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ISSUE 001 Setembro 2015 ONLINE EDITION [email protected] sugestoes, opinioes ou artigos: Nesta edicao: Boas Vindas do Director Daniel Traça Campus: Onde Comer Onde Estudar Moçambique: Economia, Oportunidades e Dificul- dades Regra de Taylor Entrevista a João Car- reiras - Nova Música LisbON Neo BUZZ Patti Smith Zona Não-Vigiada 1 2 artigo de Edoardo Colella concertos capa: BEM VINDOS Sejam bem-vindos à primeira edição do Nova Press. Este jornal mensal surge como espaço privi- legiado para partilha de opiniões, temas de investigação ou sugestões culturais entre alunos. É um orgulho poder dizer que aparece por inicia- tiva da Nova Students’ Union, que continua assim a sua cruzada por uma experiência académica cada vez mais rica para os alunos da Nova School of Business and Economics. A nossa expec- tativa é que este jornal, disponibilizado gratuitamente, tanto numa edição em papel como online, possa dar o seu con- tributo para cumprir esse desígnio que alimenta o nosso trabalho diário. O Nova Press pretende ser o espaço a que os alunos recorrem quando querem di- vulgar uma opinião estruturada. Pre- tende ser o espaço em que os clubes e associações da Nova SBE divulgam o seu (excelente) trabalho. 3 4 5 6 7 8 N O V A | P R E S S Editor: Filipe Figueirôa Editor de Conteúdos : Bernardo Gonçalves Editor Adjunto: David Seco Direcção Artística: Miguel Vinagre Tiragem: 500 exemplares Porque Só Restruturar Serve artigo de opiniao de Gonçalo Pessa 4 artigo de opiniao de Tomás Ambrósio NO VA PR ESS

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Page 1: Novapress Setembro

ISSUE 001Setembro 2015

ONLINE EDITION

[email protected]

sugestoes, opinioes ou artigos:

Nesta edicao:

Boas Vindas do Director Daniel Traça

Campus: Onde Comer Onde Estudar

Moçambique: Economia, Oportunidades e Dificul-dades

Regra de Taylor

Entrevista a João Car-reiras - Nova Música

LisbONNeo BUZZPatti SmithZona Não-Vigiada

1

2

artigo de Edoardo Colella

concertos

capa:

B E M V I N D O S

Sejam bem-vindos à primeira edição do Nova Press. Este jornal mensal surge como espaço privi-legiado para partilha de opiniões, temas de investigação ou sugestões culturais entre alunos. É um orgulho poder dizer que aparece por inicia-tiva da Nova Students’ Union, que

continua assim a sua cruzada por uma experiência académica cada vez mais rica para os alunos da Nova School of Business and Economics. A nossa expec-tativa é que este jornal, disponibilizado gratuitamente, tanto numa edição em papel como online, possa dar o seu con-tributo para cumprir esse desígnio que

alimenta o nosso trabalho diário. O Nova Press pretende ser o espaço a que os alunos recorrem quando querem di-vulgar uma opinião estruturada. Pre-tende ser o espaço em que os clubes e associações da Nova SBE divulgam o seu (excelente) trabalho.

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N O V A | P R E S S

Editor: Filipe FigueirôaEditor de Conteúdos : Bernardo GonçalvesEditor Adjunto: David SecoDirecção Artística: Miguel Vinagre

Tiragem: 500 exemplares

Porque Só Restruturar Serveartigo de opiniao de Gonçalo Pessa

4

artigo de opiniao de Tomás Ambrósio

NOV A

PRESS

N OV A

P RE SS

NVOA

P RESS

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Page 3: Novapress Setembro

01 NOVA SBEDo Editor de ConteúdosA FaculdadeClubes

07 LisboaA Noite Lisboeta

09 GestãoEduardo Marques - OpiniãoNova SkillsNova Junior

11 FinançasEdoardo Colella - NICEvolução dos Mercados - NIC UD

13 EconomiaRui Mascarenhas - OpiniãoGonçalo Pessa - OpiniãoNECMoçambique: Economia, Oportunidades e Dificuldades

22 A AcontecerUm Olhar Sobre a ForTunaOportunidade: Procura-se Líder!Praxis

25 ReportagemUm Tuga na Ásia

28 CulturaEntrevista João Carreiras - Nova MúsicaProgramação de ConcertosCinemaRealizadorLivro

Setembro 2015 | NovaPress | 00

Índice

Page 4: Novapress Setembro

01 | NovaPress | Setembro 2015

Nova SBE

Bernardo Gonçalves

Do Editor de Conteúdos

Sejam bem-vindos à primeira edição do Nova Press. Este jornal mensal surge como espaço privilegiado para partilha de opiniões, temas de in-vestigação ou sugestões culturais entre alunos. É um orgulho poder dizer que aparece por iniciativa da Nova Students’ Union, que continua assim a sua cruzada por uma experiência académica cada vez mais rica para os alunos da Nova School of Business and Economics. A nossa expectativa é que este jornal, disponibilizado gratuitamente, tanto numa edição em papel como online, possa dar o seu contributo para cumprir esse desígnio que alimenta o nosso trabalho diário. O Nova Press pretende ser o espaço a que os alunos recorrem quando querem divulgar uma opinião estruturada. Pretende ser o espaço em que os clubes e associações da Nova SBE divulgam o seu (excelente) trabalho. Mas também pretende ser uma publicação irreverente e, a espaços, des-contraída, como o demonstram as sugestões culturais de vários alunos. Daqui a algumas edições, poderá ser um espaço de excelência para par-tilha de conhecimento entre professores e alunos, fora de um contexto de aula. E, quem sabe, um dia será um mecanismo de partilha de conteúdos vindos de outras Faculdades do universo Universidade Nova de Lisboa junto dos alunos da Nova SBE. O que era antes uma ideia arrojada, pas-sou a ser um objectivo da Nova SU e é, agora, uma realidade em evolução. Gostaria de deixar uma palavra de agradecimento a todos os mem-bros da equipa da Nova SU, membros de clubes e associações, bem como outros alunos da Nova que acederam ao nosso pedido e deram o seu contributo para este jornal estar aqui, diante de vós. A Nova SU agradece também ao Prof.º Daniel Traça por enriquecer esta primeira edição com o seu artigo. O desafio que lanço a toda a comunidade educativa da Nova School of Business and Economics é que usufrua deste jornal e que procure al-imentá-lo com a sua riqueza, porque só assim é que ele faz sentido. Só assim poderemos melhorá-lo, edição após edição, juntos. O Nova Press é, no fundo, a Nova SU a tentar estar ainda mais próxima dos alunos da Nova SBE. Vamos a isto.

A Nova School of Business and Economics é reconhecida como a mais prestigiada facul-dade de Economia e Gestão do país. Fundada em 1976, a escola foi pioneira em diversas áreas em Portugal. Para além de ter sido a primeira faculdade a ensinar em inglês (ou a impulsionadora do en-sino em inglês nas áreas de economia e gestão), a Nova SBE atingiu um elevado estatuto ao ser a primeira faculdade de economia e gestão in-ternacionalmente acreditada. Sendo a escola de gestão com maior número de distinções internacionais no país, a Nova at-ingiu importantes classificações:•Acreditação triple crown (AACSB, EQUIS e AMBA);•Três programas de Masters e programas de Executive Education nos rankings do Financial Times;•Classificada como uma Universal Business School, com a atribuição de 5 Palmas pelo ranking da Eduniversal, com onze Masters en-tre os melhores nos seus rankings;•Membro exclusivo do CEMS em Portugal, conquistando o prémio de CEMS School of the year por duas vezes (2010, 2011).

Esta Business School de excelência apresenta aos seus alunos um elevado nível de quali-dade de ensino, o compromisso de melhoria contínua e a possibilidade de desenvolvimento pessoal e profissional, bem como a aquisição de competências que respondem às necessidades empresariais.

A Faculdade

TOP TIPS

- Fazer download da App da Nova SBE

- Fazer cartão de sócio da AE

- Contribuir para o Nova Press em [email protected]

Clara Bento

Page 5: Novapress Setembro

Setembro 2015 | NovaPress | 02

Nova SBE

Bem Vindos à Nova SBE!

Pelo Director, Daniel Traça

Este é o meu primeiro ano letivo en-quanto Diretor da Nova School of Busi-ness and Economics (Nova SBE) e este é também o primeiro número do Nova Press, o jornal que pretende ser um elo de ligação entre a comunidade Nova SBE, reproduzindo a vivência no Campus de Campolide e o trabalho que o talento Nova SBE vem desenvolvendo em Portu-gal e no mundo. Partilho com o Nova Press o entusiamo da Partida. E, no arranque deste ano de 2015/2016, somos mais. Bastante mais. Falamos ainda mais idiomas e ganhámos mundo. Somos a escola de Economia, Finanças e Gestão que oferece a melhor experiência internacional em Portugal e uma das melhores do mundo, dizem os rankings e, se dúvidas houvesse, ficari-am dissipadas na semana passada quan-do o ambiente cosmopolita, a que já nos habituámos nos corredores da Nova SBE, triplicou de intensidade. No dia 1 de setembro recebemos 600 no-vos alunos de mestrado, metade dos quais é natural de diferentes lugares do Globo – Alemanha, Itália, França, China, Áustria, índia, Noruega, entre dezenas de países de origem. Todos eles apresentam currículos de grande valor académico e puderam viver uma experiência inesquecível na Discovery Week. A iniciativa conduziu-os pela grande aventura da descoberta pes-soal, dos colegas, da Nova SBE e, muito particularmente, do mercado de trabalho através da partilha de testemunhos de an-tigos alunos e de líderes empresariais por-tugueses e internacionais.

Hoje recebemos mais 430 novos alunos. Vêm fazer a sua licenciatura em Econo-mia e Gestão na Nova SBE. A maioria são portugueses - o melhor talento nacional na área de Economia e Gestão em Portu-gal - enquanto outros chegam da Europa através do Programa ERASMUS e do resto do mundo, ao abrigo dos inúmeros acordos de intercâmbio da Nova SBE. Este ano, temos ainda mais uma novidade: es-tudantes não europeus que chegam de diferentes lugares do Globo para fazer a sua licenciatura em Economia e Gestão na Nova SBE e que podem optar por fazer o programa integral em inglês. Somos uma comunidade em crescimen-to, em número e em valor. No entanto, é importante não esquecer que quanto maior é o poder, maior também é a re-sponsabilidade. O nosso desafio mais ex-igente será gerir este equilíbrio entre as mudanças que precisamos de continuar a implementar por serem essenciais ao nos-so crescimento e os valores da Nova SBE - a excelência, o rigor, o trabalho árduo, a internacionalização, a capacidade de nos ultrapassarmos a nós próprios e de fazer cada vez mais -. Estou confiante. Gerir o impossível e testar os nossos limites fazem parte do ADN da comunidade Nova SBE e da forma como nos predispomos a transformar o mundo. Este vai ser um ano extraordinário. Sejam bem-vindos!

