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ANNO XXIV
RIO DE JANEIRO. 8 DE MAIO DE 1929
A VINGANÇA Pi _AM_^ií_B__Af
NUM. 1 231
O velho André, o dono daquelle pato queJ.aniparina quasi enforcou, indignado, sahiu a:>ersegu.r a negrinha astuciosa.
lamparina corria como uma lebre ate en-óinirar a punia de uin cipú amigo ao qual sependurou c,....
* .. c<_io a pêndula cie um relógio gigan-tesco -«scillou v cr i ig i n _s à me n t e poloespaço.
I "^^mmmÊÊ—~^. 'ju ftr ¦mm Êi w*am!m1^/pammmm?mam»mi » i ^,«_».. —-^^m&mmmmami^^^t^m^^ ¦«
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Na volta, cheia : conter, ap-tUicu em cheio, no queixo _i velho André, um par de pés '
L_._0>. taveisj
mmjammamDepois, um l';iisfn-liáuT,., Oco.,u pelos quatro cantos i
da planície extensa, emijunnto o velho André se .1-T.ati.'.dentro (Jo rio.
O TICO-TICO S — Maio — 192Í)
A MORTE DA-GRIPPE M
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I^co72stLpaçãZc!J^eAU$TJfrpérj) j/?J l I/ porque mamai mandou,. jf |\yI jccrniptaJo seisTjidfzos_ Li r)»* #/|/ ^lz mt/.ag^scu- »-» {1^/' I.
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A O R P H AO destino era-Üie madrasta, na tenra edade, quari-
do, a primavera sorri, cheia de encantos e o senho dameninice*é a melhor companheira, nos folguedos dascreanças; a pobre Marillia, assim, se chamava, tinha
prehendêr-lhe nos momentos expansivos, o olhar detodos, na severidade de espantar as suas alegrias. Creá-ra-se entre, o receio de rnaguar melíndrès alheios e otemor das sombras nocturnas; e a mil e uma feições,que o seu olhar de creança divisava, eram tão rancoro-sas, nas suas expressões de advertência ás brincadeirasinfantis; no emtanto, a ninguém, ousava mostrar-se in-differente, ao menos; pelo contrario, sempre sorria desatisfação intima, nos momentos, em que encontrava,ao seu lado, alguma companheira, embora, a sua or-phandade fosse a causa de ser tão ifneliz. Pobre crean-ça! O destino é tão caprichoso, que não olha a desgra-ça das creaturas, cujas almas, são feitas de arminho eo coração de bondade. Eossuia, como relíquia de va-lór, a estremada serftibildade, para se fazer apreciada1
lou invejada, na disputa da melhor amiga.. Entre to-das, não distinguia nenhuma, pela apparencia, mas, riarealidade, amava pelo coração e dizia, nas suas con-versas furtivas entre o olhar, o semblante de cada uma,deixava escapar a phrase predilecta de seu vocabula-n0: — Gosto de vocês, porque, sei avaliar o coração
JECA DO K.IO.-
A MORRHUINAMimi — uma menina bem magrinhaQue as faces posaula descoradasIlachitica, meuda, coitadtnhaTinha as pernas até bem arqueada3.>Mcttia pena e d<5... tão doentinha,Mal brincar a menina conseguia...-Sua mama... sabendo-a bem fraquinha,Seu coração de dôrea, comprimia! —Mas, um dia, ella leu neste jornalTJrn tônico aem par na homceopathia,Que faria a Mimi um bem geral..»:1—i E deu-lhe com a fó mais crystallina —-— B Mimi, que em pé, mal estar podia,Glorifica dansando a Morrhuina ! I !
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«-s — Maio — iyvi?
h prinsipiar da vidaPela tarde macia e calma de
principio de inv< elle passou,tintando de frio; com as vestescheias dé pingos da chuva que ca-mra. Levava as mãos nos bolsoscomo para aquece-las um pouco.Os sapatos, trazia-os, num estadolamentável: rotos c cheios de lama.
sua alma ainda pequenina, cmformação, denunciava-se triste, tal-vez mais triste que a própria tardechuvosa, dando melancholia aosoutros... Nos olhos, muito clarose muito lindos, lia-se (si é que sepôde ler, pelos olhos, o intimo deoutrem) uma dor qualquer. Ca-
havà pela avenida quasi deser-ta. Caminhava olhando as vitrines
itas das lojas. Já no fim docorredor de casas parallelas, elle se
re.
A chuva, que diminuirá, já nãocahia mais.
Uma resteà de um raio rie sol ap-parecia, illuminando a s anbra es-cura das nu\,
Tudo calmo. Esl ante deum palacete.,
O pequeno parou o olhar emtudo aquilío, ntfm êxtase profundo.
Pelo jardim, um outro pequeno,üo seu tamanho, passeava, bem ves-tido, na bicycleta nova e ligeira.,
Nós temos, muitas vezes, dessasmeditações que nos vem do intimo
¦ "«a e que, somente nós as com-prehendemos. Ficamos, muitas ve-
— 3 0 TICO-TICO
PHARYNGITE
SlLVAÂRÀUJO ROUQUIDÃOOOSt >8 A10 0BA6EAS POP «A • CRtARÇiVivA HtTAtH.
m I Ç\^UmmFfN*lf m ' ^9WAnti-febril
Falta deAppetite
1mpalludismoCONVÁLE/CENCAJ^
Anti-grippal
WJKítfV WAPODEROSOf ANTISEPTICO
PA HAHyGIENE E TOILETTEINTIMA oas SENHORASi
zes, perplexos deante de uma obraprima creada pela mão do homemou em contemplação á natureza...,
Era o que se dava com o pobregaroto; Contemplava, admirava oprazer do outro pequeno, emquanto
elle se deixava ficar ali, tintando
de frio, com as mãos nos bolsos dacalça de brim, ordinária.,
E depois, quando chegasse a casa,encontraria a mãezinha ardendo defebre, morrendo, talvez, de fome...
Era o seu principiar de vida...j
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O TICO-TICO — 4 — Maio — 1929
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P e rd i d ò s JÚLIO DE SOUZA
O TICO -TICOiv>-v -Hrv. _> ' ^•t/
5 B-T-ívÉ(PROPRIEDADE DA SOCIEDADE ANONYMA "O MALHO")
í.edactor-Chefe Carlos Manhães — Directór-Gerente: Antonio A. de Souza e SilvaAssignaturas — Rrasil: 1 auno, 23$0_0; O moa cs, 13$000 — Estrangeiro: 1 anno, COSOOO tf mezes, i.,-)!.0_0
As assignaturas começam sempre • no dia "1 do mez em que forem tomadas e serão aoceltas annual ou semestralmente.IODA,A CORRESPONDÊNCIA, como toda a remessa de dinheiro, (que pôde ser feita por vale postal ou carta registradaÇ.om/_ valor1 declarado), deve ser dirigida á Sociedade Anonyma O MALHO — Rua do Ouvidor, 1C4. Endereço teiegraphico:O MALHO — Rio. Telephones: Gerencia: Norte. 5402. Escriptorio: Norte: BS18. Arir.ur.cios: Norte, 61S1. O.riclnaa: Villa 6^47.
Succursal em Sâo Paulo, dirigida pelo Dr. Plinio Cavalcanti — Rua Senador tfeUO n. .7. 8' andar. Saias 86 e 87.
CicOQJi^mt^\ü 1
DUO
O C O L O iR I DO• Meus nclinhos:
¦ Hontem, o netinho Eduardo perguntava-me porquea Superfície, dos mares varia tanto de côr, mostrando-se ás vezes azulada, claramente azulada, outras vezescôr de chumbo e ainda outras vezes verde. A perguntado Eduardo teve prompta resposta.
A água, como os meninos sabem, é um corpo inco-lor, principalmente quando observada em pequenaquantidade. As grandes massas de agita, as lagoas, osmares, em virtude de um phenomeno conhecido pelonome de refração de luz, apresentam-se sempre azula-das. O estado do céo, limpo ou escuro, reflecte na stt-perficie dos mares e modifica, é claro, a côr destes.Mas além disso, meus netinhos, ha outras causas queproduzem a mudança de côr dos mares. Entre cilas"Vovô
cita as grandes colônias de animaes, as florestasaquáticas, os bancos de coraes, as montanhas submari-nas — todos modificadores da côr azulada dos mares.
A água do mar, meus netinhos, é bastante transpa-rente, e aos olhos do observador ella se mostra da côrdas colônias de animaes, das florestas aquáticas, das
D O MARÉmontanhas que existem no fundo do oceano. Ha"ainda, meus netinhos, um outro phenomeno que dá aosmares uma coloração de luz prateada. E' à phospho-irescencia. Esse phenomeno enche cie admiração osviajantes, á noite, quando, na esteira que o navio deixaparecem bailar milhões de pequeninas estrellas, mantomaravilhoso de prata que vae se enrolando, em cata-dupas de luz, como se o estivessem agitando fadas egênios fantásticos dos mares. Quando o vento, sopra,as ondas que encontram as esteiras de phosphorescen-na elevam-se luminosas produzindo ao olhar do via-jante o mais curioso e bello dos fogos de artificios.Mas todo esse quadro fantástico que dá ao mar a côrde prata, nada mais é do que o formidável exercito depequeninos seres, de zoophitos, que povoam as regiõesmarinhas. .
Taes animaes, meus netinhos,emitem luz phosphprescente e os poetas já os cantaram como os. pyrilail.-'pos do mar.,
Vovô.
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O TICO-TICO — 6 Maio — 1929
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?OTSCOTiCO]J_^CS _'_?•'_ %*»*"_a*V''_^S»>««S_—í.
NASCIMENTOS¦-• <í> Nasceu o menino Paulo Luiz, filho do Sr. Luiz
Guilherme Barbosa e de D. Edith Fonseca Barbosa.•3* "3* Clotilde é o nome da linda menina que veiu
alegrar o lar do Sr. Bartholomeu José da Silva e de D. Phi-lomciia Silva, residentes em Valença.
<í> <*> Chama-se Renato o lindo menino que acaba deenriquecer o lar do Si;. Álvaro Silva e de sua esposa D. Ce-leste Ventura da Silva.
ANNIVERSARIOS<$-. £> j,a- annos ]10je o menino Mauro de Almeida
Santos.«> 3> Completou hontem seis annos a graciosa Edith
Lorena de Almeida, knossa assignante residente em Aracaju.•3> <$> Guilherme Moreira da Roclía, nosso intelligente
leiloa- e amiguinho. viu passar a 30 do mez findo a data deseu anniversario natalicio.
<S> ? Completou cinco annos a 2 deste mez o meninoEduardo, filhinho do Dr. Joaquim Pimenta.
<$> *§ Festejou sabbado ultimo a data de seu amiiver-sario natalicio a gentil Maria Lucia, filhinha do Dr. JoséMesquita Filho.
•í> <s> Faz annos a 10 deste mez a graciosa Nadir, en-tentadora filhinha do Sr. Manoel Barbosa.
