulos 2 e 3, descrevem respectivamente, os objetivos desse trabalho de
conclusão de curso e de nossa pesquisa de campo e a sua metodologia detalhada. O
capítulo 4, expõe os achados bibliográficos referente ao tema. O capítulo 5 traz o
artigo científico elaborado pelos autores. Por fim, no último capítulo serão descritas as
considerações finais da pesquisa bibliográfica e da pesquisa de campo, além das
dificuldades encontradas e limitações na realização do estudo.
1.1 JUSTIFICATIVA
A realização desta pesquisa é resultado do interesse em agregar conhecimento
prático sobre a saúde do idoso, visto que durante a nossa formação acadêmica
observamos a importância da atividade física, por meio da fisioterapia, em medidas
de promoção ao envelhecimento saudável da população.
Com o aumento da expectativa de vida e, consequentemente, da população idosa em
Vitória e conhecendo o impacto do envelhecimento na saúde da população, são
necessárias estratégias e ações que promovam a melhora da qualidade de vida e
funcionalidade dessa população.
Sabendo que a inatividade interfere negativamente no processo de envelhecimento e
que o exercício físico é uma intervenção fundamental para a melhoria da função física
em idosos, sendo um elemento importante no estilo de vida saudável, podendo adiar
ou minimizar os efeitos do envelhecimento, é interessante para os profissionais da
área conhecer a influência da fisioterapia no que diz respeito ao desempenho
funcional e qualidade de vida desses indivíduos.
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Apesar de existirem evidências científicas que constatam a melhora da qualidade de
vida e da funcionalidade dos idosos com a prática de fisioterapia, é importante o
estudo destes fatores na população idosa de Vitória.
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2 OBJETIVOS
A seguir, serão descritos os objetivos do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), bem
como os objetivos geral e específico propostos para a pesquisa de campo.
2.1 OBJETIVOS DO TCC
a) Realizar levantamento bibliográfico acerca do assunto Envelhecimento e Atividade
Física;
b) Executar pesquisa de campo em um grupo de idosos que realizam um programa
de exercícios em uma clínica escola de fisioterapia;
c) Elaborar artigo científico referente ao nível de atividade física, qualidade de vida e
desempenho funcional nas atividades de vida diária de idosos e submetê-lo à revista
científica Salus.
2.2 OBJETIVO GERAL
Avaliar o nível de atividade física, qualidade de vida e desempenho funcional nas
atividades de vida diária de idosos que participam de um grupo de fisioterapia em uma
clínica escola de Vitória.
2.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Caracterizar o perfil dos idosos quanto ao sexo, idade, cor ou raça, situação
conjugal, número de filhos, escolaridade, renda, situação ocupacional, presença de
morbidades, medicamentos em uso e frequência de participação no grupo;
b) Verificar o nível de atividade física dos idosos;
c) Identificar a independência na realização de atividades básicas e instrumentais de
vida diária dos idosos;
d) Mensurar a qualidade de vida desses idosos;
e) Associar o desempenho funcional dos idosos com os níveis de atividade física;
f) Comparar os níveis de atividade física com a qualidade de vida dos idosos.
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3 METODOLOGIA
Foi realizada uma revisão bibliográfica utilizando como fontes artigos científicos,
pesquisados no Pubmed, MEDLINE, Scielo e PEDro. As palavras chaves utilizadas
foram: Elderly, Physical Therapy Specialty, Activities of Daily Living, Quality of Life,
Motor Activity. Foram incluídos estudos publicados entre os anos de 1963 a 2016, nos
idiomas inglês, português e espanhol. Também foram utilizados livros e teses que
abordavam os temas: Idoso, envelhecimento, qualidade de vida e funcionalidade.
A pesquisa de campo foi executada após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa
da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória –
EMESCAM, sob o número do parecer 1.162.062 no dia 28 de julho de 2015 (ANEXO
A).
Para a elaboração do artigo científico, foram seguidas as normas da Revista Salus
(ANEXO B e C), a qual o mesmo será submetido após a defesa do trabalho.
A seguir, será descrita a metodologia detalhada da pesquisa.
3.1 TIPO DE ESTUDO
Estudo de série de casos, com coleta de dados transversal.
3.2 LOCAL
A pesquisa foi realizada na clínica escola de fisioterapia da EMESCAM, após a
assinatura da Carta de Anuência (APÊNDICE A) pelo responsável do referido local.
3.3 AMOSTRA
O estudo foi realizado em uma amostra de conveniência, constituída por 32 idosos,
conforme o comparecimento destes no setor de saúde do idoso da clínica escola de
fisioterapia.
3.3.1 Critérios de Inclusão
Foram incluídos no estudo pacientes de ambos os sexos, com idade igual ou superior
a 60 anos, de acordo com o que preconiza a Organização Mundial da Saúde em
13
países em desenvolvimento, com deambulação independente, que concordaram em
assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e que frequentavam o
grupo de fisioterapia há mais de 6 meses.
3.3.2 Critérios de Exclusão
Foram excluídos, pacientes com doenças neurológicas e osteomusculares graves ou
com déficit cognitivo que comprometesse a compreensão da entrevista.
3.4 MÉTODO
Os pacientes foram convidados a participar do estudo mediante os esclarecimentos
necessários através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE B).
Inicialmente, foi aplicada uma ficha de Coleta de Dados (APÊNDICE C), para a
obtenção de dados pessoais referentes à amostra, elaborada pelas autoras da
referida pesquisa. Em seguida, todos os pacientes, foram submetidos à aplicação de
escalas, pelas pesquisadoras, através dos seguintes instrumentos: IPAQ
(International Physical Activity Questionnaire), versão 8, forma longa, semana usual,
administrado na forma de entrevista individual (ANEXO D), Índice de Katz (ANEXO
E), Índice de Lawton-Brody (ANEXO F) e SF-36 (Medical Outcomes Study 36-Item
Short-Form Health Survey) (ANEXO G).
As entrevistas foram realizadas de forma individual e as pesquisadoras receberam um
treinamento prévio, pelo orientador do estudo, para a aplicação dos instrumentos.
3.4.1 Perfil dos Idosos
Para traçar o perfil dos idosos, foram coletadas informações quanto a sexo, idade, cor
ou raça, situação conjugal, número de filhos, escolaridade, renda, situação
ocupacional, presença de morbidades, medicamentos em uso e frequência de
participação no grupo.
3.4.2 Nível de Atividade Física
O nível de atividade física (AF) dos idosos foi verificado através do Questionário
Internacional de Atividade Física – IPAQ, que permite estimar o tempo semanal e
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gasto energético em atividades físicas de intensidade leve, moderada e vigorosa, em
diferentes contextos do cotidiano, como: trabalho, transporte, tarefas domésticas e
lazer.
Foi aplicada a versão 8, forma longa, semana usual, validado para mulheres idosas
brasileiras e homens idosos brasileiros por Benedetti, Mazo e Barros (2004) e
Benedetti et al. (2007), respectivamente e adaptada por Mazo e Benedetti (2010).
Nessa versão, para a utilização com pessoas idosas foram incluídos exemplos de
atividades que são comuns às pessoas dessa faixa etária, além disso, o campo para
preenchimento das informações foi modificado, passando a ser requerido que o
entrevistador registre o tempo médio habitual para cada dia da semana (segunda a
domingo) em seus diferentes turnos (matutino, vespertino e noturno), ao invés de
indicar apenas a frequência semanal e o tempo médio de realização dessas atividades
físicas.
Após a entrevista, foi realizado o cálculo dos escores e a classificação dos idosos, de
acordo com o que preconizam as Diretrizes para Processamento e Análise de Dados
do IPAQ (GUIDELINES..., 2005), expressando os resultados em MET-
minutos/semana.
Foi calculado o dispêndio de energia para cada atividade, multiplicando-se uma
constante pelo tempo gasto nas atividades e pela frequência semanal de prática
(MET*minutos*semana). Nos domínios Trabalho e Recreação, a constante utilizada
foi 3,3 para atividade leve, 4 para moderada e 8 para atividade de intensidade
vigorosa. No domínio Transporte, o valor utilizado foi 3,3 para caminhada e 6 no
ciclismo. Os coeficientes para atividade moderada dentro de casa, moderada fora de
casa e vigorosa foram 3, 4 e 5,5 MET’s, respectivamente. Em seguida, os resultados
foram somados para se obter o total de MET-minutos/semana em cada domínio.
Logo depois, as atividades foram agrupadas considerando a sua intensidade, sendo:
Atividade Física Leve = AF leve trabalho + AF leve transporte + AF leve recreação;
Atividade Física Moderada = AF moderada trabalho + AF moderada transporte + AF
moderada recreação + AF moderada e vigorosa em casa;
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Atividade Física Vigorosa = AF vigorosa trabalho + AF vigorosa recreação.
Ao final, foi realizada a soma das intensidades para se obter o gasto energético total
nas atividades e para categorizar os idosos em ativos, moderadamente ativos ou
sedentários. Os participantes foram classificados como ativos quando realizavam
atividade vigorosa ao menos três dias, acumulando pelo menos 1500 MET-min/sem
ou quando a soma de todas as atividades atingisse um mínimo de 3000 MET-min/sem,
por pelo menos sete dias. Foram englobados na categoria moderadamente ativos
quando a combinação das atividades alcançasse cinco ou mais dias, com gasto de
pelo menos 600 MET-min/sem, quando praticavam cinco ou mais dias de atividade de
intensidade moderada e/ou leve, durante 30 minutos por dia ou quando
desempenhavam três ou mais dias de atividade de intensidade vigorosa ao menos 20
minutos por dia. Foram categorizados como sedentários, os idosos que não
praticavam nenhum tipo de atividade física ou que não preenchiam os critérios de
classificação das outras categorias.
3.4.3 Atividades Básicas de Vida Diária
Para identificação da independência na realização de atividades básicas de vida diária
foi utilizado o Índice de Independência nas Atividades Básicas de Vida Diária de
Sidney Katz, proposto por Sidney Katz et al. (1963). Foi aplicada a versão apresentada
pelo Hartford Institute for Geriatric Nursing, em 1998 (THE HARTFORD INSTITUTE
FOR GERIATRIC NURSING, 1998; DUARTE; ANDRADE; LEBRÃO, 2007). Esse
instrumento é composto por 6 tarefas básicas de vida diária: banho, vestuário, higiene
pessoal, transferências, continência e alimentação que são avaliados
hierarquicamente, sob o aspecto fisiológico, de funções mais complexas para funções
mais simples.
Cada tarefa recebe o escore independente (1 ponto) ou dependente (0), que são
somados para denotar o grau de dependência. Se o idoso recusa, ou não está
habituado a realizar a atividade classifica-se como dependente. O escore máximo de
6 pontos denota independência para as atividades básicas de vida diária, 4 e 5 pontos
mostram dependência parcial ou déficit moderado e 2 pontos ou menos denotam
dependência importante ou déficit acentuado.
