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    O Modelo de Fatores

    Especficos

    Krugman & Obstfeld, Cap. 3; WTP, Cap. 6

    Obs.: Estas notas de aula no foram submetidas a reviso, tendocomo nica finalidade a orientao da apresentao em classe.Comentrios so bem vindos e podem ser enviados [email protected]. Reproduo sob quaisquer meiosou distribuio proibida sem autorizao prvia do autor.

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    INTRODUO

    o A renda no nada mais do que a remunerao aos detentoresdos fatores de produo por sua utilizao. O modeloRicardiano, em que h s um tipo de fator de produo escasso(a mo de obra homognea) e inexistem custos ou barreiras paraa movimentao do fator trabalho entre os diferentes setoresprodutivos, a questo da distribuio da renda domstica nopode ser avaliada de forma adequada.

    o As limitaes do Modelo Ricardiano no eliminam suautilidade, seus resultados bsicos sobre a relao entre aprodutividade e a remunerao aos fatores e referente existncia de potenciais ganhos com o comrcio sempre que os

    custos de oportunidade relativos sejam diferentes entre ospases so inatacveis e vlidos. Para tratar de questes maisrefinadas, entretanto, uma especificao mais precisa edetalhada da estrutura das economias passa a ser necessria.

    o Com o modelo de fatores especficos (Paul Samuelson eRonald Jones), procura-se analisar, entre outros temas, oimpacto do comrcio internacional sobre a distribuio derenda interna aos pases envolvidos. Este no o nico modelocapaz de tratar o tema da distribuio de renda, mas ummodelo que se destaca nesta modalidade de anlise.

    o Para tratar da questo da distribuio de renda interna,o novo modelo exige alteraes em diversas hiptesessimplificadoras do modelo ricardiano. No modelo de fatoresespecficos mais simples h dois pases, dois bens e trsfatores de produo (Capital, Terra e Mo de Obra). Astecnologias de produo esto sujeitas a rendimentos marginaisdecrescentes, sendo Capital e Terra especficos dosrespectivos setores de produo, vale dizer, estes recursosno podem ser deslocados da produo de um bem para a deoutro. O trabalho, como no modelo Ricardiano, permanece

    homogneo e mvel entre os setores.

    O Modelo de Fatores Especficos

    1)Estrutura:

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    a)2 bens

    i)Manufaturas (M)ii)

    Alimentos (A)

    b)

    2 pases

    i)local (domstico)ii)

    estrangeiro (*)

    c)

    3 fatores escassos

    i)

    2 especficos aos setores (indstrias)

    (1) Capital , K, usado apenas na produo demanufaturas

    (2)

    Terra, T, usado apenas na produo dealimentos

    ii) 1 fator no especfico

    (1)

    mo de obra, L, usada tanto na produo demanufaturas, LM, quanto na produo de alimentos,LA.

    d)

    Tecnologia - Funes de Produo:

    i)

    Produo de Manufaturas

    ( )MMM LKQQ ,=

    0>=

    LM

    M PMgL

    Q

    (Produtividade Marginal doTrabalho Positiva)

    0=

    KM

    M PMgK

    Q

    (Produtividade Marginal doCapital Positiva)

    ii) Produo de Alimentos

    ( )AAA LTQQ ,=

    0>=

    LA

    A PMgL

    Q

    (Produtividade Marginal doTrabalho Positiva)

    0=

    TA

    A PMgT

    Q

    (Produtividade Marginal daTerra Positiva)

    e)Graficamente (F= Food= Alimentos) :

    i)

    Produtividade Marginal do Trabalho Positiva e formatoda Funo de Produo

    ii)

    Produtividade Marginal do Trabalho Decrescente

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    iii) Aumento no estoque do capital - a PMgLaumenta paracada nvel de utilizao de trabalho:

    QM = QM(K1,L M)

    iv)

    Pleno Emprego: a condio de pleno emprego dosfatores agora trplice:

    (1)

    KK= - todo o estoque de capital utilizado

    (2) TT = - todo o estoque de terra utilizado

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    (3) AM LLL +=

    v)

    se as condies (a), (b) e (c) forem satisfeitas, aeconomia estar empregando plenamente seus recursos,situaes mostradas sobre a Fronteira dePossibilidades de Produo (FPP). Supe-se, nestaanlise, que a economia esteja operando em plenoemprego, ou seja, que as trs condies acima sejamsatisfeitas.