NO JARDIM...-<£ <$ Querendo oíferecer um lindo bouquet á nossa
amiguinha Denair, resolvi escolher os seguintes meninos emeninas: Áurea, uma cheirosa angélica; Laura, tuna lindarosa; Neusa, 'uma bella açucena; Ivonne, uma bonita era-vina; Ameba, uma períunjada meia-noite; Sophia, uma lindadhalia; Américo, um lindo cravo; Alfredo, um perfumadojasmin; Manoel, um lyrio; Cyriaco, um bello beijo defrade; Nelson, um amor-perfeito. — A. A.
NO CINEM A . . .<$> 3» Querendo fazer um íilm, resolvi escolher os me-
ninos e meninas seguintes: Denair, a linda Col.leen Moore;Laura, a admirada* Pola Negri;. Áurea, 'a bella Lupe Veez;Neusa, a encantadora Renée Adorée; Amélia, a querida BebeDaniels: Cyriaco, o encantador Rod La Rocquc; Manoel, olindo Ramon Novnrro; Américo, o bello Jack Hoít;" Alfredo,o querido Hen Meynard, e Nelson, o Tom Mix.
$> $> Foram contractados para uin fi-tl os meninos emeninas dc diversos bairros: Nieta,. a Billie Dovc; Carlos, oConrad Nagel; Elda, a Mary Philbin; Lucas, o AdolpbeMenjoti; Clara, a Olive Bordens. Luiz, o Ben Lyon; Mariade Lourdes, a Clara Bow; Arthur, o Lon Chaney; Cleniertti-na, a Norma Talmadge; Victor, o Richard Dix; Ireiié, aDolores dei Rio; Marcos, o Raymoud Griffith.
AVENTURAli
CAR A P E T A
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Carrapeta quiz pregar nin susto 'cm Coclhínlw e foi buscar um tapeie quc 'ira uma onça c vestiu para assustal-o,:forem, Coelhinko já tinha xisto o "truc" e fingiu quc estava com medo, conduzindo...~y^y b—fii ¥y\ ,\„_/ü iw * m a yy-fy
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wyf m§M i
...assim Carrapeta, que não via. nada e cahiu no rio Coclhinho riu-se d bom rir e depois foi fa:'cr o mesmo,'com a mãc-ccclho, quc se assustou.
8 — Maio — _92ü>' O I 1 C ü • I' 1 li ü
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Historias que a Vovó contava* * * Era uma vez um rei, dono de muitas terras e mui-
tos thesouros., Todas essas riquezas o rei as guardavaavaramente., Um dia, o rei adoeceu e morreu, e todos osseus haveres passaram para os filhos que, desassisados,não souberam zelar pela fortuna herdada. E todas asterras e todos os thesouros perderam-se em loucuras dospríncipes herdeiros, que ficaram pobres, sem lar e semfamilia..
* * ** Foi um dia uma rainha, que tinha tantas jóiasque não cabiam nas arcas do thesouro do_seu reino. Arainha, tão rica, não possuia, pcrém, o dom da bondadee da solicitude para com os seus subditos. Quando a rai-nha morreu, seu povo não chorou.
:; * * Havia, antigamente, uma princeza que gastoutodos os haveres do seu reino e vendeu todas as jóias quepossuia para fazer o bem ac seu pcvõ. Este a adorava equando, pobre e sem roupas, a rainha morreu, todo o povochorou saudoso de tão querida senhora.
* * *
Eu sempre gostei mais desta ultima histeria,
CARLOS ¦M'A I\T H A..F/-S
CAPITULO 35
Continuação)
n sem dizer mais palavra, Pinocchio pegou na velae começou a andar em direcção _ bocea do Peixe-Cão."Venha e não tenha medo, papae", disse Pinocchio.
¦' Assim andaram algum tempo dentro do estômagodo monstro.- Ao chegarem ao fim tiveram o cuidadode vir se podiam escapar sem perigo
O Peixe-Cão, sendo muito velho e soffr-ndo muitode asihma e palpitação, era obrigado a dormir com abocea aberta. Pinocchio poude, portanto, ao olhar pelagarganta dc monstro, vêr o céo estrellado e a luz da lua.
• Esta é a oceasião de fugirmos", disse Pinocchio:"C Peixe-Cão dorme e o mar estã muito calmo. Ve-
nha. octão. papae. Siga-me c logo estaremos salvos.Dito e feito. Começaram a subir pela garganta domonsiro marinho e caminhavam na pontinha dos péssobre a lingua..
lüe repente o bicho deu um espirro, a vela, apagou-
se e foram abalados, achando-se mais uma vez dentredo-estômago do Peixe-Cão.
"Agora estamos perdidos", disse Geppetto."Dê-me a sua mão e tome cuidado para não es-
corregar"."Onde me vae icvar?""Venha e não tenha medo".Assim dizendo, Pinocchio tomou a mão dc seu pae
e outra vez subiu pela garganta do montsro. sempre nas
pontinhas dos pés.Então, passando por sobre a lingua e pelas tres car-
reiras de dentes, acharam-se ao ar livre."Monte em minhas costas e segure com força"Mal Geppetto havia montado nas costas o valente
Pinocchio começou a nadaraO mar estava muito calmo e o luar era bello.O Peixe-Cão dormia um somno tâo pesado, que
mesmo um tiro de canhão não ó poderia ter desper-tado.
(Continua.
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AMIGUINHOS
OLAVO e DORA SACCHI, interessantes filhinhos dobr. Eugênio Sacchi. — São Paulo
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MARIA ARMÊNIA, filhi-nha do Sr. Guilherme de
Peret, nosso agente emOuro Preto —Minai
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ANNA MARIA,filhinha do Sr.Sebastião Jorge.
JOAOZINHO,filhinho do Sr.João Silveira.¦¦a¦ o^i if*1 ^
CYBELLEHELOÍSARICARDO
ALOYSIODEVOTO.
ALICE BEL-TOLDI.
Rodrigues Al-ve» - 5. Paulo
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m^i '* Sr. Ascanio de An- UL.
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-J-0SGEIR, filhinho do SrGetulio Campos
Capital.u CÉLIA CORRÊATaquaritinga — S.
Paulo
CYRO E ELSA.Rodrigues Alves— São Paulo —
¦Ti lÊr,'
f ¦ &? ti>" - tSfrm
HYLDETTERIBEIRO. FRANCISCA DE PAULA DE SÃO TRIGO.
Santos — São Paulo.
A fita de hoje:-Farina estrêa como coveiro
^^^^_b___fl
— Aqui neste carrinho está umcadáver. Eu não tenho tempo de le-val-o ao cemitério. Leve-o você e se-pulte-o numa cova bem funda.
*. __.
•
m TÊL MmWÊ&'I ___F_________P*kv p^Pr^^'W ___i
— Ora essa! Eu me salvei na Ar-ca de Noé para acabar carregandodefunto? Mas vou cumprir a ordemdo policia...
f'vV-3_____L____
— Esse defunto está mexendomuito! Daqui a um instante é capazde comer a terra da cova que eu es-tou cavando..,
^ 1)_____£__'*t_f7 f' ____ Y1 .jhtt- *'_tfW-V^__i"-__. "_HI BB''
wF ' v&vMieSS, __t S-fm____!11r_y_F-_-lWTr mêM a v •'JjSrt * __5__________*- ___________ ________!
_____r ^^______M______ *" T- ;*•"*-1¦¦? ' __________________ ____¦ vfl SP'* - e-i « ~ _rw*fl ______r^^ - «PB * _p^_
_»-K. -* " '._ Ri _J
— Meu Deus!... O defunto eraum homem e agora cresceu e se trans-formou em mulher. A gente vê cadacousa no cemitério...
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— Que defunto feio está me es-piando ali adeante, Será que eu nãodou para coveiro? Se fosse o Chiqui-nho tinha medo...
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Mas a Farina sahiu-se tão bemda prova a que a submetteram queos "gurys" a proclamaram e coroa-ram coveiro de luxo.
« — Maio — 1929 — II — ') TICO-TICO
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«ii cairino ::; ^frHISTORIA
DE
NOSSA PÁTRIAFranciscoCamerino
Na esquadra, a bordo do encouraçado Lima Barros,entre outros, foi ferido o Capitão de Mar e Guerra Ely-siario Antônio dos Santos que, entretanto, na phrase doAlmirante Tamandaré, "continuou a combater com osangue frio imperturbável que o caracteriza noperigo."
Em Curupaity perdeu gloriosamente a vida Francis-co Camerino, poeta sergipano, de vinte e tres annos deedade, que, sem ser alistado no Exercito, seguira para oParaguay ao lado do 8" batalhão de Voluntários de Ser-gipe. sobre cujos soldados exercia verdadeira fascinação,quando marchando para renhidos*, combates, incitava-lhes o patriotismo, recitando versos heróicos.
Já em Curuzâ, dizia desse denodado joven em parteofficial de 14 de Setembro de 1866, o Visconde de PortoAlegre;
"Torna-se digno de menção o voluntário FranciscoCamerino, porque, guiado unicamente por seus senti-mentos patrióticos, combateu heroicamente nas fileirasdo batalhão 8" de Voluntários da Pátria. Não c alistado,nem recebe dos cofres públicos remuneração alguma."
Sobre a morte de Camermo, victimado com mais de-zoito companheiros pela explosão de uma granada, aotranspor, num ímpeto de audácia, o primeiro entrinchei-ramente lemos em uma autorizada descripçào do assai-to de Curupaity:
'A honra da bandeira brasileira ficou illesa, comobem disse o General. Com effeito, actos de valor, deabnegação, de temeridade e heróica coragem foram prati-
cados por nossos officiaes e soldados e seria longo enu-meral-os.
Camerino. Voluntário da Pátria, sergipano, poeta,no começo da acção é gravemente ferido; conduzem-nopara o hospital de sangue e ahi os cirurgiões reconhecema necessidade de. amputar-lhe os dois braços.
Principiam a operação: Camerino, pela perda desangue, está pallido, mas risonho; não quiz chlorofor-mio. A operação caminha e tambem a morte. Camerinosorri sempre, recitando poesias, mas sua palüdcz cresce.
De repente, fita os olhos sobre os montes de pernase braços humanos que estão por ali espalhados; depois,olha para o céo com a expressão das estatuas tumulares:está em um êxtase... mas êxtase da morte.
Seus braços abrem-se e o herõe, concentrando nellesos últimos alentos da vida, recita a seguinte estrophe dopoema D. Jayme:
Até porque, meu D Jayme.A guerra amortalha as doresDe inexequiveis amores;E ou morre o homem na lida,Feliz, coberto de gloria,Ou surge o homem com vida.Mostrando em cada feridaO hymno de uma Victoria!
E Camerino expira..
ti TICO-TICO *-. 12 -. 8 — Maio 1929
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MENINA BEM FADADA
Uma camponeza teve uma fuinha.Um dia, bateu-lhe á porta uma fada
e disse-lhe:Fado a tua menina para que ella
seja muito boa para ti e caridosa paratoda a gente. E virá um dia em queella ha-de salvar da morte dois me-ninos.
E como garantes a tua promessa?Toma lá este fio de contas de ouro,
põe-1'ho ao pescoço e tem cuidado queella nunca o perca, nem o dè, porqueserá mais tarde o talisman da sua fe-licidade. E quando chegar essa oc-casião ai|parecer-lhe-ei ou mandareiunia andorinha que é a guia de toda aminha ventura.
