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>> Surpreendentemente divertido. A nova geração smart fortwo. A brincar, a brincar, o smart fortwo é um carro muito a sério. Agora disponível com novo sistema áudio de navegação e multimédia, novas cores e interiores, tem menores consumos e emissões de CO2 mais baixas. Para veres que não estamos a brincar, vem experimentá-lo a um concessionário oficial e não percas as excepcionais condições de financiamento. Consumo (combinado l/100 km): 3,3. Emissões C02 (g/km): 87. www.smart.pt smart - uma Marca da Daimler I’M INTO CREATIVITY Out.+Novembro 2010 | 4! ! !" PORTUGAL

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Ediçao Dez/Jan da revista NEO2 (Portugal)

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Page 1: NEO2 (Portugal) #20

>> Surpreendentemente divertido.A nova geração smart fortwo.A brincar, a brincar, o smart fortwo é um carro muito a sério. Agora disponível com novo sistema áudio de navegação e multimédia, novas cores e interiores, tem menores consumos e emissões de CO2 mais baixas. Para veres que não estamos a brincar, vem experimentá-lo a um concessionário ofi cial e não percas as excepcionais condições de fi nanciamento.

Consumo (combinado l/100 km): 3,3. Emissões C02 (g/km): 87.

www.smart.pt smart - uma Marca da Daimler

05/10/2010File: 628798-16_MER_GREEN_neo2_275x215.pdf Trim HxW: 275mm x 215mm

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PORTUGAL

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Direcção: NUNO RODRIGUES <[email protected]>

MAURICIO SORIN <[email protected]>

Editora: LISBON PLANET Coordenação: SÓNIA SEARAPaginação: CRISTIANA ALVESDirecção de Arte: IPSUM PLANET

Publicidade: MAURICIO SORIN <[email protected]>

Assinaturas: ANABELA CORREIA <[email protected]>

Tradução: FÁTIMA MINEIRO

COLABORAM NESTA EDIÇÃO:Josine Crispim, Filipa Teles, Joyce Mendonça, Oscar Sorin, Sónia Seara, Sara Ribeiro, Miguel Simões.

BANDA SONORABest Coast: Boyfriend (Crazy For You) > Toro y Moi: Low Shoulder (Causers of This) > Abe Vigoda: Sequins (Crush) > The Coral: Butterfly House (Butterfly House) > The Divine Comedy: I Like (Bang Goes The Knighthood) > School of Seven Bells: Bye Bye Bye (Disconnect From Desire) > Rox: No Going Back (Memoirs) > Yolanda Be Cool & Dcup: Tu Vuò Fa L’americano (Remix) > Bob Marley: Natural Mystic (Exodus) > Kiss Kiss Kiss: Broken Hearts (Release The Birds) > Pet Shop Boys: Rent (The Complete Singles Collection) > The Dead Weather: The Difference Between Us (Sea Of Cowards) > Dog and Panther: Else (What happened) > O Children: Exekiels Son (O Children) > Villa Nah: Time for Tea (Origin) > The Coral: Goodbye (The Coral) > James Yuill: Give You Away (Movement in a Storm) > Arcade Fire: Ready to Start (The Suburbs)

TOP 5 VIDEO by C. Pedrosa <www.topoftheclips.com>

Soul Intent, “Be Strong” (Oliver Goodrum) > Japanese Popstars feat. Jon Spencer, “Destroy” (Jon Watts) > Skream, “Listenin’ to the Records on my Wall” (David Wilson) > Disasteradio, “Visions” (Simon Ward)> Everything Everything, “My Kz, Ur BF” (One Int Three)

<www.neo2.pt> <[email protected]>

Neo2: Avenida David Mourão Ferreira, Lote 15.5C, Esc. B 1750-209 Lisboa (Portugal)Tel. 21 753 07 10 | 96 881 55 51 Fax: 21 753 07 19

NEO2 Internacional:Direcção: RAMÓN FANO + JAVIER ABIO + RUBÉN MANRIQUE Direcção de Ad hoc: PEDRO PANDirección de Arte: IPSUM PLANETDesign Gráfico: IPSUM PLANETRedação: IPSUM PLANET Directora de Publicidade: PATRICIA AGUADOCoordenação: TERE VAQUERIZO Produção: ELENA AZCÁRATE

Fotógrafo: JOSÉ MORRAJA Styling: LETICIA ORÚE

Maquilhagem & Cabelos: DE MARIA com produtos M.A.C Cosmetics Assistente Fotógrafo: DOMINGO GRIS

Assistente Styling: JAIME ZURDO

A revista Neo2 é editada em Portugal por INFOMÚSICA LDA sob licença de IPSUM PLANET SL.

Todos os direitos reservados.Tiragem: 20.000 Exemplares

Distribuição: VASP LDAPeriodicidade: Bimestral

As opiniões expressas pelos colaboradores da NEO2, não correspondem necessariamente à opinião dos editores.

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!"#$%Indie Denim 8Alexandra Groover 12Estoril & Venegas 14Uma Casa na Pradaria 16Arty Sisley 17Modalisboa- In The Market 18Cores Dior 19T-Rox 22Editorial: Disco Mistic 70Editorial: Rein Carnated 82

&"'()*+%French Mobi Boom 6Cozinhas de Museu 20

!,()-$%Klaxons 30Filthy Boy 34

.$/)"(Trienal de Arquitectura de Lisboa 10Mostra Internacional de Design 23Profissãoneo: Account 24Explosão Sintética 88

+'0(10#)1"/Henrik Vibskov 42Edição Música 58Edição Arte 60Edição Mix 65Edição Design 67

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Kevin, 21, Bélgica1 dos 20 vencedores.

Queres ser o próximo? O CASTING JÁ COMEÇOU.

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O MUSEU DE ARTES DECORATIVAS DE PARIS DEDICA UMA EXPOSIÇÃO

AO MOBILIÁRIO DOS GLORIOSOS TRINTA ANOS · UMA GRANDE MOSTRA

COM PIERRE CHARPIN POR TRÁS DO SEU DESIGN EXPOSITIVO · INCLUI

LENDÁRIAS PEÇAS DE ROCHE BOBOIS OU LIGNE ROSET

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!"#$% Texto: TACHY MORA

O número 107 da Rue de Rivoli acolhe a partir de Setembro uma exposição sobre o mobiliário desenhado em França entre 1945 e 1975, período frutífero em que muitos países experimentaram um grande crescimento económico e que se veio a chamar Os Trinta Gloriosos. Fazendo um jogo de palavras com o Baby Boom, a exposição “Mobi Boom: a explosão do design em França 1945-1975” reúne as peças de mobiliário mais interessantes surgidas com o objectivo da democratização da produção, do fabrico do mobiliário em série, da aparição de novos materiais e a criação de novos canais de distribuição. Neste período surgiram, por exemplo, a mesa de centro, o sofá-cama, os móveis multi-funções ou os aparadores para a televisão. A exposição diferencia duas etapas dentro deste período: uma racionalista que abarca até meados dos anos sessenta e outra mais utópica que iniciaria o seu declive com a crise de 1973. Esteticamente não têm nada a ver: a primeira é totalmente minimalista, enquanto que a segunda é toda ela uma exposição hedonista. Para apreciar a diferença basta que colocar o móvel-bar da televisão que se vê na imagem, design de Antoine Philippon e Jacqueline Lecoq de 1958-1959, ao lado do sofá Togo de 1973 de Michel Ducaroy, recentemente editado por Lignet Roset com telas desenhadas por Cristian Zuzunaga (na imagem redonda). Semelhante boom foi possível não só pela aparição de novos materiais, como a fórmica, a espuma e o plástico, mas também graças à criatividade de gente como Charlotte Perriand, Pierre Paulin oo Hans Hopfer e o impulso de empresas familiares consagradas à produção de mobiliário contemporâneo como Roche Bobois ou Ligne Roset.

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Até 2 de Janeiro de 2011 no Museu de Artes Decorativas de Paris.<www.lesartsdecoratifs.fr>

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Muitas são as marcas que procuram protagonistas que não sejam modelos para as suas camapanhas, geralmente celebridades. O que é invulgar é lançar simultaneamente talentos emergentes da música enquanto ícones de estilo.

Os três elementos da banda de rock britânica de nome These New Puritans são os novos rostos da campanha da Levi’s. Fotografada por Ben Rayner, o ênfase da acção publicitária está no modelo 519 de cinco bolsos da marca, um clássico de corte intemporal que, nesta temporada, é sugerido de forma rock na sua versão bastante casual e

essencialmente simples. As lavagens em variações de tonalidades escuras conjugam-se de forma fácil com t-shits básicas e minimalistas e em cores neutras, com ou sem o blusão de bom corte também em tom escuro ou ainda num look jeans total; o branco, o preto e o auzl denim em todo o seu potencial máximo que, juntamente com a

boa aparência do trio musical, pode vir a tornar-se tendência: a da estrela rock de visual limpo e saudável. Os três relativamente novatos ingleses e, por sinal, bem-parecidos, não só dão as suas carinhas larocas por esta campanha

como também se apresentam enquanto cabeça de cartaz da 3ª edição dos Levi’s Unfamous Music Awards, a plataforma que se tem afirmado enquanto ditadora de novidades no que toca ao panorama musical indie. Aquilo

que torna esta banda objecto de curiosidade é, no entanto, a sua relação com a indústria da moda. Relação essa que começou antes da referida pareceria com a marca de denim mais famosa do mundo. Inclusive, George Barnett – o

baterista – apareceu em 2008 numa campanha da Burberry e é também a imagem de uma outra para Loewe. A sua sonoridade é descrita como rock alternativo, já foram comparados a Radiohead e as próximas datas que têm

agendadas em Londres e Paris já esgotaram. Os rapazes estarão dia 11 de Novembro no MusicBox, em Lisboa, para quem quiser ouvi-los ao vivo ou ver de perto os seus jeans.

Texto: JOSINE CRISPIM !"#$%

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OS TRÊS GIRAÇOS DA BANDA THESE NEW PURITANS PROTAGONIZAM A NOVACAMPANHA LEVI’S.