    Soluo do Modelo (Grfica)

    a)

    A soluo analtica para o modelo de fatores especficos relativamente complexa, podendo ser encontrada noSuplemento ao Cap. 6 no WTP. Aqui uma soluo grfica,tambm satisfatria, ser apresentada.

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    b)Interessa-nos nesta anlise entender a lgica subjacente FPP de um pas. Para tanto, as informaes necessriasso:

    i)

    O montante disponvel de cada fator de produo, K, Te L.

    ii)

    As tecnologias disponveis para produzirmanufaturas e alimentos (food).

    c)O grfico mostra nos quadrantes superior esquerdo einferior direito as funes de produo de alimentos emanufaturas, respectivamente. Na construo destascurvas, supe-se que os estoques de insumos especficos,T e K, sejam iguais aos totais disponveis na economia,

    o que assegura o pleno emprego destes dois fatores naanlise.

    d)

    Para garantir o pleno emprego da mo de obra, oquadrante inferior esquerdo mostra a restrio de plenautilizao deste fator, que pode ser deslocado, semcustos, entre os dois setores (produo de alimentos ede manufaturas). Sobre a restrio L = LA+ LM, a mo deobra est plenamente empregada.

    e)

    Postas estas consideraes, a obteno da FPP bastantesimples:

    i)

    Tome um ponto sobre a restrio de plena utilizao detrabalho (quadrante inferior esquerdo), ela definequanta mo de obra ser alocada, em pleno emprego, naproduo dos dois tipos de bens.

    ii)

    Dados os estoques de K e T, que definem as posiesdas funes de produo, as quantidades de mo de obraalocada em cada setor definem as quantidades

    produzidas de Alimentos (no quadrante superioresquerdo) e de manufaturas (no quadrante inferiordireito). Estas quantidades so as mximas que podemser produzidas nesta economia para a alocao de mode obra escolhida. A combinao das quantidades dealimentos e manufaturas pode ser projetada noquadrante superior direito, sendo um ponto da FPP.

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    iii)

    Repetindo os passos (i) e (ii) para todas aspossveis alocaes de mo de obra entre os setores,obtm-se a FPP.

    f)

    Note que a FPP convexa em relao origem. Esteformato devido s caractersticas das funes deproduo de manufaturas e de alimentos, ambas sujeitas arendimentos marginais decrescentes dos fatores.

    g)

    Partindo de um ponto da FPP, uma elevao na produo dealimentos exige, necessariamente, uma reduo daproduo de manufaturas. De fato, a inclinao da FPPneste ponto (a inclinao da tangente FPP no pontoescolhido) dada por:

    LA

    LM

    M

    A

    a

    a

    dQ

    dQ=

    pois para produzir mais uma unidade de manufaturas sonecessrias aLM horas de trabalho adicionais, que seroretiradas da produo de alimentos. Para saber quantasunidades de alimentos deixaro de ser produzidas paraaumentar a produo de manufaturas, divide-se aLMpor aLA,ou seja, transforma-se o nmero de horas necessrias paraaumentar a produo de manufaturas em unidades dealimentos.

    h)

    Este raciocnio idntico ao usado no modeloricardiano, mas uma diferena importante deve sernotada. No modelo ricardiano a FPP era linear, ou seja,a inclinao da FPP era constante, pois as tecnologiasestavam sujeitas a uma PMgL constante. Agora, comespecificao das tecnologias mais realista, a PMgL nosdois setores decrescente, pelo que a FPP fica menosinclinada na medida em que mais alimentos soproduzidos. Para melhor entender este ponto, reescreva afrmula da inclinao da FPP, lembrando da relao entreo coeficiente de utilizao de insumos e a produtividademarginal:

    LM

    LA

    LA

    LM

    LA

    LM

    M

    A

    PMg

    PMg

    PMg

    PMg

    a

    a

    dQ

    dQ===

    1

    1

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    como o deslocamento de mo de obra do setor demanufaturas para o setor de alimentos diminui a PmgLA eaumenta a PMgLM, a inclinao da FPP diminui quando secaminha em direo especializao na produo de

    alimentos. A interpretao disto bastante simples, paraproduzir mais e mais alimentos necessrio arcar com oscustos crescentes em faz-lo: tanto a produtividademarginal do trabalho diminui na produo de alimentos(mais horas de trabalho so necessrias produo decada unidade de alimentos adicional), quanto o custo dareduo na produo de manufaturas aumenta (mais unidadesde manufaturas so deixadas de produzir a cada unidade demo de obra deslocada para a produo de alimentos).

    Salrios, Preos e Alocao da Mo de Obra

    a)O atual estgio da anlise j permite que algumasconcluses importantes sejam realizadas. Lembre-se que amo de obra homognea e pode se deslocar entre os doissetores livremente. Como no modelo de Ricardo, ossalrios pagos nos dois setores precisam ser, sob taishipteses, idnticos. Como as firmas maximizam oslucros, isto significa que:

    wPPMg

    wPPMg

    ALA

    MLM

    =

    =

    b)

    Dividindo uma expresso pela outra:

    LM

    LA

    A

    M

    ALA

    MLM

    PMg

    PMg

    P

    P

    w

    w

    PPMg

    PPMg

    =

    ==

    1

    o que mostra que o preo relativo das manufaturas emtermos dos alimentos igual ao valor (em mdulo) dainclinao da FPP. Isto significa que quando a economiatende a se especializar na produo de alimentos, o preodas manufaturas tende a cair, vale dizer, o preo dosalimentos precisa aumentar.

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    c)

    Note, ainda, que o valor dos salrios igual ao preo

    das mercadorias multiplicado pela produtividade marginaldo trabalho, ou seja, o valordo produto marginal dotrabalho (se as firmas so competitivas e maximizam oslucros). Graficamente, representando a quantidade totalde mo de obra disponvel, L, no eixo horizontal, emedindo as quantidades de mo de obra utilizadas naproduo de manufaturas da esquerda para a direita e asquantidades de trabalho usadas na produo de alimentosda direita para a esquerda, consegue-se visualizar oequilbrio no mercado de trabalho.

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    iii) Os salrios nominais sobem, mas em menos do que 7%.Isto ocorre porque a produtividade marginal dotrabalho decrescente: haver uma elevao de custos(produtividade marginal menor) que repassada aospreos, mas no aos salrios.

    f) Distribuio da renda e Preos Relativos

    i)

    Uma mudana de preos relativos (que costuma acontecerquando as economias se abrem ao comrcio), tem impactosobre a renda dos diferentes segmentos domsticos. Nocaso em anlise, em que ocorre uma elevao do preorelativo das manufaturas, a redistribuio de redocorre da seguinte forma:

    (1)Os salrios nominais sobem, mas numa porcentagemmenor do que a da elevao dos preos dasmanufaturas. No possvel dizer se ostrabalhadores estaro mais ou menos satisfeitos coma mudana sem conhecer a composio de sua cestade consumo. O que interessa a redistribuio realde renda, no a nominal. Se a cesta de consumo dostrabalhadores for composta apenas por alimentos,certamente eles gostaro do aumento dos seussalrios, que implicar maior poder de compra(renda real);

    (2)Os detentores de capital, insumo usadoexclusivamente na produo de manufaturas,percebero um aumento inequvoco de renda, sendobeneficiados pela alterao de preos. Para ter

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    certeza disto, suponha que a remunerao pelautilizao de capital seja representada por r:

    rPPMg MKM =

    Tanto as rendas do Capital aumentaram, quanto ossalrios pagos, em termos reais, diminuram.

