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MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
CURSO DE RADIALISMO
ÉRICA KÊNNIA LEITE DA SILVA
SEXO FRÁGIL X MULHER MACHO SIM SENHOR: ESTUDO DE CASO SOBRE
REAÇÃO DE UMA MULHER DURANTE TENTATIVA DE ASSALTO NA CIDADE
DE CUIABÁ-MT
CUIABÁ/MT
OUTUBRO/2018
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ÉRICA KENNIA LEITE DA SILVA
SEXO FRÁGIL X MULHER MACHO SIM SENHOR: ESTUDO DE CASO SOBRE
REAÇÃO DE UMA MULHER DURANTE TENTATIVA DE ASSALTO NA CIDADE
DE CUIABÁ-MT
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a
Universidade Federal de Mato Grosso como requisito
parcial para à obtenção do título de Bacharel em
Comunicação Social com habilitação em Radialismo,
sob orientação de Cláudia da Consolação Moreira.
CUIABÁ/MT
OUTUBRO/2018
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TERMO DE APROVAÇÃO
ÉRICA KENNIA LEITE DA SILVA
TÍTULO DO TCC
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social em Radialismo da Universidade
Federal de Mato Grosso defendido e aprovado em _____ de ____ de _______ pela banca
examinadora constituída por:
________________________________________
Prof. (ª)
_________________________________________
Prof. (ª)
__________________________________________
Prof. (ª)
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DEDICATÓRIA
Aprendi que viver uma situação de caos te declina ou te torna um pouquinho mais resistente!
Percebo que as situações externas me transformaram...
Costumo me questionar, o quanto dessa responsabilidade está sob meu controle?
Passei por uma vivência de viés bem negativo, sangrento e de fácil julgamento!
Tomei uma decisão pautada em minhas vivências anteriores, mas este entendimento não se
fez comum e efetivo ao pensamento cultural dos cuiabanos...Quiçá Brasileiros!
Estamos acostumados a perder! Aqui quando um ―ladrão‖ te aborda ele diz ―_ Perdeu!‖
Falando da perspectiva do pensamento geral de uma comunidade... quem nunca ouviu dizer
ou mesmo disse ―_Olha... se um ladrão te abordar, não reaja!‖
O que me aconteceu não foi cotidianamente comum… escárnio do patrimônio alheio com
notas de violência, pautadas em covardia!
Enquanto eu queria conversar, segurar um deles, dialogar e explicar que não estava para
violência, o outro me cortava a cabeça, com o cano de sua ―arma‖.
Foram dois golpes e uma boa cotovelada! Passei dias com o rosto ―marcado‖. Foram oito
pontos na cabeça…
Me revoltei a priori com todos os passos que se seguiram à tentativa de assalto. De uma hora
para outra eu havia me tornado não a pessoa que havia sofrido um ―atentado‖, mas sim, quem
o havia ―provocado‖. ―Eu era a ―louca‖ que reagiu a um assalto na pizzaria.‖
Percebo o ―desamor urbano‖.
Me senti ultrajada! Roubada! Traída por quem deveria me auxiliar, me amparar...
Sonho com um mundo melhor, sabe? Onde as pessoas, estejam elas no ―cargo‖ designado
para ―servir‖ ou não, te auxiliem verdadeiramente.
Afinal de contas, estamos todos no mesmo barco (mundo), em serventia do outro. Não?
Reflexiono: Se eu não sirvo para agregar a vida de alguém, para que propósito de vida
caminho? Gostaria que as pessoas fossem um pouco mais generosas em relação ao outro.
Neste processo encontrei muitos bons exemplos de generosidade... o franqueado da unidade
da pizzaria em questão, a escrivã de polícia, os investigadores, e a instrutora da Federação Sul
Americana de Defesa Pessoal, mais conhecido como Krav Magá, Thaísa Guimarães, que de
muitas formas me encorajou a prosseguir nesta luta. E a lutar! Pelas convicções, defesa do
patrimônio e da vida!
Aos meus pais, que não só me deram a vida, mas me ensinaram a enfrentá-la.
Ao meu irmão, por cada lição.
Às Anas, e as Claudias... A Flávia, por segurar a minha mão e não soltá-la. Mesmo quando á
nossa ―Ferris Wheel‖ (roda gigante), trepida.
Ana, você sabe o quão substancial você foi na construção deste!
Lhe serei eternamente grata por cada ―madrugadinha‖!
Às Anas e Claudia's da minha vida! À Ana Claudia Silva!
À Claudia Moreira, ao Claudino Bernardino e à Letícia Copanema… Vocês auxiliaram em
um processo memorável em minha vida!
À Thaísa Guimarães, por me levantar o queixo e me ofertar o conhecimento necessário para
me sobressair em futuro enfrentamento, para que eu possa voltar inteira para casa!
E por fim, ao meu amor próprio... meu e de mais ninguém!
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RESUMO
Este presente trabalho teve como objetivo apresentar um estudo de caso sob a perspectiva de
uma narrativa, apresentando a tentativa de assalto vivenciada por uma cliente em um
estabelecimento comercial na cidade de Cuiabá-MT, tendo como enfoque a ausência da ética
da mídia ao noticiar a situação de violência. A metodologia utilizada consistiu na abordagem
da pesquisa exploratória de natureza qualitativa que fez uso do estudo de caso a fim de
analisar e interpretar o fenômeno estudado, partindo do depoimento pessoal da vítima como
fundamentação. Destacou-se a importância de profissionais que atuam com comunicação
agirem com ética, empatia e respeito pelo sujeito que possui de alguma forma sua imagem,
áudio e/ou opiniões veiculadas. Compreende-se a dimensão ética enquanto categoria
primordial para profissionais, assim como para qualquer pessoa que atue com comunicação.