“Partilho com o Nova Press o

entusiasmo da Partida. E, no

arranque deste ano de

2015/2016, somos mais,

Bastante mais.”

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1- Bar da AE2- Bar da Tenda3- Blue Point4- Cafetaria da Rás5- Cantina SAS6- Bar do Palacete

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Mapa da Nova

03 | NovaPress | Setembro 2015

Nova SBE

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Setembro 2015 | NovaPress | 04

A Faculdade

Carolina Lourenço

Onde Comer

Em primeiro lugar é importante referir que esta faculdade é das poucas faculdades a ter salas para estudo abertas durante 24 horas. No andar da entrada principal (piso 1) terás uma sala de estudo preferencialmente para grupos, que se encontra ao lado do Bar da Tenda. Esta sala está aberta 24 horas mas poderá estar, por vezes, reservada para os alunos de mestrado. Neste mesmo piso poderás também estudar em todas as salas de aula a qualquer hora, desde que não estejam a correr aulas. O melhor horário para utilizar estas salas é por volta das 17h/18h - quando o número de aulas a decorrer é muito menor. Neste momento, está a ser construído uma tenda no pátio do Nova IMS que irá também albergar um espaço de estudo alternativo para os alunos. Para terminar, neste piso, o espaço de excelência para o estudo da Nova SBE: a Biblioteca Almada Negreiros, que funciona das 8h às 20h, com um ambiente bastante propício para o estudo individual. No piso 0 tens poucas salas (4). Uma delas é normalmente utilizada para horários de at-endimento, mas poderás usá-la sempre que esteja desocupada. O mesmo acontece com as restantes, sendo que estas são utilizadas com mais frequência para aulas. No piso -1 terás apenas 1 sala de estudo para grupo muito semelhante à do piso 1. No piso 2 tens acesso a computadores, na sala 203, sendo que por vezes esta sala é uti-lizada para aulas de licenciatura, mestrado ou ainda cursos de Excel, estando nessas alturas interdita. Há ainda um espaço de estudo com terminais da Bloomberg, destinado a alunos de mestrado, muito popular entre os alunos do mestrado de Finanças. Há ainda mais duas salas com computadores no piso 2, que são utilizadas preferencialmente por alunos de mestrado, mas também por alunos de li-cenciatura. No piso 2 localiza-se também o Salão Nobre, com acesso restrito a alunos de mestrado.

Quer seja em dias mais exaustivos, ou em dias mais descontraídos, há sem-pre que “recarregar baterias”. Para tal, nada melhor do que uma pausa para um snack, ou até mesmo para um almoço em pleno. Não só na NOVA SBE, como um pouco por todo o Campus de Campolide, são várias as opções onde podes adquirir as tuas refeições:

Nome Localização Preço MédioBar da AE NOVA SBE - Piso 0 Snacks

1€-2€

Menu 3€-5€

Bar da Tenda NOva SBE - Piso 1Blue Point Parque de estaciona-

mento nas traseirasCafetaria da Rás Edifício da Residên-

ciaCantina SAS Edíficio da Residên-

ciaMenu 2.5€

Bar do Palacete Palacete Henrique de Mendonça

Menu5€Buffet8.5€

Tomás Sousa

Onde Estudar

Carolina Lourenço

Nova SBE Onde Prestígio é a chave

A NOVA SBE é, desde 2009, acreditada pela EQUIS (instituição de acreditação europeia), AMBA (Association of Master of Business Administration) e AACSB (Associ-ation to Advance Collegiate Schools of Business), completando assim o “TripleCrown”, uma das mais im-portantes acreditações no âmbito da Gestão Internacional. Para além de ser a nº1 em Portugal, a NOVA SBE conta também com a sua presença em diversos rankings a nível internacional.À direita, o FT ranking de 2014;

•Business School – 28º na Europa;•The Lisbon MBA International (re-sultados de 2015) – 36º a nível mun-dial/13º na Europa;•Formação de executivo - 14º mun-dialmente (inserção no contexto in-ternacional);•Mestrado Internacional de Fi-nanças – 19º a nível mundial;•Experiência internacional (Mestra-do de Finanças) – 1º a nível mundial•Mestrado Internacional de Gestão – 48º a nível mundial;•Mestrado CEMS em Gestão Inter-nacional – 5º a nível mundial

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05 | NovaPress | Setembro 2015

Os Clubes A AHEAD é uma ONG que desenvolve projectos de voluntariado em Portugal, Moçambique e São Tomé e Príncipe com foco na educaçã[email protected]

A AIESEC é uma organização internacion-al, presente em mais de 124 países, compos-ta apenas por estudantes universitários que procura proporcionar uma plataforma para o desenvolvimento da liderança junto dos jov-ens através de programa de estágios internac-ionais, profissionais ou de voluntariado, e do seu programa de [email protected]

O CEMS Club Lisbon tem como princi-pal objectivo proporcionar actividades ex-tra-curriculares a alunos do programa CEMS MIM (Master in International Management)[email protected]

O CEO Club tem como objectivo estim-ular o empreendedorismo entre alunos uni-versitário, funcionando como um facilitador na criação e implementação de start-ups, ao providenciar aos seus membros recursos, oportunidades de networking e parceiros se-leccionados para permitir o desenvolvimento de um negó[email protected]

O Nova Consulting Club prepara os alunos para as suas carreiras como consultores, através de projectos com impacto real, com-petições, workshops e colaborações para re-solver casos reais de [email protected]

O objectivo do Nova Consumer Goods Club é promover um maior conhecimento da indústria dos bens de consumo através de actividades como seminários ou visitas de estudo, cobrindo áreas como Market-ing, Estratégia e Operações e envolven-do alunos, professores e várias [email protected]

A ForTuna, Tuna Académica da Nova School of Business and Economics, tem como objetivo fomentar o espírito académico, contribuir para a formação musical e pessoal dos seus elementos e honrar o nome da [email protected]

O projecto GreenNova tem como ob-jective recolher papel na Nova SBE e, com o apoio do banco Alimentar e da colectora de resíduos Quima, reciclar o papel recolhido de forma a convertê-lo em apoio alimentar a famílias carencia-das e instituições de solidariedade.

A missão do International Club é fa-cilitar a integração dos alunos estrangei-ros na Nova, apoiando-os e facilitando a interacção entre alunos internacionais e também entre alunos internacionais e portugueses, através de uma série de eventos culturais e [email protected]

Um clube para pessoas interessadas em Luxo e Moda, que ambicionem seguir carreiras nestas áreas ou, simplesmente, querem saber mais sobre [email protected]

O Marketing é um clube que assume a missão de fazer crescer os seus membros no mundo do Marketing, aprendendo e cooperando com exemplos notáveis de empresas nesta área e partilhando o seu conhecimento com os alunos da Nova [email protected] O Masters Students Network é uma organização que se preocupa com as questões ligadas aos alunos de [email protected]

O Nova Economics Club procura ex-plorar a aplicação de conceitos económi-cos em questões [email protected]

A Faculdade

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Setembro 2015 | NovaPress | 06

O objectivo do nova Investment Club é estimular o interesse e conhecimento dos estudantes sobre funcionamento dos mercados financeiros, bem como fazer a ponte entre o mundo académico e o mundo [email protected]

O Nova Debate pretende juntar dif-erentes contributos de excelência da Universidade Nova de Lisboa para esta-belecer uma ponte entre a Academia e a Sociedade, debatendo problemas rele-vantes e questões de [email protected]

A Nova Junior Enterprise é a júnior empresa da Nova School of Business & Economics. Fornece serviços de consul-toria financeira e de gestão e estraté[email protected]

A Nova Skills pretende ser um modelo de excelência de formação em soft skills, assente na criação de um espaço onde os estudantes possam ser aconselhados nas melhores práticas de desenvolvimento pessoal, colocar à prova as suas capaci-dades e receber [email protected]

O NovaStat é o departamento de estatistica da Nova School of Business and Economics, que procura promover o uso e desmistifi-cação da Estatistica e Econometria, a real-ização de trabalhos de investigação desde o inicio do percurso académico.

O Nova Surf Club tem como objectivo oferecer à comunidade da Nova SBE a ex-periência do [email protected]

O grupo de alunos do NOVAFRICA é uma organização que, em conjunto com o NOVA-FRICA Center for Business and Economic Development traz aos alunos da Nova SBE as novidades mais recentes em investigação do desenvolvimento em Á[email protected]

O Nova Running Club é uma iniciativa cri-ada por alunos da NovaSBE com a intenção de juntar membros dispostos a correr [email protected]

O Nova Consulting Club é uma associação de alunos baseada na Nova SBE que oferece serviços de consultoria pro bono a ONG’s ou instituições de carácter [email protected]

O Nova Chess Club pretende alargar a prática de xadrez a mais alunos da Nova SBE. [email protected]

A Faculdade

Os Clubes são uma excelente forma de tornar a vida na faculdade mais dinâmica e mais rica.

Aproximando pessoas com perspectivas e interesses semelhantes fornecem não só ferramentas de trabalho como também a

oportunidade de nos envolvermos em algo maior do que nós próprios.

Aproveitem para descobrir mais através dos e-mails fornecidos.

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07 | NovaPress | Setembro 2015

Lisboa

Artigo de Nadir SilvaA Noite Lisboeta A noite Lisboeta é capaz de rivalizar com a de qualquer outra capital do vel-ho continente. Invejo quem a pode de-scobrir pela primeira vez. Espero que este artigo vos ajude a tirar o máximo desta experiência, e também que se di-virtam tanto quanto eu me diverti em cada um dos espaços de que vou falar. Não poderia começar de outra ma-neira senão pela colina boémia. Con-hecido outrora pelos vinhos e fados, o Bairro Alto é um ícone intemporal da cidade. Centenas de bares que vão desde o tradicional ao moderno com música de todos os continentes. Se procuram um bar para beber um bom cocktail en-quanto se animam com Dj’s inovadores destaco os bares “Mahjong”, “A Cape-la”, “Indie”, “Maria Caxuxa” e o “Park”. Realço o “Mahjong”, um bar com história e assíduo nos guias turisticos, e o “Park” que, para mim, tem uma das melhores vistas de Lisboa. No entanto, como vão provavelmente perceber, o Bairro Alto não se trata dos bares mas das ruas. A típica noite envolve vários quilómetros entre cervejas, novos ami-gos e vistas assoberbantes. Aconselho o miradouro de S. Pedro.

fazer justiça à imponência desta praça que invoca as memórias de Lisboa cap-ital de um Império. Dois espaços di-videm as pessoas, o “Lust”, cujas festas chegam a ser as mais faladas da sema-na, e o “Ministerium”, pessoalmente o meu preferido, onde destaco as ocasio-nais festas de Techno com DJ’s inter-nacionais.