    (3)Os proprietrios de terras, insumo usadoexclusivamente na produo de alimentos, perceberouma reduo inequvoca de renda, sentindo prejuzoscom a alterao de preos. Para ter certeza disto,suponha que a remunerao pela utilizao decapital seja representada por z:

    zPPMg ATA =

    Tanto as rendas da terra caram, quanto os salriospagos, em termos reais aumentaram.

    g)Mudanas no Estoque de um fator especfico causamdeslocamentos da curva de demanda por mo de obra nomesmo setor. O grfico exibe o impacto sobre os salriose a produo de um aumento no estoque de capital: aelevao na PMgL na produo de alimentos trazida peloaumento em K faz com quei)

    os salrios nominais aumentem em ambos os setores;ii) que a produo de manufaturas aumente, com o

    deslocamento de mais mo de obra para este setor; e,iii) que a FPP se expanda ( a quantidade mxima de

    manufaturas que pode ser produzida aumenta, embora aquantidade mxima de alimentos no se altere.

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    h) Determinao dos Preos Relativos as mudanas

    observadas no mercado de trabalho podem ser avaliadas,ainda, no mercado interno de bens. Para tanto, umgrfico da oferta e demanda relativas por manufaturas til, e de interpretao trivial.

    Comrcio e Preos Relativos

    a) Se as economias em autarquia trabalham com preosrelativos diferentes, a teoria das vantagenscomparativas sugere que h potencial ganho com ocomrcio.

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    b) O comrcio internacional implicar uma homogeneizaodos preos relativos na economia domstica eestrangeira, de fato, os preos sero determinados peloequilbrio no mercado mundial, conforme mostra o grficoabaixo:

    c) A oferta relativa do pas A, RSA, indica que em autarquiaos preos relativos das manufaturas so maiores do queos internacionais. Assim, a abertura do pas A aocomrcio far com que este aumente a produo dealimentos, importando manufaturas (relativamente) maisbaratas, do exterior (pas J). O oposto ocorrer no pasJ, que aumentar a produo de manufaturas, importandoos alimentos (relativamente) mais baratos do pas A.

    d) As mudanas nas alocaes de recursos nos dois pasescontinuaro at que os preos relativos em ambos sejamiguais, vale dizer, a produo em ambos os pases sesituar no ponto da respectiva FPP em que uma tangentetenha inclinao igual aos preos relativos mundiais.

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    e)

    Supondo que a economia domstica em autarquia estivesseproduzindo no ponto 2 do grfico acima, a abertura daeconomia ao comrcio faria com que a produo passasse aocorrer no ponto 1, ou seja, os preos relativos dasmanufaturas cairiam no pas A, at que fossem iguais aosinternacionais. Esta alterao na alocao dos recursose o comrcio internacional trazem conseqnciasimportantes:

    i)

    As possibilidades de consumo aumentam (em ambos ospases). Os pontos no quadrante azul, em que se tem

    acesso a quantidades maiores de ambos os bens, passama ser factveis com o comrcio. A economia como umtodo estar melhor.

    ii) Os produtores de manufaturas, que percebero umaumento no preo relativo de seu produto, perceberoganhos reais, apoiando a abertura;

    iii) Os produtores de alimentos, prejudicados com areduo de preos trazida pela abertura, sero

    contrrios a ela.iv)

    Os trabalhadores, como se viu, podem serbeneficiados, prejudicados ou no sentirem qualquerimpacto real com a abertura, dependendo da composiode suas cestas de consumo.

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    A Restrio de Equilbrio Externo

    a)Uma economia sem comrcio no encontra restrioexterna: no h setor externo. Nas autarquias, quando h

    pleno emprego de fatores, o valor mximo do consumo decada bem (P x D) igual ao valor de sua produo (P xQ):

    AAAA

    MMMM

    QPDP

    QPDP

    =

    =

    b)

    Em uma economia aberta, entretanto, possvel consumirdomesticamente valores e quantidades diferentes das dosbens produzidos no pas. Se houver equilbrio externo, ovalor total da produo domstica ser igual ao valor

    total da produo domstica, embora nem tudo o que produzido domesticamente seja consumido domesticamente evice-versa. Esta a condio de equilbrio externo:

    AAMMAAMM QPQPDPDP +=+ ,

    ou,

    ( )MMA

    MAA DQ

    P

    PQD =

    c)

    Aos preos mundiais, para que haja equilbrio externo, arestrio externa precisa ser satisfeita, vale dizer, ovalor das importaes ser igual ao das exportaes.