Palavras-chave: Ética no Jornalismo. Ética na Comunicação. Tentativa de assalto. Mulher
Vítima de Assalto. Defesa Pessoal.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................6
CAPÍTULO 1 - A ARTE DE PUBLICAR UMA NOTÍCIA...............................................8
1.1 CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS PARA A ELABORAÇÃO DE UMA
INFORMAÇÃO JORNALÍSTICA..................................................................................9
1.2 ÉTICA NA COMUNICAÇÃO: A ARTE DE PUBLICAR UMA NOTÍCIA..................11
1.3 MÍDIA TELEVISIVA X MÍDIA DIGITAL......................................................................15
1.4 O COMPORTAMENTO MIDIÁTICO FRENTE A SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA.....17
CAPÍTULO 2 - ESTUDO DE CASO...................................................................................28
2.1 METODOLOGIA............................................................................................................29
2.2 ESTUDO DE CASO: MULHER REAGE A ASSALTO E VIRA NOTÍCIA..................30
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................................33
3.1 NARRATIVAS REGISTRADAS NO DIA 05 DE JUNHO DE 2018 SOBRE A
TENTATIVA DE ASSALTO............................................................................................33
3.2 NARRATIVAS REGISTRADAS NO DIA 06 DE JUNHO DE 2018 SOBRE A
TENTATIVA DE ASSALTO............................................................................................35
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................39
5 REFERÊNCIAS ..............................................................................................................41
5.1 LIVROS.............................................................................................................................41
5.2 ARTIGOS DE PERIÓDICO CIENTÍFICO..................................................................42
5.2 MATÉRIA DE REVISTA ONLINE COM AUTORIA................................................44
5.2 5.4 MATÉRIA DE SITE ONLINE SEM AUTORIA..........................................................45
ANEXOS.................................................................................................................................47
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INTRODUÇÃO
Com a crescente evolução tecnológica, novos níveis e formatos de mídias foram se
expandindo. Antes as mídias radiofônica, impressa e televisiva possuíam um enorme espaço
dentro dos lares brasileiros. Todavia, ao longo dos anos e da expansão com que se deu o
desenvolvimento tecnológico e social, a mídia digital passou a compor a necessidade de
entretenimento e consumo da população.
Neste contexto, as mídias para se articularem e garantirem retorno necessitam
fomentar todo tipo de informação. Informação essa que é elaborada a partir de três elementos
essenciais: fato, acontecimento e notícia. Esses eixos compõem a estrutura de uma
informação, ou pelo menos deveriam, de modo que se possa noticiar o que é verídico.
Dessa forma, o interesse pela temática surgiu a partir da experiência vivenciada pela
vítima e também autora deste Trabalho de Conclusão de Curso durante uma tentativa de
assalto em um estabelecimento comercial em Cuiabá (MT). A inquietação proposta neste
estudo visa apresentar a reflexão acerca da ausência de ética de profissionais ao narrarem a
situação de violência proposta em diferentes veiculadoras de informações.
Segundo Noblat (2008) e o Código de Ética de Jornalistas Brasileiros (2007) embora
exista um formato adequado e dentro dos parâmetros de como veicular uma notícia, ainda
assim percebemos a prática de profissionais ou comunicadores de modo geral, que não se
preocupam com o que estão veiculando.
Entende-se que para veicular determinada informação é preciso que a mesma seja
autorizada pela pessoa que vivenciou determinado fato, acontecimento ou notícia. O que se
vê é uma mídia que reproduz informações, sem no mínimo, preocupar-se em consultar a(s)
pessoa(s) envolvidas conforme pontua Noblat (2008).
Seja uma notícia verdadeira ou ―fake news‖, as mesmas são difundidas, sem ao menos
prevalecer o respeito e empatia pelo sujeito que está sendo exposto. Agir com ética representa
primar pelo respeito aos agentes envolvidos na informação e, posteriormente, a informação
em si, a finalidade que se tem ao propor veiculá-la.
Essa inquietação ainda está muito longe de ser alcançada, todavia, carece de ser
compreendida em suas dimensões e questionada, uma vez que a ética deve estar no âmbito
primário de qualquer profissão e/ou presente no comportamento de comunicadores.
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Deste modo, o estudo se faz pertinente, uma vez que visa apresentar uma reflexão
acerca da ausência de ética de profissionais que atuam com comunicação mediante
noticiarem a situação de violência experienciada pela vítima durante a tentativa de assalto.
Como objetivos específicos busca-se:
a) Apresentar a contextualização acerca do que são fatos, acontecimentos e notícias,
compreendendo enquanto categorias essenciais para compor elementos de uma
informação;
b) Discutir sobre parâmetros adequados ao publicar uma notícia;
c) Descrever alguns dos principais impactos sofridos por uma pessoa que tem sua vida
exposta pelas mídias.
Para apresentar essa discussão, a metodologia utilizou o estudo de caso como
delineamento de pesquisa. O estudo de caso contribui para compreender aspectos da
realidade com base nas experiências individuais e coletivas socialmente, bem como atua para
entender o comportamento de determinado fenômeno, para então interpretá-lo e analisá-lo
(CÉSAR, 2005).
O estudo de caso foi desenvolvido a partir do depoimento pessoal da vítima durante a
tentativa de assalto, cuja finalidade foi de compreender como se deu a abordagem pelas
diferentes mídias, após a situação de violência. Para a coleta de dados algumas informações
foram consideradas em relação ao formato como as notícias sobre a tentativa de assalto foram
divulgadas, sendo eles: data do acontecimento, horário da divulgação da reportagem, título da
reportagem; veículo de divulgação; se foi divulgado vídeos sobre a situação e se a vítima
concedeu entrevistas. Foram encontrados 19 sites que publicaram a notícia. Além disso,
alguns veicularam imagens e vídeos da tentativa de assalto.
O capítulo 1 busca apresentar os elementos primordiais para a estruturação de uma
informação e que com base nela o profissional ou pessoa que atua com comunicação deve
seguir. Além disso, traz à tona a discussão sobre facilidades e fragilidades encontradas ao se
publicar uma notícia, ressaltando a importância de primar pela atuação ética. Em suma,
aborda sobre o comportamento ético que deve prevalecer na atuação do profissional que atua
com comunicação.
O capítulo 2 contempla a metodologia do trabalho, apresentando o estudo de caso da
vítima que sofreu a tentativa de assalto, bem como em análise e resultados, visando discutir a
forma como a situação de violência foi abordada por algumas mídias que veicularam a
notícia.
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CAPÍTULO 1 – A Arte de
Publicar uma Notícia
“O jornalismo moderno tem uma coisa a seu favor. Ao nos oferecer a opinião dos
deseducados, ele mantém-nos em dia com a ignorância da comunidade”.
Oscar Wild
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1 CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS PARA A ELABORAÇÃO DE UMA
INFORMAÇÃO JORNALÍSTICA
O jornalismo é marcado por fatos, acontecimentos e notícias que rompem com a
normalidade presente no cotidiano das pessoas. Segundo Reis e Maia (2011) quanto mais
situações ocorreram que de certo modo causem uma ruptura do que está estabelecido
normalmente, já poderá tratar-se de uma possibilidade de ser veiculado pelas mídias de
informações.
Imaginemos a seguinte situação: você saiu para comprar pizza. Comprar pizza é uma
atividade que faz parte da rotina diária de qualquer pessoa. Comprar pizza trata-se, portanto,
de um fato, pois este acontece com determinada frequência e/ou ocorrência, mantendo
constância.