Vou aproveitar para deixar um con-selho ás raparigas: não vão de saltos para o bairro! A menos que queiram passar uma noite a fintar buracos da calçada... Do Bairro desce-se para o Cais, zona que era conhecida por todos os maus motivos e que recentemente teve uma renovação. Desde as conservas do “Sol e Pesca”, ao espetáculo burlesco da “Velha Senhora”, há muito para ver no novo Cais. Aqui encontram-se dois es-paços chave da experiência noturna: a “Pensão Amor” antigo bordel transfor-mado num espaço diversificado e com muito bom gosto; e o “Musicbox”, casa de DJ’s habituados ás melhores discote-cas mundiais.

A zona de Santos também absorve uma grande quota dos noturnos. Com bastantes bares, onde centenas de uni-versitários se enchem antes de uma noite no “Urban Beach” ou no “Main”. Destaco o primeiro como tendo a mel-hor localização de Lisboa, é um espaço moderno com bom ambiente e a dis-coteca preferencial de grande parte dos Alfacinhas. Assim chegamos ao Terreiro do Paço. As minhas palavras nunca conseguirão

Finalmente a joia da coroa Lisboe-ta, o “Lux Frágil”. Eleita uma das dez melhores discotecas da Europa por diversas revistas, aqui podemos en-contrar todo o género de pessoas, e a certeza de uma noite muito bem pas-sada. Uma nota de destaque para John Malkovich um dos sócios do grupo. Antes de concluir, quero dar uma atenção especial às festas Universitári-as, onde a cerveja abunda e à “Bloop” que tem organizado os melhores sun-sets do ano em espaços míticos como o “Museu de História Natural”. Estes são alguns dos espaços mais famosos da cidade, mas cada um de vocês vai de certeza encontrar os vossos “habitats” noturnos. Aprove-item bem a diversidade e a beleza da nossa querida Lisboa.

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Page 12: Novapress Setembro

escrever uma rima seria o mais original e o coitado do Sr. Moreira, que só queria um slogan para o seu estabelecimento, acabou com uma nova versão dos “Lusíadas” com a palava cerveja em cada dois versos. Finalmente, veio a promoção mais eficaz em Portugal. Um ver-dadeiro português já não liga aos passatempos para ganhar carros, pois acha demasiado impossível, está-se a borrifar para os 1000€ em compras que pode ganhar se ligar para as Tardes da Júlia, não quer saber das canetas que as em-presas oferecem quando vão à fac-uldade, um verdadeiro português dá sempre o seu melhor quando o que está em causa é uma t-shirt. Toda a gente gosta de t-shirts grá-tis e quando o Sr. Moreira ofereceu t-shirts na compra de 10 cervejas, foi a loucura, nem duraram uma tarde. Mérito também para a Su-per Bock que conseguiu convencer as pessoas de que se usarem uma t-shirt a dizer Super Cool, seriam, de facto, cool. As filas falam por si e a verdade é que a quota de mercadodo Café co Nata cresceu bastante com es-tas boas práticas de Customer Re-lationship Management, uma das áreas do marketing leccionadas na faculdade. A NOVA SBE prepara os alunos para se conseguirem desta-car em qualquer mercado, seja ele da cerveja ou dos fundos de inves-timento. É importante aprender quando estamos na faculdade e dar o nosso máximo mas também há tempo para se beber uma cervej.. ao Café com Nata.

09 | NovaPress | Setembro 2015

Gestão

Artigo de Opinião de Eduardo Marques

A Arte de Vender Jola

Por norma, depois de uma época de exames muito intensa (ou não), vem o álcool. E o local de eleição dos lisboetas para esta actividade é o Arco do Cego, onde dois cafés dominam a venda de cerveja. O preço é o mesmo, a marca também e o sabor também. Mas um dos cafés é o preferido de todos e o outro não; e é aqui que entra o marketing. Depois de ter mudado de donos 37 vezes desde o Euro 2004, o Café com Nata é agora gerido pelo famoso Sr. Moreira, que veio para ficar com as suas in-úmeras iniciativas para garantir a fidelização dos alcoólicos. Quando chegou ao Arco do Cego o seu concorrente direto que se sit-ua literalmente na porta ao lado, já vendia cartões de 11 cervejas ao preço de 10, portanto, e como ex-iste um equilíbrio de Nash neste oligopólio, o Sr. Moreira teve de praticar a mesma promoção mas com uma grande diferença, quem tem cartão pode passar à frente da fila, muitos já o faziam antes mas agora podem fazê-lo eticamente- a inovação chegou quando começou a tentar decorar os nomes de to-dos os clientes para garantir maior proximidade, e resultou pois toda a gente se sente um “grande cliente” ou “uma lenda do Arco” quando até o dono de um dos cafés sabe o nosso nome. Depois veio a promoção de, na comra de um cartão, o cliente tinha a possibilidade de escrever uma frase usando umas palavras específicas para ganhar um prémio bastante rico em álcool. Claro que todos os concorrentes acharam que

“Mérito também para a Super Bock que conseguiu con-vencer as pessoas de que se usarem uma t-shirt a dizer Super Cool, seriam, de facto, cool.”

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Setembro 2015 | NovaPress | 10

Nova Skills Nova Junior

Presidente da Nova Junior

“A consultoria de gestão tem como objetivo ajudar as empresas a arranjar soluções para os seus problemas, acrescentando valor”

A Nova Junior Enterprise é a júnior empresa espe-cializada em serviços de consultoria da Nova School of Business and Economics, composta inteiramente por alunos de licenciatura e de mestrado da mesma. A consultoria de gestão tem como objetivo aju-dar as empresas a arranjar soluções para os seus problemas, acrescentando valor, maximizando o seu crescimento e melhorando a sua performance. Os problemas das empresas podem passar, por exemplo, por uma queda nos lucros da empresa, pela entrada num mercado geográfico diferente ou pela introdução de um novo produto. Para abordar todos estes diferentes desafios, as con-sultoras fazem uso de frameworks especificamente concebidas para estruturar o pensamento e a abord-agem ao problema. Estas não são uma solução só por si, mas sim modelos e conceitos que nos ajudam a ana-lisar a informação disponível e a retirar conclusões. Três frameworks que gostaria de evidenciar: 5 Forças de Porter: visa analisar a atratividade da in-dústria em questão, através dos seguintes drivers - Po-tenciais novos concorrentes, poder de negociação dos clientes, poder de negociação dos fornecedores, ameaça de produtos substitutos e competição dos concorrentes.Análise SWOT: tem como objetivo avaliar as forças e fraquezas da empresa de modo a aproveitar novas opor-tunidades e dissipar os riscos e ameaças existentes. 7 S Framework: reinforça a importância de sete factores a nível interno – Strategy, Struc-ture, Systems, Staff, Skills, Style e Shared Values – fontes de vantagem competitiva para a empresa. Nesta rúbrica mensal, vamos divulgar de uma forma contínua conteúdos relacionados com consultoria que consideramos úteis para os alunos e comunidade escolar.

Presidente do Nova Skills

“Oferecemos um Programa de Treino que te permite aperfeiçoar um leque de competências desde Comunicação a Negociação, com oradores de empresas reputadas

como a L’Oréal, a PwC e a Jerónimo Martins.”

Mais de 60% dos empregadores nota a falta de “ca-pacidades interpessoais e de comunicação” nos can-didatos mais jovens. Ao mesmo tempo, metade dos recém-licenciados afirma não se sentir prepara-do para enfrentar as exigências do mercado de tra-balho (Fonte: Workforce Solutions Groupmore). A NOVA Skills surgiu há 6 anos para colmatar a ne-cessidade de preparar os alunos para o cenário com-petitivo adjacente ao mundo da Economia e da Gestão. Oferecemos um Programa de Treino que te permite aperfeiçoar um leque de competências desde Comuni-cação a Negociação, com oradores de empresas reputa-das como a L’Oréal, a PwC e a Jerónimo Martins. De-senvolvemos ainda conferências de grande dimensão

com Alumni, que te dão a conhecer diferentes carreiras, ou com personalidades como Marce-lo Rebelo de Sousa e Alexandre Soares dos Santos.Na Nova SBE, a tua preparação técnica estará no topo dos padrões requisitados pela tua empresa de sonho. Porém, no dia da entrevista exigirão de ti um CV afi-nado e um pitch inigualável. Ao longo dos anos, será a tua capacidade de trabalhar em equipa que fará a dif-erença. Revelando o líder nato dentro de ti e estabe-lecendo contacto com os melhores do ramo, as opor-tunidades serão ilimitadas. Saberás aproveitá-las? Mostra a tua individualidade. Sai da tua zona de conforto.

Gestão

Page 14: Novapress Setembro

11 | NovaPress | Setembro 2015

Finanças

Regra de TaylorEdoardo Colella NIC MiF

Nos Estados Unidos, pesquisas recentes realçaram vários aspectos da política monetária do Chairman Alan Greenspan, notando que a Reserva Federal (FED) era ‘forward looking’, suavizou as taxas de juro e era orientada para a inflação. Al-guns analistas mostraram que a regra de Taylor conseguiu descrever as políticas levadas a cabo pela Reserva Federal du-rante os mandatos Greenspan e Bernanke. A minha análise irá viajar através das eras Greenspan e Bernanke, onde uma política monetária ‘rule based’ foi realmente posta em prática mas que rápidamente divergiu para uma política discricionária. Em 1993, John Brian Taylor, economista e professor da Stanford University, propôs uma regra sobre política monetária, a fim de definir o nível natural das taxas de juro de forma a permitir estabilidade de preços e pleno emprego. O papel da regra é estip-ular quanto o banco central deve alterar as taxas de juro nominais em resposta a alter-ações na inflação, PIB, ou outras condições económicas. Por fim, a grande vantagem de uma política monetária rule-based é a redução da incerteza e o aumento da cred-ibilidade da instituição acerca das suas acções futuras. A regra é elegantemente expressa numa equação linear – a rule ofthumb diriam al-guns – que captura as determinantes prin-cipais que alguém que elabora políticas monetárias deve ter em conta:

Nesta equação, ité a taxa de juro nomi-nal de curto prazo πt simboliza a taxa de inflação e o seu valor com asterisco repre-senta o pretendido objectivo de 2%, rt é o nível natural da verdadeira taxa de juro, ut é o actual nível de desemprego compara-do com o de NAIRU - u_t^*- (a taxa de desempregorelativa ao pleno emprego de factores de produção).

A regra parece captar todos os ingredi-entes para uma boa receita monetária. O que mais importa é a verdadeira relação entre as variáveis, que é captada pelos coe-ficientes. Estes medem as respostas, a lon-go prazo, das taxas dos fundos em relação à inflação esperada e ao unemployment gap, sendo ambos assumidos como posi-tivos, indicando que a Reserva Federal el-eva a taxa dos seus fundos se esperar que a inflação e/ou o unemployment gap subam. Olhando para os dados, Taylor Rule vs taxas da FED, facilmente observamos que até 2008 a regra consegue prever as acções da FED, sugerindo que esta respondeu for-temente à inflação esperada e ao abranda-mento do desemprego. Mas depois, o que aconteceu? A Fed de-cidiu manter a taxa de juro muito baixa - o que tinha já acontecido em 2003-2005, mas não na mesma magnitude dos dias de hoje. De acordo com Taylor, esta mudança de política trouxe uma procura por rendi-mento, excessos no mercado imobiliário, bem como um processo desregulador, criando o que podem ter sido os factores chave na crise financeira. Estamos agora a assistir a um atraso em que a política rule based indica que o timing para a subida deveria ter sido mui-to antes, revelando um spread de Taylor de 2.38%.