A boa camponeza agradeceu-lhe e afada partiu.
Passou muito tempo. Justamenteno dia em que fazia quinze annos quea fada tinha fadado para bem a filhada camponeza, numa casa muito dia-tante da sua, um indivíduo lia a "bue-na-dicha" a dois meninos.
'— Acautelem-se —i disse elle aospães. Olhem que vossos filhos hão dese perseguidos e roubados.
Os pães ficaram sobresaltados e nun-ca deixaram sair seus filhos de ao pódei les.
Um dia o pae teve de ausentar-sepor algum tempo.
Recommendou á mãe que nunca osdesamparasse.
E a pobre de senhora assim fazia.(Passou dias e noites em desassocego,até que um dia adoeceu, e teve de re-colher-se á cama.
Entregou-os aos cuidados de umacreada velha, mulher de toda a con-fiança. A boa creatura estava semprefechada com elles numa sala, sentadaa fiar e a contar-lhes historias, paraos entreter.
Andava já cançada e numa tarde,por fatalidade, caiu num somno pro-fundo. A roca caiu-lhe para um ladoe o fuso para o outro.
Encostou a cabeça ao espaldar dacadeira e principiou a resonar tran-qulllamente como se estivesse muitobem deitada.
' Os pequerruchos, assim que1 tal vi-ram, foram com toda a cautella aocustinho do linho quo ella tinha junto
de si, tiraram a chave da porta, abri-ram-na e eil-os de um pulo a brincare a saltar no jardim com uma alegrialouca.
Olharam para o portão o viram umcavallo branco, muito bonito, ali en-costado. Correram logo a acaricial-o»Elle mostrava-se muito reconhecido.
Como são bons, meus meninos,disse-lhes, elle. Querem vir commigoa casa da minha av6, que ella é muitorico e tf;m lá muitos brinquedos paralhes dar? Venham que os levo.
Os meninos enthusiasmaram-se emontaram logo. O cavallo largounuma corrida vertiginosa e, quandochegou a uma casa e-m ruinas, parouderepente. Bateu á iporta que logoso abriu.
Aqui estão os seus netinhos,minha avó — disse o cavallo.
Entrem, meus meninos, respon-deu ella, fazendo-lhes muitas festas.
Venham cá, venham vêr os quar-tinhos onde hão de dormir,
Os meninos começaram a chorar ea dizer que não queriam ficar ali, quequeriam ir para casa. •
Mas quando ella abriu a porta do umquarto, os meninos ficaram encantadoscom o que viram.
—i Este é o quarto de ouro — disseella para,, o mais novo. E' ,onde tuhas de ficar, meu filho.
Elle entrou logo e disse ao maiavelho:
Este ,;é o quarto precioso, meufilho. E' onde tu has de ficar.
Este menino tinha mais tino, des-confiou de tanta riqueza e não que-ria entrar. Ella empurrou-o á for-ça e fechou a porta. O menino co-meçou a chorar e a tremer de sus-to. IPoz-so a espreitar pela fechaduraa vêr o que ella fazia. N
Viu-a entregar as chaves ao cavallcdizendo-lhe:
Tens de correr por ahi adeante,por esse mundo fóra^ e só as has deenterrar num sitio onde vires umaarvore brilhar como o ouro. E logoque a encontrem, enterre-as e nãovoltes mais aqui. Segue até ao logaronde te encantei, que lá quebrarás oteu encanto.
E que fazes agora aos petizes?perguntou-lhe o cavallo.
Oh! elles são muito bonitos.Amanhã acendo o forno, asso-os ecomo-os.
O menino já nâo se sustentava naaperninhas a tremer de susto.
De repente vê entrar, por uma pe-quena frésta que tinha o quarto, umaandorinha.
Socéga, inocentinho. Ninguémte fará mal, observou-lhe a andorinha,Conta-me tudo o que te fizeram e oque tens ouvido.
O menino contou-lhe o que ouviu ea andarinha desappareceu. Voou,íróou, até chegar á casa da campo-neza. Bateu & porta e falou:
Venho de mando da fada, se-nhora minha, dizer-te qua amanhã,antes de romper da aurora a tua filhadeve ir pendurar o fio de contas depuro que eile lhe deu, num ramo da
maior arvore que tenhas nos teuscampos.
A menina assim o fez e retirou-selogo cheia de susto, porque viu virao longe um cavallo a correr desaba-ladamente e encaminhar-se para ali.
A arvore tinha uns clarões scintil-lantes como o ouro. O cavallo logoque chegou junto delia, poz-se a cavarcom as patas, até que fez uma covaprofunda.
Enterrou as chaves e poz-se de novoem marcha. Seguiu o seu destino.
A andorinha estava empoleiradanuma arvore próxima. Assim que ocavallo se afastou foi á casa da cam-poneza.
Vem outra vez para o campo ecava junto da arvore até encontrareaumas chaves que lá estão enterradas—- disse á menina.
A menina .cavou, cavou, até que aaencontrou.
E então chefebu a fada e disse-lhe:—¦ 'Pega outra vez no teu fio de
contas, minha filha. Põe-no ao pes-coco, que "elle te livrará de todos osmales.
Vae chamar a tua mãe e ambas si-gam o caminho que a minha ando-rinha vos indicar e quando ella pousarsobre o telhado de uma casa, pegano teu fiosinho e bate tres pancadascom ella na porta.
Ella abre-se e ha de apparecer-teuma velha muito feia e tu aperta-lhecom toda a força a mão que ella nuncamais se mexerá do sitio.
Ficará sem vêr nada, porque o teufio lhe tirará a vista. Entras e liber-tas dois anjinhos que lá estão presos.
A menina assim fez.Quando lá chegou, bateu á porta
tres vezes com o fio.Appareceu-lhe a velha e ella aper.
tou-lhe a mão com toda a força. Avelha caiu immediatamente aos seuapés. A menina entrou, abriu as por-tas e tirou para fora os meninos. Per-guntou-lhes se sabiam o caminhopara casa dos paea e elles disseramque não. '
Appareceu a fada que lhes indicouo caminho que deviam seguir. Mãee filha levaram muito agarrados a sios dois inocentinhos.
7Chegaram a casa dos laerimósospães e contaram-lhes tudo. Os infe-lizes estavam a morrer de dor pelaperda dos filhinhos.
Apenas os viram ficaram radiantes.Olhem, meus filhos, a lição qúe
tiveram foi muito dolorosa para nóstodos. Espero que nunca assim deisum passo na vida, sem os pães seremsabedores — disse-lhes o pae.
E beijava-os com enternecimento.Os meninos choravam de júbilo por
se verem ao lado dos seus adoradospães, e de arrependimento, pela desp-bediencia.
Deram uma grande somma de dinhel-ro á menina, e ella partiu para a suacasinha passar com a mãe uma vidaalegre, comprando logo uma quinta.
E todos tiveram um futuro cor darosa.
8 — Maio — 1929 — 13 — O T 1 C 0 , T 1 C O
D A INFANTILiJ — Linda camisolinha em seda
<\--tainpada com babadinhos cm ruche.2o — Garçonett de linho ou brim
branco. Cinto de couro.3° — Lindo e simples vestido de
voile estampado. Pregas ao lado dasaia. Tres botões fechando a golla.
4* — Elegante blusão rosa com umatira que sahe do manogramina e é ati-vado ao pescoço negligentemente.Saia plissada.
BORDADOS
Letras e monogrammas para roupaou combinação.
Duas hollandczas para a roupinha deBebê.
Letras e monogrammas para roupabranca.
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O TICO-TICO — 14- 8 — Maio — 1929
1
MISTER B.ÜASI. Iv(MONÓLOGO)
\Ver.i de chapéo branco, — capacete colonial, —usa cabelleira e suissas ritivas, traz um cachimbo noqueixo, binóculo a tiracollo, polainas altas ou perneiras,iypo clássico, emfim, caricaturas do inglez, falando comforte sotaque estrangeiro) :
Mister Brasil em vez de verQual é a moça mais boniteDeve buscar saber qual éA mais intrépida e expedito.
Que tenha mais intelligencia,Saiba fazer contas exactes,E que prepare no cosinhaUni bccf-stcack com batates.
Saiba escrever também no machine,Conheça bem stenographie,Saiba guiar sua automóvelSem matar gente todo die.
Não tenha medo de sereno,E nem de chuva,"nem de sol;Saiba montar no seu ca valia
,E também jogue o foot-ball.
Seja sizude, sem ser triste,Viva com tttdos bem contente,Tenha alcgrie naturalQue isso faz muite bem á gente.
Não tenha ataques de nervose.Nem muite menos faniquiles
Desses que fazem certes moçasDar, como doides, muites grites.
Moça que seja bem sympathiqueE se pareça, assim, commiga;Que fale pouca, pense muite,E não gostar de fazer briga.,
Moça que em vez de pintar cara,Saiba coser, concertar meia;Faça pudding pra sobre-mesaE bolo inglez bom'para a ceia.
Isso de cara bonitinhaE' coise que desapparece.Mas moça boa, delicade,A gente nunca mais esquece.
Mister Brasil faça o que eu digne,Procure moça que trabalhe,E que, depois de casamenta.Marido seu não atrapalhe.
Poic que menines brasileiraTudo é bonito e camarade;Si der seu premio a uma sóA? outras fiques bem zangade.
O que mim diz agora aquiEra o que tinhe de dizer;Mister Brasil faça o que entende;Pôde faz mesmo o que quizer.
John Bul.
H/B aT i" T-ii ^B*
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— Maio — 1929 — 15 - O TICO-TICO
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DIREITOClrarna~se direito a acção <m faculdade que todos te-11< " de uogir dos demas o cumprimento tios nudeveres que nos são impostos. Todo homem, em sociedade, tem, portanto, o d'reito de esperar que se res-
peitem sua vídaf, sua honra, seus bens e,rn<juanto não f.Víar aos se:;s deveres de inemhro da sociedade.
O TICO-TICO — 16 8 — Maio 1929
DO Bâ*.§AB£TUBÍ:r-cr^
Cabelleira — O trabalho que mandou intitulado:"A morte vingada" está grande, além de ter vindo es-cripto de um lado e outro da folha de impei.
O horóscopo das pessoas nascidas a 5 de Tunho éeste:
São de espirito contradictorio e incompreensivel. Pas-sam rapidamente da maior calma a mais violenta ira. Sãoinconstantes, versáteis, embora intelligentes e de forte ar-gumentação para fazer triumphar suas idéas. Muito reli-giosas. Preferem os processos complicados e trabalhosospara resolver os.mais simples problemas. São alegres, ge-.nerosas, prestativas e muitas vezes esses sentimentos sãoolhados com desconfiança. a
Amantes da natureza, gostam de viajar para gozarfortes emoções e ver novos horizontes. Impulsivas e im-pacientes, devem fugir de pessoas intrigantes e charlatãs.
Hilda Velloso (S. Paulo) — Sua musica vae sernovamente desenhada para ser publicada breve,
N. G. S. (S. Paulo) — Letra miúda, signal de mes-quinharia, minúcia, fadiga talvez myopia. Corno a letraé arredondadinha quer dizer bondade, doçura, indulgênciae como é também vertical quer dizer: energia.
