o estudo das embalagens para compreensão da geometria plana e
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I SEMINARIO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA – SID/PIBID, Barretos. v. 1, n.1, março 2015. Anais…
O ESTUDO DAS EMBALAGENS PARA COMPREENSÃO DA GEOMETRIA PLANA E ESPACIAL NO ENSINO FUNDAMENTAL II1
Isabella Alves Brunetti; Ana Laura Alves; Yasmini C. V. Pinatti2; Lindamar Maria de Souza3 Vagner Ricardo Araujo Pereira4; Maria Cristina Senhorini5.
RESUMO A presença e importância das embalagens no cotidiano das pessoas estimulou o desenvolvimento deste projeto, que se propôs a utilizá-las como objeto de ensino e aprendizagem da geometria plana e espacial a partir da análise e associação com as formas geométricas planas e espaciais. Durante o desenvolvimento do projeto, foram contemplados também outros temas interdisciplinares como arte, ciências da natureza, história e português, buscando dar significado à aprendizagem comparando as formas geométricas com meios que convivemos diariamente. O projeto foi desenvolvido com estudantes do 9° ano do ensino fundamental, durante as aulas de matemática, com participação ativa dos bolsistas de iniciação à docência do projeto PIBID Interdisciplinar. Foram realizadas pesquisas na internet acerca dos fatores envolvidos na cadeia produtiva das embalagens, desde o seu surgimento até os dias atuais e os impactos da mesma sobre o meio ambiente. Os resultados subsidiaram debates entre os estudantes e a produção de textos, contemplando o desenvolvimento de habilidades de oralidade e escrita dos estudantes, normalmente delegados à disciplina de português. PALAVRAS-CHAVES: Embalagens, geometria plana e espacial, interdisciplinaridade.
I – INTRODUÇÃO
As primeiras embalagens surgiram há mais de 10.000 anos e serviam como simples
recipientes para beber ou estocar. Segundo a ABRE - Associação Brasileira de Embalagem,
a embalagem tornou-se ferramenta crucial para atender à sociedade em suas necessidades
de alimentação, saúde, conveniência, disponibilizando produtos com segurança e 1 Trabalho realizado com o apoio material e financeiro do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. 2 Estudantes do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Superior de Educação – ISE, do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos – UNIFEB. 3 Professora Dra. do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Superior de Educação – ISE, do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos – UNIFEB. 4 Professor Me. pela Universidade Federal de São Carlos e Professor do Curso de Licenciatura em Física do Instituto Superior de Educação – ISE, do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos – UNIFEB 5 Professor Maria Cristina Senhorini da Escola Paulina Nunes Moraes da Educação Básica do Município de Barretos ou da Diretoria de Ensino de Barretos
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informação para o bem estar das pessoas, possibilitando a acessibilidade a produtos
frágeis, perecíveis, de alto ou baixo valor agregado (FORLIN; 2002).
A convivência de todos os indivíduos com as embalagens favorece a utilização das
mesmas como objetos de ensino e aprendizagem de geometria, na medida em que constitui
um exemplo prático da aplicação dos conceitos para resolução dos problemas do dia a dia e
favorece a aprendizagem significativa (AUSUBEL, 2003; VIDALETTI, 2009; TANBELLINI E
BRANDÃO, 2010).
O estudo interdisciplinar também pode ser alcançado através da análise da
composição química das embalagens, da relação entre os produtos que acondicionam e a
meia vida dos mesmos, das ciências da natureza que podem focalizar sua relação com o
meio ambiente e a utilização das mesmas como criadouros de insetos entre outros, entre
outros.
Em reconhecimento à presença e importância das embalagens no cotidiano das
pessoas, este projeto se propôs a utilizá-las como objeto de ensino e aprendizagem da
geometria plana e espacial, contemplando outros temas interdisciplinares como arte,
ciências da natureza, história e português, buscando dar significado à aprendizagem
(AUSUBEL, 2003; VIDALETTI, 2009).
II – METODOLOGIA Este projeto foi realizado com os alunos do 9° ano do colégio Paulina Nunes de
Moraes, durante as aulas de matemática, com o auxílio de bolsistas de iniciação à docência
do PIBID e da professora supervisora entre os meses de abril e novembro de 2014.
Solicitou-se aos estudantes que coletassem e trouxessem para as aulas de
matemática, embalagens de produtos utilizados em suas casas. Os estudantes foram
instruídos a pesquisar na internet o histórico, composição, destino pós-utilização e tempo de
degradação. Os bolsistas de iniciação à docência promoveram uma discussão sobre a
história das embalagens, o seu uso correto e para que tipo de produto se destina cada
embalagem.
