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O Esporte e a Educaçªo O Esporte e a Educaçªo Revista bimestral Novembro de 2002/ Dezembro de 2002 Ano I N” 7

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O Esporte e a EducaçãoO Esporte e a Educação

Revista bimestral � Novembro de 2002/ Dezembro de 2002 � Ano I � Nº 7

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NOSSA MENSAGEM

PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZESSecretaria de Educação / Secretaria de Comunicação SocialAv. Vereador Narciso Yague Guimarães, 277 - Centro CívicoCEP 08780-900 - Mogi das Cruzes-SPPABX: (11) - 4798-5000 FAX: (11)- 4799-3067Site: www.mogidascruzes.sp.gov.br

Para colaborações, sugestões e outras participações,entre em contato:

• Equipe do Cemforpe - Centro Municipal de Formação Pedagógica: Sede da Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes - 3º andar Telefone: 4798-5145 E-mail: [email protected]; ou• Secretaria Municipal de Comunicação Social Fones: 4798-5155/5156 E-mail:[email protected]

Esporte: um aliado na Educação

Prestando atenção em você

Este 6º número da revista Educando em Mogi traz uma questão pedagógica das maisrelevantes: a caracterização da importância do movimento para a criança. Trata-se não apenas daaprendizagem, através de jogos, competições, mas tenta resgatar sua importância na vida diária,

preservando a saúde.Busca-se trabalhar pedagogicamente noções de que a Educação Física é todo movimento que

faz parte da vida do ser humano.Neste sentido a Secretaria de Educação define mais uma vez diretrizesintegradas à LDB, abordando o movimento na vida da criança.

Os especialistas que têm colaborado com a Secretaria de Educação, num esforço integradoentre rede de ensino de educação básica e Universidades, concordam com esta perspectiva: a

Educação Física é vista como o reconhecimento de movimentos presentes nas manifestações culturaisde todos os povos.

Assim integram-se as expressões culturais e caracteriza-se a transversalidade a que serefere a Lei Federal.

Devemos reconhecer que o movimento proporciona o desenvolvimento da identidade da criançae a percepção do espaço que seu corpo ocupa.

Muito se tem es-crito e falado que no mun-do atual tudo ocorre deforma rápida, acelerada,que às vezes nem dátempo de pensar direitosobre o assunto e jáestamos agindo, corren-do contra o tempo.

Corremos muito,nos afobamos para re-solver todas as situa-ções que se apresentamà nossa frente. A ativida-

de é intensa. Não temostempo para nada. E qualserá este nada? De cer-ta forma é o tudo emnossa vida: é termostempo para o lazer, apri-morar nosso eu, cultivarbons momentos com afamília, amigos, preser-var a espécie cuidandodo corpo e da mente.

A prática esportivaé um meio de abrir esteespaço. Existem modali-

dades diversificadas aescolher para cada gos-to. É sempre importantís-simo se fazer uma avali-ação médica para sabercom certeza suas condi-ções físicas.

Existem, no mer-cado consumidor, inúme-ras revistas, fitas devídeo... que orientam aspessoas para atividadesfísicas diversas. Cuidado!Verifique antes suas con-

Maria Lindaumira de Alencar

dições e necessidades.Tenha uma vida

saudável, valorizando seucorpo. Não exija demaisdele. Ele merece suaatenção, pois sem ele:quem seria você?

Maria Lindaura de Alencar éassessora do Cemforpe -Centro Municipal deFormação Pedagógica

Retificação: Foi publicada na Revista Educando em Mogi, edição nº 05, página 10, o artigo Inclusão social: uma prioridade. No que serefere ao valor da subvenção repassado para a Apae, pela Secretaria Municipal de Cidadania e Ação Social, a subvenção federal é de

R$ 1.485,00 e não de R$ 4.635,00, conforme publicado, perfazendo um total de R$ 17.820,00 e não de R$ 55.620,00 anual.

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OS LIMITES

O paradigma da competiçãoA competição exa-

cerbada leva o professor aimpor ao aluno o desenvolvi-mento máximo por meio deum grupo de técnicas espe-cíficas do esporte, podandoas possibilidades de exploraro acervo motor da criança,porém a competição deve serincutida em sua vida, pois éum ingrediente especial eessencial para que desenvol-va o gosto pelo esporte, masnão significa que tenha queser trabalhada num fim em simesma, mas sim como prá-tica educativa, tratando-acomo um dos conteúdos damodalidade esportiva .

Competir, segundoManuel Sérgio ( 1985.p.8 ),“énada mais do que proporcio-nar a oportunidade de enca-minhar o aluno a própria su-peração”. Para isto o profes-sor deve possuir conhecimen-tos e autonomia para mudar,adaptar ou mesmo criar no-vas regras, a fim de buscar amelhor assimilação por partedos alunos, quebrando o

paradigma de que a competi-ção é apenas uma “luta” paravencer o próximo, desrespei-tando, burlando ou driblandoregras, mas sim uma “luta”contra si próprio, possibilitan-do um marco de referênciapara a auto avaliação, trans-formando o tradicional ensinoda competição em um meiopara educar cidadãos diantede múltiplas situações de de-safios. Escreve Mauler(1985): “O educando que nãoproblematiza a existênciapara superá-la será sempreobjeto e nunca sujeito de suaprópria história”.

Cabe ao professor,então, oferecer condiçõesem que o aluno consiga ven-cer a si próprio estabelecen-do e vencendo limites. Res-peitando o termo “fair play”,utilizado pelos cronistas,técnicos e professores, parareferir-se ao ”jogo limpo”, quenão deve significar apenassimples palavras da moda,por serem escritas e faladasem língua estrangeira, mas

deve oferecer possibilidadesde transformar, ou melhor,formar pessoas que respei-tem o esporte e principal-mente o ser humano, pois“jogar limpo” não é só sinô-nimo de não burlar regras,mas sim um valor intrínse-co em cada cidadão para abusca de um mundo melhor.

Sendo assim a com-

Anderson do Prado Barbo-sa é professor especializa-do em Pedagogia do Movi-mento pela UNICAMP

Anderson do Prado Barbosa

Você sabia que?

petição torna-se um veículopara o compromisso educa-cional, moral e social do pro-fessor no processo de ensi-no-aprendizagem.

• Esporte na Escola, com verba de R$ 200,00 milhões para 2003 ?• Pintando a Liberdade, desenvolvido nas penitenciárias e casas de detenção com oficinas instaladas para confecções de

materiais esportivos que são distribuídos nas Escolas e comunidades carentes ?• Esporte Social, que é voltado aos portadores de necessidades especiais?• Vida Ativa na Terceira Idade proporcionando aos idosos a prática de atividades físicas, esportivas e de lazer, como forma de

incentivar sua autonomia e inclusão social, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida ?• Esporte de Identidade Cultural, que tem como objetivo resgatar, apoiar, fomentar, organizar e estimular o surgimento das

atividades esportivas, cujas culturas estejam relacionadas aos perfis cultural, lúdico e histórico do povo brasileiro ?• Navegar, que existe desde 1999 e é o Projeto que já beneficiou 5 mil alunos da rede pública de ensino, entre 12 e 15 anos

de idade, com cursos de vela, remo e canoagem ?• Esporte Solidário, que democratiza a prática esportiva como instrumento educacional para auxiliar no desenvolvimento

físico, intelectual e social de crianças e jovens de 7 a 17 anos?• Esporte de Rendimento, que visa resultados e performance dos atletas e equipes e promove mudanças qualitativas no

esporte nacional e que passamos de 49 títulos conquistados em 1999 para 133 títulos em 2001 em competições internacionais ?• E que todo indivíduo preocupado com a sua saúde deveria praticar pelo menos 30 minutos de atividade física diariamente?

