monitoramento e avaliação do plano plurianual do município de bh para o período 2010-2013
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Monitoramento e Avaliação do Plano Plurianual do
Município de Belo Horizonte para o período 2010-2013
Santiago Marulanda Carvajal1
RESUMO
A avaliação e o monitoramento de políticas e programas públicos têm assumido, nos
últimos anos, papel de destaque nas funções de planejamento, orçamento e gestão
governamentais. Embora ainda incipiente nos municípios, este movimento tem
impulsionado a modernização da administração pública, no sentido da adoção de
metodologias e sistemas de monitoramento e avaliação das ações governamentais,
atendendo a demanda da sociedade de transparência no acompanhamento dos
resultados de governo. Este artigo apresenta as principais características e a base
conceitual do Sistema de Monitoramento do Plano Plurianual de Ação Governamental
– PPAG da Prefeitura de Belo Horizonte, além da análise a respeito da execução de
algumas metas durante o período de 2010-2013.
PALAVRAS-CHAVE: monitoramento – avaliação - políticas públicas – metas
1 Graduando em Economia, pela Universidad de Antioquia, Colômbia.
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1. INTRODUÇÃO
A realização de estudos de avaliação de políticas e programas públicos está
relacionada à transformação da administração pública em uma administração mais
moderna e eficiente. A partir da avaliação e acompanhamento de suas ações, o
governo pode planejar ou adequar as suas intervenções antes, durante e depois da
implementação dos programas, ou seja, existe a possibilidade de reformulações e
ajustes das ações, a partir da análise da situação retratada em relação aos objetivos
que se pretende atingir. Assim, a avaliação é um importante instrumento para a
melhoria da eficiência do gasto público e da qualidade da gestão: “A decisão de aplicar
recursos públicos em uma ação pressupõe a atribuição de valor e legitimidade aos
seus objetivos, e a avaliação deve verificar o cumprimento das metas estabelecidas”
(Cunha, 2006).
No entanto, a avaliação de programas ainda não foi totalmente incorporada ao
cotidiano da administração pública brasileira, apesar de se configurar como um
poderoso instrumento gerencial, capaz de subsidiar o processo decisório e as
intervenções na realidade social. Cotta (1998) afirma que em ambientes democráticos
cresce a demanda da sociedade organizada pela transparência na gestão de recursos
públicos, o que só é possível com a avaliação sistemática das ações empreendidas
pelo governo.
A avaliação e o monitoramento de políticas e programas públicos têm assumido, nos
últimos anos, papel de destaque nas funções de planejamento, orçamento e gestão
governamentais. Embora ainda incipiente nos municípios, este movimento tem
impulsionado a modernização da Administração Pública, no sentido da adoção de
metodologias e sistemas de monitoramento e avaliação das ações governamentais,
atendendo a demanda da sociedade de transparência no acompanhamento dos
resultados de governo.
Segundo Chiechelski (2005), “A modernização dos instrumentos de planejamento e,
consequentemente, dos mecanismos de mensuração do desempenho das políticas
sociais é um dos requisitos necessários para obter maior efetividade da ação
governamental, isto é, na atual situação de escassez de recursos e de limitações de
fontes de financiamento do gasto público, torna-se mais do que necessário
instrumentalizar os processos de planejamento e acompanhamento das ações
governamentais, com o intuito de evitar a pulverização dos recursos financeiros e de
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buscar maior eficiência na sua utilização”. Dessa forma, a Prefeitura de Belo Horizonte
vem investindo na administração da cidade com modernidade, democracia e eficiência,
com fortalecimento da infraestrutura tecnológica no acompanhamento gerencial de
programas e projetos governamentais.
2. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS NO
SETOR PÚBLICO
Segundo Cunha (2006, p.3) “O crescente interesse dos governos nos estudos de
avaliação está relacionado às questões de efetividade, eficiência, accountability,
transparência e desempenho da gestão pública, já que estes estudos constituem-se
em ferramenta para gestores, formuladores e implementadores de programas e
políticas públicas. As avaliações de políticas e programas permitem que formuladores
e implementadores tomem suas decisões com maior conhecimento, maximizando o
resultado do gasto público, identificando êxitos e superando pontos de
estrangulamento.”