<www.levis.pt>

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Texto: JOSINE CRISPIM !"#$%

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!-.#()/',#'%-/-/'TRIENAL DE ARQUITECTURA DE LISBOA. UM TRIBUTO À POESIA ARQUITECTÓNICA DE HERBERTO HÉLDER ONDE DURANTE 3 MESES VAMOS TODOS FALAR DAS CASAS DE NORTE A SUL DO PLANETA! FALEMOS ENTÃO DE CASAS, COMO QUEM FALA DA SUA ALMA…

É o mais importante fórum de arquitectura da Península Ibérica, segundo José Mateus (director executivo) e são 3 exposições que acontecem em Lisboa, mais uma que acontece em Cascais e

uma conferência internacional que vão marcar o ritmo da 2ª edição da Trienal. Há também os projectos associados, onde a “vida cultural da cidade” foi ter com o evento. O tema “Falemos

de Casas” foi escolhido por Delfim Sardo (curador geral desta edição) baseado no poema com o mesmo nome de Herberto Hélder. Nesta edição fala-se da arquitectura, a partir da casa e do

habitar. “Falemos de Casas entre o Norte e o Sul”, no Museu Berardo, foi a primeira exposição a ser inaugurada e é a maior da Trienal, com 3000m2. Aborda condições de habitação e as novas soluções encontradas na especificidade das várias regiões do mundo. Comissariada por Manuel Graça Dias, Ana Vaz Milheiro, Pedro Pacheco, Luís Santiago Baptista, Peter Cook, Diogo Seixas

Lopes, James Peto e Max Risselada. O projecto fílmico sobre o SAAL, de Catarina Alves Costa e uma evocação da importante exposição de 1956 em Londres “The Houses of the future” de Peter

Smithson, são pontos de partida para o desenrolar da exposição. A secção de Portugal, como uma “espinha dorsal” da exposição, vai-nos acompanhando ao longo do percurso. Passamos pelos países

escandinavos, depois “O Caso Novartis”, um grande parque tecnológico e científico na Suíça que tem os maiores arquitectos do mundo com edifícios construídos. E, por último “ÁFRICA / BRASIL : a cidade popular”, o reverso do exemplo da Suíça, com exemplos de Maputo, Luanda e Recife. Sem

dúvida, uma exposição e uma Trienal a não perder!

Até 16 Jan, no Museu Berardo <www.trienaldelisboa.com>

Texto: FILIPA TELES !"#$%

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IT TAKES TWO TO STUPID.

BE STUPIDShop online at Diesel.com

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DESIGNER CALIFORNIANA SEDIADA EM LONDRES · NA SUA PALETA DE CORES SÓ EXISTE O PRETO · CRIOU A SUA PRÓPRIA

MARCA EM 2009 · NO MESMO ANO DEBUTA NA LONDON FASHION WEEK

Preto: “Uso o preto porque considero que as cores representam, um desvio dentro dos meus designs. Basicamente procuro centrar-me em pleno na silhueta, na textura e nos detalhes subtis de design. Com o uso de cores ou estampados estas coisas perderiam importância e seriam relegadas para segundo plano. Além disso opto pelo preto porque me agrada pessoalmente, costumo vestir-me de preto dos pés à cabeça. É uma cor atemporal e capaz de criar uma silhueta forte tanto para homens como para mulheres.” Londres: “Cheguei a Londres depois de me ter licenciado na Rhode Island School of Design dos Estados Unidos. Aqui matriculei-me na Central Saint Martins College of Art & Design. Foi durante os estudos que resolvi instalar-me em Londres e criar a minha própria marca. Primeiro trabalhei no estúdio de Zandra Rhodes, e logo a seguir no de Alexander McQueen. Aprendi muito nestes sítios, estou muito agradecida, mas o meu objectivo era criar a minha própria marca porque é a única maneira de transmitir plenamente a minha visão particular. Nunca teria conseguido uma liberdade criativa absoluta se tivesse continuado a trabalhar numa consagrada casa de moda”.Natureza: “As minhas principais fontes de inspiração são as Ciências Naturais, pelas quais sou obcecada, e as estruturas arquitectónicas da natureza. Durante a minha infância em São Diego, passei muito tempo ao ar livre, no jardim ou na praia, coleccionando todo o tipo de objectos naturais que encontrava ao meu redor. Por exemplo, a minha colecção Black Label inspira-se fundamentalmente no meu fascínio pelas diferentes formas de conchas. Esses vestidos são o resultado das minhas experiências têxteis para imitar as estruturas arquitectónicas das conchas”.Colaborações: “Participo com músicos, realizadores, fotógrafos e artistas em geral para criar projectos multimédia onde a moda e a arte se encontram. Recentemente desenhei o vestuário da banda americana Sunn O)) para a tour de promoção do seu álbum Monoliths and Dimensions”.Vendas: “De momento no tenho planos de abrir uma loja própria. Por agora vendo em boutiques multimarca ou através da minha loja online”.

!"#$% Texto: GIGER WALTER

<www.alexandragroover.com>

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JUNHO 2010 · PRIMEIRA EDIÇÃO DO ESTORIL FASHIONART FESTIVAL · PAÍS CONVIDADO: ESPANHA · LUIS VENEGAS FALA-NOS DO FESTIVAL E DA SUA EXPOSIÇÃO: GREATEST HITS EXHIBITION

Estoril Fashionart Festival: “O Estoril é um sítio fantástico e só por isso o festival já mereceu a pena. Tratando-se da primeira edição houve algumas falhas, mas o grande entusiasmo da equipa superou-as.

Quanto à exposição de fotógrafos contemporâneos espanhóis, fiquei encantado com as paredes de Daniel Riera e David Urbano. Senti falta de algo de Javier Vallhonrat ou Sybilla, criadores mais antigos”. Greatest

Hits Exhibition: “Não conhecia a existência da Moda Lisboa. Convidaram-me e aceitei, encantado. Gosto da ideia da exposição, da sua estrutura, as decisões minuciosas no que respeita ao papel ou ao

tamanho das imagens. A exposição estruturou-se a partir de 3 pisos de um edifício. No primeiro estavam expostas algumas das fotografias que usei nos últimos anos, quase 300. Também havia vitrinas com

objectos que colecciono, por exemplo, de Barbara Streisand. Candy e Electric Youth estavam no segundo piso, estava tudo forrado com páginas destas publicações e fotos de gente com quem tive a oportunidade

de trabalhar, como Bruce Weber. O terceiro andar foi dedicado à Fanzine 137, onde, tal como nos pisos inferiores, se podiam ver alguns dos meus vídeos”. Hotel: “Alojaram-me numa suite incrível. Tinha um

hall de entrada, uma pequena sala de jantar, casas de banho cheia de espelhos, muito de “mulheres ricas”, e um quarto com frescos e cúpula incluída. Elizabeth Taylor e Jane Fonda já lá tinham ficado. A sensação

de pensar que provavelmente dormimos na mesma cama foi estranha. Editor: “O principal papel de um editor tem que ser o de entreter as pessoas. Como no cinema, não importa que seja o Toy Story oub

qualquer outro filme, o importante é fazer sonhar. No meu caso eu quero fazer sonhar com as minhas publicações, que o sonho predomine o pensamento”. Online: “O único problema é que todo o mundo faz

o que quer sem nenhum tipo de critério, sobretudo em blogs. O bom irá sobreviver.

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<www.estorilfashionartfestival.com><www.byluisvenegas.com>

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www.neo2.pt

Texto: PAU AVIA · Foto: CÉSAR SEGARRA !"#$%

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A MARCA ITALIANA INAUGURA MEGASTORE EM LAS VEGAS

Projectada pelo conceituado arquitecto Roberto Baciocchi – também responsável pela loja da mesma marca em Lisboa, na Av. Da Liberdade – é uma superfície com mais de dois mil metros quadrados

divididos em três pisos de pronto-a-vestir, malas, acessórios e calçado para os géneros masculino e feminino. Situada em plena Las Vegas Strip, é parte do espaço Crystals CityCenter, uma localização

conhecida pelo entretenimento e comércio de luxo. A título desta inauguração, na loja estará disponível uma edição limitada de malas e acessórios de design divertido dedicado a Las Vegas, inspirado na

principal atracção turística e característica mais emblemática da cidade do pecado: o jogo. Concebida enquanto espaço de elegância e sofisticação, os materiais nela utilizados não só são o casamento

perfeito entre o sóbrio e o moderno, como também perfazem de uma experiência visual caleidoscópica: a disposição da iluminação e dos espelhos, juntamente com elementos e pormenores metálicos fazem

do seu interior um festival de brilhos e luzes. Ainda assim, a vertente de estilo industrial que se situa algures na corrente estética do pós-modernidade não chega a ser fria e impessoal, já que materiais

como a madeira e o mármore em tons escuros funcionam como catalisadores de harmonia e conforto, acrescentando temperatura ao espaço e tornando o ambiente aconchegante e clássico. A geometria

exibida na fachada é, no entanto, a característica visual mais bem conseguida para o edifício; não fossem as letras gigantes com o seu nome a identificarem-na, poderia parecer a entrada de um museu

de arte contemporânea.

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Texto:Josine Crispim !"#$%

<www.prada.com>

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!"#$%&Texto: JOSINE CRISPIM

Dezoito blusões de cabedal exclusivos customizados por dezassete artistas plásticos. Como se o desenho de moda não fosse arte suficiente, a marca italiana conhecida pela irreverência das suas campanhas publicitárias impõe-se agora no movimento artístico contemporâneo através de uma colecção de casacos em cabedal pintados por artistas como Stefano Castronovo, Ronnie Cutrone, Lee Quinones e Ouattara Watts. Em apoio às artes, estas peças de vestuário transformadas em obras serão leiloadas no início do mês de Novembro e os lucros irão para o Museu Andy Warhol em Pitsburgo, nos Estados Unidos. Depois de terem sido apresentados durante a passada Semana da Moda de Milão, os blusões estarão em exibição no mesmo museu juntamente com alguns blusões da colecção privada do próprio Andy Warhol. A iniciativa e a exposição, mais do que uma homenagem ao maior artista pop de sempre, é também uma exibição eclética de outras correntes artísticas como o caso da new wave de Duncan Hannah ou o género graffiti representado pelo famoso Fab Five Freddy. O curador do projecto, Glenn O’Brien, explica a paixão de Warhol por este tipo de artigos de colecção: “o Stefano tinha pintado uma Mona Lisa verde na parte de trás de um casaco (…) e o Andy gostou tanto que o autografou. Depois encomendou uma série de cinco casacos ao Stefano – que pintou uma Liz Taylor, a estrela de cinema preferida do Andy”. O casaco completamente queimado concebido por Tom Sachs, a stripper com strass de Fred Brathwaite ou a inscrição irónica por Nate Lowman (“If you can read this the bitch fell off”) são alguns dos pormenores que fazem desta colecção uma verdadeira homenagem à cultura pop. A prórpia pareceria moda-arte faz justiça a uma das mais célebres citações de Warhol: “um artista é alguém que produz coisas que as pessoas não precisam ter “.

