o estado verde - edição 22308 - 29 de julho de 2014

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ANO VI - EDIÇÃO N o 348 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 29 de julho de 2014 INFORMAÇÃO AMBIENTAL Relatórios serão acessados com a mesma facilidade que ocorre com o de balneabilidade das praias, afirma Semace. OCEANO Encontrado “o ‘coração’ dos recifes de coral do Brasil” Por anos despercebida, formação foi encontrada por acaso em imagens de satélite durante estudos para o mapeamento físico de recifes do Parque Municipal Marinho da Coroa Alta, em Santa Cruz Cabrália. SEGURANÇA HÍDRICA Retirar o sal da água é uma alternativa No Ceará, o processo já ocorre em poços onde a água é salobra. Em São Paulo, filtro separa o sal da água do mar. Págs. 6 e 7 Pág. 12 DIVULGAÇÃO Págs. 9 e 10 Agência Nacional de Águas publicará laudos dos rios na Internet TIAGO STILLE

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Jornal O Estado (Ceará)

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Page 1: O Estado Verde - Edição 22308 - 29 de julho de 2014

ANO VI - EDIÇÃO No 348FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL

Terça-feira, 29 de julho de 2014

INFORMAÇÃO AMBIENTAL

Relatórios serão acessados com a mesma facilidade que ocorre com o de balneabilidade das praias, afirma Semace. OCEANO

Encontrado “o ‘coração’ dos recifes de coral do Brasil”

Por anos despercebida, formação foi encontrada por acaso em imagens de satélite durante estudos para o mapeamento físico de recifes do Parque Municipal Marinho da Coroa Alta, em Santa Cruz Cabrália.

SEGURANÇA HÍDRICARetirar o sal da água é uma alternativa

No Ceará, o processo já ocorre em poços onde a água é salobra. Em São Paulo, filtro separa o sal da água do mar.

Págs. 6 e 7

Pág. 12

DIVU

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ÃO

Págs. 9 e 10

Agência Nacional de Águas publicará laudos dos rios na Internet

TIAG

O ST

ILLE

Page 2: O Estado Verde - Edição 22308 - 29 de julho de 2014

O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Wevertghom B. Bastos. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Sheryda Lopes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873Verde

TARCILIA [email protected]

SEM FUTUROPara Cristóvam Buarque (PDT),

“está faltando o futuro nos discursos dos nossos candidatos ao cargo de presidente”. Ele declarou, recente-mente, no Senado, que o Brasil está perdendo seu futuro e cobra dos pre-sidenciáveis melhorias na qualidade de vida em longo prazo. O senador espera que os candidatos apresen-tem propostas que melhorem a vida dos brasileiros no presente e no futu-ro, aponta que o caminho é a valoriza-ção do homem e da natureza.

MARINA Qualquer utilização de fotos de Ma-

rina Silva - ou do logo da Rede - em materiais de comunicação ou quais-quer outras atividades de campanha em 13 Estados, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro, dois dos três principais colégios eleitorais do País, constitui--se uso indevido da imagem da Ma-rina. O uso está restrito às candidatu-ras estaduais majoritárias apoiadas, formalmente, pela Rede que apoia o mesmo candidato que o PSB.

MAIS R$ 700 MI PARA BELO MONTEO consórcio construtor de Belo Monte

deve receber cerca de R$ 700 milhões a mais do que o previsto no contrato com a Norte Energia para a construção da usina no Pará. O contrato para a realiza-ção das obras era de R$ 13,8 bilhões. Segundo apurado pela Folha de São Paulo, um aditivo ao contrato original deve ser assinado nas próximas sema-nas. Alguns detalhes ainda estão sendo discutidos, mas a Norte Energia já con-cordou com o pagamento.

BOAParticipantes de audiência pública na

Câmara Federal criticaram a isenção tri-butária para agrotóxicos. Na opinião de pesquisadores e até da Receita Federal, os tributos devem ser utilizados como instrumento para estimular práticas am-bientalmente corretas e controlar o con-sumo de produtos prejudicais a saúde.

REFLEXÃO: “Os recursos naturais têm que ser protegidos para servir tam-bém ao futuro”. Senador Cristóvam Bu-arque (PDT, Distrito Federal).

O State of the Climate 2013, relatório feito por 425 cientistas de 57 países, afi rma que 2013 foi um dos dez anos mais quentes já registrados, e os dados mostram um aumen-to contínuo nas temperaturas atmosféricas e oceânicas e na elevação do nível do mar.

Segundo a Sociedade Meteorológica Americana e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA), o quadro de aquecimento im-pacta na formação de gelo no Ártico e na Antártida, e essas tendências, por sua vez, infl uem na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos. Derretimento do gelo do mar expõe a superfície escura do oceano que em vez de refl etir 70% da luz solar, absorve 90 % da luz solar, como consequência, o oceano se aquece e as tem-peraturas do Ártico sobem, ainda mais, derretendo, ainda mais, o gelo.

Em contraste com as temperaturas de 2012, quando os Estados Unidos, em particular, observou recordes de temperaturas altas anuais, o calor em 2013 foi mais extrema do outro lado do mundo, na Austrália. O relatório mostra, também, que para todos os anos de 1976 até 2013, a temperatura média global fi cou acima da média de longo prazo. As temperaturas terrestres aumentaram em cerca de 0,28 graus Celsius a cada dez anos.

Para os que não acreditam no fenômeno do aquecimento é preciso atentar para o fato de que, muitas vezes, as alterações ambientais que ocorrem no planeta não se dão de um dia para o outro, e são sutis o sufi ciente para que algumas pessoas duvidem das mudanças climáticas em curso, destaca o estudo. O fato é que a grande maioria dos cientistas e estudos já reconhece a existência de um processo de aquecimento na Terra.

AQUECIMENTO GLOBAL

Coluna Verde

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de julho de 2014

VERDE

03 DE AGOSTOCIRCUITO DE CORRIDAS CAIXA - ETAPA FORTALEZA • Um dos principais circuitos de corridas de rua do País e que acontece em algumas das principais cidades brasileiras chega à Fortaleza. Os atletas de elite melhor classifi cados na etapa Fortaleza, assim como os que partici-parão dos demais circuitos, somarão pontos para o “Ranking Nacional de Corredores de Rua CAIXA-CBAt”, os 10 melhores colocados em cada cate-goria (masculino e feminino) receberão ajuda fi nanceira mensal da Caixa.

05 DE AGOSTODIA NACIONAL DA SAÚDE

• O Brasil celebra a “Saúde” neste dia em homenagem ao mé-dico sanitarista, Oswaldo Cruz, nascido em 05 de agosto de 1872 e o pioneiro nos estudos das do-enças tropicais e da medicina experimental no País. A Lei No 5.352, 8/11/1967 criou a data que convida a uma refl exão de como estamos cuidando da nossa saúde. Ser saudável não é apenas não estar doen-te, é um estado que deve ser mantido dia a dia através do equilíbrio orgânico, físico e mental, decorrente de alimentação saudável, boas atividades físicas, cuidados com a higiene pessoal e descanso.