As dúvidas que surgem são se há ou não alguns factores, obviamente não tidos em conta pela regra de Taylor, que deter-minem as decisões dos políticos. As linhas de crédito barato estão, de facto, alinhadas com algumas ideias pilares dos políticos americanos da altura como “uma casa para cada família americana”. Se tivéssemos em conta um noiseterm na regra de Taylor, tais conflitos políticos e de interesse po-diam ser menos influenciados pelas suas previsões. Voltando aos dias de hoje, podemos ten-tar perceber porque é que o Fed está a de-morar tanto tempo para tomar uma acção que, de acordo com dados económicos, poderia ter sido tomada há muito mais tempo, questionando o que taxas mais al-tas significariam para a economia real e o seu impacto nas classes sociais. Em resu-mo, uma subida levaria a uma perda para os devedores, uma vitória para os poupa-dos, mais volatilidade nos mercados bol-sistas (com taxas mais altas, a equity desce) e o perigo que os salários sejam prejudica-dos. Todos estes factores têm aquilo a que eu chamo um peso político e acredito que o acima mencionado de noiseterm deve incorporar todos eles.

“Se tivéssemos em conta um noiseterm na regra de Taylor, tais conflitos políticos e de interesse podiam ser menos influenciados pelas suas previsões.”

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Setembro 2015 | NovaPress | 12

Finanças

Evolução dos MercadosNIC UD

A 20 de Junho de 2014, o barril de Crude viu o seu preço atingir os 107.3 dólares por barril, valor máximo em 9 meses. Em Agosto de 2015, o barril de crude desceu abaixo dos 40 dólares pela primeira vez em quase 7 anos. Do lado da procura, a de-saceleração da economia chinesa e a estag-nação europeia foram os principais fatores que influenciaram esta queda abrupta do preço do ouro negro. Do lado da oferta, o boom do shale oil e a manutenção do nív-el de produção por parte da OPEP terão sido as principais causas dos movimentos da cotação do petróleo nos últimos 14 me-ses. A valorização do dólar motivada pelo fim do programa de Quantitative Easing nos Estados Unidos e pela recuperação da economia americana também afetou o val-or nominal da principal fonte de energia a nível mundial. Apesar de uma ligeira re-cuperação do preço do barril de crude nos últimos dias de Agosto, a quebra na procu-ra por matérias-primas por parte da China e o excesso de oferta de petróleo continu-am a verificar-se.

Não obstante a atenção mediática que atraem, as exportações chinesas, repre-sentam apenas 3 por cento do crescimento anual deste país nos últimos 10 anos. O investimento, por outro lado, representa uma fatia muito superior do crescimento anual chinês, aproximadamente 52 por cento anualmente. No mercado imobiliário, depois de um ano de declínio, as vendas ganharam novo fôlego, no entanto encontram-se ainda muitas casas para venda, prejudicando as novas construções: o investimento em ativos fixos cresceu em 2015 ao ritmo mais lento dos últimos 15 anos. Como conse-quência, a procura por matérias primas diminuiu, o ajuste das fábricas é feito a nível da produção destes materiais, mas também ao nível do investimento. A de-flação é ainda um dos maiores problemas para as empresas chinesas, uma vez que a dívida se mantém fixa e os preços dimin-uem, os cash flows diminuem também, au-mentando assim o esforço financeiro das empresas. A desaceleração da economia chine-sa poderá causar instabilidade social e política. Até agora, as tensões políticas têm estado relacionadas com as reformas económicas, mas o decréscimo da pro-dução começa também a afetar o mercado de trabalho, espera-se assim um aumento da instabilidade social pelo aumento do desemprego. O governo chinês tem sido capaz de li-dar com o descontentamento através do rápido crescimento económico e da re-pressão. No entanto, com a desaceleração do crescimento económico, e tendo-se comprometido a reformular a económia no longo-prazo (contrariamente à políti-ca anterior, de estímulos a curto-prazo), a China tem agora que enfrentar um de-safio bastante superior ao esperado inicial-mente.

Já se passaram seis meses desde o lança-mento do programa de compra de activos por parte do BCE, o Quantitative Easing (QE). Este programa tinha como objectivo principal a criação de inflacção e estimular a economia Europeia através da compra de obrigações soberanas. No entanto no segundo trimestre de 2015 o PIB da Zona Euro desapontou os mercados, com taxas de crescimento mais baixas do que o esperado. Na mais re-cente reunião do BCE revelou-se a “con-tinuaçãoo de uma moderada tendência de crescimento no segundo trimestre” e a ex-pectativa de uma “recoperação económica mais prolongada”, o que é de certa forma desapontante tendo em conta os baixos preços do petróleo e um Euro mais fraco. Na Alemanha as perspectivas económi-cas são positivas sobretudo devido ao ex-cedente comercial de €126 bn desde o in-ício do ano. O PIB e a inflação do RU estão a recuperar, e na Grécia as eleições anteci-padas e o domínio da esquerda popular es-tão a aumentar a incerteza na integridade da União Europeia. Alguma incerteza pode também pairar sobre Portugal com as primeiras eleições desde a intervenção de 2011.

PetróleoEuropa

China

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13 | NovaPress | Setembro 2015

Economia

Artigo de Opinião de Rui Mascarenhas

O Fim da Era dos Discos

Começo por dizer que é uma honra escrever um artigo para a 1ª edição do Nova Press. Já falta-va uma publicação que dê voz aos inúmeros eventos e personalidades desta ilustre faculdade. Além dis-so, os alunos precisam claramente de um jornal inovador e arrojado, nem que seja para servir de apoio para a cabeça nos momentos de re-flexão profunda a que se dedicam nas aulas das 8:00. O NOVA Música está aí à porta, e com ele a oportunidade de ouvir vários dos melhores representantes da música rock portuguesa. Antes dos concertos, há quem se dedique a conhecer algumas músicas dos artistas do cartaz; depois do festi-val, haverá certamente outros que, entusiasmados pelo que ouviram, explorarão o repertório deles. O que me leva ao assunto deste arti-go: que proveito tiram as bandas disto? Na última década, o acesso à música tem sido cada vez mais facilitado, seja por meios legais como o streaming, seja por meios ilícitos, como a pirataria - algo que os alunos da Nova SBE certamente repudiam, mas que ainda assim vale a pena referir. A consequência deste fenómeno, no entanto, foi a diminuição do dinheiro que os ar-tistas recebem pelas suas músicas. A título de exemplo, uma repro-dução de uma faixa rende ao músi-co cerca de 0,00095€: isto significa que, para ganhar o salário mínimo

português à data desta publicação, são necessárias cerca de 530,000 reproduções. Claramente, o mod-elo de comercialização musical da era moderna já não é viável para os artistas; dificilmente uma ban-da fora do chamado mainstream consegue sobreviver da venda de álbuns. Várias soluções têm sido propos-tas. Há alguns artistas que apos-taram nos concertos ao vivo como fonte principal de receitas, chegan-do até a disponibilizar música nova para download gratuito. Outros clamam por regulações anti-pi-rataria mais fortes. Há ainda quem encare esta situação como uma fal-ha de mercado, e que veja aqui uma oportunidade para intervenção estatal (a ideia de um ‘imposto cultural’ ganhou algum apoio em França). E, por fim, existe a opinião entre vários que este é o “novo nor-mal” e que os músicos devem acei-tar as mudanças recentes. Eu, em vez de apoiar uma des-tas ideias, decidi terminar com um apelo: sigam os vossos sonhos de serem a/o próxima/o Taylor Swift/David Carreira; mas pelo sim, pelo não, estejam com atenção às aulas de Micro. O domínio de noções de concorrência e custos pode sig-nificar a diferença entre o sucesso financeiro e a ruína; aliás, consta que não só a Taylor Swift é muito forte no modelo de oligopólio de Stackelberg, como o David Carrei-ra também tem um pai rico.

“Uma reprodução

de uma faixa rende

ao músico cerca de

0,00095: isto signifi-

ca que, para ganhar o

salário mínimo portu-

guês à data desta publi-

cação, são necessárias

cerca de 530,000 re-

produções.”

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Setembro 2015 | NovaPress | 14

Economia

Artigo de Opinião de Gonçalo Pessa

Porque Só Restruturar Serve

Já muita tinta correu a respeito da (in)sustentabilidade da dívida públi-ca portuguesa. Se entre o estalar da crise e a assinatura do memorando de entendimento, a dívida cresceu, grosso modo, de 80% para 110%, hoje situa-se nos 130%, dados do Eurostat. As despesas com os seus encargos representam 10% do orça-mento de estado deste ano, meio milhão mais do que as despesas no ensino, do pré-primário ao superior, e dez vezes mais do que as despesas em infraestruturas e equipamentos produtivos. Apesar da evolução descon-trolada da dívida pública nos últimos anos, e da crescente

canalização de recursos para os seus serviços, há um consenso germanófilo na europa. Este consenso, gizado pelo eixo Schäuble-Merkeliano e propalado pelos seus devotos acólitos nos executivos das economias periféricas (e, refira-se a título de nota, por alguns líderes da oposição dessas economias), mantém a crença na recuper-ação económica e na austeridade fiscal como remédio para o endividamento excessivo. Carmen Reinhart e Kenneth Rog-gofi sugerem que há cinco camin-hos para a redução da dívida pública. São eles: a) crescimento económico, b) o ajustamento fiscal, vulgo austeridade, c) reestruturação da dívida, d) inflação-surpresa, e) uma dose constante de repressão finan-ceira acompanhada de uma dose constante de inflação. O exercício que faço no que resta deste texto é uma sistematização de argumen-tos que justificam porque só a restru-turação da dívida pode trazer o rácio da dívida pública portuguesa sobre o PIB para valores sustentáveis e a despesa com os seus encargos para valores aceitáveis.

I - Como vivemos numa união mon-etária, a solução d) não se apli-ca por razões que são óbvias;II - É irrealista, à luz do crescimento anémico dos países da zona-euro des-de a crise financeira, e de Portugal des-de o início do século, achar, possível re-duzir o peso da dívida pública através de b) e esperar que a) aconteça e ajude;III - Evidências empíricasii apontam para que níveis de dívida pública sobre o PIB acima dos 80-90% tenham um efeito sis-témico recessivo na economia. Se assim é, uma economia com um rácio de dívida pública nos 130% cresce mais devagar, cri-ando dificuldades adicionais para desala-vancar a economia através do caminho b);IV - Reinhart, Rogoff e Savastano procurar-am casos em que países tenham consegui-do baixar os seus rácios de dívida em 25% num período de três anos. Encontraram 22 destes casos entre 1970 e 2000. Em apenas 5 desses episódios conseguiram os países reduzir a dívida pública através de paga-mentos antecipados dos principais, mas contaram com o importante contributo de crescimento económico relevante. Em to-dos os outros casos foram precisas restru-turações de dívidas para estancar a hemor-ragia. Por isso, o caminho b) sem que a) se verifique, isto é, o tal consenso germanófilo europeu, não tem sustentação empírica.V - A hipótese e) da repressão financei-ra implica o controlo de capitais e a im-posição aos investidores nacionais. Tudo isto é inaplicável no seio da união europeia.VI - Um programa de restruturação de dívida, como o “programa sustentável para a reestruturação da dívida portu-guesa” que permitiria ao estado poupar 5.3 mil milhões de euros no pagamento de juros por ano, libertaria recursos para o lançamento de um processo robusto de crescimento económico, ancorado na re-cuperação do investimento e do emprego.