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3.4.4 Atividades Instrumentais de Vida Diária
O Índice de Lawton-Brody, elaborado em 1969 por Lawton e Brody, foi utilizado com
a finalidade de avaliar o desempenho funcional dos idosos na realização de atividades
instrumentais de vida diária, que compreende 9 tarefas como o uso de telefone, fazer
compras, preparo de refeições, tarefas domésticas, usar meio de transporte, manejo
das medicações e dinheiro. (LAWTON; BRODY, 1969)
Os itens foram classificados quanto à necessidade de ajuda, à qualidade da execução
e à iniciativa, variando de 1 a 3, na qual 1 representa a necessidade de ajuda total
para realização da atividade, 2 que o idoso precisa de alguma ajuda e 3 total
independência para a função.
A pontuação máxima é 27 pontos e este índice é baseado no que realmente o paciente
faz no seu dia-a-dia e não na habilidade que teria em realizar caso a fizesse, e o idoso
que não realiza a atividade por opção, fatores ambientais ou papéis sociais é
considerado dependente. Se o idoso apresenta pontuação final entre 19 e 27, é
classificado como independente, entre 10 e 18 pontos, semi-dependente e de 1 a 9
pontos, é categorizado como dependente. As questões 4 a 7 podem ter variações
conforme o sexo e podem ser adaptadas para atividades como subir escadas ou
cuidar do jardim.
3.4.5 Qualidade de Vida
Para observar a qualidade de vida dos idosos foi utilizado o SF-36 que é um
instrumento genérico de fácil administração e compreensão, traduzido e validado para
a língua portuguesa por Ciconelli et al (1999). Trata-se de um questionário
multidimensional composto por 36 itens, divididos em 8 domínios: capacidade
funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais,
aspectos emocionais e saúde mental.
Apresenta um escore final, para cada dimensão, que varia de 0 a 100, sendo 0 o pior
e 100 o melhor estado de saúde. Não há um escore global proposto, mas os domínios
podem ser agrupados em dois componentes: físico que engloba os domínios
capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde; e mental que
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engloba os domínios vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde
mental.
Ao término do questionário foi realizado o cálculo dos escores constituído por duas
fases, a saber, fase 1 onde realiza-se a ponderação dos dados e a fase 2 onde é
realizado o Cálculo do Raw Scale que consiste na seguinte equação:
Domínio= Valor obtido nas questões correspondentes – Limite inferior x 100
Variação (Score Range)
3.5 COMITÊ DE ÉTICA
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética (CEP) da EMESCAM, sob o número do
parecer 1.162.062 no dia 28 de julho de 2015. Assegurou-se o sigilo das informações
obtidas através da ficha de coleta de dados e questionários, mediante a não
identificação nominal dos pacientes, os quais foram identificados numericamente
precedidos pela letra I (I 01, I 02, etc.). Foram respeitadas as normas estabelecidas
nas Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos
da resolução 466/12.
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
3.6.1 Análise Descritiva
A análise descritiva dos dados coletados foi realizada considerando frequências e
percentual para as variáveis qualitativas e medidas de resumo de dados como média,
mediana e desvio padrão para as variáveis quantitativas.
3.6.2 Análise Inferencial
Para verificar a associação entre o desempenho funcional e os níveis de atividade
física, foi utilizado o teste Qui-quadrado ou exato de Fisher, quando uma ou mais
frequências esperadas foram menor que 5. E para a comparação entre os domínios
da qualidade de vida com os níveis de atividade física, foi utilizado o teste Mann-
Whitney. Os valores foram considerados estatisticamente significativos quando o valor
p < 0,05. O programa utilizado foi o “SPSS versão 22”.
18
4 REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 O ENVELHECIMENTO E SUAS REPERCURSSÕES NAS ESTRUTURAS E
FUNÇÕES DO ORGANISMO
O envelhecimento humano é um processo progressivo e dinâmico que gera
modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, culminando na
perda progressiva da capacidade do indivíduo de se adequar ao meio ambiente
(FERREIRA et al., 2010). Esse processo não é igual entre os indivíduos e é
influenciado por vários fatores como a etnia, condições socioeconômicas e o gênero.
(ARAÚJO; FARO, 2014)
Os idosos apresentam alterações normais associadas ao envelhecimento em todos
os seus sistemas de órgãos sólidos. Tais mudanças são discretas e inicialmente, não
geram incapacidades funcionais. A velocidade no declínio da função varia de acordo
com o órgão, mas é relativamente constante dentro de um determinado sistema.
(ESQUENAZI; SILVA; GUIMARÃES, 2014; BOSS; SEEGMILLER, 1981)
O processo de envelhecimento normal afeta os aspectos do funcionamento
neurológico, acarretando declínio cognitivo e motor. A redução do volume de
substância cinzenta, ocasionada por perdas sinápticas e encolhimento dendrítico e as
alterações moleculares podem levar a deterioração funcional das capacidades
cognitivas, tais como redução na velocidade de processamento de informações,
diminuição na capacidade de resolução de problemas e alterações de memória.
Ocorre atenuação na velocidade dos tempos de reação e na coordenação motora que
progridem com o avançar da idade, além da perda na integridade da substância
branca que leva a declínio cognitivo, em casos de lesões na região periventricular e a
depressão de início tardio, que está relacionada ao acometimento da região
subcortical. (GLORIOSO; SIBILLE, 2011; GROOT et al., 2000)
Em estudo de base populacional realizado por Leeuw et al. (2001), em 1077 indivíduos
saudáveis e normais com idade entre 60-90 anos, evidenciou-se que as lesões na
substância branca aumentam com a idade e que as mulheres tendem a apresentar
tanto lesões na região periventricular quanto na região subcortical. Segundo Glorioso
e Sibille (2011) fatores como atividade física, índice de massa corporal saudável, nível
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de escolaridade, boa saúde cardiovascular, fatores nutricionais e bons hábitos de vida,
estão associados ao retardo do declínio cognitivo.
No sistema musculoesquelético, ocorre diminuição no tamanho e número de fibras
musculares, processo conhecido como sarcopenia. Além disso, há uma redução na
quantidade de tecido contrátil, que é substituído progressivamente por tecido
conjuntivo e adiposo. Tais fatores ocasionam prejuízo na produção de força muscular,
resultando em alterações funcionais, como o desempenho na realização de atividades
de vida diária. (WILLIAMS; HIGGINS; LEWEK, 2002)
De acordo com Rogers e Evans (1993), há uma redução do número de fibras do tipo
I e II com o decorrer da idade, no entanto, somente as fibras do tipo II, de contração
rápida, sofrem alterações no tamanho. Em contrapartida, Frontera et al. (2000), em
um estudo longitudinal, relataram apenas a redução do número de fibras do tipo I, de
contração lenta, sem mudanças no tamanho das fibras tanto I quanto II. A unidade
motora também sofre alterações com o avançar da idade, ocorrendo uma redução no
número e alterações na característica do disparo das unidades. (WILLIAMS;
HIGGINS; LEWEK, 2002)
Ao longo dos anos, observa-se a perda gradual de massa óssea, definida como
osteopenia, em ambos os sexos. Nas mulheres, esse processo ocorre mais
rapidamente durante a menopausa, quando há uma redução dos níveis de estrogênio
e aumento da remodelação óssea, por conta da maior atividade dos osteoclastos. Nos
homens, tal perda ocorre em menores proporções em comparação ao sexo feminino.
(DOWNEY; SIEGEL, 2006; LAMBERT; ZAIDI; MECHANICK, 2011)
Em relação ao sistema cardiovascular, durante o processo de envelhecimento
normalmente ocorre hipertrofia ventricular esquerda, mesmo sem alterações na pós-
carga e estenose aórtica. Há redução na complacência ventricular devido ao aumento
na atividade dos fibroblastos, além do espessamento dos folhetos da valva aórtica.
No sistema de condução cardíaco, verifica-se a presença de fibrose que evolui com o
decorrer da idade. Ademais, o envelhecimento desencadeia alterações vasculares,
como modificações na função endotelial, redução da complacência das artérias,
consequente às alterações estruturais, aumento da quantidade de colágeno nas
20
paredes arteriais, levando à redução do recuo elástico e distensibilidade. (JACKSON;
WENGER, 2011)
O sistema respiratório também sofre modificações estruturais e fisiológicas que
acompanham o processo de envelhecimento e implicam no comprometimento da
função pulmonar. Dentre as alterações anatômicas, decorrente desse processo estão
a diminuição dos espaços dos discos intervertebrais, a redução da força do diafragma
e músculos intercostais, além do aumento da curvatura cifótica que tem como
consequência a perda da mobilidade da caixa torácica. Em paralelo a isso, ocorre
aumento da complacência do pulmão, devido à perda gradual da elasticidade do
parênquima pulmonar, mudança na composição do surfactante, disfunção mucociliar
e redução da força muscular expiratória, que reduz a eficácia da tosse e aumenta a
probabilidade de acúmulo de secreção. (RAMLY; KAAFARANI; VELMAHOS, 2015)
Em uma revisão sistemática realizada por Fragoso e Gill (2012), foi observado que o
envelhecimento acarreta a redução da capacidade fisiológica pulmonar, incluindo
controle ventilatório, força muscular respiratória, mecânica respiratória e as trocas
gasosas, sendo tais alterações mais pronunciadas na mecânica respiratória. Estudos
mostram a ocorrência de aumento do volume residual (5-10% a cada década) e da
capacidade residual funcional (1-3% por década) que favorecem o aprisionamento de
ar e a hiperinsuflação pulmonar, acarretando em uma redução da capacidade vital.
Além disso, há uma redução do volume expiratório forçado no primeiro segundo
(VEF1) em até 30 ml / ano e redução da capacidade vital forçada, que produzem
limitação do fluxo aéreo e contribuem para hiperinsuflação dinâmica durante o
exercício. (RAMLY; KAAFARANI; VELMAHOS, 2015; FRAGOSO; GILL, 2012;
ZAUGG; LUCCHINETTI, 2000)
De acordo com Niccoli e Partridge (2012), a idade é o principal fator de risco para o
desenvolvimento de doenças crônicas e debilitantes, como o câncer e distúrbios
cardiovasculares e neurodegenerativos.
As modificações próprias do envelhecimento associada aos diversos estados
patológicos comuns a esta faixa etária, levam a um maior declínio da capacidade para
executar as atividades básicas de vida diária, determinando assim, alterações na
21
autonomia, independência e qualidade de vida do indivíduo. (SANTOS et al., 2008;
PORCIÚNCULA et al., 2014)
4.2 ASPECTOS FUNCIONAIS E QUALIDADE DE VIDA NO ENVELHECIMENTO
A capacidade funcional é um importante determinante do estado de saúde dos idosos,
tendo como um de seus marcadores a independência para realização das atividades
cotidianas. Pode ser avaliada considerando a realização das atividades básicas e
instrumentais de vida diária, relacionadas com atividades de autocuidado e tarefas de
participação social do indivíduo, respectivamente. Através da avaliação é possível
conhecer o perfil dos idosos em relação a sua funcionalidade nas atividades de vida
diária, podendo assim detectar situações que necessitam de intervenções com
objetivo de prolongar sua independência funcional. (DUCA; SILVA; HALLAL, 2009;
FAUSTINO; GANDOLFI; MOURA, 2014)
De acordo com Camara et al. (2008), a capacidade funcional do idoso é definida como
a habilidade em adaptar-se às demandas físicas do dia a dia, que compreende a
realização das atividades básicas de vida diária até as tarefas mais complexas.