A letra de sua irmã é quasi egual á sua. "Um pou-
quinho inclinada para a esquerda o que significa, descon-fiança, dissimulação.
O horóscopo dos nascidos em 28 de Agosto é este:São diplomatas com simplicidade. Muito respeitado-
res, conservadores de usos e costumes e inimigos de elo-gios ou dos lisonjeiros. Attenciosos e condescendentessujeitam-se aos caprichos dos amigos. Têm muita habi-lidade para transmittir aos outros suas idéas, sendo elo-quentes oradores com bastante lógica para convencer oauditório. Sabem conter seus Ímpetos por muita força devontade.
Curiosa (S. Paulo) — O horóscopo de quem nasceem 21 de Fevereiro é o seguinte: E' generoso e abnegadoe se revolta contra os egoistas. Deseja ser rico, mas pormeios lícitos, sendo escrupuloso e honrado em seus ne-gocios.
Não gosta de estar em sociedade, preferindo o socegoe o retiro. Compraz-se em relatar suas victorias, oceul-tando, porém, suas derrotas e insuecessos.
Está sempre de bom humor e vendo a vida côr derosa. Gosta de se trajar bem, preferindo as cores vistosas.
Felicidade (Rio) — Capricho, excentricidade, bi-zarria, um certo desquilibrio é o que denota sua letracomplicada. Nos traços inclinados para a esquerda estápatente a dissimulação, a desconfiança, a contensão deespirito.
E o seguinte o horóscopo das pessoas nascidas a 22de Janeiro: Têm espirito mercantil e as mulheres pos-suem um tino especial para dirigir grandes negócios.
São generosas, caridosas, m, esmo, porém, volúveis.Orgulham-se da sua intelligencia e do seu prestigio etriumphos na sociedade. Embora econômicas, estão, ha-bitualmente, sem dinheiro. Tem espirito pratico, mas sãoexcêntricas originaes e teimosas.
A felicidade é, como tudo no mundo, muito relativa..E' feliz quem assim se julga. Os ambiciosos, os in-
vejosos não podem ser felizes porque nunca estão con-tentes com o que possuem, nem com a sua própria con-dição ou sorte,
Mary (Batatal) — Letra fina, desigual, descendente,tremula: delicadeza, sensibilidade, fraqueza, actividade,agitação, nervosismo, tristeza, preoecupação fadiga, tal-vez preguiça, anemia.
O horóscopo das pessoas que nascem a 17 de Marçoé este: São abnegadas, sacrificando-se pelos amigos..Amantes da Natureza e de tudo quanto é bello. Attencio-sas e naturalmente affaveis. Fieis e argutas, de espiritoartístico e critico. Intelligentes, eruditas, methodicas,principalmente em negócios, são capazes de assumy: e darconta de encargos de muita responsabilidade.
Mal-me-quer (Vargcm Grande) — Delicadeza, sen-sibilidade, amor próprio muito susceptível, generosidade,ternura, pouco cultivo intellectual, apezar de intelligencialúcida e muita intuição das cousas. Algum nervosismo eindecisão; bondade natural.
Para o horóscopo das pessoas nascidas em Fevereirotenha a bondade de ler o que digo á Curiosa.
W. Carvalho (Queimadas) — A historia a que serefere está na collecção destes últimos números d' O Tico-Tico que se encontra á venda no escriptorio d' O Malho,á rua do Ouvidor 164.
DR. SABE-TUDO..
8 — Maio — 192!) — 17 — O TICO-TICO
,U_iiúl:!;ilí!IIU::illll IIIÜIM
CADA UM PARA O QUE NASCEUwiiiiiiinM
SOLDADINHO: — (Marcha sempre muito datoemquanto o Polichinelo canta).
POLICHINELO: — Muito bem. Eu, entretanto, memovo gentilmente ao som boliçoso de um maxixe bia-sileiro.
SOLDADINHO' — Quem sabe si não é esta musi-ca que a banda do meu batalhão toca? (Canta um ale-gre maxixe):
POLICHINELO: — (Dansando a mover a cabeça,braços e pernas): Justamente.
SOLDADINHO: — (Denois de cantar o maxixe):Muito bem!
POLICHINELO — (Curvando-se): Muito obrií.a-do. "Cada uni para o que nasceu", não é?
SOLDADINHO: — Perfeitamente.POLICHINELO: — Eu nasci para me desengonçar...
(Mexc-se iodo).SOLDADINHO: — E eu para andar firme, sizudo...
(Dá alguns passos, erguendo muito a perna esticada).POLICHINELO — (Prestando attenção para fora):
Parece que ahi vem gente...SOLDADINHO: — Então vamos voltar ás caixas
de brinquedos de onde sahimos.POLICHINELO: — Vamos, sim, antes que nos en-
contrem aqui falando e andando.SOLDADINHO: — "Cada qual para o que nas-
ceu"... Teca a marchar...POLICHINELO: — E a pular!SOLDADINHO: — (Sae cantando e worcnanüo)'-
"Marcha soldado,Cabeça de papelão,Si não marchas direitoApanhas de facão.''
(DIALOGO)
Soldadinho de chumbo.Polichinelo.
POLICHINELO: — (Fntra de um lado, risonho,pulando, a mexer com a cebeça, os braços e as pÍTBOs).
SOLDADINHO: — (Entra do outro lado, serie,marchando muilo empertigado. Encontram-se cm iue!odo caminho c o soldadinho fala com um tom reprchensUvo na vo^) ;
Que é isto, Polichinelo?POLICHINELOSOLDADINHOPOLICHINELOSOLDADINHOPOLICHINELO
-r Que é isto, o quê? (Pára).Então veeè não tem modos?Tenho, sim.
E que faz que não os usa?Não os uso porque deixaria
ât ser polichinelo si fosse serio e empertigado comotu.
SOLDADINHO: — (Empertiga-se mais).Não vês que assim é mais bonito?POLICHINELO: Em ti.. Em mim essa cousa seria
horrível. Não vês que eu tenho engonços?SOLDADINHO: — E por isso é que és tão desen-
gonçado ?...POLICHINELO: — Justamente.Não sou como tu que és de chumbo.SOLDADINHO: — Cada qual como Deus o fez...POLICHINELO: — Tu foste moldado em uma ri-
gida fôrma de ferro..,SOLDADINHO: — E vucê?POLICHINELO: — (Vaidoso): Ah! Eu fui recorta-
do graciosamente...SOLDADINHO: — (Despeitado): Nem por isso é
engraçado...POLICHINELO': — E' que minha graça depende da
pessoa que brinca commigo. Depende dos movimentos queme derem.
SOLDADINHO: — Eu nao preciso disto. Sou ele-gar.te...
POLICHINELO '-- (Rindo): Elegante? Tu és... ex-travagan.e. Queres a prova? Tu te moves ao som mar-ciai de uma marcha secca, como esta: (Canta).
"Marcha, sole!.Cabeça de papel,Si não marchar direitoVae preso pr'o quartel."
POLICHINELO — (Sae também depois cantando adansando, "desengonçadamenie", um maxixe bem ale-grc).
FIM
Rio _ V — 1928.
M. Maia.
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4 hrraca•ai i facilidade da oohstrucçâo, todas as peças vão nu-lucradas. As peças desta pagina devem .cr colladas erq
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cartolim» c depois recortadas.(Concluc no próximo nume- >)
O TICO-TICO — 20 — Maio — 1929
Neve, bonito gato angorá, vicrá
pequenino para casa, de presente ãmaninha que o adorava tanto. Osseus pellos de um branco puro, acauda longa, os olhos immensa-mente vermelhos, davam-lhe certaimponência e fidalguia, de distiu-
guil-o dos outros gatos communs..Neve era o companheiro fiel e "
inseparável da maninha e propor-cionava-lhe quasi, sempre alegre
passatempo com o saltitar dum aoutro lado da casa, ora ás voltascom um insecto qualquer fugitivo,ou então a impressionar-se por umfarrapo de jornal a balouçar ao
vento,.Decorreram assim dias_bem ale-
grcs para o gatinho que encontrarana maninha, tão gentil, a sua ama-vel e dedicada patroazinha. Porém,foi breve essa felicidade.
No amanhecer de um bello dia.Neve apparentou sentir-se mal...
Vi-o rastejando o ventre pelo chão
e, todo tropego, ir prostar-se im-movei, ao pé da cama da mainnha,
que, ao abrir, os olhos, deu com o
pobre Neve que a fitava doce-
mente.A maninha então saltou da cama
e tomando-o nos braços principioua acaricial-o^
— Meu bem Neve, que tens? di-
zia-lhe a maninha.E Neve como que respondendo á
pergunta de sua amiguinha, unir-
A MORTE DE
NEVE
murava com um "miatt" pouco edifficil morrendo-lhe a voz na
garganta.Pobre Neve! Talvez quizesse di-
zer: Patroazinha, salva-me, não medeixe morrer. Da bocca semi-cer-
rada cahia-lhe abudante espuma,emquanto o corpo se lhe agitava emconvulsões violentas e horríveis.
Vendo o seu estado alarmante amaninha assustou-se, abandonan-sea chorar. Eu então para acalmal-a,dei ao pobre animalzinho uma co-lherzinha de purgante, esperandotalvez que o remédio pudesse debel-lar o mal que o apoquentava. Mas,oh destino! Neve dava em peiorarhora por hora, até, que mui entris-tecida pelo seu estado e sem meiosde poder diminuir-lhe os soffri-rriéntos, resolvi mandal-o a phar-macia mais próxima, cuidando queo pharmaceutico prodigalizasse
qualquer cura ao pobre Neve, quese debatia entre a vida e a morte.
iA creadinha ao receber Neve dasmãos .da maninha, sahiu, e num la-
pso de tempo voltou, relatando comaccento de sentida compaixão, queo gato fora envenenado, tendo o
pharmaceutico applicado-!he uma
injecção, mas sem effeito, por ser
demasiado tarde. Neve teria mais
poucas horas de vifla.:Ao ouvir estas palavras, o cora-
ção da maninha feriu-se de umador profunda, precipitando-se logoem seguida a tirar Neve dos braçosda creadinha cpie o trazia apertadocontra o peito; e com lagrimas nosolhos, deitou-o numa almofada lin-da, toda preta, com um gato borda-do ao centro, verdadeiro retrato deNeve, a mesma em que o gatinhocm dias não mui remotos, se deita-ra a gozar dum somno delicioso.E agora nessa mesma linda almo-fada, ao pé dc um divam, no meioda sala vazia e tristonha, com aolado a maninha que chorava comlagrimas sentidas o seu queridoNeve, o seu corpo martyrizado pelador, descancou até a morte.
Neve expirou, quando o sol vol-tava-se para o horizonte afogueadoe a luz do occhso infiltrand07.se pelaespaçosa janella, beijava-lhe o cor-
po inerte e sem vida.Pobre Neve!
Roziniia AmEmoola.
8 — Maio — 1929 — 21 — 0 TICO-TICO
O escotismo é uma instituiçãode energia, tendo por base a força,mas a força intelli gente que se cha-ma Dever, governada pela disci-plina.