O Ministério do Esporte e Turismo tem projetos como:

Colaboração: Eulália Anjos Siqueira,Diretora de Escola Municipal

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EXPRESSÃO CORPORAL

A inserção da Educa-ção Infantil na Educação Bá-sica, como sua primeira eta-pa, é o reconhecimento deque a educação começa nosprimeiros anos de vida e éessencial para o cumprimen-to de sua finalidade, afirmadano Art.22 da Lei de Diretrizese Bases da Educação Nacio-nal, representando um marcohistórico de grande importân-cia para a Educação Infantilem nosso país. A partir daí, o Ministé-rio de Educação, através daCOEDI (Coordenação Ge-ral da Educação Infantil),preocupou-se em elaborar umdocumento de caráter instru-mental e didático, servindo debase para discussões entreprofissionais, contribuindo demaneira significativa para oplanejamento, desenvolvimen-to e avaliação das práticaseducativas nas escolas detodo o Brasil. Nessa perspectiva, aintrodução do ReferencialCurricular Nacional para aEducação Infantil tem comofunção melhorar a qualidadee equalização do atendimen-to, aprofundando conteúdosde natureza diversas, queabarcam tanto conceitoscomo atitudes e procedi-mentos de forma a garantire oferecer às crianças de 0a 6 anos, as condições só-cio-afetivas e culturais ne-cessárias para sua inserçãona sociedade. O terceiro volume doReferencial é relativo ao âm-bito de experiência Conheci-mento do Mundo, subdivididoem seis áreas de conheci-mentos: Movimento, Música,Artes Visuais, LinguagemOral e Escrita, Natureza e

Sociedade e Matemática. O Movimento então, deacordo com o R.C.N., é umaimportante dimensão do de-senvolvimento e da culturahumana. A criança desdepequena usa o corpo para

O Movimento na Educação Infantil

expressar emoções e idéias,explorar habilidades atléticase testar os limites da capaci-dade física, adquirindo cadavez mais maior controle so-bre seu próprio corpo e apro-priando-se de maneira

gradativa das possibilidadesde interação com o mundo. As instituições de Edu-cação Infantil devem traba-lhar as mais variadas formasda linguagem corporal demaneira segura, mais desa-fiadoras, propiciando as cri-anças o desenvolvimento dacultura corporal que abrangepráticas expressivas e comu-nicativas externalizadas pelomovimento. Foi com esta preocupa-ção que a Secretária Munici-pal de Educação de Mogi dasCruzes, desenvolveu o Proje-to “Criança é Movimento” ,nos Centros de Convivência In-fantil de nosso município.

Lilian Gonçalves éassessora do Cemforpe -Centro Municipal deFormação Pedagógica

Lilian Gonçalves

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VALORIZAÇÃO

O Projeto “Criançaé Movimento” apresentouuma proposta sólida de forma-ção continuada às diretoras, pro-fessoras e auxiliares de desen-volvimento infantil da educaçãoinfantil, criado pelo professor deeducação física Anderson doPrado Barbosa, juntamentecom a Secretaria de Educaçãode Mogi das Cruzes.

Com o escopo de pro-por uma pedagogia do movi-mento com fundamentaçõesteóricas sobre as práticas deatividades motoras realizadascom as crianças, respeitandosuas individualidades biológi-cas e seus valores culturais,assim possibilitando umamelhor facilidade na identifi-cação dos objetivos propostosnas atividades motoras reali-zadas pelas educadoras, alémdas infinitas variações plausí-veis nas atividades, amplian-do o seu acervo motor, assimminimizando prováveis equívo-cos educacionais.

Como ferramentas doprojeto dois temas se destaca-

ram com grande importância:os jogos e as brincadeiras noprocesso educacional, que po-dem não ser as únicas soluçõespara os problemas pedagógi-cos, mas diante das caracte-rísticas da criança na primeirainfância, não há porque nãovalorizá-los, visto que apresen-tam conseqüências importan-tes em seu desenvolvimento.

E o por quê de se apli-car atividades motoras, pois tãoimportante quanto, o quê, paraque, e para quem, é necessá-rio reconhecer que a criançadeve ser educada para trans-cender “os muros da escola”,preparando-a para a vida atra-vés de uma educação de cor-po inteiro (Freire,1994), compráticas que não dicotomizam,não excluem e principalmentenão desmotivam as crianças arealizá-las.

Sendo assim, o Pro-jeto “Criança é Movimen-to” se desenvolveu em fasespreviamente planejadas, inici-ando-se com o primeiro cur-so de formação continuada

para auxiliares de desenvolvi-mento infantil, com duraçãode nove horas com uma dis-cussão sobre o tema “crian-ça é movimento”, destacan-do-se a ótima participaçãodas mesmas e o empenhodas diretoras na preparaçãodo ambiente e incentivo paraa realização do curso. Se-guindo o planejamento, foi fei-ta uma assessoria nos Cen-tros de Convivência Infantil pordois meses, onde foram suge-ridos às professoras e auxili-ares de desenvolvimento in-fantil uma planilha de organi-zação para as atividadesmotoras, juntamente com aapresentação de temas e ativi-dades, além do acompanha-mento de suas práticas comas crianças, apontando possi-bilidades de variações e diver-sificações para uma melhoriana exploração das atividadesdesenvolvidas.

Esta assessoria veiodar continuidade ao ll Cursode Formação Continuadapara Auxiliares de Desen-

Criança é puro movimentovolvimento Infantil , realizadoem 2001 com discussões maisaprofundadas sobre o tema,esclarecendo dúvidas e avalian-do os caminhos já percorridos.

Foram dadas suges-tões para melhorar a qualida-de e estas foram aproveitadasna seqüência da assessoriapara o ano de 2002. Chega-mos então ao Iº curso de for-mação continuada para profes-soras e diretoras de educaçãoinfantil, que também merecemcumprimentos por terem secomprometido a investiremsuas noites ou sábados naparticipaçao do curso “Crian-ça é Movimento” , proporci-onando discussões construti-vas sobre práticas de ativida-des motoras, desenvolvimen-to motor, aspectos culturais,entre outros temas, e tambémpor participarem com muitoentusiasmo das atividadespráticas realizadas no curso.

Anderson do Prado Barbosa

BÉZIERS, Marie M. e HUNSINGER, Yva. O bebê e a coordenaçãomotora. São Paulo: Summus, 1994.

FREIRE, João B. Educação de Corpo Inteiro. São Paulo: Scipione,1994.

FREIRE, João B. O jogo: entre o riso e o choro. Campinas, AutoresAssociados, 2002.

FREIRE, João B. Pedagogia do Futebol. Rio de Janeiro, NeyPereira Editora, 1998.

GALLAHUE, David L e OZMUN, Jhon C. Compreendendo odesenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes eadultos. São Paulo: Phorte Editora, 2001. *

GALLARDO, Jorge S. P. A Criança em Movimento: Didática deEducação Física. São Paulo: FTD, 1998.

KISHIMOTO,Tizuco M. Jogo,brinquedo,brincadeira e a educação.São Paulo. Cortez,1999.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Referencial Curricular paraEducação Infantil. Brasília: 1998.

MOREIRA. Wagner W. Esporte como fator de qualidade de vida.Piracicaba: Editora UNIMEP,2002.

ROSE JR, Dante. Esporte e atividade física na infância e naadolescência: uma abordagem multidisciplinar. PortoAlegre: Artmed Editora, 2002.

Leituras Sugeridas

Anderson do Prado Barbosa éprofessor especializado emPedagogia do Movimento,UNICAMP

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ENTRETENIMENTO

Observando os alu-nos em sala de aula, conver-sando com eles, percebi a ne-cessidade que eles sentemem brincar e a dificuldadede um lugar seguro para quepossam realizar essa simplesatividade “brincar” . Brincar debola, de corda, de carrinho,correr, saltar, caminhar, andarde bicicleta enfim de ter umamigo e um espaço para sim-plesmente brincar. Percorrendo o caminhoque alguns alunos de nossaescola fazem, observei queas ruas do bairro são movi-mentadas, que quase não hápraças, e os chamadoscampinhos não oferecemsegurança para as crianças.A atividade brincar ficou res-trita: muitas crianças pos-suem brinquedos e não temum amigo para brincar, outem o brinquedo e o amigo,mas não tem um lugar segu-ro para brincar.

Várias crianças resi-dem em apartamentos quenão têm área de lazer, outrasem casas cujo quintal é pe-

queno ou nem existe, sendoque dentro de casa algumasmães não gostam que as cri-anças brinquem, pois fazemmuita bagunça e na rua émuito perigoso. Mas é através dasbrincadeiras, que as criançasdesenvolvem o gosto pelasatividades físicas, desenvol-vendo também o espirito decolaboração, socialização,processos cognitivos, afetivose psicomotores. É atravésdas brincadeiras que as cri-anças aprendem. “Brincar éa mais elevada forma de pes-quisa” A Einstein. No momento é tarefa daEscola resgatar as brincadeirasfolclóricas, cantigas de roda,danças, atividades físicas, etc.,pois na escola temos espaçoe crianças para interagirem nes-tes momentos tão únicos eprazerosos da infância. Quem não se lembra debrincadeiras como pular cor-da, pega-pega, esconde-es-conde, jogar bola, entre ou-tras, que saudade da infância! Assim nasceu na E.M.

Antonio Nacif Salemi o Proje-to JAFRAB , (Jogos, AtividadesFísicas e Recreativas Atravésde Brincadeiras) da necessida-de desta clientela tão especiale importante para o futuro.