De acordo com a origem da palavra fato, que deriva do latim factum, particípio do
verbo facere, a palavra ―designa, portanto, eventos ou acontecimentos que realmente
aconteceram (JOHNSTON, 2004, p. 278), referindo-se ao seu status ontológico, e não a uma
proposição‖ (SPONHOLZ, 2009, p. 57). Logo, remetendo ao exemplo acima, sair para
comprar pizza é um fato.
Fatos ―podem ser definidos tanto do ponto de vista ontológico, ou seja, daquilo que
existe, como do ponto de vista epistemológico, daquilo que se conhece. A estas dimensões
pode acrescentar-se ainda a dimensão comunicativa‖ (SPONHOLZ, 2009, p. 57). Desta
forma, fatos são atos comunicativos que buscam revelar aquilo que aconteceu de acordo com
a realidade, não necessariamente, precisando de um sujeito conhecedor do fato para que ele
se torne um. Assim, fatos trabalham com um recorte da realidade. Fatos jornalísticos podem
ser entendidos como enunciados que possuem sentido proposital sobre ―estados, dados e fatos
da sociedade‖ (SPONHOLZ, 2009, p. 63).
Agora, retomando o exemplo mencionado para a explicação de fato, imaginemos que
durante o momento que você saiu para comprar pizza (fato) sofreu uma tentativa de assalto.
A tentativa de assalto trata-se de um acontecimento, pois foi um evento inesperado, não
previsto que rompeu com a normalidade de sua rotina. Desse modo, o acontecimento é o que
dá sentido às informações, que se diferencia por ser situado no tempo e espaço.
Os acontecimentos midiáticos para que aconteçam depende, necessariamente, de que
seja um acontecimento inesperado. Os acontecimentos podem ser classificados como
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O acontecimento como fatalidade: aquele que não pode ser previsto por sistemas de
expectativas da vida social;
O acontecimento programado: marcado pela existência de um calendário que dispõe
de organização e desenvolvimento da vida social;
O acontecimento suscitado: preparado e provocado por algum setor institucional
com fins estratégicos de pressão sobre a opinião pública (CHARAUDEAU, 2003, p.
174-175).
O acontecimento jornalístico tem como marca principal sua imprevisibilidade e se
diferencia do acontecimento comum devido ser matéria-prima e produto do jornalismo. O
acontecimento jornalístico pode se tornar uma notícia, mas não necessariamente, a notícia se
tornar um acontecimento.
Para ilustrar o que seria uma notícia, novamente retomaremos o exemplo mencionado
que explicou o que é um fato e um acontecimento. Imaginemos agora que ao sair para
comprar a tal pizza (fato), e sofrer a tentativa de assalto (acontecimento) tenham pessoas no
mesmo local que você. Por tratar-se de uma situação que pode colocar também em risco a
vida das pessoas, de modo geral, a tentativa de assalto pode, dependendo do conteúdo ganhar
uma relevância maior e tornar-se notícia.
A notícia pode ser entendida como
[...] que está relacionada diretamente com a definição de fato do ponto de vista
comunicativo. Isto porque uma estrutura narrativa se compõe essencialmente de
declarações descritivas. Comentários, embora também contenham declarações
descritivas, não só permitem como exigem outros tipos de declaração, como as
evaluativas (SPONHOLZ, 2009, p. 62).
Notícias resultam de uma percepção, seleção e transformação de acontecimentos de
um produto, que são as próprias notícias. A notícia ―consiste na seleção do que irá ser tratado,
ou seja, na escolha do que se julga ser matéria-prima digna de adquirir a existência de notícia,
numa palavra – noticiável‖ (TRAQUINA, 1993, p. 169).
As notícias, desse modo, que não são imutáveis e estáticas, se adaptam e são forçadas
a incorporar cada vez mais rápido elementos que agreguem valor, visibilidade e a tornem
interessante a ponto de ser considerada noticiável. Para que isto ocorra, Sousa (2002) afirma
que notícias devem fortalecer-se de memórias, ações pessoais, sociais, culturais, ideológicas e
físicas.
O jornalístico não se trata do real em si, mas da relação que o órgão do jornalismo
(imprensa) define como deve ser estabelecido conforme Abramo (2006) destaca. O que vai
ser jornalístico depende das ―características do órgão de imprensa, da sua visão do mundo, da
sua linha editorial, do seu ‗projeto‘‖ (ABRAMO, 2006, p. 1).
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Dessa forma, ainda de acordo com Abramo (2006), o cidadão só toma conhecimento
daquilo que lhe é permitido acessar, considerando que eliminados os fatos definidos como
―não jornalísticos‖, a imprensa veicula aquilo que lhe for de interesse, distorcendo a realidade
e criando artificialmente uma outra realidade do que são os fatos e assim produzindo em
quem acessa os conteúdos uma imagem não realística.
Assim, telespectadores vão criando novos sentidos e significados a partir do que é
reproduzido pelas mídias, fomentando comportamentos e atitudes das pessoas. Mais que um
compromisso de transmitir o real, a notícia tem como responsabilidade primordial respaldar-
se na ética, afinal, por trás da notícia há a construção de uma arte, na qual não pode ser
estilhaçada em detrimento do que consideram enquanto noticiável.
1.2 ÉTICA NA COMUNICAÇÃO: A ARTE DE PUBLICAR UMA NOTÍCIA
As mídias, de modo geral, são responsáveis por receber e veicular informações. Sua
influência atinge diferentes públicos, contribuindo para persuadir comportamentos e opiniões.
São munidas de ações que atuam no imaginário das pessoas. ―A linguagem audiovisual,
usada pela TV e pelo cinema, atua no imaginário, nos valores e nos comportamentos das
pessoas sem ficar explícito, para a grande maioria, como isso acontece‖ (PIMENTA, 2006, p.
38).
Dessa forma, informações são veiculadas diariamente, porém encontra-se algumas
limitações nesse percurso, já que em muitas ocasiões, informações poderão ser ocultadas.
[...] o conteúdo (informações, opiniões) dos programas, jornais, novelas, etc. tem
uma articulação ideológica com o discurso da classe social que controla o Estado,
assumindo assim a forma do poder dominante. Associadas a essa característica
temos a separação entre capital e trabalho (divisão social no âmbito das relações de
produção), e entre falantes e ouvintes (um pequeno grupo produz informações para
a massa) (COELHO, 1989 apud PIMENTA, 2005, p. 36).
Desse modo, as mídias são veiculadoras que podem ser utilizadas de forma positiva,
bem como negativa. A verdade é que o que se veicula pauta-se no interesse da propagadora
da notícia que as dispõe pensando no que dará mais retorno e visibilidade. Barbosa e Rabaça
(1987, p. 165) apud Umberto Eco em seu livro ―Dicionário de Comunicação‖ apresentam de
que forma os meios de comunicação de massa podem trazer aspectos positivos e negativos.