“...só a restruturação da dívida pode trazer o rácio da dívida pú-blica portuguesa sobre o PIB para valores sustentáveis e a despesa com os seus encargos para valores aceitáveis.”

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17 | NovaPress | Setembro 2015

Economia

NEC Artigo de João Pereira dos Santos

“…Macroeconomics (…) has succeeded: Its central problem of depression pre-vention has been solved, for all practical purposes, and has in fact been solved for many decades.”-Robert Lucas (2003)

Durante quase 200 anos, economistas não têm sido conhecidos pelas suas ca-pacidades de prever o futuro. Contudo, esta citação de Lucas, que foi laureado com o Nobel em 1995, desenvolveu a Rational Expectations Theory (as ex-pectativas dos agentes no valor futuro de variantes económicas relevantes é igual aos valores estatísticos esper-ados), é um exemplo perfeito de um importante desvio entre o pensamento económico e a realidade. Esta descon-exão entre a economia neoclássica e os principais problemas do novo milénio é cada vez mais evidente quando con-frontada com uma severa recessão que não era, de todo, prevista. As críticas acabaram por vir também de economistas. Paul Krugman, vence-dor do Prémio Novel de Economia em 2008 e cronista do New York Times, afirmou que a maior parte do trabalho produzido nos últimos 30 anos foi “in-útil na melhor das hipóteses e, no máx-imo, positivamente nocivo”. Foi uma “custosa perda de tempo”, nas palavras de Willem Buiter da London Business School. Como sumariou, em 2009, a re-

vista The Economist: “De todas as bolhas económicas que rebentaram, poucas explodiram mais espetac-ularmente do que a reputação da economia em si mesma”. Neste momento, uma importante nota tem de ser destacada. O de-scrédito que a disciplina tem sofrido merece uma resposta forte. Como a ignorância permitiu aos políticos, investidores e à comunicação social exagerarem as virtudes económicas (lembrando o discurso de Jacques Delors em que dizia que “Nem todos os alemães acreditam em Deus mas todos acreditam no Bundesbank”), agora cega-os aos seus benefícios. Muito do corpo do conhecimento desta ciência social permanece, não uma doutrina servil, mas um pris-ma bastante útil para compreender, cada vez melhor, o mundo que nos rodeia. Com o intuito de discutir o fu-turo da Ciência Económica, Nova Economics Club vai promover um debate na Nova SBE no dia 6 de Ou-tubro.

“Com o intuito de discutir o futuro da CiênciaEconómica, Nova Economics Club vai promover um debate na Nova SBE no dia 6 de Outubro.”

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Setembro 2015 | NovaPress | 18

Economia

Moçambique:Economia,

Oportunidadese Dificuldades

Este artigo aborda a recente evolução económica e social de Moçambique. Os principais en-traves ao progresso desta ex-colónia são analisados em conjunto com as suas potencialidades, não podendo faltar, claro está, um olhar sobre as relações bilaterais entre o país e Por-tugal.(Quadro 1)

Depois de quase cinco séculos como uma colónia portuguesa, Moçambique torna-se independen-te em 1975. Desde a independência de Portugal, o país tem sido assola-do por guerra, fome e má gestão económica. Um acordo de paz em 1992 pôs fim a 16 anos de guerra civil, permitindo alguns progres-sos ao nível do desenvolvimento económico e da estabilidade políti-ca. No entanto, a pobreza contin-ua a ser generalizada, com mais de 50% dos moçambicanos a viver com menos de 1 US$ por dia. Em 2014, o país ficou em 178º em 187 países quanto ao Índice de Desenvolvi-mento Humano. Após a conquista da independ-ência, Moçambique herdou uma estrutura económica colonial car-acterizada pela assimetria entre o Norte e o Sul e entre o campo e a cidade: o Sul mais desenvolvido do que o Norte e a cidade mais desen-volvida do que o campo.

A estratégia de desenvolvimento formulada para inverter esta assi-metria baseou-se numa economia socialista centralmente planificada. No entanto, a conjuntura regional desfavorável, as calamidades natu-rais e o já referido conflito militar interno inviabilizaram a estratégia. (Quadro 2) Os dados económicos devem ser olhados com realismo. O PIB per capita de apenas 630 US$ (o portu-guês ronda os 22 000 US$) reflete o atraso do país, incluído nos 10 mais pobres do Mundo. As taxas de crescimento apre-sentadas pela economia moçam-bicana são, por outro lado, das mais elevadas do globo, superando as da África Subsariana, com uma média de crescimento de 7,3% nos últimos 5 anos. (Quadro 3)

O Investimento Direto Estrangei-ro (IDE) e a Despesa Pública surgem como os principais motores de crescimento da economia moçam-bicana. O IDE tem sido canalizado para os chamados Megaprojetos, foca-dos na indústria extrativa, principal fonte de interesse em Moçambique. Em 2013, o IDE representou 39% do PIB, com esta indústria a absorver cerca de 89% (sendo 76% direciona-do a Megaprojetos).

(Quadro 1)

Indicadores de desenvolvimento

População (milhões) 25,31Esperança média de vida 50Taxa de alfabetização (adultos) 51%Trabalho Infantil 22%Nascimentos registados 48%VIH (adultos) 10,8%

Fonte: Unicef; The World FactBook

(Quadro 2)

Indicadores Macroeconómicos

PIB (mil milhões) 17 US$PIB per capita 630 US$Dívida Externa (% do PIB - 2013) 49,2%Balança Corrente (% do PIB) - 34,6%

Fonte: Unicef; The World FactBook

(Quadro 3)

Projeções Macroeconómicas 2014 (e) 2015 (p)

Crescimento Real do PIB 8,5% 8,2%Crescimento Real do PIB per capita 6,1% 5,8%Défice Orçamental (% do PIB) -10,8% -11,7%

Fonte: Unicef; The World FactBook

Artigo de Tomás Ambrósio Nova Stat

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19 | NovaPress | Setembro 2015

Economia

A natureza de capital intensivo dos Megaprojetos não gera postos de trabalho suficientes para propor-cionar oportunidades à população jovem, em rápido crescimento. No entanto, os problemas não se ficam por aqui. As receitas fiscais cobrem pouco mais de 65% do orçamento anual, enquanto os Megaprojetos beneficiam de avultados incentivos fiscais. A política fiscal expansionista dos últimos anos contribuiu para um aumento substancial da dívida públi-ca, ao mesmo tempo que as doações externas começam a diminuir. Como resultado, o FMI estima que, em 2014, o défice do sector público tenha sido -8,4% do PIB, devendo, em 2015, atingir os -6,5%. A mes-ma instituição estima que a dívida pública ascendeu a 55% do PIB no ano passado, podendo ultrapassar a barreira dos 60% já em 2015, com o aumento da dívida a dever-se maior-itariamente ao financiamento exter-no. Além disso, o fraco capital huma-no, a infraestrutura deficiente, a cor-rupção e a desigualdade contribuem para os baixos níveis de competi-tividade do país, prejudicando se-riamente o seu desenvolvimento económico e social. A título de exemplo, o nível de com-petência dos professores moçam-bicanos é dos piores do Mundo. Um estudo do Banco Mundial mostrou que num teste de Matemática apenas 65% dos docentes conseguiu acertar a subtração 86-55. Associado à falta de capacidades, o estudo destaca ain-da a ausência dos profissionais nas escolas públicas, mostrando que em cerca de 190 dias de aulas, os alunos apenas têm 74. Também o absentis-mo dos estudantes é preocupante, já que apenas 17% comparece às aulas.

Em 2013 e após três anos de que-da da competitividade, houve algum progresso no setor privado, graças às melhorias registadas no ambiente macroeconómico, ensino superior e infraestruturas. De acordo com o Global Competitiveness Report 2013-14 publicado pelo Fórum Económico Mundial, o acesso ao financiamento e a corrupção são os maiores con-strangimentos à competitividade da economia, tal como identificado pelas empresas (18,4% e 18,3% das respos-tas, respetivamente), seguidos pela burocracia ineficiente (12,9%). A in-fraestrutura inadequada (10%), que era anteriormente o terceiro maior impedimento, ocupa agora o quin-to lugar, depois da força de trabalho pouco qualificada (10,6%). O país continua a seguir o típico padrão das factor-driven economies com o IDE concentrado nas indústrias extrativas, enquanto infraestruturas, inovação e educação superior estão subdesen-volvidas. Apesar da má posição nos rankings de competitividade, o ambiente reg-ulatório de Moçambique é, no geral, bastante aberto aos investidores es-trangeiros, sem restrições significati-vas para investimento ou a obrigação de ter parceiros nacionais. No Doing Business 2015, o país subiu 15 posições relativamente a 2014, permanecen-do, no entanto, na posição 127 (em 189 economias), sendo de destacar os avanços na obtenção de crédito e no registo de propriedade. Do mesmo modo, o sector financei-ro continua subdesenvolvido, apesar do potencial de rápida expansão, em linha com o crescimento descentral-izado do país. Atualmente, cerca de 90% dos moçambicanos não tem aces-so às instituições financeiras formais, estimando-se que o crédito esteja ap-enas disponível a 3% da população.

IDE em MoçambiqueFonte: Banco de Moçambique

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

7000

6000

5000

4000

3000

2000

1000

0

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Há, no entanto, boas notícias, pelo menos para alguns. O crescimento está a ser rapidamente aproveitado pelos mais ricos e pelo capital transnacion-al e Moçambique será mesmo o país africano onde se espera o mais rápi-do aumento do número de milionári-os na próxima década. O número de pessoas com ativos líquidos, excluin-do a sua residência principal, de mais de 1 milhão de US$ (cerca de 910 167 €) vai aumentar 120% em Moçam-bique até 2024, para 2200 milionári-os, segundo o The Africa 2015 Wealth Report, noticiado pela Bloomberg. Moçambique é encarado como um caso de sucesso entre as economias africanas e tem assumido um papel cada vez mais determinante no sul do continente, tendo em conta, sobretu-do, o seu potencial como fornecedor de energia para a região. Beneficiando de uma localização estratégica, o país é considerado uma plataforma de en-trada no mercado da Southern African Development Community, que agrega mais de 280 milhões de consumidores.