O nosso Projeto, ini-ciado em março de 2002 ,está entrando em uma novafase na vida de muitas crian-ças da nossa escola, poisalém das atividades que jáeram feitas por todas as pro-fessoras, como brincadeirascom bolas, arcos, atividadescom cordas, cantigas de roda,amarelinha, brincadeiras fol-clóricas, entre outras,estamos trazendo profissio-nais para fazerem atividades

físicas com os familiares dosnossos alunos, com o obje-tivo de integrar família e es-cola. Procuramos profissio-nais voluntários de diversasmodalidades esportivas queexistem em nossa cidade,como Basquetebol, Futebol,Voleibol, Capoeira, Karatê,Taekwondo, Ginástica Olím-pica, Dança do Ventre, Balé,entre outros. Com o objetivo dos alu-nos poderem ver, conversar,brincar e conhecer um poucodo atleta, da sua modalida-de esportiva e despertar ointeresse pelo esporte, rea-lizamos várías pesquisas, enesta busca encontramos

Projeto JAFRAB � ofuturo no presente Maria Salete Gerevini de Souza

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profissionais de EducaçãoFísica que com muita aten-ção, dedicação e interessevieram até a nossa escolapara esclarecer algumas dúvi-das das professoras e acres-centar conteúdos sobre as ati-vidades físicas e recreativas. Agradecemos aqui aosnossos colaboradores quecom muita presteza compa-receram em nossa escola,fazendo parte de nosso Pro-jeto JAFRAB : PANATHLON– Presidente: Eulalia AnjosSiqueira, Professor de Educa-ção Física: Anderson do Pra-do Barbosa, Caio AugustusBorges Corrêa, GrupoBaraúna de Capoeira: MestreRosa, Mogi das Cruzes Bas-quetebol Clube: Assessoria deMarketing: Magaly Sant’Anna,Academia de KaratêKyokushin Oyama Professor:Marcos Furlan, Academia deTaekwondo – Mestre Maninho,Dança do Ventre – Professo-ra Nazaré, e outros que deforma direta ou indireta cola-boraram para a realizaçãodestas atividades. Quando no inicio falei deuma nova fase na vida de nos-sas crianças, é que depoisdas atividades, avaliando deforma oral o interesse por par-te dos alunos, algumas cri-anças relataram que ficaramespantadas em ver um joga-

dor de basquete, pois sóconheciam através da televi-são ( são poucos os pais quelevam seus filhos para ver jo-gos), outras se surpreende-ram em fazer uma atividadefísica junto com um familiar;um aluno que veio dePernambuco não sabia queexistia Karatê e Taekwondo,muitos nunca viram e ouviramo som dos atabaques e doberimbau na Capoeira, a rou-pa do Mestre no Taekwondoe Karatê, foi uma surpresapois só conheciam o esporteatravés da televisão ou de al-gum comentário em casa. Através de conversa in-formal com os familiares, per-cebemos que a participaçãocom as crianças no ambien-te escolar, realizando movi-mentos corporais através debrincadeiras, foi algo diferen-ciado para os pais, que apro-varam e solicitaram a conti-nuidade dessas atividades fí-sicas na escola . Analisando os comentá-rios dos alunos e familiaresobservamos que muitos nãotêm acesso a várias modali-dades esportivas, por falta decondições financeiras, oudesconhecimento da filosofiada atividade como: Karatê,Taekwondo e Judô.

A escola, nos dias dehoje, deve esclarecer, orien-tar e mostrar aos familiaresdestas crianças os benefíci-os das atividades físicas nãosó para as crianças, maspara todos nós, como quali-dade de vida, consciênciacorporal, melhoria na coorde-nação motora, prevenção dedoenças, respeito ao corpo... A escola tem um enormepotencial de alunos com umfuturo brilhante, cabe a cadaprofissional mostrar o caminho.

Maria Salete Gerevini deSouza é professora da EM“Antonio Nacif Salemi”

Entende-se que o mo-vimento é uma linguagem quepermite às crianças explora-rem o meio físico e atuaremsobre o ambiente humano. Éuma linguagem tão importan-te que requer a atenção dosprofessores. Muitas vezes, omovimento da criança é vistocomo algo indesejável dentrodo ambiente escolar. Os movimentoscorrespondem às necessida-des e manifestações afetivasdas crianças, sendo, portan-to o corpo, um veículo expres-sivo, onde o movimentar e secomunicar, enfim é desenvol-ver o pensamento. Para que a criança de-senvolva uma expressão cor-poral harmoniosa, torna-seimportante ter atitudes equili-bradas com a criança, sem arigidez exagerada ou apre-sentar-se excessivamentepermissivo. A criança, principalmen-te na idade pré-escolar, apre-senta múltiplas habilidades fí-sicas, é um ser dinâmico. O reconhecimento deque as habilidades físicas edestrezas contribuem demodo significativo para aconstituição do auto-concei-to e do papel desempenhado

na vida é fundamental. O trabalhar a educaçãodo movimento, esquema cor-poral, possibilita às criançasdesenvolverem as suas per-cepções (temporal, espacial,etc.), aprimorarem adominância lateral e adquiri-rem noções e conceitos im-portantes que terão influênciasignificativa futuramente naalfabetização, isto é na leitu-ra e escrita. Deve-se levar em con-ta também a importância dobrincar na idade pré- escolarcomo uma forma de desen-volvimento total e global dascrianças, onde o professorprocurará colocá-las em situ-ações reais contextualizadascom os objetivos. Apresentar jogos recre-ativos de regras são de gran-de importância, pois nos jogosde regras as crianças desen-volvem as capacidades corpo-rais de equilíbrio e coordena-ção e trazem oportunidades deaprendizagens sociais, ondeas crianças aprendem a com-petir, respeitar uns aos outros,bem como as regras.

A criança, o movimento, obrincar, os jogos...

Geraldo Katsuaki Amano

Geraldo Katsuaki Amano éprofessor da EE ProfessorCamilo Faustino de Mello

APRENDIZADO

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EXPERIÊNCIA

Como professora deeducação física da E.E. Prof.Benedito Borges Vieira, loca-lizada na Vila Morais, no km7 da Estrada Mogi-Bertioga,iniciei meu trabalho em feve-reiro de 2001 fazendo um le-vantamento da bagagem cor-poral que meus alunos já tra-ziam e ficou claro que muitos,às vezes, andam quilometrospara chegarem à escola.

Implantamos um pro-jeto para atender a clientelabaseado na Proposta Peda-gógica da escola, cujo objeti-vo maior era propiciar o bemestar da comunidade, promo-vendo o trabalho em grupo , asocialização, colaborandocom a disciplina, evitando aevasão escolar e melhorandoa qualidade de vida.

No Projeto “Atletis-mo na Escola” trabalhamoscom a consciência corporal,evidenciando o corpo em mo-vimento, integrado ao siste-ma do aparelho locomotor,muscular, ósseo e nervosocentral, além de dar aconscientização do fazer esaber fazer, ajudando na for-mação global desse aluno.

Para esse projetocontei com o apoio da equipeescolar e com a parceria daempresa “Petron”.

Foi com muita dedi-cação de todos os envolvidosque alcançamos nossos ob-jetivos juntamente com a con-quista de muitas medalhasnos eventos em que partici-pamos junto a Secretaria deEsporte e Turismo e Campe-onato Escolar de Esporte, nosquais vimos os alunos chega-rem no topo dessa competi-ção levando-os a participar dafinal estadual da categoriamirim.

No ano passado fo-mos para a final estadual dacategoria infanti l emPindamonhangaba e nossaaluna Adriana foi vice-cam-peã estadual na prova dos800 metros.

Recentemente via-jamos para Nova Odessa,no interior de São Paulo. Fi-camos alojados por 4 dias

e foi meu maior prêmio vermeus alunos felizes , coma auto-estima no mais altograu, por saberem que nes-sas viagens exerceram seupapel de cidadãos com amaior satisfação e alegria. Ver esse sonho se reali-zar torna evidente que valea pena acreditar e apostarna força quando todos têm

Do sonho à realidade; das ruas às pistasZuleide A. P. de Oliveira

Zuleide A. P. de Oliveira éprofessora da E.E. ProfessorBenedito Borges Vieira

“Antes eu não tinha com que me ocupar, ficava na rua, depois fiquei envolvida no Pro-jeto “Atletismo na Escola” e, junto comigo, várias colegas também saíram das ruas epassaram a ficar na escola . Fomos motivadas pois participamos de várias competiçõese eventos fora da cidade . Foi a primeira vez que eu conheci São Paulo, capital, quandofui competir no Festival de Atletismo na pista do Ibirapuera. Na escola também temosque mudar nosso comportamento, pois, se algum professor reclamar do comportamento

ou se aprontarmos alguma coisa errada, a primeira pessoa a saber é a professoraZuleide, que conversa, explica, orienta e dá nova oportunidade para não perder a vaga

do treino. Meu sonho agora é ser uma atleta, minha mãe foi corredora dos 100 metros eeu me orgulho disso. Tive um primo de terceiro grau, de quem todos já ouviram falar, oJoão do Pulo. Espero que esse projeto nunca acabe. Voltei de Nova Odessa querendoque um dia todos tenham essa oportunidade que tive”. Suellen Cristina Darago, alunada 7a. série C, de abril de 2001 a outubro de 2002 conquistou 14 medalhas, sendo10 de ouro, 2 de prata e 2 de bronze, nos 100 metros, no salto em distância e no

revezamento 4x100, nas diversas competições de que a escola participou

um objetivo único, pois jádizia Raul Seixas que “so-nho que se sonha só é sóum sonho; sonho que sesonha junto é realidade”.Agradeço a todos que ajuda-ram a conquistar esse sonho.