Guimarães et al. (2004), descrevem a capacidade funcional como a capacidade em
executar suas tarefas físicas e mentais necessárias para preservação de suas
atividades básicas e instrumentais da vida cotidiana.
Para Rossi et al. (2012), o conceito de independência e capacidade funcional estão
relacionadas com a capacidade do indivíduo em executar as atividades de vida diária,
tarefas de mobilidade e as atividades instrumentais do dia a dia, sendo que a redução
ou ausência leva a dependência da pessoa idosa, afetando consequentemente sua
qualidade de vida.
Com o objetivo de verificar os paradigmas do envelhecimento funcional baseando-se
em atividades de vida diária, Han et al. (2013), acompanharam um grupo de 754
idosos acima de 70 anos, durante um período de aproximadamente 11 anos, em um
estudo longitudinal prospectivo de coorte. Ao longo da pesquisa, os participantes
foram agrupados em 5 padrões de envelhecimento, de acordo com o grau de
inabilidade em atividades de vida diária que se manifestavam. Observou-se, ao final
do estudo, que a maior parte da população não apresentou declínios funcionais no
22
decorrer dos anos e estes, apresentavam fatores de risco mais favoráveis, como idade
mais jovem, ensino superior e menores comorbidades.
A qualidade de vida, referida como o julgamento cognitivo consciente da satisfação
que um indivíduo tem com relação a sua própria vida, também é um componente
importante na delimitação do estado de saúde, especialmente durante o processo de
envelhecimento. (REJESKI; MIHALKO, 2001; VAGETTI et al., 2014)
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a qualidade de vida é definida como
“a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto do sistema de cultura e
valor onde vive, e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações” (WHOQOL GROUP, 1995, p. 1405). Também ressalta que este é um
conceito amplo e subjetivo que depende tanto da saúde física, quanto do estado
psicológico, da independência, participação social, crenças e das características
ambientais em que o indivíduo se encontra. (WHOQOL GROUP, 1995)
A qualidade de vida dos indivíduos está associada a fatores socioeconômicos, físicos
e sóciopsicológicos, dentre os quais se destacam a idade, escolaridade, renda,
hábitos de vida, presença de doenças crônicas, deficiência visual e auditiva,
tabagismo, desnutrição, estado emocional, suporte de informações e depressão.
(SUN et al., 2014)
Bilgili e Arpaci (2014) em um estudo transversal, com objetivo de determinar as
condições que interferem na qualidade de vida de pessoas idosas, verificaram que
fatores como sexo, idade, escolaridade, estado civil, ter filhos, pessoas com quem
residem, estado de saúde e renda, afetam a qualidade de vida dessa população. Além
disso, destacam que a qualidade de vida tem se tornado um fator de grande
importância no processo de envelhecimento, em virtude do aumento da expectativa
de vida da população, uma vez que esse aumento está diretamente relacionado às
melhores condições, contudo pode ocasionar inúmeros impasses, como o aumento
das complicações relacionadas a saúde, perda de familiares e amigos, problemas
financeiros e redução da funcionalidade.
Após um estudo de base populacional, realizado em 3714 idosos na China, Sun et al.
(2014) verificaram a prevalência de um baixo nível de qualidade de vida e concluíram
23
que fatores comportamentais e psicológicos tiveram impacto significativo sobre os
resultados da população estudada.
Em uma revisão sistemática, com o objetivo de associar o nível de atividade física
com a qualidade de vida em idosos, Vagetti et al. (2014) verificaram a existência de
uma relação positiva entre a prática de atividade física e os domínios da qualidade de
vida, principalmente os que dizem respeito a capacidade funcional, qualidade de vida
geral, autonomia, estado psicológico, vitalidade e saúde mental, entre outros.
4.3 A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA NO BEM ESTAR DOS IDOSOS
Entende-se como atividade física qualquer atividade que apresente ou não movimento
corpóreo, produzido pela contração da musculatura esquelética e que tenha como
resultado o dispêndio energético superior aos níveis em repouso (CASPERSEN;
POWELL; CHRISTENSON, 1985; PERRACINI; FLÓ, 2013). A atividade física pode
ser realizada em diferentes contextos do cotidiano, incluindo tarefas domésticas,
transporte, lazer e trabalho. (GOLUBIC et al., 2014; BESSON et al., 2008)
A atividade física desempenha um papel fundamental no envelhecimento saudável,
uma vez que diminui o risco de doenças crônicas, diversas limitações funcionais e a
mortalidade prematura. (NELSON et al., 2007)
Santos, Dantas e Moreira (2011), em um estudo longitudinal, realizado no estado do
Pará (Brasil) em 347 mulheres idosas, concluíram que o exercício físico tem um papel
importante na conservação do estado de saúde e na manutenção da funcionalidade
de idosos.
De acordo com as recomendações do American College of Sports Medicine, os
benefícios da atividade física regular em idosos são extensos e incluem redução do
risco de doença cardiovascular, acidente vascular cerebral, hipertensão arterial,
diabetes mellitus tipo II, osteoporose, obesidade, câncer de cólon, câncer de mama,
comprometimento cognitivo, ansiedade e depressão. Além disso, destaca a
importância da atividade física no tratamento de diversas doenças crônicas e na
gestão de diferentes condições de saúde como a depressão, ansiedade, demência e
dor. (CHODZKO-ZAJKO et al., 2009)
24
Em uma revisão sistemática realizada por Chou, Hwang e Wu (2012) observou-se que
embora a prática de atividade física não possa parar o processo de envelhecimento
biológico há evidências de que o exercício feito de forma regular minimiza as
mudanças fisiológicas associadas ao envelhecimento, promove a saúde cognitiva e
complementa o tratamento de doenças crônicas em idosos. Além disso, retarda a
deterioração na capacidade de realização das atividades de vida diária e pode
desempenhar um papel fundamental no envelhecimento saudável e, portanto, na
manutenção de uma boa qualidade de vida.
Rocha et al. (2013) apontam os ganhos que a atividade física proporciona a população
idosa. Dentre os benefícios estão: o aumento da saúde psicológica, redução do peso
corporal, melhora da coordenação motora e do equilíbrio, aumento da força muscular,
resistência e flexibilidade articular.
O exercício físico potencializa e protege a função cerebral, estimula a
neuroplasticidade, atua como fator de proteção neuronal, aumenta o número de
sinapses, induz a produção de fatores de crescimento nervoso que atuam na
neurogênese e além disso, favorece o aprendizado e a manutenção geral do cérebro
(PODEWILS et al., 2005; COTMAN; ENGESSER-CESAR, 2002).
Taaffe et al. (2008) destacam a importância da atividade física na função cognitiva
com o decorrer da idade, influenciando na manutenção do volume cerebral,
preservação da plasticidade neuronal, aumento do fluxo sanguíneo e
consequentemente oferta de oxigênio cerebral. Em estudo prospectivo de coorte de
base populacional, Laurin et al. (2001) destacaram a importância da atividade física
como fator protetor na demência e comprometimento cognitivo em pessoas idosas.
Toth, Beckett e Poehlman (1999) investigaram o efeito do exercício aeróbio e dos
exercícios de resistência, separadamente, na composição corporal de indivíduos mais
velhos e concluíram que ambas as atividades promovem a redução da gordura
corporal, porém apenas os exercícios de resistência influenciam no aumento da
massa livre de gordura.
Os exercícios físicos geram diversos benefícios, incluindo o aumento da força e
resistência muscular, amplitude de movimento, mobilidade e melhora na capacidade
25
em realizar as atividades de vida diária. Ademais, o treinamento de força muscular
exerce importante influência no equilíbrio, marcha e saúde óssea de indivíduos mais
velhos. (DREWNOWSKI; EVANS, 2001)
Hallal et al. (2003) em um estudo transversal com o objetivo de determinar a
prevalência da inatividade física em adultos brasileiros e as variáveis associadas a
ela, encontraram uma prevalência de sedentarismo de 41,1%, além disso a inatividade
física foi positivamente associada a idade e condição socioeconômica e inversamente
associada com o estado de saúde auto referido.
Indivíduos idosos são fisicamente menos ativos quando comparados à população em
geral, devido às diversas alterações que acompanham o processo de envelhecimento.
Deste modo, uma importante estratégia para melhorar a saúde e a qualidade de vida
dessa população seria incentivar a elevação nos níveis de atividade física. (NELSON
et al., 2007; DREWNOWSKI; EVANS, 2001)
Nelson et al (2007) publicaram determinadas recomendações sobre os tipos e a
quantidades de atividade física que são indispensáveis para a promoção da saúde e
prevenção de doenças em pessoas idosas. De acordo com os autores a participação
da população idosa em programas de atividade física regular é uma maneira de
prevenir diversas alterações funcionais que estão relacionadas com o processo de
envelhecimento, os autores recomendam a prática de exercícios aeróbios de
intensidade moderada, no tempo de 30 minutos por dia, durante 5 vezes na semana
ou atividades vigorosas, durante 20 minutos diários por 3 dias da semana. Exercícios
de força muscular englobando os principais grupos musculares, com nível de esforço
variando de intensidade moderada a vigorosa, durante 2 ou mais dias na semana não
consecutivos, contendo de 8 a 10 exercícios e 10 a 15 repetições para cada exercício,
atividades que otimizem o ganho ou a manutenção da flexibilidade durante 2 dias na
semana, com duração de 10 minutos diários e exercícios que potencializem o
equilíbrio.
De acordo com parâmetros estabelecidos pela World Health Organization (2010), com
a finalidade de favorecer a aptidão cardiorrespiratória e muscular, saúde óssea,
capacidade funcional, bem como reduzir o risco de doenças não transmissíveis,
depressão e o declínio cognitivo, recomenda-se para população idosa, sem distinção
26
de sexo, raça, etnia ou renda, a prática de atividade física aeróbia de intensidade
moderada, de no mínimo 150 minutos durante a semana, a realização de pelo menos
75 minutos de intensidade vigorosa durante uma semana ou uma combinação similar
de atividade física moderada e vigorosa, com séries de pelo menos 10 minutos de
duração, sem determinação de frequência semanal. Com o propósito de acrescentar
benefícios à saúde, os idosos podem aumentar a atividade aeróbia de intensidade
moderada para 300 minutos por semana, ou realizar 150 minutos de intensidade
vigorosa, ou uma fusão equivalente de atividade de intensidade moderada e vigorosa.
Além disso, sugere-se para pessoas mais velhas, com mobilidade reduzida, a
realização de exercícios de equilíbrio, durante 3 ou mais vezes por semana. As
atividades de fortalecimento muscular devem priorizar grandes grupos musculares e
serem executadas em 2 ou mais dias durante a semana. Quando as recomendações
não tiverem condições de serem seguidas, devido a limitações e restrições individuais,
propõe-se que os idosos sejam ativos quanto às suas capacidades e condições de
saúde.
