monografia :agressividade e relacoes conjugais

61
UNIVERSIDADE ANHANGUERA CURSO DE PSICOLOGIA LUZIA DA PENHA GOMES PANISOLLO TETRAULT AGRESSIVIDADE E RELAÇÕES CONJUGAIS

Upload: luzia-tetrault

Post on 11-Apr-2017

31 views

Category:

Social Media


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

UNIVERSIDADE ANHANGUERACURSO DE PSICOLOGIA

LUZIA DA PENHA GOMES PANISOLLO TETRAULT

AGRESSIVIDADE E RELAÇÕES CONJUGAIS

OSASCO2014

Page 2: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

LUZIA DA PENHA GOMES PANISOLLO TETRAULT

AGRESSIVIDADE E RELAÇÕES CONJUGAIS

Monografia apresentada ao curso de Psicologia, como requisito parcial para a obtenção do título de xxxxx.

Orientador: Prof. xxxxxx

CIDADE2014

Page 3: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

LUZIA DA PENHA GOMES PANISOLLO TETRAULT

AGRESSIVIDADE E RELAÇÕES CONJUGAIS

Trabalho de Conclusão de curso apresentada a universidade Anhanguera de São Paulo, como exigência do curso de Psicologia. Apresentada ao curso de Psicologia,Orientador: Prof. Mestre Plinio Bronzeri.

Aprovado em ____/____/____

____________________________________Orientador: Prof. Xxxxxxxxxxx

Faculdade xxxxxxxxxxx

____________________________________Prof. Xxxxxxxxxxx

Faculdade xxxxxxxxxxx

____________________________________Prof. Xxxxxxxxxxx

Faculdade xxxxxxxxxxx

Page 4: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

Dedico este trabalho à meu esposo William Henry Tetrault pelo suporte atenção e calma durante esta minha longa jornada acadêmica, e por seu amor incondicional.

Page 5: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me permitido e ajudado a cumprir mais esta etapa em minha vida, por ter me dado inspiração e forca para prosseguir. Aos meus familiares que acreditaram em mim.Aos meus amigos mais chegados que foram partes essenciais na minha vida acadêmica: Celeni, Milca Almeida, Vanessa Giselle e Bruna Moreira, amigos os quais que me fizeram gargalhar nas dificuldades.Agradeço aos professores que me proporcionaram este aprendizado.Ao meu orientador, Professor Plinio, que me transmitiu muita calma e paciência neste trabalho.

Page 6: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

RESUMO

TETRAULT, L.P.G.P. AGRESSIVIDADE E RELACOES CONJUGAIS.20014.41 f. Trabalho de Conclusão de curso (TCC) – Curso de Psicologia,Universidade Anhanguera de São Paulo,2014.

Este estudo teve o objetivo de discorrer a respeito das bases que compõem os estudos arraigados à agressividade e relações conjugais, avaliando os fundamentos que abarcam a temática em toda a sua completude, analisando os processos de construção das identidades dos indivíduos, bem como os aspectos inerentes a agressividade em toda a conjuntura e examinando os baldrames que relacionam a agressividade nas relações conjugais. De tal modo, esta pesquisa, dentro de seu procedimento metodológico, se embasará nos métodos bibliográficos, onde acredita-se ser essencial a utilização de fundamentação teórica para construção do trabalho. Com o resultado da pesquisa foi possível concluir que o comportamento agressivo do homem ante às relações conjugais pode ser avaliado em conformidade a distintos fatores, e, o controle e domínio à mulher tornam-se preceitos que abrangem esse comportamento hostil, e que, por vezes, pode ser designado como violento, e que deve ser analisado sistematicamente e tratado em termos de manter a estabilidade emocional nas relações conjugais.

Palavras-chave: agressividade; relações conjugais; identidades.

Page 7: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................7

1 PROCESSO CONSTRUTIVO DA IDENTIDADE DO HOMEM DIANTE DA SOCIEDADE...............................................................................................................9

1.1 BALDRAMES INERENTES AO SISTEMA DE CONSTRUÇÃO DAS IDENTIDADES HUMANITÁRIAS..............................................................................10

1.2 A DUALIDADE HOMEM X MULHER PERANTE A SOCIEDADE: ASPECTOS COMPORTAMENTAIS HISTÓRICOS E CONTEMPORÂNEOS DAS RELAÇÕES CONJUGAIS.............................................................................................................14

2 AGRESSIVIDADE: FUNDAMENTOS BASAIS E CAUSALIDADES DESTA NOS INDIVÍDUOS..............................................................................................................24

2.1 ASPECTOS FUNDAMENTAIS CONCERNENTES À ORIGEM E DEFINIÇÕES DA AGRESSIVIDADE...............................................................................................24

2.2 EXPLANAÇÕES ACERCA DAS CAUSALIDADES DA AGRESSIVIDADE NOS INDIVÍDUOS..............................................................................................................30

3 A AGRESSIVIDADE DO HOMEM NAS RELAÇÕES CONJUGAIS: ASPECTOS INERENTES AOS PRESSUPOSTOS CAPITAIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS......33

3.1 FUNDAMENTOS ARRAIGADOS À AGRESSIVIDADE MASCULINA NAS RELAÇÕES...............................................................................................................33

3.2 EXPLANAÇÕES ACERCA DA AGRESSIVIDADE COMO VIOLÊNCIA: TIPOLOGIAS E CONSEQUÊNCIAS DESTAS NAS RELAÇÕES CONJUGAIS.....36

CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................39

REFERÊNCIAS.........................................................................................................40

Page 8: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

7

INTRODUÇÃO

Inicialmente, discorre-se que a identidade no ser humano pode ser avaliada

como um tipo de ferramenta que reúne as características relativas às pessoas de

maneira individual, sendo observada como o meio no qual o indivíduo tem a

possibilidade de se autodefinir, arraigando-se, ao mesmo tempo, ao comportamento

interno das pessoas antes os processos de mudanças.

Deste modo, avalia-se que o processo de concepção das identidades dos

indivíduos fundamenta-se em uma categoria de organização interna, pautando-se

nas capacidades, crenças, controle, impulsos.

Paralelamente, dentro da construção identitária das pessoas, pode-se

elucidar que as relações estabelecidas entre homens e mulheres cooperaram

efetivamente para a concepção deste processo, visto que estas relações vêm

transformando com o decorrer dos anos, o que abarca modos de agir, comportar e

pensar de ambos.

A agressividade, neste sentido, é designada como um tipo de comportamento

que possui a finalidade de causar um determinado tipo de dano a uma pessoa, e,

nas relações conjugais, a agressividade do homem é ocasionada como um meio de

controle e domínio sobre o cônjuge, no caso, a mulher.

Acredita-se, nesta dimensão, que a agressividade quando cotejada às

relações conjugais parte de padrões de comportamentos visualizados como

impulsivos, que faz com que o ser homem comporte-se e aja de maneira inusitada

diante de um sentimento de comando e exaltação.

Assim sendo, este estudo acadêmico apresenta como escopo basilar

discorrer a respeito das bases que compõem os estudos arraigados à agressividade

e relações conjugais, avaliando os fundamentos que abarcam a temática em toda a

sua completude, analisando os processos de construção das identidades dos

indivíduos, bem como os aspectos inerentes a agressividade em toda a conjuntura e

examinando os baldrames que relacionam a agressividade nas relações conjugais.

De tal modo, esta pesquisa, dentro de seu procedimento metodológico, se

embasará nos métodos bibliográficos, onde acredita-se ser essencial a utilização de

fundamentação teórica para construção do trabalho. Entende-se que o emprego de

fontes primárias e secundárias para embasamento da pesquisa incide em parte

Page 9: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

8

primordial para o desenvolvimento da mesma, pois utilizar-se de livros e documentos

sobre o assunto em tese, compõe-se, por si só, em elementos importantes para o

processo de estabelecimento do conteúdo relativo ao trabalho.

A discussão em torno da temática, igualmente, será construída

qualitativamente, por meio de fases que irão investigar os objetivos, cujas pesquisas

bibliográficas e documentais atuarão como mediadoras para a descrição do

contexto.

Dentro desta perspectiva, o capítulo um irá sopesar acerca do processo de

construção das identidades, ponderando sobre a dualidade existente entre homens

e mulheres e o papel do homem na constituição da família, criando, desta forma,

fundamentações para compor o estudo em tese.

Sequencialmente, o capítulo dois possui o intento de analisar a respeito da

agressividade, sopesando sobre suas concepções, características e aspectos

basilares, acrescendo nos teores abordados.

Por fim, o capítulo três aporta com objetivo de traçar análises em alusão à

agressividade do homem nas relações conjugais, elucidando sobre perspectivas

inerentes à agressividade verificada no homem ante às relações conjugais,

apresentando suas singularidades, causas e consequências, justificando,

indubitavelmente, este estudo acadêmico.

Page 10: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

9

1 PROCESSO CONSTRUTIVO DA IDENTIDADE DO HOMEM DIANTE DA SOCIEDADE

Inicialmente, pode-se analisar, segundo a visão de Torres (2008) que a

identidade é compreendida como uma reunião ou conjunto de características

inerentes aos indivíduos, sendo que esta diferencia as pessoas umas das outras,

sua postura perante a sociedade e seu comportamento.

Neste sentido, a identidade atua como um instrumento que acrescenta as

peculiaridades essenciais às pessoas de maneira individual, consistindo em

ordenações referentes ao seu ambiente de convívio social.

Prontamente, elucida-se que as identidades tornam-se importantes para o

estabelecimento de relações interpessoais e, neste sentido, a visão do ser perante a

sociedade apresenta uma função de destaque no processo construtivo daquela,

delineando uma postura diversificada no que se refere ao procedimento de

fabricação de sentidos para as diferentes práticas e referências de caráter pessoal.