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Economia

Apesar de todas as dificuldades, a economia moçambicana revelou-se, nos últimos anos, robusta o suficiente para colocar o país num caminho que lhe permitirá atingir padrões de vida mais elevados. Este vigoroso cresci-mento não significará, no entanto, uma redução do contraste entre os grandes projetos de capital intensivo e os mais fracos setores tradicionais, cujo im-pacto na criação de emprego e na di-minuição da pobreza é maior. A gestão dos recursos naturais do país afigura-se igualmente um desafio extremamente importante. O aumento das receitas criará expeta-tivas quanto ao aumento das despesas, devendo o Governo encontrar um pon-to de equilíbrio entre a sustentabilidade orçamental e os necessários investi-mentos públicos.

“A gestão dos re-cursos naturais

do país afigu-ra-se igualmente

um desafio extremamente

importante.”

Mapa de Moçambique

Page 24: Novapress Setembro

21 | NovaPress | Setembro 2015

Economia

Principais fontes- Banco Mundial- FMI- Banco de Moçambique- INE- http://www.bloomberg.com/news/articles/2015-08-02/mozambique-millionaires-seen-leading-growth-of-africa-s-rich- http://www.africaneconomicoutlook.org/fileadmin/uploads/aeo/2014/PDF/CN_Long_EN/Mozambique_EN.pdf- http://www.doingbusiness.org/data/exploreeconomies/mozambique/- http://www.sapo.pt/noticias/competencia-dos-professores-mocambicanos-e-a-_551c634cb6dde73a669b4665

- https://www.maputo.embaixadaportugal.mne.pt/images/Newsletter_RE_7Julho.pdf

A Balança Comercial de Moçambique é tradicionalmente deficitária, sendo, aliás, a componente que mais pesa so-bre o défice externo do país. A relação comercial entre Moçambique e Portugal não é exceção, apresentando um défice de cerca de 400 milhões US$, já que o valor das importações de Portugal para Moçambique excede o das exportações no sentido contrário. Segundo o Banco de Moçambique, as importações de bens de Portugal para o país africano têm um peso de 5,7% no total das importações (ainda que para Portugal a quota das ex-portações para Moçambique continue a ser reduzida - cerca de 0,7%), ao mesmo tempo que apenas 1,4% das exportações moçambicanas se destinam a Portugal. O nosso país ocupa a 6ª posição tan-to enquanto Cliente das exportações de Moçambique como seu Fornecedor, atrás da África do Sul, Emirados Árabes Unidos, China, Singapura e Bahrain. Cerca de 98% dos bens moçambicanos que chegam a Portugal diz respeito a mercadorias agrícolas e produtos ali-mentares. Quanto às exportações por-tuguesas para Moçambique, máquinas e equipamentos, produtos metálicos transformados e produtos informáticos e materiais elétricos são as categorias que mais contribuem para o forte cresci-mento deste fluxo de bens.

“A Balança Comercial de Moçambique é tradicional-mente deficitária, sendo, al-iás, a componente que mais

pesa sobre o défice externo do país. A relação comercial en-tre Moçambique e Portugal

não é exceção, apresentando um défice de cerca de 400 mil-

hões US$, já que o valor das importações de Portugal para

Moçambique excede o das exportações no sentido con-

trário.”

Comércio bilateral Moçambique-Portugal

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A Acontecer

Um Olhar sobre

a ForTuna

A ForTuna, Tuna Académica da Nova SBE, foi fundada a 15 Fevereiro de 1993, com o objetivo de fomentar o es-pírito académico, contribuir para a for-mação dos seus elementos (quer a nível musical como a nível pessoal) e acima de tudo honrar o nome da faculdade. Hoje em dia conta com cerca de 40 el-ementos, dos quais fazem parte alunos de gestão, economia e mestrado assim como antigos alunos que agora já tra-balham. Os festivais nos quais compete são uma componente muito importante do clube representando uma oportuni-dade única de contactar com alunos de outras universidades, assim como ex-plorar novas cidades, culturas e formas de viver a vida académica.

“No ano lectivo 2015/2016 aviz-inham-se já di-

versos festivais e, para isso contam com os seus en-saios semanais de preparação que decorrem todas as sema-

nas, segundas e quartas feiras as 19h, no auditório

do A14.”

Apesar de o clube ter no seu core a música, há diversas componentes or-ganizativas nas quais aplicam os con-hecimentos adquiridos na faculdade nomeadamente nas áreas de logística e operações, marketing e planeamento estratégico. No ano lectivo 2015/2016 avizin-ham-se já diversos festivais e, para isso contam com os seus ensaios semanais de preparação que decorrem todas as semanas, segundas e quartas feiras as 19h, no auditório do A14. Qualquer pessoa que tiver curiosidade em exper-imentar ou conhecer o ambiente pode aparecer nos mesmos ou na sua sala no piso 0 ao lado da A.E.

Ana Beatriz Pina

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23 | NovaPress | Setembro 2015

A Acontecer

Mais info:

[email protected];

facebook/aiesecinnova

Datas: 26 de Setembro, Nova SBE ; 14 de

Outubro, FCSH; 28 de Outubro, UAL.

Não é mentira, estamos à tua procura. Vai começar o Leadership Tournament, um torneio organizado pela AIESEC em parceria com grandes empresas na-cionais e multinacionais! Pensas que tens perfil para resolver case studies? Nós apresentamos-te os casos mais de-safiantes dos nossos parceiros. Que tal impressionar a Jerónimo Martins? Eles vão lá estar e trazem um caso para ti. Este é o maior torneio universitário de Liderança! Com vontade? Cria uma eq-uipa de 4 pessoas e está atento a novi-dades. Começa na fase local e chega a vencedor nacional, onde irás competir com equipas de todo o país.

Na edição passada, Ana Paula Pinhei-ro, concorrente, conta-te o que achou do torneio. “A minha experiência no Leadership Tournament foi uma das melhores. Saí de lá com uma nova per-spectiva, não só a nível pessoal como também a nível profissional. A minha equipa ganhou uma das etapas o que nos possibilitou trabalhar com a empre-sa em questão. Esta experiência aprox-imou-me do mercado de trabalho, tive a oportunidade de me desafiar ao mes-mo tempo que resolvia os cases studies reais que as empresas nos propunham.”Aviso: existirão espaços e networking e workshops..

Oportunidade: Procura-se Líder!

“A minha experiência no Leadership

Tournament foi uma das melhores. Saí de lá

com uma nova perspectiva, não só

a nível pessoal como também a nível

profissional.“

João MatiasAIESEC

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A Acontecer

PRAXIS Como dizia o poeta russo Alex-andre Blok “infringir a tradição também é uma tradição” e assim escrevo aqui para ar-gumentar que a praxe é uma tradição obsoleta que, acred-ito, acabará por desaparecer. Ao longo dos últimos anos o marketing agressivo incentiva-do pelo rápido crescimento de uma nova sociedade de con-sumo levou a mesma para um caminho de busca desenfreada e ilimitada pelas sensações mais prazeirosas que relegaram o uso da Razão para segundo plano. A falta de uso deste último lev-ou a uma procura crescente de sensações de prazer como a lúx-uria, a devassidão mas sobretu-do o PODER. Poder esse que, no mundo académico, se obtém de forma fácil e segura nesse conjunto de rituais de inte-gração a que chamamos praxe. Tendo estado presente na praxe, fui capaz de observar no que consiste. E ainda que o convívio e a integração es-tejam de facto presentes neste ritual, estão misturados com outras práticas devassas. A prática mais presente e sentida logo desde o primeiro minu-to da praxe é a intimidação. O ser humano tem uma sede de poder díficil de controlar e quanto mais é subjugado ao poder de outrém, mais latente fica essa sede. Assim estudantes

Artigo de Manuel de Pinho Sousa

sabemos aliás pelos mem-bros do Estado Islâmi-co cujo sucesso se deve a essa união, e, assim sendo, talvez este fanatismo sirva realmente para criar novos laços entre os “Caloiros”... Como resposta a estes argumentos, a classe deten-tora deste poder à falta de melhor desculpabiliza-se com o facto de serem as únicas actividades de inte-gração aos novos estudantes e propõem que quem dis-corda crie novas actividades de integração diferentes que não envolvam estes com-portamentos duvidosos. O problema reside, a meu ver na institucionalização da praxe que impossibilita a introdução de novas formas de integração que concor-ram com esta. Apesar de, na minha opinião, existir a possibilidade de integrar os novos alunos “à la Erasmus” através do simples incentivo ao convívio, isto torna-se difícil de concretizar face à força que tem esta tradição que está tão enraizada e in-filtrada, não só na nossa fac-uldade mas em muitas out-ras. Conforta pensar que, e a história da Humanidade mostra-nos isso, as tradições desprovidas de valores co-muns tendem a desapare-cer no médio-longo prazo.

de 2º, 3º e até do 4º e 5º ano, vulgo “Doutores”, utilizam este ritual como uma fonte de pod-er sobre os novos estudantes levando-os a actos aparente-mente dementes e desculpabili-zando-se a si próprios com a fé de que estão a contribuir para a integração dos mesmos. Des-de gritos a flexões, reconheci-mento de inferioridade perante outrém, cânticos colectivos de indole duvidosa complementa-do com o consumo abusivo de bebidas alcoólicas que servirá talvez para que os “praxados” não se apercebam do absurdo destas cerimónias, tudo são práticas recorrentes na praxe. Como pode a subjugação dos

novos alunos a um poder met-uendo, simbolizado por uma vestimenta uniformizada e de-sajustada à época do ano mais uma colher de pau, ajudar à integração dos mesmos é uma questão que uma pessoa racion-al fará e para a qual dificilmente haverá uma resposta lógica. Um exemplo flagrante para mim são os cânticos colectivos, que, transbordando um fanatismo doentio recorrem ao insul-to grave contra as faculdades concorrentes, o que, de forma clara, demonstra a falta de va-lores minimamente racionais e humanos neste ritual. De facto, bem sabemos que os fanáti-cos são bastante unidos, como

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Reportagem

•Como apareceu a ideia do Tuga na Ásia? Bem, antes de explicar o Tuga na Ásia, vou explicar como fui parar à Indoné-sia. Um dos meus melhores amigos, o Diogo Rutkowski, tinha ido para a In-donésia no ano antes de mim e inspir-ou-me a segui-lo. Como ele, fui para lá fazer voluntariado, e estive a dar aulas a crianças com variadas deficiências. Nas minhas viagens fui visitar os orfanatos em que o Diogo tinha estado e outros pelos quais ele não tinha passado. Du-rante o tempo que lá estive criei um blog, o Tuga na Asia, e através dele criei o “Projecto Orfanato”. Infelizmente pouco tempo depois de ter ido visitar esse tal orfanato, o Tunas Bangsa, fui internado com febre tifóide, mas foi no hospital que criei o projecto. A ideia do blog apareceu para poder ir contando a minha experiência a amigos e família. E relativamente ao projecto, a idiea surgiu porque as condições em que as crianças do orfanato viviam eram demasiado más para poder passar sem fazer nada para as melhorar.