Levando-se em conta os argumentos apresentados, foi realizada uma pesquisa de
campo que será apresentada neste trabalho de conclusão de curso no formato de
artigo científico, tendo como objetivo avaliar o nível de atividade física, a qualidade de
vida e o desempenho funcional nas atividades de vida diária de idosos que participam
de um grupo de fisioterapia em uma clínica escola de Vitória.
27
5 ARTIGO
ATIVIDADE FÍSICA, QUALIDADE DE VIDA E DESEMPENHO FUNCIONAL NAS
ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA DE IDOSOS
PHYSICAL ACTIVITY, QUALITY OF LIFE AND FUNCTIONAL PERFORMANCE IN
THE ACTIVITIES OF DAILY LIFE OF ELDERLY
Luanna dos Santos Oliveira: Fisioterapia (Graduanda - EMESCAM)
Thaciany Barbosa Correia: Fisioterapia (Graduanda - EMESCAM)
Edmar Silva Miranda: Fisioterapeuta (Especialista em Traumato Ortopedia)
Resumo
Objetivo: Avaliar o nível de atividade física, qualidade de vida e desempenho funcional
nas atividades cotidianas de idosos que participam de um grupo de fisioterapia.
Métodos: Foi realizado um estudo de série de casos, transversal, em 32 idosos, onde
os participantes foram submetidos à aplicação de uma ficha de coleta de dados e em
seguida, à aplicação de questionários, através dos seguintes instrumentos: IPAQ
forma longa, para a avaliação do nível de atividade física dos idosos, Índice de Katz e
Lawton-Brody para identificação da independência na realização de atividades
básicas e instrumentais de vida diária e Versão Brasileira do Questionário de
Qualidade de Vida - SF-36. Resultados: A idade média dos indivíduos estudados foi
de 72,81 ± 8,66 anos, sendo a maioria mulheres. Quanto ao nível de atividade física,
20 participantes foram classificados como ativos, 12 como moderadamente ativos e
nenhum participante foi categorizado como sedentário. Em relação ao grau de
dependência na realização das atividades básicas de vida diária, 81,3 % dos idosos
foram categorizados como independentes e os demais, como parcialmente
dependentes. Quanto às atividades instrumentais de vida diária, todos foram
classificados como independentes. Na avaliação da qualidade de vida foi observado
pior desempenho nas Limitações por Aspectos Físicos e melhores pontuações no
domínio Saúde Mental. Não foi possível estabelecer diferenças significantes entre as
variáveis analisadas. Conclusão: Ao comparar os dados obtidos com outros achados,
concluímos que a atividade física exerce influência positiva no desempenho funcional
em atividades de vida diária e na qualidade de vida de idosos.
28
Descritores (Palavras-chave)
Idoso. Fisioterapia. Atividades Cotidianas. Qualidade de Vida. Exercício.
Abstract
Objective: To evaluate the level of physical activity, quality of life and functional
performance in daily life activities of elderly people who participate in a group of
physical therapy. Methods: We conducted a case series study, cross, in 32 elderly,
where participants were submitted to a data collection form and then the application of
questionnaires, through the following instruments: IPAQ long way to the assessment
of the level of physical activity of the elderly, Katz Index and Lawton-Brody to identify
independence in conducting basic and instrumental activities of daily living and the
Brazilian version of the Quality of life Questionnaire - SF-36. Results: The mean age
of subjects studied was 72.81 ± 8.66 years, with most women. The level of physical
activity, 20 participants were classified as active, 12 as moderately active and no
participant was classified as sedentary. Regarding the degree of dependence in
performing basic activities of daily living, 81.3% of the elderly were categorized as
independent and the other as partially dependent. As for the instrumental activities of
daily living, all were classified as independent. In evaluating the quality of life was
observed in the worst performance limitations for Physical Aspects and best scores in
the field Mental Health. Could not establish significant differences between the
variables. Conclusion: By comparing the data with other findings, we conclude that
physical activity has a positive influence on functional performance in activities of daily
living and quality of life of seniors.
Keywords
Aged. Physical Therapy Specialty. Activities of Daily Living. Quality of Life. Motor
Activity
INTRODUÇÃO
O envelhecimento populacional é um fenômeno natural, irreversível e de repercussões
mundiais, que está ocorrendo de forma acelerada no Brasil1,2. No município de Vitória,
Espírito Santo, os idosos representavam 12,4% da população total em 2010, de
acordo com dados obtidos no censo demográfico, realizado pelo IBGE3.
29
O envelhecimento humano é um processo progressivo e dinâmico que gera
modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, culminando na
perda progressiva da capacidade do indivíduo de se adequar ao meio ambiente4.
Além dessas alterações anatômicas e fisiológicas próprias do envelhecimento normal,
é possível a associação a uma condição patológica, no qual predominam as doenças
crônicas não-transmissíveis, que levam a um maior declínio da capacidade para
executar as atividades básicas de vida diária, determinando assim, alterações na
autonomia, independência e qualidade de vida do indivíduo5,6.
A atividade física é um fator de grande importância para a promoção do
envelhecimento saudável. Seus benefícios são extensos e incluem redução do risco
de doença cardiovascular, acidente vascular cerebral tromboembólico, hipertensão,
diabetes mellitus tipo II, osteoporose, obesidade, câncer de cólon, câncer de mama,
ansiedade e depressão7.
A literatura destaca diversas recomendações sobre o tipo e a quantidade de atividade
física que são indispensáveis para a promoção da saúde e prevenção de doenças em
pessoas idosas8-10. Em uma revisão sistemática realizada por Chou, Hwang e Wu11,
observou-se que embora a prática de atividade física não possa parar o processo de
envelhecimento biológico há evidências de que o exercício feito de forma regular
minimiza as mudanças fisiológicas associadas ao envelhecimento, promove saúde
cognitiva e complementa o tratamento de doenças crônicas em idosos. Além disso,
retarda a deterioração na capacidade de realização das atividades de vida diária e
promove a manutenção de uma boa qualidade de vida.
Desse modo, o presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de atividade física,
a qualidade de vida e o desempenho funcional nas atividades de vida diária de idosos
que participam de um grupo de fisioterapia em uma clínica escola de Vitória.
MÉTODOS
Estudo de série de casos, com coleta de dados transversal, realizado na Clínica
Escola de Fisioterapia da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia
de Vitória – EMESCAM, no período de julho de 2015 a maio de 2016, em uma amostra
de conveniência constituída por 38 idosos. Inicialmente, foi aplicada uma ficha de
30
Coleta de Dados, para a obtenção de dados pessoais referentes à amostra. Foram
incluídos no estudo pacientes de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 60
anos de acordo com o que preconiza a Organização Mundial da Saúde em países em
desenvolvimento, com deambulação independente, que concordaram em assinar o
TCLE e que frequentavam o grupo de fisioterapia há mais de 6 meses. Foram
excluídos, idosos com doenças neurológicas e osteomusculares graves ou com déficit
cognitivo que comprometesse a compreensão da entrevista. Dos participantes, dois
não concordaram em assinar o TCLE, três participavam do grupo por tempo inferior a
6 meses e um indivíduo apresentava sequela neurológica, sendo excluídos da
pesquisa.
Os indivíduos que se encaixaram nos critérios de inclusão foram submetidos à
aplicação de escalas, pelas pesquisadoras, através dos seguintes instrumentos: IPAQ
(International Physical Activity Questionnaire), versão 8, forma longa, Índice de Katz,
Índice de Lawton-Brody e SF-36 (Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health
Survey). As entrevistas foram realizadas de forma individual e as pesquisadoras
receberam um treinamento prévio, pelo orientador do estudo, para a aplicação dos
instrumentos.
O nível de atividade física (AF) dos idosos foi verificado através do Questionário
Internacional de Atividade Física – IPAQ, que permite estimar o tempo semanal e o
gasto energético em atividades físicas de intensidade leve, moderada e vigorosa, em
diferentes contextos do cotidiano, como: trabalho, transporte, tarefas domésticas e
lazer, e ainda o tempo despendido em atividades passivas, realizada na posição
sentada.
Foi aplicada a versão 8, forma longa, semana usual12-14 e, após a entrevista, foi
realizado o cálculo dos escores e a classificação dos idosos, de acordo com o que
preconizam as Diretrizes para Processamento e Análise de Dados do IPAQ20,
expressando os resultados em MET-minutos/semana.
Os participantes foram categorizados como ativos quando realizavam atividade
vigorosa ao menos três dias, acumulando pelo menos 1500 MET-min/sem ou quando
a soma de todas as atividades atingisse um mínimo de 3000 MET-min/sem, por pelo
menos sete dias. Foram englobados na categoria moderadamente ativos quando a
31
combinação das atividades alcançasse cinco ou mais dias, com gasto de pelo menos
600 MET-min/sem, quando praticavam cinco ou mais dias de atividade de intensidade
moderada e/ou leve, durante 30 minutos por dia ou quando desempenhavam três ou
mais dias de atividade de intensidade vigorosa ao menos 20 minutos por dia. Foram
categorizados como sedentários, os idosos que não praticavam nenhum tipo de
atividade física ou que não preenchiam os critérios de classificação das outras
categorias.
Para identificar a independência na realização de atividades básicas de vida diária foi
utilizado o Índice de Katz15-17, que consiste em um instrumento contendo 6 tarefas
básicas de vida diária: banho, vestuário, higiene pessoal, transferências, continência
e alimentação. Cada tarefa recebe o escore independente (1 ponto) ou dependente
(0). O escore máximo de 6 pontos denota independência para as atividades básicas
de vida diária, 4 e 5 pontos mostram dependência parcial ou déficit moderado e 2
pontos ou menos denotam dependência importante ou déficit acentuado.
O desempenho em atividades instrumentais de vida diária foi observado através do
Índice de Lawton-Brody18. O instrumento compreende 9 tarefas como o uso de
telefone, compras, preparo de refeições, tarefas domésticas, uso de transporte,
manejo das medicações e dinheiro. Os itens são classificados quanto à necessidade
de ajuda, à qualidade da execução e à iniciativa, variando de 1 a 3, na qual 1
representa a necessidade de ajuda total para realização da atividade, 2 que o idoso
precisa de alguma ajuda e 3 total independência para a função. Se o idoso apresenta
pontuação final entre 19 e 27, é classificado como independente, entre 10 e 18 pontos,
semi-dependente e de 1 a 9 pontos, é categorizado como dependente.
Para observar a qualidade de vida dos idosos foi utilizado o SF-3619 que é um
instrumento genérico de fácil administração e compreensão, dividido em 8 domínios:
capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade,
aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Apresenta um escore final,
para cada dimensão, que varia de 0 a 100, sendo 0 o pior e 100 o melhor estado de
saúde. Não há um escore global proposto, mas os domínios podem ser agrupados em
dois componentes: físico que engloba os domínios capacidade funcional, aspectos
físicos, dor, estado geral de saúde; e mental que engloba os domínios vitalidade,
aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental.