06 DE AGOSTODIA DE HIROSHIMA

• O dia para nunca ser esquecido. A primeira explosão da primeira bom-ba atômica na história da humanidade aconteceu no dia 6 de agosto de 1945, quando, às 8h15m da manhã, o bombardeiro americano Enola Gay, um avião B29, lançou uma bomba apelidada de “Little Boy” (Garotinho), contendo 50 quilos de urânio 235, com potencial destrutivo equivalente a 12,5 mil toneladas de TNT, sobre a cidade de Hiroshima no Japão que resultou destruída. Nos 20 primeiros segundos morreram 70 mil pessoas, número que chegaria a 210 mil nas semanas seguintes. A população local era de aproximadamente 300.000 mil pessoas.

DE 06 A 08 DE AGOSTOFENACOCO 2014

• A Feira Nacional do Coco é o maior e mais importante evento sobre a cadeia produtiva de coco do Brasil, este ano acontecerá em Salvador, Bahia e receberá empresários de todo o país para reciclagem, obtenção de novos co-nhecimentos tecnológicos e realização de negócios.

Durante a Fenacoco 2014 acontecerá o 1o Seminário Internacional sobre o Amarelecimento Letal do Coco e o 1o Encontro Brasileiro de Pequenos Produ-tores de Coco. Mais informações: http://www.fenacoco.com.br/2014

AGENDA VERDE

Page 3: O Estado Verde - Edição 22308 - 29 de julho de 2014

A temperatura continua subin-do. O ano de 2013 foi um dos anos mais quentes, já registra-do, conforme relatório State of

the Climate 2013. O documento avalia as variáveis que indicam o estado climáti-co do planeta e aponta o que os eventos climáticos de 2013 refl etem e o que os pesquisadores, há décadas, vêm falando: a Terra está fi cando um lugar cada dia mais quente. O relatório foi divulgado, este mês, pela Sociedade Meteorológica Americana e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Uni-dos (NOAA, sigla em inglês).

Cientistas do NOAA em Asheville, Ca-rolina do Norte (EUA), serviram como porta vozes do estudo que foi compilado por 425 cientistas de 57 países. O docu-mento fornece uma atualização detalhada dos indicadores globais do clima, eventos climáticos extremos e outros dados mais, coletados nas estações de monitoramen-to ambiental e instrumentos no ar, terra, mar e gelo, ao redor do mundo.

“Estes resultados reforçam o que os cientistas há décadas têm observado: que o nosso planeta está se tornando um lugar bem mais quente”, destacou a administradora do NOAA, Kathryn Sullivan, durante a apresentação do es-tudo. “Este relatório fornece as informa-

ções fundamentais que precisamos para desenvolver ferramentas e serviços para as comunidades, empresas e nações, prepararem-se e, consequentemente, aumentar a capacidade de adaptação às mudanças climáticas”.

O relatório usa dezenas de indicado-res para rastrear padrões, alterações e tendências do sistema climático global, incluindo Gases de Efeito Estufa (GEE); temperaturas ao longo da atmosfera, oceano e da terra; cobertura de nuvens; nível do mar; salinidade oceânica; ex-tensão do gelo do mar; e cobertura de neve. Os indicadores refl etem muitas vezes milhares de medições a partir de vários conjuntos de dados indepen-dentes. O relatório também detalha os

casos de eventos regionais incomuns e extremos, como o super tufão Haiyan , que devastou partes do sudeste da Ásia (Pacífi co Norte), em novembro de 2013.

DESTAQUES DO RELATÓRIO O State of the Climate mostra que,

para todos os anos de 1976 até 2013, a temperatura média global fi cou acima da média de longo prazo. As tempera-turas terrestres aumentaram 0,28 graus Celsius a cada dez anos.

Os oceanos também estão aquecendo, e, embora algumas regiões tenham se apresentado mais frias do que o normal, principalmente na costa oeste da Améri-ca do Sul por causa de fenômenos como o El Niño, as temperaturas da superfície

do oceano subiram em média 0,11 graus Celsius por década durante os 37 anos compreendidos pelo trabalho.

E não é apenas a temperatura da su-perfície oceânica que sobe, o calor, tam-bém chega às partes mais profundas das águas marinhas. Os dados mostram um aumento de locais abaixo dos 700 me-tros de profundidade que apresentaram elevação da temperatura média. Além disso, o nível do mar continua a subir a uma média de 3,2 milímetros por ano nas últimas duas décadas.

Outras informações preocupantes re-ferem-se à extensão de gelo nos polos. Em setembro de 2012, a extensão de gelo no Ártico atingiu seu menor valor já re-gistrado, e em 2013, embora não tenha atingido o recorde de baixa, teve o sexto menor nível desde que iniciaram as me-dições, indicando uma tendência contí-nua de redução do gelo naquele Polo.

Também, grandes concentrações de GEE, incluindo o dióxido de carbono (CO2), metano e óxido nitroso, continua-ram aumentando ano passado, atingindo valores históricos elevados. As concen-trações atmosféricas de CO2 cresceram 2,8 ppm em 2013, atingindo uma média global de 395,3 ppm para o ano.

*Com informações da National Oceanic and Atmospheric Administration

3FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de julho de 2014

VERDE

Relatório da Sociedade Meteorológica Americana sinaliza que o mundo continua esquentando cada vez mais. Estudo foi compilado por 425 cientistas de 57 países

Dados climáticos refletem as tendências de aquecimento

PLANETA AQUECIDO

As temperaturas terrestres aumentaram 0,28 graus Celsius a cada dez anos

Page 4: O Estado Verde - Edição 22308 - 29 de julho de 2014

4 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de julho de 2014

VERDE

A Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho (EAOTPS), dentro do Pro-grama de Formação Básica nas

áreas de conservação e restauração do patrimônio cultural e valorização do pa-trimônio imaterial, abre inscrições para os cursos de Conservação, Restauração e Organização de Acervos Museológicos (CRAM); Aperfeiçoamento em Contex-to de Trabalho de CRAM; Artefatos em Couro; Artefatos em Madeira; Artefatos em Cerâmica; Bordado e Xilogravura.

Poderão concorrer às vagas, jovens na faixa etária de 18 a 29 anos, que tenham habilidades artísticas e/ou manuais que serão comprovadas através de ativi-dades específi cas durante o processo de

seleção. Candidatos aos cursos de Con-servação, Restauração e Organização de Acervos Museológicos (CRAM) e Aper-feiçoamento em Contexto de Trabalho em CRAM devem ter concluído o en-sino médio ou estar cursando o 3º ano. E quanto aos candidatos aos cursos de Artefatos em Couro, Artefatos em Ma-deira, Artefatos em Cerâmica, Xilogra-vura e Bordado, ter concluído ou estar cursando o Ensino Fundamental.