O escoteiro, assim como se ro-bustece nos exercicios ao ar livre,aPura os sentidos, decenvolve asfaculdades e aprimora os senti-mentos; torna-se sociavel fratcrni-sando com os companheiros noconvívio que os liga intimamentepela cadeia da solidariedade.
O escoteiro é uma sentinella at-tenta que não só vigia como aindaaçode ao accidente com o soccor-ro prompto; assiste solicito juntode quem quer que sof fra e, á ma-neira de Robinson, tudo aproveitae converte em utilidade appare-lhando-se com o que se lhe depara.-Assim o escoteiro em acção improvisa, hábil e destro, tudo de quecarece: galhos e ramos bastam-lhepara armar uma tenda; constróeuma ponte sólida com cipós e va-ras; fogo, tira-o das pedras; ataum amarnlho de fibras em nó quese não desenliça; embrecha umasandas para transporte de feridoscom o que lhe dão as arvores; sabea virtude medicinal das hervas edas raizes; prepara uma refeição"geira e pensa um ferimento oucorrige um entorse. CaminhandoC01» a bússola ou olhando as es-
ismoFARÁ UM CONCERTO DE
EMERGÊNCIA
Durante uma marcha ou uma ex-cursão pôde acontecer que uma dasrodas da carrocinha da tropa sof-
fra uma avaria e impossibilite acontinuação da marcha.
A gravura junto fala muito bemde como remediar esta avaria per-mittindo a volta á sede sem maioresincommodos.
COMO CONDUZIR O BASTÃO
ESTADO DE BICYCLETA
Uma das melhores maneiras derealisar excursões é montar numabicycleta e partir com alguns com-
panheiros a procura de um bom lo-cal para armar o seu acampamento.
Como o escoteiro não deve nuncadeixar o seu bastão em casa e comotalvez não oceorra a todos uma boapioneira de transportal-o estando debicycleta, apresentamos hoje umádas mais praticas suggestõcs para
trella: orienta-ce no mais embre-nhado silvcdo como no párafmamais deserto e, em perigos, sendoatalaia, esperto e subtil como oPequeno Pollegar, para avistar aolonge trepa ás arvores, oceulta-se-lhes nas franças e, por vozes depássaros, on por signaes conininni-ca-se com ns companheiros.
Acompanhado sempre da ban-deira cresce junto delia cantando,como oração heróica, o hymr.o na-cional e, fiel ao juramento que lheprestou, não ousa commettcr fal-ta pela qual possa ser arguido di-ante do pendão veneravel que étudo para elle, porque é o symboloIa Pátria,
De tal escola sabem os infantesque serão os homens de amanhã:seres de tempera viril, tão úteis napaz pelo que aprenderam brincan-do, como serão bravos, se foremrequeridos pela Honra, pela resis-tencia que adquiriram no corpo,cQm os exercicios, na alma com aperseverança na disciplina, que é acadência da ordem.
Assim, essa instituição heróica egenerosa é a escola primaria do ei-vismo, na qual se devem matricular,todos os meninos brasileiros que,-amando o seu paiz, queiram apren-der a bem servil-o e honral-o.
Çokuío Nktto.:
O TICO-TICO — 22 -. 8 — Maio — 1929
SALADA DE FRUCTASMl ¦j%
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8 — Maio (— 1929 _ 2.3 — O TICO-TICO
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Laranja.Manga.Banana.Abacaxi.
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\Frutinhas saborosas^e, ^e se faz salada,Nos somos deKciosas,ue polpa perfumada.Fazendo-se com zeloJ^plendida mistura,<j?m bem assucar, gelo^ bem doce... ventura.
íaranja:
^°u a doce laranjinhaUue e por todos tão querida.
Uva. (CORO INFANTIL) Uva:Maçã.Mamão. S°'! a uva redondinhaMelão. Manga: quc dou vinho tão bebido...
Eu a manga sou cheirosa MacS.Que é por muitos preferida.
A ma^ã sou eu, que dizeman Ser o pomo appetecido.A banana, meus. senhores, .Madurinha está aqui. Mam o:
Abacaxi: l'ra quem tem dispepsiaDom remédio é "um mamão
Eu o rei das frutas sou jSoberano abacaxi. Melão:
TI
CORO:
Frutinhas saborosas, etc.
[IlusõesManhãSem ar. .. sem luz...Num quintalUm arame esticadoOstentavaLmda illuminação de orvalho.Vem um meninoMoreno e somnolento.E fica extasiadoE comtempla.E ri.E, cedendo a um impulsoInnocenteDe creança,Balança o arameE joga as lâmpadas ao chão. ..-
lrKUD CamêÍier.
Eu, ás vezes, indigestoA quem come do melão.
E. WANDERLEY
O TICO-TICO — 24 —. 8 — Maio 1»2'J
lÉÉIplL
Tinham dado á mãe de Cecita um papagaio, avelindíssima que, pelo brilho e harmonia de suas pennasmulticôres, attrahia a attenção geral. Mas o papa-gaio era muito silencioso, apesar das affirmações con-trarias de quem o dera, e a única phrasc que dissera,tinha sido: — "Vem cá, anjinho"! Ora, justamentenesse momento, entrava na sala a Cecita, senhorita de4 annos, que ficou muito satisfeita ouvindo aquillo,pois, naquelle momento, ella acabara de dar um dosseus tostões ao pobre que passara, e elle tinha agrade-cido assim: "Deus lhe.proteja, anjinho". E a meninaattribuindo a si o elogio da ave, foi dizer tudo ao ir-mão mais velho, o João, que lhe contava umas dez his-torias por dia — e immediatamente elle deu a explica-ção do caso: Este papagaio tinha ido um dia ao céo;mas teve de vir embora logo, porque bicou o braço deum anjinho. E quando voltou para a terra, o pobrepapagaio tinha tantas saudades dos anjinhos louros quec haviam rodeados... que só admittia ficar em casade uma menina que fosse muito parecida com algumdelles, isto é, que fosse muito boazinha e não roesse asunhas escondido da mamãe. E se a mesma algum diaficasse má, elle iria embora, procurar outra melhor...
Cecita ficou muito impressionada com a historiado irmão, e, naturalmente nella acreditou ponto porponto.
Ficou vagando por ali mesmo, até vir o irmãozi-nho Luiz, do collegio. Luiz veiu como de costume fa-zendo um barulho medonho, pedindo pão com mantei-
0 Papagaio que foi ao céuga, atirando a mala para um canto /c, o chapeo para ooutro. ....
Ora, Cecita esse dia, seguia com interesse as traves-suras do irmão e esperava com ansiedade que elle en-trasse no quarto do Papagaio, para ver o que este di-zia, vendo um diabo em sua frente — sim! a criadadizia sempre para o Luiz — Você é um diabo!, a ma-mãe: — Meu diabinho, e o papae — Diabo de me-nino.
Deante de tantas affirmações, Cecita não duvidavaque, realmente, o irmão fosse um diabo — (era porisso, que, até agora, esse nome não lhe mettera medo:os diabos vão de castigo, mas ganham beijinhos da ma-mãe, tambem) — e seu interesse era enorme. Que di-ria o Papagaio? Mas — oh desapontamento'! — OLuiz e a ave pareciam estar de muito boas amizades:emquanto este lhe afagava as pennas, aquella dizia con-tinuamente:
— Vem cá, anjnho, anjiiiiiiinho, anjiiiiiiinho...Completamente sceptica quanto ás historias do ir-
mílo, cheia de espanto e com uma vontadinha de chorar,a menina fo ise chegando. Em sua cabecinha repassa-vam-se todas as oceasiões em que se sacrificara paraque o Papagaio não se fosse embora, ao passo que oLuiz perdera os oceulos da Vovó e dera um pontapé nogato, fora as balas que comeu sósinho sem dar nenhu-ma á irmã que não ousou reclamar. Tudo isso era in-justo... Mas eis que o Papagaio virou-se para seulado, e disse a segunda frase rio seu repertório:
Sahe, diabo!Era demais! Cecita poz a bocca no mundo*; nem
mamãe, nem papae, nem as criadas conseguiram acal-mal-a. Diabo! Elle a chamara de diabo! Depois demeia hora de choro, todos já estavam caceteados, masá menina foi se chegando. Em sua cabeceira repassa-havia que a fizesse parar. Foi quando chegou o João,que todos suspiraram: só elle conseguia sempre com-prehender as manhas da pequena.
E de facto, João comprehendeu, mas teve muitotrabalho em consolar e refazer a confiança da irmãzi-nha. Foi preciso contar-lhe que o Papagaio estava fi-cando myope, como a Vovó, e por isso, se enganava,trocando Luiz pela irmã. Era preciso ir á cidade com-prar uns oceulos para elle.
Cecita consolou-se e já perdoou ao Papagaio; mascom certeza a cidade é muito longe, porque até hoje osoceulos ainda não vieram de lá...
Amélia A. Whitaker.
— Maio — 1929 O TICO-TICO!
UPA , PIPOCA ASSAUTAOe -POR UM LEÃOPEDE ^OccoRROS UR-rENTES. VOU
JÂ.LO-tO DETOl^ DE TOMAR CA.FEJ
"
AQUI E' CASO DE V3V0AOU -E MORTE. . MADREINFEUCE .CORt-O ASALVAR. =5" <=
e©^0.y^C-^Vv MAR CAFE-i— ,v
I y^íh^^'^ ¦ P0v yffiL\ .Aí' i>TTy^. X\ f**^ r*r y ly***)
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u i i (d • r i c o - 26 - Maio — 1929
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5
Morcego ou Guctndyra
O I* EM MSanta Paciência com vocês!
exclamou o Sr. Adhemar pondo asmãos na cabeça como si estivessemuito zangado. Si eu contractasseum bando de maitacas para fazerbarulho não estaria tão bem servidocomo por vocêo!
Você me perdoe, desculpe, pa-pae, mas nisso eu não creio, pois,hontem mesmo você deu graças a!Deus de sermos alegres.
Em termos, em termos . .
Pois esta algazarra toda é por-que todos querem montar o Gala-rim e esse cavallo só, não dá paratanta gente.
Ora sim senhor! então vocês,marmanjos, não têm pejo de dispu-tar ás meninas o cavallo mais man-So da chácara.
Os meninos ficaram confundi-dos, mas Octavio logo declarou.
Eu vou arreiar o Fumaça, eprometto não cahir.
Os outros imitaram-n o, i ptandoegualmente por cavallo mais fogo-so, e dirigiram-se para a cavalla-riça.
Esperava-os uma decepção: oOalarim, o baio tão querido, forachupado por morcego durante anoite, • assim ferido, estava im.prestavel.
As crianças contcmplaram-n'oapiedadas, emquanto o Justino, um
Morcego em repouso
O N T Gcaboclo forte e intelligente, conver-sava com o Sr. Adhemar sobre asprovidencias a tomar.
Isso não é nada doutor, dizia ocaboclo, o Galarim ficará logo bomcom uma compressa de kerozeneou de creolina.
