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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E

PROGRAMAS EDUCACIONAIS

COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

IES: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

UNIOESTE

NÚCLEO REGIONAL DE CASCAVEL

MARIA LURDES MEIRA

UNIDADE DIDÁTICA

SOCIEDADE DE CONSUMO NA CONTEMPORANEIDADE: UM

TEMA DE INTERESSE NO ENSINO DE GEOGRAFIA

CASCAVEL

2010

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1

MARIA LURDES MEIRA

UNIDADE DIDÁTICA

SOCIEDADE DE CONSUMO NA CONTEMPORANEIDADE: UM

TEMA DE INTERESSE NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Trabalho apresentado ao PDE, como sugestão de atividades

práticas aos professores, referentes ao Projeto de

Intervenção Pedagógica, elaborado pela Professora de

Geografia Maria Lurdes Meira sob a orientação do

Professor Doutor Edson dos Santos Dias, do curso de

Geografia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná,

(UNIOESTE) Campus de Marechal Cândido Rondon.

CASCAVEL

2010

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pela vida e pelas oportunidades colocadas em meu

caminho.

Às colegas de trabalho e amigas por incentivarem-me a ingressar no PDE.

Aos Professores participantes do GTR, pelas suas contribuições.

Em especial:

Professora Ivone Adolfina Walker Dettmer, colega de

trabalho e amiga a qual acompanhou-me desde o início

do projeto, colaborando ainda com a revisão e correção

desta produção.

Professora Terezinha Dresch, colega do PDE e amiga a

qual incansavelmente dedicou seu tempo em todas as

horas que precisei de seu auxílio.

Professor Doutor Edson Santos Dias, Orientador que

contribuiu para direcionar-me no processo desta

caminhada de aprendizagem e produção.

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IDENTIFICAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO – PDE/SEED/PR

PERÍODO: 2009/2010

PROFESSORA: Maria Lurdes Meira

ÁREA DO PDE: Geografia

NRE: Cascavel

PROFESSOR ORIENTADOR: Dr. Edson dos Santos Dias

IES: UNIOESTE – Campus de Marechal C. Rondon

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Colégio Estadual Presidente Costa e Silva – E.F.M.

PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: Alunos da 8ª série A – Período matutino

TEMA: Como ensinar a questão do consumismo na sociedade atual

TÍTULO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA – UNIDADE DIDÁTICA:

Sociedade de consumo na contemporaneidade: um tema de interesse no Ensino de

Geografia

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SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO.............................................................................................5

2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................7

2.1- Contextualização do Ensino de Geografia.................................................7

2.2- Abordagem do Consumismo na Disciplina de Geografia.......................8

3 - REFERÊCIAS.............................................................................................12

4 - SUGESTÕES DE ATIVIDADES PRÁTICAS.........................................13

4.1 - Atividade 1 - Consumismo na Sociedade Atual....................................13

4.2 - Atividade 2 - Consumismo X Qualidade de Vida.................................18

4.3 - Atividade 3 - Embalagem X Publicidade X Consumismo X

Natureza.............................................................................................................21

4.4 - Atividade 4 - A influência da publicidade na definição de nossas

necessidades de consumo..................................................................................24

5 - SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO ...........................................................29

6 - CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO.............................................30

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1 INTRODUÇÃO

A Unidade Didática Sociedade de consumo na contemporaneidade: um tema de

interesse no ensino de Geografia aqui apresentada, é resultado de um projeto de pesquisa

possibilitado pelo Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), da Secretaria do Estado

de Educação do Paraná, realizada no período de 2009 e 2010 em parceria com a UNIOESTE.

Tem como objetivo geral “reflexões sobre consumo necessário e consumismo em

relação à sustentabilidade socioambiental no atual modelo de organização social

hegemônico”1. É composta por atividades e textos que objetivam especificamente: despertar

nos alunos a sensibilidade quanto aos danos ambientais2 causados pelo consumismo na

sociedade atual, bem como entender as formas de motivação que induzem os indivíduos ao

consumo abusivo, as quais tiram a liberdade de definir as suas reais necessidades de consumo.

O tema estudado Como ensinar a questão do consumismo na sociedade atual na

disciplina de Geografia propõe formas metodológicas de fácil aplicabilidade para as séries

finais do Ensino Fundamental ou Ensino Médio. Assim, apresentam-se quatro atividades para

trabalhar diretamente com os alunos fazendo referência ao que está cientificamente

comprovado: em conseqüência do consumismo exagerado, cresce a exploração social e,

paralelamente, cresce a degradação ambiental, tanto pela exploração da matéria-prima como

pelo descarte descontrolado das sobras.

É uma proposta para ser abordada pausadamente de maneira que os alunos possam

perceber através da práxis3 a real situação de alienação, de envolvimento e dependência em

que se encontram em relação ao sistema de produção capitalista.

As atividades são condizentes aos conteúdos estruturantes: Dimensão Econômica do

Espaço Geográfico, Dimensão Política do Espaço Geográfico, Dimensão Socioambiental do

Espaço Geográfico, contemplados nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica de

Geografia do Estado do Paraná. Estão direcionadas para uma proposta que integra

teoricamente o materialismo histórico dialético, cuja preocupação é o ensino de Geografia

voltado para a atual situação de relação existente entre a sociedade e a natureza, assim

expressado:

1 Objetivo geral do projeto de pesquisa e implementação referente ao PDE – 2009/2010 ( MEIRA, M. L. 2010) 2 O termo ambientais expressa a interação entre a natureza e a sociedade (MEIRA, M. L. PDE, 2010). 3 Práxis é um conceito filosófico da atividade teórico-prática do ser humano em sociedade (ALMEIDA,

ARNONI, OLIVEIRA, p 125. 2007).

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[...] Deve possibilitar ao aluno a compreensão sócio-histórica das relações

de produção capitalista, para que ele reflita sobre as questões

socioambientais, políticas, econômicas e culturais, materializadas no espaço geográfico. Sob tal perspectiva, considera-se que o aluno é agente da

construção do espaço, e portanto é também papel da Geografia subsidiá-los

para inferir conscientemente na realidade.

[...] Os alunos deverão entender as relações de poder que os envolvem e de alguma forma os determinam. (DCEB/PR, GEOGRAFIA, 2008, p.70 e, 71).

A fundamentação teórica está baseada em pesquisa bibliográfica apoiada em vários

autores e outros recursos audiovisuais e midiáticos, considerando-se também à prática da

professora autora, atuante na área da educação desde 1981. É um texto que traz

conhecimentos para fins de reflexão sobre o tema apresentado. Está direcionado aos

profissionais da educação, o qual é indicado como o ponto de partida para todos os

professores que tiverem interesse em aplicar as atividades aqui sugeridas.