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    Aspectos de Economia Poltica do Comrcio Internacional

    a)

    Tm-se, assim, um cenrio curioso com o comrciointernacional na presena de redistribuio de renda: deforma geral, em mdia. o comrcio internacional benfico sociedade, mas possvel que seja maisbenfico para alguns setores do que para outros que,inclusive, podem ser prejudicados. Como se posicionar arespeito, qual a poltica comercial tima? Por que htanta controvrsia e dificuldades associadas liberalizao comercial nos pases? Os impactosredistributivos so fundamentais compreenso eresposta de ambas as questes:

    i)

    Efetivamente, em anlises deste tipo, procura-seavaliar os ganhos ou perdas de bem estar do pas com ocomrcio. No dispomos ainda de elementos maisrigorosos para este tipo de anlise, mas importanteperceber que as variaes de renda (poder de compra)afetam de forma diversa as diferentes pessoas,dependendo de seu nvel de renda. Assim, uma reduono poder de compra de um assalariado de baixa rendatem um impacto social diverso da mesma reduo(absoluta) de poder de compra de um grande empresrio.

    Para responder as questes acima, alguma forma deponderao que diminua estas disparidades importante.

    ii) Mesmo que, via de regra, as alteraes de rendaafetem os agentes de forma diferente, possveldefender o comrcio e tentar reduzir os prejuzos desegmentos especficos com mecanismos de redistribuiode renda ou compensao que no se traduzam embarreiras ao comrcio. De forma geral, istoconsistiria da apropriao de parte dos ganhos com o

    comrcio pelo Estado que o redistribuiria aosprejudicados com a liberalizao comercial.

    iii) Os grupos potencialmente prejudicados costumam sermelhor organizados do que os favorecidos, o que, decerta forma, cria presses polticas no sentido de umaliberalizao mais lenta e traumtica. Adentra-se no

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    campo da poltica, dos lobbies, e, infelizmente, deesquemas de corrupo. So processos que sero melhoravaliados em captulos subseqentes.

    Apndice

    a) A relao entre preos relativos e distribuio de rendapode ser visualizada graficamente. Para tanto, necessrio lembrar que as quantidades de capital e terra

    utilizadas so fixas e esto plenamente empregadas.Desta forma, aumentos na produo podem ser associadosdiretamente ao aumento na utilizao de trabalho. Se autilizao de mo de obra na produo de um bem forigual a 0, nenhuma unidade ser produzida. Com aprimeira unidade de trabalho, produz-se uma quantidadede produto igual a PMgL. A segunda unidade de trabalhoproduzira mais bens, de acordo com o valor da PMgLdepois que uma unidade j tiver sido produzida, e assimpor diante. Mas desta forma, a rea sob a curva de PMgLcorresponde ao valor da produo, numa equivalncia que

    ser to mais precisa quanto menores forem as unidadescom as quais se medem as unidades de trabalho (a basedos retngulos na figura abaixo).

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    nominais, w, aumentem, mas em proporo menor do que subiu opreo PM. Os salrios reais diminuem, ao menos quando medidosem termos de unidades de manufaturas. No se pode dizer o queaconteceu com os salrios reais em termos da cesta de consumodos trabalhadores, pois esta contm tanto manufaturas quantoalimentos, e os preos dos alimentos no aumentaram, ou

    aumentaram menos do que os salrios nominais. A renda dosdetentores de capital, insumo utilizado apenas na produo demanufaturas, aumenta de forma inequvoca, conforme mostra area hachurada no prximo grfico.

    d) Finalmente, note que a renda dos detentores de terrasdiminui, pois o preos dos alimentos no subiu, ou subiumenos do que o das manufaturas, mas os salrios nominais e,portanto, os custos reais, aumentaram.

    Exerccios

    Cap 3 Krugman: Todos