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O DECLÍNIO DA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA 1914-1929

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O DECLÍNIO DA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA1914-1929

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O declínio da República Oligárquica

O declínio político das oligarquias correspondeu as sucessivas desvalorizações do café no mercado internacional e as transformações sociais e econômicas do país.

Forças que contribuíram para o declínio da político das oligarquias= oligarquias dissidentes + novos grupos sociais (burguesia industrial, operários, tenentes, classe média).

O governo oligárquico gerava insatisfações em diversos setores sociais que ficavam relegados a oposição, pois o poder político estava sempre restrito a uma mesma família ou grupo. O monopólio do poder político pelas oligarquias cafeeiras gerou oligarquias dissidentes (RGS, NE).

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A Política das Salvações A eleição de Hermes da Fonseca (sobrinho de

Deodoro) em 1909 representou um rompimento na política do café-com-leite: MG apoiou o marechal Hermes (que também contou com o apoio do RGS) X SP escolheu Rui Barbosa.

Política das Salvações: Hermes da Fonseca rompeu com a política dos governadores ao promover intervenções nos estados realizando a substituição dos grupos oligárquicos que estavam no poder por interventores militares (Revolta de Juazeiro= destituição do governador indicado por Hermes e retorno de Acioly, aliado do Padre Cícero).

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O declínio da República Oligárquica

A conjuntura de transformações sociais e econômicas caracterizou-se pelo desenvolvimento de indústrias , pela urbanização e pela imigração de europeus.

Industrialização: o desenvolvimento de indústrias deveu-se ao capital gerado pelo café e as iniciativas dos imigrantes. Causas: necessidade de ferrovias para escoar a produção cafeeira, diversificação de investimentos estimulada pela crise do café. Com a I Guerra Mundial as indústrias européias concentraram-se na produção bélica, o que diminuiu a concorrência em outros ramos e estimulou a produção nacional.

As principais indústrias eram de tecidos e alimentos. Carência de indústrias de base (ferro, aço, máquinas eram importados).

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O declínio da República Oligárquica

Industrialização: exploração da energia elétrica (bonde e iluminação pública). O italiano Francisco Matarazzo construiu o 1º moinho de trigo do país e diversificou suas atividades. Década de 20: General Motors e Ford instalam montadoras de automóveis no país.

O Estado brasileiro estava voltado para os interesses agroexportadores (café). O Estado não foi inimigo das indústrias, mas pouco fez para estimulá-la.

Imigração: intensificação da imigração européia após a abolição da escravidão foi responsável pela expansão demográfica e pela urbanização. O Brasil recebeu cerca de 3,8 milhões de imigrantes (principalmente italianos, portugueses e espanhóis, alemãs e japoneses) durante a República Velha. Concentração de imigrantes no Sul e Sudeste.

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O declínio da República Oligárquica

Light São Paulo Moinho de Trigo de Matarazzo

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O declínio da República Oligárquica

Urbanização: devido a imigração e ao desenvolvimento de indústrias, dos transportes e dos meios de comunicação (rádio, telégrafo, jornal)as cidades cresceram e ganharam maior relevância

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Urbanização: foto rua 15 de novembro

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Grupos sociais da República Velha

As transformações sociais e econômicas da República proporcionaram o fortalecimento/surgimento de novas classes sociais como a burguesia industrial, os operários, a classe média e os tenentes.

A Burguesia industrial: formada pelos proprietários dos cafezais (barões do café que aplicavam seu lucro em indústrias visando diversificar os investimentos) e pelos imigrantes enriquecidos (antigos importadores). Esses 2 grupos formaram o embrião da burguesia industrial nacional. Ainda assim, os interesses da lavoura de café eram sempre colocados em 1º plano.

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Grupos sociais da República Velha

Os operários: a industrialização promoveu a concentração de operários (imigrantes) nas cidades. Não existiam leis trabalhistas e as condições de trabalho eram péssimas: salários baixos e longas jornadas.

Legitimados por idéias comunistas e anarquistas (italianos) os operários reivindicavam a redução das jornadas de trabalho, salários melhores, reconhecimento dos sindicatos e até a instauração do comunismo.

Inspirados pela Revolução Russa, os trabalhadores paulistas promoveram uma greve geral (50 mil pessoas) em 1917. A repressão policial e a concessão de aumento salarial terminou com o movimento grevista.

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Operários, Tarsila do Amaral, 1933

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Foto de operários saindo da fábrica

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Fotos da greve geral 1917, SP.

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Grupos sociais da República Velha

O PCB (Partido Comunista do Brasil) foi fundado em 1922, mas permaneceu ilegal até 1927.Nesse período, o PCB foi representado pelo Bloco Operário Camponês (frente legalizada do PCB fundada em 1927), que elegeu alguns representantes para funções legislativas.

A classe média: era um grupo urbano que opunha-se ao regime das oligarquias, tanto pela valorização excessiva do café, quanto pelas fraudes eleitorais, que vedavam a participação desta classe na política. A classe média criticava os coronéis e as eleições, defendendo o voto secreto. Muitos membros da classe média vão integrar o Tenentismo.

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Grupos sociais da República Velha: Tenentismo

O Tenentismo: o tenentismo foi um movimento que originou-se da insatisfação de jovens oficiais do Exército (Tenentes) com a política das oligarquias, que não valorizara o Exército.

Os tenentes exigiam o voto secreto, o fim da corrupção oligárquica e a centralização política. Também reivindicavam melhores salários e mudanças na estrutura da carreira que dificultava a ascensão aos postos mais altos.