A abordagem metodológica envolve o contexto da realidade social do aluno nas

escalas global e local, assim como as suas intermediações e relações, possibilitando-lhe

enfrentar com mais segurança e entendimento os desafios e complexidades do seu espaço de

vivência, considerando que a Geografia, assim como as demais ciências, tem papel

fundamental para apresentar melhorias na qualidade de ensino.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A atual decadência do ensino, profissionalmente nos incomoda, aumentando ainda

mais a preocupação com a “causa educação”. É um fato real que motiva para buscar maior

aprofundamento em conhecimentos científicos, principalmente no que diz respeito a

conteúdos pertinentes à área de nossa atuação.

2.1 Contextualização do Ensino de Geografia

Está claro que a educação não se dá somente pela escola, mas muito mais por outras

influências extra-escolares, as quais levam o aluno a adquirir novos conhecimentos que

possibilitam a ele novos comportamentos. Para Nagel, (2001, p. 100), a educação tem seu

conceito mais abrangente:

Educação implica em formação do homem e compreende inúmeros

processos, incluindo-se dentre eles, os ativados pela própria escola em seus diferentes graus, modalidades, estratégias ou técnicas. A educação na

perspectiva adotada, pleiteando mudanças nos homens, não delimitaria

apenas a escolarização ou a educação formal. Enquanto uma busca

intencional de novos comportamentos para responder melhor às novas exigências da vida, a educação contaria para sua concretização, com

outras instituições como a família, a igreja, o setor jurídico e principalmente

os meios de comunicação e estaria associada, em sua raiz, à substituição ou a reprodução (ainda que sob formas novas) da ordem social (NAGEL, 2001,

p.100).

Em meio a tantas reformas educacionais impostas pelo sistema capitalista interessado

em manter suas ideologias, fatiam-se as ciências, dando lugar às especialidades

particularizadas do conhecimento. Enquanto se aprende de forma fragmentada, o

individualismo predomina, dificultando a socialização do saber e se perde a noção da

totalidade. A própria Geografia por um longo período não teve a preocupação de análise das

relações que se estruturam no espaço e na sociedade, concentrando-se apenas em estudos:

[...] a fragmentação acontece de tal forma que impede o raciocínio lógico

capaz de dar conta do objeto que deve tratar. São questões (físicas) naturais e

humanas, são termos de relevo, vegetação, clima, população êxodo rural e migrações, estrutura urbana e vidas nas cidades, industrialização e

agricultura... estudados como conceitos a-históricos, abstratos neutros, sem

ligação com a realidade concreta (CALLAI, 2001, p.139).

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A evolução histórica da Geografia como ciência, também é resultado das conquistas

alcançadas pela humanidade. É por isso que o saber geográfico não pode ser exclusivo de um

pequeno grupo, ou ser um instrumento apenas de Estado, e sim deve estar a serviço da

melhoria da qualidade de vida da maioria da população, com entendimento de que as ações

coletivas são as que trazem melhores resultados.

A história do pensamento geográfico neste final do século XX, está marcada

por um intenso debate entre o positivismo clássico, o empirismo lógico, o

historicismo, a dialética e a fenomenologia. A influência marxista deixou marcas profundas neste debate. Ignorá-la é ignorar a história do século XX.

Ou melhor é instrumentalizar o Estado capitalista ideologicamente

(CARLOS, OLIVEIRA, 1999, p.47)

Desta forma procura-se atender um chamado à responsabilidade social do educador,

como articulador de reflexões e debates de assuntos instigantes à realidade, que é seu

principal papel na interação com os educandos, com a escola e com a sociedade.

2.2 Abordagem do Consumismo na Disciplina de Geografia

A busca por estudo sobre “Como ensinar a questão do consumismo na sociedade

atual”, está relacionada à experiência de docência da Educação Básica, quando nos deparamos

com a preocupação referente a existência de lacuna deste conteúdo no currículo escolar. O

assunto “consumismo” não é abordado nos manuais didáticos ou, quando aparece por

intermédio de outros conteúdos, é posto em segundo plano, abordando-se timidamente, de

forma superficial ou distanciado e distorcido da realidade.

A partir de tais considerações, evidencia-se a necessidade de encontrar formas

metodológicas e didáticas, cujas práticas sejam condizentes à situação de vivência dos alunos.

Assim, sem que se sintam alienados, mas inseridos nos conteúdos e motivados através de

diferentes atividades em aula, obtenham por meio do estudo, o conhecimento científico

relacionado com a totalidade4. É importante então que os educandos possam refletir sobre a

questão do consumismo na contemporaneidade, como um desafio para despertar a

sensibilidade de cada um, já que não existe possibilidade - atualmente - de viver fora do

contexto do sistema capitalista.

4 Totalidade sob a lógica dialética não é a soma das partes, mas uma vez que nessa lógica o todo e as partes não

são fixos, estão em movimento. Eles se modificam de acordo com as relações que estabelecem entre si. Essas

relações são de tensão porque expressam a negação mútua entre eles, que são opostas e, por isto, ao mesmo

tempo em que se negam, se completam (ALMEIDA, ARNONI, OLIVEIRA. 2007, p. 91).

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Os avanços tecnológicos para a expansão da produtividade de artigos bons e

desejáveis pela sociedade são constantes. Investe-se alto na divulgação, através dos mais

variados meios publicitários, de forma que os produtos novos fiquem conhecidos e venham a

ser consumidos com maior rapidez, garantindo lucro desta venda em curto prazo.

O Instituto Alana, aponta os seguintes dados, em relação à influência da publicidade

que atinge faixas etárias precocemente:

As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de compra de uma

família (TNS/InterScience, outubro de 2003). Carros, roupas, alimentos, eletrodomésticos, quase tudo dentro de casa tem por trás o palpite de uma

criança, [...]. A publicidade na TV é a principal ferramenta do mercado para

a persuasão do público infantil, que cada vez mais cedo é chamado a

participar do universo adulto quando é diretamente exposto às complexidades das relações de consumo sem que esteja efetivamente

pronto para isso.5

Referindo-se às necessidades de consumo impostas no sistema capitalista, que

ultrapassam culturas tradicionais desrespeitando-as e até destruindo-as, Alphandéry, Bitoun e

Dupont, (1992, p. 115) afirmam: “Nós não definimos livremente nossas necessidades, nós

consumimos mercadorias e signos, nós somos prisioneiros das nossas necessidades”.