A descoberta de um novo mundo

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Dança, uma aliadado aprendizado

A Educação Física éuma área extraordinária de atu-ação e tendo escolhido a dan-ça como minha especialidade,pude neste ano de 2002 for-mar grupos de dança na E.E.Profº. Benedito Borges Vieira,num trabalho de satisfaçãopara pais, alunos e para todaa equipe escolar.

A dança aplicada naEducação tem importânciacomo tantas outras atividadesdesenvolvendo as capacida-des físicas, socialização, con-ceitos culturais das vivênciasde sua realidade.

Todas as experiênci-as e vivências obtidas com asatividades da turma de Dan-ça tornam o trabalhoprazeroso e harmônico entrecorpo, mente e alma.

Além disso, a dançaacompanha o Homem desdeseu surgimento, pois já foramencontrados registros antigos

de pinturas em cavernas so-bre a dança como uma de suasatividades diárias expressan-do seus sentimentos. Histori-adores e pesquisadores afir-mavam que somente os ho-mens são capazes de realiza-rem gestos dentro de umacadência musical e que podemser para diversas comemora-ções desde um funeral a umcasamento, para uma guerraou colheita, etc. Nos dias dehoje isso ainda é muito prati-cado por nossos poucos índi-os que ainda tentam e conse-guem preservar sua cultura.

A dança moderna eclássica atual exige de seusbailarinos um grande traba-lho de condicionamento físi-co, com atividades variadasnecessárias para um bomdesempenho da dança econstruindo uma estruturacorporal bem feita.

A gama de movimen-

tos na dança é tão grande quequanto mais variações, maisela se torna atrativa.

Para mim, a dança éalgo que me fascina desdecriança, motivando-me a cur-sar Educação Física e a fa-zer outros cursos de forma-ção e especialização, dando–me oportunidade de conhe-cer ótimas pessoas e profis-sionais ligados a dança.

Nos últimos anos te-nho aumentado as experiên-cias pessoais e a realizaçãoprofissional, conseguindotransmitir aos meus alunosalgo que os sensibilizem emaspectos que irão provocargrandes transformações emsuas vidas atuais e que leva-rão consigo para o futuro, fa-zendo cumprir minha missãocomo Educadora.

Maria Lucia de Oliveira

Maria Lucia de Oliveira é pro-fessora da E.E Profº BeneditoBorges Vieira

DEPOIMENTOS

“a dança nos ajuda arelaxar, nos deixa levese com disposição...”Fabrícia, 2 o. B.

“queria que a aula dedança não acabassenunca, mas infelizmen-te só temos mais doismeses...” Luciana, 8 a. C

“gosto muito de cantare dançar e meu sonhoé ser cantora e dança-rina...” Edna, 8 a. B.

“ Eu adoro a aula dedança… e sempre ireiajudar no que estiverao meu alcance...”Érika, 8 a. C.

“quando a genteestá dançando esque-ce dos problemas”Suelen,8 a.C.

Para se falar de mo-vimento, podemos começarpelo nosso próprio corpo.Como sentimos nosso corpo?Quais as sensações maismarcantes, quais as que nostrazem boas ou más lembran-ças? Antes mesmo do nas-cimento, já somos invadidospor sensações que vão de-senvolver nosso modo de ser,de agir, de pensar. Essas sen-sações evoluem para as per-cepções , que orientam nos-sos movimentos, proporcio-nando melhores ou piores de-sempenhos motores. Sabemos que corpo emente nem sempre cami-

nham juntos em seu desen-volvimento e que nossos mo-vimentos corporais são co-mandados pelo cérebro.Deacordo com nossas percep-ções, vamos construindo no-ções que, com oportunidadesde experiências motoras, po-derão evoluir posteriormentepara a construção dos nos-sos próprios conceitos. Nossos conceitos sãoresponsáveis por nossa ma-neira de ver o mundo, nossaforma de viver em sociedade,nossas atitudes. E são essasatitudes reveladoras do nossocaráter, visto que elas se ma-nifestam através do movimen-

to e da expressão corporal. A linguagem corporalmuitas vezes torna-se maiseloqüente do que aspalavras.Quando a criançacomeça a desenvolver suaspercepções de tempo e es-paço, vai adquirindo noçõesde movimento, que serão im-prescindíveis para a sua for-mação cognitiva, emocional esocial. Além disso, ao con-solidar a sua dominância la-teral, em torno de 7 ou 8 anos,a criança poderá conhecermelhor seus limites e possi-bilidades e, conseqüente-mente, construir consciente-mente seus conceitos de

esquerda e direita.Essas aqui-sições conceituais serão fun-damentais para a aprendiza-gem em Alfabetização e emqualquer outro componentecurricular, pois, alcançandomaior autoconfiança através dodesempenho motor, a criançapoderá aumentar sua auto-es-tima, transformando até mes-mo seu comportamento dian-te das dificuldades que poderávir a encontrar em sua vida.

Educação do movimento. Por que?Vilma Pavanelli Farávola

Vilma Pavanelli Farávola éprofessora de Fundamentosde Educação Física da UBC ede Arte na EM BeneditoFerreira Lopes-CAIC

EXPRESSÃO CORPORAL

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INTEGRAÇÃO

Sejam AMIGOS INTEGRADOSMaria Angela Aparecida Pires de Lima

Maria Angela Aparecida Piresde Lima é professora da EMProfessora Maria ColombaColella Rodrigues

Aguardamos contatospara futuras parcerias:EM Profª Maria ColombaColella Rodrigues - RuaCarlos Carvalho, 88 - VilaNatal - fone: 4725-1225

Atualmente muitosestudiosos têm destacado asuma importância de estarrecolocando o brincar na edu-cação; pois ele não é perda enem preenchimento de tempo.É por meio do brincar que sepossibilita à criança seu de-senvolvimento como um todo.

Assim, ela expressasua forma de refletir, ordenar ede reconstruir o mundo atravésde suas fantasias, desejos,medos e sentimentos. A soci-alização e o desenvolvimentointelectual e formal das crian-ças dependem da interaçãopara que sejam estimuladas aconviverem em grupo.

“Amigos Integra-dos” é um projeto que temcomo objetivos oferecer às cri-anças a oportunidade de me-lhor integração na sociedade,despertando a auto-realiza-ção, auto-estima e de perce-ber a necessidade de haverrespeito com si e com os ou-tros, salientando a importân-cia da participação e do tra-balho em grupo, de maneiraa contribuir para a melhoria doseu bem estar hoje; para quefuturamente sejam cidadãosconscientes e participativos,contribuindo assim para umasociedade melhor.

Trabalharemos com:Gincanas, Jogos Recreativos,Danças, Macroginásticas eoutros. É um Projeto a serdesenvolvido no contexto dainterdisciplinariedade e avali-ado através da participaçãodos alunos, considerando seuempenho e interesse.

Nosso projeto foi ide-alizado com o fim de propor-cionar alegria, divertimento eemoção às crianças, que in-felizmente não possuem aoportunidade de ter o diverti-

mento e recreação por faltade condição financeira.

Tratando-se de crian-ças, em especial as que sãomenos favorecidas e algumasque não moram com seusrespectivos pais, objetivamosvalorizar suas potencialidadescriativas, bem como melhorara sua auto-estima.

Gostaríamos de po-der contar com a participaçãode profissionais interessadosem trabalhar conosco, atravésde parceria junto à iniciativapública ou privada. Acredita-mos ser um momento de de-dicação por parte dos envolvi-dos, visando o bem estar des-sas crianças que são o nossopresente, com esperanças deum futuro melhor para si mes-mas e consequentementepara a nossa sociedade.

O Projeto será reali-zado inicialmente em nossaescola, mas sabendo que háinstituições, como por exem-plo: Casa da Criança, Esco-las de Educação Infantil, Edu-cação Especial e Ensino Fun-

damental que possuem alu-nos carentes, num segundomomento poderíamos tam-bém estendê-lo para outrasUnidades Escolares.

Queremos poder con-tribuir na construção de umasociedade otimista, ajudandoa vencer os problemas e pro-porcionar a nossas criançasque escolham o melhor cami-nho a seguir, com esperançade um futuro melhor.

Tratando-se decrianças, em especial

as que são menosfavorecidas e algumas

que não moram comseus respectivos pais,objetivamos valorizarsuas potencialidadescriativas, bem comomelhorar a sua auto-

estima

Gincanas, JogosRecreativos, Danças,

Macroginásticas eoutros. É um Projeto a

ser desenvolvido nocontexto da

interdisciplinariedade eavaliado através da

participação dosalunos, considerando

seu empenho einteresse

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DESENVOLVIMENTO

O esporte, enquan-to um bem, historicamenteconstruído, a ser criticamen-te exercitado por todos, de-verá estar presente no coti-diano de todas as nossas cri-anças e jovens, principal-mente de maneirapedagogizada, no interior daEscola, nos espaços públi-cos, nas praças de Espor-tes.