<www.sisley.com>

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SISLEY HOMENAGEIA ANDY WARHOL EM MILÃO NUM PROJECTO DE ARTE

CONTEMPORÂNEA.

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1. Filipe Faísca2. Cia. Marítima3. Filipe Faísca4. Alves/Gonçalves

!"#$%&Texto : LUÍSA RIBEIRO SOARES Fotos: ARQUIVO MODALISBOA/RUI VASCO

(),-.+/*)-'+$'3&#'(-"8#3A PROPOSTA DA 35ª EDIÇÃO DO EVENTO DE MODA NACIONAL Ao longo do século XX, e sempre que o panorama económico mundial se mostrou pouco favorável, a indústria da moda, espelho da sociedade, reflectiu-o em colecções frugais com um luxo contido, visível na maior parte das vezes apenas nos detalhes. Foi esse o repto lançado aos designers pela organização da ModaLisboa nesta 35ª edição do certame. E na verdade, fundamentalismos da criação de moda à parte, todo o design precisa da sua vertente comercial, e mesmo as casas de renome, as maiores ditadoras de tendências, sempre se socorreram do mercantilismo afim de não definharem. Por muito conceptual e bem estruturada que seja, facto é que uma colecção tem de ser vendável. No decorrer dos desfiles do evento, no que se apresentou para Primavera-Verão do próximo ano no mercado nacional, e em traços gerais, há uma relativa homogeneidade de tendências: a oposição dos tons néon aos neutros, as costas despidas, a sensualidade na fluidez dos tecidos, uma utilização q.b. de padrões em tonalidades sólidas e algumas transparências. Mas a questão que se coloca é se o desenho criativo português se virá a traduzir de facto em tendência no mercado nacional e, principalmente, internacional, já que o propósito do evento é, assumidamente, o de ser uma plataforma comercial para o produto português. Contas feitas, Nuno Baltazar destacou-se, revelando a soma daquilo que poderão vir a ser as maiores tendências da nova estação: sugere uma mulher sofisticada e chique, exuberante no styling e vivaça na personalidade. A sensualidade dos cortes generosos e assimétricos nos ombros e peito, a estrutura criativa e uma certa etnicidade construída com propósitos elegantes fizeram da sua a proposta a mais aplaudida desta ModaLisboa.

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!"#$%&Texto: JOSINE CRISPIM

%)"#/',+)"O DRAMATISMO E A EXUBERÂNCIA DA CASA DIOR EM MAQUILHAGEM.

O génio criativo de maquilhagem, conhecido apenas por Tyen, foi buscar inspiração aos arquivos da casa Dior para criar os trinta e dois tons representativos de uma nova temporada visual e táctil. As criações mais célebres de alta costura da casa francesa tornam-se ditadoras da cor. Uma colecção de batons que visam ideais revivalistas na opulência e elegância da marca, as características que melhor a definem enquanto ícone mundial de sucesso no universo da moda. As várias cores, com nomes tão divertidos e criativos quanto Rouge Flamboyant, Icône ou Blossom, buscam referência aos vestidos de baile desde 1947 até hoje: é a tendência vintage traduzida em maquilhagem. Com a mesma qualidade couture, a paleta de tonalidades passa pelos incontornáveis vermelhos, o brilhante coral ou o rosa inocente, fresco e floral, aos sedutores e misteriosos tons ameixa, não esquecendo os mais causais e discretos bejes, já que a cada um serve uma ocasião. A esta atmosfera cor-fétiche acrescenta-se um pigmento rico e confortável, delicioso aquando do seu toque nos lábios. Tyen explica que, afim de enriquecer o património conceptual da casa Dior, “escolhemos cores que reflectem emoção, não moda”, completando a ideia ao afirmar que “o batom é um objecto, um símbolo e uma assinatura”. Afinal, está comprovado cientificamente que, a nível fisiológico, as mulheres conseguem distinguir mais tons de vermelho que os homens.

<www.dior.com>

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!"#$%&Texto: TACHY MORA

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UMA EXPOSIÇÃO NO MOMA MOSTRA A TRANSFORMAÇÃO

DO DESIGN DAS COZINHAS DURANTE O SÉCULO 20 · DESDE

OS PRIMEIROS MODELOS COM ARMAZENAMENTO INTEGRADO

À CHEGADA DA TUPPERWARE · TAMBÉM INCLUI TRABALHOS

ARTÍSTICOS

Com o título “Counter Space: Design and the Modern Kitchen” a exposição reflecte sobre a maneira como as mudanças tecnológicas sofridas ao longo do século 20 tiveram também impacto no design das cozinhas de cada época. Se até agora tinha sido um espaço de pouca relevância, inclusivamente relegado para a parte menos importante das casas, ao longo do século 20, a cozinha tornou-se progressivamente numa das áreas em que os designers experimentaram mais, investigando novas formas de optimização, novos materiais e novos utensílios. A exposição organiza-se em torno da recente aquisição do MoMA de um modelo da emblemática “Frankfurt Kitchen” desenhada entre 1926 e 1927 por Margarete Schütte-Lihotzky. Milhares destas cozinhas foram produzidas e instaladas nas casas alemãs entre as Primeira e Segunda Guerras Mundiais como parte de um programa de casas de baixo custo para a classe trabalhadora. Estas casas contemplavam espaços bem desenhados, compactos e bem aproveitados, o que no caso da cozinha, incluía todo o tipo de armazenamento para os utensílios, assim como as diferentes superfícies de trabalho. A partir deste embrião, a cozinha modificou muito a sua paisagem devido a questões como a higiene, a ergonomia, a funcionalidade, a tecnologia, a inovação ou a necessidade de compactação. Os seus utensílios também sofreram uma importante transformação. Esta exposição reúne alguns dos mais emblemáticos.

Até 14 de Março de 2011 no MoMA de Nova Iorque.<www.moma.org>

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Acima, esquerda: Frigideira em vidro da empresa Coming Glass (1942). Em baixo, esquerda: Poster para

a exposição “A cozinha prática”, desenhado porHelene Haasbauer-Wallrath (Basilea, 1930). Direita, em

grande: Robot de cozinha Braun (1957). Na imagem redonda: Tigela desenhada

por Kenneth Brozen paraA Robinson, Lewis and Rubin (1963).

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DESDE QUE PORTUGAL FOI ANFITRIÃO DOS MTV EUROPE MUSIC AWARDS É QUE SE PERCEBEU QUE ESTE CANAL ERA COISA SÉRIA.

É desde Julho de 2003 que a MTV Portugal é emitida, fazendo pela música nacional muito mais do que qualquer editora discográfica. Sete anos podem parecer muito pouco em termos de influência na situação musical portuguesa, ainda assim, “a MTV Portugal é um canal único, quer pelos seus conteúdos, quer pela relação que tem com os artistas

portugueses e com o seu público. A consistência e o carinho com que o projecto tem crescido em Portugal revela a importância do canal no panorama televisivo português e estes sete anos são o reflexo disso mesmo”, explica Victor Mourão, o director geral.

A exposição massificada de produto musical português é, portanto, coisa para ser comemorada. Da lista de convidados constou a nata da nata da música portuguesa. Nomes como Buraka Som Sistema – os mesmos que, em 2008, receberam o prémio

para Best Portuguese Act –, Nu Soul Family ou Os Pontos Negros marcaram presença nas comemorações do canal no passado dia 28 de Setembro, no Convento do Beato. Os MTV TOYs, por sua vez, foram as grandes celebridades da noite. Apresentando-se enquanto emblema comemorativo destes sete anos do canal televisivo de música

nacional, destacaram a criatividade dos trinta artistas, músicos, marcas parceiras e bandas desafiadas a personaliza-los. Cada boneco, com a simbologia basilar do logo MTV, exibia

personalidade própria, partindo do roqueiro com picos e tachas ao fashionable burleso de penas, passando pelo de influência graffiti: uma verdadeira exposição que podia ditar

as tendências no mercado dos designer toys. A animação musical ficou a cargo de vários nomes conhecidos do DJing nacional destacando-se MAD.MAC, um novo nome no

cenário da música electrónica em Portugal, o que demonstra a iniciativa por parte da MTV também em apoiar talentos e sonoridades emergentes.

-$+2#"/:"+)'(32'6)"351-.'

<www.mtv.pt>

Texto: JOSINE CRISPIM !"#$%

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!"#$% Texto: RUI MIGUEL ABREU

3;")0 As t-shirts nasceram no século XIX, atravessaram o século XX com um verdadeiro crescendo de popularidade e garantiram sem dificuldade um lugar no século XXI, não dando sinais de querer abrandar o seu apelo universal. Com uma origem modesta como roupa interior, a t-shirt foi conquistando lugar no parco guarda roupa de mineiros, estivadores e marinheiros, sobretudo quando a marinha americana a tornou parte do uniforme oficial. Mas foi o rock and roll e figuras maiores do que a vida como Marlon Brando que tornaram a t-shirt sinónimo de juventude e rebeldia, uma verdadeira marca de identidade para milhões de adolescentes em todo o mundo. Como tanta outra coisa boa, foi na década de 70 que a t-shirt ganhou o estatuto de que hoje disfruta, quando o famoso smiley, as línguas dos Rolling Stones ou o incontornável «I Love New York» provaram que a t-shirt podia ser veículo de mensagens.Daí até à criação da T-Rox foi um pulinho. Ou dois… A T-Rox é uma loja online que distribui em Portugal marcas como a Exact Science, 101 Apparel, Amplified e várias outras t-shirts, sempre com uma ligação clara à cultura pop, sobretudo à música. Goste-se de disco, rock pesado, hip hop, reggae, funk ou electro, o mais provável é que a T-Rox tenha algo para vestir. «Veste o que ouves» é, aliás, o mote da T-Rox que acredita que aquilo que está no iPod ou na aparelhagem de casa ou nos sistemas de sons dos clubes pode igualmente ser traduzido para uma t-shirt. A T-Rox oferece agora uma mixtape gratuita de DJ Ride, tornando mais clara essa ligação à música. Ride será, aliás, o primeiro rosto a constar de uma linha própria que a T-Rox planeia com o designer Carlos Quitério, aka kodap. A T-Rox envia t-shirts pelo correio e não cobra portes de envio. Os pedidos podem ser feitos a partir do site.

VESTIR O SOM · AS T-SHIRTS SÃO UMA FERRAMENTA PRECIOSA DA MODA, UMA PEÇA

BÁSICA QUE AINDA ASSIM PODE CARREGAR GESTOS DRAMÁTICOS E ATITUDES PARA TODOS OS GOSTOS. A T-ROX SABE ISSO.