As necessidades individuais podem diferenciar-se de acordo com a cultura de cada

sociedade, porém o sistema dominante exalta aquela que convém ao consumo e ao exagero,

sem a identificação real do que é melhor consumir ou possuir.

A necessidade disseminada em números e objetos de consumo, o trabalho

fragmentado em tarefas repetitivas e autoritariamente impostas, a política confiscada pelos estados maiores dos partidos ou pelos corredores da

burocracia, o homem em peças separadas, a natureza sob ou em reservas

protegidas não são, de fato senão múltiplos sintomas de um só e único fenômeno: pensamos o mundo das necessidades antes da necessidade do

mundo, enquanto deveríamos ainda aqui, tentar fazer o inverso. [...] É então,

analisar a cadeia ininterrupta que percorre a necessidade através da ciência,

da técnica, da economia do objeto e seu uso até nossas relações sociais e políticas e nossa relação com a natureza a fim de que se reflita, na definição

e na satisfação de nossas necessidades, [...] E, é enfim, aceitar novamente

que o homem seja um ser de dívida. Dívida em relação ao passado, ao presente e ao futuro, que frente ao poder do fato consumado que lhe confere

sua ação transformadora do mundo, impõe-lhe imaginar, sob novas formas,

necessidades e direitos de conservação (ALPHANDÉRY; BITOUN e DUPONT, 1992, p. 130).

5 In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2009. Disponível em:

http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/Educacao.aspx?v=2&id=34>. Acesso em: 19 nov. 2009.

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No que diz respeito à movimentação das mercadorias, pode-se considerar como uma

visão crítica do sistema econômico mundial, a transformação das próprias pessoas em

mercadorias: “A economia consumista se alimenta do movimento das mercadorias e é

considerada em alta quando o dinheiro mais muda de mãos; e sempre que isso acontece,

alguns produtos de consumo estão viajando para o depósito de lixo” (BAUMAN 2007, p.

51). A política do capital é contínua e busca-se ofertar cada vez mais produtos irresistíveis.

Destaca-se ideologicamente o luxo como algo positivo, existente nas classes

dominantes. Por isso, afirma-se que o sistema capitalista é “profundamente enganador”

(MÉSZÁROS 1996, p. 36). O luxo tem seu valor ideológico que mede o status social ou o

poder econômico das pessoas, promovido e sustentado pelas forças de produção capitalista.

Varia na sua concepção e estilo conforme variam as condições sociais dos indivíduos e as

diferentes épocas históricas da humanidade.

Assim, como resultado da absurda reversão dos avanços produtivos em favor dos produtos de consumo rápido e da dissipação destrutiva de recurso, o

“capitalismo avançado” tende a impor à humanidade o mais perverso tipo de

existência imediatista, totalmente destituída de qualquer justificativa em relação com as limitações das forças produtivas e das potencialidades da

humanidade acumuladas no curso da história (MÉSZÁROS, 1996, p.35).

O avanço das forças produtivas que se estabelece favorece o crescimento econômico

do poder da classe dominante, porém é contraditório quanto aos danos ambientais que surgem

em conseqüência desta forma de desenvolvimento e quanto ao distanciamento entre as classes

sociais e degradação da natureza. “[...] problemas ecológicos e ambientais revelam disfunções

que são próprias de um determinado estilo de desenvolvimento; problemas de um

desenvolvimento desigual para as sociedades humanas e nocivos para os sistemas naturais”

(GUIMARÃES 2005, p. 86).

No Manual de Educação referente ao Consumo Sustentável do Ministério do Meio

Ambiente Brasileiro, consta que:

A industrialização crescente permitiu um aumento excepcional no consumo

de produtos e teve como conseqüência o aumento também do lixo e da

poluição. Para conter os danos ao meio ambiente de uma população não-sustentável e garantir a sobrevivência das futuras gerações, a sociedade

moderna terá de reformular alguns hábitos de consumo. Vivemos numa

sociedade de consumo, onde comprar e vender fazem parte do cotidiano e

tomam muito tempo, recurso e energia. O problema é que geralmente não percebemos que esse simples ato pode ter reflexos negativos sobre o meio

ambiente. [...] será que precisamos de todos os produtos que consumimos?

Se avaliarmos com cuidado, veremos que boa parte do que compramos em

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nosso dia-a-dia é fruto de uma falsa necessidade, de um exagero criado pela

cultura do consumismo dos bens descartáveis” (BRASIL, 2002, p.122).

O documento “A Carta da Terra”, que envolveu o mais inclusivo e participativo

processo associado à criação de uma declaração internacional, cujo teor é a preocupação com

o homem no Planeta Terra, buscando a construção de uma sociedade global justa, sustentável

e pacífica, faz os seguintes chamados:

São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modo de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem

atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais,

não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para

abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para

construir um mundo democrático e humano. [...] Incluir totalmente os custos

ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas

sociais e ambientais”.[...] Defender o direito de todas as pessoas no sentido

de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou nos quais

tenham interesse (CARTA DA TERRA, p.1-2,4,6). 6

Estas são algumas das reflexões que merecem um olhar especial, por nós professores

de Geografia. A sociedade precisa de pessoas que pensem sobre como encontrar soluções para

amenizar o que está posto e que saibam viver na coletividade. Aqui está o grande poder e

desafio da Escola e dos educadores: praticar com os alunos o pensar pela totalidade, pela

contradição, pela interação, pela dialética e a colaborar com parte da formação da

integralidade do ser humano.

6 In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2009. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=A_Carta_da_Terra&oldid=17242420>. Acesso em: 17 out. 2009.

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3 REFERÊNCIAS

A CARTA DA TERRA In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia

Foundation, 2009. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=A_Car

ta_da_Terra&oldid=17242420>. Acesso em: 17 out. 2009.

ALANA, Instituto < http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/Educacao.aspx?v=2&id=34>.

Acesso em: 19 nov. 2009.

ALMEIDA José, ARNONI Maria e OLIVEIRA Edilson. Mediação dialética na educação

escolar: teoria e prática. São Paulo. SP. Edições Loyola. 2007.

ALPHANDÉRY Pierre, BITOUN Pierre, DOPONT Yves. O Equívoco Ecológico. São

Paulo. Ed. Brasiliense. 1992.

BAUMAN, Zygmut. Vida para Consumo: A transformação das pessoas em mercadorias.

2007. Cambridge. Inglaterra. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro. Ed. Zahar

2008.

BRASIL, Ministério do Meio Ambiente, Instituto de Defesa do Consumidor. Consumo

Sustentável: manual de educação. São Paulo. Impressão: Prod. Gráficas Editoriais. 2002.