As informações obtidas da avaliação de programas governamentais podem ser
utilizadas para otimizar os recursos alocados para sua implementação,
fundamentando decisões e melhorando o processo de prestação de contas. Os
processos de monitoramento e avaliação devem fazer parte da cultura e da rotina da
administração pública, fomentando a transparência, a qualidade e a accoutability na
gestão dos recursos públicos.
O monitoramento se configura como uma atividade contínua de coleta de dados, onde
se verifica se as metas do programa estão sendo atingidas conforme o esperado. A
avaliação busca analisar se os programas estão causando os impactos esperados, se
os recursos estão sendo utilizados de forma eficiente. Contudo, os processos de
monitoramento e avaliação são complementares, pois as informações provenientes do
monitoramento auxiliam o julgamento e a avaliação da eficácia, eficiência e até da
efetividade dos programas.
A análise da eficiência tem o objetivo de verificar se os recursos estão sendo utilizados
de forma a minimizar os custos operacionais e a eficácia busca identificar a
contribuição do programa para o alcance dos objetivos gerais das políticas sociais. O
conceito de eficácia vincula-se ao alcance dos objetivos e metas previstos, medindo o
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grau de aproximação dos resultados efetivamente praticados. Neste artigo, vamos
enfocar o trabalho na avaliação da eficácia do alcance das metas físicas dos
programas governamentais.
3. O SISTEMA DE MONITORAMENTO DO PPAG DE BELO HORIZONTE
A preocupação em melhorar os níveis de eficiência na utilização dos recursos
disponíveis e elevar a eficácia com que se alcançam os objetivos dos programas,
orientou a Prefeitura de Belo Horizonte na busca por um modelo de monitoramento e
avaliação capaz de oferecer subsídios para o contínuo aperfeiçoamento da formulação
e execução de políticas públicas municipais.
Em 2009, a Prefeitura de Belo Horizonte adotou uma importante ferramenta para o
aprimoramento do trabalho referente ao monitoramento e à avaliação do PPAG do
município: o desenvolvimento do Módulo de Monitoramento do PPAG, que integra o
Sistema Orçamentário e Financeiro – SOF da Prefeitura. A informatização deste
processo modernizou a gestão do PPAG municipal, aprimorando os processos de
monitoramento e avaliação, gerando relatórios com os cálculos das taxas de eficácia e
eficiência, além de informações referentes aos indicadores dos programas.
Para o período 2010-2013 do PPAG foi escolhida uma amostra de 12 metas físicas de
alguns produtos ou serviços oferecidos pela Prefeitura de Belo Horizonte com o
objetivo de fazer um comparativo durante este período, entre cada ano do PPAG e
analisar o desenvolvimento, mudanças e cumprimento das mesmas. A amostra conta
com diferentes subações das secretarias da prefeitura que pertencem a diferentes
programas e ações que vão desde a educação até o meio ambiente.
O processo permitiu analisar e compreender algumas mudanças tanto nas metas,
subaçoes e ações, quanto nos programas e secretarias, a dinâmica da prefeitura e em
geral da politica publica em Belo Horizonte junto com as necessidades e demandas da
população. Para isso é preciso conhecer a estrutura, funcionamento e historia dos
diferentes órgãos que trabalham dentro da cidade, estabelecendo uma norma que
torne mais fácil a comparação e estudo das metas e ofereça informação para os
técnicos municipais e também para os cidadãos sobre os programas e a execução dos
mesmos.
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Uma dificuldade encontrada foi a mudança de produtos ou unidades de medida, o que
dificulta a comparação entre os diferentes anos, dado que ocorreram mudanças na
estrutura administrativa da prefeitura como mudanças de nomes e atribuições de
secretarias o que torna difícil comparar a continuidade das metas, mas não
impossibilitou fazer a analise do que aconteceu e de como pode se melhorar a coleta
dos dados.
