novelho, bruno nobru
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novelho · bruno nobru
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nenhum direito reservado
é livre a reprodução parcial ou totaldesde que para fins não comerciaisfavor citar o nome do autor
que o acesso a culturaseja livre de luxos e ganâncias particularesporque cultura é direito de todos
novelhoreunião de trechos novos e velhosbruno nobrupublicação independentepouso alegre, minas gerais2011
novelho · bruno nobru
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não escrevo poemasmas fragmentos de paisagens
qualquer trechoé um risco
arrisca-se a artee a vida
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tudo que é visível há de se expandir
para além de si
até penetrar no invisível
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esse tempoque corre e atropela
parte de mim entrae parte-me
em ecos e cacos
. . .
saio outro
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já não sei mais se é segunda ou quarta dia ou noite
as coisas acontecem acontecendo..
a leitura pode sertão inventivaquanto a escrita
acho que sou meio macaco ou lobo,assisto a cidadeenquanto ando
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a vida vai acontecendotodo momento
uma hora num lugaroutra noutro
seja onde for..numa constante
negação e afirmaçãode si
entre dúvidas e acertoscaminho e tento
respeitar o silêncioobservar estrelas
fluir como o mar
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penso num caminhoescolho outro
viajo, sinto-me pássarotem momentos quero largar tudo
a flexibilidade e criatividadeentram na dúvida
e seguemum tanto distantes do chão
convivendo com diferentes personalidadescom o invisível dentro e fora
desenhando sensações abstratas
na busca da potênciasonhando e devaneando sem fronteiras
entre aquários e mares
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andou virou letracaiu rabisco
só restou o somdo póvazio
nada existencial
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entre fósseis e concretosa objetividade ri
me faz abstratoe se tornaalgo em torno
um curvado de nós
sento a brisa doidajunta ao plasma meue a mão escrevetorta
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as coisas vão se fazer fazendoem conexões entre pessoas e objetose conexões entre eu comigo mesmo
todos os modos de subjetividade são lícitoscada ser é um planetacom espaços, territórios, expansõesvoando sobre paisagens num pluriversoacontecendo entre uma e outra vivência
as vivências se mesclam com a vidae nós mesclamos com os parescom os mares e o mundopor mais imundo que este pareça ser
raízes, galhos e travessias,o que acontece entre o nascimento e a mortecada um com seu tempo de vida e de pausa
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entre eu e vocêhá muito mais que eu e você
há o que nos transformao que nos torna
outro-eu e outro-você
seres estranhos
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aquelas frases prontasaqueles olhares
aqueles risos
aquelas maneiras de agir em cada momentoaquelas prontas
que não me pertencemque tomam conta em certas situações
ser ou não ser não é a questãohá muito mais o que viver do que comprar
fácil é gostar de quem gosta do que gostade quem acredita no que acredita
quero ver cagar no matocair de carasacar o jogo
vencer o risco
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somos um enigma para nós mesmosentre processos que fazem e desfazemnós internos e externos
como um quebra-cabeça-corpoque se desorganiza e reorganiza no devir
a responsabilidade do gato é o cãoo livre respeita sua liberdade e a do outrotodo artista tem um pouco de anormal
entre tantos seres que habitam em de mimsou o catarro do bruno(meu próprio parasita)
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se eu me descrever em palavrasme classificarei em coisas que não sou
pois não nasci sendo palavrasnem palavras me tornei
sou e estou sendo algoque não há como descrever
senão por si mesmo
este que em nada se classificapois se classificar
deixo de ser fluidoe me torno estático
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não quero mais ler livrosprefiro cheirá-los
vou cheirar cores tambémpra ver a onda que rola
de todos animaiso humano-alienado é o mais bestame canso deste serque se deixou levarpelas máquinas do comércio e do estado
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um ser antisocial, mutanteentre grunhos e runhos
prefiro os poucosque caminham
de asco em pontavaríola, misériasentido no ar..
enquanto as células processammitoses e meioses
meu corpo regurgita[naga rama]
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resta-me a dor de me dar o que mereço
num dado ardor de ver a face que me rói
o resto de meu rosto
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a gente pensa que sabe como é acha que se conhece, e pensa quesabe como agir em cada situação
e se esquece que a vida é muda e que a gente muda
depois percebe que não adianta muito saber pois cada situação é uma
e cada momento levaa um outro movimento
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quando minha escrita não tiver compromisso nem comigo
aí sim ela será livre
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garagem maracujáambulância, repolho
algo...
te espero no ar
não precisamosfalar nada
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a palavra estava me sufocandoagora prefiro o silêncio
cansei de teoriasvou observar minhocas
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a escrita é uma expansão do indivíduodo que é dele mesmo
não há limites para expandir e interiorizaro tempo não se gasta
se vive
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isso não é meu, nem seumas de todos os seres mutantes
e mix-turados que somos
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bruno nobru
entre processosde sere transformar-se
criandoe re-criando
possibilidadesde artee de vida
contato
www.brunonobru.net - pagina na [email protected] - correio eletrônico