No que tange a construção das identidades dos indivíduos, esta é tida como

indubitável, haja vista que contribui para que os mesmos alcancem um

reconhecimento de seu espaço, compreendendo, quem verdadeiramente são, as

afinidades com outras pessoas, bem como suas diferenciações e anseios diante da

realidade que se encontram imersos.

Assim sendo, o presente capítulo possui o desígnio de ponderar acerca do

processo de construção da identidade do homem perante a sociedade, discorrendo

sobre os baldrames inerentes ao sistema de construção das identidades

humanitárias, além de se levantar uma análise a respeito da dualidade homem x

mulher perante a sociedade, através de precedentes históricos e contemporâneos

que fundamentam as relações conjugais, por fim, compreender o papel do homem

na família, de modo a acrescer de maneira basilar as fundamentações deste estudo.

Page 11: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

10

1.1 Baldrames inerentes ao sistema de construção das identidades humanitárias

Carvalho (2012) inicia a análise discorrendo a respeito do quão diferentes

consistem os conceitos referentes à identidade, visto que são debatidos em

segmentos como psicologia, filosofia, sociologia e antropologia, através de

observações associadas aos pressupostos da valorização da individualidade, ou

ainda de expressões focadas no eu, subjetividade e relações sociais.

Neste sentido, a identidade, pode ser entendida como a maneira com a qual o

indivíduo delibera a si mesmo, voltando-se ao mesmo tempo a conjeturas que o

relaciona, como a confiança na continuidade ou perpetuação interna do ser humano

em meio às transformações, ou mesmo como um tipo de organização interna, que

se fundamenta na autoconstrução e dinamismo de impulsos, crenças, capacidades e

história singular. (TORRES, 2008)

Ao mesmo tempo, as deliberações ao redor das compreensões da identidade

direcionam-se para um componente que se encontra aprofundado no discurso que a

pessoa apronta quando sua consciência passa a administrar suas atividades,

memórias e idéias. (CARVALHO, 2012)

Diante do contexto, Moreira (2007) elucubra que, uma vez que as concepções

da identidade sejam invariavelmente avaliadas, observa-se uma espécie de

conformidade no que diz respeito ao eu como uma terminologia habitual à

conceituação de identidade, com alusões em categorias centradas na pessoa, eu,

ego e indivíduo.

Carvalho (2012) discorre que deliberar a terminologia identidade incide como

complexo, e, deste modo, pode ser subdividida em distintos estados de maneira tal

que se entenda adequadamente o abarcamento do termo em questão.

Em contrapartida, Moura (2007) considera que “o conceito de identidade, de

modo geral, se relaciona ao conjunto de compreensões que as pessoas mantêm

sobre quem elas são e sobre o que é significativo para elas” (MOURA, 2007, p. 03)

A identidade, igualmente, pode ser compreendida como um conjunto de

componentes que determinam a maneira com a qual o indivíduo Pensa, age ou se

relaciona com a sociedade. (CARVALHO, 2012)

Page 12: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

11

Diante disto, a identidade passa a ser dividida em diversos tipos de

condições, como a identidade pessoal, cultural, social, étnica e nacional.

(CARVALHO, 2012)

No que tange à identidade pessoal, Moura (2007) acena que esta consiste

como o segmento de identidade que possui maior complexidade para ser

apresentada, no entanto, destaca-se em relação às outras possibilidades em razão

de avaliar em elementos categóricos para a caracterização e diferenciação dos

indivíduos.

Sobre a identidade pessoal, Moura (2007) sopesa:

A identidade pessoal parece ser a de mais complexa formação, dependendo também de outros fatores como características familiares, criação, costumes locais; e que tem uma ligação estrita com diferentes períodos da vida, sobretudo a idade. Outros fatores pessoais como personalidade, traços físicos e intelectuais também exercem um impacto direto sobre a identidade pessoal. A “auto-identidade” (ou identidade pessoal) nos separa como indivíduos distintos. A identidade pessoal é obtida através de um “processo de autodesenvolvimento”, que possibilita a formulação de um sentido único de nós mesmos e de nossa relação com o mundo à nossa volta. (MOURA, 2007, p.03)

O autor supracitado adiciona que a identidade pessoal relaciona-se por meio

de uma ligação invariável da pessoa com o mundo exterior, auxiliando, da mesma

maneira, para conceber e estruturar sua noção de si mesmo.

Paralelamente, tem-se a identidade social, ventilada por Moreira (2007) como

uma segmentação instaurada através de grupos de convivência, com amizades e

instâncias prosaicas.

Nesta tipologia de identidade, Moura (2007) pondera que nela verifica-se a

apresentação de uma função basal, especialmente nas etapas da adolescência,

onde é possível verificar diferentes e intensas descobertas, em tendências inflexíveis

de influência de terceiros, visto que ainda não se encontra completamente

construída a identidade pessoal.

Neste ínterim, percebe-se que a identidade social faz referência às

peculiaridades que as pessoas demandam em consequência dos relacionamentos

sociais estabelecidas a partir da convivência com outros indivíduos. (MOREIRA,

2007)

Page 13: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

12

Deste modo, pode-se apontar que “a identidade social diz respeito às

características que são atribuídas a um indivíduo pelos outros” (MOURA, 2007, p.

04)

Imerso nesta conjetura, é apropriado salientar a importância das chamadas

“tribos” na adolescência, exemplificando, nas quais as pessoas buscam por grupos

de convívio, com o objetivo de se aproximar e identificar com o maior número de

pessoas possível, conseguindo informações evidentes a respeito de diferentes

objetos de interesse comum nesta faixa etária. (TORRES, 2008)

Considera-se, segundo Moura (2007), que a identidade social abaliza o modo

com o qual as pessoas são análogas as outras, como, por exemplo, no

compartilhamento de acontecimentos que as contentem, de maneira especial em

grupos que partilham os mesmos atributos.

No que se refere ao segmento designado de identidade cultural, Moura (2007)

elucida que este se encontra conexo a elementos considerados inflexivelmente mais

antigos que a própria sociedade ou ainda a civilização, o que arraigar-se a uma pré-

determinada coletividade apresentar mais que uma identidade cultural.

Esta conjuntura pode vir a acontecer em conseqüência de múltiplos agentes,

como a razão de que algumas culturas apresentam historicamente maiores

acontecimentos do que as nações especificamente ditas, o que as alocam como

ainda mais antigas. (FERNANDES; ZANELLI, 2006)

Além disso, pode-se complementar que uma cultura tem a possibilidade de

ser desenvolvida através de diferentes outras culturas, mesmo em cada família ou

grupos sociais, com tradições desiguais. (MOURA, 2007)

O autor supracitado insere como exemplo deste tipo de distinção a cultura

que se observa em uma família composta por descendentes de índios e uma família

brasileira descendente de negros.

A cultura que é visualizada nestas famílias opõe-se em ampla dimensão, o

que deposita na identidade cultural com uma importância que transpõe as linhas de

descendência, miscigenando-se às tradições regionais, bem como aos biótipos de

época e comportamento, apresentando relevante influência a respeito das pessoas,

com seus costumes, atitudes e postura, bem como quanto a acontecimentos.

(MOREIRA, 2007)

Page 14: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

13

Subsequentemente, Moura (2007) arrazoa em referência à identidade étnica,

como consistindo em algo invariável, que irá modificar-se em consonância com as

descendências e particularidades físicas das pessoas.

O autor supracitado elucubra que “mais do que apenas características

genéticas, a identidade étnica depende da cultura familiar, ou até mesmo da

identificação do indivíduo com sua terra, seu povo, ou dos seus descendentes.”

(MOURA, 2007, p. 04)

Moura (2007) exemplifica de acordo com a situação que se segue:

Um exemplo é o caso dos brasileiros com ascendência oriental (dekasseguis), que saíram do país para buscar trabalho em países orientais. Se aqui eles são chamados de japoneses, e até “segregados” por sua aparência física, lá eles acabam sendo hostilizados justamente pelo motivo contrário. Embora tenham uma identidade étnica japonesa, eles também têm uma identidade cultural nipo-brasileira, o que os difere dos japoneses do Japão. Ao mesmo tempo em que parecem ter duas identidades étnicas, podem sentir-se sem nenhuma, já que essas pessoas nem sempre são vistas como brasileiras em seu próprio país e nem como japonesas no Japão. Muitas vezes esses indivíduos acabam sofrendo uma complexa crise de identidade, que envolve tanto a identidade étnica quanto a cultural. (MOURA, 2007, p. 05)

O autor acima mencionado, paralelamente, considera acerca da identidade

nacional, esta compreendida como àquela referente ao país de origem ou mesmo

residência por extenso período de tempo, continente, singularidades em termos

geográficos, dentre outros elementos a ser considerados.

Esta tipologia de identidade se distingui da identidade étnica por não

encontrar-se alicerçada de maneira tão viva em características como, por exemplo,

raça e descendência. (MOURA, 2007)

Destarte, insere-se como exemplificação de identidade nacional os

acontecimentos internacionais, como o caso dos campeonatos esportivos mundiais,

em que os sentimentos referentes ao patriotismo afloram nas pessoas de uma

maneira geral, exasperando, deste modo, emoções e sentimentos que se identificam

aos significantes símbolos das nações, como ocorre com as bandeiras nacionais e

os hinos. (TORRES, 2008)

Prontamente, pondera-se que este tipo de manifestação, de acordo com

Moreira (2007), faz com que as pessoas, busquem, pelo patriotismo exacerbado do

Page 15: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

14

momento, evidenciar aos adversários este sentimento, e, consequentemente,

intimidando-os na prática de seus esportes.