Os tenentes, formados na Escola Militar do Realengo (1911), tinham uma formação mais técnica e profissional do que o antigo oficialato(Esc. Praia Ver.)

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A eleição de Artur Bernardes e o Tenentismo

A insatisfação militar começou a vir a tona em 1921, ano de mobilizações políticas para a eleição presidencial de 22.

O esquema café-com-leite tinha escolhido Artur Bernardes como candidato. A oposição uniu oligarquias do RGS, RJ, PE e BA e formou a Reação Republicana, cujo candidato era Nilo Peçanha.

A publicação de cartas que insultavam o Exército atribuídas a Artur Bernardes, mais tarde comprovadas como falsas, contribuíram para a insatisfação militar.

Como era previsível, Artur Bernardes venceu as eleições e conviveu com a oposição tenentista em seu governo.

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Tenentismo

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Revolta do Forte de Copacabana (5/7/1922): reação dos tenentes tentando impedir a posse de Artur Bernardes. Os tenentes tomaram o Forte de Copacabana e foram cercados. Centenas de rebeldes se entregaram. Dezoito militares decidiram sair pela praia de Copacabana ao encontro das forças governamentais: morreram 16. Esta revolta também ficou conhecida como os Dezoito do Forte.

Revolução Paulista (1924): tenentes tomam quartéis de SP e tentam controlar a cidade. Diante da repressão do governo, os tenentes paulistas refugiaram-se no Paraná.

Grupos sociais da República Velha: Tenentismo

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A Revolta do Forte de Copacabana

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Charge: A Revolta do Forte de Copacabana

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Grupos sociais da República Velha: Tenentismo

No Paraná, os tenentes paulistas encontraram militares rebeldes que tinham participado de levantes no Rio Grande do Sul, sob a liderança do capitão Luis Carlos Prestes.

A Coluna Prestes (1925): aliança dos tenentes gaúchos e paulistas que decidiram percorrer o interior do Brasil para divulgar os ideais tenentistas e a insatisfação contra as oligarquias.

Coluna Prestes: deslocou-se evitando o confronto com as tropas do governo por 24 mil Km até 1927, quando seus integrantes ( cerca de 1500) se dispersaram.

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A Coluna Prestes

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Mapa: Coluna Prestes

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O declínio da República Oligárquica

O último presidente da República Oligárquica foi Washington Luis (1926-1930), indicado por SP.

Crise de 29: quebra da bolsa de Nova Iorque repercutiu na economia brasileira causando a queda brutal do preço do café e interrupção da entrada de capitais estrangeiros no país.

Crise sucessória: Washington Luis apoiou o governador de SP, Júlio Prestes, desrespeitando o acordo do café com leite, que previa um candidato indicado por MG.

Oligarquias mineiras uniram-se as oligarquias do Rio Grande do Sul e da Paraíba formando a Aliança Liberal. Reedição das eleições de 1909 (H. Fonseca).

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O declínio da República Oligárquica

A Aliança Liberal lançou como candidato a presidência, o governador do Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas. Para vice, o escolhido foi o governador da Paraíba João Pessoa.

A Aliança Liberal conquistou o apoio de setores da burguesia, dos operários, dos tenentes e das camadas médias defendendo o voto secreto, o fim dos privilégios do setor cafeeiro, a moralização da vida pública e a assistência aos trabalhadores.

A fraudulenta máquina eleitoral das oligarquias deu a vitória ao paulista Júlio Prestes.

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Propagandas eleitorais 1930

Júlio Prestes Aliança Liberal

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O declínio da República Oligárquica

Alguns setores da Aliança Liberal não aceitaram o resultado das eleições e começaram a cogitar uma revolução.

Antes da posse do candidato eleito, João Pessoa foi assassinado por um adversário político da Paraíba.

O crime causou enorme comoção popular no país e foi o estopim para o Golpe de 1930.

O movimento golpista eclodiu em MG e no RGS e se espalhou pelo país.

Em 24/10/1930 os rebeldes cercaram o Palácio da Guanabara e depuseram Washington Luis.

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1930: golpe ou revolução? Revolução= ruptura total da ordem e das

estruturas (políticas, econômicas e sociais) vigentes.

Golpe de Estado= tomada do poder de maneira inconstitucional, geralmente pela força.

Golpe de 30= Getúlio e a Aliança Liberal não chegaram ao poder através de eleições, mas com o auxílio militar. Entretanto, não houve alterações significativas nas estruturas de classe do país e nem a substituição dos grupos no poder (oligarquia de MG e outras).

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Charge: 1ª universidade do Brasil, 1920

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Charge: Código Civil (1916) X analfabetismo

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Presidentes: Wenceslau Brás(1914-1918): o mineiro Lalau

representou o retorno da política do café-com-leite. Devido a grande dívida econômica herdada, solicitou corte de 50% do seu salário. Acabou com a Revolta do Contestado. Enviou tropas para I Guerra Mundial. Difusão da Gripe espanhola. Promulgou o Código Civil (1916-2002).

Rodrigues Alves (morreu antes da posse)/Delfim Moreira (1918-1919): convocou novas eleições.

Epitácio Pessoa (1919-1922): política de valorização do café, aderiu ao dólar como padrão monetário internacional.

Artur Bernardes (1922-1926): Tenentismo, governou em Estado de sítio, Semana Arte Moderna, PCB, inflação.

Washington Luis (1926-1930): “Governar é abrir estradas”, Crise de 29.