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!"#$%&Texto: JOSINE CRISPIM

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,#',#/+1$'MAIS UMA EDIÇÃO DA MOSTRA

INTERNACIONAL DE DESIGN A DECORRER NO MÊS DE NOVEMBRO

EM LISBOA.

Na praça de Alvalade situa-se a Galeria de Design Dimensão que, uma vez mais, irá receber a Mostra Internacional de Design de 3 a 30 de Novembro. Quase um mês de arte e cultura do design que inclui exposições de pintura, fotografia, conferencias e workshops. Esta mostra pretende apresentar artistas e tendências nas diversas áreas da arte, arquitectura e design de produto. As diferentes variantes artísticas estarão representadas também por uma grande variedade de objectos: desta mostra constam trabalhos desde pintura a acrílico a peças de mobiliário. O tema conceptual irá debruçar-se sobre África, com enfoque no português Eduardo Nery que, a título da sua relação com a arte do continente, expõe publicamente pela primeira vez a sua colecção privada de máscaras e esculturas africanas juntamente com trabalhos de pintura e fotografia sobre a mesma temática. Outra colecção a ser exposta é a de nome “M’Afrique”, uma linha de mobiliário concebida por um grupo de designers ocidentais lado a artistas africanos, resultando em peças de estética contemporânea, confecção manufacturada tradicional e coloração étnica. Dos eventos a decorrer no âmbito do resto desta edição da MID sublinha-se a presença da editora de design italiana Patrizia Moroso que, neste mesmo ano, recebeu o “Prize of Prizes for Innovation” atribuído pelo Ministério Italiano para a Inovação. Patrizia é também destacada no livro “Design in Italia. Dietro le quinte dell’industria” como sendo uma das personalidades mais importantes no posicionamento do design italiano no mundo. A ironia dos vasos com raízes do brasileiro Fernando Brízio, as chávenas de café singulares por Alexandre Viana ou o Relógio Vago de Pedro Silva Dias são algumas das obras de interesse a serem avistadas no decorrer desta mostra com quatro mil metros quadrados de fluxo criativo intercultural de arte contemporânea.

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POR: JAVIER ABIO, RUBÉN MANRIQUE, RAMÓN FANO, TERE VAQUERIZO E JOSÉ BELLO

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A posição sempre comprometida de um account deriva da sua função. São os representantes do cliente na agência de publicidade e a da agência frente ao cliente. Ou seja, está entre a espada e a parede. É uma das profissões mais stressantes e ingratas: se uma campanha é galardoada com um prémio, os louvores vão quase sempre para a equipa criativa. É verdade que há executivos que são simples mensageiros, mas o trabalho de um bom executivo é árduo: (1) conseguir o cliente; (2) recolher informação sobre o cliente e interpretá-la para que o grupo criativo possa trabalhar sobre uma base sólida; (3) elaborar estratégias de marketing e planos de meios; (3) seduzir toda a gente – os criativos para que trabalhem com vontade seguindo objectivos e o cliente para que aprove os esboços, coisas que não acontecem à primeira; (4) fazer contas para ajustar a produção aos orçamentos do cliente; (5) supervisionar e coordenar que tudo corra segundo o estipulado; (6) conservar o cliente, para que volte a trabalhar com a agência. Tudo isto acompanhado de pequenos-almoços e almoços de negócios, viagens contínuas de avião por isso existe uma categoria de bilhetes chamada executiva – e até, esporadicamente alguma farra com o fim de estreitar laços profissionais e pessoais com o cliente. E o que tem mais mérito e é invejável, é que apesar da dura e infinita jornada, os accounts, tanto homens como mulheres, conseguem chegar a casa com os seus fatos impecáveis, sem rugas, sem manchas nas gravatas e nas blusas e com o calçado imaculado. Observem-nos quando os virem na sala de embarque de um aeroporto. São simplesmente de outra raça.

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Os estudos de formação de um account podem ser muito variados. Nas ofertas de trabalho pode ler-se como requisito fundamental uma licenciatura, sem especificar em quê. Curiosamente às vezes exigem estudos de jornalismo. Embora o mais normal seja a faculdade de ciências de informação, ramo de publicidade e relações públicas, além dos cursos de marketing, claro. Como valor acrescentado o domínio do inglês é imprescindível e uma ampla cultura geral renovável que permita o diálogo e intercâmbio de informação e referências tanto com o cliente como com a equipa criativa e de produção da agência. Todas estas qualidades manifestar-se-ão no seu aspecto exterior, caracterizado por um certo rigor, capaz de transmitir ao mesmo tempo seriedade e uma certa cosmologia contemporânea. Lá no fundo, na intimidade do seu lar, domina a elegância moderna e o design funcional com uma dose de audácia. E no seu coração há uma alma pragmática com pinceladas artísticas, uma fera que necessita de se apaziguar com arte e com os últimos discos dos grupos indies do momento. Já sabemos que para ser coerente a um estilo tão específico como o de um account, há certos requisitos salariais que devem ser alcançados e estes, por sua vez, estão subordinados ao nível das contas que gere. Mas paciência, com as qualidades necessárias a passagem de júnior para sénior é surpreendentemente rápida. E até se chega depressa a director de contas se se tiver agilidade para mudar de agência à mínima, paragem e agressividade para desempenhar o cargo. Para chegar a director geral já é necessária um pouco mais de paciência.

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O mundo da publicidade está claramente cheio de mulheres, tanto na profissão como nos estudos (70% dos licenciados são mulheres) No entanto, segundo dados da associação de Agências de publicidade Britânica (IPA), só 22% das mulheres ocupam cargos directivos. Outro dado curioso revelado pela IPA é que a percentagem de mulheres nas equipas criativas é escassa. Outro estudo de 2006, desta vez espanhol, realizado por Marta Martín Llaguno (professora de Deontologia Publicitária na Universidade de Alicante) põe em relevo que enquanto que o dado da rotação laboral é motivo de ascensão para os homens, o mesmo não acontece com as mulheres. Este estudo também revela que em Espanha a percentagem de directoras de publicidade é menor do que nos outros países e inferior ao de outras industrias culturais espanholas. Embora os principais condicionantes para a subida de posto seja a idade e os estudos, ambos os sexos só estão em igualdade de promoção no caso de não ter nem companheiro nem filhos, o que quer dizer que é uma profissão que exige dedicação de corpo e alma, para além da jornada laboral convencional. Sem desculpas. Em qualquer caso, o dado conclusivo do trabalho de Marta Martín Llaguno é que os homens têm onze por cento de probabilidades de se tornarem directores de contas ou directores de uma agência espanhola. Resumindo, é um sector machista altamente feminilizado. Abrimos o debate.

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Fotógrafo: JULIA CORSARO Texto: LAURA MARTIN Tradução para espanhol: VIRGINIA MEDINA

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Texto: GEMA FDEZ.-BLANCO MARTÍN Fotógrafo: SOCRATES MITSIOS

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Styling: Celia AriasCenário: Maria Almena

Maquilhagem: Valentina CretiCabelos: Antonio de Luca

Assistente de fotografía: Jack Willsmore e Adam PhillipsAssistente de styling: Valentina Cocco

Assistente de cenografia: Eva Kaziah SbarainiAssistente de maquilhagem: Heba Prieto Nogal

Assistente de cabelos: Laurence Walker e Johnathan HallModelos: Sydney, Amelia, Hannah, Tam, Lillia.

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Michael: Camisa UNIVERSAL WORKS <universalworks.co.uk> +Suspensório e Papillon vintage BEYOND RETRO <beyondretro.com> + Calças CALVIN KLEIN + Anéis BJORG JEWELLERY <bjorgjewellery.com> +Óculos mesa LINDA FARROW vintage <lindafarrow.co.uk> Harry: Camisa CALVIN KLEIN Ben: Camisa + Gravata própria Paraic: Camisa HENRI LLOYD <henrilloyd.com> + Papillon e Casaco PRANGSTA COSTUMIERS <prangsta.co.uk> + Anel BJORG JEWELLERY <bjorgjewellery.com>

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Paraic: Fato QASIMI <www.qasimi.com> + Camisa e Lenço PRANGSTA COSTUMIERS <prangsta.co.uk> + Anéis BJORG JEWELLERY <bjorgjewellery.com> + Broche YUNUS & ELIZA <yunus-eliza.co.uk>

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Texto: TACHY MORA Fotografías: DAVID LEVENE

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1/ Untitled (Chandelier VII), obra de Yuichi Higashionna (2005).

2/ Smoke Spheres 2:4, obra de Angela Bulloch (2009).3/ Vista da sala donde se encontra a teia de aranha Some Broken Morning de Martin Boyce.

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Comissariada por Ralph Rugoff, director de da galeria Hayward de Londres, onde foi possível ver pela primeira vez a exposição “The New Décor”, a mostra reúne até 80 trabalhos de 36 artistas procedentes de 22 países diferentes, deste a Suíça até Cuba. Trata-se de um amplo espectro de artistas que exploram o design interior como um meio de reflectir as mudanças culturais actuais e que vão desde o impacto da globalização até às cada vez mais indefinidas fronteiras entre o público e o privado. O que reúne todos estes artistas é o interesse comum por transformar objectos que geralmente associamos à vida quotidiana – como uma cama, uma cadeira, uma porta ou um candeeiro – em algo extraordinário e que, por vezes, tem mesmo qualquer coisa de misterioso. É extraordinário o claro posicionamento do comissário na denominação que dá a todas as peças baseadas em objectos quotidianos: novo design interior. Os trabalhos que exploram a área da iluminação são os que mais se destacam nesta mostra. Por exemplo, as boas-vindas ao visitante são dadas por um imenso candeeiro de aranha feita com restos de cadeiras, principalmente braços e pernas, obra do quarteto de Viena Gelitin.Bastante dramática é também a recreação de uma enorme teia de aranha feita de tubos de néon,

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uma obra do escocês Martin Boyce denominada Some Broken Morning. A exposição inclui também trabalhos de Angela Bulloch, que trabalha no campo da iluminação. Los Carpinteros, um duo cubano que também já mereceu a atenção da Neo2, estão presentes nesta exposição com a peça Cama; um conjunto de somiers e colchões entrelaçados entre si, como se fosse um nó de auto estradas. Há ainda mais peças a destacar como o colchão Bed-Head, cravejado de botões do escocês Jim Lambie, a cama feita com cintos de coro preto de Monica Bonvicini ou o tapete Baluchi de Mona Hatoum deliberadamente desgastada formando um mapa do mundo sem fronteiras, tema vital que preocupa este artista de origem palestiniana. E só se fores rapaz é que te dás conta da intervenção realizada pelos escandinavos Elmgreen e Dragset nas casas de banho dos homens da galeria. Estes artistas uniram as tubagens dos lavatórios formando caracóis. A mostra “The New Décor” esteve no mês passado na galeria Hayward de Londres.<haywardgallery.org.uk>

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4/ Vista da intervenção nas casas de banho de homem da própria galeria Hayward por Elmgreen e Dragset .5/ Vista da sala onde se encontram a obra Cama de Los Carpinteros e também a cama feita de cintos de coro preto de Monica Bonvicini. 6/ A thing called gearbox, obra de Urs Fischer (2004). 7/ Chain Leather Swing, obra de Monica Bonvicini (2009).