Desde a década de80, vem ocorrendo discus-sões sobre a Educação físi-ca e o Esporte que vinhamsendo vistos como simplesatividade, muitas vezesextracurriculares. Hoje, sãotidos como fim educacional.

O Esporte e a Edu-cação Física se tornaram ele-mentos importantes deintegração do corpo na uni-dade do sujeito, e por issonão podem ser compreendi-dos como simples treinamen-to muscular, nem como mo-mento de descontração ousimples garantia de higienee condição de equilíbrio fisio-lógico.

Cabe à EducaçãoFísica o delicado esforçopelo qual as crianças reco-nheçam seu corpo, respei-tando seus limites.

Assim compreendi-da, provoca o equilíbrio inte-rior da personalidade e o trei-namento esportivo, enquan-to atividade humana significa-tiva, e o apelo ao aperfeiçoa-mento.

O momento é de in-clusão e a meta é não dei-xar ninguém no exterior, prin-cipalmente a criança. Cabeà Educação Física e ao Es-porte afastar, sempre quepossível, os fatores que im-pedem a inclusão, que se-

gundo as Nações Unidas são:a ignorância, a negligência, asuperstição e o medo.

A organização dasNações Unidas hoje, ao con-gregar 189 países, temcomo meta colaborar paraque até o ano 2010, esteja-mos vivendo numa socieda-de inclusiva global.

A escola do passadoestava equivocada, é impor-tante “formar intelectuais,mas é urgente fazê-los cida-dãos e homens de bem.

Qual será o projetode vida de uma pessoa, quedesde sua infância, foi socia-lizada para a incapacidade, arestrição e a dependência?

Como se pode inte-

grar socialmente essa pes-soa, cuja imagem foi desen-volvida pelos demais comoessencialmente incapaz?

Numa sociedade in-clusiva, todos se motivam,pois o direito de “ser e comoser”, é respeitado, e as dife-renças não serão marcadaspor menor ou maior valor so-cial, o que é ético e prazerosopara todos.

Experiência MogianaEm Mogi das Cruzes

está sendo desenvolvido o pro-jeto Esporte Mogi, com o obje-tivo de levar a prática de espor-tes (iniciação desportiva) e lazerpara 11 comunidades, reduzin-

“Se ninguém pensar no ideal, o real jamais serámobilizado e evoluído para maiores conquistas”

do o risco de envolvimento decrianças e jovens com drogase a violência, estimulando acidadania e o surgimento denovos atletas.

O programa estásendo implantado pela Pre-feitura, com apoio da iniciati-va privada. Atualmente sãoatendidas 1100 crianças comidade de 6 à 12 anos, rece-bendo uniformes e orientadospor professores de educaçãoFísica, que levam em consi-deração o desempenho es-colar de cada aluno.

Zilda Biancosini écoordenadora do projetoEsporte Mogi, realizado pelaSecretaria Municipal deEsporte e Lazer

A Educação FísicaA inclusão

O Esporte

Zilda Biancosini

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QUALIDADE DE VIDA

A consciência dagrandiosidade do espaço a serocupado pela disciplina Edu-cação Física, aos poucosestá sendo incorporado pelasociedade. Sua atuação nocontexto geral tem influenciapositiva e liderança na forma-ção de indivíduos e na mudan-ça de uma sociedade, preo-cupada com a melhoria daqualidade de vida dando odevido valor para hábitos sa-lutares, como a prática cons-tante de Atividades Físicas,das atividades participativasde inclusão social, fazendocom que o Profissional deEducação Física seja reco-nhecido no mercado. Ressal-tando aqui, que esta profissãohoje é regulamentada atravésdo CREF - Conselho Regio-nal de Educação Física eCONFEF – Conselho Federalde Educação Física.

As diversidades deCampo de atuação, aí inclu-indo o jogo, o esporte, a dan-ça, as artes marciais, aergonomia, as lutas, a recrea-ção, o lazer, a reabilitação, oturismo, o gerenciamento denegócios esportivos, saúde eresponsabilidade social, ofere-ce um mundo de oportunida-des àqueles que vislumbrarema busca constante de conhe-cimentos para atendimento dealtas demandas.

O profissional que ou-sar focar o relacionamentocom clientes, àqueles que en-tenderem que a Educação e aEducação Física pode ser ariqueza de um País, com pes-soas mais felizes, integradasao ambiente, à família e a co-munidade em que vivem, pes-soas otimistas pela própriamelhoria da auto-estima e maissaudáveis, poderão encontrarcomo resultado um campo detrabalho amplo associado a

satisfação do exercício plenoda profissão.

No âmbito escolar,deve estar norteado nos finse objetivos estabelecidos naLei de Diretrizes e Bases daEducação Nacional, nos pro-jetos pedagógicos de cadaInstituição de Ensino e nasPolíticas e Planos de cada lo-calidade. A Educação Físicapode possibilitar o resgate decrianças e jovens, tirando-osdo caminho da violência e dasdrogas e colocando-os nocaminho da adrenalina sau-dável ao corpo e à mente.

Educação Física, uma visão de futuroMarco José Nunes Siqueira

Marco José Nunes Siqueira édiretor do Sesi de Jacareí, pro-fessor de Ginástica Olímpicada Faculdade de Educação Fí-sica do Clube Náutico Mogianoe presidente de Honra da ONGPanathlon Club de Mogi

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QUALIFICAÇÃO

A Educação Físicadeve rever seu papel dentro dasociedade brasileira, deve re-pensar sua forma de atuar, re-fletindo, que tipo de cidadãoquer formar. Preocupando-sedessa forma, em trabalhar osesportes e as outras manifes-tações de cultura corporal,como um meio de educar econcientizar o jovem sobreseu papel social, e não maiscomo um fim em si mesmo.

Se de um lado estecompromisso social com aeducação torna-se fundamen-tal, de outro, não menos im-portantes são os aspectos li-gados a prática desportivaenquanto lazer, uma vez queem uma sociedade marcadapelo capitalismo selvagem,cada vez o homen é desapro-priado de seus direitos funda-mentais, e dentre eles, o di-reito ao lazer.

Entendemos comisso, que a prática sistemáti-ca da atividade física devacomeçar na instituição esco-lar, pois é nela que a grandemaioria da população temacesso a este conhecimentoque faz parte de uma culturacorporal. Cultura esta, que deacordo com Daolio (1996),agrega uma gama de ativida-des corporais realizadas peloser humano, que podem sermanifestadas por meio dosjogos, das lutas, danças, etc.Em virtude destes pressupos-tos, ou seja, de que a Educa-ção Física é uma prática queao longo dos anos vem sen-do legitimada socialmente, eque seus benefícios vão alémdos já proclamados “biológi-cos”, “estéticos”, “psicológi-cos”, é que propomos um re-pensar sobre o momento desua inserção sistematizadana educação formal.

Dessa forma o traba-

lho com as práticas esporti-vas dentro da escola, ultra-passada a questão técnica,vai além da formação de atle-tas, tem como um de seusobjetivos centrais a formaçãodo cidadão.

Todavia, deve ficar cla-ro que não se nega com essavisão a possibilidade dadetecção de talentos, massim a junção desta possibili-dade com objetivos mais ge-rais, delineados para as prá-ticas desportivas dentro doambiente escolar.

Nesse contexto, umprograma de capacitação de-verá ter por objetivos:· Implementar técnicas eestratégias de preparação pro-fissional em Educação Física;· Favorecer a integraçãoentre a comunidade e a es-cola por meio de atividadesesportivas;· Despertar nos professo-res a necessidade da análisee reflexão crítica das ativida-des propostas em termos deesporte na escola;· Viabilizar o desenvolvi-mento de projetos relaciona-dos ao Esporte/Educação,Esporte/Lazer, e Esporte/Saúde desenvolvidos nos se-tores públicos do Brasil;· Qualificar e capacitarpessoas sem a formação es-pecífica nos locais onde nãoexistem profissionais forma-dos na área.

Esses objetivos sejustificam porque a realidadedas escolas indica um qua-dro preocupante e crítico. Oprofissional que lida diaria-mente com crianças e ado-lescentes apresenta um qua-dro de muito desânimo e pou-ca criatividade, o que gera

pouca iniciativa, que por suavez gera insegurança, apatia,individualismo e isolamento.

Pensando em contri-buir para a qualificação do-cente dos professores deEducação Física, propomosa realização de cursos decapacitação permanente. Taiscursos destinam-se à promo-ção da relação entre os fun-damentos teóricos e a práti-ca pedagógica da área.

Acretitamos que oresgate por parte do professorda vontade de ensinar e porparte do aluno da vontade deaprender é a grande chavepara o sucesso das escolas,principalmente das públicas,e consequentemente do futu-ro do país. Neste aspecto emparticular a Educação Físicatem muito a contribuir, uma vezque ela ainda atrai em grandeparte, o interesse dos alunospela escola, seja por meio daprática de esportes ou pelasensação de liberdade ecriatividade que ela pode pro-piciar aos alunos.