CALLAI, Helena Copetti. GASTROGIOVANNI, Antônio Carlos. SCHÄFFER, Neiva Otero.

KAERCHER, Nestor André. Geografia em Sala de Aula: práticas e reflexões. 4ª edição.

Porto Alegre. RS. Ed. UFRGS. 2003.

CARLOS, Ana F. Alessandri e OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino. Reformas no Mundo da

Educação: Parâmetros Curriculares e Geografia. São Paulo. Ed. Contexto. 1999.

GUIMARÃES, Mauro. Sustentabilidade e Educação Ambiental. In CUNHA, Sandra Baptista

da, GUERRA, Antônio José Teixeira. A Questão Ambiental – Diferentes Abordagens. Rio

de Janeiro.Ed. Bertrand Brasil. 2005.

MÉSZAROS, Isteván. Produção Destrutiva e Estado Capitalista. 2ª Edição. São Paulo. Ed.

Ensaio. 1996.

NAGEL,L.Helena. O Estado Brasileiro E As Políticas Educacionais A Partir Dos Anos

Oitenta. In: NOGUEIRA,F.M.G (org).Estado e Políticas Sociais no Brasil: Conferência

proferida no Seminário Estado e Políticas Sociais no Brasil e textos do relatório parcial do

projeto de pesquisa.Cascavel: EDUNIOESTE: 2001.

PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes

Curriculares da Educação Básica de Geografia. Curitiba. 2008.

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4 SUGESTÕES DE ATIVIDADES PRÁTICAS

O desenvolvimento das atividades seguintes tem como objetivos específicos:

- Despertar nos alunos a sensibilidade quanto aos danos ambientais causados pelo

consumismo na sociedade atual.

- Entender as formas de motivação que nos levam, enquanto indivíduos, ao consumo

abusivo, as quais nos tiram a liberdade de definir plenamente nossas necessidades.

4.1 Atividade 1

Tema: Consumismo na Sociedade Atual

Nesta atividade os alunos terão conhecimento introdutório ao tema, podendo

identificar a evolução da humanidade em relação à degradação socioambiental no decorrer do

processo histórico do consumismo, através do seguinte procedimento metodológico:

- Exposição resumida o assunto: “Sociedade de consumo na contemporaneidade: um tema de

interesse no ensino de Geografia”, esclarecendo sobre as atividades sugeridas neste contexto.

- Apresentar o texto 1 para leitura em grande grupo, seguida de explicações e comentários. Ao

final cada aluno deverá responder as três questões colocadas no início do texto.

- Esclarecer o significado de termos como: forças produtivas, consumo necessário,

consumismo exagerado, necessidades básicas, necessidades criadas, valor de troca, valor de

uso, luxo, moda, degradação ambiental.

- Assistir ao vídeo “A história das coisas” - poderá ser acessado no laboratório de

informática, pelo seguinte endereço:

<http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=13027>.

- Fazer comentário mediando a compreensão referente ao processo histórico da evolução da

sociedade contemporânea, conforme exposto no conteúdo do vídeo. Poderão anotar no

caderno os pontos mais relevantes.

- Assistir ao vídeo “Impacto Ambiental – Descarte de Pilhas”, poderá ser acessado no

laboratório de informática, pelo seguinte endereço:

<www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/player.php?id=13973>, e comparar o

conteúdo do mesmo com atitudes semelhantes que praticamos em nosso dia a dia.

- Reflexão: O que podemos fazer em prol do equilíbrio da natureza, se somos uma parte tão

pequena na sociedade?

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TEXTO 1

O que são necessidades?

(MEIRA, Maria Lurdes. PDE 2010. Texto adaptado para fins didático com

base no Livro: EQUÍVOCO ECOLÓGICO dos Autores: Alphndéry,P.

Bitoun P. Dupont Y. - Ed. Brasiliense. SP. 1992)

Temos mesmo necessidade de todas as nossas necessidades?

Não inventamos pra nós necessidades fictícias?

Na sociedade atual vivemos sob o efeito das políticas de produção capitalista, isto é,

dá-se grande importância a ter cada vez mais coisas: mercadorias, bens, capitais. Estas

coisas novas chegam até nós, primeiramente através da propaganda que vem aguçar nossa

vontade de comprar e adquirir algo novo, mesmo sem necessidade de possuí-lo. Assim,

descartamos objetos úteis que ainda poderiam ser usáveis por maior tempo e substituímos

por outros mais sofisticados, os quais muitas vezes continuam com as mesmas utilidades.

Figura 1

Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=9826

Para entender melhor a situação atual da sociedade em que vivemos, precisamos

relembrar como ocorreu o processo histórico de formação da humanidade. Considerando o

tempo, a cultura e o espaço em que se organizaram todas as sociedades, percebe-se que a

maioria dos povos sempre buscou melhorar a situação de conforto coletiva ou individual.

- Será que isso está certo? - Será que sempre foi assim? - Será que isso está certo? - Será que sempre foi assim? - Será que isso está certo? - Será que sempre foi assim?

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Interessante que os homens de outras culturas, com o

passar do tempo, estudaram tanto, investiram tanto,

acumularam tantos bens e conhecimentos para chegarem

ao poder de destruição da natureza, apenas para a

satisfação de suas necessidades exageradas...

Inicialmente, a luta era por um conforto simples, apenas buscavam suas necessidades

básicas. Com o passar dos tempos este conforto foi agregando novas necessidades e domínio

de novos espaços, incluindo a melhoria da situação financeira de maneira geral. Neste

processo, os indivíduos foram fortalecendo-se com maior quantidade de bens e produtos cuja

apropriação destes valores materiais e o poder em deter capital, evoluiram para determinar a

posição social ou o status individual.

Nesta evolução histórica e cultural, a sociedade organizou-se em países,

conquistando e demarcando seus territórios... Atualmente, os países do mundo (em sua

grande maioria), estão estruturados numa sociedade com civilização industrial, a qual já

atingiu um estágio de relações de desenvolvimento avançado e muito diferente de sociedades

anteriores. Podemos tomar como exemplo, alguns países do continente americano, que se

estruturaram numa sociedade de produção industrial capitalista que explora o trabalho

humano e a natureza, diferenciando-se muito da sociedade indígena aqui existente. Na

sociedade industrial trabalha-se muito e vive-se mal, com constantes agressões ao meio

ambiente... De maneira geral, a sociedade civilizada atingiu um elevado nível de inovações

tecnológicas, que trouxeram grandes benefícios para a humanidade, mas continua carente de

recursos em todos os sentidos, pois ainda não foi erradicada a pobreza, a fome, o

analfabetismo...