Nái, Justino, eu prefiro queo tratem com iodo. Em todo ca^ovamos tratar de prevenir, para dt-pois não sermos obrigados a reme-diar. Precisamos acabar com os
Papae, eu sei que na casa dabruxa ha uma porção!
Os hospedes ainda não conheciamtodos os recantos da chácara e acasa da bruxa era para elles ummysterio.
Nina chegou-se a Lauro, e per-guntou baixinho:
Que historia é essa? entãovocê não tem medo? De agora emdiante não sahirei mais de perto demamãe ,
Nina você é tolinha; Bruxanão existe! Octavio e eu é que lhedemos esse nome quando brincava-mos de "Joãozinho e Maria"...,
Eu sei, aquella historia dos ir-mãos que se perderam na matta e afeiticeira queria comel-os... Ah1eu também quero brincar assim.
i— Está muito bem! Mas é ao
Esqueleto de Morcego
A L A R 1 M !escurecer! Nina já ia dizer não,mas Lauro tranquillizou-a!
Papae também brinca, não te-nha medo.
Onde vão elles ? e Nina apon-tou para a volta do caminho, ondea^ outras creanças seguiam o Sr.:Adhemar e o Justino que levavaum balde.
Vão matar os morcegos; querir também?
E antes da resposta, tomou ámão da menina e ambos correramaté alcançar os outros
Estavam todos ao redor da enor-me e velha figueira em cujo troncocarcomido o Justino introduziu obalde
¦— O que estão fazendo? indaga-ram os dois retardatarios.
Vão queimar enxofre nesseburaco para a fumaça matar oS|morcegos que ahi se abrigam.
E os da "casa da bruxa"?Terão a mesma sorte, cmquan-
to a casa não for demolida.
Eu também tenho pena delles.Mas elles não se compadecem nemdas plantações nem dos animaes,
por isso é preciso exterminal-os.;
Tio Nougui.'•i
O Tico-Tico em visita eis escolas de Bello-Horizonte
Kl «aa»a% ^^_fl I "* " ->~ ¦ ~l ~* '' ¦» -"— ¦
_» *•____¦^F ^^^^^P ;.»^*? S^t"^^^^^^^ Alumnas do dois
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f__ T fà '^ lái i.j—WÈ ____ ____ -ai citando-se no
l^rjflj fcLjto^.,-^-/ foot-bal1___tí^-. ______ ___. % _____ " júmu v-ib ___________ ^^^^*í_____^ v^^B
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h*|^_S» ¦___. fl_r Horizonte fazendo___________ __ _-_L _-_--fl _-^2_L____ I
^L A^fl uma saU(ía(;ão
^^^^ sportiva
Theatrinho de bonecosE' o encanto da crlan-
cada do bairro no. Jpmin-
gos á tarde.
Muita "-gente grande"
tambem ainda se alegra e se
diverte vendo-o, recordan-
do, assim, dias felizes da in-
fancia...
Fantoches, "guignol ou
marionettes", como dizem
os francezes, titeres dos an-
tigos romanos, "mamulen-
— y""1
¦ ' --¦__---¦¦-¦¦¦¦¦¦¦¦ i ¦ ¦¦ ¦ i.i i- —
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O SOLDADO EM SCENA.
go" das gentes do norte, ou "João Minhoca", como os
chamam aqui, são sempre uma reproducção viva, ani-
mada, da nossa própria existência.
te na vida e que aturamos
com mais ou menos pacien-
cia e assim, tambem nos atu-
ram, por sua vez.
As crianças, na sua com-
movente ingenuidade, riem
e applaudem as farças inge-
nuas tambem que os fanto-
ches representam, falando
pela voz dos que os movem,
assim como nós tambem fa-
Íamos movidos, ás vezes, por
interesses menos justos... E deante dos bonecos
que se agitavam no pequeno palco do theatrinho da
Praça Saenz Pena as crianças do bairro sorriam encan-
Aquellas personagens cômicas ou ridiculas que se tadas, vendo scenas da vida real que se desenrolavam
movimentam puxadas a cordel por uma invisível mio,
lómos nós mesmo» que nos movemos impellidos pela
mão do Destino invisível, inexorável e fatal.
O casal de velhotes resin-
gando sempre, a criança
teimosa,.o soldado de poli-
cia autoritário, o preto per-
nostico, o criado esperto fin-
gindo ser tolo, são typos co-
piados do natural, figuras
que encontramos diariamen-
ali em miniatura, caricaturadas é certo, porém não me-
nos verdadeiras.
O silencio da tarde luminosa era cortado pelas ri-
sadas claras dos garotos que
m:...
Çr\; ,«_
faziam coro com a "gen-
te grande", rindo tambem
das facecias dos bonecos
articulados, outros tantos
typos conhecidos da vida
AS CRIANÇAS DO BAIRRO SORRIAM. que passa.
8 - Maio — l__y 29 0 TICO-TICO
FIZEMOS ago-ra uma boa ca-ptura, sr. Co-ronel, apanha-
•nos um homem nas pro-ximidades e vamos trazei-0 á presença de V. S.!Assim falou um soldadodo acampamento dos ur-sos.
O Coronel era umurso que já fôra domesti-cado e fugindo um dia dodono, voltou ao matfopara viver no meio dcs e u s com pa nhei ros ecomo trouxesse luzes demeio civilisado, foi accla-mado chefe da tropa.
O homem capturado(;ia o seu ex-dono que seaventurara até ali á pro-CL'ra do fujão.
O que deve-mos fazer do pri-sioneirop-perguntou o soldado.
Traga-ominha presen
.^_________i--í^_i____y
AS FERAS««iiiMiniíiiiiiiiniffiriiui»
/^__TI_»^_^_SSl_._^-^HI_HP^__lt^v\
ça! respondeu-lhe v
o chefe.O homem foi logo re-
conhecido pelo Coronel etambem reconheceu o seuurso. O urso que lhe ensi-nara tantas habilidades elhe dera tanto dinheiro.
Elle sahia á rua, dansa-va ao som do pandeiro edepois recolhia-se ao eer-cado, preso num cepocom uma corrente no foci-nho.
Era ali naquella corren-te que lhe magoava o foci-
nho o segredo da sua co»bardia.
O urso lembrava-se dos
castigos que soffrerá, dos
jejuns e das pancadas e,resoluto, ordenou:
— Levem daqui essa fe--
ra e reparta-a tcom a tropa!
Qual dos doisfoi mais fera, ohomem ou ourso?
O TICO-TICO 30 8 — Maio — 1929
O OURIÇO CACHEIRO E O TIMBLKNo tempo em que os bichos falavam queixaya-se
o timbu' ao ouriço cacheiro de estar passando sériasprivações devido á crise que fazia escassear sua alimen-tação.)
Além disso, continuava o queixoso, como eugosto de passar bem, arranjand.o_ de vez em quando,uma gallinha gorda ou! um frango bem criado paar mctirar o fastío/.lembrou-se o bicho-homem.de me perse-guir como ladrão de galinha!
<— E você não protesta?! perguntou, admirado oouriço.
Já pensei nisto, mas me lembrei de que nossoinimigo tem um "cacete" que dizem se chamar espin-garda e que dá um estouro, levando a morte longe.-
i—Pois eu não sinto essa crise de que você se quci-?ca; disse, calmamente, o ouriço. Nem tenho, mesmo,trabalho para procurar o alimento.'
E como você faz para isso? indagou, curioso,o timbu', com a intenção de o imitar.
E' muito simples: colloco-me debaixo de umaarvore carregada de frutas maduras, como, por exem-pio, uma goiabeira, um cajueiro, etc.] Eriço os espi-nhos que tenho nas costas e as frutas que cahern vêmse espetar nelles, ficando eu como si fosse um lindocacho de goiabas ou cajus...
Realmente é bem imaginado isso; concordou otimbu'.
A's vezes até nem c preciso ter tsse trabalho,nem perder tempo esperando que as frutas caiam.
Que você faz, então?¦— Uma cousa ainda mais simples: quando chego
perto de uma arvore e vejo que o chão está cheio defrutas maduras que cahiram dos galhos, deito-me, re-bolando, no solo sobre ellas que vão se enfiando nosmeus espinhos.
Assim, vou para casa descansado, com um saborosocarregamento de frutas ás costas.
Si eu tambem tivesse espinhos no lombo, comovocê, faria a mesma cousa; porém, infelizmente, nãotenho, e soffro, por isso...
¦— Ah! meu caro. Queixe-se de Deus que.não o fezigual a mim, apparelhando-o com esses espinhos queme servem de arma defensiva e de "garfos" com queespeto a comida....
Queixar-me de Deus ?!Não. Não devo, nem posso, porque tenho tambem
minha arma de defesa no "almiscar" que desprendoquando atacado, e tenho ainda bastante intelligencia eastucia.-
Você é que, como bom camarada, podia me dar umpouco das frutas que lhe sobrassem...
Ah! Infelizmente não posso; desculpou-se o ou-riço, que era muito egoista e avarento. As frutas que$obrám da minha colheita diária eu faço seccar ao sol
e guardo, para quando houver falta de frutas frescascomel-as seccas, feito "passas".
O timbu' ficou aborrecido com a recusa, porém,nao deu demonstração disso.;
Assim como o outro tinha o grave defeito de. serambicioso e mesquinho, elle tinha o de ser vingativo.-
Esperou, com paciência, a oceasião de se vingar doouriço. Esta oceasião chegou num dia em que elle oencontrou muito preoecupado com a falta de água quehavia na matta.
O verão estava violento e um pequeno córrego quedesusava por entre as pedras numa clareira havia dec-cadp.-
Ao ver o timbu' o ouriço perguntou:Você sabe onde haverá água aqui por perto parase beber?
Aqui por perto não ha fonte nenhuma. A maispróxima dista da matta umas duas léguas "bem pu-xadas; respondeu o timbu'.
Mas você, com os recursos que tem, pôde arranjai*,água bem perto, e até levar para casa nas costas a quequizer. ...
Como assim? ! indagou o ouriço um pouco in-trigado.
1— Ali adeante, explicou o timbu', ha um coqueirccarregadinho de cocos. Você fica em baixo e levantaos espinhos. Eu subo e deito abaixo os cocos quevocê quizer. Elles, ão cahir, vão se enfiando nos seusespi.nhos, e assim você lhes bebe a água fresca e me-dicinal, levando para casa ainda os que sobrarem...
Bem lembrado; concordou o ouriço, que estavacom muita sede; e acerescentou em seguida:
Vamos logo ao coqueiro!Vamos; disse o esperto timbu' gozando já sua
vingança na maldade que ia fazer ao ingênuo ouriço.Chegaram ao pé do coqueiro onde o timbu' trepou
agilmente, dizendo, lá de cima:i— Prepare os espinhos, compadre ouriço, que lá
vae coco!E com os dentes desprendeu alguns duros e pe-
zados cocos que foram cahir em cheio sobre o pobredo ouriço.,
-— Ai! Que você assim me mata! gritou elle fugin-do, com os espinhos amassados, emquanto o timbu' portroça, perguntava lá de cima:
¦— Doeu?! E' porque os cocos são um pouco maisduros e pezados do que as goiabas, os cajus e as uvasque você, quando não pôde comer frescas, guarda paraseccar, sen unhas de fome!...