Durante o projeto, os estudantes analisaram os tipos de embalagens dos produtos e
compararam-nas às figuras sólidas geométricas aprendidas nas aulas de geometria, para
melhor aprende-los e associa-los o seu uso ao dia a dia, numa perspectiva de
aprendizagem significativa. Os estudantes desconstruíram as embalagens, mediram e
anotaram as medidas para realização de cálculos como área, perímetro e ângulos.
Posteriormente, construíram novamente as embalagens.
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Os estudantes redigiram textos sobre as embalagens abrangendo temas
interdisciplinares como ciências da natureza, história e português.
III - RESULTADOS E DISCUSSÃO A pesquisa sobre os fatores envolvidos na produção, utilização, destino pós-uso e
degradação realizada pelos alunos, possibilitou aos mesmos a aquisição de informações
sobre a cadeia produtiva envolvida nas embalagens. A pesquisa gerou debate coletivo entre
os alunos, durante os quais exploraram-se a oralidade e conscientização sobre questões
para as quais os estudantes não haviam pensado como por exemplo, se há diferenças entre
o acondicionamento do leite em embalagem tetra pak ou vidro. Além das questões
relacionadas à qualidade do produto, como meia vida, eram discutidos os aspectos
relacionados à possibilidade de reutilização da embalagem e ao tempo de degradação das
mesmas, mostrando a relação entre o conteúdo aprendido e a prática ambiental. Estas
questões exploradas nos debates subsidiaram a redação de textos informativos, um recurso
que está tradicionalmente vinculado à disciplina de português e não usual durante as aulas
de matemática (Figura 1).
Figura 1: Textos produzidos pelos estudantes sobre embalagens, sua ação no ambiente e tempo de degradação.
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A desconstrução das embalagens e planificação das mesmas permitiu aos alunos
realizarem a medição da área, ângulos, perímetro e realização de cálculos. Finalmente, os
estudantes compararam as embalagens às figuras geométricas e fizeram o reconhecimento
dos sólidos geométricos. Esta atividade trouxe significado ao estudo do conteúdo de
geometria e mostrou a aplicação prática do conhecimento ao dia a dia, na resolução do
problema “como embalar um produto”.
Este projeto contemplou a teoria da aprendizagem significativa proposta por Ausubel
(2003), que coloca o aluno como ator principal do processo de construção do conhecimento
valorizando aquilo que o estudante já conhece sobre o tema. De acordo com esta teoria, a
escola e o ensino formal têm a função de agregar conhecimento científico àquele que o
aluno já trás consigo e que deve ser o motivador intrínseco para a aquisição de
sistematização do ensino formal.
IV – CONCLUSÕES
O estudo das embalagens mostrou-se eficiente recurso pedagógico para promoção
da aprendizagem significativa do conteúdo de geometria. Os alunos demonstraram
habilidades em reconhecer as formas geométricas das embalagens utilizadas no cotidiano e
maior entendimento sobre o uso correto de cada embalagem.
Durante a execução do projeto os alunos informaram-se e conscientizaram-se sobre
temas interdisciplinares envolvidos na cadeia produtiva das embalagens, tais como ciências
naturais, história e português.
O debate entre os estudantes estimulou a oralidade e, posteriormente o
desenvolvimento da escrita, habilidades pouco exploradas durante as aulas de matemática
tradicionais.
AGRADECIMENTOS
Os autores deste trabalho agradecem o apoio recebido da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. Aos coordenadores do projeto e a professora supervisora e a escola.
REFERÊNCIAS
AUSUBEL, D. P. Aquisição e retenção do conhecimento: uma perspectiva cognitiva. Tradução de Ligia Teopista. Rio de Janeiro: Plátano, 2003.
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FORLIN, F. S.; FARIA, J. A. F. Reciclagem de embalagens plásticas. Polímeros: Ciência e Tecnologia, UNICAMP vol. 12, nº 1, p. 1-10, 2002.
PELLEGRINO, L. O que é uma embalagem. ABRE- Associação Brasileira de Embalagem. São Paulo. Disponível em: http://www.abre.org.br/setor/apresentacao-do-setor/a-embalagem/ Acesso em: fev. de 2015
TANBELLINI, M. J. G. S.; BRANDÃO, L.O. Geometria Interativa como Facilitador no Ensino e Aprendizagem de Matemática: estudo com duas turmas de série do ensino fundamental. Departamento de Ciências da Computação – IME-USP. 2010.
VIDALETTI, V. B. B. Ensino e aprendizagem da geometria especial a partir da manipulação de sólidos. BDU-Biblioteca Digital UNIVATES. Lajeado, abril, 2009.