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!"#$%&#'(%)*!"#$%&'(%)*&+(POR: RAMÓN FANO, JAVIER ABIO, RUBÉN MANRIQUE, TERE VAQUERIZO & PEDRO PAN.

FOTOS: KLARA G REALIZAÇÃO: VÍCTOR MORENO

É talvez o designer de moda dinamarquês mais conhecido em todo o mundo. É, pelo menos, o único escandinavo que, até à data, faz parte do calendário oficial da Semana da Moda Masculina de Paris, onde apresenta as suas colecções desde 2003. Desde a sua formação na Central Saint Martins de Londres em 2001, realizou 17 colecções. Henrik Vibskov não gosta de se enclausurar em nenhuma categoria profissional. Paralelamente ao trabalho de moda, em colaboração com o artista visual Andreas Emenius, desenvolve o projecto artístico The Fringe Projects. Tudo isto tem que ser partilhado com as tours e os ensaios de Trentemøller, a banda onde toca bateria. Todo este remoinho ainda se tornou mais agitado durante os meses estivais que agora acabaram com a preparação deste especial dedicado a Henrik Vibskov,ao seu universo criativo e às suas tendências estéticas e musicais. Foi como um parto.

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Retrato de Henrik Vibskov com os tambores que tocou no desfile The Ten City, Primavera Verão 2009.

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!"#$%!&'Abril – começámos os preparativos para este especial com Henrik Vibskov. Maio – Víctor Moreno desloca-se com a equipa de fotografia de Estocolmo para Copenhaga, cidade onde trabalha e reside Henrik Vibskov. “Uma cidade fácil e acolhedora”, segundo as próprias palavras do nosso editor convidado. Temos um dia para retratar o designer e fotografar a sua oficina. Além disso, a sua equipa preparou-nos 6 looks de diferentes temporadas para fotografarmos. Victor, o coordenador de toda a operação, diz-me que Henrik acha o especial uma tarefa difícil – demasiadas páginas e muito pouco tempo disponível. A agenda de Verão do designer dinamarquês está cheiíssima. De 7 de Junho a 10 de Julho: Vibskov e Emenius expõem o seu Fringe Project 10 na Nordic Light House inserido na Exposição Universal 2010 de Xangai. 24 de Junho: Semana da Moda de Paris, apresentação da colecção homem para a próxima Primavera/Verão 2011: The Last Pier Pandemonium. De 1 a 4 de Julho: Roskilde Festival (Dinamarca), macro festival de música onde, além de montar uma loja de roupa temporária para esta edição, Henrik também toca com a sua banda de trip-pop-electrónico, Trentemøller. De 12 a 18 de Julho: Lunga Art Festival (Islândia), evento especializado em arte jovem onde Henrik dá uma conferência e participa num workshop. 23 de Julho: The Circular Serie Section 4, uma exposição e performance no Museu Têxtil de Washington. 13 de Agosto: Desfile da colecção The Last Pier Pandemonium em Copenhaga. De 14 de Setembro a 31 de Outubro: Bienal de Design de Curitiba (Brasil), onde Vibskov e Emenius voltam a expor The Fringe Project 10. Enquanto isso, em algum momento, alguma cidade, algum país, algum continente, Henrik deveria responder ao nosso questionário. Finalmente as respostas chegam, mesmo em cima do tempo limite para mandar a revista para a gráfica.

($)*!+!,-#)& Directamente, desde a estação, Vitor Moreno e a sua equipa dirigem-se a Vesterbro, antigo bairro marginal reconvertido numa das zonas de residência mais sugestivas de Copenhaga (segundo a Wikipedia é também uma conhecida área onde se consegue drogas facilmente). Na rua que dá o nome ao bairro encontra-se o centro de operações de Vibskov: Uma construção de quatro pisos em tijolo com um pátio interior onde, quando faz bom tempo, come toda a equipa e depois jogam futebol. Divide o edifício com um atelier de arquitectura com quem chegou a colaborar em determinados projectos. Henrik ficou com dois pisos – o rés-do-chão, onde está o atelier de costura, a carpintaria e o workshop (um laboratório para experimentar materiais e formas) e o quarto andar mais silencioso, onde fica a oficina de vendas, o showroom e o estúdio de design e produção. Cada canto é uma foto. Em todo o lado se respira liberdade e também um anárquico e amigável odor a tabaco. As paredes e estantes emanam criatividade. O ambiente de trabalho é aberto e relaxado, embora toda a gente esteja concentrada nas suas tarefas. Apesar da responsabilidade da preparação deste desfile em Paris, Henrik Vibskov está muito tranquilo. Alto e delgado como um espargo, com pinta de quem tem a mentalidade aberta, não estereotipada. Não consigo deixar de o imaginar em pequeno a ver a sério sueca Pippi das Meias Altas. Pergunto-lhe pelo espaço: “Tive que sair do antigo atelier. Tudo por causa de uma festa e de um incêndio. Por isso tive que me mudar muito rápido. E encontrei isto”. Um espaço caótico e aprazível que nos serviu até de cenário para um editorial de moda com os melhores momentos da carreira de Henrik Vibskov, escolhidos por ele próprio. Depois da sessão de fotos, Víctor disse-me que tinha sido uma grande experiência, “um pouco como estar na Factory, mas em 2010 e em Copenhaga e com Vibskov no lugar de Warhol”.

Pensámos que seria mais fácil dispor do tempo de Henrik Vibskov depois de apresentada a sua colecção de homem em Paris, em finais de Junho. Não contávamos, porém, com a hiperactividade multifacetada deste designer que é ao mesmo tempo músico e artista. Actividades que, no seu caso, não são aspiracionais; ele exerce-as realmente expondo e tocando. Aliás, passou o verão em festivais, bienais, museus e passerelles. Apesar da sua aparente parcimónia não consegue estar quieto. Talvez por isso lhe tenha custado muito menos participar na sessão fotográfica do que responder ao nosso questionário. Mesmo assim, respondeu com muita graça e ironia, as mesmas qualidades que imprime nos seus desfiles, eventos que inevitavelmente transcendem as peças de roupa, os seus designs e os característicos estampados. Os acessórios e complementos surrealistas, para além de envolverem a colecção durante o show, transmitem também a ideia de que se está a assistir a algo mais do que moda. No entanto, uma vez superada a cálida barreira conceptual deste artista, deparamo-nos com uma firma de moda com peças, algumas delas mais ousadas outras menos, que comercialmente funcionam junto de um público com inquietações criativas e com uma mentalidade jovem. “Claro, faz-te sentir jovem” responde-me Henrik quando lhe pergunto se continuaria a desenhar roupa quando envelhecesse.

TEXTO: MONGÓMERI

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Atelier de corte de Henrik Vibskov

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!"#$%&'(No estúdio trabalham entre doze e quinze pessoas, alguns deles no conceito de internship (têm todos os dias pelo menos 3 pedidos para fazer algum trabalho). Parece que toda a gente gosta do que faz. Falam em inglês entre eles. “Os dias no nosso estúdio são realmente relaxados. Para mim é muito importante trabalhar num ambiente simpático e familiar. Somos todos amigos e francamente passamos um bom bocado aqui. Se calhar essa é a única razão pela qual ainda existimos.”. Embora seja Henrik quem dá cara, ele também delega e partilha responsabilidades com “uma forte e experiente equipa de profissionais”: conheceu Maja em Londres, quando estudavam na Central Saint Martins e com faz parceria em design; Marie é a chefe de corte confecção; Jacob é o responsável pelas vendas, Sven é líder animador e organizador; Ali é o responsável pela parte gráfica e pelas fotos… “Só para referir alguns”, diz Henrik

!)$"#!)&*'(Não gosta de se definir profissionalmente nem como designer de moda, faceta à qual deve grande parte do seu reconhecimento internacional , nem como artista, actividade que desempenha com Andreas Emenius e não tem a ver com a moda. Nem como músico, já que toca bateria com o grupo Trentemøller. “Não, nem sequer acredito nestas categorias. Eu sigo apenas as minhas ideias e vejo o que pode sair daí” Pergunto-lhe, então porque é que se matriculou na Central Saint Martins para estudar moda. Talvez porque é mais viável viver da moda do que da arte? “Basicamente estava interessado em tudo o que acontece em ambos os campos. Estava interessado na moda, onde ia dando uns tombos entre botões e alfinetes, mas também na montagem de instalações que conquistaram todo o espaço. E

também sentia inquietação pelos aspectos emocionais da música. Por isso misturei tudo. Sempre que sinto saudades de alguma destas coisas faço-a. É apenas isso. Eu não penso nem na moda, nem em todas as suas regras, nem em sistemas”. Posso imaginar qual é a sua atitude perante o glamour da moda, as parties e os photocalls, mas… “Essa é uma parte deste mundo que não me interessa para nada… Há muitas outras coisas para fazer”. +,-%!)$+&,('(participou quer por iniciativa própria, quer por convite, em numerosos e prestigiantes concursos e festivais de moda. Eis alguns deles: finalista nos Swiss Textile Awards 2003, Festival de Hyéres 2003 e 2004 e vencedor do Danish Design Council Award 2007 e do Danish Art Council’s Design Award 2009. A participação nestes prémios e festivais não só supõe uma excelente plataforma de promoção, como também é uma preciosa ajuda económica em determinados casos. Mas, acima de tudo isso, Henrik dá-nos a sua opinião sobre o que realmente é importante na altura de criar uma marca:” Eu acho que o importante é saberes quem és e o que queres alcançar, mas sem

ser necessariamente competitivo ou super ambicioso. O essencial é saber o que é que te torna especial ou diferente para poderes preencher uma lacuna no mercado”. Isto das ambições leva-me a pensar se alguma vez foi tentado com ofertas para trabalhar em grandes empresas de moda. “Sim, mas até agora sempre disse que não, Estou mentalmente aberto, mas teria que ser uma boa oferta porque provavelmente arruinaria o meu estilo de vida e não poderia fazer tudo o que faço agora”., o quer dizer que tanto a sua marca como o resto dos projectos em que se envolve funcionam suficientemente bem.