32
A análise descritiva dos dados coletados foi realizada considerando frequências e
percentual para as variáveis qualitativas e medidas de resumo de dados como média,
mediana e desvio padrão para as variáveis quantitativas. Para verificar a associação
entre o desempenho funcional e os níveis de atividade física, foi utilizado o teste Qui-
quadrado ou exato de Fisher, quando uma ou mais frequências esperadas foram
menor que 5. E para a comparação entre os domínios da qualidade de vida com os
níveis de atividade física, foi utilizado o teste Mann-Whitney. Os valores foram
considerados estatisticamente significantes quando o valor p < 0,05. O programa
utilizado foi o “SPSS versão 22”. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética (CEP)
da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória
(EMESCAM), sob o número do parecer 1.162.062 no dia 28 de julho de 2015.
RESULTADOS
A amostra deste estudo foi constituída por 32 idosos, participantes do grupo de
fisioterapia da clínica escola da EMESCAM, onde 28 eram do sexo feminino (87,5%)
e 4 do sexo masculino (12,5%), com idade média de 72,81 ± 8,66 anos.
Os indivíduos estudados foram caracterizados quanto à cor, escolaridade, renda,
situação conjugal e ocupacional, conforme representa a Tabela 1. Além disso, foram
questionados quanto ao número de filhos e verificou-se uma média de 3,03 ± 2,40
filhos, variando entre 0 a 8, sendo que 75% possuía até 3 filhos.
Quanto à presença de morbidades, a Hipertensão Arterial Sistêmica teve a maior
prevalência (65,6%). Dos participantes do estudo, 19 (59,4%) relataram a presença
de apenas uma morbidade, 5 idosos (15,6%) apresentaram duas e 7 indivíduos
(21,9%) mencionaram três ou mais morbidades. Apenas um idoso (3,1%) não relatou
doença associada.
Com relação ao número de medicamentos utilizados, a média foi de 3,29 ± 2,21
medicamentos, sendo que 18 participantes (56,3%) utilizavam até três fármacos, 8
(25%) utilizavam entre quatro e cinco e 5 idosos (15,6%) faziam uso de mais de cinco
medicamentos. Um idoso não soube relatar a quantidade de remédios utilizados.
Todos os integrantes possuíam tempo de participação no grupo maior que seis meses
e 81,3% frequentavam o grupo há mais de 12 meses. Em relação à frequência
33
semanal de participação, 8 idosos (25%) participavam das atividades duas vezes por
semana, 15 (46,9%) três vezes por semana, representando a maioria e 9 (28,1),
quatro vezes semanais.
Tabela 1. Distribuição dos idosos em relação à cor, escolaridade, renda, situação conjugal, situação ocupacional e presença de
morbidades.
n %
Cor Parda 15 46,9 Branca 9 28,1 Negra 8 25,0
Escolaridade Sem escolaridade 3 9,4 Fundamental incompleto 16 50,0 Fundamental completo 2 6,3 Ensino médio completo 8 25,0 Ensino superior completo 3 9,4
Renda Não possui 2 6,3 Até 1 SM 13 40,6 >1 a 2 SM 10 31,3 >2 a 3 SM 5 15,6 > 3 a 4 SM 1 3,1 > 4 SM 1 3,1
Situação conjugal Casado 12 37,5 Solteiro 9 28,1 Viúvo 8 25,0 Divorciado 3 9,4
Situação Ocupacional Aposentado 17 53,1 Pensionista / Outros benefícios 8 25,0 Dona de casa 4 12,5 Aposentado e trabalha 2 6,3 Trabalho remunerado 1 3,1
Morbidades Hipertensão Arterial Sistêmica 21 65,6% Hipercolesterolemia 8 25% Diabetes Mellitus 4 12,5% Cardiopatia 4 12,5% Artrose 4 12,5% Hipo/Hipertireoidismo 3 9,4% Osteoporose 2 6,3% Sem Morbidade 1 3,1%
SM= salário mínimo.
Três categorias foram definidas de acordo com o Questionário Internacional de
Atividade Física, do qual 20 participantes foram classificados como ativos,
representando 62,5% e 12 como moderadamente ativos, o que representa 37,5% da
amostra. Nenhum participante foi categorizado como sedentário. A atividade física
total média foi de 3276,69 ± 1099,32 MET’s. Os principais contribuintes para a
atividade física total foram as tarefas em casa, seguidas das atividades de recreação,
34
transporte e trabalho, como mostra a tabela 2. Com relação a intensidade de atividade
física total, o dispêndio energético médio foi de 780,72 ± 477,46 MET’s nas atividades
leves e 2495,98 ± 969,82 MET’s para as atividades moderadas. Nenhum dos
participantes desempenhou qualquer tipo de atividade vigorosa nos diversos domínios
do IPAQ.
Tabela 2. Equivalente metabólico total nos domínios do IPAQ
Mínimo Máxima Média DP
Trabalho 0 6102 486,94 1468,12 Transporte 0 1188 505,12 280,32 Casa 180 7680 2527,56 1802,34 Recreação 400 1817 894,38 326,97
DP= desvio padrão
No que diz respeito ao grau de dependência na realização das atividades básicas de
vida diária, 26 idosos (81,3 %) foram categorizados como independentes em todas as
tarefas e os demais, como parcialmente dependentes. A atividade Continência foi a
que apresentou menor proporção de independência, visto que 6 idosos (18,7%)
relataram não ter o controle completo das funções de urinar e/ou evacuar. Quanto às
atividades instrumentais de vida diária, todos os idosos foram classificados como
independentes, sendo a média de pontuação 25 ± 2,1 pontos, variando entre 19 e 27
pontos.
Na tabela 3, estão descritos os resultados dos dados obtidos pelo instrumento SF-36,
no qual foi observado pior desempenho no domínio Limitações por Aspectos Físicos
e melhores pontuações no domínio Saúde Mental.
Tabela 3. Pontuação nos domínios do SF-36
Mínimo Máxima Média DP
Componente Físico Capacidade Funcional 15 100 81,9 19,4 Limitações por Aspectos Físicos 0 100 73,3 35,6 Dor 21 100 75,9 25,9 Estado Geral de Saúde 25 97 77 18,4
Componente Mental Vitalidade 45 100 82 15,3 Aspectos Sociais 25 100 81,6 26,2 Aspectos Emocionais 0 100 80,2 35,8 Saúde Mental 16 100 84,3 19,2
DP= desvio padrão
Para determinar a associação entre os diferentes níveis de atividade física e o
desempenho funcional em atividades básicas de vida diária, foi utilizado o teste qui-
quadrado, que indicou não existir associação entre as variáveis (p > 0,05). Não foi
35
possível estabelecer associação entre os níveis de atividade física e o desempenho
funcional em atividades instrumentais de vida diária, uma vez que todos os idosos
foram categorizados como independentes. Para comparar a pontuação no
componente físico (Gráfico 1) e mental (Gráfico 2), entre os níveis de atividade física
dos idosos, utilizou-se o teste Mann-Whitney. O resultado do teste indicou que não
existe diferença significante da qualidade de vida entre as categorias moderadamente
ativa e ativa (p > 0,05) nos componentes físico e mental.
36
DISCUSSÃO
A prática de atividade física regular é um recurso primordial para o aumento da função
física, uma vez que influencia na manutenção da qualidade de vida e no desempenho
em atividades de vida diária em indivíduos mais velhos20. Na presente pesquisa, a
maior parte dos idosos que praticavam exercícios eram do sexo feminino, dados
semelhantes aos achados de pesquisadores em outros estudos11, 21. Provavelmente,
a maior participação das mulheres no grupo de idosos ocorre devido à elevada
demanda das mesmas pelos serviços de saúde.
Sabendo que a idade é vista como um dos determinantes de risco para o
desenvolvimento de doenças crônicas e debilitantes22, Cavalcanti et al.23, com o
objetivo de verificar a prevalência de tais distúrbios em um grupo de idosos da
37
Paraíba, constataram o predomínio da Hipertensão Arterial Sistêmica nos indivíduos
analisados. Da mesma forma, Rocha et al.24, no estado da Bahia, observaram a
prevalência de Hipertensão Arterial, seguida por Hipercolesterolemia, Diabetes
Mellitus e Cardiopatia, sendo tais dados condizentes com os achados da presente
pesquisa.
Muito se discute sobre a importância da atividade física na promoção do
envelhecimento saudável, uma vez que, quando executada de forma regular,
desempenha um importante papel na saúde da população, em especial na saúde do
idoso25. De acordo com Golubic et al.26 a atividade física pode ser realizada em
diferentes contextos do cotidiano, incluindo tarefas domésticas, transporte, trabalho e
lazer.
Os resultados do presente estudo são condizentes com os dados encontrados em
estudo realizado por Toscano e Oliveira27, onde as atividades domésticas foram as
que mais contribuíram para o aumento da demanda energética, seguidas do lazer e
locomoção. Acredita-se que tais resultados ocorreram em virtude do predomínio de
mulheres na pesquisa. As atividades físicas no trabalho foram as que menos
contribuíram para a atividade física total, fato já esperado devido a maior parte da
amostra estudada ser aposentada.
Pode-se afirmar que, em razão das alterações decorrentes do processo de
envelhecimento e das patologias corriqueiras nessa faixa etária, ocorre uma
debilidade na capacidade de executar as atividades de vida diária5. Entretanto, ao
examinar os resultados obtidos na pesquisa, foi constatado que todos os idosos eram
independentes nas tarefas instrumentais do cotidiano e, em relação às atividades
básicas, apenas as funções vesical e intestinal apresentaram baixas pontuações.
Em contrapartida, Smanioto e Haddad28, ao verificarem o desempenho funcional em
204 idosos institucionalizados, observaram que somente 33,3% dos indivíduos eram
independentes para realizar as atividades básicas de vida diária. Levando-se em
consideração que os participantes da presente pesquisa apresentavam adequado
nível de atividade física, pode-se supor que idosos praticantes de atividade física
apresentam menor dependência em seu dia a dia.
38
Os achados desse estudo mostram médias elevadas em todos os domínios da
qualidade de vida, variando de 73,3 a 84,3. Porém, ao comparar os resultados com o
nível de atividade física dos participantes, não foi possível estabelecer diferença
significante entre os idosos classificados como ativos e moderadamente ativos.
Contudo, Toscano e Oliveira27, em estudo transversal de base populacional, realizado
com objetivo de comparar a qualidade de vida com o nível de atividade física, em uma
amostra de 238 mulheres com idade mínima de 60 anos, concluíram que mulheres
mais ativas, apresentaram resultados superiores no questionário de qualidade de vida
em todos os domínios avaliados.
Silva et al.29 constataram níveis de atividade física semelhantes em idosos sedentários
e aqueles que desempenhavam atividade física regular, visto que indivíduos
sedentários, apesar de não executarem atividade física, realizam outros tipos de
atividades como tarefas domésticas e trabalho, porém esses idosos obtiveram
qualidade de vida reduzida em comparação com o outro grupo, afirmando a
importância da prática de atividade física na qualidade de vida dessa população.
Oliveira, Gomes e Paiva30, em estudo transversal, realizado na região metropolitana
de Vitória - ES, com objetivo de comparar a qualidade de vida de 70 idosos
funcionalmente independentes residentes em instituições de longa permanência e 210
idosos não institucionalizados, encontrou piores níveis de qualidade de vida nos
idosos institucionalizados em comparação ao outro grupo, em todos os domínios
avaliados.