As inscrições dos cursos ofertados são presenciais e gratuitas, o período de ins-crição é de 1 a 14 de agosto, de segunda a sexta-feira, no horário de 8h às 12h e 14h às 17h , na sede da EAOTPS, na Av. Francisco Sá, 1801 - Jacarecanga. Mais informações: (85) 3238.1244.

O nome do consultor do Ministério do Meio Ambiente (MMA) responsável por orientar e reverter os dados de Fortaleza para as ações do Projeto PNUD/BRA/12/019 - Gestão de Emissão de GEE das Copas chama-se João Carlos Nascimento Alcântara, e não José Carlos de Alcântara, como foi publicado na edição do dia 22 de julho no Caderno O Estado Verde.

Escola de Artes e Ofícios abrirá inscrições para novos cursos gratuitos

CAPACITAÇÃO

JORNALISTA E ESCRITOR

Mito da imparcialidadeO desembargador Nalini observa

com a sabença e acuidade que o fez um dos mais respeitados ma-gistrados do Brasil, que “O mito da imparcialidade, já atenuado no con-cernente à atuação do juiz moderno, vem a ser bastante questionado na tutela ambiental. Acima das dispu-tas oferecidas à discussão no foro está o mandamento da preservação do meio ambiente para as presen-tes e futuras gerações.”

Força opressoraEm razão do poderio econômico

que se abate sobre o cotidiano das pessoas em demandas ambientais, eis que Nalini constata: “A força opressora dos interesses materiais é bastante convincente e sabe seduzir por meios aparentemente racionais. Agressões ao ambiente se legiti-mam quando revestidas de justifica-tivas científicas bem elaboradas. As grandes empresas podem recorrer a especialistas capazes de oferecer estudos alentados. O juiz deve estar atento a recordar que a natureza é inerte e morre silente, desatentos os surdos morais ao seu clamor inaudí-vel.” Vê-se daí quantos sofismas não engolimos diariamente para acei-tarmos pacificamente agressões ao meio ambiente.

Função docenteDiante dos desmandos cometidos

contra o meio ambiente e dos desres-peitos à Lex Magna do País, o pro-fessor Nalini lembra a função docen-te do magistrado ao registrar: “Com o objetivo de assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente ecolo-gicamente equilibrado, incumbe ao poder público ‘promover a educação ambiental em todos os níveis de ensi-no e a concientização pública para a preservação do meio ambiente”, con-soante o mandamento constitucional inscrito no art. 225, VI.

Responsabilidade do Judiciário Depois de inúmeras considerações

que merecem ser do conhecimento de todos, o desembargador Nalini, entre outros itens de sua conclusão, observa: “A legislação brasileira sobre o meio ambiente é das mais avan-çadas (...) Entretanto, ao judiciário se atribui considerável parcela de responsabilidade pela inadequada implementação de tão avançada re-alidade normativa. Parece ainda não existir consciência plena de que ao Judiciário também se destina o pre-ceitocontido no art. 225 e seus incisos da Lei Fundamental”. É a sensação que ainda hoje temos, passados qua-se vinte anos da publicação do texto assinado pelo desembargador Nalini.

O JUIZ E A ÉTICA DA PROTEÇÃO AMBIENTALO desembargador José Renato Nalini tem um longo histórico acadêmico

e forense nas lides de defesa do meio ambiente. Foi corregedor e presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. A bibliografia jurídica que assina é rica e qualificada, especialmente no tocante às questões ambien-tais. Há algum tempo fez publicar na Revista de Direito Ambiental (Editora Revista dos Tribunais, Ano I, nº 3, julho/setembro, 1996) um excelente estudo subordinado ao título “O juiz e a ética da proteção ambiental”. Neste artigo discorre sobre a pretensa imparcialidade do magistrado e sua função docen-te, bem como sobre a ética da proteção ao meio ambiente em face do orde-namento legal de que dispõe para julgar as demandas. Nalini reconhece as dificuldades de um magistrado na condução de processos que lhes chegam às mãos, em razão de que “Ainda não existe consciência de que o Judiciário é também destinatário do comando contido no art. 225 e seus incisos, da Lei Fundamental” brasileira. E o mais doloroso é constatar que passados quase vinte anos da publicação deste texto, a situação não mudou muito.

• A Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho tem como missão realizar atividades de capacitação pro-fi ssional em restauração e conservação do patrimônio cultural material, bem como de valorização e recuperação do patrimônio cultural imaterial do Estado do Ceará, ressaltando sua importância e relevo histórico e cultural. Por meio do Instituto de Arte e Cultura do Ceará, com recursos do Fundo de Combate à Pobre-za, a Secretaria da Cultura criou este pro-jeto, voltado para formação profi ssional de jovens identifi cados com habilidades

manuais e residentes em comunidades carentes na capital e interior do Estado.

• A escola é um braço técnico da Se-cretaria de Cultura do Estado que através do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural do Ceará realiza as restaurações dos bens tombados em todo o Estado. O primeiro trabalho de restauro foi o Palacete Thomaz Pompeu Sobrinho, sede da escola. O Conselho possibilita que o Ceará exerça, de fato, a preservação dos seus bens patrimoniais de caráter material e imaterial.

Fonte: http://www.secult.ce.gov.br/

SOBRE A ESCOLA

ERRATA

Page 5: O Estado Verde - Edição 22308 - 29 de julho de 2014

POR TARCILIA [email protected]

Ambientalista, advogada, pro-fessora e candidata ao cargo de senadora do Ceará pelo Partido Social Brasileiro (PSB), Geo-

vana Cartaxo conversou com “O Estado Verde”. Ficou claro que o foco da candi-data que, pela primeira vez disputa uma eleição, é a temática socioambiental. O verde, então, caracteriza a plataforma da mesma. Cartaxo visitou a nossa redação, na tarde do último dia 23, e uma coisa fi cou clara: é uma candidata comprome-tida com a sustentabilidade.

Não poderia ser diferente, ela está ali-nhada, assim como o seu partido, em cin-co grandes eixos com foco na educação e no desenvolvimento sustentável. O pro-grama de governo do presidenciável Edu-ardo Campos (PSB-PE) e da ex-ministra Marina Silva, da Rede, vice na chapa, está comprometido, também, com o investi-mento de 10% do Produto Interno Bruto, em educação. E falar em educação, é o mesmo que falar em meio ambiente e de-senvolvimento com sustentabilidade.

“Estou muito tranquila”, respondeu quando questionei o grande desafi o de enfrentar candidatos ao Senado com larga vivencia no poder, como o ex- se-cretário Mauro Filho e o ex- governador Tasso Jereissati. “Acho que sou a única candidata que traz propostas inovado-ras, que tem propostas fundamentadas em busca de políticas públicas mais ade-quadas ao nosso Estado, aos nossos de-safi os que são, sem dúvida, ambientais, como a convivência com o semiárido, com o Oceano, com a falta da água, com a adaptação às mudanças climáticas”, disse com fi rmeza.