Assim sendo, salienta-se que a identidade nacional situa-se arraigada junto

às outras segmentações de identidade abordadas anteriormente, notadamente a

identidade cultural, étnica e social, haja vista que “a identidade de um país não

depende somente de um indivíduo, mas sim de um grupo de indivíduos, com suas

diversas identidades.” (MOURA, 2007, p.05)

Neste sentido, e em consonância com as conjeturas explanadas, pode-se

visualizar que o somatório de todos os segmentos de identidade irá estabelecer a

identidade pessoal do ser humano, com o entendimento de que as identidades

pessoal, social, cultural, étnica e nacional congregam-se em prol da construção da

identidade pessoal do indivíduo. (TORRES, 2008)

Percebe-se, ao mesmo tempo, que as diferentes identidades pessoais

poderão vir a ser utilizadas na compreensão de um determinado grupo, que seja

amplo, de convivência social e de compartilhamento de informações, o que

corrobora, decisivamente, no processo de integração de diversas identidades

pessoais, auxiliando na construção da identidade social de todos aqueles que se

encontram envoltos neste processo. (FERNANDES; ZANELLI, 2006)

Deste modo, perante as fundamentações explanadas, aponta-se como

primordial ao contexto analisar a respeito do processo que relaciona a dualidade

homem x mulher perante a sociedade, avaliando as bases e conjeturas das relações

conjugais, complementando assim este estudo acadêmico.

1.2 A dualidade Homem x Mulher perante a sociedade: aspectos comportamentais históricos e contemporâneos das relações conjugais

Para se encontrar um entendimento acerca do comportamento do ser

humano, é de suma importância explanar acerca da dualidade homem x mulher

através dos tempos como um instrumento de percepção acerca da agressividade e

das relações conjugais, assunto este que será mais bem desenvolvido ao longo da

presente pesquisa acadêmica.

Page 16: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

15

Em um primeiro momento, é possível vislumbrar que a história da mulher é

tida como extremamente recente, uma vez que antes de começar a ser vista como

disciplina científica, o lugar da mulher sempre esteve sujeito às representações do

homem.

Assim, segundo Strey, Cabeda; Prehn (2004), a maior parte da história da

humanidade sempre foi centrada no homem, apontado como detentor de poderes

universais, deixando limitada a história da mulher.

Os conhecedores e entusiastas responsáveis pelas formações de conceitos

categorizaram a história de maneira que ambos os sexos ostentassem valores

diferenciados, todavia com o masculino sempre em níveis muito superiores.

(STREY; CABEDA; PREHN, 2004)

Souza (2010) salienta que a figura masculina era a imagem de Deus, o

defensor, o protetor, aquele que trabalha e alimenta a família, ou seja, um indivíduo

infinitamente superior à mulher.

Porém, de acordo com as premissas de Strey, Cabeda; Prehn (2004), apesar

da concepção do vocábulo para os estudiosos, pode ser percebido que a sinergia

entre os seres humanos vem mudando com o tempo.

Em percepções mais remotas, a mulher era considerada como um ser

impossibilitado de desenvolver algum pensamento ou atitude. (STREY; CABEDA;

PREHN, 2004)

Acrescenta-se que para determinados religiosos não era consentido que se

dirigisse o olhar para qualquer mulher, sob pena de exclusão do clero. (STREY;

CABEDA; PREHN, 2004)

De acordo com Strey, Cabeda; Prehn (2004), uma vez a história se

aproximando da era pré-cristã, têm-se as mulheres como seres puramente

subservientes ao trabalho doméstico.

E ainda, as autoras apontam que, a esmagadora maioria masculina era

agradecida por não ter nascido em corpo de mulher, uma vez que estes eram os

únicos que podiam ouvir o chamado de Deus para a fé. (STREY; CABEDA; PREHN,

2004)

Entretanto, Freud COLOQUE O NOME COMPLETO DELE (VIDA E MORTE)

ANOS, segundo as concepções de Strey, Cabeda; Prehn (2004), já afiançava que a

mulher carecia ser considerada um ser pela qual se possibilitava sentir o sopro de

vida pela procriação materna, pois este era um sentimento admitido somente a ela,

Page 17: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

16

cabendo ao homem o papel de um mero instrumento para a efetivação deste

sentimento.

Paralelamente, as autoras acima mencionadas lembram que aos homens não

era permitido chorar, desabafar ou mesmo expressar suas emoções, pois, tais

atitudes significariam fragilidade, insegurança e fraqueza, denotando assim, ações

características pejorativas ao sexo masculino.

Simultaneamente, Souza (2010) pondera que, já no período final da

antiguidade, a representação da mulher se afrontava com a imagem da idade média,

sendo colocada por diversas vezes em situação de superioridade à do homem.

E, em determinadas culturas, a mulher era cognominada como um ser

inteiramente capaz de realizar encantamentos e receber préstimos de entidades

superiores, de acordo com suas religiões. E, neste sentido, o homem

invariavelmente seria subjugado pelo medo. (SOUZA, 2010)

O autor supracitado indica que o próprio Messias, sob a ótica do Cristianismo,

revogava considerações à mulher quando superestimava a participação de figuras

femininas em relevantes acontecimentos e afirmava categoricamente que seu lugar

e presença na sociedade nunca poderiam ser desrespeitados, em detrimento ao que

efetivamente aconteceu ao longo dos séculos.

Com o desenvolvimento e ampliação do cristianismo, os religiosos

combateram persistentemente essa concepção mágica e poderosa que as mulheres

contraíram mediante seus supostos poderes de encantamentos e magias junto às

entidades do além. (SOUZA, 2010)

Neste sentido, o autor acima enfatiza que o clero procurava exaltar o caráter

igualitário entre homens e mulheres com o escopo central de aplacar esta imagem

de poder de forças estranhas à fé.

Deste modo, Souza (2010) complementa que o clero batizava as criaturas

como sendo todos seres oriundos de uma mesma divindade, na qual a suposta

superioridade concedida às mulheres seria considerada como inventiva, falsa e que

iria contra todas as ações de ordem divina.

Strey, Cabeda; Prehn (2004) discutem que, de uma forma androcêntrica, a

humanidade se concentrou em designar a mulher como um indivíduo inferior e,

portanto, na tentativa de readquirir o verdadeiro aspecto da mulher na historia, faz-

se necessária certa concepção de novas metáforas que distingam e favoreçam as

particularidades e a pluralidade da figura feminina dentro da sociedade.

Page 18: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

17

Contudo, Souza (2010) discorre que a tarefa de afastar as determinações de

que o homem é superior e que a mulher deve ser subjugada por ele não foi e, em

muitas culturas, ainda não é uma tarefa fácil e de tranqüila aceitação.

Assim, se com o passar dos anos o homem era um ser supremo em relação à

mulher, devido a sua capacidade de trabalho e busca pelo sustento enquanto a

mulher era capaz unicamente de procriar e cuidar do homem, atualmente uma nova

dualidade continua a tomar conta das discussões acerca do gênero. (SOUZA, 2010)

Entretanto, antes de se abordar este novo âmbito na diferenciação homem

VERSUS x mulher, é fundamental entender o que significa gênero. Deste modo, é

fundamental citar uma conceituação ampla e explicativa disposta por Soihet (1997):

Gênero tem sido desde 1970 o termo usado para teorizar a questão da diferença sexual. Foi inicialmente utilizado pelas feministas americanas que queriam insistir no caráter fundamentalmente social das distinções baseadas no sexo. A palavra indica uma rejeição ao determinismo biológico implícito no uso de termos “sexo” ou “diferença sexual”. O gênero se torna, inclusive, uma maneira de indicar as “construções sociais”, a criação inteiramente social das ideais sobre os papéis próprios aos homens e as mulheres. (SOIHET, 1997, p. 279).

Percebe-se, portanto, que a definição exposta pela autora supracitada é

pragmática e, ao mesmo tempo, pertinente à temática do presente trabalho

acadêmico, haja vista que as discussões acerca do gênero surgiram a partir de

embates acerca das diferenciações de sexo.

Neste sentido, a partir do entendimento do conceito de gênero é possível

apontar que a dualidade entre homem x mulher passou a um novo âmbito e que as

discussões acerca do tema tomaram um novo rumo.

Strey, Cabeda; Prehn (2004) discorrem acerca de uma concepção freudiana

que se dá pela concepção de que a figura feminina se encontra atualmente em uma

busca incessante pela igualdade entre os sexos aonde algumas delas chegam a se

personificar em imagens de cunho masculinizado, ou seja, elas partem do princípio

que para se apoderar do lugar dos homens é preciso ter as mesmas atitudes que

ele, sem sopesar que a essência de sua diferença é que iguala os indivíduos.

Ao mesmo tempo, as autoras supracitadas elucidam que os homens, ao ver

que seu espaço tem diminuído drasticamente e as mulheres passaram a mandar ao

Page 19: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

18

invés de obedecer – e não somente no mercado de trabalho, mas principalmente

dentro das próprias residências -, continuam a buscar no preconceito advindo da

antiguidade para justificar sua capacidade mediante a possível incompetência e

inutilidade da mulher para realizar qualquer tarefa no mesmo nível que ele.

E, de acordo com Souza (2010), mesmo em seus próprios lares, existe uma

disputa incessante entre os sexos pelo controle da residência como um todo, mas,

principalmente, no que tange à tomada de decisões. (SOUZA, 2010)

Contudo, os homens, principalmente os ocidentais, perceberam que houve

uma quebra do paradigma de superioridade masculina.

E no dias de hoje, é somente a partir de decisões tomadas em conjunto que

as tarefas são divididas, sejam elas de busca pela subsistência ou mesmo as mais

simples atividades domésticas. (SOUZA, 2010)

Strey, Cabeda; Prehn (2004) denotam ainda que, de maneira generalizada, a

globalização econômica mundial trouxe um novo contexto para as relações

conjugais. Segundo elas, pode-se observar ainda que, em muitos casais, houve uma

inversão de papéis.