CONCLUSÃO
A atividade física é considerada uma intervenção essencial na promoção e
manutenção da saúde dos idosos, uma vez que produz benefícios nos diversos
sistemas do organismo e atua como coadjuvante no tratamento de inúmeras doenças.
Neste estudo, foi observado que idosos participantes de um grupo de fisioterapia de
uma clínica escola de Vitória apresentam bons níveis de atividade física e
desempenho satisfatório na realização de atividades de vida diária, bem como
pontuações elevadas nos domínios da qualidade de vida. E, ainda que não tenha sido
possível estabelecer diferenças significantes entre as variáveis analisadas, ao
39
comparar os dados obtidos com outros achados, podemos presumir que a atividade
física exerce influência positiva no desempenho funcional em atividades de vida diária
e na qualidade de vida de idosos. Todavia, são necessárias novas pesquisas
envolvendo idosos sedentários, institucionalizados ou restritos ao lar para futuras
comparações com os dados do presente trabalho.
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42
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de envelhecimento implica em diversas modificações nas estruturas e
funções dos indivíduos, culminando em alterações de independência e qualidade de
vida dos mesmos. Logo, a atividade física pode ser considerada uma intervenção
essencial na promoção e manutenção da saúde dos idosos, assim como na redução
das consequências maléficas das mudanças relacionadas à idade, uma vez que
produz benefícios nos diversos sistemas do organismo e atua como coadjuvante no
tratamento de inúmeras doenças.
Foi observado que idosos participantes de um grupo de fisioterapia de uma clínica
escola de Vitória apresentam bons níveis de atividade física e desempenho
satisfatório na realização de atividades de vida diária, bem como pontuações elevadas
nos domínios da qualidade de vida.
Dentre as limitações do estudo podemos citar o pequeno número de participantes na
pesquisa, os resultados semelhantes entre os indivíduos estudados e a falta de um
grupo de idosos classificados como sedentários para a comparação entre os grupos.
Ainda que não tenha sido possível estabelecer diferenças significativas entre as
variáveis analisadas, ao comparar os dados obtidos com outros achados, concluímos
que a atividade física exerce influência positiva nas mudanças relacionadas ao
processo de envelhecimento, bem como no desempenho funcional em atividades de
vida diária e na qualidade de vida de idosos.
Os resultados desse estudo contribuem para o desenvolvimento de estratégias e
ações voltadas para esse grupo populacional no sentido de promover um
envelhecimento saudável. Todavia, são necessárias novas pesquisas envolvendo
idosos sedentários, institucionalizados ou restritos ao lar para futuras comparações
com os dados do presente trabalho.
43
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SUN, W. et al. Quality of life (QOL) of the community-dwelling elderly and associated factors: a population-based study in urban areas of China. Archives of Gerontology and Geriatrics, [S.l.], v. 60, n. 2, p. 311-316, Mar. 2015.
TAAFE, D. R. et al. Physical activity, physical function, and incident dementia in elderly men: the Honolulu–Asia aging study. The Journals of Gerontology Series A: Biological Sciences and Medical Sciences, Estados Unidos, v. 63, n. 5, p. 529-535, May, 2008.
The Hartford Institute for Geriatric Nursing. Katz Index of independence in activities of daily living (ADL). 1998. Disponível em: http://www.hartfordign.org/. Acesso em: 07 jul. 2016.
TOTH, M. J.; BECKETT, T.; POEHLMAAN, E. T. Physical activity and the progressive change in body composition with aging: current evidence and research issues. Medicine & Science in Sports & Exercise, Indianapolis, v. 31, n. 11, p. 590-596, Nov. 1999.
VAGETTI, G. C. et al. Association between physical activity and quality of life in the elderly: a systematic review, 2000-2012. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 36, n. 1, p. 76-88, Jan./Mar. 2014.
WHOQOL GROUP. World Health Organization (Org.). The World Health Organization quality of life assessment (WHOQOL): position paper from the World Health Organization. Social Science & Medicine, [S.l.], v. 41, n. 10, p. 1403-1409, 1995.
WILLIAMS, G. N.; HIGGINS, M. J.; LEWEK, M. D. Aging skeletal muscle: physiologic changes and the effects of training. Physical Therapy Journal, [S.l], v. 82, n. 1, p. 62-68, Jan. 2002.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (Suíça). Global Recommendations on Physical Activity for Health. Genebra. 2010. 58 p.
48
ZAUGG, M.; LUCCHINETTI, E. Respiratory function in the elderly. Anesthesiology Clinics of North America, [S.l.], v. 18, n. 1, p. 47-58, Mar. 2000.
49
APÊNDICES
APÊNDICE A – Carta de Anuência
50
APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
O Sr. (a) está sendo convidado (a) para participar de uma pesquisa, como voluntário. Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. O Sr. (a) tem o direito e a liberdade de retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, seja antes ou depois da coleta de dados, independente do motivo. Em caso de recusa você não será prejudicado (a) de forma alguma. Em caso de dúvida você pode procurar o pesquisador responsável: Edmar Silva Miranda, tel: (27) 98118-7792, e-mail: [email protected] ou entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP-EMESCAM) que avaliou este trabalho no seguinte telefone: (27) 33343586 ou no e-mail: [email protected].
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:
Título do projeto de pesquisa: Atividade física, qualidade de vida e desempenho funcional nas atividades de vida diária de idosos.
Pesquisador responsável: Professor Edmar Silva Miranda Objetivo geral da pesquisa: Correlacionar o nível de atividade física com a qualidade de vida e desempenho funcional nas atividades de vida diária de idosos que participam de um grupo de fisioterapia em uma clínica escola de Vitória. Procedimentos da pesquisa: Os idosos que participam do grupo de fisioterapia da EMESCAM, serão convidados a fazer parte do estudo. Os pacientes que preencherem os critérios de inclusão e aceitarem participar do projeto, assinando o TCLE, serão sujeitos a aplicação de uma ficha de coleta de dados. Em seguida, serão submetidos à aplicação de questionários, através dos seguintes instrumentos: Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida - SF-36, Índice de Katz para identificação da independência na realização de atividades básicas de vida diária, Índice de Lawton-Brody para verificação da independência na realização de atividades instrumentais de vida diária e IPAQ, versão 8, forma longa, semana usual, administrado na forma de entrevista individual para a identificação do nível de atividade física dos idosos. Todas as etapas da pesquisa serão realizadas na EMESCAM, sem custo extra aos voluntários. Riscos e desconfortos: A participação nesta pesquisa envolve risco mínimo aos idosos, por consistir na aplicação de questionários e escalas. Benefícios: A participação nesta pesquisa trará benefícios diretos ao participante, pois poderá comprovar cientificamente a melhora clínica dos idosos. Beneficiaria a população futuramente, pois o presente estudo pode proporcionar o norteamento de estratégias e ações que promovam a melhora da qualidade de vida e funcionalidade dos idosos. Além disso, através da identificação da correlação entre níveis de atividade física, qualidade de vida e desempenho funcional nas atividades de vida diária e divulgação dos resultados da pesquisa pode-se estimular a prática de atividade física na tentativa de melhorar as condições de saúde dos idosos diminuindo os custos para a sociedade e promovendo a participação do idoso no meio social. Custo / Reembolso para o paciente: os pacientes não receberão qualquer tipo de reembolso ou gratificação devido à participação neste estudo. Confidencialidade da pesquisa: garantimos sigilo que assegure a privacidade do participante quanto aos dados confidenciais, divulgando somente os dados diretamente relacionados aos objetivos da pesquisa.
CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO: Eu, ________________________________________________________, RG nº: _______________, CPF nº: ___________________, autorizo a participação no estudo referido. Fui devidamente informado e esclarecido pelos pesquisadores sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes da participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer prejuízo.
Vitória, ____ de ______________ de ______
Nome do paciente:__________________________________________________________________ Assinatura do paciente: ______________________________________________________________ Assinatura do pesquisador responsável: _________________________________________________
51
APÊNDICE C – Ficha de Coleta de Dados
Data da coleta de Dados: _____/_____/______ Ficha nº: ___________
Nome: ____________________________________________________________________
Data de Nascimento: _____/_____/______ Idade: ________ Sexo: ( ) F ( ) M
Cor ou raça:
1. ( ) Branca
2. ( ) Parda
3. ( ) Preta
4. ( ) Amarela
5. ( ) Indígena
Situação conjugal:
1. ( ) Casado(a)
2. ( ) Amigado(a)
3. ( ) Solteiro(a)
4. ( ) Viúvo(a)
5. ( ) Desquitado(a)/ divorciado(a)/separado(a)
6. ( ) Possui namorado
Filhos:
1. ( ) Não
2. ( ) Sim Quantos: _______
Escolaridade:
1. ( ) Sem Escolaridade
2. ( ) Fundamental Incompleto
3. ( ) Fundamental Completo
4. ( ) Ensino Médio Incompleto
5. ( ) Ensino Médio Completo
6. ( ) Ensino Superior Incompleto
7. ( ) Ensino Superior Completo
8. ( ) Mestrado ou Doutorado
9. ( ) Não sabe informar
Renda do Idoso:
1. ( ) Não possui renda
52
2. ( ) Até 1 salário mínimo
3. ( ) De 1 a 2 salários mínimos
4. ( ) De 2 a 3 salários mínimos
5. ( ) De 3 a 4 salários mínimos
6. ( ) Mais de 4 salários mínimos
Situação ocupacional:
1. ( ) Trabalho remunerado
2. ( ) Aposentado
3. ( ) É aposentado(a) e trabalha
4. ( ) Não trabalha
5. ( ) Dona-de-casa
6. ( ) Pensionista / outros benefícios
Presença de morbidades:
1. ( ) Não
2. ( ) Sim Quais:_______________________________________________________
__________________________________________________________________________
Medicamentos em uso:
1. ( ) Não
2. ( ) Sim Quais:_______________________________________________________
__________________________________________________________________________
Tempo de participação no grupo:
1. ( ) 6 Meses
2. ( ) 6 a 12 Meses
3. ( ) Mais de 12 Meses
Frequência Semanal de participação:
1. ( ) 1 vez por semana
2. ( ) 2 vezes por semana
3. ( ) 3 vezes por semana
53
ANEXOS
ANEXO A – Parecer de Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa
54
55
56
ANEXO B – Capa do Periódico
57
ANEXO C – Instrução para os Autores
SALUS – Journal of Health Sciences / Revista de Ciências da Saúde
Os trabalhos enviados para publicação na SALUS devem versar sobre temas
relacionados às ciências da saúde e políticas de saúde.
A revista publica as seguintes categorias de artigos: artigo original, editorial, artigo de
revisão/atualização, relato de caso, comunicação breve e nota prévia, carta ao editor,
trabalho experimental, correlação clínica-cirúrgica e multimídia. A aceitação será feita
baseada na originalidade, significância e contribuição científica. Artigos com objetivos
meramente propagandísticos ou comerciais não serão aceitos.