Alguns exemplos de metas executadas são:
Unidade: Secretaria Municipal de Educação
Programa: Melhoria da Qualidade da Educação Municipal
Ação: Melhoria da Aprendizagem e Avaliação de Desempenho Escolar
Subação: Avaliação de Aprendizagem dos Alunos
Produto: Modalidade de prova aplicada
Medida: Unidade
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Neste caso é evidente o avanço e cumprimento da quantidade prevista e executada,
tem a facilidade que a unidade de medida não muda e permite fazer a comparação de
forma fácil e simples para o entendimento de um público mais amplo.
Como todos os casos não foram iguais, já que a mudança do produto ou medida entre
os anos analisados, não permite fazer um comparativo lógico. Em alguns tem-se a
mesma medida, mas o produto sofreu alguma mudança. Assim cada caso exige uma
avaliação também qualitativa que permita um olhar mais detido em cada produto e as
justificativas para os problemas e desafios enfrentados.
Um outro exemplo analítico:
Unidade: Secretaria Municipal Adjunta de Planejamento
Programa: Orçamento Participativo e Gestão Compartilhada
Ação: Capacitação dos Integrantes das Instâncias Participativas
Subação: Realização de Cursos de Capacitação
Produto: Seminário realizado (2010-2011) - Fórum realizado (2012) - Curso realizado
(2013)
Medida: Unidade
O Sistema permite que se apontem, também, as justificativas para os casos de
execução abaixo ou acima do previsto e as restrições que causaram as execuções
abaixo do previsto. Estas informações são importantes para a avaliação mais subjetiva
e profunda da execução física fora do previsto, permitindo ao gestor público conhecer
melhor as causas e externalidades dos acontecimentos não previstos, auxiliando no
melhor planejamento das ações setoriais.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A avaliação dos programas e das políticas públicas reflete a preocupação do governo
com a eficácia, a eficiência e a efetividade de suas ações e em demonstrar os
resultados para a sociedade. As iniciativas em relação ao monitoramento e a avaliação
possibilitam a melhoria da qualidade na alocação de recursos públicos em relação às
demandas sociais.
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Apesar das imperfeições do modelo e dificuldades enfrentadas, o esforço de otimizar a
gestão do PPAG municipal é válido também para fortalecer o conhecimento técnico e
melhorar a aprendizagem organizacional.
A experiência de monitoramento do PPAG aqui sinteticamente apresentada deixa
claro que a implementação dessa prática no nível municipal enfrenta grandes desafios.
Dentre os quais se inclui a escassez de experiências a serem utilizadas como
referência para implementação de sistemas locais de monitoramento, que, baseados
no acompanhamento sistemático de indicadores e metas, possam oferecer suporte às
decisões de planejamento. Outra dificuldade que alguns municípios enfrentam
atualmente é a deficiência de suporte e infraestrutura de tecnologia de informação
para o desenvolvimento de um sistema informatizado de monitoramento das metas.
Por isso, a importância dos programas de modernização tecnológica voltados para
municípios financiados pela União e Estados, que contribuem com a redução de
deficiências tecnológicas.
É importante ressaltar que o monitoramento e a avaliação de uma política pública
devem ter claro sua finalidade, para não ser compreendido como um mero processo
de controle em si mesmo ou até mesmo como legitimador de decisões já tomadas. Ou
seja, deve ser compreendido como um instrumento de gestão que propicia a
identificação das possíveis diferenças entre o resultado planejado e o executado, por
meio de indicadores previamente estabelecidos. Mas a avaliação também não se
esgota na análise dos resultados apontados pelos instrumentos técnicos caso
contrário, corre-se o risco de cair no viés comportamental e neutralista de que nos
falam Figueiredo e Figueiredo (1986, p. 107) no qual “estuda-se a eficácia das
políticas descartando a avaliação política dos princípios que os fundamentam e, em
decorrência, o seu próprio conteúdo.” A avaliação deve ser contínua, e as correções
de rumo devem acontecer em sintonia com o aprendizado trazido pelo constante
debate com a sociedade em suas mais diversas formas de participação democrática,
seja por via direta ou indireta.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Manual de Elaboração da Proposta Orçamentária 2010 e do PPAG 2010-2013.
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