Aquele que encontrar as melhores oportunidades ou for mais graduado a

nível profissional se torna o principal provedor da família. Mas não o único. (SOUZA,

2010)

As relações conjugais nos tempos atuais são pautadas em trabalho mútuo e

colaborativo, seja a nível financeiro ou a nível doméstico. (STREY; CABEDA;

PREHN, 2004)

Porém, é fundamental citar que as autoras supracitadas afirmam que a

feminilidade é que se estabelece na alternativa para a crise em que o poderio dos

homens se encontra imerso atualmente.

Assim, percebe-se que (STREY; CABEDA; PREHN, 2004) vislumbram que

nunca haverá uma igualdade entre os sexos e, neste sentido, a discussão será

sempre pautada na diferenciação entre eles.

Deste modo, é essencial explicitar o papel do homem na família, de modo a

levantar os contrastes observados até os dias de hoje para que melhor se

compreenda o processo construtivo da identidade do homem diante da sociedade.

Page 20: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

19

1.3 A instituição família e o papel do homem

Inicialmente, com o intuito de alcançar maior completude do presente estudo

acadêmico, é fundamental entender o que é a instituição família e seus objetivos

para, posteriormente, pautar as questões inerentes ao homem neste contexto.

Assim, segundo os preceitos de Cunha; Santos (2006), a família pode ser

determinada como uma instituição de distintos componentes que compartilham

conjunturas afetivas, culturais, econômicas, sociais e históricas, entendida, desta

maneira, como uma unidade social que recebe e emite acontecimentos históricos e

que apresenta uma dinâmica definida e uma comunicação própria.

Ao se avaliar o conjunto família, Cunha; Santos (2006) apontam que:

A família dispõe de um modo de funcionamento impar – o amor – algo que não se adquire nas prateleiras de qualquer supermercado, mas supõe, idealmente a gratuidade e a incondicionalidade. Assim, das inúmeras mudanças, algo permanece, ou seja, a preocupação com os filhos, que são hoje criados por muitas delas, com muito mais desvelo, amor, carinho e preocupação com seu bem estar e crescimento harmonioso. [...] a família é um conjunto invisível de exigências funcionais que organiza a interação dos membros da família, considerando-a, igualmente, como um sistema, que opera através de padrões transacionais. [...] sendo assim, no interior da família, os indivíduos podem constituir subsistemas, podendo estes ser formados pela geração, sexo, interesse e/ou função, havendo diferentes níveis de poder, e onde os comportamentos de um membro, afetam e influenciam os outros membros. A família, como unidade social, enfrenta uma série de tarefas de desenvolvimento, diferindo em nível dos parâmetros culturais, mas possuindo as mesmas raízes universais. (MINUCHIN apud CUNHA; SANTOS, 2006, p.18-19)

De acordo com os autores supracitados, a família propriamente dita lida

diariamente com frequentes influências de caráter econômico, social, cultural e

político, o que ocasiona em modificações nas funções e nos relacionamentos

acarretados em seu âmago, e, ao mesmo tempo, acaba por transformar suas bases

no que dizer respeito à composição familiar.

Em conseqüência de sua potencial capacidade para se adaptar às

imposições estabelecidas pelo ambiente, admite-se que a família tem alcançado

novas formas de sobrevivência, no que tange às agudas crises sociais. (CUNHA;

SANTOS, 2006)

Page 21: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

20

Além disso, o autor acima mencionado discorre que a família é entendida

como um elemento basilar na conjuntura do desenvolvimento humano, e, do mesmo

modo, consiste no caminho fundamental para a saúde de seus membros, ainda que

todas as mudanças sociais, culturais e econômicas que alteraram a composição da

família, e que, mesmo assim, ainda se observa transformações significativas nos

relacionamentos intrafamiliares. (CUNHA; SANTOS, 2006)

Paralelamente, ao se ponderar acerca do significado da família, é importante

ressaltar as explanações acerca do gênero, haja vista que este proporciona um

compreendimento renovado e transformador das desigualdades entre homens e

mulheres dentro das intuições de família, ampliando as noções das controvérsias

individuais, destacando as interações sociais que insuflam nas deliberações de

cunho ocupacional e educativo.

Deste modo, conforme abordado anteriormente por Soihet (1997), a

concepção de gênero como organização histórica e cultural alude em considerações

sobre o sistema social de gênero, onde o agrupamento de classificações e conjuntos

simbólicos através dos quais a sociedade transforma homens e mulheres.

Portanto, a família configura-se como uma amalgamação de conformismo às

determinações sociais e como um elemento basilar de resistência contra a

sociedade, resguardando a dominação de mulheres e filhos, mas, protegem

mulheres, idosos e crianças “contra a violência urbana; cria condições para a

dominação masculina, mas garante aos homens um espaço de liberdade contra sua

subordinação no trabalho; conserva tradições, mas é o espaço de elaboração de

projetos para o futuro, é não só núcleo de tensões e de conflitos, mas também o

lugar onde se obtém prazer.” (CHAUÍ apud SIMONATO; OLIVEIRA, 2003, p. 63)

Em uma sociedade qualificada por imutáveis desigualdades, as famílias em

seu completo processo de desenvolvimento alimentam laços de estabilidade e

afetividade de ordem econômica alinhavados, embora se visualize um número

significativo, no transcorrer de toda a história da família, de insuficiência de recursos

assistenciais ou ainda de direitos sociais, além da presença de famílias unidas por

conveniência ou sobrevivência, particularidades estas que, segundo Simonato;

Oliveira (2003) necessitam ser devidamente sopesadas e entendidas de modo tal a

compreender adequadamente as denotações e transformações dos relacionamentos

familiares.

Page 22: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

21

Neste sentido, Cunha; Santos (2006) elucubram que na história da família,

distintas modificações têm ocorrido no que tange à sua composição estrutural, em

consonância com as transformações na sociedade em suas diferentes maneiras de

conceber em termos materiais a vivência em sociedade.

Os autores supracitados complementam que a família desempenha uma

função crucial em sua relação com seus elementos, além do relacionamento com o

próprio Estado, sob uma ótica de instituição social determinante ao desenvolvimento

do sistema de integração ou ainda a inserção social de seus componentes.

Percebe-se, portanto, que a família atua com uma posição essencial no que

diz respeito ao processo de construção da identidade dos indivíduos, uma vez que

auxilia de forma determinante no estabelecimento de suas relações sociais e,

indubitavelmente reforça a importância da manutenção de laços afetivos já criados,

apresentando ainda um sincrônico significado orientados para uma constante

aprendizagem e disseminação de concepções que enfoquem a inclusão de

indivíduos sob todas as perspectivas.

Partindo das explanações acima, Fernandes; Zanelli (2006) destacam a

importância em se discutir o papel do homem na família com base no enfoque criado

pelas transformações que os dias de hoje impuseram a ele e as conseqüências

delas não somente para o indivíduo, mas para toda a sua estrutura familiar.

De acordo com os pressupostos dos autores acima mencionados, o senso

comum e a sabedoria popular sempre categorizaram que este mundo pertence ao

homem.

E, conforme abordado anteriormente, as mulheres cedem enquanto os

homens dominam. Enquanto os homens fazem história, as mulheres lhes

asseguram suporte emocional.

Cunha; Santos (2006) salientam que ao homem sempre coube o ambiente

externo a casa, de produzir, de construir, de caçar, enquanto à mulher sempre

coube o ambiente interno da casa, de se responsabilizar em cuidar do homem, de

nutrir de afeto e alimento, de educar.

E a figura feminina sempre educou seus filhos homens a desenvolver

determinados sentimentos e as filhas outros. A demonstração da raiva coube ao

homem por beneficiar a agressividade pertinente ao provedor da família, enquanto a

demonstração de carinho coube a mulher, por beneficiar o cuidado e a nutrição.

(CUNHA; SANTOS, 2006)

Page 23: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

22

Ao homem coube o executar, à mulher coube o sentir. O filho homem nem ao

menos aprendeu a distinguir aquilo que sente e poder conversar abertamente sobre

seus sentimentos. (CUNHA; SANTOS, 2006)

Entretanto, com o passar dos anos e a quebra dos antigos paradigmas entre

superioridade masculina, as mulheres alcançaram sua inserção no mercado de

trabalho, a mecanização de processos produtivos prosperou, o capital internacional

foi deslocado dos setores de produção para os de investimentos e especulação

financeira gerando, por conseguinte, uma sociedade sem empregos para todos.

(FERNANDES; ZANELLI, 2006)

Os autores acima mencionados complementam que o trabalho se especificou

e individualizou a tal nível que o próprio homem não entende mais aquilo que

produz.

Os subempregos e o desemprego alcançaram níveis alarmantemente altos, e

com eles cresceu também o colapso do homem que não mais consegue arcar com o

papel que a família espera dele. (FERNANDES; ZANELLI, 2006)

Assim, nos dias atuais tais condições externas fizeram com que as

instituições familiares mudassem. Deste modo, o homem deixou de possuir um

caráter de necessário e/ou essencial e as mulheres passaram a ter mais influência e

peso nas decisões familiares, pois garantem seu próprio sustento e muitas vezes

optam por ter apenas um filho ou até mesmo nenhum. (FERNANDES; ZANELLI,

2006)

Neste sentido, Cunha; Santos (2006) elucidam que tal circunstância acarretou

diversos problemas para o relacionamento homem VERSUS mulher. A despeito das

aparências, esse relacionamento é acometido pela gradual minimização da

importância dos homens, que já não mais possuem vontade ou mesmo condições

de prover a família e, consequentemente, de comandá-la.

Fernandes; Zanelli (2006) sintetizam de forma pragmática que cenário é tão

profundo que só se percebe a ponta de seu iceberg. Contudo, suas conseqüências

invariavelmente influenciarão a nova identidade comportamental do homem de

maneira decisiva.