Os autores são responsáveis pelo conteúdo e informações contidas em seus
manuscritos. A revista será publicada na íntegra no site da revista
(www.salusjournal.org).
Normas
A SALUS adota as Normas de Vancouver – Uniform Requirements for Manuscripts
Submitted to Biomedical Journals, organizadas pelo International Committee of
Medical Journal Editors.
Política de Submissão e Publicação
Só serão considerados para revisão os manuscritos cujos dados não estejam sendo
avaliados por outros periódicos e/ou que não tenham sido previamente publicados.
Os manuscritos aprovados só poderão ser reproduzidos, no todo ou em parte, com o
consentimento expresso do editor da SALUS.
Submissão Eletrônica
Os manuscritos devem ser, obrigatoriamente, submetidos eletronicamente no site
(www.salusjournal.org/login). Quando entrar nesse link, o sistema irá pedir seu nome
de usuário e senha, caso já esteja cadastrado. Caso contrário, clique no botão “Quero
me cadastrar” e faça seu cadastro. Ou ainda, caso tenha esquecido sua senha, use o
mecanismo para lembrar sua senha, que gerará um e-mail contendo sua senha.
58
O sistema de submissão é autoexplicativo e inclui 8 passos:
1º Passo: classificação do artigo
2º Passo: inclusão de título e palavras-chave
3º Passo: cadastro de autores
4º Passo: inclusão de Resumo e Abstract
5º Passo: inclusão do manuscrito propriamente dito com referências
6º Passo: envio de imagens
7º Passo: geração das declarações de transferência de direitos autorais (copyright),
conflito de interesses e cópia do Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa da
Instituição.
8º Passo: envio do artigo/ finalização da submissão
Os textos devem ser editados em Word e as figuras e tabelas devem estar em
arquivos separados.
Mantenha seu cadastro atualizado, pois a comunicação com os autores é
exclusivamente por e-mail. Os autores poderão acompanhar a tramitação de seu
trabalho a qualquer momento no site pelo sistema de gerenciamento de publicações,
por meio do código de fluxo gerado automaticamente pelo sistema, ou ainda pelo título
de seu trabalho. Caso o artigo esteja “fora de padrão”, o autor será avisado por e-mail
e poderá corrigi-lo.
Idioma
Os artigos devem ser redigidos em português ou inglês, empregando linguagem
científica, clara e precisa e evitando-se a informalidade da linguagem coloquial. Para
os trabalhos que não possuírem versão em inglês ou espanhol, a revista providenciará
a tradução. A SALUS publica os artigos em português, inglês e os resumos em
português, inglês e espanhol.
59
Seções do Manuscrito
Título e Autores. O título do trabalho, em português e inglês, deve ser conciso e
informativo. Devem ser fornecidos os nomes completos dos autores, titulação e
vinculação institucional de cada um deles.
Resumo e Abstract. O resumo deve ser estruturado em quatro seções: Objetivo,
Métodos, Resultados e Conclusão. O Resumo em inglês deve seguir a mesma
estrutura do Resumo em português. Devem ser evitadas abreviações. O número
máximo de palavras deve seguir as recomendações da tabela (Limites por tipo de
artigo). Nos artigos tipo Relatos de Casos, o resumo não deve ser estruturado
(informativo ou livre). As Correlações clínico-cirúrgicas e seções Multimídia dispensam
resumo.
Descritores e Descriptors: Também devem ser incluídos de três a cinco descritores
(palavras-chave). Os descritores podem ser consultados no endereço
eletrônico http://decs.bvs.br/, que contém termos em português e inglês
ouwww.nlm.nih.gov/mesh, para termos somente em inglês, ou nos respectivos links
disponíveis no sistema de submissão da revista.
Corpo do manuscrito. Os Artigos Originais e Trabalhos Experimentais devem ser
divididos nas seguintes seções: Introdução, Método, Resultados, Discussão,
Conclusão e Agradecimentos (opcional). Os Relatos de Caso devem ser estruturados
nas seções: Introdução, Relato do Caso e Discussão; e as Correlações clínico-
cirúrgicas em Dados Clínicos, Eletrocardiograma, Radiograma, Ecocardiograma,
Diagnóstico e Operação. A seção Multimídia deve apresentar as seguintes seções:
Caracterização do Paciente e Descrição da Técnica Empregada. Os Artigos de
Revisão e Artigos Especiais podem ser estruturados em seções a critério do autor.
As Cartas ao Editor, em princípio, devem comentar, discutir ou criticar artigos
publicados na SALUS, mas também podem versar sobre outros temas de interesse
geral. Recomenda-se tamanho máximo de 1000 palavras, incluindo referências, que
não devem exceder a cinco, podendo ou não incluir título. Sempre que cabível e
60
possível, uma resposta dos autores do artigo em discussão será publicada junto com
a carta.
Referências
As referências dos documentos impressos e eletrônicos devem ser normalizadas de
acordo com o estilo Vancouver, elaborado pelo International Committee of Medical
Journal Editors (ICMJE, disponível em: http://www.icmje.org).
As referências devem ser identificadas, no corpo do texto, com algarismos arábicos,
sobrescrito, obedecendo à ordem de citação no texto. A acurácia das referências é de
responsabilidade do autor. Se forem citadas mais de duas referências em sequência,
apenas a primeira e a última devem ser digitadas, sendo separadas por um traço
(Exemplo: 6-9). Em caso de citação alternada, todas as referências devem ser
digitadas, separadas por vírgula (Exemplo: 6,7,9).
Publicações com até 6 autores, devem ser citados todos os autores; publicações com
mais de 6 autores, citam-se os 6 primeiros seguidos da expressão latina “et al.”.
Títulos de periódicos devem ser abreviados de acordo com o List of Journals Indexed
for MEDLINE (disponível em:http://www.nlm.gov/tsd/serials/lji.html). Exemplos de
referências podem ser consultados no site:
http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html
Tabelas e Figuras
As Tabelas e Figuras devem ser numeradas de acordo com a ordem de aparecimento
no texto, conter um título e estar em arquivos separados. As tabelas não devem conter
dados redundantes já citados no texto. Devem ser abertas nos lados e com fundo
totalmente branco. As abreviaturas utilizadas nas tabelas devem ser mencionadas em
ordem alfabética, no rodapé, com as respectivas formas por extenso. Da mesma
forma, as abreviaturas empregadas nas figuras devem ser explicitadas nas legendas.
As figuras somente serão publicadas em cores se o autor concordar em arcar com os
custos de impressão das páginas coloridas. Só serão aceitas imagens nos formatos
TIFF ou JPEG, com resolução mínima de acordo com o tipo de imagem, tanto para
imagens em preto e branco como para imagens em cores, conforme a Tabela abaixo.
61
A SALUS solicita que os autores arquivem em seu poder as imagens originais, pois
caso as imagens submetidas on-line apresentem algum impedimento para impressão,
entraremos em contato para que nos envie estes originais.
Limites por Tipo de Artigo
Visando racionalizar o espaço da revista e permitir maior número de artigos por
edição, devem ser observados os critérios abaixo delineados por tipo de publicação.
A contagem eletrônica de palavras deve incluir a página inicial, resumo, texto,
referências e legenda de figuras. Os títulos têm limite de 100 caracteres (contando-se
os espaços) para Artigos Originais, Artigos de Revisão e Atualização e Trabalho
Experimental e de 80 caracteres (contando-se os espaços) para as demais categorias.
Artigo Original
N.º máximo de autores 10
Resumo – N.º máximo de palavras 250
N.º máximo de palavras 6.000
N.º máximo de referências 40
N.º de tabelas e figuras 8
Título Abreviado —
62
ANEXO D – Questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ Forma Longa
As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade física em uma semana normal/habitual
Para responder às questões lembre que:
Atividades físicas vigorosas são aquelas que precisam de um grande esforço físico e que fazem respirar muito mais forte que o normal.
Atividades físicas moderadas são aquelas que precisam de algum esforço físico e que fazem respirar um pouco mais forte que o normal.
Atividades físicas leves são aquelas em que o esforço físico é normal, fazendo com que a respiração seja normal.
DAS QUESTÕES 1B a 4C O QUADRO ABAIXO DEVERÁ ESTAR DISPONÍVEL PARA PREENCHIMENTO
Dia da Semana
Tempo horas/min.
Manhã Tarde Noite
Segunda-feira
Terça-feira
Quarta-feira
Quinta-feira
Sexta-feira
Sábado
Domingo
DOMÍNIO 1 – ATIVIDADE FÍSICA NO TRABALHO: Este domínio inclui as atividades que você faz no seu trabalho remunerado ou voluntário, e as atividades na universidade, faculdade ou escola (trabalho intelectual). Não incluir as tarefas domésticas, cuidar do jardim e da casa ou tomar conta da sua família. Estas serão incluídas no Domínio 3. 1a. Atualmente você tem ocupação remunerada ou faz trabalho voluntário fora de sua casa? ( ) Sim ( ) Não – Caso você responda não, Vá para o Domínio 2: Transporte As próximas questões relacionam-se com toda a atividade física que você faz em uma semana normal/habitual, como parte do seu trabalho remunerado ou voluntário. Não inclua o transporte para o trabalho. Pense apenas naquelas atividades que durem pelo menos 10 minutos contínuos dentro de seu trabalho: 1b. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você realiza atividades VIGOROSAS como: trabalho de construção pesada, levantar e transportar objetos pesados, cortar lenha, serrar madeira, cortar grama, pintar casa, cavar valas ou buracos, subir escadas como parte do seu trabalho remunerado ou voluntário, por pelo menos 10 MINUTOS CONTÍNUOS? _____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para a questão 1c.
63
1c. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você realiza atividades MODERADAS, como: levantar e transportar pequenos objetos, lavar roupas com as mãos, limpar vidros, varrer ou limpar o chão, carregar crianças no colo, como parte do seu trabalho remunerado ou voluntário, por pelo menos 10 MINUTOS CONTÍNUOS? _____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para a questão 1d. 1d. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você CAMINHA, NO SEU TRABALHO remunerado ou voluntário por pelo menos 10 MINUTOS CONTÍNUOS? Por favor, não inclua o caminhar como forma de transporte para ir ou voltar do trabalho ou do local que você é voluntário. _____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para a Domínio 2 - Transporte. DOMÍNIO 2 – ATIVIDADE FÍSICA COMO MEIO DE TRANSPORTE Estas questões se referem à forma normal como você se desloca de um lugar para outro, incluindo seu grupo de convivência para idosos, igreja, supermercado, trabalho, cinema, lojas e outros. 2a. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você ANDA DE ÔNIBUS E CARRO/MOTO? _____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para questão 2b. Agora pense somente em relação a caminhar ou pedalar para ir de um lugar a outro em uma semana normal. 2b. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você ANDA DE BICICLETA para ir de um lugar para outro por pelo menos 10 minutos contínuos? (Não inclua o pedalar por lazer ou exercício) _____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para a questão 2d. 2c. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você CAMINHA para ir de um lugar para outro, como: ir ao grupo de convivência para idosos, igreja, supermercado, médico, banco, visita a amigo, vizinho e parentes por pelo menos 10 minutos contínuos? (NÃO INCLUA as Caminhadas por Lazer ou Exercício Físico) _____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para o Domínio 3. DOMÍNIO 3 – ATIVIDADE FÍSICA EM CASA OU APARTAMENTO: TRABALHO, TAREFAS DOMÉSTICAS E CUIDAR DA FAMÍLIA Esta parte inclui as atividades físicas que você faz em uma semana normal/habitual dentro e ao redor da sua casa ou apartamento. Por exemplo: trabalho doméstico, cuidar do jardim, cuidar do quintal, trabalho de manutenção da casa e para cuidar da sua família. Novamente pense somente naquelas atividades físicas com duração por pelo menos 10 minutos contínuos. 3a. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você faz Atividades Físicas VIGOROSAS AO REDOR DE SUA CASA OU APARTAMENTO (QUINTAL OU JARDIM) como: carpir, cortar lenha, serrar madeira, pintar casa, levantar e transportar objetos pesados, cortar grama, por pelo menos 10 MINUTOS CONTÍNUOS? _____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para a questão 3b. 3b. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você faz atividades MODERADAS AO REDOR de sua casa ou apartamento (jardim ou quintal) como: levantar e carregar pequenos objetos, limpar a garagem, serviço de jardinagem em geral, por pelo menos 10 minutos contínuos?