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Detalhe do atelier de costura

Henrik Vibskov na sua mesa de trabalho, em frente ao seu Mac. “I’m a pretty much an Apple guy”

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Henrik Vibskov posa frente à galeria fotográfica dos seus shows e montagens

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Resultado de algumas das experiências para os desfiles de de Henrik Vibskov

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!"#$%&"#'(Confessou-nos uma vez que em Copenhaga desfila por diversão e que deixa o desfile a sério para Paris. É curioso que em 2003, apenas dois anos depois de se formar, já fizesse parte do calendário oficial da Semana da Moda Masculina de Paris, sendo, para além disso, o único designer escandinavo a alcançar tal meta. “Foi um grande passo para ser reconhecido na cena internacional. Eu sabia que queria ter muito mais visibilidade e para colocar o meu nome na lista era imprescindível desfilar em Paris. E felizmente funcionou”. Tendo em conta que em alguns países as passerelles estão subvencionadas e que, apesar disso, quase todos os designers se queixam do escasso apoio que recebem, tenho muita curiosidade de saber como é que um designer independente suporta o custo de um desfile em Paris. “Nunca, nem no início, tive alguma espécie de investidor ou sponsor, nem público, nem privado”. Embora dê a impressão contrária, parece-me uma resposta optimista porque demonstra que tudo é possível, que na realidade tudo depende do talento e da capacidade de trabalho de cada um. Há um extra que distingue Henrik Vibskov na apresentação das suas colecções – o cenário, todo o show em conjunto é uma instalação. A apresentação de The Big Wet Shiny Boobies Coolection, Primavera – Verão de 2007 foi memorável: uma passerelle onde jaziam homens vestidos de H. V rodeados de mamas de plástico com pés vermelhos. A decoração para a temporada seguinte, The Black Carrots Collection, consistiu numa espécie de ciber-horta amarela onde cresciam cenouras pretas. Um estranho carrossel alargado onde os modelos pedalavam formou o desfile Fantabulous Bicycle Music Factory, colecção Primavera-Verão 2008. Em The Mint Institut, os modelos, com uma singular peruca que lhe cobria os olhos, desfilavam entre numerosos tubos verdes de plástico insuflável que fazia lembrar o fundo do mar repleto de algas (por isso os sapatos e as bainhas das calças não se viam). A montagem e transporte de toda esta parafernália representam, sem dúvida, um custo adicional que é necessário minimizar durante o processo de design. “A chave está em pensar e conseguir materiais leves, que sejam facilmente transportáveis de avião, mas que, depois de montados, pareçam fortes e robustos.”.

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Retrato de Henrik Vibskov no pátio do seu estúdio com a bicicleta que usa para se deslocar em Copenhaga.

!"#$!!"$%&'Como já disse anteriormente, tenho a convicção que a roupa de Henrik Vibskov é vista como ousada ou pouco comercial mais por causa da maneira como é apresentada, ou até pela própria imagem do designer, do que por causa das peças em si. Claro que nas suas colecções há sempre uma percentagem de peças mais difíceis, para um público mais restrito. Por exemplo, algumas das suas características calças de Aladino mais radicais, os leggings masculinos e certos estampados excessivamente extrovertidos para a grande maioria. Todas estas constantes protagonizam visivelmente as suas colecções fazendo com que as outras peças, mais discretas e assimiláveis, passem despercebidas durante o show, mas não no cabide. Se virmos

em separado as suas colecções de mulher e de homem, podemos ser levados a pensar que a proposta feminina é algo menos radical, talvez porque o sector da moda em geral tenha percorrido menos caminho do que o feminino. No entanto, em conjunto, as propostas de Vibskov para ambos sexos têm bastante coerência entre si. Uma ligação que também existe na cenografia do desfile e na própria colecção. “Algumas vezes utilizo elementos da instalação e aplico-os na colecção. Um estampado, por exemplo. E as instalações acabam por respirar o humor da colecção, embora possam também funcionar por si próprias. Não pré-determino um tema para cada temporada. O conceito da colecção vai-se formando a pouco e pouco, através de um complexo processo de recolha de imagens e inputs. O resultado pode ser uma reflexão sobre um detalhe ou um pequeno projecto de investigação, ou uma exposição que vi, ou uma

mulher com quem me cruzei nas compras, uma personagem de um livro.” Henrik também reconhece a vida do campo como uma grande influência, já que as suas origens estão no campo, cresceu em Jutland. %()*'%+%($,&É curioso ler na biografia de Vibskov que um dos seus princípios é o de não oferecer roupa às celebridades com fins comerciais. No entanto, e felizmente para ele, artistas como M.I.A., Devendra Banhart, La Roux, Kanye West, Bjørk, The Arctic Monkeys, Sigur Ros, Franz Ferdinand ou Lou Reed têm sido vistos com roupa do designer dinamarquês. Não posso deixar de lhe perguntar por este seu princípio tão atípico deste sector. “Todo este marketing à Paris Hilton não tem nada a ver com o meu modo de pensar. Em vez disso eu estou a trabalhar uma estratégia a longo prazo e é mega secreta. Nós não

oferecemos roupa a ninguém, apesar de podermos chegar a algum tipo de acordo interessante. Eu tenho a convicção que as coisas são muito mais valiosas quando pagas por elas do que quando as obténs totalmente de graça. Mesmo que pagues muito pouco.” De facto, recordo que há dois anos, Henrik Vibskov cobrou, como preço simbólico, um par de caixas de tabaco mentolado pela entrada de um dos seus shows em Copenhaga.

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!"#$%&'(“Acredito realmente que combinar a criatividade com a necessidade de vender e ser comercial é a parte mais difícil de tudo isto. Tens que ser um homem de negócios e ao mesmo tempo ser capaz de apresentar quatro novas colecções criativas por ano, além de muitas outras coisas “. Como a sua agência de comunicação, Agency V, descreve, a roupa de Henrik Vibskov vende-se em todo o mundo numa exclusiva selecção de lojas. Entre elas: Seven em Nueva York; Midwest emTokio, Aloha Rag no Hawai, Spr+ em Amesterdão, Traffic em Moscovo ou Mue em Seul. A sua equipa de assessores de imprensa informa também do recente interesse de compradores da Arábia Saudita e Kuwait pelas suas colecções. “Afinal, a moda é um produto. No entanto não acho que se possa desenhar condicionado pelo mercado. Se eu tivesse na cabeça o tema das vendas, as minhas ideias criativas esgotar-se-iam”. Além disso, a parte visível da sua faceta empresarial, está nas duas lojas que possui – uma em Copenhaga, desde 2006, e outra em Oslo, desde 2008. Nestes espaços, para além das suas colecções,

incluindo edições limitadas e até peças únicas, também vende Bernhard Willhelm, Bless, Comme des Garçons, Mykita, Opening Ceremony, Peter Jensen, Raf by Raf Simons, Walter van Beirendonck e muitas outras marcas que completam a lista das suas afinidades no que à moda diz respeito. Claro que também tem uma boutique online, “todo o mundo está online, baby”, comenta o designer. Na e-shop de Vibskov comercializa-se deste a colecção de acessórios e carrinho de criança (que desenhou há um par de anos para a Quinny, marca dinamarquesa de carros de bebé), até têxtil de muitas das marcas que vende nas suas lojas físicas, passando por calçado, livros sobre a sua obra artística e produtos de cosmética (incluindo a colónia Solar Donkey Power de Henrik Vibskov & Louise Turner para a Six Scents, projecto que, de há dois anos para cá edita anualmente seis colónias de seis criadores internacionais). “Tenho muita sorte,

as pessoas gostam do que faço”. )*+*&'(“As seguintes três páginas duplas são o resultado da sessão de fotos realizada no estúdio de Henrik Vibskov para a Neo2. Com a ajuda de Maya Brix, a outra mente criativa responsável pelas suas criações, o próprio designer escolheu e montou os conjuntos, homem e mulher, como uma representação da sua marca e ao mesmo tempo uma selecção das suas temporadas favoritas: (1) The Slippery Spiral Situation, Outono- Inverso 2010; (2) The Solar Donkey Experiment, Primavera Verão 2010; (3) The Human Laundry Service, Outono-Inverno 2009.

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<www.henrikvibskov.com>

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Retrato de Henrik Vibskov com blazer da sua colecção Primavera Verão 2010.The Solar Donkey Experiment

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Henrik Vibskov: Colecção The Slippery Spiral Situation. Homem + Mulher. Outono Inverno 2010-11

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Henrik Vibskov: Colecção The Solar Donkey Experiment. Homem + Mulher. Primavera Verão 2010

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Henrik Vibskov: Colecção The Human Laundry Service. Homem + Mulher. Outono Inverno 2009-10

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Como bom personagem plurifacetado que é, para além de designer de moda e artista, Henrik Vibskov é também músico. Leva nada menos que 28 anos a tocar bateria. A sua primeira bateria foi prenda de aniversário dos seus irmãos quando este era pequeno. Com o tempo formou o seu primeiro grupo, Luksus, com uma vocalista, e entre outras referências cita bandas míticas como Cocteau Twins, The Smiths ou My Bloody Valentine. Desde há cinco anos toca ao vivo com o grupo dinamarquês Trentemøller. A carreira musical do artista começou em 1997 com o DJ Tom Von Rosen, com quem formou os Trigbag. O duo separou-se no ano 2000 e dois anos depois Anders Trentemøller voltou a dar sinais de vida ao editar o bem sucedido Ep de dois temas no selo Naked Music. Em 2005 obteve grande repercussão mediática como um dos seus temas de êxito “Polar Shift”. Ficaram também famosas as remisturas que fez para artistas como Pet Shop Boys ou Röyksopp. Em 2006 editou finalmente o seu álbum de estreia “The Last Resort” composto por treze temas intimistas totalmente instrumentais. Nos concertos ao vivo começou a usar instrumentos como a bateria ou as guitarras. O seu segundo e último álbum, editado este ano, chama-se “Into The Great Wide Yonder”, gravado na sua própria label, In My Room. Este é também um disco minimalista, embora mais orgânico e analógico que o anterior, com a participação de diversas vozes convidadas e todo o tipo de instrumentos electrónicos e acústicos, desde o theremin ao bandolim.