Para ela os dois candidatos contribuí-ram muito com o Ceará, mas estão envol-vidos, ou melhor, têm como característica principal a velha e tradicional política tra-

dicional. “Sinto que eles não têm a visão de mundo que neste momento conside-ro necessária ao Estado para enfrentar os novos desafi os, os novos paradigmas, como a questão da valorização do clima, do aprofundamento da democracia e do diálogo com a sociedade. São dois candi-datos muito semelhantes nas suas visões desenvolvimentistas, economicistas e co-bradora de impostos”, completa.

BIODIVERSIDADEA candidata tem um foco na valoriza-

ção da biodiversidade, mas nesse senti-do, ela traz junto, a questão econômica, social, cultural e também, a tributária. De acordo com ela, a reforma tributá-ria verde “pode ser um instrumento ju-rídico”. “Há uma injustiça tributária no Brasil e também uma falta de visão para incentivar a economia verde, a energia limpa e a repartição de benefícios advin-dos do uso da biodiversidade (da riqueza dos ecossistemas naturais), com os po-vos que resguardam essa biodiversida-de”, explicou, destacando a importância

dos serviços ambientais prestados pelos os povos que resguardam essa biodiver-sidade. Quem protege o meio ambiente natural deve ser remunerado [princípio protetor – recebedor].

Ainda no campo da biodiversidade ela mostrou-se frustrada com o fato de o Brasil não ter ratifi cado o Protocolo de Nagoya. “O País mais megabiodiverso do planeta, está apenas como ouvinte nesta grande e global discussão. Temos grande interesse em relação à Convenção da Bio-diversidade e estamos fora dessa reunião porque o Congresso não aprovou, não discutiu o Protocolo”. Para a candidata, mais uma demonstração de que nós não temos parlamentares sensíveis à questão ambiental, “daí explica-se o retrocesso do Código Florestal que também, é um refl exo dessa questão, assim como o au-mento de quase 30% do desmatamento”.

CAATINGACom relação ao bioma Caatinga,

a candidata considera fundamental além de estratégico. Mesmo sendo o

bioma menos protegido do País [me-nos de 2%], 92% do Estado estão inse-rido no Semiárido, “que está virando lenha, carvão, vivendo um processo rápido de desmatamento e degrada-ção”. Disse ainda, que não temos um controle do desmatamento da Caatin-ga como temos da Mata Atlântica, da Amazônia, está completamente vul-nerável, “e tudo, resultado da falta de valorização da nossa biodiversidade por parte, principalmente, dos nossos atuais políticos”, desabafa.

Geovana Cartaxo afirma que o bio-ma sempre foi usada como um de-sastre, para servir como uma moeda de troca. “É preciso que se diga o Ceará ainda vive da moeda de troca da seca, por carros-pipas, perfuração de poços. Não podemos tratar a seca somente como um desastre, a seca sempre vai acontecer no Semiárido e com as Mudanças Climáticas só ten-de a se agravar. É preciso valorizar o ecossistema a partir de uma boa con-vivência com o Semiárido, lembrando que a região Nordeste é a que mais sofrerá os impactos das alterações de clima”, alerta, lembrando que temos que pensar nessa fragilidade.

DEBATE POLÍTICOA candidata tem uma expectativa

em relação ao debate político. Espera que o mesmo seja de qualidade, rico e de alto nível, de modo a despertar ain-da mais, a sociedade para o tema po-lítico e outros mais. “Creio que repre-sento a esperança de mudança neste atual cenário, represento a esperança de transformação, outra visão, que não é tratada na política tradicional e é o que eu quero fazer. Trago uma visão mais feminina, de sensibilida-de, inerente à nossa condição e visão. Espero mobilizar as pessoas para essa nova proposta política”.

5FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de julho de 2014

VERDE

Conversa pra lá de verde, com Geovana Cartaxo do PSB

ELEIÇÃO 2014

Alinhada às questões socioambientais, a candidata ao Senado Federal falou com conhecimento de causa. Na pauta, política e sustentabilidade

ANDERSON SANTIAGO

Page 6: O Estado Verde - Edição 22308 - 29 de julho de 2014

POR SHERYDA [email protected]

Pesquisadores interessados em informações sobre rios do Ceará podem comemo-rar. Uma das maiores quei-

xas desses cientistas, que é a difi cul-dade de conseguir dados concretos e de forma rápida junto ao Governo caminha para ser resolvida. É o que afi rma a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), que a partir de agosto começa a colher da-dos em 78 pontos de rios espalhados pelo Estado e que serão disponibiliza-dos pela Internet. O monitoramento faz parte do Programa de Estímulo à Divulgação de Dados de Qualida-de de Água (Qualiágua), da Agência Nacional das Águas (Ana), que foi publicado, no Diário Ofi cial da União, semana passada. Segundo a Semace, a expectativa é que as informações se-jam acessadas com a mesma facilida-de que ocorre com o relatório de bal-neabilidade das praias atualmente.

“A população vai ter um meio de cobrar as informações e acessá-las de forma mais ágil”, comemora o ge-rente de análise e monitoramento da Semace, Lincoln Mendes, que ressal-tou que já é possível acessar laudos da Semace, mas que isso ainda ocorre de forma mais lenta e burocratizada. A expectativa é que os dados sejam dis-ponibilizados de forma “traduzida”, critério que está previsto na Resolu-ção 903/2013, que cria a Rede Nacio-

nal de Monitoramento da Qualidade das Águas Superfi ciais (RNQA). Se-gundo Mendes, os pontos de moni-toramento foram escolhidos de for-ma a comparar os níveis de poluição em áreas diferentes dos mesmos rios, permitindo que o órgão avalie o quanto a interferência do homem in-fl uencia na qualidade do recurso hí-drico. As ações também vão ajudar na apuração de denúncias ambientais, pois permitem identifi car a presença de esgotos clandestinos, por exemplo.

Os locais de monitoramento fo-ram definidos pela Semace da se-guinte forma: 10% deles são pontos de referência, ou seja, locais que mantêm baixíssimos ou nenhum índice de poluição. 30% são pon-tos estratégicos, localizados em fronteiras interestaduais e que vão permitir comparar de que forma o mesmo rio se comporta em estados diferentes. Já a maior parte dos pontos, 60% deles, serão distribu-ídos em locais onde os índices de poluição são mais altos. Esses são nomeados pontos de impacto. “Foi a Ana quem definiu os parâmetros das análises, mas nos deixou à von-tade para definir quais seriam os pontos de monitoramento, o que é bom, pois permite que nossas ações ocorram de acordo com nos-so contexto” disse Mendes, que não soube especificar a quantidade de rios contemplados no projeto, mas disse que o Cocó com certeza está entre aqueles que serão analisados.