No que tange os aspectos favoráveis relacionados aos meios de comunicação de massa
tornam-se
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1. Democrática, pois liberta o homem na medida em que proporciona
oportunidades, destruindo as antigas barreiras de classe, tradição e gosto,
misturando e confundindo tudo, dissolvendo as distinções culturais;
2. Proporciona diversão para as massas cansadas que compõem a força de trabalho;
3. Divulgam os atos de corrupção;
4. Proporcionam cultura para milhões de pessoas, permitindo ao homem médio
dispor de uma riqueza de informações, nunca antes vista, divulgando obras culturais
a preços muito baixos (BARBOSA e RABAÇA, 1987, p. 165).
Desse modo, a comunicação alcança públicos de diferentes classes sociais, cuja
tendência cria uma espécie de identidade nacional e que pasteuriza as nuances da diferença.
Quanto aos aspectos negativos, por sua vez, apresentam que
1. É extremamente conformista, isto é, encoraja uma visão passiva e acrítica da
sociedade;
2. Valoriza, em demasia, a informação da atualidade, entorpecendo a consciência
histórica;
3. Difunde uma cultura homogênea, destruindo as características culturais de cada
grupo etário;
4. É conservadora, pelo fato de trabalhar somente o que já foi assimilado, seguindo
apenas as leis do mercado;
5. A fim de não poupar esforço para o entendimento das mensagens, nivela
superficialmente a sua produção (BARBOSA e RABAÇA, 1987, p. 165).
Ressalta-se que isso possibilita tornar quem tem acesso aos conteúdos que não
desenvolva sua criticidade e seja passivo frente sua realidade, uma vez que poderá tomar
como verdade informações veiculadas. Além disso, não considera a historicidade dos fatos,
mas sim privilegia informações da atualidade, assim como poderá não revelar a informação
de fato como ela aconteceu.
Schwartz (1995) apud por Pimenta (2006), por sua vez, com relação a mídia e meios
de comunicação em massa em geral, já apontava que os novos formatos de mídia que
surgiram acabaram por desbancar o que antigamente predominava, como jornais e programas
televisivos. A tendência, segundo o autor, é que a rede de comunicação se centralize cada vez
mais nos meios de comunicação para uma massa de redes.
As chamadas ―novas tecnologias‖ contribuíram para essas mudanças, que por um
lado, carregam consigo a possibilidade de estarmos diariamente conectados e a par de tudo o
que acontece; por outro, resgata uma preocupação acerca dos aspectos éticos que compõem a
relação diária entre comunicação, mídia, tecnologia e ética.
As mídias, de forma geral, têm como compromisso adotar comportamentos éticos ao
veicular informações, bem como preocupar-se como essa constante produção de informação e
consumo refletem no cotidiano das pessoas. Isto porque as mídias, de acordo com Busato
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(2001) apesar da possibilidade de democratização da informação, assim como a liberdade
para veiculá-las, não contempla adotar comportamentos de irresponsabilidade frente ao
conteúdo divulgado.
Busato (2001) afirma que a liberdade de comunicação não pode ser vista como um
mecanismo que tem autorização para apropriar-se de elementos a fim de atuar sem ética e
compromisso. Existe uma responsabilidade por tudo o que é veiculado.
Ricardo Noblat, jornalista brasileiro, também compartilha dessa ideia quando defende
em ―A arte de fazer um jornal diário‖ (2008) que o direito à liberdade de comunicação da
informação é relativo, uma vez que acredita que existam limites sobre o que deve e não deve
ser veiculado. A notícia nem sempre é de interesse público e sim, do detentor que veicula a
informação.
O autor ainda aponta que
Porque sou jornalista e porque vivemos em uma democracia estou liberado para
valer-me de qualquer recurso que assegure à sociedade o direito de tudo saber?
Posso roubar documentos, mentir, gravar conversas sem autorização, violar leis?
Onde está escrito que disponho de tais prerrogativas? Quem me deu imunidade para
rasgar códigos que regulam o comportamento das demais pessoas? Tenho dois
filhos que estudam jornalismo. Uma vez formados, eles poderão enganar seus
interlocutores para extrair informações e depois traí-los. Minha filha, que se formará
em pedagogia, porém, deverá ensinar a seus futuros alunos que é errado mentir e
trair (NOBLAT, 2008, p, 20).
Dessa forma, Noblat (2008) defende que se os jornalistas quiserem ser respeitados em
sua profissão necessitam adotar e repensar as regras, os fundamentos que compõem a prática
profissional, pois isso não dá direitos de divulgarem informações sem respeitar a imagem e
integridade do cidadão.
O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros em seu artigo 6º prevê sobre os
comportamentos éticos que os jornalistas devem adotar quando tratar-se do cidadão.
I - Opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os
princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos;
VIII - respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do
cidadão;
X - Defender os princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de
direito;
XI - defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias
individuais e coletivas, em especial as das crianças, dos adolescentes, das mulheres,
dos idosos, dos negros e das minorias (CÓDIGO DE ÉTICA DOS JORNALISTAS
BRASILEIROS, 2007, p. 1-2).
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Além disso o código prevê comportamentos que os jornalistas não devem adotar
como prática profissional, sendo eles considerados em seu artigo 7º
IV - Expor pessoas ameaçadas, exploradas ou sob risco de vida, sendo vedada a sua
identificação, mesmo que parcial, pela voz, traços físicos, indicação de locais de
trabalho ou residência, ou quaisquer outros sinais;
V - Usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime
(CÓDIGO DE ÉTICA DOS JORNALISTAS BRASILEIROS, 2007, p. 2).
Como atribuições das responsabilidades que os jornalistas devem adotar considera-se
que de acordo com o artigo 11º
O jornalista não pode divulgar informações:
I - Visando o interesse pessoal ou buscando vantagem econômica;
II - De caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos,
especialmente em cobertura de crimes e acidentes;
III - obtidas de maneira inadequada, por exemplo, com o uso de identidades falsas,
câmeras escondidas ou microfones ocultos, salvo em casos de incontestável
interesse público e quando esgotadas todas as outras possibilidades de apuração (CÓDIGO DE ÉTICA DOS JORNALISTAS BRASILEIROS, 2007, p. 3-4).
Sabe-se que os jornalistas cotidianamente para obterem a informação desejada
buscam se utilizar de diferentes ferramentas e técnicas a fim de noticiar determinado fato ou
acontecimento em exclusividade. Nessa busca acirrada e, muitas vezes, desenfreada pela
notícia, o profissional se depara com a necessidade de registrar imagens. Para a pessoa que
poderá ser registrada se espera que o profissional atue com ética e no mínimo solicite
autorização de uso de imagem.