Destarte, Cunha; Santos (2006) apontam que, precisamente no espaço em

que os homens se comportam de maneira usurpadora e intransigente, humilhando

as mulheres e as crianças, descobre-se constantemente, por trás dessa atitude, sua

Page 24: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

23

impotência, um anseio de auto-afirmação ou ainda uma experiência desvirtuada de

compensação perante o demasiado valor da mulher.

Os autores supracitados concluem que, uma vez que o homem não

desenvolveu uma habilidade de se expressar emocionalmente, faltam a eles as

palavras para organizar essa mudança.

Assim, sem expressão e se sentindo completamente ferido, ele faz uso dos

próprios punhos como defesa e se torna violento. (CUNHA; SANTOS, 2006)

Portanto, através das abordagens expostas ao longo do capítulo, é possível

conceber o processo construtivo da identidade do homem diante da sociedade, além

da dualidade entre homem x mulher e o sistema familiar.

Assim sendo, têm-se os baldrames necessários para aprofundar a discussão

da presente pesquisa acadêmica no âmbito da agressividade nas relações

conjugais, de modo a se atingir o nível ideal de completude deste.

Page 25: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

24

2 AGRESSIVIDADE: FUNDAMENTOS BASAIS E CAUSALIDADES DESTA NOS INDIVÍDUOS

A agressividade, freqüentemente, é tida como uma força contraproducente.

De acordo com Kernberg (2006), Freud1, o Pai da Psicanálise, no ano de 1930 já

considerava a agressividade como inata ao homem. Um contingente de

agressividade é usado como um mecanismo de defesa contra a exploração do ser

humano.

Esta agressividade existe desde os primórdios, adjacente à necessidade de

amor que ele procura do outro. O indivíduo não consegue conservar sua

agressividade dentro de si, pois isto consistiria em um tipo de autodestruição e,

assim sendo, existe a necessidade de exteriorizá-la.

Neste sentido, devido à amplitude do entendimento da agressividade junto ao

homem, o presente capítulo tem por escopo central explanar acerca das origens e

definições da agressividade, traçando um paralelo com aspectos inerentes aos

baldrames fundamentados pela psicologia acerca do assunto para, assim, entender

as causas desta no indivíduo. INDIQUE QUE VOCE ESTARA UTILIZANDO A

PSICANALISE PARA EXPLICAR SEU PONTO DE VISTA

2.1 Aspectos fundamentais concernentes à origem e definições da agressividade

Winnicott (2003) elucubra que, no que tange às origens da agressividade, ela

tem início antes mesmo do nascimento do bebê e encontra-se nos movimentos

predominantes do feto, pois esses movimentos não são propositais e também não

têm uma implicação de conduta agressiva.

Esses movimentos ajudam a criança a desvendar um universo que não é o

dela e, por conseguinte, principiam o estabelecimento de um relacionamento com o 1 Sigsmund Schlomo Freud ou apenas Sigmund Freud nasceu em Freiberg, Tchecoslováquia, no ano de1856. Este grande nome da psicanálise foi o responsável pela revolução no estudo da mente humana e seu legado ressoa até os dias atuais como as principais referências para campos diversos, como o comportamento humano.

Page 26: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

25

mundo exterior. Logo, a agressividade pode estar conectada a uma distinção daquilo

que pertence ao eu do bebê e daquilo que não pertence. (WINNICOTT, 2003)

A agressividade, de acordo com o autor supracitado, carrega em seu âmago

um movimento natural e que, em suas primícias, é apenas um mero um movimento.

Igualmente, o balançar de braços de um bebê no útero materno é unicamente um

movimento que, por casualidade, descobre o ventre como o seu limite, e não um ato

de socar, assim como o movimento de agitar as pernas é simplesmente um

movimento instintivo, e não um ato de chutar, ou seja, não existe intencionalidade

por parte da criança.

Winnicott (2003), afirma que, na essência de cada indivíduo, há o ódio e o

amor e que as crianças já os têm com ampla intensidade. Até mesmo o bebê

convive de forma mais intensa com o ódio e o amor do que os indivíduos adultos.

Segundo o autor,

Parti do pressuposto, o qual tenho consciência de que nem todos consideram correto, de que todo o bem e o mal encontrados no mundo das relações humanas serão encontrados no âmago do ser humano. Levo esse pressuposto mais longe afirmando que no bebê existe amor e ódio com plena intensidade humana. (WINNICOTT, 2003, p. 164).

Kernberg (2006) analisa os pressupostos de Melanie Klein2 e aponta que, em

suas obras, ela discute a agressividade das crianças projetada diretamente nos pais

e como ela retrocede como inquietude pelo anseio de destruição daquela.

O elemento é apontado como mau pelo motivo da agressividade projetada

nele e não porque o referido elemento prejudica os anseios da criança.

(KERNBERG, 2006).

O autor acima mencionado ainda salienta que ocorre, simultaneamente, um

sentimento amoroso e destrutivo contra sua genitora e este é sentido pela criança

2 A psicoterapeuta Melanie Klein (1882-1960) desenvolveu uma escola de psicanálise na Inglaterra. Ela foi uma teórica das relações de objeto, autora da teoria do "desenvolvimento psicossexual e psicopatologia" embasada em eventos intrapsíquicos e interpessoais que supostamente ocorrem durante o primeiro ano de vida. Melanie Klein concordou com Sigmund Freud que a agressão e a libido são os dois instintos básicos. Informações baseadas no contexto que se encontra disponível em <http://www.psiquiatriageral.com.br/psicoterapia/melanie.html>

Page 27: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

26

como um estado doloroso capaz de destruir seu próprio corpo, gerando ansiedade

devido à tamanha agressividade projetada por esta.

Winnicott (2003) complementa ao apontar que a coação da agressividade de

cada indivíduo é o fator central das ameaças que a sociedade vive, e não o

comportamento agressivo do ser.

O autor afirma que a agressividade é inata, e que existe a necessidade de

uma individualidade mais interligada ao homem para que, por meio de, por exemplo,

algum tipo de frustração, ocorra o furor e o intento da agressão.

Cabe ressaltar ainda que a mobilidade típica do bebê, como os socos e

chutes intra-uterinos poderiam ser confundidas com um comportamento agressivo,

mas são entendidas como uma maneira de descobrir o espaço, o outro.

(WINNICOTT, 2003).

É a impulsividade e a agressividade que o bebê desenvolve através da

mobilidade que faz com que ele necessite de algo externo a ele. (WINNICOTT,

2003).

Assim, pode-se perceber que, no que tange às origens da agressividade, esta

surge da necessidade de um contato do indivíduo com o exterior, com a

experimentação e o reconhecimento do espaço.

Entretanto, Kernberg (2006) ainda aponta que a origem do termo

agressividade vem do latim e significa movimento para frente, ou seja, não

retroceder e sim progredir à frente ao encontro de seus objetivos.

No que tange as definições, Storr (2012) aponta que a temática sempre foi

elemento de pesquisas, discussões e análises ao longo dos anos, mas que,

atualmente, a preocupação com o entendimento da agressividade aumentou

consideravelmente.

O autor supracitado discorre que é consenso geral que a agressividade é

vista como algo natural e que é encontrada no interior de cada ser humano.

Contudo, o modo com que se a enfrenta está intrinsecamente ligado aos valores,

crenças, leis, dentre outros fatores que são variáveis entre culturas e sociedades.

Existem diversas conceituações para a agressividade. Contudo elas esbarram

em teorias e variantes entre terminologias como comportamento agressivo ou

agressão e que acaba por se tornar um problema na busca pela melhor definição.

(STORR, 2012) INDIQUE NO TEXTO QUE VOCE ESTA UTILIZANDO UMA

ABORDAGEM COMO COGNITIVO COMPORTAMENTAL

Page 28: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

27

Na busca em solucionar a problemática em se encontrar uma definição

completa para a agressividade, Storr (2012) identificou através de levantamentos de

informações de diferentes estudiosos, três modelos de teorias:

Teorias do “Drive” agressivo: nesta, é considerada a agressão como resultado

da frustração;

Teorias da Aprendizagem: nesta, a agressão é resultado do processo de

aprendizagem social.

Teorias Instintivas: nesta, a agressão é resultado de um instinto inato e

agressivo.

No que tange ao primeiro modelo de teoria, Storr (2012) discorre que nela, o

indivíduo seria estimulado a se comportar de modo agressivo pela produção do

chamado drive incitado pela frustração em oposição a ser uma energia agressiva

inata.

Assim, a frustração seria uma condição em que existe uma intromissão em

uma resolução direcionada a um elemento que não possibilita que esta o conquiste.

(STORR, 2012)

E, neste sentido, a agressividade seria uma resposta predominante ao

sentimento de frustração. Em toda agressão, a frustração seria sua principal causa.

(STORR, 2012)

Quanto ao modelo de teoria que se refere à aprendizagem social, Storr (2012)

considera Bandura3 como o principal responsável por sua criação. O prisma que

mais assinala esta é o da modelagem determinada como aprendizagem por meio da

observação de modelos.

Estes podem ser apresentados de forma direta, pelo ambiente social geral ou

mesmo pela família, ou de maneira simbólica, através de imagens ou palavras.

(STORR, 2012)

Storr (2012) explica que, segundo os pressupostos de Bandura, para que se

verifique o processo de modelagem, é primordial que o observador direcione sua

atenção para os aspectos fundamentais do comportamento, que arquive na memória 3 Albert Bandura, psicólogo cognitivo-social, nascido no Canada à 4 de Dezembro de 1925, docente em Stamford na California, uma universidade de grande prestigio, chamado também por Havard do Oeste. Bandura é considerado teórico da aprendizagem social, e seus princípios podem ser aplicados na modificação de comportamentos agressivos. Informações baseadas no contexto que se encontra disponível em < http://www.oocities.org/eduriedades/albertbandura.html>.

Page 29: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

28

todo tipo de comportamento do modelo observado, que possua a capacidade de

reproduzir tais comportamentos e que eles possuam implicações favoráveis que

fomente sua imitação.