6 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de julho de 2014

VERDE

Agência Nacional das Águas publicará laudos dos rios

NA INTERNET

No Ceará, os dados serão colhidos pela Semace por meio de 78 pontos. A divulgação faz parte do Projeto Qualiágua, publicado, no Diário Ofi cial da União, semana passada

FOTOS: TIAGO STILLE

O monitoramento vai ocorrer seguindo parâmetros defini-dos pela Agência Nacional das Águas

Page 7: O Estado Verde - Edição 22308 - 29 de julho de 2014

7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de julho de 2014

VERDE

Segundo o gerente de monitoramento da Semace, o acesso de laudos de rios ficará mais fácil

TECNOLOGIAAntes de ir a campo, os técnicos da

Semace passarão por dois treinamen-tos, sendo um deles realizado pela Companhia de Tecnologia de Sanea-mento Ambiental (Cetesb). O objetivo é conhecer os equipamentos a serem utilizados nas análises. Entre eles estão as sondas multiparamétricas, que vão gerar os dados de forma digitalizada, além de equipamentos de segurança, medidores portáteis, máquinas de gelo, entre outros. Um veículo utilitário que faz parte do projeto já se encontra no estacionamento da Superintendên-cia. Todo o material foi fornecido pela Ana, que também patrocina os treina-mentos. “Se tudo ocorrer conforme o previsto, até maio de 2015 os dados de todos os pontos do Ceará já terão sido coletados”, especula Lincoln.

QUALIÁGUAPublicado no Diário Ofi cial da União,

na última quarta-feira, 23, o Qualiágua busca promover a implementação da Rede Nacional de Monitoramento da Qualidade da Água (RNQA) e estimular a padronização – em escala nacional – dos métodos de coleta das amostras, dos pa-râmetros verifi cados, da frequência das análises e da divulgação dos dados, que são importantes para diversos públicos,

como: gestores públicos, pesquisadores, estudantes e empresas. A adesão ao Pro-grama é voluntária e cada contrato terá duração de cinco anos.

Segundo informações da Ana, atual-mente, nem todas as unidades da Fede-ração (UF) monitoram a qualidade de suas águas. Nas que realizam o monito-ramento, os dados são coletados seguin-do parâmetros diferentes, sem uma fre-quência padronizada, e as informações nem sempre são acessíveis ao público. O Programa tem o objetivo de mudar essa realidade e destina cerca de R$ 15 mi-lhões para instituições públicas que mo-nitoram os aspectos qualitativos da água nos estados e no Distrito Federal.

REDE NACIONAL DE MONITORAMEN-TO DE QUALIDADE DE ÁGUAS

Lançada em março deste ano, a Rede Nacional de Monitoramento de Quali-dade de Águas (RNQA) vai monitorar, padronizar e disponibilizar informa-ções sobre a qualidade das águas su-perfi ciais e gerar conhecimento para subsidiar a gestão hídrica do Brasil. A proposta é a padronização dos dados coletados, dos procedimentos de coleta e da análise laboratorial dos parâme-tros qualitativos para que seja possível comparar as informações obtidas nas diferentes unidades da Federação. A

meta é que até dezembro de 2020 to-dos os estados e o DF contém um total de 4.452 pontos de monitoramento,

FOTOS: TIAGO STILLE

O veículo que será utilizado nas coletas já está na Semace

dos quais 1.758 já estão em operação. Em 2013, a Ana investiu R$ 9,54 mi-lhões em equipamentos de campo que foram cedidos a 15 estados e ao DF.

Os parâmetros mínimos a serem co-letados nos pontos de monitoramen-to envolvem aspectos físico-químicos (transparência, temperatura da água, oxigênio dissolvido, pH e Demanda Bioquímica de Oxigênio, por exemplo), microbiológicos (coliformes), biológi-cos (clorofi la e fi toplâncton) e de nu-trientes (relacionados a fósforo e ni-trogênio). Todos os dados obtidos pela RNQA serão armazenados no Sistema de Informações Hidrológicas (Hidro-Web), da ANA, e serão integrados ao Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos (SNIRH).

SERVIÇOAcompanhe os dados sobre

os recursos hídricos do Brasil

Sistema de Informações Hidrológicas (HidroWeb): http://hidroweb.ana.gov.br

Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos (SNIRH):

http://www2.snirh.gov.br Rede Nacional de Monitoramento de Qualidade de Águas (RNQA):

http://www2.ana.gov.br/ Superintendência Estadual do Meio

Ambiente (Semace): www.semace.ce.gov.br

Page 8: O Estado Verde - Edição 22308 - 29 de julho de 2014

POR TARCILIA [email protected]

A Coelce, empresa do Grupo Endesa Brasil, acaba de con-quistar o Prêmio Abradee. Pelo terceiro ano consecuti-

vo, a companhia é a melhor distribui-dora de energia na categoria Respon-sabilidade Social do Brasil, junto com a Elektro. O anúncio foi feito dia 17, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, duran-te solenidade de entrega da 16a edição do prêmio, que a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) promove anualmente.

Hoje, empresas de sucesso possuem muito mais valores intangíveis do que tangíveis. “Estar mais uma vez nes-ta premiação só vem confi rmar nosso compromisso com o nosso cliente e com a sociedade. A hora também é de agra-decer a todos os nossos colaboradores e clientes, que são os reais responsáveis por nos colocar no ranking da Abradee”, disse Abel Rochinha, presidente da Co-elce, durante a premiação.

INVESTIMENTO NO SOCIALA Coelce investiu R$ 19,6 milhões em

projetos sociais e ambientais, que aten-deram 1,5 milhões de pessoas em 2013. O valor total incluiu R$ 8,4 milhões destinados a iniciativas de efi ciência energética, benefi ciando 46.667 famí-lias com troca de geladeiras e lâmpadas por equipamentos efi cientes e educação para o consumo racional e seguro de energia. Os principais projetos foram direcionados a comunidades de baixa renda e tiveram foco em serviços e ati-vidades educativas.

Algumas empresas confundem Res-ponsabilidade Social com Filantropia. Segundo artigo da pesquisadora, Fer-nanda Gabriela Borger, professora da FIA (USP), publicado no site do Insti-

tuto Ethos de Empresas e Responsabili-dade Social (http://www3.ethos.org.br/cedoc/) , “o modelo da sustentabilidade é uma nova forma de fazer negócios, que tem como pressuposto o novo papel da empresa na sociedade. Sustentabilidade e responsabilidade social trazem para o modelo de negócios a perspectiva de longo prazo, a inclusão sistemática da visão e das demandas das partes inte-ressadas, e a transição para um modelo em que os princípios, a ética e a trans-parência precedem a implementação de processos, produtos e serviços”.

Uma empresa que investe em Respon-sabilidade Social Empresarial (RSE) en-tende que os negócios não são separa-dos da sociedade. No Brasil observa-se uma tendência crescente das empresas em vincular a imagem à noção de RSE. Um indicador é o número de organiza-ções empresariais, associadas ao Insti-tuto Ethos. Até ontem (28/7) no site da

entidade (http://fenix.ethos.org.br/Lis-taAssociadasPorPorteEstado.aspx) 691 empresas estavam listadas como asso-ciadas. Só no estado de São Paulo, 368, em Fortaleza, apenas oito.