Segundo o código de ética dos jornalistas brasileiros, o profissional não deve captar
imagens e deturpá-las, de forma que busque informar a qualquer pessoa que esteja sob a lente
da câmera que está sendo fotografada, filmada, gravada ou qualquer outro formato de
manipulação.
Em seu artigo 12º o código de ética regulamenta essa informação defendendo que
II - buscar provas que fundamentem as informações de interesse público;
III - tratar com respeito todas as pessoas mencionadas nas informações que
divulgar;
V - Rejeitar alterações nas imagens captadas que deturpem a realidade, sempre
informando ao público o eventual uso de recursos de fotomontagem, edição de
imagem, reconstituição de áudio ou quaisquer outras manipulações1;
VI - Promover a retificação das informações que se revelem falsas ou inexatas e
defender o direito de resposta às pessoas ou organizações envolvidas ou
1 Manipulações adota o sentido de veicular informações com base apenas nas perspectivas do interlocutor, sem
validar de fato como a situação aconteceu.
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15
mencionadas em matérias de sua autoria ou por cuja publicação foi o responsável
(CÓDIGO DE ÉTICA DOS JORNALISTAS BRASILEIROS, 2007, p. 4).
Desse modo, é essencial que o profissional do jornalismo respeite e aplique estas
normas à sua prática. Todavia, sabe-se que nem todos agem com ética mediante as
informações que veiculam. De fato, segundo Noblat (2008) a notícia trata-se daquilo que o
jornalista decide que é notícia com base no que mais repercutir.
Cabe considerar que o código de ética trata-se de um regulamento específico para
jornalistas, mas na atualidade podemos notar que alguns comunicadores como blogueiros ou
youtubers, por exemplo, não necessariamente possuem a graduação em Jornalismo, portanto,
podem não seguir essas regras, todavia, carecem atentar-se com relação a informação que
estão veiculando, já que a ética também deve compor sua atuação.
Dessa forma, a ética deve fazer parte do cotidiano dos profissionais que trabalham
com comunicação. Noblat (2008) afirma que a notícia ―quentinha‖ não pode valer mais que o
respeito e a empatia pelo outro que se encontra diante de alguma situação em que teve sua
imagem ou áudio expostas, sem validar se as informações são verídicas.
1.3 MÍDIA TELEVISIVA X MÍDIA DIGITAL
A mídia televisiva alcança em massa um significante grupo de pessoas. ―A palavra
televisão vem da junção das palavras tele, do grego, ―longe‖, e videre, que em latim significa
ver‖ (VERONESE & SILVEIRA, 2010, p. 111). Sabe-se que o início da televisão ocorreu
nos Estados Unidos da América, todavia, sendo implantada no Brasil apenas na década de
1950.
A televisão foi implantada no Brasil por iniciativa do jornalista Assis
Chateaubriand. Em 1950, Chateuabriand era proprietário do que se pode considerar
o primeiro império da comunicação no país: Diários e Emissoras Associadas, uma
empresa que incorporava vários jornais (Diário da Noite, Diário de São Paulo),
revistas (O Cruzeiro) e emissoras de rádio (rádio Tupi) (PATERNOSTRO, 1987, p.
23).
Desde então, a televisão apresenta uma forte influência sobre as pessoas em larga
expansão. Trata-se de um meio, na qual, a informação veicula de forma rápida, apresentando
conteúdos de entretenimento e persuasão, a medida em que as pessoas recebem as
informações de forma passiva, sem questioná-las.
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―A mídia utiliza os avanços tecnológicos como forma de garantir a qualidade,
acessibilidade, precisão, velocidade e ampliação do raio de cobertura no que concerne à
ampliação do poder de persuasão ou de convencimento‖ (MENEZES, 2007, p. 3).
A televisão costuma apelar para o uso de câmeras e gravadores escondidos para o
registro de diálogos entre bandidos e jornalistas, esses quase sempre fingindo
interesse em comprar alguma coisa daqueles. Se o telespectador não identificar o
jornalista e sair da sala antes que fique claro quem é quem, poderá imaginar que
assistiu a um diálogo entre bandidos (NOBLAT, 2008, p. 23-24).
Esse tipo de comportamento da mídia televisiva reforça para que comunicadores
identifiquem o relato a partir de sua perspectiva apenas, o que muitas vezes, pode diferir da
perspectiva de quem vivenciou determinada situação. Segundo Noblat (2008) o comunicador
poderá pressupor como a situação aconteceu, mas sem preocupar-se com o ponto de vista de
quem realmente sentiu na pele o fato.
O que temos visto é a substituição dos modelos padronizados de divulgação de
informações pelo forte uso das redes sociais no país. No Brasil, por exemplo, há 27.923.880
usuários vinculados ao Facebook® e que também estão conectados a ―páginas de
organizações, instituições, marcas e pessoas públicas (artistas, cantores, bandas etc.)‖
(PANIZ e SELIGMAN, 2012, p. 3). Desta forma, a informação ganha visibilidade e valor por
meio de ―likes‖ e ―compartilhamentos‖.
A possibilidade de acesso a notícias e redes sociais tornou-se um dos maiores avanços
do processo de comunicação conforme pontua Barbosa (2001). Todavia, esse processo que
adveio como benefício, apresenta fragilidades e, principalmente descontrole em relação ao
que é publicado ou de quem veicula a informação.
A possibilidade do anonimato pode criar uma falsa sensação de que é possível
manipular informações e pregar mentiras sem ser descoberto. Ledo engano. Caso
venham à tona, essas situações podem afetar, de forma definitiva, a credibilidade de
uma instituição (BARBOSA, 2011, p. 3).
Dessa forma, aponta para uma realidade que vem se expandindo diariamente. Pessoas
que estão sendo expostas de diferentes formas e formatos. Barbosa (2011) afirma que as
chamadas redes sociais como Facebook®, Instagram®, Twitter® e aplicativos de
comunicações tal qual WhatsApp®, contribuem fortemente para esta evolução, que trouxe
uma série de avanços, porém também retrocessos.
A ausência de ética é uma delas, não apenas do profissional, mas também das pessoas
que de modo fácil e rápido registram imagens ou vídeos de algo que está ocorrendo em tempo
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real, o que acaba demonstrando um comportamento de pessoas que veiculam informações,
mas sem validar a veracidade das mesmas não preocupando-se com o que, quem ou qual
situação está sendo veiculada ou vivenciada. É uma questão de empatia.