Neste sentido, o autor supracitado indica que, a exposição aos modelos não

significará que haverá a reprodução, pois o nível de influência dos modelos é

variável nos indivíduos.

Quanto mais importante, interessante for o modelo, maiores as chances de

ele ser imitado e, quanto mais subordinado e de baixa-estima for o observador,

maior este se sentirá inclinado a imitar o modelo. (STORR, 2012)

Nesta teoria, o autor acima mencionado explana que as configurações

particulares da agressividade, sua constância, as circunstâncias em que ele ocorre e

os objetos escolhidos são decididos através da experiência social.

A agressividade não é herdada. O que se propaga são os elementos que

promovem ou influenciam este comportamento, como atividade hormonal, força,

tamanho, etc. (STORR, 2012).

Por fim, para melhor explicitar o modelo de teoria instintiva, Storr (2012)

recorre às premissas oriundas de Freud (ANO VIDA E MORTE), uma vez que ele é

considerado um dos principais defensores desta corrente, ao apontar que os

instintos dos seres humanos se dividem em dois: os de vida, ou seja, aqueles que

inclinam-se a resguardar e empenhar-se em viver, e os de morte, aqueles inclinados

a morte e devastação.

Neste sentido, o comportamento agressivo concebe um

descarregamento do instinto de morte e os aspectos de expressão desta podem ser

alterados e abrandados pela ingerência do instinto de vida. (STORR, 2012)

Este descarregamento é tido como decisivo e irrevogável e seu bloqueio é

considerado como perigoso no sentido que pode acarretar a autodestruição do

indivíduo. (STORR, 2012)

Storr (2012) considera ainda que a presente teoria tende a ocasionar uma

dispensa da responsabilidade social do indivíduo, uma vez que se refere a algo

inexorável e inato.

Paralelamente, Bisker e Ramos (2006) entendem a agressão como uma

atitude intencional geradora de lesões físicas ou mesmo danos para terceiros e

apontam que a agressividade pode ser distinguida entre diversos comportamentos

apresentados pelos indivíduos.

Page 30: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

29

Os autores acima mencionados consideram que brincadeiras comuns, como

por exemplo, jogos que contenham empurrões ou puxões, não necessariamente

podem ser avaliados como uma agressão.

Bisker e Ramos (2006) enfatizam que, para que determinado comportamento

seja considerado como tal, depende da intencionalidade do indivíduo de causar

algum tipo de lesão.

Kernberg (2006) sopesa que, um entendimento comum acerca da distinção

entre agressão e agressividade consiste, invariavelmente, na intenção por trás do

comportamento do indivíduo, ou seja, do escopo deste em ocasionar danos à outra

pessoa, seja ele do tipo emocional, físico ou psicológico.

Winnicott (2003) salienta que a agressividade é parte do impulso intrínseco ao

aprendizado e a habilidade criativa e simbólica da criança. Em contrapartida, a

agressão inibe e extingue o processo de pensar.

No que tange a agressividade, ela deve ser considerada um fator de extrema

relevância no desenvolvimento do processo de aprendizagem e pode servir como

um veículo mediatizador, no âmago simbólico, e que não precisa ser evitado.

(WINNICOTT, 2003)

Já a agressão não se encontra em nível simbólico, por se tratar de uma

atitude unicamente agressiva e, neste sentido, não pode ser mediatizada.

(WINNICOTT, 2003)

Assim sendo, no sentido de apontar uma definição sobre a agressividade,

entende-se que a mais utilizada é explana por Kernberg (2006) que a caracteriza

como um encadeamento de comportamentos que tem por escopo ou intuito

acarretar determinado tipo de lesão a uma pessoa.

O autor acima mencionado complementa que tais lesões podem ser físicas,

morais ou psicológicas e que, normalmente, as atitudes agressivas não caracterizam

a real demonstração de raiva, mas sim um apartamento de outros sentimentos como

a insegurança, a angústia ou a ansiedade, por exemplo.

Portanto, através das explanações acerca de agressividade, comportamento

agressivo e agressão, percebe-se que uma conceituação que abarque todo o âmago

da temática é algo que necessita ser ponderado nos diversos níveis pertinentes ao

estudo.

Page 31: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

30

2.2 Explanações acerca das causalidades da agressividade nos indivíduos

Winnicott (2003) discorre de forma pragmática que de todos os

comportamentos humanos, a agressividade, particularmente, é disfarçada, ocultada,

escondida e conferida a agentes externos ao indivíduo e, quando é exteriorizada pro

este, identificar suas causalidades se torna uma tarefa de alta complexidade.

Lacan (1998), autor que arrazoa acerca da agressividade na psicanálise,

determina que o fundamento desta são as disposições funestas a todos os

indivíduos. Ele sugere a explicação da agressividade por meio de cinco teses:

A primeira tese aponta que a agressividade desponta por meio de uma

experiência particular de um indivíduo;

A segunda tese defende que existe na agressividade uma pressão proposital,

um caráter orientado que concomitantemente causa um esfacelamento das

sensações e sentimentos que assume o indivíduo e explana suas disposições

funestas;

A terceira tese discute que os cometimentos agressivos devem ser lidados

através do diálogo, ou seja, por via da conversação e não por atitudes diretas,

ou seja, pelas chamadas vias de fato;

A quarta tese aborda a agressividade como um comportamento análogo ao

narcisismo, ou seja, a agressividade possui dimensão refletida, que se volta à

sua própria imagem;

A quinta tese assinala a agressividade como pertencente ao indivíduo,

colaborando para o estabelecimento do mal-estar imutável na sociedade.

Percebe-se, assim, que as cinco teses expostas por Lacan (1998)

oportunizam o avanço no campo das discussões acerca da agressividade. O autor

complementa que esta é uma força abalizada por determinado grau de

intencionalidade, por uma disposição de morte geradora de conflito e desequilíbrio.

Subsequentemente, Bisker e Ramos (2006) elucubram que, com o aumento

do comportamento agressivo da população, esta temática passou a ser mais

observada e estudada, sendo que novas correntes apontam que fatores ambientais,

biológicos, sociais e psicológicos podem também influenciar este tipo de

comportamento.

Page 32: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

31

Determinados indivíduos exteriorizam sua agressividade devido a

predisposições genéticas ou mesmo dificuldades neurológicas e, em outras

situações, através de comportamentos assimilados. Neste contexto, pode-se

considerar que as causas para a agressividade podem ser múltiplas. (BISKER;

RAMOS, 2006)

Goldberg (2007) elucida que elemento psicológico capital de um indivíduo

agressivo é que este possui total consciência de uma vida que lhe seria suficiente.

Ele age com um caráter firme de revolta por não atingir seus propósitos pessoais.

Sabe, ainda, que com os passar do tempo está mais afastado destes intentos.

Não atingir seus anseios, objetivos ou propósitos pessoais aciona uma reação

imprópria e descontrolada diante a uma mera frustração e, tal costume distancia o

indivíduo da solução decisiva de sua dificuldade comportamental. (GOLDBERG,

2007)

O autor supracitado salienta que um indivíduo reagir diante dos mais

medíocres e pífios acontecimentos novamente são o principal indício da ação

significante do complexo de inferioridade no ser humano.

No que tange aos baldrames salientados por Goldberg (2007), o indivíduo

acometido pelo complexo de inferioridade coexiste desde sua infância com uma

asseveração doentia de que sempre será lembrado ou pretendido para algo especial

por último.

O resultado deste processo é o desenvolvimento de uma identidade e

personalidade retraída e introvertida. Nas circunstâncias sociáveis, o indivíduo não

manifesta nenhum tipo de energia pessoal, o que acarreta fúria e ódio como um

contrabalanceamento psicológico. (GOLDBERG, 2007)

O autor acima mencionado complementa suas explanações afirmando que,

quando acometido por este mal, o indivíduo passa a se sentir anulado mesmo na

presença de outros e, por conseguinte, o ódio acima referido vai invariavelmente

sendo exteriorizado.

Kernberg (2006) observa que, quando a auto-estima está abalada, a

agressividade é exprimida, a transigência é breve mediante a frustração. Deste

modo, a pessoa manifesta uma reação, por não atingir os desígnios almejados.

Essa situação, de acordo com os pressupostos do autor acima mencionado,

aumenta os questionamentos sobre os benefícios e malefícios da exteriorização da

agressividade.

Page 33: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

32

Kernberg (2006) sopesa também que a agressividade une-se frequentemente

com outros sentimentos negativos. O principal sentimento é o da inveja, uma vez

que nele existe a possibilidade do extravasamento da raiva e frustração.

A inveja origina uma freqüente necessidade de fuga da conjuntura excruciante

de se comparar e se sentir diminuído, avançando-se para o ataque. (KERNBERG,

2006)

Um dos objetivos capitais da construção da identidade e personalidade do

indivíduo, assunto este abordado no capítulo anterior da presente pesquisa

acadêmica, é exatamente tornar o indivíduo hábil em drenar amplificadamente o seu

lado instintivo e, segundo Kernberg (2006) isso abarca a habilidade progressiva para

distinguir a própria brutalidade e voracidade, que apenas depois podem ser

refreadas e transformadas em atividades sublimadas.

Destarte, Storr (2012) conclui que a agressividade é um comportamento que

sobrepuja as dimensões da mente, uma vez que sua concepção também é

acometida por fatores sociais de longo prazo, como frequentes maus tratos a um

determinado indivíduo, de curto prazo, como uma situação atípica de nervosismo e

mesmo a percepção da auto-estima e do próprio indivíduo.