O Ethos é uma Oscip com sede na Ca-pital paulista. Tem como missão, “mobi-lizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmen-te responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade justa e sustentável”. As empresas associadas participam de uma série de atividades que as ajudam a compreender e incor-porar a responsabilidade social no seu dia a dia. O instituto brasileiro é uma referência mundial em RSE.

PRÊMIO ABRADEE“A premiação anual não é um fi m, mas

um meio de se estimular a cooperação e a melhoria da gestão das empresas as-sociadas, através do reconhecimento de

seus esforços em várias categorias, que se estendem da Gestão Econômico-Fi-nanceira e Gestão Operacional à Respon-sabilidade Social”, segundo a Abradee. Dados da 16a Pesquisa de Satisfação do Cliente Residencial revelam um cresci-mento gradual e sustentado, a cada ano, da melhoria da qualidade na prestação dos serviços das distribuidoras.

A Abradee realiza estudos com con-sumidores de todo o Brasil desde 1999, partindo de um questionário com cerca de 70 perguntas utilizadas no cálculo do Índice de Satisfação com a Qualidade Percebida (ISQP) e demais indicado-res da pesquisa. O levantamento é feito anualmente para medir a percepção do cidadão em relação ao serviço prestado pelas distribuidoras de energia elétrica. O refl exo, segundo mostram os núme-ros, é um crescimento sustentado de 66,2% em 1999 para os atuais 78,9%.

*Com informações da Gerência de Comunicação da Coelce.

8 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de julho de 2014

VERDE

Uma empresa que investe em RSE entende que os negócios não são separados da sociedade. A Coelce investiu R$ 19,6 milhões em projetos socioambientais

Empresa do Ceará conquista primeiro lugar no Prêmio Abradee 2014

RESPONSABILIDADE SOCIAL

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Presidente da Coelce, Abel Rochinha, e colaboradores na cerimônia do Prêmio Abradee

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POR SHERYDA [email protected]

Uma das alternativas para contornar a escassez de água potável é a dessalinização. A técnica, que retira o sal da

água, é utilizada no Ceará, onde 80% do território é localizado sobre o embasa-mento cristalino, segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Os poços localizados nessas zonas, em sua maio-ria, apresentam concentrações de sais que colocam em risco a saúde humana. Entre os principais desafi os envolvidos na técnica, principalmente, no caso da água do mar, segundo especialistas, es-tão os altos custos fi nanceiros e grande consumo de energia para realizá-lo.

Segundo o professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade Federal do Ceará (UFC), Francisco de Assis Filho, a purifi cação da água do oceano, que é a mais cara e que demanda maior quantidade de energia, ainda não vale a pena no Brasil, devido aos grandes custos de energia envolvi-dos. “Para benefi ciar uma comunidade afastada de qualquer rede de abasteci-mento, por exemplo, seria uma possibi-lidade”, avalia. O processo já ocorre com sucesso em Israel, que tem mais da me-tade de seu território localizado em áreas desérticas. O País encontrou na dessa-linização da água do Mar Mediterrâneo uma alternativa de abastecimento.

A Superintendência de Obras Hi-dráulicas (Sohidra), também afi rma que utilizar o oceano para abastecer a população ainda não é uma alternativa viável para o Estado, por isso as aten-ções voltam-se aos poços de água salo-bra. Desde 2007 foram instalados 207 novos dessalinizadores no Ceará e 191 desses aparelhos foram revitalizados. A previsão é de que até o fi nal da ges-tão Cid Gomes, mais 27 sistemas sejam instalados no Estado.

Segundo as informações da assesso-ria de comunicação da Sohidra, além de promover a sustentabilidade hídrica nas regiões que enfrentam problemas de abastecimento, os dessalinizado-res benefi ciam comunidades carentes com água de boa qualidade, ajudando a diminuir o índice de mortalidade e de doenças. A manutenção dos aparelhos ocorre em parceria com a comunidade, que entra em contato com a Superin-tendência quando surge algum proble-ma. Em alguns casos, também é a po-pulação que se organiza para bancar os custos da energia do sistema.

RESÍDUOSAo recorrer à dessalinização para

resolver a falta de água potável é pre-ciso ter cuidado quanto ao destino do líquido concentrado que sobra do processo, o rejeito. “Se o sal for des-

cartado no solo, por exemplo, pode-se ocasio-nar a improdutividade daquele local. Outra possibilidade para os rejeitos é descartá-los no oceano, mas para isso é preciso estudar o comportamento das correntes marítimas, para não ocasionar impacto no ecossistema”, explica Francisco de Assis. No caso dos dessalinizadores da Sohidra, o rejeito é utilizado na criação do peixe Tilápia, na irrigação de coqueiros e para alimentar animais.

9VERDE

Retirar o sal da água do mar ainda é inviável no Brasil

SEGURANÇA HÍDRICA

No entanto, uma nova técnica pode tornar a alternativa mais próxima de se concretizar. No Ceará, a dessalinização ocorre em poços localizados em zonas cristalinas

Ministério do Meio Ambiente libera R$ 24 milhões para o Ceará

O Programa Água Doce (PDA), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), destinou recursos para a implantação, re-cuperação e gestão de 222 sis-temas de dessalinização nos 48 municípios mais críticos do Ceará. Com isso, serão benefi ciadas com água potável cerca de 89 mil pes-soas residentes em comunidades rurais do semiárido cearense.

“Esse programa demonstra o compromisso do Governo Fede-ral, em parceria com o Governo do Ceará, de ampliar a segurança hídrica para a população rural do semiárido brasileiro, como medi-

da de adaptação às mudanças climáticas, em face da seca

que assola a região nos úl-timos três anos”, afi rma a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Lançado em 2004, o PDA foi concebido e elaborado

de forma participativa du-rante o ano de 2003, unindo

a participação social, proteção ambiental, envolvimento institu-cional e gestão comunitária local. Possui como premissas básicas o compromisso do Governo Federal de garantir à população do Semiá-rido o acesso à água de boa qua-lidade, além de ser amparado por documentos importantes como a Declaração do Milênio, a Agenda 21 e deliberações da Conferência Nacional do Meio Ambiente.

Fonte: MMA

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de julho de 2014

Presentes em vários municípios cearenses, os dessalinizadores são alternativas para a falta de água

Uma membrana semipermeável desenvolvida na USP pode ser utilizada para realizar a purificação

DIVULGAÇÃO/SOHIDRA

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Page 10: O Estado Verde - Edição 22308 - 29 de julho de 2014

PESQUISADORES DESENVOLVEMTÉCNICAS MAIS BARATAS

A busca por formas mais viáveis e simples de purifi car a água salgada move pesquisadores pelo país. No Cea-rá, por exemplo, uma empresa apoiada pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científi co e Tecnoló-gico (Funcap), a Policlay, desenvolveu um produto capaz de abrandar a água salobra. Segundo a assessoria de comu-nicação da Funcap, o nome do produto é Acqua Soft e ele ajuda comunidades do Semiárido ao abrandar a salobrida-de do líquido.