64
_____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para questão 3c. 3c. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal você faz atividades MODERADAS DENTRO da sua casa ou apartamento como: carregar pesos leves, limpar vidros e/ ou janelas, lavar roupas a mão, limpar banheiro e o chão, por pelo menos 10 minutos contínuos? _____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para o Domínio 4. DOMÍNIO 4 – ATIVIDADES FÍSICAS DE RECREAÇÃO, ESPORTE, EXERCÍCIO E DE LAZER Este domínio se refere às atividades físicas que você faz em uma semana normal/habitual unicamente por recreação, esporte, exercício ou lazer. Novamente pense somente nas atividades físicas que você faz por pelo menos 10 minutos contínuos. Por favor não inclua atividades que você já tenha citado. 4a. Sem contar qualquer caminhada que você tenha citado anteriormente, quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal, você CAMINHA (exercício físico) no seu tempo livre por PELO MENOS 10 MINUTOS CONTÍNUOS? _____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para questão 4c. 4b. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal, você faz atividades VIGOROSAS no seu tempo livre como: correr, nadar rápido, musculação, canoagem, remo, enfim, esportes em geral por pelo menos 10 minutos contínuos? _____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para questão 4d. 4c. Quantos dias e qual o tempo (horas e minutos) durante uma semana normal, você faz atividades MODERADAS no seu tempo livre como: pedalar em ritmo moderado, jogar voleibol recreativo, fazer hidroginástica, ginástica para a terceira idade, dançar... pelo menos 10 minutos contínuos? _____ horas ______min. _____dias por semana ( ) Nenhum. Vá para o Domínio 5. DOMÍNIO 5 – TEMPO GASTO SENTADO Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado em diferentes locais como exemplo: em casa, no grupo de convivência para idosos, no consultório médico e outros. Isso inclui o tempo sentado, enquanto descansa, assiste a televisão, faz trabalhos manuais, visita amigos e parentes, faz leituras, telefonemas e realiza as refeições. Não inclua o tempo gasto sentando durante o transporte em ônibus, carro, trem e metrô. 5a. Quanto tempo, no total, você gasta sentado durante UM DIA de semana normal? UM DIA ______horas ____minutos
Dia da Semana Um dia
Tempo horas/min. Manhã Tarde Noite
5b. Quanto tempo, no total, você gasta sentado durante UM DIA de final de semana normal? UM DIA ______horas ____minutos
Final da Semana Um dia
Tempo horas/min. Manhã Tarde Noite
65
ANEXO E – Índice de Katz
66
ANEXO F – Índice de Lawton-Brody
1. O (a) Sr. (a) consegue usar o telefone?
Sem ajuda 3
Com ajuda parcial 2
Não consegue 1
2. O (a) Sr. (a) consegue ir a locais distantes, usando algum transporte, sem necessidade de
planejamentos especiais?
Sem ajuda 3
Com ajuda parcial 2
Não consegue 1
3. O (a) Sr. (a) consegue fazer as compras?
Sem ajuda 3
Com ajuda parcial 2
Não consegue 1
4. O (a) Sr. (a) consegue preparar suas próprias refeições?
Sem ajuda 3
Com ajuda parcial 2
Não consegue 1
5. O (a) Sr. (a) consegue arrumar a casa?
Sem ajuda 3
Com ajuda parcial 2
Não consegue 1
6. O (a) Sr. (a) consegue fazer os trabalhos manuais domésticos, como pequenos reparos?
Sem ajuda 3
Com ajuda parcial 2
Não consegue 1
7. O (a) Sr. (a) consegue lavar e passar sua roupa?
Sem ajuda 3
Com ajuda parcial 2
Não consegue 1
8. O (a) Sr. (a) consegue tomar seus remédios na dose certa e horários corretos?
Sem ajuda 3
Com ajuda parcial 2
Não consegue 1
9. O (a) Sr. (a) consegue cuidar de suas finanças?
Sem ajuda 3
Com ajuda parcial 2
Não consegue 1
67
ANEXO G – Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida – Sf-36
1- Em geral você diria que sua saúde é:
Excelente Muito Boa Boa Ruim Muito Ruim
1 2 3 4 5
2- Comparada há um ano atrás, como você se classificaria sua idade em geral, agora?
Muito Melhor Um Pouco Melhor Quase a Mesma Um Pouco Pior Muito Pior
1 2 3 4 5
3- Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas atividades? Neste caso, quando?
Atividades Sim, dificulta
muito Sim, dificulta um
pouco
Não, não dificulta de
modo algum
a) Atividades Rigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar em esportes árduos.
1 2 3
b) Atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar
bola, varrer a casa. 1 2 3
c) Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3
d) Subir vários lances de escada 1 2 3
e) Subir um lance de escada 1 2 3
f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3
g) Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3
h) Andar vários quarteirões 1 2 3
i) Andar um quarteirão 1 2 3
j) Tomar banho ou vestir-se 1 2 3
4- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou com alguma atividade regular, como conseqüência de sua saúde física?
Sim Não
a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?
1 2
b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2
c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras atividades. 1 2
d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex. necessitou de um esforço extra).
1 2
5- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)?
Sim Não
a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?
1 2
b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2
c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz.
1 2
6- Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, amigos ou em grupo?
De forma nenhuma Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente
1 2 3 4 5
7- Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?
Nenhuma Muito leve Leve Moderada Grave Muito grave
1 2 3 4 5 6
68
8- Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho normal (incluindo o trabalho dentro de casa)?
De maneira alguma Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente
1 2 3 4 5
9- Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma resposta que mais se aproxime de maneira como você se sente, em relação às últimas 4 semanas.
Todo
Tempo
A maior parte do tempo
Uma boa parte do tempo
Alguma parte do tempo
Uma pequena parte do tempo
Nunca
a) Quanto tempo você tem se sentindo cheio de vigor,
de vontade, de força? 1 2 3 4 5 6
b) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa
muito nervosa? 1 2 3 4 5 6
c) Quanto tempo você tem se sentido tão deprimido que nada pode anima-lo?
1 2 3 4 5 6
d) Quanto tempo você tem se sentido calmo ou
tranqüilo? 1 2 3 4 5 6
e) Quanto tempo você tem se sentido com muita
energia? 1 2 3 4 5 6
f) Quanto tempo você tem se sentido desanimado ou
abatido? 1 2 3 4 5 6
g) Quanto tempo você tem se sentido esgotado?
1 2 3 4 5 6
h) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa
feliz? 1 2 3 4 5 6
i) Quanto tempo você tem se sentido cansado?
1 2 3 4 5 6
10- Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc)?
Todo Tempo
A maior parte do tempo
Alguma parte do tempo
Uma pequena parte do tempo
Nenhuma parte do tempo
1 2 3 4 5
11- O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?
Definitivamente
verdadeiro
A maioria das vezes
verdadeiro Não sei
A maioria das vezes
falso
Definitiva- mente falso
a) Eu costumo obedecer um pouco mais facilmente
que as outras pessoas 1 2 3 4 5
b) Eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa
que eu conheço 1 2 3 4 5
c) Eu acho que a minha
saúde vai piorar
1
2
3
4
5
69
d) Minha saúde é excelente
1 2 3 4 5
CÁLCULO DOS ESCORES DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA Fase 1: Ponderação dos dados
Questão Pontuação
01 Se a resposta for 1 2 3 4 5
Pontuação 5,0 4,4 3,4 2,0 1,0
02 Manter o mesmo valor
03 Soma de todos os valores
04 Soma de todos os valores
05 Soma de todos os valores
06 Se a resposta for 1 2 3 4 5
Pontuação 5 4 3 2 1
07 Se a resposta for 1 2 3 4 5 6
Pontuação 6,0 5,4 4,2 3,1 2,0 1,0
08
A resposta da questão 8 depende da nota da questão 7 Se 7 = 1 e se 8 = 1, o valor da questão é (6)
Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 1, o valor da questão é (5) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 2, o valor da questão é (4) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (3) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 4, o valor da questão é (2) Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (1)
Se a questão 7 não for respondida, o escorre da questão 8 passa a ser o seguinte:
Se a resposta for (1), a pontuação será (6) Se a resposta for (2), a pontuação será (4,75) Se a resposta for (3), a pontuação será (3,5) Se a resposta for (4), a pontuação será (2,25) Se a resposta for (5), a pontuação será (1,0)
09 Nesta questão, a pontuação para os itens a, d, e, h, deverá seguir a seguinte orientação:
Se a resposta for 1, o valor será (6) Se a resposta for 2, o valor será (5) Se a resposta for 3, o valor será (4) Se a resposta for 4, o valor será (3) Se a resposta for 5, o valor será (2) Se a resposta for 6, o valor será (1)
Para os demais itens (b, c, f, g, i), o valor será mantido o mesmo
10 Considerar o mesmo valor.
70
11 Nesta questão os itens deverão ser somados, porém os itens b e d deverão seguir a seguinte pontuação:
Se a resposta for 1, o valor será (5) Se a resposta for 2, o valor será (4) Se a resposta for 3, o valor será (3) Se a resposta for 4, o valor será (2) Se a resposta for 5, o valor será (1)
Fase 2: Cálculo do Raw Scale Domínio: Valor obtido nas questões correspondentes – Limite inferior x 100 Variação (Score Range) Na fórmula, os valores de limite inferior e variação (Score Range) são fixos e estão estipulados na tabela abaixo.
Domínio Pontuação das questões correspondidas
Limite inferior Variação
Capacidade funcional 03 10 20
Limitação por aspectos físicos
04 4 4
Dor 07 + 08 2 10
Estado geral de saúde 01 + 11 5 20
Vitalidade 09 (somente os itens a + e + g + i)
4 20
Aspectos sociais 06 + 10 2 8
Limitação por aspectos emocionais
05 3 3
Saúde mental 09 (somente os itens b + c + d + f + h)
5 25