Assim sendo, Bisker e Ramos (2006) apontam que a agressividade é inata ao

indivíduo, como expressão de defesa. Todo e qualquer ser humano está ciente que

diferentes sentimentos e emoções estão sendo vivenciados e expressados a todo

momento em sua volta e estes são os principais responsáveis pela maior parcela da

infelicidade dos indivíduos, uma vez que abarcam a hostilidade, o mau humor, a

mesquinhez, o egoísmo, entre outros. Deste modo, protegendo-se com a

agressividade, o indivíduo se mantém vivo.

Percebe-se, portanto, que a agressividade é causada por diversos fatores e

expressada de diferentes maneiras, seja contra o outro, contra si mesmo, ou

relacionada às atividades realizadas. Entretanto, é fundamental entender que ela

está intimamente ligada a sentimentos negativos, como a rejeição, e que se

confirmam na vivência do indivíduo a todo tempo.

Neste sentido, o presente estudo acadêmico, em seu capítulo final, irá

abordar a agressividade basicamente do indivíduo homem no contexto das relações

conjugais, de maneira tal a elucidar as conseqüências deste comportamento na

coexistência entre homem e mulher, de modo que se alcance a totalidade das

explanações da referida temática trabalhada.

Page 34: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

33

3 A AGRESSIVIDADE DO HOMEM NAS RELAÇÕES CONJUGAIS: ASPECTOS INERENTES AOS PRESSUPOSTOS CAPITAIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Inicialmente pode-se compreender que a agressividade do homem nas

relações conjugais versa em uma das vertentes que abarca a violência doméstica,

temática esta que vem sendo ponderada em diversos âmbitos da sociedade, uma

vez que afeta o controle da vida social das pessoas envolvidas neste tipo de

agressividade. (STORR, 2012)

A agressividade do homem que submerge as relações conjugais pode ser

identificada por meio de características basilares, visto que a agressividade versa

em um tipo de comportamento que efetivamente apresenta o intento de causar

danos físicos e/ou psicológicos dentro das pessoas envolvidas nas relações

conjugais, e, acaba por refletir um intento de assolar as denotadas vítimas.

(BISKER; RAMOS, 2006)

Neste sentido, avalia-se que a agressividade do homem dentro das relações

conjugais passa a ser designada como direta, aberta e, de certa forma, hostil, uma

vez que o agressor homem concretiza os comportamentos agressivos

explicitamente, com o escopo de causar danos aos envolvidos, o que independe de

qualquer vantagem que possa alcançar, sendo estas ações, geralmente, impulsivas

e influenciadas pelas emoções.

Assim sendo, este capítulo apresenta como escopo discorrer a respeito dos

baldrames da agressividade masculina no universo das relações conjugais. E. de tal

modo, discutir-se-á, igualmente, as consequências deste comportamento sob a ótica

dos indivíduos afetados direta e indiretamente, ou seja, tanto o homem quanto a

mulher.

3.1 Fundamentos arraigados à agressividade masculina nas relações conjugais

Page 35: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

34

Discorre-se, em linhas iniciais, que a agressividade do homem nas relações

conjugais consiste naquele tipo de violência caracterizado pelo fato de as vítimas

manterem relações de conjugalidade com seus agressores, e, de tal modo, o

cônjuge é visualizado não somente como o indivíduo que reside com a mulher, mas

igualmente abarca o noivo ou namorado da vítima. (STORR, 2012)

Silveira (2014) menciona que o confinamento de mulheres ao ambiente

limitado ao lar acabou por permitir e legitimar a agressividade dos homens na

dimensão da conjugalidade.

Nesta fundamentação, cabe salientar que a conjugalidade passa a ser

analisada como um plano afetivo estabelecido entre duas pessoas, que, não

especificamente, convivem sob o mesmo teto, mas que é pautado nas classes de

amor e paixão, estas discutidas nas culturas ocidentais como algo relativamente

natural e que dispõe como um sentimento necessário para a ocorrência de uma

união denominada como conjugal. (BISKER; RAMOS, 2006)

Entende-se, em sentido amplo, que a agressividade masculina nas relações

tidas como conjugais incide como um tipo de dominação, sendo a mulher, nesta

dimensão, o indivíduo mais fraco, o que, demonstra que a agressividade parte do

homem como um meio de se controlar sua cônjuge, o que não explica os motivos

pelos quais ocasionam na presença da agressividade. (GOLDBERG, 2007)

Silveira (2014) novamente explana que dentro do processo de surgimento da

agressividade nas relações conjugais tem-se a concepção de uma miscigenação

entre aspectos sociais com a vulnerabilidade psicológica inerente a cada indivíduo,

onde estas operam de modo simultâneo, visto que o perfil psicológico do indivíduo

lida com influências arraigadas à educação recebida e o meio social em que se

vivencia.

A relação de agressividade estabelecida entre o homem em sua relação

conjugal é visualizada como peculiar quando se coteja com outros tipos de relações

de agressividade, já que apresenta singularidades específicas. (GOLDBERG, 2007)

Explicita-se que o casal incide em uma unidade que é formada em termos

culturais, e, logo, cada mulher se relaciona de modo distinto à circunstância de estar

sendo oprimida, e, de um mesmo modo, cada homem assinala-se pela condição de

opressor.

Assim, entende-se que, se, em paralelo, a agressividade do homem nas

relações conjugais acontece aleatoriamente, porém, sendo decorrida de um tipo de

Page 36: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

35

organização social de gênero que acaba por beneficiar o ser masculino, por outro

lado, observa-se que as relações humanas são compostas de forma interpessoal, e,

como sendo definidas, encontram-se sujeitas às características pessoais diante dos

contatos sociais. (SILVEIRA, 2014)

A união, atualmente, ordena-se como uma espécie de arranjo, ou seja, um

acordo estabelecido entre o casal, com a possibilidade ou não de constituir uma

família. Deste modo, a conjugalidade versa em uma alternativa adotada por ambos,

homem e mulher, sendo fundamentada nos elementos que compõem os

sentimentos. (GOLDBERG, 2007)

Todavia, nem sempre o casamento pode ser visualizado como uma opção

viável a ser adotada pelas mulheres, uma vez que, de acordo com a percepção de

Silveira (2014), na união ainda impera a assimetria determinada entre os sexos no

que tange às atividades domésticas e às obrigações com a família, o que inclui

filhos.

Avalia-se, nesta fundamentação, que mesmo após a inclusão feminina no

mercado de trabalho, ainda assim a mulher possui a basal responsabilidade de se

atentar ao cuidado pela segurança, saúde e bem estar de seus filhos, como também

a manutenção ordenada do lar. (SILVEIRA, 2014)

Logo, este conceito da maternidade como sendo algo natural e inerente ao

sexo feminino permanece como compreendendo em fundamento das

representações de gênero que impregnam a dimensão social e sexual, o que, de

fato, não se visualiza com a paternidade.

As transformações nas quais as mulheres passaram com o decorrer dos anos

consistiram como distintas, com um aumento no índice de escolaridade e educação

superior, porém, os papeis das mulheres ainda permanecem-se como rígidos no que

se refere à participação destas na renda conjugal, bem como na valorização da

carreira profissional, e, conquanto, examina-se que no ambiente familiar, e, quiçá,

em casal, ainda são verificados valores e posturas ultrapassadas e tradicionais,

sendo predominada uma evidente divisão de funções entre homens e mulheres.

(SILVEIRA, 2014)

Destarte, tem-se a análise que a agressividade masculina no meio conjugal

consiste como uma realidade que abarca uma dimensão mundial, sendo visualizada

em todos os grupos sociais, econômicos, religiosos e culturais. (GOLDBERG, 2007)

Page 37: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

36

Neste tipo de agressividade verifica-se não apenas a agressividade física,

mas também, abrange-se a agressividade psicológica que é traduzida por meio de

ameaças proferidas, intimidações e, igualmente, os atos agressivos em meio sexual.

(GOLDBERG, 2007)

A agressividade masculina nas relações conjugais assume proporções

expressivas, e passa a ser analisada de forma efetiva com o escopo de mensurar

este tipo de ato, coibindo as ações agressivas efetivadas pelos homens em suas

relações. (STORR, 2012)

3.2 Explanações acerca da agressividade como violência: tipologias e consequências destas nas relações conjugais

Entende-se que a agressividade como violência de cunho psicológico

consiste na forma mais intensa e desgastante de manifestação da violência

conjugal, sendo fundamentado nos parâmetros de comportamento relacionados ao

controle, isolamento, ciúme patológico, assédio, abjeção, humilhação e ameaça.

(STORR, 2012)

Silveira (2014) enfatiza que esta incide em um modo de ser dentro da relação,

onde a mulher, vítima da agressividade masculina, passa a ser denotada como uma

espécie de objeto.

A agressividade psicológica pode ser considerada como o meio mais doloroso

de agressividade dentro das relações conjugais, uma vez que a humilhação por

passar por uma agressão física acaba por afetar muito mais a mulher na relação do

que a ação física de agredir. (SILVEIRA, 2014)

Considera-se que todos os tipos de manifestações associadas à

agressividade psicológica como forma de violência acabam por interferir

sistematicamente na autoestima feminina, o que resulta em marcas intensas.

(GOLDBERG, 2007)

A agressividade como violência, acaba-se por pautar no fato de o cônjuge

apresentar o escopo de submissão do outro, controlando-o e, consequentemente,

mantendo o poder na relação. (STORR, 2012)

Page 38: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

37

Conquanto as mulheres consistam nas principais vítimas da agressividade

como violência nas relações conjugais, este fato não se limita à ação do homem,

visto que pode-se verificar a situação de mulheres que procuram, opcionalmente,

pela agressividade psicológica como caminho para se atingir seus parceiros,

igualmente como forma de dominar os mesmos.

Observa-se, neste sentido, que todos estes meios de ação podem integrar o

ambiente das relações conjugais, todavia, quando estes tornam-se frequentes e

ocorrem, de forma dominante, a partir de um dos pólos do casal, no caso deste

estudo, o homem, a agressividade acaba por ser caracterizada como violência.