Na sociedade atual, estamos sempre em busca de mais coisas, mesmo sem saber o

porquê de tais necessidades, queremos sempre comprar mais. Na explicação de Alphandéry,

Bitoun e Dupont (1992, p. 111), a questão cultural dos indivíduos é trabalhada de forma que

as coisas do passado não possuem mais valor e que as coisas novas chegam para substituí-

las. As modificações de nossas necessidades são determinadas pelas publicidades que

indicam os novos produtos a serem por nós desejados.

Na sociedade contemporânea são as publicidades que criam as necessidades para as

pessoas de todas as idades, sendo que principalmente as crianças e os jovens são os mais

atingidos. Formou-se uma mentalidade de adquirir novos objetos e jogá-los fora tão cedo,

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antes mesmo de acabar sua utilidade para substituí-los por novos. Assim, pelo fato de

estarmos sempre buscando a satisfação de nossas necessidades, na tentativa de acompanhar a

imposição da mídia que mostra as novidades, somos uma sociedade frustrada, nunca teremos

tudo, sempre queremos mais.

A publicidade aparece diariamente em nossa vida, nos adverte indicando novos

produtos e nos convence em comprá-los, por exemplo, a roupa e calçados que em cada virada

de estação mudam por conta da moda. Também os produtos eletrônicos ultimamente são

substituídos antes mesmo de findarem sua vida útil.

Agora, retomando a parte inicial de nosso texto, vamos dar ênfase ao

seguinte conceito: necessidades são desejo de possuir mais coisas... Pode variar de

acordo com a cultura, poder aquisitivo ou posição social de cada um. Para alguns

é desejo de suprir o conforto básico, enquanto que para outros, necessidades são

desejos ilimitados e exagerados.

Nossas necessidades, segundo Alphandéry, Bitoun e Dupont (1992, p. 130), estão

envolvidas numa cadeia que percorre a ciência, a técnica, a economia, tem a ver com as

relações sociais e políticas, bem como, com as relações que temos direta ou indiretamente

com a natureza.

Assim, o ser humano torna-se “um ser de dívida. Dívida em relação ao passado, ao

presente e ao futuro [...]” (ALPHANDÉRY; BITOUN e DUPONT, 1992, p. 130). Pois a

necessidade torna-se mercadoria pelo impulso da sociedade do consumo que prega a busca

O desejo de consumir ou sentir a necessidade de possuir tal mercadoria na

sociedade contemporânea é reflexo do que foi investido com intencionalidade pela TV,

mídias e publicidades como afirmação de possuir ou consumir tais produtos que

elevam a estima social. Quando as condições financeiras não permitem a aquisição, do

produto desejado, há a possibilidade de fazer dívidas através de empréstimos com

acentuados juros em longo prazo, para então possuí-lo. Desenvolveu-se assim, em

nossa sociedade, a cultura de estar sempre devendo e pagando juros, contribuindo desta

forma para o grande lucro das classes mais elevadas.

assim para o grande lucro das classes mais elevadas.

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por novos produtos e o descarte dos velhos, sem medir as conseqüências ambientais geradas

pelo consumo desnecessário, como resultante dos incentivos adquiridos culturalmente e

também economicamente. Ou seja, quanto mais propagado pela mídia ou quanto mais

dinheiro se tem, mais produtos são comprados, independente do nível de sua utilidade.

A insaciabilidade por mais mercadorias ou suprimento das necessidades gera bem

estar instantâneo para quem puder comprá-las. Aos pobres que não tem o mesmo acesso aos

objetos, o sistema consumista os faz acreditar que em breve poderão ter.

Entende-se, portanto, que os indivíduos internalizam que lhes é positivo possuir aquilo que

está sendo propagado no momento, constroem tais necessidades e passam a lutar por elas

sendo direcionados a desprezarem as coisas do passado recente.

REFERÊNCIAS:

A HISTÓRIA DAS COISAS: (vídeo) Disponível em:

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=13027 ou

http://www.youtube.com/watch?v=lgmTfPzLl4E . Acesso em 17 de out. 2009.

ALPHANDÉRY Pierre, BITOUN Pierre, DOPONT Yves. O Equívoco Ecológico.

São Paulo. Ed. Brasiliense. 1992.

IMPACTO AMBIENTAL - Descarte de Pilhas. (vídeo). Disponível em:

www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/player.php?id=13973. Acesso em 10 de out.de

2009.

Volte seu olhar para a figura 1 e faça uma reflexão: há necessidade de trocar com tanta

freqüência de aparelho celular?

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4.2 Atividade 2

Tema: Consumismo X Qualidade de vida

Nesta atividade serão abordados conteúdos que mostrem o mecanismo usado pelas

forças produtivas capitalistas na indução do consumismo desenfreado.

- Assistir fragmentos dos filmes: Os Delírios do Consumo (Becky Bloom); Super Size Me

(Morgan Spurlock); Fast Food Nation (Richard Linklater).

- Questionamentos para reflexão referente ao conteúdo dos filmes:

Será que todos os alimentos de nosso consumo diário são de boa qualidade e

saudáveis?

O uso abusivo do cartão de crédito beneficia a quem? Quem é o maior prejudicado?

O que o conteúdo dos filmes tem a ver com cada um de nós?

- Comentar sobre as guloseimas e diversidades de alimentos que existem no mercado atual,

pontuando aqueles produtos que são mais propagados pela mídia. (Neste caso entram os

lanches “fast food”, variedade de refrigerantes, principalmente a coca-cola, os quais são muito

apreciados pelas faixas etárias jovens).

- Fazer uma pesquisa sobre consumismo baseando-se nas fontes: a) Internet: Carta da Terra;

Instituto Alana; Economia Solidária (CEFURIA); Consumo Sustentável (IBAMA); Agenda

21. b) Livros: Projeto Araribá Geografia da 8ª série/2006 p. 46 a 49 e Geografia -Ensino

Médio/SEED/. 2008 – p. 164 a 163 e 177. (Ver endereços e bibliografias na referência).

- Tarefa complementar extraclasse: orientar os alunos para entrevistarem seus avôs/ avós ou

outras pessoas conhecidas, as quais tenham vivido entre os anos de 1950 a 1980, respondendo

as questões seguintes referentes à sua juventude. Em seguida repetir a mesma entrevista com

pessoas de sua família pais, tios ou vizinhos que tenham vivido sua juventude após 1980.