Neste sentido, prepa-rar os profissionais de Educa-ção Física para uma atuaçãocompetente é fundamental,principalmente numa socieda-de em que cada vez mais osedentarismo está presenteenquanto atitude de vida daspessoas, causando na maio-ria das vezes, problemas desaúde, e, portanto, baixa qua-lidade de vida.

Desta maneira, a so-ciedade de um trabalho reali-zado por profissionais capa-citados é fundamental. Maspara isso aconteça, não bas-ta apenas uma boa formaçãoacademica, é necessário queos profissionais responsáveis

por este trabalho estejam,como dito anteriormente, emconstante atualização.

Esta atualizaçãopassa pelo entendimento deque as ações elencadas paraseu desencadeamento devemser organizadas de maneirasistematizada e com objeti-vos bem definidos. Entre es-tas ações, uma deve ser es-pecial, qual seja, a de prepa-rar um profissional que com-preenda que seu trabalho sedá numa cultura socialmenteconstituída, que seleciona al-gumas atividades corporaispara serem praticadas poresta sociedade.

A capacitação des-ses profissionais de Educa-ção Física também devempropiciar seu entendimentono sentido de perceber a co-existência na área de váriasconcepções, sendo que qua-se todas têm como ponto emcomum, a tentativa de rom-per com o modelo anterior,que hegemonicamente tempautado a Educação Físicano Brasil.

Numa sociedadeglobalizada, em que as informa-ções chegam de todas as for-mas e em velocidade muito rá-pida, preparar um profissionalque saiba filtrar e articular es-tas informações de forma coe-sa e competente é essencial.

Capacitação para professores“Ai de nós educadores, se deixarmos desonhar sonhos possíveis” (Paulo Freire)

Adalberto dos Santos Souza

Referências BibliográficasDAOLIO, Jocimar. Da cultura doCorpo . Campinas: Papirus, 1996

Adalberto dos Santos Souzaé profesor licenciado emPedagogia e Educação Física;mestre em Educação Físicapela UNICAMP; professoruniversitário e coordenadorna Faculdade do ClubeNaútico Mogiano e na Unicsul.Professor do IMES.

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LIÇÃO DE VIDA

Meu nome é RodrigoTadeu Silva Ferreira, tenho 29anos, sou Educador Físico for-mado pela Faculdade do Clu-be Náutico Mogiano no ano de1996. Sempre tive uma vida es-portiva onde aprendi e pratiqueivários esportes, mas foi na Gi-nástica Olímpica que encontreirealmente algo que tornava mi-nha vida mais emocionante.

Meu professor e téc-nico Marco José NunesSiqueira, conhecido por to-dos como o Profº. Marcão eraformidável com todos que fa-ziam parte daquela família deginastas do Sesi.

Amigo de todos, teveuma enorme responsabilidadepara a educação de cada cri-ança que freqüentou aquelasala de ginástica, e, sem dú-vida para comigo também,desde que comecei a praticaraos 12 anos. Muitos anos deconvivência e amizade que fuiencontrá-lo na faculdade comoum dos meus professores uni-versitários, onde mais umavez pude confirmar seu entu-siasmo como educador.

Após me formar, játrabalhando na área como pro-fessor de natação de umaacademia na minha cidadeMogi das Cruzes e ainda dan-do continuidade em minhasatividades como atleta de Gi-nástica Olímpica,participandode competições, quando so-fri um acidente durante umtreino, ocasionando um trau-ma na coluna cervical comlesão na medula espinhal, dei-xando-me paraplégico, fazen-do-se necessário o uso de ca-deira de rodas a qual uso aténos dias de hoje.

Este acidente ocor-reu em agosto de 1997 e mais

uma vez o então, professor eamigo, Marco Siqueira este-ve todo tempo me acompa-nhando e me apoiando naminha recuperação. Numadas visitas que o professorsempre me fazia, falou dealgo que estaria para aconte-cer em Mogi que seria muitobom e que contaria com aminha participação.

Confesso que no co-meço não estava entendendonada quando ele me falava dealgo mundial sobre esportes,etc. Eu não tinha vontadenem de sair de casa, quantomais participar de algo quenão sabia o que seria, maspor insistência acabei indo vero que era,quando me depareinuma reunião de pessoas,

que mais ou menos já tinhamum pequeno conhecimentopor serem ligados a esportes.

Enfim eu estava apre-sentado ao Panathlon, umaONG voltada a projetos, incen-tivo e desenvolvimento de ati-vidades ligadas à EducaçãoFísica, esportes, lazer, recre-ação, atividades físicas, etc.

A partir dai fio me si-

A perseverança vencendo os lim

Neste ano, Rodrigoparticipou dos JogosParadesportivos da Região Sul,realizados no mês de julho emItajaí-SC, conquistando 6 meda-lhas (2 no atletismo e 4 na nata-ção). Sua mais recente partici-pação foi nos JogosParadesportivos da Região Su-deste realizado no Rio de Janei-ro – RJ, de 21 a 25 de Agosto,competindo contra atletas dosEstados de SP, MG, RJ e ES.Conquistou 9 medalhas sendo:Atletismo (1º. Arremesso dePeso, 1º. Lançamento de Dis-co, 1º. Lançamento de Dardo) e

na Natação (1º. 50mts Peito, 2º.100mts Livre, 2º. 50mts Cos-tas, 3º. 50mts Livre, 1º.Revezamento 4X50mts Livre e1º. 4X50mts Medley), além dotítulo de Campeão por Equipe.

Rodrigo é auxiliadopelas professoras Maria deLourdes e Flavia Samira,pela auxil iar de piscinaShirley e para não treinar so-zinho conta com a compa-nhia do atleta Robson Maedada equipe de natação do Clu-be Náutico Mogiano onde umincentiva o outro.

Seus treinos têm a

supervisão de sua técnicaTatiana Caparelli e seu com-panheiro de equipe Joon SokSeo (medalhista em Sidney/ 2000) ambos do CIEDEF –Centro para Integração Es-portiva do Deficiente Físi-co ao qual Rodrigo é associ-ado desde 2001.

Além do grandeapoio dado pelo Clube Ná-utico Mogiano nesta impor-tante atitude social, contatambém com apoio da JETMAX (sport & fitness) ePanathlon Club de Mogidas Cruzes .

Uma história de medalhas

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mitesRodrigo Tadeu Silva Ferreira

Panathlon, palavradifícil de dizer e até enrola alíngua ao pronunciá-la.Talvez você já tenha ouvidoe pensado que é uma marcanova de cosmético ou deautomóvel, etc. Não é nadadisso, é algo muito maisinteressante.

P r i m e i r a m e n t eprecisamos saber o que é,como é e para que serve oPanathlon.

A palavra Panathlontem origem grega e significapan (todos), athlon(esportes ), portanto,Panathlon significa “Todosos Esportes” e éacompanhado de um lemaoriginado do Latim que é:“Ludis Jungit”, Ludis(esporte, lúdico, lazer),Jungit (une ou união)significando “O EsporteUne”, ou seja, “É a uniãode todos os povos atravésdo esporte” e é por issoque o símbolo do Panathlontambém tem as cincocores: vermelho, verde,preto, amarelo e azulrepresentando oscontinentes, semelhanteaos cinco anéis querepresentam o símbolo doCOI (Comitê OlímpicoInternacional) que organizaos Jogos Olímpicos, omaior evento esportivo domundo.

A origem doPanathlon se deu através deum grupo de associados doRotary Club na Itália quepraticavam atividades físicase tinham muitas afinidadescom a área esportiva. Elesse uniram e assim fundaramo Panathlon Internacional nodia 12 de Junho de 1951,

hoje com 51 anos deexistência.

O Panathlon é umclube de idéias, de serviços,de amizades, de cultura,ação e ética que tem porfinalidade difundir a prática deatividade física saudável comoforma de proporcionar aoindivíduo a melhor qualidadede vida. O PanathlonInternacional mantémrelações com o COI,UNESCO, UNICEF, AGFIS(Associação Geral dasFederações EsportivasInternacionais), entre outrasorganizações relativas a áreaesportiva. Um dos maioresprojetos do PanathlonInternacional, em função dosJogos Olímpicos de Sidney2000 foi a campanha“Antidoping”, difundida emtodo o mundo por todos osclubes, ou seja, Fair Play oesporte limpo.

Todo ano oPanathlon Internacionallança um tema mundialpara que todos os clubesapresentem trabalhos epara este ano o tema foi“At iv idade Fís ica paraPessoas Portadoras deNecessidades Especiais eMelhor Idade (TerceiraIdade)” . O Panath lonInternacional tem sede naItália (o único que tem sedefísica), é dividido em 17Dist r i tos, sendo que oBrasi l é o XI I , com 38clubes. O Panathlon Clubde Mogi das Cruzes é o345º Clube, foi fundado em19 de março de 1998,existindo há quatro anos.