!"#$%&#'(%)*+,-./0TEXTO: TEREVISIÓN RUIZ

Foto: Noam Griegst

Trentemøller ao vivo

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Quando perguntamos a Henrik que grupos ouve ultimamente, fala-nos de de Sleep Party People e Beach House. Sleep Party People é um projecto a solo do também dinamarquês Brian Batz, um peculiar personagem que se esconde atrás de uma cara de coelho que o acompanha a todo o lado. Acaba de editar o seu álbum de estreia chamado SPP. Quanto aos Beach House, não necessitam de muita apresentação, são um desses grupos que já a algum, tempo andam na boca de toda a gente. O grupo formado por Alex Scally e Victoria Legrand conseguiu a bênção da crítica especializada com a edição do álbum de estreia homónimo em 2006. Com o seu último disco, Teen Dream, publicado no inicio deste ano, o duo de Baltimore segue a sua imparável trajectória ascendente no mundo indie. Para além de lhe perguntar pelas suas preferências musicais, demos também a Henrik uma selecção de lançamentos musicais para este Outono, para que nos dissesse quais tinha mais vontade de ouvir. Respondeu-nos que tinha curiosidade em ouvir o novo dos The Strokes e dos Beastie Boys. Embora conste que os Strokes não se dão muito bem entre eles, decidiram dar uma alegria aos seus fãs e gravar o quarto disco, que tinha saída prevista para Setembro deste ano, mas que foi adiado para Março de 2011. Segundo Julian Casablancas metade do disco está terminada, mas temos que espertar uns quantos meses para ver o resultado final. Os Beastie Boys atacam de novo em breve depois de um grande atraso na edição do novo trabalho devido à doença de Adam Yauch, a quem foi diagnosticado cancro. O álbum, que se chamará Hot Sauce Committee Part. 1, deverá sair ainda em 2010.

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Beastie BoysFoto: Ari Marcopoulos

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!"#$A criatividade não é seguramente algo que se possa delimitar e o indubitável interesse dos criadores por explorar novos horizontes nas suas respectivas disciplinas torna difícil falar unicamente de design, moda, tendências ou arte. A porosidade das fronteiras formais e a crescente imaginação e liberdade que a sociedade contemporânea oferece, quase que convidam a apostar na figura, quase renascentista, do “artista total”. Um bom exemplo é o nosso guest editor deste mês, Henrik Vibskov, que, para além dos seus sucessos no mundo da moda, também se dedica a diferentes projectos artísticos. Trabalha, em colaboração com Andreas Emenius, num projecto chamado “Fringe Projects”. O nome pode soar familiar por ser o nome de uma famosa série de ficção científica. E a verdade é que o grande J.J. Abrams (criador da série) não faria mal em incorporar alguma das criações de Vibskov ao seu mundo já por si estranho e fascinante. E, tal como era de esperar, encontramos na sua arte a mesma liberdade e surpreendente fantasia que caracterizam os designs do criador dinamarquês. Talvez com um toque mais marginal, alternativo e hipnótico que dá uma certa transcendência e magnificência ao seu estilo sombrio. Seja como for, existe uma indubitável continuidade entre os dois universos criativos de Vibskov. Não foi por acaso que estudou na Central Saint Martins, uma escola de arte e design. Basta ver as suas imponentes instalações para o Zweeus Museum de Middelburg, o seu inesperado tecto de madeira para uma enorme mesa de comensais, ou a sua gigantesca escultura móvel chamada CPH (uma espécie de mistura assombrosa de rinoceronte e cão branco com pintas vermelhas) para nos darmos conta da vontade de Vibskov de “explorar a ilusão, a superfície e o movimento”, como ele mesmo apresenta o seu trabalho. Um ambiente lento e cativante que envolve pouco a pouco o espectador e desperta profundas sensações esquecidas. Algo parecido com os gostos do nosso guest editor no que à arte contemporânea diz respeito.

TEXTO: AURÉLIEN LE GENISSEL

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!"#$%&#'(%)* Todas as imagens: Vibskov Emenius. The Fringe Projects. <vibskovemenius.com>

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!"#$Da lista de artistas que lhe propusemos, não nos surpreendeu ter escolhido Martin Puryear. “Ele é o meu preferido, o seu trabalho com a matéria e a estrutura é interessante, embora lhe falte algo de loucura e seja um pouco prudente demais”, explica-nos. O estilo do escultor norte-americano joga com o regresso a um material simples (todo em madeira), uma técnica mais tradicional e uma reflexão sobre as origens da identidade par oferecer criações simbólicas que sintetizam as supostas contradições, quer sejam geográficas, culturais ou temporais. Neste sentido, os dois artistas partilham um certo fascínio pela estranheza e o frutífero paradoxo que nasce da mistura dos mitos fundadores com os referentes estilísticos mais actuais. Vibskov com as suas propostas estrambólicas e atrevidas, enquanto que Puryaer aposta mais na subtileza, na abstracção e no minimalismo. Mas nos dois casos trata-se de indagar sobre os sentimentos do indivíduo ante um universo primordial, fundador e envolvente. A arte de Martin Puryear está “assente na velha técnica manual, naquilo que à construção e à matéria se refere, mas sob a forma de silhuetas futuristas”, explica claramente Vibskov. Embora nos primeiros anos o artista americano tenha trabalhado com diferentes suportes (pintura, desenho…) a pouco e pouco decidiu centrar-se na escultura. Uma maneira pessoal de afirmar que as sua obras saem das sua mãos utilizando materiais que ele próprio escolheu. Uma piscadela de olho à arte primitiva e, de maneira geral, à relação com a tradição artística que está sempre presente no seu trabalho. É o caso, por exemplo, de C.F.A.O, uma escultura feita em madeira adquirida em 2008 pelo MOMA, onde não faltam as referências à colonização, as máscaras das tribos africanas e o intercâmbio cultural entre as diferentes civilizações. Mas o seu gosto é mais amplo e heterogéneo. Concreto e preciso, quando lhe perguntamos sobre os demais artistas que lhe interessam, Vibskov explica que gosta de “Tal R pelas suas cores, Fos pela sua relação com o design social, Ernesto Neto pelos seus trabalhos sobre matéria têxtil ou Mark Francis pela sua abstracção”. Um leque muito extenso e atraente onde podemos divertir-nos a tentar encontrar as influências nas suas criações. Desta forma podemos adivinhar o toque naif de Tal R nas serigrafias criadas pelo artista dinamarquês ou as bolas pendente de Ernesto Neto (Variation on Color Seed Space Time Love, 2009) numa instalação que fez em Eindhoven em 2009 ou no seu desfile no Design Week de Monterrey em 2008. Sem esquecermos “as pintas quase maníacas” de Yayoi Kusama que tanto adora e que aparecem na instalação e na performance que Vibskov apresentou no Zweeus Museum de Middelburg. Um artista multi-disciplinar encontra a inspiração em todos os lados. “És coleccionador? Compras obras de arte?”, perguntamos-lhe. “Não compro, faço trocas”, explica-nos. O luxo dos que têm algo para trocar. Por curiosidade: “qual é a tua última aquisição?” “Um artista chamado John Kørner. Vi uma das suas grandes litografias e tive que chamá-lo para trocar por alguma das minhas coisas”, contra simplesmente. Mas não sabemos qual. Nunca saberemos como se quotizam as obras neste curioso mercado paralelo de artistas. Só sabemos que também gosta do “traço grosso” de John Kørner. E que, como todo o bom criador multifacetado actual, Henrik Vibskov é artista e um grande amador de arte.

TEXTO: AURÉLIEN LE GENISSEL

EDITOR 062

Yayoi Kusama. Dots Obsession, 2009. © Yayoi Kusama 2009.

Tal R. Blind date, 2009 - 2010. Cortesía Contemporary Fine Arts, Berlin.

Ernesto Neto. The Weight, the Time, the Body, the Moon and Love... wow!, 2006. Vista da exposição na Bob van Orsouw Gallery, Zurich, 2006

Mark Francis. Nucleus (Division), 1989.

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Martin Puryear, Sharp and Flat, 1987. Pino. © 2007 Martin Puryear. Cortesía McKee Gallery, New York.

Martin Puryear, Old Mole, 1985. Cedro rojo, © 2007 Martin Puryear. Cortesía Donald Young Gallery, Chicago.

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Detalhe de uma das paredes da oficina de Henrik Vibskov

Colonia Monocle por Comme des Garçons Scent One: Hinoki (Henrik Vibskov bebia-a ao pequeno

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Vibskov Emenius. The Fringe Projects. <vibskovemenius.com>

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EDITOR 064

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!"#$%&#'(%)*+(,TEXTO: PEDRO PAN

Apesar de Henrik dizer que não usa muito o Facebook, um dia, desesperados por não receber as respostas a este questionário gastronómico, escrevemos-lhe através da rede social. E respondeu imediatamente. Aproveitámos para lhe perguntar qual era o seu computador. “Sou um tipo muito Apple, já sabes, bom e fácil para gente tonta”. Parece que Henrik também não complica a vida na altura de cozinhar: “Não tenho tempo, mas sei fazer um par de pratos de peixe e parece que gostam”. E na hora de escolher algo tipicamente dinamarquês, claro “as sanduíches com pão de centeio escuro. O sushi dinamarquês”, vamos. Embora não pareça muito sofisticado, perguntamos-lhe sobre o restaurante Noma de René Redzepi em Copenhaga, actualmente o melhor do mundo. “Sim, fui uma vez. Convidaram-me para fazer uma entrevista ali e afinal tive que ser eu a pagar... auuuuuu”. No que respeita à bebida, também confessa que “há uns anos aficionei-me ao perfume de Comme des Garçons para Monocle, Scent One Hinoki. Bebia-o ao pequeno-almoço. Woooww”. E algo que se possa pedir a um balcão de um bar? “Rum, cognac e White Russian”. Vinho branco, também: “depois de uma tour com o grupo (Trentemøller), gosto muito de vinho branco, Chardoney”. Então à tua saúde, Henrik.

El diseñador Henrik Vibskov actúa con su banda Trentemøller el 20 de octubre en Madrid. Aprovechando su visita le recomendamos el restaurante Ølsen, cocina escandinava en Madrid (calle del Prado, 15) <olsenmadrid.com>

Computador iMac da Apple 27” (no ecrã: imagens da colecção The Last Pier Pandemonium, primavera verão 2011) o designer confessa-se um Apple guy

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Cadeira de baloiço pp124, desenhada em 1984 para PP Møbler.