(SILVEIRA, 2014)

Assim, de acordo com a autora, nestas situações não acaba sendo observado

um limite do que tem a possibilidade de ser proferido ou realizado, e, como a relação

conjugal é baseada na intimidade, o caso passa a ser beneficiado por atingir os

pontos fracos da mulher.

Acresce-se que a conjuntura de esta conduta envolver uma maior

proximidade entres os indivíduos, torna a prática ainda mais grave.

Na agressividade como violência percebe-se certa dificuldade em determinar

uma distinção evidente acerca da violência psicológica e a violência física, visto que

o ser masculino, ao agredir uma mulher fisicamente, geralmente não possui o intento

de deixar marcas, mas, sobretudo, em demonstrar uma superioridade na relação

conjugal, ou seja, determinar modos de comportamento, comando e, logo,

dominação. (GOLDBERG, 2007)

A agressividade como violência nas relações conjugais apresenta causas que

se voltam para o estresse masculino, uma possível provocação por parte da mulher,

desrespeito a determinados preceitos religiosos e culturais e o alcoolismo por parte

do homem. Geralmente, os homens justificam os atos de agressividade em suas

relações, procurando, de alguma forma, denegrir a imagem da mulher, em uma

tentativa de minimizar o impacto provocado pelas ações, e voltando a culpa para as

mulheres, que incitaram este tipo de comportamento agressivo. (BISKER; RAMOS,

2006)

Os fatores que podem vir a condicionar a agressividade nas relações

conjugais como violência são ponderados por Silveira (2014) como:

Page 39: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

38

Formas de opressão do regime socioeconômico e político a que estão submetidos homens e mulheres e que enfatizam a posição de subalternidade da mulher (fatores estruturais); a discriminação sofrida pelo sexo feminino por parte das instituições sociais tais como a família, a justiça, a polícia (fatores institucionais); a ideologia machista que rege as relações entre os gêneros (fatores ideológicos); a educação diferenciada, que possibilita a incorporação da ideologia machista e a reprodução da violência (fatores pedagógicos); e as representações individuais que os membros da família violenta fazem sobre si mesmos (fatores individuais). (SILVEIRA, 2014, p.124-125)

Em contrapartida, os fatores precipitantes que podem vir a ocasionar na

agressividade nas relações conjugais como uma forma de violência compreende

como circunstâncias ligadas ao álcool, drogas e situações de estresse. (SILVEIRA,

2014)

Destarte, diante dos conteúdos explanados, avalia-se que as relações de

agressividade masculina denotadas como de violência nas relações dadas como

conjugais são visualizadas como sistemas nos quais o homem almeja o domínio

sobre a mulher, inserindo uma inversão da culpa, uma vez que as mulheres não

conseguem expressar os acontecimentos, culpando-se pelos atos emocionalmente,

mesmo quando, racionalmente, entende não ter essa culpa. (GOLDBERG, 2007)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considera-se, diante dos preceitos analisados, que a identidade do ser

humano pode ser avaliada como um tipo de agrupamento de características ligadas

Page 40: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

39

a cada pessoa, consistindo em um fator de distinção entre as pessoas, o que abarca

sua postura e padrão de comportamento perante a sociedade de um modo geral.

De um mesmo modo examina-se que a identidade opera como um fator que

complementa as peculiaridades intrínsecas às pessoas individualmente, incidindo,

assim, em uma organização relativa ao ambiente social.

Em paralelo, tem-se a agressividade, como um aspecto arraigado à própria

identidade do ser humano, e que passa a ser ponderada como uma reunião de

comportamentos QUESTÕES AMBIENTAIS, COMO VC COMENTA NO TEXTO que

apresentam o intento de provocar um tipo de lesão a uma pessoa.

As relações conjugais são ponderadas como uma concepção afetiva

determinada entre duas pessoas, que não necessariamente devem conviver sob o

mesmo teto, mas seus fundamentos são justificados pela relação de sentimento

necessário para o acontecimento da união cognominada de conjugal.

Nas relações conjugais, a agressividade do homem descreve-se a partir de

um padrão de comportamento, que, por vezes, associa-se às vertentes que

compõem a violência doméstica em si, visto que afeta o controle da vida social

daqueles envolvidos neste tipo de agressividade, o que faz com que o assunto seja

analisado frequentemente por estudiosos.

A agressividade em cotejo às relações conjugais pode ser fundamentada em

condutas denotadas como impulsivas e que direciona um dos componentes da

relação, no caso, o homem, a se comportar e agir de forma inesperada como um

meio de retorno dominante ao sentimento de raiva.

O comportamento agressivo do homem ante às relações conjugais pode ser

avaliado em conformidade a distintos fatores, e, o controle e domínio à mulher

tornam-se preceitos que abrangem esse comportamento hostil, e que, por vezes,

pode ser designado como violento, e que deve ser analisado sistematicamente e

tratado em termos de manter a estabilidade emocional nas relações conjugais.

REFLITA: SENDO UM COMPORTAMENTO INERENTE AO HOMEM COMO

A PSICOLOGIA PODERIA ESTAR INSERIDA??

REFERÊNCIAS

Page 41: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

40

BISKER, Jayme. RAMOS, Maria Beatriz Breves. No Risco da Violência: Reflexões Psicológicas sobre a Agressividade. Rio de Janeiro, Mauad, 2006.

CARVALHO, Mauro. A construção das identidades no espaço escolar. Revista Reflexão e Ação. v.20. n1. Santa Cruz do Sul, 2012. Disponível em <http://online.unisc.br/seer/index.php/reflex/article/view/2161/2521>. Acesso em 22 de julho de 2014.

CUNHA; Roseney de Fátima; SANTOS, Vanda Lúcia dos. Intervenção preventiva com famílias: expectativas e possibilidades. Universidade Estadual de Ponta Grossa. Universidad de La Sabana. Instituto de Ensino e Fomento. Ponta Grossa, 2006. Disponível em < http://www.ief.org.br/edpf/tcc/interv_prevent_fam.pdf >. Acesso em 26 de julho de 2014.

FERNANDES, Karina Ribeiro; ZANELLI, José Carlos. O processo de construçăo e reconstruçăo das identidades dos indivíduos nas organizaçőes. RAC. v 10. n 1. 2006. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/rac/v10n1/a04.pdf>. Acesso em 23 de julho de 2014.

FRANÇA, Júnia Lessa. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 8 edição revista. Belo Horizonte: UFMG, 2007.

FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para o Trabalho Científico: explicitação das normas da ABNT. 16. ed. Porto Alegre: Dáctilo Plus, 2012.

GOLDBERG, Jacob Pinheiro. Cultura da Agressividade. 2 ed. São Paulo: Landy, 2007.

HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

KERNBERG, Otto F.. Agressividade, Narcisismo e Auto-Destrutividade na Relação Psicoterapêutica. Lisboa: Climepsi, 2006.

LACAN, Jacques. A agressividade em psicanálise. In: Escritos. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1998. Disponível em < http://poars1982.files.wordpress.com/2008/05/lacan.pdf>. Acesso em 24 de agosto de 2014.

MOREIRA, Shirlene Vianna. 166 fl. 2007. Identidade musical em pacientes com esclerose múltipla: um estudo piloto. Pós-Graduação (Estudo das práticas musicais) Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Belo Horizonte, 2007. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=110008>. Acesso em 22 de julho de 2014.

Page 42: MONOGRAFIA :Agressividade e Relacoes Conjugais

41

MOURA, Auro Sanson. Música e construção de identidade. 2007. Disponível em <http://www.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_anppom_2007/poster_educacao_musical/poster_edmus_ASMoura.pdf>. Acesso em 22 de julho de 2014.

SILVEIRA, Clara Maria Holanda. “Prometo te querer até o amor cair doente”:uma análise das relações de gênero entre casais que vivenciam a violência conjugal. Dissertação (mestrado). Universidade Estadual do Ceará. Centro de Estudos Sociais Aplicados. Curso de Mestrado Acadêmico em Políticas Públicas e Sociedade. Fortaleza, 2014. Disponível em < http://www.uece.br/politicasuece/dmdocuments/CLARA_MARIA_HOLANDA_SILVEIRA.pdf >. Acesso em 07 de outubro de 2014.

SOIHET, Rachel. História das Mulheres. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (orgs.). Domínios da História: ensaios de Teoria e Metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

SOUZA, Ranier. A situação da mulher na idade média. Brasil Escola, 2010. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historia/a-situacao-da-mulher-na-idade-media.htm>. Acesso em 24 de julho de 2014.

STORR, Anthony. A Agressividade Humana. São Paulo: Benvirá, 2012.

STREY Marlene N.; CABEDA, Sônia T. Lisboa; PREHN, Denise R. Gênero e cultura: questões contemporâneas. Porto Alegre: Edipucrs, 2004. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?hl=ptBR&lr=lang_pt&id=W2NJdZYNTqIC&oi=fnd&pg=PA13&dq=defini%C3%A7%C3%B5es+de+mulher+segundo+Freud&ots=BYtXtY3wLJ&sig=JbqXP_KFF8AZYSKrCzUPy11xqbU#v=onepage&q=defini%C3%A7%C3%B5es%20de%20mulher%20segundo%20Freud&f=false>. Acesso em 24 de julho de 2014.

TORRES, Maria Cecilia A. Constituição de identidades musicais. 2008. Disponível em <http://www.rizoma.ufsc.br/pdfs/108-of4-st4.pdf>. Acesso em 22 de julho de 2014.

WINNICOTT, D. W. Da Pediatria à Psicanálise: Obras Escolhidas. 3 ed. Rio de Janeiro: Imago, 2003.

http://www.psiquiatriageral.com.br/psicoterapia/melanie.html. Acesso em 21 de agosto de 2014.

http://www.oocities.org/eduriedades/albertbandura.html. Acesso em 22 de agosto de 2014.