1) Em qual época aproximadamente viveu sua juventude? (ano)

2) Onde eram adquiridos os produtos para o alimento diário?

3) Qual a comida que mais apreciava, quando era criança ou jovem?

4) Comprava-se em prestações naquela época?

5) Usava-se cartão de crédito nas compras?

6) Qual era o meio de comunicação mais usado?

7) Qual era o meio de transporte mais utilizado?

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8) Quais as diversões que mais participava?

9) Quais as possíveis dificuldades de acesso a produtos na época?

10) Sua residência na época era no meio rural ou urbano? Continuou morando no mesmo

lugar ou mudou? Por quê?

11) Qual era o seu principal trabalho na época de sua juventude?

12) O que o senhor(a) gostaria de dizer para os jovens de hoje? Por quê?

- Elaborar um texto comparando as mudanças referentes ao modo de vida entre as duas

pessoas entrevistadas e responder se tais mudanças ocorreram como resultado do mercado

capitalista ou por resultado de necessidades humanas.

- Comentário em grande grupo envolvendo as conclusões do relato da entrevista e a pesquisa

concluída tendo a intervenção da professora, principalmente no sentido de:

Explorar as condições de vida que eram favoráveis ou não naquele momento

histórico, comparando com as condições de vida da sociedade atual e a organização

espacial;

Explicar as razões que levam a sociedade atual a ser tão consumista.

- Ao concluir esta atividade os alunos deverão fazer cartazes ou desenhos que expressem as

relações entre “Consumismo e Qualidade de Vida” para exposição na escola.

REFERÊNCIAS:

A CARTA DA TERRA. Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=A_Carta_da_Terra&oldid=17242420>. Acesso

em: 17 out. 2009.

AGENDA 21. Documento Eco/92 Rio de Janeiro. 1992. Disponível em:

<http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=18&idConteudo

=575>. Acesso em 19 nov. 2009.

ALANA, Instituto < http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/Educacao.aspx?v=2&id=34>.

Acesso em: 19 nov. 2009.

ARARIBÁ Projeto. Geografia /obra coletiva/ 8ª Série. São Paulo.Ed. Moderna. 2006.

BRASIL, Ministério do Meio Ambiente, Instituto de Defesa do Consumidor. Consumo

Sustentável: manual de educação. São Paulo. Impressão: Prod. Gráficas Editoriais. 2002.

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CEFURIA, Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araujo/ PR e RECID, Rede de Formação

Cidadã / PR. Disponível em <http://www.cefuria.org.br e www.recid.org.br>.

FRAGMENTOS DO FILME Os Delírios de Consumo. (Becky Bloom).

<http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=15911>

Acesso em 03 mai. 2010.

FRAGMENTOS DO FILME: Fast Food Nation (Richard Linklater);

FRAGMENTOS DO FILME: Super Size Me (Morgan Spurlock);

PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Geografia Ensino Médio. Ed. SEED/PR.2008.

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4.3 Atividade 3

Tema: Embalagens X Publicidade X Consumismo X Natureza

Atividade prática na qual os alunos farão seus trabalhos com base na observação e

análise de embalagens de produtos que consumiram em suas casas. Para introdução desta será

feita a leitura e comentário do texto 2.

- OBS: Os alunos serão antecipadamente orientados para coletar embalagens e ir entregando

ao(à) professor(a) que guardará as mesmas.

No dia da atividade formarão pequenos grupos, terão orientações e acompanhamento do(a)

professor(a) para:

Identificar o nome do produto, peso, volume, textura da embalagem, o que é mais

atrativo no visual da embalagem, local de origem do produto, local em que foi

embalado.

Analisar sobre a possibilidade de existir outra forma mais ecológica de embalar este

produto para estar no mercado.

Concluir se o visual da embalagem influencia ou não ao consumismo exagerado.

Identificar seu descarte e sua decomposição se jogados na natureza.

- Elaboração de um mapa do Brasil Político (tamanho grande - colado sobre um feltro) e ao

redor fixar as embalagens, ligando cada uma com um fio até o local de sua produção no mapa.

- Interferência da professora para explicar sobre as formas e condições referentes ao trabalho

humano destinado na produção e transporte de mercadoria bem como a questão espacial

envolvida, solicitando que relatem nos cadernos suas conclusões.

TEXTO 2

A Ação do Sistema Capitalista e a Natureza

(MEIRA, Maria Lurdes. PDE 2010 - Texto adaptado para fins didáticos)

No sistema capitalista o mais importante é o lucro. Os donos dos meios de produção

são os mais privilegiados economicamente e nestas condições também dominam o poder

político sobre o Estado. Para Mèszáros (1996, p.35), o capitalismo impõe o imediatismo à

humanidade, sem considerar suas culturas ou potencialidades acumuladas, exigindo

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aceleração na produtividade e no consumo. É um sistema no qual as classes sociais dividem-

se, diferenciando-se de acordo com seu poder econômico.

O desconhecimento da dinâmica dos sistemas naturais responsáveis pela

vida na Terra e o consumismo exacerbado levam a desastres ecológicos que

precisam ser entendidos em suas raízes. As tecnologias modernas não substituem nem eliminam o papel da natureza na vida humana, pelo

contrário, podem acelerar a destruição de seus recursos e da biodiversidade

(PONTUSCHKA, 1982. p. 63).

A partir do final da década de 1940, a marca passa a ser: slogan, imagem, etiqueta

que animam as pessoas a apropriarem-se de certos produtos, pelo status que isso representa.

Entre tantos, temos o exemplo da Barbie, marca da boneca criada em 1959, vindo influenciar

o mercado de brinquedos promovendo uma revolução ao consumo infantil.

Segundo Bauman, (2008, p. 8) a influência da internet nos últimos tempos vem

crescendo assustadoramente, cativando crianças e jovens a ficar logado o maior tempo

possível. As redes sociais on-line crescem em grande escala nos últimos anos. E nem tudo o

que ali está posto somam para o bem estar coletivo. Pois nestas páginas estão impregnadas as

publicidades, o lançamento de novos produtos e o convite para a compra on-line 24 horas por

Referente ao valor de uma marca, Klein (2003, p. 32), explica que a

busca do verdadeiro significado das marcas, ou essência da marca, tem

importância fundamental para a vida de algumas pessoas, neste sentido as

corporações fabricam os produtos, mas as pessoas compram e consomem as

marcas que indicam status.

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dia. [...] “Assim, invés de haver um convívio pacífico e amigável entre os seres humanos o

individualismo toma conta e um quer ter mais que o outro” (BAUMAN, p. 68 e 69).