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!"#$%&TEXTO: TACHY MORA

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Como bom dinamarquês, Vibskov conta-nos que Hans J. Wegner e PP Møbler são respectivamente o seu designer e a empresa de mobiliário favoritos, a selecção faz sentido porque PP Møbler é uma das empresas para onde Wegner mais trabalhou, especialmente na última etapa da sua vida. Conhecido pela infinidade de cadeiras que desenhou, Hans J. Wegner, juntamente com outros designers seus contemporâneos (como como Arne Jacobsen ou Poul Kjaerholm) impulsionou nos anos cinquenta, aquilo que hoje conhecemos como o estilo escandinavo. Numa época em que ainda imperava o estilo Bauhaus e o aço era o material da moda, Wegner escolheu para centro das suas criações a madeira cálida. Tinha tido formação até aos 17 anos com um marceneiro, por isso conhecia bem as possibilidades deste material. Depois adquiriu conhecimentos como designer de móveis na que hoje é a escola de Design de Copenhaga. A combinação foi explosiva. Durante uns anos trabalhou para Jacobsen, desenhando o mobiliário que viria a fazer parte de alguns dos seus projectos, como foi o caso da Câmara de Århus. Após algum tempo, já nos finais dos anos quarenta, Wegner começou a sua carreira a solo como designer. Desde então, criou tantas cadeiras e para tantas empresas que se torna complicado fazer uma ideia clara do número delas. Além disso não punha nomes nestas cadeiras, por isso, entre as numerações usadas pelas empresas que as comercializam e as alcunhas que iam adquirindo, transmitir o conjunto torna-se complicado. O mais prático é optar pelas alcunhas. Uma das mais famosas é a cadeira Chinese, com costas e braços

Wishbone chair CH_24, desenhada em 1949 e comercializada em várias cores por Carl Hansen.

The Flag Halyard (1950). PP Møbler, modelo pp225. Hans J. Wegner. Hans J. Wegner.

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!"#$%&TEXTO: TACHY MORA

Silla Chinese (1945). PP Møbler, modelos pp56/pp66.

The Valet (1953). PP Møbler, modelo pp250.

EDITOR 068

<www.pp.dk> <www.carlhansen.com>

curvos em jeito de toboggan que foi inspirada numa cadeira de origem chinesa que ele tinha visto no museu dinamarquês de artes industriais. Primeiro foi desenhada em 1945 para Fritz Hensen, mas desde os anos sessenta que é comercializada pela PP Møbler. A Round One é outra das suas peças mais famosas e é provavelmente a cadeira com as cortas curvas mais simples, essencialistas e belas que se desenhou até hoje. É importante observar as cadeiras de Wegner bem de perto para apreciar as curvas e os detalhes aerodinâmicos que o dinamarquês conseguia obter da madeira. A PP Møbler também comercializa o modelo Valet, desenhado no início dos anos cinquenta e que funciona também como cabide. As suas costas têm a forma de um cabide para casacos enquanto que o assento se desdobra proporcionando o apoio ideal para colocar as calças para que não se amachuquem. Inspirando-se na cadeira Windsor de origem inglesa, Wegner desenhou em 1947 para a PP Møbler outro dos seus sucessos: a poltrona Peacock – um assento com uma presença imponente que recria a cauda de um pavão real. As zonas planas das varas das costas da cadeira estão estrategicamente colocadas à altura dos ombros para favorecer um maior conforto. Para além destes modelos que, entre muitos outros, são vendidos pela empresa PP Møbler, há outras peças realizadas por Wegner comercializados pela firma Carl Hansen. Um dos mais conhecidos é a cadeira Wishbone, que apresenta as costas da cadeira em forma de Y. A empresa acaba de lançar este modelo numa interessante paleta de cores ácidas. Wegner faleceu há 3 anos em 2007. Desenhou até ao início dos anos noventa e estima-se que tenha criado cerca de 500 cadeiras. O seu trabalho é a prova que ainda existe mil e um desenhos para uma cadeira.

Round One (1949). PP Møbler, modelos pp501/pp503.

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!"#$%&#'(%)*Silla Peacock (1947). PP Møbler, modelo pp550.

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Fotógrafo: JOSÉ MORRAJAStyling: LETICIA ORÚE

Maquilhagem & Cabelos: DE MARIA com produtos M.A.C Cosmetics Assistente Fotógrafo: DOMINGO GRIS Assistente Styling: JAIME ZURDO Modelos: PAULINA M d Trend Models + MARTINA SMEDBERG d Francina + BARBIE d Francina + ADRIAN ZUNIGA d Elite + MIQUEL PIQUIN d Icon Agradecimentos: BLUESTUDIO.ES

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Fotógrafo: BART BROEZE Conceito + Styling: MAITE CATTI

Cabelos: RIVKA DIEHO Maquilhagem: ILSE BLOKLAND Assistentes Styling: MARIEKE POORTMAN Modelos: MARIJA d 77models + THISKA d Maxmodels + ELISABETH d Maxmodels + LORI d Maxmodels + LYANNE

Reincarnated é sobre a transitoriedade, ou o aspecto temporal da moda. O conceito, inspirado na imprevisibilidade da moda, onde algumas peças são essencialmente intemporais e outras desaparecem ao terminar a temporada, foi visualizado como um filme e uma série de fotos de moda. As fotografias captam a fase da moda estática, onde a beleza se esquece e a apreciação se perde. Os modelos não têm outra opção a não ser esperar que se decida quem será destacado Entretanto, esforçam-se por atrair de novo a atenção expondo a sua beleza esquecida e procurando o reconhecimento num mundo que se reinventa a si mesmo a cada temporada.

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!"#$%&'()*#%'+)",%#-+./%0'/#)1-*,%#'02/%3'/",%4%5*#*%('1-*#)6"Sintética

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EXPLOSÃO

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RECAPITULEMOS, FOI NO INÍCIO DO SÉCULO 20 QUE O QUÍMICO LEO H. BAKELAND DESENVOLVEU A BAQUELITE, O PRIMEIRO PLÁSTICO RÍGIDO. DEPOIS VIERAM O NYLON (TOTALMENTE SINTÉTICO), O POLIÉSTER, O POLIETILENO… AO LONGO DO SEU SÉCULO E POUCO DE VIDA OS MATERIAIS SINTÉTICOS, COM O PLÁSTICO À CABEÇA, TÊM SUBIDO E DESCIDO CONSTANTEMENTE NOS RANKINGS DE POPULARIDADE. NOS ANOS CINQUENTA E SESSENTA O PLÁSTICO FOI UM DOS MATERIAIS ESTRELA, NOS OITENTA REPETIU A FAÇANHA DECAINDO NOS ANOS NOVENTA. NO SÉCULO 21 NÃO TEM TIDO GRANDE SAÍDA JÁ QUE SE ESTÁ A FAZER UMA TENTATIVA (TARDIA?) DE REGRESSAR AOS MATERIAIS TRADICIONAIS. ESTA É UMA INICIATIVA LOUVÁVEL, MAS CONVÉM QUE SE SAIBA COMO ESTÃO OS NOSSOS RECURSOS NATURAIS. AS CONOTAÇÕES SOCIAIS ASSOCIADAS À PALAVRA PLÁSTICO TAMBÉM NÃO SÃO POSITIVAS, JÁ QUE ALGO É “PLÁSTICO”QUANDO É FALSO. O FILME PLASTIC PLANET, QUE ESTREOU NO INÍCIO DESTE ANO, OFERECE INFORMAÇÃO EXAUSTIVA SOBRE O QUÃO PREJUDICIAIS SÃO OS MATERIAIS SINTÉTICOS PARA O MEIO AMBIENTE E ATÉ PARA A NOSSA SAÚDE. DE CERTEZA QUE TÊM RAZÃO, MAS MATERIAIS COMO O PLÁSTICO SÃO PARTE DA NOSSA VIDA E DA NOSSA CULTURA. ALÉM DISSO: “QUE O HOMEM ACTUAL SE QUEIXE DO PLÁSTICO É COMO SE UM TIPO DO PALEOLÍTICO SE QUEIXASSE DAS PEDRAS” (BLOG NERDS ALL STAR). POSTO ISTO, AQUI FICA A NOSSA PEQUENA HOMENAGEM SINTÉTICA.

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BEEFEATER CONTINÚA LONDONIZANDO NUESTRAS

TIERRAS · ESTE VERANO NOS TRAE LAS TÍPICAS CABINAS

LONDINENSES · CABINAS QUE DAN PREMIOS Y DESDE

LAS QUE PODRÁS LLAMAR GRATIS A LONDRES.

¿Una cabina londinense frente al Guadalquivir? No, no te has equivocado de ciudad. Estás en Sevilla, pero te has encontrado con una de las cabinas que Beefeater colocará este verano en lugares céntricos de seis ciudades españolas: A Coruña, Bilbao, Málaga, Madrid, Sevilla y Valencia. Lo mejor de todo es que las cabinas no serán solo un elemento decorativo, también funcionan. A través de ellas podrás llamar gratuitamente a cualquier número de teléfono de Londres, pero, además, las cabinas suenan. Y eso no es bueno, es muy bueno, porque si casualmente pasas al lado de una de estas cabinas en el momento en que hace ring, y coges el teléfono, alguien te hará una pregunta sobre Londres, si la respondes correctamente recibirás uno de los muchos premios que reparte Beefeater London Calling: prácticas de trabajo en Londres, cursos de idiomas, viajes a Londres, entradas para espectáculos… Si quieres ir preparándote encontrarás pistas para contestar estas preguntas en la web de Londonize. Las cabinas se instalarán solo de jueves a sábado, de 10 de la mañana a 12 de la noche (tres días en cada ciudad), y cada sábado se hará una fiesta de despedida 100% british, donde pinchará Sam Young. También podrás conseguir las entradas para estas fiestas contestando a las llamadas de las cabinas. Esta acción es otra de las originales propuestas de Londonize by Beefeater, que nos ha sorprendido ya con eventos como la celebración de las carreras de Ascot en el Hipódromo de la Zarzuela o la instalación de los tradicionales mercadillos londinenses en los barrios madrileños más castizos. Ahora le toca el turno a la red telephone box creada en 1921 por el arquitecto Sir Giles Gilbert Scott. La primera cabina se instaló en 1926 y con el tiempo se convirtió en lo que todavía es hoy: uno de los iconos british por excelencia. Ahora, en la puerta de tu casa.

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<www.londonize.com>

!"#$% Texto: SOFÍA DOS SANTOS · Collage: ANA HIMES

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