Trata-se de um pó ultrafi no, de cor branca que ao ser misturado à água a torna livre de dureza. As pesquisas para a criação do produto começaram há 10 anos e o resultado foi uma argi-la transformada capaz de reter o cálcio e o magnésio da água, componentes responsáveis pela dureza e que podem impossibilitar seu consumo ou danifi car equipamentos industriais. A empresa surgiu do resultado de pesquisas desen-volvidas no Laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Mine-rais não Metálicos (LabInova) da UFC.

SÃO PAULOJá em São Paulo, a novidade é um fi l-

tro capaz de separar o sal da água do mar, que foi desenvolvido por pesqui-sadores do Departamento de Química da Faculdade de Filosofi a, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da Universidade de São Paulo (USP). Trata-se de uma membrana semiper-meável feita de folhas poliméricas com

poros minúsculos, com tamanho equi-valente ao da molécula de água e gás carbônico, o que classifi ca a invenção como um nanofi ltro.

A motivação de um dos pesquisa-dores envolvidos, o professor do De-partamento de Química da FFCLRP, Gregóire Jean-François Demets, foi justamente o paradoxo nordestino e os altos custos da dessalinização. “É in-suportável saber que há água, mas que não pode ser usada do jeito que se en-contra, e mais deprimente é ver famí-lias consumindo o líquido totalmente insalubre”, disse, por email, à reporta-gem do O Estado Verde.

Segundo o pesquisador, um grande sonho seria desenvolver um fi ltro do-méstico que pudesse ser utilizado nas casas para realizar a dessalinização, mas enquanto isso não é possível, o pesquisador considera o barateamen-to da técnica um grande passo. Outros usos possíveis da Membrana, teorica-mente, seriam o tratamento de quei-maduras, purifi cação do ar e até a fi l-tragem de urina.

O desenvolvimento do projeto levou seis anos e teve investimentos de 14 mil reais, recurso do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científi co e Tecnológico (CNPQ). A tecnologia já teve o seu proces-so de patente realizado pela Agência USP de Inovação e está disponível para licen-ciamento ou parceria com a Universidade para desenvolvimento industrial e comer-cialização. A Agência USP de Inovação é o Núcleo de Inovação Tecnológica da USP responsável por gerir a política de inova-ção da Universidade.

10 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de julho de 2014

VERDE

DICIONÁRIO ESTADO VERDE

DIVULGAÇÃO

Água salobra: Aquela que apresenta salinidade intermédia entre a água salgada (marinha) e a água doce, isto é, com salinidade entre 5‰ e 30‰. Pode ser encon-trada , por exemplo, em um estuário.

Estuário: ambiente aquático em que é feita a transição entre um rio e o mar. Essa região é infl uenciada pelas marés e conta com enormes gradientes ambientes como as águas doces que fi cam próximas a cabeceira dos rios, as águas salobras e até mesmo a água salgada que está próxima a região de desembocadura do estuário.

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A Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) anuncia, hoje (29), às 10 horas, durante coletiva de im-prensa, no Paço Municipal, mais um elemento da nova Política Ambiental da capital cearense. A titular Águeda Muniz, da Seuma, vai apresentar o Componente Controle da Poluição des-sa nova política, que contempla os pro-jetos presentes e futuros e as metodolo-gias que serão utilizadas para controle e monitoramento dos índices de polui-ção urbana da Capital cearense.

Serão expostos, ainda, os principais resultados das fi scalizações realizadas pela Seuma, além das ações integradas entre os setores do órgão como a Coor-denadoria de Políticas Ambientais e a Coordenadoria de Fiscalização.

A Política Ambiental de Fortaleza também contempla outros dois com-ponentes, Áreas Verdes e Águas, que já foram anunciados pela Prefeitura. O primeiro envolveu a assinatura dos de-cretos de regulamentação dos Parques Municipais Rachel de Queiroz, Rio Branco, Parreão, Adahil Barreto, Gua-rarapes, Parque da Liberdade (Cidade da Criança), Parque das Lagoas de Fortaleza, Pajeú, Parque das Iguanas e Parque Riacho Maceió, dentre outras ações como o Plano de Arborização.

O segundo componente da Política Ambiental de Fortaleza está ligado ao Programa Águas da Cidade, que objeti-va, em especial, recuperar a qualidade dos bens hídricos e prevê atividades que possibilitarão a conquista de melhores índices de balneabilidade das praias e

águas continentais de Fortaleza. Toda essa política ambiental tenta

garantir à cidade de Fortaleza, as con-dições necessárias para vencer um dos maiores desafi os das grandes cidades que é manter o meio ambiente adequado para as pessoas viverem. E isso depende de medidas efi cazes no controle da emis-são de gases que provocam o efeito estu-fa e também o lançamento de esgoto sem nenhum tipo de tratamento nas ruas, córregos, riachos, rios, lagoas e no mar.

SERVIÇOLançamento Política Ambiental - Componente Controle da PoluiçãoData: 29.07.2014 (terça-feira)Horário: 10 horasLocal: Auditório do Paço MunicipalRua São José, Nº 1 - Centro

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de julho de 2014

VERDE

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Feira em Fortaleza reúne 300 expositores

AGRICULTURA FAMILIAR

O Parque de Exposições Governador César Cals, no bairro São Gerardo, foi palco de concursos e negócios envolvendo diversas atividades do setor

Hoje, a titular da Seuma, Águeda Muniz, apresenta o componente Controle da Poluição, da nova Política Ambiental do Município, no Paço Municipal

Prefeitura apresenta nova etapa da Política AmbientalFORTALEZA

SHERYDA LOPES [email protected]

Durante o último fi m de sema-na, Fortaleza viveu o clima do campo. De 25 a 27 de agosto, o Parque de Exposições Go-

vernador César Cals, no São Gerardo, recebeu 300 expositores na VII Feira Cearense da Agricultura Familiar. O es-paço fi cou repleto de produtos agrope-cuários, com direito até a uma casa de farinha, um dos verdadeiros ícones cea-renses, local onde se faz produtos deri-vados da mandioca como tapioca, bolos e claro, a própria farinha.

O objetivo do evento, segundo o secretário de políticas agrícolas da Federação dos Trabalhadores e Tra-

balhadoras Rurais na Agricultura no Estado do Ceará (Fetraece), José Francisco Almeida, é fortalecer a Agricultura Familiar no Estado e pro-mover a troca de experiência entre os produtores. “Temos sofrido com a seca, mas por meio da tecnologia e troca de experiências podemos apren-der uns com os outros e desenvolver formas de conviver com ela”, disse Al-meida, defendendo que as parcerias entre Governo, Universidades, Orga-nizações Não Governamentais e os Agricultores continuem. “É isso que tem aliviado o sofrimento do povo do sertão”, afirmou, citando cisternas e valas subterrâneas como alguns dos exemplos de tecnologias utilizadas na convivência com a seca.