E desceu do coqueiro satisfeito por ter se vingado3a mesquinhez 'do ouriço negando-lhe as sobras das'frutas
que, quasi sem trabalho, colhia para comer.
Trancoso ..
ÍSi__r*Çít"* -3>-J& '-V-1 ^n*ps^____cí^tíi^'^ "~^ .'.-_-*:*.
^Jfc^
8 — Maio — 1929 31 — O TICO-TICO
LffOfresultado do concurso n. 3J?2J!
n^^A solução exacta úo concurso
Ulir"C'r"'Stas ~ Newí°" Theophilo Gon-AnnV' TJ:T'rancisco Pereira, Bertha de Saiu?Mvll tl,r da Paz Floquet Fontes, ElzaHatin' " Laurel Br0wn. Ivar Fn-LuiV- V- v-ampos, Uctaviano ualvao,Jesus 7anc0 Amaral, Zenith Hugo desus 1? , auue nugo, í\adyr Hugo de Jc-Javln n c,a Cruz e Silva, Dyla Robertsort.der™ V°elho de Moraes, Djalcenira Mo-rej,„ ', *ura Alves Rosa. Waldemar Pe-ía'hr, n Va£c0licellos, Durval Souza Car-cadur ora1do Leitc Cintra. Álvaro Sae-Pes"" * res Teixeira, Nilo da Silvatal ir ' far,a do Carmo da Costa Quen--hó jrancisco Caetano, José'Campello Fi-<lc '
^saac Bayer, Moacyr Vaz de Andra- '
Silva -u?13 GonÇa!ves, Oswaldo AthaydeCrês ' ~cila de Mendonça e Silva, LuizaWro< TÍavarcs. Egas Polônio, Jorge deTaihn í>arreto' Nenette Martins, AntônioEmiliA _lnaí0 Reis- Ranulpho N. M.,"o Brandi, José Vasconcellos da1 Sil-
^^^^^m*'*m^m**r*^-^*****-**^*mmWmmMT0mwWammm___0mmmÍ*£a*
^"^^E____E_ WWw___MS_ mmmW ___________ __
va, Celso Costa Borges, Lauro Muller, Al-berto Aguiar'Rebello, Willy Meyeí, Mil-ton Cyriaco, Romeu 'Mendes, Ulysses I.i-ma' de Souza, Mercês Bini, Orcílidéa Pe-reira de Oliveira, Nelson Costa, CláudioMonteiro da Rocha, Wanda Monteiro daRocha, Sérgio Monteiro da,Rocha, Álvaro[Vieirinha Coelhinho; Oscar Coelho deSouza, Christina Januaria da Fonseca,Margarida Lopes Ferraz, Aglas M. Quis-sak, Simião Barbosa, Joaquim José Ma-ciei' Pinto Cintra, Amélia Wilches, AcyLopes de Leão, Ney Villardo, José Fran-
DIGA.MEU FILHINHO:
CMOMILMNAEVITA OS ACCIDENTES OAdaDENTIÇAOe FACILITAaSAHlDAJ>OS DENTES.'ím todas as PfiQrmacfas
A' veda em todas as pharmr.ci.is
ci'co Lacerda, Roque Paulino, José da Sil-va Mangualde, José de Sampaio Góes Ju-nior, Ncmcsio Raphael da Silva Oliveira,Gustavo Ludolf Ribeiro, Rubens Muniz deOliveira Waldemar Ludwig, - Dirceu deMiranda Cordilha, Ecclcsia de Assis No-gueira, Eolo Capiberibe, Edmir Vascon-cellos' Teixeira, Nadyr Marassi, AlbertoAndrés Júnior, Mario Peres, Epitacio Ale-xafidre das Neves, Ayrton Sá dos Santos,Ruy Malta, Regina Pente, Helia da Fon-íeca Rodrigues Lopes, Raul Soares, 01-Vertinho Lopes, Gilberto Uchôa Canto.Anna Augusta Codciro de Mello, TullioRomano Yedda Regai _ Possolo, Cassia-oDicgues,' Sydney Roven, Adelino Peixoto,Gil Vaz', Roberto dc' Assis, llelio Rezen-
de, Cecilia Bohn Vieira, José Duarte, Dy-léa Pereira da Costa, Sylvio AugustoBohn Vieira, Pedrina de Carvalho, OrcstcsVianna, Amadeu Luiz, Osório Pontes, Li-gia Lage da Silva, Adauto Veiga, LuizSilveira Pinto.
Foi o seguinte o resultado final do con-curso:
Io Premio:
GILBERTO UCHÕA CANTQ
de ia annos de idale c morador á ruaBarcelios n. 41, nesta Capita!.
2» Premio:
ALBERTO AGUIAR REBELLO
de 9 "annos dc idade e residente no Largo
do Papagaio 11. 70, em São Salvador, Es-tado da Baliia.
RESULTADO Dt) CONCURSO N. 33:28
Respostas' certas:
i* — Café.2" — Brasil.3' — Jaboticabal — Jaboticaba.4* — Linhoi—Ninho —'Pinho — Vinho.5" — Dias.
Solucionislas: — Isaac Bayer, Fernan-do Octavio Gonçalves, Jorge de BarrosBarreto, Antônio Rufino, Levy de Souza,Altair Formei, Bu>u' de Mello, Creuza R.Vial, Milton Cyriaco, Jorge de Souza Li-ma, Ayrton Sá dos Santos, João Jorge deBarros, Pedrina de Carvalho, Dyla Ro-bcrtson, Neusa de Mendonça, Dulce Ma-rassi, Lygia Zonta Vaz, Flora Leite. Ma-ria Esmeralda de Oliveira, Álvaro Sacca-dura Soares Ferreira, Victor Monta-gnese, M. Rutr Bastos, Ayrton R. dos_antos, Cassianp Diegucs, Abilio Corrêa
CiPT-E VEGETALSabor agradável alimenta mais que oleite, e se 'digere mais facilmente que
aquelle
ALIMENTOCOMPLETO A BASE
DE CEREAES __.
O TICO-TICO
do Carmo Junior, liaria Elza de Vascon-cellos, Jlkc da Silva Maugualde, OrchideaPereira dc Oliveira, Clara Issa, Cyrano doNiemeyer Ponooarrero, Moacyr Vaz rjeAndrade, .Rubun Dias Leal, Jorge Fi-gueiredo' Xakrcia Gonçalves, Iraly Almi-rá dc Oliveira, Ruth Salles, Attilio Tei-xeirà Fallicri, Mercedes O. C. Carmo,Kenato Coimbra Velloso, Heloisa Palmer.Aida Araujo Coriolano. Raul Tavares Ju-nior, Lúcia Arcslcs César, Evas Polônio,Stella Galvão da Fontoura, Vcnctte Mar-tinsj Nelza Mendes, Roberto de Assis, Ar-Jette da Silveira Duarte, José Gabriel Pe-reira, Helia da Fonseca Rodrigues Lopes,ChrWina januaria da Fonseca, OswaldoFerrara dc Carvalho, Waldemar Ludwig,Edmir Vasconcellos Teixeira, Nicia Gui-marães da Silva. Dina Maria das Neves,Heiiò Vasconcellos, Hélio Ruy Moreira,Dulce d Miranda Cordilba, Sérgio Mou-teiro da Rocha", Cláudio Monteiro da Ro-cha, Ignez Oliveira da Silva. Vera Sal-viano, Niciá Alba Rezende, Odette VieiraLopes.
Foi premiado a concurrente:
RUTH SALLES'de o annos de idade e residente em Paulode Frontin, Estado do Rio de Janeiro.
CONCURSO N. 3.333
Para os leitores desta capital E dosEstados próximos
Perguntas:
I* Qual o animal cujo nome é for-
— 32 —
ENDES FERIDAS, ESPINHAS,¦1ANCHAS. ULCERAS. ECZEMAS,cmíim. qual que moléstia de origem
SYPHIL1TICA?'usae o poderoso
Elixir de Nogueira
8 Maio — 19-29
do Pliarmc*.
o ã o da
Chimico
Silva Silveira
rr.ado pela frueta e pela nita musical:(3 syllabas)
Dulce Ribeiro Pinheiro
2" — Qual a parte do corpo formadaTela preposição c pela coir.racção?
(2 syllabas)Da mesma
3" — Qual o advérbio que com a inicialtrocada é parte do corpo?
(1 syilaba)Salím D. Tannus
4* _ Qual a frueta que com a ultimaUtra trocada é ave domestica?
(2 syllabas)Mario Augusto Alves
5» — Qual a ferramenta que com a ini-Ciai trocada é astro?
(2 syilaba-)Do mesmo
GRANDEDEPURATIVO DO SANGUE
•ViMMMfVVVVVVw-v*'.
Vinho Creosotado00 PHAÍM. CHIM.
Jo5o da Silva SilveiraPODEROSO FORTIFI-CANTE PARA OS ANE-MICOS E DEPAUPE-
RADOS.Empregado com suecesso nasTosses. Bronchit.es e Fra-
ruicia Geral.
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As soluções devem ser enviadas á reda-cçfio d'0 Tico-Tico devidamente assigna-das c acompanhadas dc vale n. 3.338.
Pata este concurso, que será encerradono dia 11 dc Junho vindouro, daremoscomo premio, por sorte, entre as soluçõeicertas, um rico livro dc leituras infantis.
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*•*: 3.335. Ir
Si cada sócio enviasse á Radio Socièfade umaproposta de novo consocio, em pouco tempo ella po-deria duplicar os serviços que vae prestando aos quevivem no Brasil,
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fc( çsmrtrf Y|lfe\h-HÍ*f
...todos os tares espalhados Pelo immenso territóriodo Brasil receberão livremente o conforto moral da
sciencia e da arte...RUA DA CARIOCA. 45 a-, 2' ANDAR
leitor e a".uO menino Maurício de Melo Soares, nosso,j0 c\ desta, capital, recebendo o apparelho
\:.\v.y que lhe coube no sorteio realisado¦ssa redacção a 30 de Março. Ao seu lado está o nosso
mpanheiro Raymond Talludcc.
iptnnrnaiRiraiiiiiiiiiiiiiiiiiiinitiiiiHiiiiii™
PARA TODOS...E' 0 MAIS ARTÍSTICO SEMANÁRIO DO PAIZ,COM INFORMAÇÕES COMPLETAS SOBRE LI-TERATURA E FINAS CHARGES PELOS ME-LHORES ARTISTAS DO LÁPIS. PREÇO DA
j ASSIGNATURA: 12 MEZES (52 NÚMEROS),
J48$ — 6 MEZES (26 IJUMEROS) 25$ — NU-IMERO AVULSO 1$. — REDACÇÃO E ADMLNISTRAÇAO: RUA DO OUVIDOR, 164 — RIO.