Figura 2

Fonte: http://www.matorres.com.br/portal/images/stories/consumismo.jpg

O consumismo é o ponto chave para a sustentação do capitalismo. Ao mesmo tempo

em que este consumismo é um crédito para a aceleração do capital é também um déficit à

destruição desordenada da natureza, principalmente dos seus recursos não renováveis.

O crescimento industrial ao longo do tempo vem sendo tão acelerado que a

reprodução dos recursos naturais renováveis não tem condições de acompanhar, por isso,

alguns já esgotaram-se e outros estão em risco.

Com este modelo ou estilo de desenvolvimento e com o modo de vida atual que

vem se construindo não tem como dar sustentabilidade à natureza. A crise ambiental em

parte está insustentável. Pois quanto mais consumimos descontroladamente, mais

colaboramos para o desgaste do meio ambiente de nosso planeta.

REFERÊNCIAS:

BAUMAN, Zygmut. Vida para Consumo: A transformação das pessoas em mercadorias.

2007. Cambridge. Inglaterra. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro. Ed. Zahar

2008.

KLEIN, Naomi. Sem Logo – A Tirania das Marcas em um Planeta Vendido. Tradução

Ryta Vinagre. Ed. Record. 3ª Edição. Rio de Janeiro e São Paulo. 2003.

MÉSZAROS, Isteván. Produção Destrutiva e Estado Capitalista. 2ª Edição. São Paulo. Ed.

Ensaio. 1996.

PONTUSCHKA, Nídia, Nacib. Reflexões sobre a presença de Geografia no ensino. Médio.

Revista Geográfica de Ensino. UFMG – Departamento de Geografia. Belo Horizonte. 1982.

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4.4 – ATIVIDADE 4

Tema: A influência da publicidade na definição de nossas necessidades de consumo

Esta atividade dará oportunidade de percepção do quanto os meios midiáticos

influenciam na hora de definir nossas necessidades. Mostra também o quanto somos

dependentes ao que a mídia impõe. O objetivo principal é entender as formas de motivação

que nos levam, enquanto indivíduos, ao consumo abusivo, as quais nos tiram a liberdade de

definir plenamente nossas necessidades.

- Analisar em sala de aula propagandas e publicidades elaboradas pela criatividade do

mercado atual. Para esta atividade, com alguns dias de antecedência, devem ser dadas as

seguintes orientações aos alunos, como tarefa extra classe: a) Escolher um programa de TV

- assistir por meia hora - anotar o nome, horário e quais os comerciais que mais chamaram a

atenção (trazer estes dados na próxima aula); b) Revistas e Jornais – observar os produtos

propagados (trazer para a próxima aula); c) Observar na Internet – que tipo de propaganda

é mais freqüente e como estão colocadas visualmente. d) Atividade no caderno:

1) Quem são os maiores interessados em divulgar novos produtos?

2) Os produtos observados são mesmo necessários?

3) Qual é a forma de descarte do produto observado na propaganda?

4)Em sua opinião, o poder das mídias está em mãos de qual camada da sociedade? Por quê?

- Comentar a título de informações sobre a existência de leis para controlar ou condenar a

propaganda enganosa, bem como a falta de ética dentro do mundo publicitário.

- Comentar sobre o uso das datas comemorativas para influenciar ao consumismo. Leitura do

texto 3, seguido de explicações e comentário, complementando o assunto.

- Orientar os alunos para que façam individualmente um texto analisando os seguintes itens:

a) influência da publicidade na decisão de nossos sonhos de consumo; b) a interferência das

ações do sistema capitalista de produção em relação ao desequilíbrio ambiental; c) em

relação às diferentes classes sociais, quais são mais consumistas?

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TEXTO 3

Consumismo na Sociedade Atual

(MEIRA, Maria Lurdes. PDE. 2010 – Texto adaptado para fins didáticos)

Qual sua preferência:

Comer um hambúrguer acompanhado de uma coca-cola no ambiente

refrigerado do Mc Donald?

Comer um lanche na feira do pequeno produtor acompanhado de um caldo

de cana?

De acordo com sua preferência para onde vai o dinheiro de sua compra?

A política capitalista tem como papel principal colocar em oferta produtos

irresistíveis. Segundo Mészáros (1996, p. 36), desenvolve-se assim um sistema no qual se

destaca ideologicamente o luxo como algo positivo, existente nas classes dominantes, cujo

valor é medir o status social ou o poder econômico das pessoas. Varia na sua concepção e

estilo conforme variam as condições sociais dos indivíduos e as diferentes épocas históricas

da humanidade. Por isso, podemos afirmar que há contradição em relação ao que a

sociedade necessita para o conforto e o que a sociedade consome em exagero.

Mészáros (1996, p. 28) também explica que o padrão de consumo, no decorrer da

História, vem sendo modificado pelas inovações e aprimoramento das tecnologias produzidas.

Inovam-se os bens assim como se inovam os instrumentos de tal produtividade. No decorrer

do processo, com os avanços alcançados que refletem na agilidade da produtividade, decai a

taxa de utilização dos produtos. Criam-se artigos cada vez mais descartáveis que garantem

maior velocidade de consumo. Bens que eram duráveis, em épocas anteriores, passam a ser

produzidos com vida de uso bem mais reduzida, indo muito cedo para o lixo, antes mesmo de

esgotar sua utilidade. Há um desperdício muito grande na produção de artigos socialmente

inúteis.

Determinados objetos são transformados pela mídia em poder de sedução consensual,

provocando nas pessoas desejos doentios em obtê-los. A propaganda sempre os coloca acima

daquilo que é a sua real funcionalidade ou utilidade.

Desta forma, algumas camadas sociais usam produtos supérfluos, cujas sobras

acumulam-se rapidamente em lixos, ao mesmo tempo em que outras ficam longe de ter este

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acesso. Esta contradição social pode ser observada no exemplo de condição sub humana

mostrado na gravura a seguir, fatos tão comuns nas grandes cidades.

Figura 3

Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/2geografia/5catlixa.jpg

No Manual de Educação / Consumo Sustentável, IBAMA, (2002, p. 123), há uma

análise referente ao tipo de pessoas que mais aparecem nas imagens e anúncios publicitários

comerciais: geralmente pertencem à classe média alta, bonitas, saudáveis, felizes e bem

sucedidas. Mulheres trabalhadoras que cuidam sozinhas de seus filhos ou donas de casa que

vivem nas favelas não são interessantes, assim como a pobreza e suas características é um

problema completamente alheio ao mundo da publicidade.

Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito

mental forjado que se tornou uma das características culturais mais marcantes

da sociedade atual. Não importa o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a

crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são impactados pelas mídias de

massa são estimulados a consumir de modo inconseqüente. As crianças, ainda

em pleno desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis que os adultos, não

ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as

graves conseqüências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade

infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse

familiar, banalização da agressividade e violência, entre outras. Nesse

sentido, o consumismo infantil é uma questão urgente, de extrema

importância e interesse geral.

Diponível em: http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/ConsumismoInfantil.aspx

Acesso em 25/03/2010.

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A Agenda 21, documento elaborado em 1992, visando o bem estar da convivência da

sociedade com a natureza, faz recomendações à humanidade para desenvolver-se de forma

sustentável, para fins de garantir as necessidades do presente sem prejudicar a vida das futuras

gerações. É um apelo para que a sociedade como um todo busque desenvolver novas idéias

para traçar novos caminhos, considerando que o sistema neoliberal, da forma que vem sendo

praticado, precisa ser modificado, já que grande parte tanto da sociedade como da natureza

vem sofrendo prejuízos em conseqüência de tal prática. Para isso nós (que somos a

sociedade), precisamos buscar por melhores conhecimentos, no sentido de nos reeducar,

principalmente quanto as nossas atitudes consumistas impulsivas que atualmente

vivenciamos.

Nas últimas décadas, cresce o número de pessoas que organizam-se em grupos ou

instituições para fins de resistência e combate aos danos naturais do planeta cometidos pela

ação desordenada da sociedade capitalista. Visando um melhor futuro ao nosso planeta, o

documento “A Carta da Terra”, que envolveu o mais inclusivo e participativo processo

associado à criação de uma declaração internacional, cujo teor é a preocupação com o

homem no Planeta Terra, buscando a construção de uma sociedade global justa,

sustentável e pacífica (grifos da autora), faz os seguintes chamados:

São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e

modo de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a

ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários

para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O

surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. [...] Incluir totalmente os

custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar

os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais”.[...] Defender o direito de todas as pessoas no sentido

de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos

os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou nos quais tenham interesse (CARTA DA TERRA, p.1-.2, 4, 6). Disponível http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=A_Carta_da_Terra&oldid=17242420>.

Acessado em: 20/09/2009.

Neste contexto, ainda há de se observar que nem tudo está perdido. É possível

direcionar caminhos para a união entre os povos da Terra no sentido de lutar por um mundo

de maior equilíbrio social e ambiental.

De nossa parte também poderemos colaborar de várias formas, uma delas é diminuir

o consumo das coisas que não necessitamos. Para esta prática, precisamos ter em mente

sempre quando compramos um produto: Será que eu realmente preciso disso? Isso vai

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realmente ser útil para mim? Eu não tenho condições de ficar sem este produto? Não

seria melhor eu usar este dinheiro para comprar outra coisa que necessito mais? Estou

certo que quero este produto ou estou me enganando? Se optarmos por adotar tais

atitudes, possivelmente contribuiremos para evitar desgaste dos recursos naturais bem como,

controlar para que nosso dinheiro seja usado para adquirir coisas que possam melhorar nossa

qualidade de vida.

REFERÊNCIAS:

AGENDA 21. Documento da Eco/92. Rio de Janeiro. 1992.

ALANA, Instituto < http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/Educacao.aspx?v=2&id=34>.

Acesso em: 19 nov. 2009.

BRASIL, Ministério do Meio Ambiente, Instituto de Defesa do Consumidor. Consumo

Sustentável: manual de educação. São Paulo. Impressão: Produções Gráficas Editoriais.

2002 .

MÉSZAROS, Isteván. Produção Destrutiva e Estado Capitalista. 2ª Edição. São Paulo. Ed.

Ensaio. 1996.

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5 SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO

As sugestões de atividades referentes ao tema “Como ensinar a questão do

consumismo na sociedade atual”, abordado através da reflexão sobre consumo necessário e

consumismo, cujo objetivo é despertar nos alunos a sensibilidade quanto aos danos

ambientais causados pelo consumismo na sociedade atual, serão avaliados de acordo com

critérios estabelecidos no Projeto Político Pedagógico da Escola. Considerar-se-á o

desempenho dos alunos em sala de aula através da participação das atividades diárias, como

apresentação dos trabalhos individuais e em grupo, questionamentos, experiências, pesquisas,

relatos, testes e avaliações escritas no decorrer do processo ensino aprendizagem, valorizando

sempre a qualidade, a criatividade, a coerência e a expressividade dos trabalhos por eles

produzidos.

REFERÊNCIAS:

COLÉGIO ESTADUAL DA REDE PÚBLICA ESTADUAL. Presidente Costa e Silva –

Ensino Fundamental Médio. PPP da Escola do Projeto em Desenvolvimento. Núcleo

Regional de Cascavel/Paraná, 2009.

PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes

Curriculares da Educação Básica de Geografia. Curitiba. 2008.

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6 CRONOGRAMA PARA IMPLEMENTAÇÃO

Local: Colégio Estadual Presidente Costa e Silva – Ensino fundamental e Médio

Série de aplicação: 8ª - Turma: A - Turno: Matutino

Período Letivo: 2º Semestre / 2010

Horário: quarta-feira: 08h20min às 10h00min e quinta- feira: 09h10min às 10h00min

Total de aulas previstas para implementação com os alunos: 15 horas aulas

Observação: A socialização ou exposição de alguns trabalhos dos alunos a toda escola, será

feita neste período, ou a critério da determinação da Equipe Pedagógica.

Data Nº de

aulas

Implementação da Proposta Pedagógica na Escola

11 a 13/08 - Início das atividades do 2º Semestre Letivo - Semana Pedagógica

13/08 - Apresentação da proposta para a Equipe Pedagógica e demais

Professores da Escola

18/08 2 h/a Início das atividades com os alunos - Introdução da Atividade 1

19/08 1 h/a Continuação da Atividade 1 – conceitos complementares

25/08 2 h/a Continuação da Atividade 1 – assistir vídeo – Leitura/ texto1

26/08 1 h/a Introdução da Atividade 2 – assistir fragmentos de filme - reflexão

01/08 2 h/a Continuação da Atividade 2 – pesquisa orientada em classe e

encaminhamento de entrevista extra-classe

02/09 1 h/a Continuação da Atividade 2

08/09 2 h/a Introdução da Atividade 3 – trabalho com embalagens

09/09 1 h/a Continuação da Atividade 3 – Leitura texto 2

15/09 2 h/a Atividade 4 – Análise de publicidade e leitura texto 3

16/09 1 h/a Conclusão dos trabalhos