Para promover essa troca de expe-riências e compartilhar conhecimen-tos, houve demonstração de pelo me-nos 13 tecnologias desenvolvidas para fortalecer a produção. A programação da Feira teve ainda a realização de concursos, atrações culturais, com-pra e venda de produtos agropecuá-rios, entre outros. Segundo a Fetrae-ce, dos cerca de 1 milhão e 200 mil agricultores familiares do Ceará, 800 são ligados à Federação. A produção é responsável por 70% do que chega à mesa do cearense.

ANO INTERNACIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR

No ano passado, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou 2014

como o Ano Internacional da Agricultu-ra Familiar (AIAF), visando reposicio-nar a atividade no centro das políticas agrícolas, ambientais e sociais nas agen-das nacionais, identifi cando lacunas e oportunidades para promover uma mudança rumo a um desenvolvimento mais equitativo e equilibrado.

Segundo a Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006, o agri-cultor familiar é aquele que não detém área maior que quatro módulos fi scais, utili-za predominantemente mão de obra da própria família nas atividades econômicas, direção e produção de seu es-tabelecimento ou empreendi-mento, sendo tais atividades a principal fonte de renda. Estabelecimentos agropecu-ários também são contempla-dos no conceito de Agricultu-ra Familiar, desde que sigam os critérios defi nidos por lei.

Agricultura Familiar

DICIONÁRIO VERDE

TIAGO SITLLE

Page 12: O Estado Verde - Edição 22308 - 29 de julho de 2014

Encontrado “o ‘coração’ dos recifes de coral do Brasil”. As-sim defi ne em tom de brinca-deira, o biólogo marinho e co-

ordenador executivo do Projeto Coral Vivo, Gustavo Duarte, a descoberta de uma formação recifal no Sul da Bahia, com formato de coração e voltada para o mar aberto. Por anos despercebida, a formação foi encontrada quando o bi-ólogo avaliava imagens de satélite du-rante estudos preliminares para o ma-peamento físico de recifes do Parque Municipal Marinho da Coroa Alta, em Santa Cruz Cabrália.

Mas como explicar o fato de tão pre-cioso ecossistema só ter sido descober-to agora? Segundo Duarte, a formação tem em torno de 350 metros na sua porção maior. “Com isso, quando nave-gamos sobre a mesma, não é possível visualizar sua forma”, esclarece. A des-coberta só foi possível, graças a tecno-logia, como os satélites que possuem a capacidade de adquirir imagens de alta resolução, mesmo sob a água. “Tínha-mos comprado essa imagem para o iní-cio do mapeamento físico do complexo da Coroa Alta quando descobrimos o recife, em detalhes”.

A formação fi ca ao sul do Parque de Coroa Alta, na região conhecida como Alagados. Nos paredões têm grandes co-lônias do coral casca-de-jaca (Montas-traea cavernosa), e eles são recobertos de algas calcárias, que têm a coloração rosada. Para o geólogo e coordenador do mapeamento, José Carlos Seoane, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador associado do projeto , “a inclinação des-ses paredões é praticamente vertical, muito diferente das encontradas nos demais recifes de coral da região”.

Nesta fase atual de levantamento ba-timétrico (investigação de áreas sub-mersas visando a representação da mesma em uma carta), os pesquisado-res avaliaram que a parte mais profun-da da piscina tem mais de dez metros e a mais rasa tem no máximo três metros. De acordo com Seoane, o Parque Mu-nicipal Marinho da Coroa Alta possui três grupos de recifes e cada um deles tem o tamanho do Parque Municipal Marinho do Recife de Fora, então serão mapeados desta vez aproximadamente 75 km². O estudo faz parte da Rede de Pesquisas Coral Vivo.

IMPORTÂNCIACom relação à importância do local

recém-descoberto, via imagem de saté-lite, o coordenador executivo Gustavo Duarte, explica que foi realizada uma

exploratória até agora, não sendo possí-vel, neste momento, avaliações detalha-das sobre a importância da descoberta para a região. Entretanto, ele destaca que os recifes de coral são oásis de bio-diversidade, conferindo estruturas tri-dimensionais para abrigar e servir de substrato para diversos animais e algas. “São berçários para várias espécies e lo-cal de alimentação de tantas outras”.

“Apesar dos recifes de coral do pla-neta representarem menos de 2% da superfície total dos oceanos, estes ambientes abrigam mais de 20% de todas as espécies de peixes marinhos conhecidos. São, portanto, muito im-portantes para a teia trófi ca marinha, com produtividade por metro quadra-do equivalente às taxas das fl orestas equatoriais. Cabe destacar que o Sul da Bahia é reconhecidamente a região de maior importância para recifes de coral no Atlântico Sul”.

A lancha Iamanny - que signifi ca Senhora das Águas na língua Pataxó - foi construída pelo estaleiro Mas-tro D’Ascia, de Santa Catarina, com adaptações para facilitar as pesquisas no mar. Segundo os pesquisadores, como a estrutura dela fi ca pouco den-tro d’água, é possível passar mais per-to dos recifes para maior precisão do levantamento batimétrico e garantir segurança para todos. Estão sendo usa-dos ecossonda, que é um equipamento de sonar, e o Strata Scan, que registra o fundo como se fosse um scanner dife-renciando onde fi ca areia, lama, corais e rochas, por exemplo.

PRÓXIMOS PASSOS DO MAPEAMENTO Para 2015, está prevista a publicação

desse mapeamento físico do complexo de recifes da Coroa Alta para distribui-

ção nas prefeituras próximas à região, a pessoas que trabalham na área e dispo-nibilizada no site www.coralvivo.org.br, assim como está o “Atlas do Parque Municipal Marinho do Recife de Fora”.

Como se trata de uma área ainda des-conhecida, essa é a primeira etapa do trabalho e servirá de base para outros estudos, já que ela irá trazer um pa-norama sobre como são os recifes e o que está exatamente em cada ponto. A maioria das espécies de corais forma-doras de recifes é endêmica de águas brasileiras, ou seja, só ocorrem aqui, onde contribuem na formação de es-truturas que não são encontradas em nenhuma parte do mundo.

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 29 de julho de 2014

VERDE

PROJETO CORAL VIVO

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BIODIVERSIDADE MARINHA Coral Vivo descobre formação recifal parecida com coração

O Coral Vivo faz parte da Rede Biomar (Rede de Projetos de Bio-diversidade Marinha), que reúne também os projetos Tamar, Baleia Jubarte, Golfi nho Rotador e Al-batroz. Todos patrocinados pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, eles atuam de forma complementar na conservação da biodiversidade marinha do Brasil, trabalhando nas áreas de proteção e pesquisa das espécies e dos habitats relaciona-dos. Mais informações na página www.facebook.com/CoralVivo e no site www.coralvivo.org.br.