Independente da veracidade do que se está divulgando, é necessário ter cautela e
empatia de modo a valorar a preservação da imagem da pessoa que está sendo exposta de
acordo com Noblat (2008). Rosário e Bayer (2014) ressaltam que os comunicadores precisam
atuar criticamente atentando-se para posturas que contribuem para acentuar a falta de
comportamentos éticos, de modo que não corroborem para fortalecer práticas de violência
naturalizadas socialmente, que geram desconforto e sentimento de insegurança na população.
1.4 O COMPORTAMENTO MIDIÁTICO FRENTE A SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA
Como vimos, a comunicação e ética são elementos essenciais para que informações
sejam veiculadas conforme de fato aconteceram. Todavia, encontramos informações que são
divulgadas e, tampouco, quem veiculou se preocupa com as possíveis consequências do que
está sendo propagado.
Estarão certos os meios de comunicação de massa quanto aos critérios que
imprimem à sua atuação? Devemos continuar com as ―pornochanchadas‖ no
cinema, a violência na televisão (mesmo em programas livres), o erotismo na
publicidade, os livros que apelam para os instintos e as revistas que mostram corpos
jovens de mulheres bonitas? Que comentários faríamos diante de jornais que
anunciam manchetes como estas: ―Cortou e comeu a orelha do amigo como tira-
gosto – ofereceu 350 mil para matar o genro – Fez picadinho do amante da mulher?
(ERBOLATO, 1982, p, 69).
Desse modo, aquilo que tem sido noticiável, de interesse de quem detém a
informação, tem contribuído para alterar pensamentos e comportamentos de quem acessa a
esses conteúdos. Segundo Erbolato (1982) o homem vai deixando de pensar e refletir acerca
do que está lendo, assim como vai mudando sua opinião em detrimento do não exercício da
crítica. O ser humano, então, torna-se acrítico e passivo diante de tudo que recebe.
Quantos desses assuntos – em texto e fotos, como matéria redacional e em forma de
anúncios – chegam a influir o leitor, mudando o seu modo de pensar ou de agir?
Com a complexidade dos dias atuais, o homem aos poucos vai deixando de pensar,
de raciocinar e de pesquisar, porque os meios de comunicação de massa o
atormentam com as mensagens visuais e auditivas. (...) O indivíduo torna-se mais
manipulável e tudo o que lê, vê e ouve, muda-lhe, até certo ponto, a personalidade e
a opinião (ERBOLATO, 1982, p. 47).
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As informações selecionadas consideradas noticiáveis ao fazer apologia a esses
recursos apelativos como pornografia e violência fazem com que a audiência seja o foco
macro conforme aponta Busato (2001). Ter audiência representa faturamento para as
empresas, o que conduz as pessoas a se sujeitarem a notícias que não podem ao menos
escolher se querem ter conhecimento. ―E o que é pior é que argumentam que sua ação se
limita a mostrar a ―realidade‖. Que a violência, a sensualidade, a competitividade exacerbada
faze parte de nossa vida cotidiana‖ (BUSATO, 2001, p. 6).
Uma vez que as informações veiculadas pelas mídias adotam a postura de reforçar
práticas violentas, contribui para fortalecer comportamentos de medo e insegurança por parte
de quem lê, ouve e comenta sobre o que está sendo noticiado. A violência, dessa forma,
torna-se rotina do cotidiano da população.
[...] há violência quando, numa situação de interação um ou vários atores agem de
maneira direta ou indireta, maciça ou esparsa, causando danos a uma ou mais
pessoas em graus variáveis, seja em sua integridade física, seja em sua integridade
moral, em suas posses, ou em suas participações simbólicas e culturais
(MICHAUD, 1989, p. 11).
Michaud (1989) ainda considera que os meios de comunicação em massa
contribuíram fortemente para aumento da violência e da criminalidade. Segundo ele, essas
reações são naturalizadas, já que enxerga o ser humano como um ser capaz de criar
identificações, seja com comportamentos pacíficos ou violentos.
No Brasil, os meios de comunicação assumem, de acordo com Cruz Neto e Moreira
(1999), o papel de formadores de consciência... [...] Os programas e os noticiários
da TV fazem apologia do dinheiro e da violência, elevam criminosos à categoria de
heróis e apresentam modelos de violência, especialmente em filmes e novelas
(RISTUM e BASTOS, 2003, p. 182 apud MICHAUD, 1989).
Dessa forma, compreendemos que as mídias de comunicação contribuem para
reforçar determinados comportamentos violentos a partir de conteúdos que são reproduzidos,
todavia, não significa que estas obrigam as pessoas a terem contato ou que são diretamente
responsáveis pela problemática da violência.
A mídia enquanto um dispositivo que deve informar e alertar a população sobre
determinados assuntos pode colocá-los em risco a partir do momento em que transmite
informações que fazem apologia a comportamentos violentos ou até mesmo quando divulgam
imagens que comprometem e colocam ainda mais em situação de vulnerabilidade pessoas que
já tenham sofrido algum tipo de violência.
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Deste modo, entende-se que,
a violência não é um fenômeno isolado, uni causal e se manifesta sob diversas
formas. Algumas pesquisas brasileiras têm destacado a magnitude do impacto da
violência estrutural, intrafamiliar, institucional e da delinquência sobre as crianças e
jovens, matando-os precocemente ou deixando marcas profundas de dor e
sofrimento. De maneira geral, essas formas de violência ganham visibilidade e
disseminação nos meios de comunicação, tanto na ficção quanto no jornalismo,
tanto em texto quanto em imagens (UNICEF, S/A, p. 71).
Desse modo, a violência sendo constantemente verbalizada e veiculada de diferentes
formas (sites, blogs, Facebook®, Instagram®, televisão, rádio, etc.) acaba por colaborar em
produzir socialmente no cidadão alguns transtornos psicológicos, já que o mesmo poderá ser
uma vítima exposta em determinada mídia, sem ao menos ser indagada se seria do seu
interesse ter sua imagem ou opinião veiculadas.
No ano de 2013, uma jovem de 16 anos teve imagens íntimas postadas no Facebook®
e Twitter® pelo namorado na cidade de Veranópolis (RS). Após suas imagens terem ganhado
proporção nas redes sociais, a jovem cometeu suicídio (ILHA, 2013). Recentemente, no ano
de 2017, uma adolescente de 15 anos, que residia em Nova Andradina (MS) se matou, pois
foi ameaçada de que fotos íntimas seriam colocadas na internet por um rapaz de 17 anos com
quem manteve relações sexuais aos 14 anos (BOL, 2017). Não se sabe se essas ameaças de
fato foram reais, mas só de pensar na possibilidade de efetivação da mesma, a jovem tirou sua
própria vida.