Todos os clubespossuem diretorias,conselhos, secretarias,

comissões, etc. Todos osdemais clubes espalhadospelo mundo realizamreuniões de convíviomensalmente em locaisitinerantes.

O Panathlon temcomo objetivo difundir aqualidade de vida saudávelatravés de trabalhosefetuados, como parceirode organizadores deeventos que alcancemestes objet ivos. Atuatambém como um agentefacilitador identificandoproblemas na áreaesport iva e buscandoformas de solucioná-loscom o apoio de diversossegmentos públicos ouprivados.

O perfil do clubetem, basicamente em suacomposição, profissionaisformados e ligados à área deEducação Física, o que nãoé requisito para participação,basta ter interesse emtrabalhar (voluntário) e algoa contribuir, assim comoalguns de nossosassociados que sãoadvogados, médicos,pedagogos, etc.

O Panathlon Clubde Mogi das Cruzes estáaberto e esperando aparticipação de quem seinteressar em conhecê-lo.

Saudações Panathléticas

Site do PCMC: www.pcmc.kit.net

Panathlon, um clube de idéias

Eulália dos Anjos Siqueira, pre-sidente do Panathlon Clube deMogi das Cruzes

ESTRUTURA

tuando e o Panathlon foi oprimeiro estímulo para umavolta de vida social contribu-indo muito para o meu pro-cesso de reabilitação.

Em 1999, precisandorealizar novas cirurgias paraum novo tratamento, oPanathlon teve papel funda-mental representado pelo Dr.Bacallá do Panathlon de SãoPaulo, no fiel espíritopanathlético de amizade, ser-viço, idéias, ética e moral queconsegui um ótimo tratamen-to no Hospital das Clçínicasda Faculdade de Medicina daUSP, onde me trato até hojeinserido no grupo de pesqui-sa para a cura da lesão me-dular, supervisionado pelosmelhores médicos do Brasilnesta área.

Seguindo minha vidajunto com as atividades doPCMC pude ampliar minhanova visão sobre a vida, comoum portador de necessidadesespeciais. Incentivado e mo-tivado pelos meus colegaspanathletas, hoje trabalhocomo professor monitor naFaculdade de Educação Físi-ca do Clube Náutico Mogianono 4º Ano, na disciplina Gi-nástica Olímpica, convidadopelo meu amigo e panathletaMarco Siqueira.

Hoje sou paratleta denatação e atletismo com bonsresultados em início de com-petições com classificaçãopara o Campeonato Brasileiroem Natal (RN) e possivelmen-te para as Paraolimpiadas.Não consigo enxergar dificul-dades mesmo usando cadeirade rodas e estou sempre dis-posto para superar novos de-safios. Obrigado a todos!Rodrigo.

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DIVERSÃO

É belo iniciar estetexto escrevendo que somossempre crianças, mas nãopodemos esconder as mar-cas da idade na pele do ros-to, porém elas não apagam ojovem que sempre teremosque ser, os difíceis caminhosse transparecem nas rugasda fronte, mas os risos conti-nuam brincando nos vincosprofundos ao redor dos olhose da boca.

Sabemos que todohomem joga, ainda que por fa-talidade ou mistério do destinolhes faltem os membros, masfelizes somos porque sabe-mos que não faltará a imagi-nação que nos guia para omundo do jogo, e que como odestino, o jogo também é mis-terioso mesmo para os gran-des estudiosos, mas é ummundo que nos oferece a inau-dita magia de um sorriso, poispassa o tempo, mas as brin-cadeiras não nos abandonam.

Já no começo denossas vidas somos vitimasdo “Senhor Jogo” por quasetodo o tempo, e me lembroneste momento que quandojogávamos esquecíamos devoltar ao que podemos cha-mar de mundo real, mas otempo passou e com o ama-durecimento o jogo pareceque se acalmou, ficou meioesquecido, porém está sem-pre à espreita nos esperan-do, e hoje talvez a diferençaseja que quase sempre sabe-mos o que jogamos e em nos-sa meninice quase nunca sa-bíamos que jogávamos, éra-mos apenas guiados pelo “Se-nhor Jogo”.

Em nossa infânciapara realizarmos nossas ta-refas ou obrigações, aten-dendo ao pedido dos pais,

era como exigir do corpo umesforço quase sobre huma-no, mas atender ao convitede um amigo para jogar eraum prazer, uma alegria, asenergias pareciam exalarpela pele, a liberação dospais era esperada com umsorriso preliminar, só basta-va um sim e então éramosentregues a magia do jogo.

Lá não havia cansa-ço, podíamos brincar depega, de futebol ou de taco,entre tantas brincadeiras ejogos, que a magia era amesma e parecia tomar con-ta de todo o nosso ser. Ain-da bem que um adulto, qua-se sempre uma das mães,interrompia nosso jogo, paraavisar que era hora de comer,pois nem fome sentíamos,mas as vezes éramos inter-rompidos para nos preparar-mos para irmos à escola. Eque bom seria se pudésse-mos jogar também na esco-la, mas lá a formalidade im-perava, e somente era possí-

vel jogar quando cumpríamoso ritual do silêncio e da imobi-lidade durante as aulas nasala, na verdade o jogo erauma recompensa e para tervalor poderia ser oferecidoapenas algumas vezes porano, quase sempre após osperíodos de provas.

Ainda penso que éra-mos vítimas de procedimentoshabituais dos professores, quepensavam ter maior controlesobre nós nos “aprisionando”entre cadeiras e carteiras, etambém da falta de fundamen-tações deste professor sobreo inesgotável caráter educativoque possui o jogo.

Bem, os anos passa-ram e hoje sou professor, pas-sam por mim inúmeras crian-ças com as mesmas vontadesde jogar, então vou resgatar asminhas vontades de jogar,fundamentá-las e aplicá-las aosmeus alunos, assim acreditoque estarei ensinando lhes emseu ambiente natural, culturalatravés do jogo ou se preferi-

rem da brincadeira.Seremos jogadores,

amigos, nos confundiremosentre gladiadores e amores,mas seremos vitoriosos quan-do ao final de um ciclo, con-quistarmos também atravésdo jogo, aprendizados que uti-lizaremos para a vida e nãosomente para o interno dasquatro paredes de uma salade aula. Ficarei satisfeito porcumprir meus compromissosde educador, sendo ointermediador entre o jogo ea criança, adaptando, crian-do e oferecendo possibilida-des de educação pela magiado jogo.

O jogo e a criança Anderson do Prado Barbosa

Texto inspirado no livro OJOGO: ENTRE O RISO E OCHORO ( Freire, 2002 )

Professor Anderson do Pra-do Barbosa é especializadoem Pedagogia do Movimento,UNICAMP, 2002.

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RESPEITANDO LIMITES

Seu atleta será um �campeão�?Zenon Silva Aranha Filho

Zenon Silva Aranha Filho éGestor do curso de EducaçãoFísica da UMC, Mestre em De-senvolvimento Motor pela“Ohio University”e aluno doprograma de Doutorado emEducação Motora daUNICAMP

Com grande freqüên-cia os professores de Educa-ção Física e técnicos de equi-pes escolares são inquiridospelos pais que têm dúvidassobre a possibilidade de seusfilhos virem a ser atletas dedestaque. Na verdade, a per-gunta é quase inevitável!

Uma resposta evasi-va por parte do profissionalde esportes é encarada, ge-ralmente, como falta de co-nhecimento técnico ou ina-bilidade de dar o estímulonecessário ao joveminiciante e portanto, deve serevitada. Se a resposta forbaseada, por outro lado, emtermos numéricos e estatís-ticos, ela pode ter um efeitoainda mais devastador.

Como explicar a umpai que todo esforço e dedi-cação de seu filho bem comotodo apoio oferecido pela fa-mília durante anos, não vãoproduzir mais do quechances infinitesimais de su-cesso desportivo? A respos-ta está em desvincular o con-ceito de sucesso do concei-to de desempenho.

O professor ou técni-co de hoje, deve ter a preocu-pação com o esclarecimentode pais e atletas sobre as ha-bilidades adquiridas através daprática desportiva e de comoestas habilidades superam emmuito, qualquer expectativa dedesempenho desportivo em ní-vel profissional.

Somente firmado esteconceito, evitaremos a criaçãode um pequeno número de atle-tas de “sucesso”em detrimen-to de uma grande população deex -praticantes frustrados.

Do ponto de vistaeducacional, a formação

motora construída através daexperiência diversificada eque permite o desempenhodiferenciado das tarefas docotidiano; as habilidades so-ciais desenvolvidas pelo con-vívio em equipe e que prepa-ram o jovem para o convívioem outros ambientes sociais,o caráter forjado dentro doambiente desportivo atravésdo companherismo e da bus-ca de objetivos pessoais ecomuns; a auto confiança e

a habilidade de gerenciar si-tuações de “stress”são algu-mas aquisições irreversíveisoferecidas pela práticadesportiva.