•L^lltl uuuiuiiuiiiüuiidw UUiflUBlIflIUtffl l« •! HUtlmllBiiniira n (ituif ui hi «hhwj Jn In H iw wií»1 tiinuttfraHUHUUiniii
«¦ Xeíam o CINEARTE. ""¦iiuiüii
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a — Mcato 1U129 p- 33 —
C O N C UJ_: S O N . 3-3 3')
.Para os leitoeiís desta capital E dos Estados
O TICO-TICO
PÍLULAS
tlllflílfl'(PÍLULAS DE PAPAINA E PODO-
PHYLINA)Empregadas com suecesso nas moléstias
do estômago, figado ou intestinos. Estaspílulas além de tônicas, são indicadas nasdyspepsias, dores de cabeça, moléstias dofigado e orisão de ventre. São um pod;-roso digestivo e regularisador das fun-ecões gastro-intestinaes.
A* venda em todas as pharmacias . De-positarios: J. FONSECA & IRMÃO. —Rua Acre, 38 — Vidro 2$soo, pelo correio3?ooo — Rio de Janeiro.
Este carroceiro perdeu o burro que lhePuxava a carroça, ü buro fugiu e o po-bre .homem não sabe para onde.
O facto, porém, é que o animal está bemI*río do carroceiro, que ainda não o viu.I ^curern vocês o burro, marquem-no aapiS e te...-0 resolvido' 0 problema.
Para este concurso, qiie será encerradono dia 13 de Junho vindouro, daremoscomo prêmios, de Io e 2" Iogares, por sorte,doiá livros illustrados para a infância.
As soluções devem ser enviadas á reda-f.^a° d'0_ Tico-Tico devidamente assigna-«as, separadas das de outros quaesqueryncurs°s c acompanhadas não só da de-c aração de idade e residência do concur-rjnte como também do; vale que» vae pu-•"içado a seguir e tem o n. 3.339.
< nia oceasião, passando pela ruakete de Setembro, uma creança se
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3-33 7-
deter,bondho
e numa esquina para esperar ocomo era costume e viu um
mem que se acercou delia dizen-"° num ar de grande desalento:
Que máu é este mundo crèan-Va» ja não sei o que ei*de fazer!
Não encontro trabalho e tenho*sposa e tres filhos pequeninos.
Diariamente passamos fome e tucreança, deves ser feliz porque tens.°s teus pães e ainda não sabes nada"a vida... mas, eu... e deu umgrande suspiro compungido.
•Então, a creança lhe respondeu:1 Você não é feliz, porque nãoquer ser, pois, todos temos a fe-"Cidade em nós mesmos.
Temos Deus que é o amor e comIe tudo que possuímos.Você, homem ingrato, tem Deus
M Ò R Apor você e não eomprehende: elledeu á você mãos, pés, olhos, emfim,a intelligencia, para agir...
A idéa de pobreza e de morrer defome, estão tão enraizadas no co-ração que annullam todos essesdons preciosos que você possue.
E por isso, você, não encontraemprego!
Se pensar que hoje mesmo vaeencontrar trabalho e o que necessi-ta, iminediatainente, verá comoDeus ajuda aos que não perdem aesperança!
O homem foi embora e a crean-ça tomou o seu bond como era cos-tume, e chegando em casa, poz-sea meditar na infelicidade do ho-mem que não tinha trabalho e dosfilhos que estavam com fome.
Envolveu-o no seu pensamentocom um tão grande desejo de vel-obem e com tamanha sympathia, que
E M NOSviu uma nuvem bella que se ia fõr*mando no céo ao redor de grandeluz tendo varias cores, sentiu-seelevado até ella e poz-se a pensarno bem naquelle pobre pae, na feli-cidade, na paz, na alegria, na sau-de, para todos os que necessitam.
Pensou que Deus é immensa-mente bom para as creaturas.
E nessa noite dormiu- tranquillo.Passáram-se dois dias e a crean-
ça novamente esperava o seu bondquando viu surgir o homem comuma alegria intensa na phisionomiae um aspecto distineto que vinhaagradecer ao menino o bom con-selho, pois, havia encontrado tra-balho naquella mesma tarde e tinhatudo quanto necessitava para a fa-mi lia.
Deus é o infinito amor e em to-dos mora.
Rachei. Pkado.j
O TICO-TICO — 3* — 8 — Maio — 1929
Mamãezinha. ..O Maurício e mais seus . irmííozinhos Sérgio, Jor-
gilo e Marina estão doentes c presos no quarto, comcoqueluche, e como os dois netinhos não tiveram ainda,e estão agora apenas convalecentes do sarampo, a Ma-mãe evita o mais que pôde um contagio dos. maiores..
adinha da Mamãe! o dia todo ás voltas com os 6filhos doentes... e impertinentes. Pois o Maurício,impacientado e saudoso do jardim, amolla todo mo-mento os irmãozinhos, principalmente á Marina queacredita em tudo que diz o irmão, na sua ingenuidadede 6 annos — assustándo-se muito com as suas brin-cadeiras sem graça. Jorgito, porém, embora gêmeo deMarina, e muito differente: grande, forte c valente,rivaliza em forças com o Sérgio; trinta vezes ao dia,elles conieçam uma luta "de brinquedo" —Vias na oc-casião de ver quem ganhou, é infallivel vir questão eás vezes mesmo — que cousa feia! — chegam a ba-ter-se.
Tudo isso fadiga a mamãe, enervada já com eu:-dados e alarma-, mas os peraltas não cessam as tra-yessuras. Jorgito, que tem um livro de leitura ondetodas historias versam sobre meninos peraltas, achalindo que assim o chamem também para poder ficarigual ao livro, mas elle não repara que as historias di-zem também a tristeza das Mãezinhas e contam que lá
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FABRICADO ESPECIALMENTE PARA CRIANÇAS
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ME Â VOSSOS FILHOSLICORVCACAU*Vermifugo de Xavier ê ©
melhor lombrigueiro porquenão tem dieta, dispensa o
purgante* não con-lém óleo, agostos®
e fortifica ascrianças,
| Faz Bcptíir Osvermes infeslinaes.•quo lantd morijndadZ''¦proíw nas creanças.
r.o Céo o Menino Jesus chora á cada maldade dosmeninos aqui da terra — e Jorgito faz barulho, es-
"perneia, espalha a desordem no quarto.De repente a mãezinha entra para dar 'o remédio
e dá com os filhos lutando e a pequena chocando numcanto: não resiste e ante as creanças estupefactas echeia de remorsos, cabe em prantos. Oh, a Mãezinhaa chorar e por culpa dos filhos! Maurício agarra-lheas mãos cobrindo-a de beijos, Jorgito e Sérgio estãotão desapontados que não sabem o que fazer; e aMarina soluça mais forte.
Mãezinha, Mãezinha! não chore mais, olhe oMauricio que promette dar á senhora, o socego que'faltou até agora; olhe o Sérgio, pondo em ordem oquarto ás avessas, olhe a Marina como chora ao vel-atriste e olhe,o Jorgito, Mãezinha, olhe o Jorgito quecara engraçada faz, para que a senhora ria um pouco!
Até que cmíim! ella enxuga os. olhos e olha sor-rindo para os filhinhos — como cila fica linda, assim,sorrindo e com os olhos brilhantes! — De hora emdiante, todos vão ficar muito bomzinhos: o Mauricionão amollará a Marina, esta não fará manha sem ra-zão, o Jorgito è mais o Sérgio: o que todos vão fazerc uma aposta para ver quem é o mais bomzinho e nãofaz barulho; Jorgito diz que serárclle... vamos ver!Mas Deus nos livre de ver outra vez lagrimas nosolhos da Maãczinha!. . .¦
A:>rrrrA 'A'.
WhiÍakEr.;,
S — Maio _ 1929 — 35 — O TICO-TICO
EDIÇÕES
PIMENTB DE MELLO b C.TRAVESSA DO OUVIDOR (RUA SACHET), 34
Próximo á Rua Ho OuvidorEIBLIOTHECA SCIENTIFICA BRASILEIRA
(dirigida pelo prof. Dr. Pontes de Miranda)JNTRODUCÇÃO A SOCIOLOGIA GERAL.
1° prêmio da Academia Brasileira, peleprof. Dr. Pontes de Miranda, brocha .16?, ene... 20.000
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TRATADO DE OPHTHALMOLOGIA,pelo prof. Dr. Abreu Fialho, Cathe-dratico do Clinica Ophthalmologica naUniversidade do Rio do Janeiro, Io e 2«tomo do 1» vol., broch. 25? cada tomo^ene. cada tomo...... 30.030
THERAPEUTICA CLINICA on MA.NUAL DE MEDICINA PRATICA,pelo prof. Dr. Vieira Romeira, 1° o 2evolumes, lo vol. broch. S0?000 ene.35?, 2» vol. broch. 25?, ene .i 305000
CURSO DE SIDERURGIA, pelo prof. Dr.iFerdinando Labouriau, broch. 20?, ene. 25500U
FONTES E EVOLUÇÃO DO DIREITOCIVIL BRASILEIRO, pelo prof. Dr.,Pontes de Miranda (ó este o livro eraque o autor tratou dos erros e lacunasdo Código Civil), broch. 25?, ene : 30?000
IDêAS FUNDAMENTAES da MATHE-MATICA, pelo prof. Dr.; AmorosoCosta, broch. 16?, ene... 205009
TRATADO DE CHIMICA ORGÂNICA_elo prof. Dr. Otto Roth, broch. 25?,ene. SOfOOO
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®COMO ESCOLHER UMA BOA ESPOSA, da
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VIDA, .broch .._, 63 000EUGENIA E MEDICINA SOCIAL, broch ¦ , 5? 000A FADA IIYGÍA. ene , 4?009DOMO ESCOLHER UM BOM MARIDO,ene _,.. 65000
FORMULÁRIO DA ISELLEZA, ene '.. 14Í0O.
as; aventuras do cwqwnho *- t\ ?N. V>\^*X\ íx
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i*^i a iT~" ¦¦! II li ¦ ai i ¦¦
Chiquinho foi fazer uma estação de águas enão parava dentro de casa. Ia para a rua e para a cha-cara e lá ficava o dia inteiro. Uma vez. na chácara,Chiquinho encontrou um bacorinho e com muito geito...
..conseguiu apanhal-o. O porquinho, que não estavaacostumado a collo, poz-se a guinchar e não tardou aapparecer a velha porca, que se chamava Pafuncia.
A Pafuncia appareceu roncando para accudir aofilho'que por ella chamava. Chiquinho, quando viu...
'¦"'" I / \'a1v i ^*t(!$m.m^'Xd€S& _______ E^^
\ V *_____ ^ _i/r^vSí®__^_ai <4-___P_l_H ._.^_______H '^i¥---^/^___^"^\ ____M_F*x ¦ -1
I ; ^^iM^^^áw—\ * /ititt-ií.-- ^t5______l___. íéR^^He_H___ >^w^__^18e_!1_*^ \iV?Hn <_. jH
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L-____ÉI___w:SálÃ. j
A porca não sahia das proximidades da casa e 03 garo-tos não tinham coragem de sahir.—1
.. .a porca, deixou o bacorinho e poz-se a correr e tre-pou na primeira arvore que encontrou. Benjamim, quetambem se achava presente, fez o mesmo e a porca fi-cou por baixo da arvore, á espera do primeiro que des-cesse. Os garotos gritaram por soccorro e foram soe-
corridos pelo chacareiro. £ foi assim que Chiquinho parou dentro de casa.