•Para quem não conhece o projecto, consegues explicar as linhas gerais? O “Projecto Orfanato” consiste em construir um segundo piso no orfana-to para melhorar as condições de vida das crianças que lá vivem! Eles, neste momento, são cerca de 60 a morar lá e dormem em quartos muito pequenos, literalmente amontoados em cima uns dos outros. As condições de higiene são muito más, ratazanas do tamanho do

Tuga na Ásiae ProjectoOrfanato

“E relativamente ao projecto, a idiea

surgiu porque as condições em

que as crianças do orfanato viviam

eram demasiado más para poder

passar sem fazer nada para as melhorar.”

Entrevista a Tomás Abreu

meu antebraço passeiam se por lá assim como baratas. O projecto passou pela sua divugação no blog e no Facebook, através de um pedido, e seguiu-se a an-gariação de fundos, agora estamos na fase de aprovação do projecto para pod-er começar a construir! Estando longe da Indonésia é dificil gerir este projec-to mas graças a Deus tenho o grande apoio da Adress, uma amiga Indoné-sia que tem ido fisicamente ao orfana-to e tratado de falar com os donos do orfanato pessoalmente. Falamos muito por Skype de forma a actualizar o pro-jecto e a decidir os próximos passos. A verdade é que a Indonésia é um país em geral muito lento, as coisas demoram muito tempo a avançar e não estando fisicamente no orfanato é um processo difícil. O que vale é que gosto de um bom desafio!

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Reportagem

•Quão grande foi o choque cultur-al com que te confrontaste na tua viagem? A Indonésia é outro mundo? Fui para a capital, Jakarta, que é um sítio nada turístico. A grande maioria das pessoas não fala inglês e ao passar na rua tanto me pediam para tirar fo-tografias por ser estrangeiro como me chamavam “Bulé” que é uma palavra que vem desde a ocupação Holandesa da Indonésia. Não havia papel higiéni-co nas casas de banho e isso fez-me imensa confusão. Mas o maior choque que apanhei foi o do Ramadão. Eles não comem nem bebem nada desde o nascer do sol até ao por do sol. E o país é mesmo quente e havia pessoas que levavam a mal se eu comesse ou bebesse em frente a elas, e por um lado percebo. Houve dias que cheguei a nao comer, não porque queria mas porque não tinha como comer. A Indonésia é diferente, é o país com mais Muçul-manos do mundo, supostamente tem mais motas que a Europa toda e não me surpeende nada, nunca achei que fosse ver trânsito parado de motas ou estac-ionamentos prórpios para elas, mas lá há disto e muito mais! Adoram picantes e o meu estômago por vezes não os aguentava muito bem e quando pedia comida suave, davam-me fast food. No hospital, que por acaso era muito bom para a indonésia, só o médico e um padre é que falavam inglês, o resto que era o meu dia quase todo, tinha de ser por gestos. Aí senti-me um bocado perdido mas pelos vistos aguentei-me!

•Como foi para ti dar aulas a crianças com deficiências? Como a altura em que eu dei as aulas era perto do final do Ramadão, a esco-la decidiu reunir as crianças todas no ginásio juntas o que tornou ensinar-lhes inglês muito mais dificil do que já era. Tinha alunos com autismo, síndrome de Down, QI muito baixo, alguns cegos outros surdos, resumidamente uma grande panóplia de desafios que tinha

“Isto deixa-me mesmo contente e leva-me a pensar se nós na

sociedade mais con-sumista não teremos compreendido mal o

conceito de felicidade em vez de o procurar na simplicidade das coisas que a vida nos

oferece no dia a dia. Se calhar estas crianças vão nos ensinar mais

que nós a eles.”

pela frente. Acabei por dar aulas muito simples com a ajuda de Powerpoint, im-agens e músicas. Depois de pouco mais de uma hora de aula punha-se música e ficava-se o resto do tempo a fazer jog-os ou só na brincadeira, o que para eles era igualmente importante. Os miúdos surdos as vezes vinham ter comigo para aprenderem mais inglês, o que me deix-ava mesmo muito contente.

•Como era a vida no Tunas Bangsa? Como já referi anteriormente, fiquei doente e por isso só pude lá ir uma vez, mas entretanto já falei umas quantas vezes com a Adress por Skype enquan-to ela lá estava. No dia em que fui só lá estava uma criança e os donos. O resto tinha ido ter com as respectivas famílias. As famílias põem os filhos no orfanato porque não têm como sustentar os fil-hos e é preferível para eles lá estarem do que na rua a pedir dinheiro. Pelo Skype percebi que apesar das condições em que vivem, são felizes, juntam-se para brincar e cantar e aprender. Isto deixa-me mes-mo contente e leva-me a pensar se nós, na sociedade mais consumista, não ter-emos compreendido mal o conceito de felicidade em vez de o procurar na simpl-icidade das coisas que a vida nos oferece no dia a dia. Se calhar estas crianças vão nos ensinar mais que nós a eles.

•Como decorreu o processo de angar-iação de fundos? O processo foi criado através do blog que então foi partilhado no facebook por mim. Na entrada “O Pedido” as pessoas podem ler em detalhe o que vi e o que senti. Até teve uma boa aceitação pela parte de família, amigos e amigos de

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Reportagem

amigos. Dei o número da minha con-ta, e depois passei o dinheiro para out-ra conta à parte, tudo bem registrado numa folha de Excel. Posso dizer que já passámos os 2/3 do objectivo inicial de dinheiro! Quero deixar aqui um agradecimento a todas as pessoas que quiseram entrar neste projecto comi-go, podendo ajudar à distância com uma quantia à sua escolha, toda a aju-da é preciosa. Tive a sorte de também nos meus 21 anos os meus amigos da Missão País me darem um cheque com uma boa quantia para ajudar a chegar mais perto do objectivo!

•Quais as maiores dificuldades com que te deparaste? Criar um projecto do outro lado do mundo, num país em que não se sabe a língua, não se sabe a igualdade das leis e por vezes não se percebe muito bem a sua cultura não é nada fácil. È um pro-jecto ambicioso que vai andando aos poucos. Acho que a maior dificuldade que tive até agora foi aceitar que não se ia desenvolver ao rítmo que eu estava à espera, mas sim muito mais devagar. Perde-se entusiasmo mas por outro lado ganha-se tempo para conseguir decidir melhor o que fazer, há que ver o lado positivo!

•O que foi mais gratificante para ti, em todo este projecto? Até agora o mais gratificante para mim foi ver a bondade das pessoas em querer ajudar, em confiar em mim e em dar um bocado do que têm para poder ajudar os que mais precis-am, isto sim mexeu comigo!

•O que aconselhas a um aluno da Nova SBE que queira ter uma ex-periência semelhante à tua? Qual é o primeiro passo a dar? O primeiro passo a dar é tomar as vacinas todas! Claro que este não é o primeiro passo mas é dos mais importantes sem dúvida. Acho que se deve começar por definir um pou-co o que se quer fazer. Pode-se fazer voluntariado em vários ramos como estar com idosos, ajudar a melhorar microempresas, dar aulas a crianças, etc. Depois de acordo com isto escol-her um local, tanto pode ser África, como Ásia, como América como Eu-ropa. Em todo o lado é preciso ajuda, em todo o lado se pode melhorar um pouco o mundo! Por último, con-tactar e entrar numa associação já preparada para este género de volun-tariado. Eu por exemplo fui através da AIESEC, que podia ter funciona-do um pouco melhor, mas há outras organizações! Queria também dizer que aconsel-ho a toda a gente entrar num desafio como este para viver um verão, um semestre, um ano diferente e ajudar os outros! Conhece-se outras pessoas diferentes do habitual e conhece-se a si mesmo! E se calhar há pessoas que não podem ir para fora, mas acred-item, Portugal precisa da vossa ajuda e tem muito valor ficar cá para aju-dar os outros. Que não seja por não se poder ir para fora que se deixa de ajudar!

•O que aconselhas a um aluno da Nova SBE que queira ajudar à distân-cia? Para ajudar basta entrar no site http://tuganaasia.blogspot.com/ e seguir as in-struções! Muito fácil! E não se esquecer que não há só este projecto! Estou a de-senvolver uma ideia para envolver mais pessoas a longo prazo, se e quando esti-ver pronta conto no meu blog, estejam atentos!Quem queria ajudar, ir fazer voluntar-iado ou saber mais pode contar comigo!

•No teu melhor sonho o que é que mudarias? No meu sonho irrealista, de repente os miúdos têm camas para cada um, uma boa educação, boas condições de higienee boa prespectiva de vida pela frente. Teria facilidade de ir e voltar à Indonésia quando quisesse e levaria quem pudesse comigo para estar com as crianças. Num sonho mais realista, mais como um objectivo, começar a construir o mais rapidamente possível, ter mais fundos, porque nunca são demais!

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Cultura

NOVAEntrevista a João Carreiras, Organizador

•O que podemos esperar da edição de 2015 do Nova Música? Alguma da melhor música portuguesa num óptimo espaço e com o bom am-biente que este festival tem conseguido criar ao longo dos anos.

•Este ano a ideia é trazer o público mais cedo para o recinto. Qual é a es-tratégia da organização? Queremos que a festa comece mais cedo no relvado, primeiro com música electrónica (Benny), depois com a Party Brass Band a tocar por entre as pessoas, para que as pessoas venham cedo, jan-tem no recinto (teremos opções boas e a preços acessíveis), bebam umas cerve-jas em happy-hour e tenham uns mo-mento descontraídos antes de começar-em os concertos no palco.

•O Festival Nova Música vai já para a 4ª edição (se não me engano). Qual é o balanço que faz? Costumo dizer que a primeira edição foi “sorte de principiante”, a segunda “o

MUSICA

drama do segundo disco” (habitual em bandas com um grande hit no primeiro disco), a terceira a do “conceito consol-idado” e espero que esta quarta seja “o ano do crescimento”.

•Qual é a edição, das últimas 3, de que mais se orgulha? Porquê? Definitivamente a primeira. Pela for-ma como foi possível o apoio para avançar com este projecto e como uma equipa sem qualquer experiência na organização deste tipo de eventos, com um tempo muito curto para a pro-dução, conseguiu concretizar o festival com uma qualidade de que muito me orgulho e que teve cerca de 3.000 es-pectadores.