Com conhecimentopleno dos objetivos a seremalcançados, o profissional deeducação física, que é o gran-de “maestro” da transformaçãopromovida pela práticadesportiva, poderá evidencia-la,conseguindo dedicação do pra-ticante e apoio dos familiares.

Assim, quando inquirido, po-derá responder com total con-vicção que, sem preocupaçãoexcessiva com o desempe-nho alcançado, aquele atletaserá vitorioso!

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EDUCANDO PARA O FUTURO

Esse programa vemao encontro de uma educaçãopara a cidadania com o qualpretende-se difundir princípioscomportamentais no Trânsito aalunos de Educação Infantil eEnsino Fundamental.

Tem como principalobjetivo fazer com que as cri-anças conheçam a importân-cia da Segurança e aprendamo que é Trânsito, para que atu-em como fiscais de seus fami-liares e de nossa sociedade.

Além de preparar futu-ros motoristas desde a maistenra idade, demonstrando ca-ber aos pedestres uma granderesponsabilidade para o bom

funcionamento do mesmo eque os meios de transportesexistem para facilitar a vida hu-mana, como sinônimo de vida,porém não devem ser utili-zados como “armas”.

Vem sendo realizadodesde o ano de 2001, nas Es-colas Municipais, Creches eEscolas Particulares de Educa-ção Infantil do nosso município.

A palestra é realiza-da nas escolas através deaulas práticas, e também sãoutilizados recursos áudio - vi-suais com a orientação doinstrutor Sargento Lúcio. Du-rante aproximadamente duassemanas os alunos realizam

Programa deEducação no

TrânsitoMaria Angela Ap. Pires de Lima

trabalhos referente ao tema eno segundo encontro há o en-cerramento do programa, ondeas autoridades, a comunidade,pais e alunos são convidadosà participarem dessa solenida-de para também apreciarem aexposição dos trabalhos reali-zados pelos alunos.

Os alunos recebemo certificado de participaçãoe a Carteirinha de HabilitaçãoMirim. O relato dos pais de-monstra grande aceitação,uma vez que as crianças osalertam a comportarem-sebem no Trânsito.

No mês de setembrodo corrente ano, foi realizadaa “Campanha Fique Vivono Trânsito” pela SecretariaMunicipal de Transportes donosso município. O sargentoLúcio ministrou palestras so-bre “Educação no Trânsito”para alunos de Educação In-fantil e Ensino Fundamentaldas escolas municipais, esta-duais e particulares, no Tea-tro Municipal Carlos Magno.

A Prefeitura, através

do Excelentíssimo Senhor Pre-feito Junji Abe, nos ofereceugentilmente a impressão de10.000 cartilhas referentes aoPrograma de Educação noTrânsito , as quais foram dis-tribuídas aos alunos.

Só temos a agradecê-lo pela presteza de estar pa-trocinando as respectivascartilhas para que pudéssemoscomplementar nosso projeto.

Dessa forma é grati-ficante perceber o fruto de umtrabalho e a certeza de estar-mos preparando cidadãosconscientes, onde “Educa-ção no Trânsito” é sinônimode civilidade, que contribuirána formação de uma socieda-de melhor para todos.

Instrutor: Sargento Lúcio(17º BPM/M)Coordenadora: MariaAngela Ap. Pires de Lima éprofessora da E.M. ProfªMaria Colomba ColellaRodrigues

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HOMENAGEM

No dia seguinte às atividades promovidas pela Polícia Militarem 7 de outubro passado, na Semana da Criança, nas de-pendências da E.M. Rural do Rio Abaixo, foi solicitado aosalunos das 3ª e 4ª séries que expusessem, por escrito, as

impressões pessoais sobre esse dia.O aluno Willis dos Santos Genásio, da 4ª série, exibindo um

estilo inovador, criou um rap para demonstrar o quanto lhefoi significativo este encontro. Sua composição sensibilizoutanto a corporação militar, que ele e mais dois colegas, Na-tália Santos de Paula e Luciano Aparecido Amorim da Silvaforam requisitados para acompanhar os policiais nas festivi-dades de duas escolas municipais do dia 11 de outubro (en-

cerramento da Semana da Criança), onde, junto a esses,apresentaram o rap.

Pelo feito, Willis também recebeu, do Capitão JoãoHenrique, numa homenagem da Polícia Militar, o Certificado

de Amigo da Escola, além de ganhar, junto com os seusamigos, alguns brinquedos.

Meu amigo policial

Certo dia conheci um homem/ Um cara muito legalEra o meu amigo policial/ Esta história eu vou contarEscutem muito bem/ Eu não posso deixar de falarNão é só um amigo não/ São sete caras legaisSão os meus amigos policiaisPaulo Sérgio, Cavalcanti, Francisco e OsmarPrestem bem atenção/ Não são só esses nãoTambém tem o Cabo Lima/ Sargento CândidoE o Capitão João HenriqueA primeira coisa legal/ Foi assistir a um vídeo animalE nele tinha muita música da Xuxa e do mundopolicial/ Depois andamos numa base-móvelFoi “manero”/ Só não durou o dia inteiroE quando voltamos / Doces já ganhamosDepois fomos assistir aqueles vídeos bem legaisNeles tinha a Xuxa e meus amigos policiaisEu tinha medo antes/ Mas agora tenho não/Pois tenho os meus amigos/ No coração

No dia 10 de outubro p.p., os alunos das 3ª e 4ª séries daEscola do Rio Abaixo foram desenvolver um Projeto Estudo/Lazer no Pesqueiro Alencar, onde foram muito bem recebi-dos pelo seu proprietário Geraldo Alencar, que proporcionouaos alunos não só as condições necessárias para o desen-volvimento do projeto, como momentos de muita diversão noplay-ground e na piscina do Pesqueiro. Para registrar essedia, novamente o aluno-poeta Willis entrou em ação e es-

creveu outro rap.

Meu dia no Pesqueiro

Começou assim Estava todo mundo muito agitado Até chegar o policial Francisco Ele é muito legal E quando pensamos que íamos Surgiu um problema Daí foi na casa da Mayara Ah não! Que legal! De novo nos demos mal! ( a saída da Escola para o Pesqueiro atrasou duas vezes)E quando pensamos que já íamos Ana Lígia chorando Porque minhas irmãs não podiam ir Ana Lígia, não chore!/ Uns vídeos elas vão assistir Então a alegria voltou a fluir Mas naquele mesmo momento me perguntei Foi eu quem disse isso?/ Daí, então já fomos indo E os problemas foram sumindo E no caminho fui conversando Com o meu amigo Luciano E também com o Cesar ou Magu Tanto faz/ Eles são demais Perguntei ao meu amigo Lucianinho Aí, Luciano! Lembra do policial Gentil? Ops! Willis/ Eu quase me esqueci Mas a música com o nome dele Vai ter que sair/ Tchau, Luciano Vou ali conversar com a Natália Ver se ela também não esqueceu Tchau, então vai lá/ Aqui tá tudo firmão! Aí Natália, como vai?/ Vou no Play Ground Ô Natália, espera aí! Primeiro a entrevista Se esqueceu? Pô meu! Eu quase me esqueci! Taí Eu vou lá, tchau/ E depois, quando chegamos lá Eu e o Cristiano fomos entrevistar um pescador Que disse que todos os outros são mentirosos Menos ele/ E depois/Quando terminou Olha só quem vejo!/ Alencar, o dono do Pesqueiro Não acredito!/ Ele eu não posso deixar de entrevistar E depois entrevisto a Aila/ Ela é legal Entrevistei e dei tchau/ E agora a hora legal De brincar no play-ground/ Teve gente que nadouTeve gente que brincou/ Teve gente que só ensaiou Como eu e o Luciano/ E depois pra escola voltamos E assim foi o meu dia feliz!.

AgradecimentoA professora Isaura de Siqueira e os alunos, da E.M. ® do Rio Abaixo agradecem profundamente à Profª Maria Aparecida Satim Naure(Supervisora ), à Profª Bernadete Tedeschi Vitta Ribeiro (Assessora do CEMFORPE) e a ProfªMaria Geny Borges Ávila Horle (SecretariaMunicipal de Educação de Mogi das Cruzes), que incentivaram e valorizaram as iniciativas educacionais deste estabelecimento de Ensino.

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Uma noitemarcada pela

emoção: assimfoi o encontro

entre osprofessores

mogianos, noúltimo dia 14 desetembro, no

Clube deCampo de Mogi

das Cruzes,promovido pela

SecretariaMunicipal de

Educação. Aosom do Grupode Choro daBanda Santa

Cecília, mais de700 pessoas

acompanharama entrega de

troféus para oseducadores queforam citadosna pesquisa“Professor,

Quem Foi SeuMestre?”, queidentificou asunidades deensino e os

mestres maisimportantes naformação denosso atual

corpo docente.O evento tevecomo objetivo

homenagear osprofissionaispelo “Dia dosProfessores”.

Uma noite recheada de emoçãoDIA DOS PROFESSORES