Scremin e Wanzinack (2017 defendem que o uso excessivo de redes sociais está
relacionado a problemas de saúde mental. Cada vez mais cedo, as pessoas iniciam o acesso a
conteúdo publicados em redes sociais, dão ―likes‖ e compartilham sobre suas experiências
com pessoas do mundo todo. O interessante para as mesmas é utilizar-se dessas artimanhas
que as redes sociais possibilitam para ser admirado/elogiado, de modo a obter a aprovação
das pessoas que acessam seus ―posts‖.
Em tais ambientes virtuais, a imagem do indivíduo passa a ser usada como algo a
ser exibido, admirado e elogiado, seja por comentários (―você ta linda‖, ―que gato‖,
―arrasou‖) seja por ―curtidas‖ de outros/as usuários/as. Nesse contexto, pode-se
dizer, portanto, que essa exposição possua essencialmente o objetivo da aprovação
de outras pessoas, do elogio de outros que igualmente mandam imagens com o
mesmo objetivo o mesmo ideal de se expor (SCREMIN e WANZINACK, 2017, p.
750).
Diante disso, esse comportamento que influencia diretamente crianças e jovens, torna-
se comum e naturalizado. Na maioria das situações em que imagens ou vídeos são divulgados
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sem a autorização, o chamado Cyberbullying2, crianças e adolescentes tendem a adotar
comportamentos depressivos e ansiosos, como aponta Schreiber e Antunes (2015), uma vez
que podem se sentir injustiçadas e expostas, pois não queriam ser invadidas enquanto pessoa,
ter sua imagem vinculada a algum contexto que a desagrade. Ninguém quer que sua imagem
seja divulgada sem sua autorização.
Imaginemos o seguinte: quando alguém sente vontade de compartilhar sobre o está
acontecendo em sua vida, se está namorando, se comprou algo, se foi a um show, dentre
outros, provavelmente irá fomentar isso com alguém, buscará dialogar. Da mesma forma, se
uma pessoa é exposta em certas situações e quer encontrar algum meio de externa lizar o que
aconteceu consigo poderá fazer por meio das mídias (TV, rádio, Instagram®, Facebook®,
etc.).
Se determinada informação é postada, há nitidamente um interesse em receber ―likes‖
e compartilhamentos. Se a pessoa posta é porque faz questão de que as pessoas vejam e,
posteriormente, a sigam nas redes sociais. Por outro lado, se a pessoa se encontra diante de
alguma situação que não ocorreu da forma como imaginava, pode sentir a ―não vontade‖ a
exposição. Isto é, pode desejar que sua imagem não seja veiculada se não for de seu interesse.
A informação deve ser fornecida se realmente o principal agente da ação estiver disponível
para falar sobre o que houve.
Diante disso, que direito as pessoas têm de filmar ou tirar fotos de uma pessoa que em
determinado momento está passando por alguma situação constrangedora? Mais que isso, por
que as mídias sentem que podem fazer isso e veicular informações que ao menos não se
deram o trabalhar de validar sua veracidade, sentindo-se no direito de supor o que foi dito?
Noblat (2008) chama a atenção para esses questionamentos, uma vez que tais questões nos
direcionam a pensar no quanto essa exposição pode gerar processos de adoecimento, uma vez
que pode ser doloroso para uma pessoa ter sua vida exposta sem sua autorização.
O consumo das informações postadas em redes sociais também produz nas pessoas
transtornos psicológicos como Depressão, Ansiedade e Síndrome do Pânico, doenças
consideradas ―mal do século‖ que acometem a população jovem conforme Moromizato et. al.
(2017) e fontes da BBC Brasil (2017).
No ano de 2016, o site G1 da cidade de Pernambuco noticiou que o número de
bancários com problemas psicológicos após assaltos em bancos aumentou. Segundo dados do
Sindicato dos Bancários de Pernambuco ―apenas neste ano, mais de 100 funcionários de
2 Trata-se de ―[...] uma modalidade de bullying praticada através da internet ou por meio de qualquer ferramenta
de comunicação pertinente ao ciberespaço‖ (LIMA et. al., 2012, p. 3).
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bancos foram vítimas de assaltos e sequestros em todo o estado. Desses, 15 pediram
afastamento dos cargos, após adoecerem por causa desse tipo de crime‖ (2016, p. 1).
No que tange ao adoecimento das pessoas, quando uma pessoa se encontra diante de
uma situação de exposição via redes sociais, assim como na imprensa, poderá ocorrer
também um processo de culpabilização. Por exemplo, quando uma pessoa sofre uma tentativa
de assalto e reage, o comportamento esperado é que entregue todos os objetos pessoais que
estão consigo. Porém, quando há uma reação oposta de proteção ao patrimônio, ou seja, uma
reação ao assalto, esta pode ser geralmente julgada como uma transgressão.
Por se tratar de uma reação atípica, socialmente inóspita e diferenciada da rotina de
violência comumente vista, esta pode ser facilmente prejulgada como uma reação negativa no
sentido de que: quem reage, o faz sem consciência colocando em risco não só a sua vida
como a vida alheia (de quem quer que esteja próximo, no caso de uma arma de fogo).
A mídia costuma evidenciar em seus ―slogans protetivos‖ o valor da ―não reação‖,
pontuando sem exceções esta como a melhor das alternativas frente a uma situação adversa
como destacado por Rosário e Bayer (2014) e Edison (2015). Neste panorama acontece que a
―não reação‖ pode, em alguns casos, significar o não retorno para casa. O que vemos na
atualidade é um ―The Walking Dead3‖ anunciado. Os assaltos (roubo seguido de fuga) e
latrocínios (roubo seguido de morte) estão a cada dia mais constantes e violentos, conforme
dados do Atlas da Violência (2018). Rosário e Bayer (2014) e Edison (2015) defendem que a
mídia, de modo geral, não orienta de forma alguma a reação a qualquer ato de violência.
Exclamam que se reagirem estarão colocando sua vida em risco, assim como de outras
pessoas.
No jornalismo policial é comum a difusão de comentários do tipo: ―___Não reaja!‖,
―___Não se deve reagir‖, ―___ Você está colocando em risco a sua vida e a de outro‖,
―___Vão se os dedos, ficam os anéis‖, ―___Mais vale a sua vida do que um objeto‖,
―___Objeto pessoal você recupera‖, ―___Mais vale a sua vida do que seu celular‖, ―___Mais
vale a sua vida do que seu carro‖, ―___O seguro devolve‖, ―___Você trabalha e recupera
depois‖, ―___É chato, mas é a vida‖, ―Agora é trabalhar para recuperar‖, ―Ao menos você
está vivo‖.