•Como é que a organização do festi-val lida com o facto de ter um públi-co espalhado por diferentes unidades orgânicas, pertencentes ao universo UNL? Contando com o imprescindível apoio de todas as AE’s para conseguir divulgar

o festival junto da maior parte dos

alunos da Nova. •Que outras actividades, do interesse, dos alunos desenvolve o Gabinete de Cultura do SAS? Para além do apoio a iniciativas de es-tudantes, este gabinete organiza o Con-curso de Fotografia da NOVA, que já contou com sete edições, e o Concurso de Bandas, integrado no Festival Nova Música, que teve início este ano. Para o ano planeamos retomar a organização de passeios culturais em Lisboa, para além de outros projectos ainda em fase

Miguel Saturino

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Cultura

•O papel do Nova Música é, sem dúvida, apresentar a um público universitário valores da música na-cional. Como vê o panorama actual na música portuguesa? A música em Portugal passa por uma fase bem interessante. Para além da presença nos tops de vendas de vários músicos e bandas portu-gueses, há, finalmente, muitas bandas a conseguirem entrar nos cartazes dos maiores festivais. Num universo menos comercial consolidam-se ban-das – como os Capitão Fausto, D’Alva, Samuel Úria, You Can’t Win Charlie Brown, Sequin, Os Capitães da Areia - e continuam a surgir nomes bem interessantes – como Ême, Golden Slumbers ou Throes & The Shine.

•Os Galgo ganharam a presença no cartaz deste ano, uma vez que foram os grandes vencedores do I Concur-so de Bandas da Nova. Quais são as expectativas para o concerto deles? Acho que Galgo vão ser uma opti-ma surpresa para o público que chegue cedo ao festival e acompanhe a abertura

do palco. O seu som tem uma grande personalidade e acho que irá cativar quem pense vir só para ouvir os nomes “mais conhecidos”. Foram uns justos vencedores do Concurso de Bandas, apesar de terem tido competidores à altura.

•Que balanço faz do concurso? É uma aposta para manter? Ao lançarmos o concurso não tínham-os ideia de qual seria a receptividade em termos de participações e muito menos

da qualidade das bandas a concurso. Em ambos os pontos superámos em muito as espectativas. Recebemos maquetes de excelente qualidade e foi difícil escolher os finalistas e depois o vencedor. Para o ano es-peramos poder contar com partic-ipações com a mesma qualidade, pois, sim, o projecto é para manter.

•Até onde acha que pode crescer este festival? Vai sempre depender do públi-co. Estamos abertos a crescer ainda mais o festival, mas iremos sempre em resposta ao público. Se houver um aumento significativo de públi-co e se conseguirmos mais alguns apoios externos, poderemos crescer, nomeadamente voltar a ter palcos alternativos ao palco principal. No entanto esse crescimento só se con-cretizará mantendo o nosso conceito de que não abdicamos, o de tentar mostrar o que de melhor se faz na nova música portuguesa.

•Que artista do cartaz deste ano o entusiasma mais enquanto ouvinte? Por razões óbvias, gosto de ouvir todos os grupos em cartaz. Os Diabo na Cruz por fazerem uma admirável fusão do rock com a música tradi-cional, os Tresporcento pelo seu rock seco e directo, os Galgo pelo seu som instrumental envolvente, mas de todos, pessoalmente, destacaria Noiserv, que conseguiu criar uma sonoridade muito própria que o torna um caso à parte na música portuguesa e da qual gosto muito.

“A música em Portugal passa por uma fase bem interessante. Para

além da presença nos tops de vendas de vários músicos e bandas

portugueses, há, finalmente, muitas bandas a conseguirem entrar nos

cartazes dos maiores festivais.”

Luís Sousa | Música em DX

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Cultura

Programação de Concertos

A caminhar para o fim de mais um verão cheio de festivais por este país fora, Lisboa volta a encher-se de música com um festival ao qual empresta o nome. Num dos mais emblemáticos par-ques da cidade, alguns dos mais sonantes nomes da cena electrónica internac-ional prometem encher de bom groove e boas batidas aquela que, provavelmente, será a maior pista de dança a céu aberto do fim-de-sem-ana. Dia 5 contará com os re-incidentes Nina Kraviz e Nicolas Jaar, depois de já terem estado no NOS Alive e no Lux Frágil, assim como Isilda Sanches da rádio Ox-igénio, Fandango e Mirror People & The Voyager Band em concerto e Palms Trax em Live Act. Dia 6 trará o português Rui Miguel Abreu a abrir o dia, seguindo-se Mr Herbert Quain, Andres & Oscar e Jazzanova com Paul Ran-dolph. O dia termina com Michael Mayer, antecedido por Todd Terje.

O segundo fim-de-semana arranca sexta-feira com uma noite de rock português com Savanna e o seu “Dreams To Be Awake”, Lotus Fever, Reis da República e GANSO. Va-mos poder assistir às suas mais recentes invenções e reinvenções que, com toques de psicadélico, nos vão levar numa viagem por onde eles quiserem ir; mais ou menos subtis, mais ou menos crus, os sons do passado e do fu-turo vão estar sinérgicos à beira Tejo. As actuações estarão com-preendidas entre dois mo-mentos especiais. Antes dos concertos, que começam às 18, haverá jam aberta a todos os que quiserem participar na velha tradição do impro-viso “in loco”, para quebrar o gelo. Depois das quatro bandas, trocam-se as guitar-ras pelos gira-discos e a festa continua noite fora.

Depois de uma brilhante e memorável passagem pela mais recente edição do NOS primavera Sound, esta lenda viva do rock dos anos 70 vol-ta a solo nacional para voltar a unir um devoto público em lágrimas de saudade e exal-tações de alegria. A repe-tir-se a entrega do concerto de Junho, será impossível ficar indiferente a um clima que roça o transcendental, arrebatando tudo o que é mundano. Patti Smith vem com Hors-es na mira, o seu álbum de estreia, que será tocado na íntegra. A contar com out-ros dos seus êxitos, será um concerto que tem tudo para ser especial com momentos electrizantes e outros mais ternos, por uma arista que merece ser homenageada da mesma forma que tem hom-enageado tantos nomes da sua época.

Este festival acontece no seio de uma programação regular que visa levar para a Zona J eventos e actividades que não abundam na zona, enquanto atrai os mais diversos públicos para uma área fora do seu per-curso habitual. Com uma mescla de géneros que vai desde os tons envol-tos em mistério e misteriosa esperança de Norberto Lobo a Skepta, grande nome e fig-ura proeminente do Grime e Hip-Hop inglês, que faz uso de rimas apuradas e um discurso tão melódico como incisivo para transmitir uma energia impar. A completar o cartaz, vão es-tar DJ Firmeza e DJ Maboku, com música de dança. Num tom mais roqueiro, podemos contar com Pega Monstro e Iguanas. Com um cartaz ecléctico e arrojado, este festival fecha o mês de Setembro em grande e deixa água na boca para o que se vai passar em Outubro.

Filipe Figueiroa

5-6 SetembroSábado - Domingo14:00-24:0025€-40€Parque Eduardo VII

11 SetembroSexta-feira18:00 – 4:006€Clube Ferroviário

21 SetembroSegunda-feira 21:3035€Coliseu dos Recreios

26 SetembroSábado15:30 – 21:00GrátisChelas - Zona J

LISB-ON NeoBUZZ Patti Smith Zona Não-Vigiada

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Cultura

Mulholland Drive

Foi em 2001 que David Lynch, realizador de Blue Velvet ou Twin Peaks, lançou a sua obra-prima: Mulholland Drive. Nomeado para Óscar de Melhor Realizador, Mulholland Drive é hoje eleito pela generalidade da crítica como um dos melhores filmes de sempre. Drama, romance, suspense, humor negro, Hollywood, um “Club Silencio”, um cowboy e uma caixa azul são apenas alguns dos condimentos que fazem de Mulholland Drive um cocktail de sonho. Com cenas inesquecíveis e uma banda sonora brilhante, uma fantástica Naomi Watts, naquele que é um papel de uma vida, e uma poderosa Laura Harring, Mulholland Drive é um filme “à la Lynch”, para ver e rever. Se ainda não viram, “it’s time to wake up”.

Cinema Paraíso

O Cinema Paraíso é um dos maiores tesouros do cinema italiano. Este clássico de 1988 relata a história de um cine-asta que regressa à sua aldeia natal e revive a sua infância e amizade com Alfredo, o projeccionista do Cinema Paradiso. O filme está envolto num véu nostálgico que leva impreteriv-elmente o espectador a percorrer os caminhos sempre sinu-osos da emoção disfarçada a custo. A banda sonora de Ennio Morricone tem as suas culpas no cartório, nada menos que incrível. Esta obra-prima de Giuseppe Tornatore apresenta-se-nos como uma lição sobre a amizade, mas no final descobrimos que é uma epopeia sobre o amor. E se nos deixarmos levar pela história, arriscamo-nos a acabar com a lágrima a espre-itar no canto do olho.

Cinema:

António Vieira Bernardo Gonçalves

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Cultura

Pedro Almodóvar (1949 - )

Quero através desta crónica suscitar o interesse do pú-blico em realizadores que me proporcionaram tantos bons momentos e reflexões. Não vou falar de prémios nem de biografias, vou somente expor o que me fascina em cada um deles.

A Madrid de Franco morria e nascia assim a famosa Levada Madrilena. Arrisco dizer que ninguém incorporou tanto o espírito da época como Almódovar. Desde os anos 70 que o realizador tentava através de curtas alcançar no-toriedade. Chega assim “Pepi, Luci, Bom y otras chicas del montón” (1980), filme com um orçamento de 2400 €, fresco, extravagante, retrata a cultura glam pop e o ser feminino. O resto da sua cinematografia pode ser descrita como brilhan-te.

O que me intriga em Almodóvar é a sua compreensão do feminino, e por isso não se entenda mulher, mas sim todo o conceito. Entre donas de casa, travestis, freiras, prostitutas, mães e vítimas de abuso, encontra-se o apogeu de Vênus sobre a masculinidade opressiva que sempre afectou a nossa sociedade.

Comédias negras repletas de cenas chocantes, cenários berrantes, enredos confusos, muito melodrama e especial-mente atores feios e reais, distantes do plástico de Hol-lywood. Almodóvar é um modelo a seguir por qualquer miúdo que tenha recursos escassos e objectivos ilimitados no mundo do cinema.

A ver : “Mujeres al borde de un ataque de nervios”; “ Entre Tenieblas”; “La Mala Educación”

Ensaio sobre a Cegueira

De repente, um homem cega. Sente que cai num mar de leite e não vê senão branco. Por coincidência, que era azar ou contágio, cada vez mais pessoas vão cegando. As outras correm a ajudar-se a si mesmas, tentando trancar-se nas suas casas. Toma-se a decisão de enclausurar os afectados num antigo manicómio, longe da população saudável que se torna menos numerosa a cada dia que passa. Como são as pessoas num mundo em que ninguém vê? O ensaio sobre a cegueira é uma obra-prima literária violenta que, pintando-nos como cegos, ensina a ver. A cegueira literal trancende a uma cegueira social, moral e política intemporal, como expressa uma das personagens ao dizer: “Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que vendo, não vêem.” Através deste ensaio alegórico, José Saramago faz-nos ver como a cegueira impera no mundo. Deixo por isso aqui o conselho que se pode ler na contracapa do livro: “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.”

Livros:José Saramago

Carolina Goldstein

O Rei da LevadaRealizadores:

Título Original: Ensaio sobre a CegueiraAutor: José SaramagoLíngua Original: PortuguêsPublicado: 1995Género: RomanceISBN: 9780792756026

Nadir Silva

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