3 The Walkind Dead trata-se de uma série de zumbis que discute sobre quando o ser humano chega num ponto
entre vida e a morte. Quando o caos é instalado, o ser humano se vê diante de uma ameaça que pode tirar sua
vida. Basicamente, ―olho por olho e dente por dente‖. Na luta pela sobrevivência, a guerra é instaurada. Na
atualidade, comparamos com a exacerbada e marcante violência, na qual se mata por causa de um pedaço de pão
(GORDON, 2017).
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Frente a todas essas afirmações, indagamo-nos ainda no sentido de levantar a seguinte
questão: quem garante que mesmo em uma situação de violência, que voltaremos para casa?
Quem nos garante que sairemos vivos, mesmo que entreguemos todos os objetos pessoais que
estiverem em nossa posse? Um assaltante ao sair de casa já se direciona a uma vítima munido
de conhecimento e de elementos e características das quais precisará durante uma tentativa de
assalto, por exemplo. Principalmente, sai munido com uma informação primordial, ou seja, a
de que o cidadão é orientado a não reagir. Logo, se apoiará nisso e fará uso desse elemento
chave para escolher sua vítima.
E diante disso, novamente nos indagamos: será que essa receita de bolo está correta?
Será que sempre teremos que nos submeter ao assaltante e não poderemos reagir? Se Marielle
foi morta, Daniele Perez também assassinada brutalmente, bem como Bolsonaro sofreu
tentativa de assassinato, quem nos garante que a ―não reação‖ é o melhor caminho? Por que
somos orientados a não nos defender?
Dessa forma, é crucial que as pessoas sejam munidas de informações e conhecimentos
que possibilitem que as mesmas se articulem em relação as suas estratégias de defesa.
Segundo o Atlas da Violência (2018) os índices de criminalidade e violência não negam: cada
vez mais em nosso país não estamos seguros.
O jornalismo policial, por exemplo, é um tipo de gênero de notícia que propaga
informações que são munidas de um ―misto de circo com terrorismo, que matam ouvintes,
espectadores e leitores numa espécie de transe de medo, para reagir a escalada de violência
que é crescente no país‖ (COSTA, 2005 apud GOMES, 2005, p. 6).
Isto contribui para gerar repercussão, mas principalmente sensacionalismo. Muitas
páginas e programas policiais praticamente vertem sangue a cada edição a la Quentin
Tarantino4. Essa violência produzida no jornalismo policial não visa validar a veracidade da
notícia como elemento primordial, mas sim a comercialização das mesmas para gerar
repercussão.
Visando o lucro a mídia sensacionalista, transforma qualquer coisa em produto, até
mesmo assassinato em entretenimento para as massas. Essa forma de sensibilizar o
público, através de reconstituições dramáticas dos crimes, representa apenas um
jornalista puramente interesseiro, hipócrita, ambicioso por audiência e que coloca o
furo acima de tudo. Os meios de comunicação se tornam responsáveis pela forma de
como as pessoas veem o mundo e de como o criam e se situam nele. É preciso
acabar com essa atitude da mídia de transformar todo tipo de violência em conteúdo
comercial (GOMES, 2005, p. 7).
4 Quentin Tarantino é um cineasta conhecido por produzir filmes a moda ―Spaghetti‖, isto é, filmes que
exploram temas como vingança e a violência de modo geral (JORGE, 2013, p. 105).
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Gomes (2005) destaca que essa banalização da mídia quanto a exploração da
violência como um produto que deve ser comercializado, corrobora para que o jornalismo
policial seja apenas um show de entretenimento, superficial e sensacionalista.
A mídia que possui interesse puramente em comercializar informações, obtendo
retorno financeiro por meio delas, orienta que as pessoas não reajam por dois motivos:
primeiro, que quanto mais informações negativas e sensacionalistas forem vendidas, melhor
para o faturamento mensal; segundo, porque se a mídia orientar que as pessoas se defendam,
sem dúvida, estará atribuindo a si uma responsabilidade diante dessas pessoas. Ela poderá ser
culpada caso algum cidadão decida ―fazer justiça com as próprias mãos‖.
Cotidianamente, quando as pessoas se deparam com situações de violência, as mídias
afirmam o tempo todo que as mesmas não devem reagir para não colocar sua vida em risco,
assim como de outras pessoas, já destacado por Rosário e Bayer (2014). Por que, então, a
mídia não propaga informações para proteger e capacitar as pessoas para se tornarem agentes
de segurança individuais, mas buscando alertá-las de que em situações de violência, você só
deverá fazer se estiver munido de conhecimento.
A violência sempre foi tema de destaque nos noticiários e pertencente a todas as
camadas sociais. No Brasil, segundo Martins (2018) o caos tem sido espalhado a partir da
onda de violência que se expande em várias capitais brasileiras. Atualmente, acompanhamos
no estado do Rio de Janeiro famílias que residem nas comunidades periféricas da capital que
estão tendo que lidar diariamente com o poder e ações repressoras das Forças Armadas, cuja
inserção se deu a partir da proposta de intervenção do atual presidente Michel Temer como
tentativa de eliminar a bandidagem.
Nos últimos dez anos, houve ao menos 13 operações das Forças Armadas no estado
do Rio. A intervenção decretada por Temer abre, porém, um inédito capítulo na
história das tentativas de estancar a violência local. Apesar do uso das tropas em
outras ocasiões, é a primeira vez, desde o fim da ditadura, que o Planalto interfere
diretamente no governo estadual, avocando para si a competência de gerir a
segurança pública com um interventor (MARTINS, 2018, p. 2).
Todavia, isso não gera segurança aos moradores dessas comunidades, uma vez que
estão sendo expostos a desconfiança do órgão que deveria protegê-los, fazendo uso de
medidas intimidadoras como revistar mochilas de crianças com fuzis a tira colo.
Os moradores da comunidade reprovaram os militares. Segundo uma pesquisa feita
pela ONG Redes da Maré, em parceria com o People‘s Palace Projects da
Universidade Queen Mary (Reino Unido), 69,2% dos mil entrevistados disseram
que a sensação de segurança não aumentou, e 22% presenciaram confrontos
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violentos. ―Na comunidade, o Estado sempre negligenciou o direito à vida, à
moradia digna, à educação de qualidade. Só ofereceu o seu braço armado, como se
tanques de guerra fossem resolver os nossos problemas‖, lamenta a jornalista Gizele
Martins, nascida e criada na Maré (MARTINS, 2018, p. 7).
A violência no estado o Rio de Janeiro teve um expansivo crescimento desde o ano de
2012 como aponta o Atlas da Violência.
Em 2012, o Rio de Janeiro encerrou uma fase de diminuição consistente das taxas
de homicídios, algo que vinha acontecendo desde 2003. A partir de 2012, observou-
se uma oscilação nos indicadores de letalidade violenta, sendo que em 2016 houve
forte crescimento nos índices. Pode-se dizer que 2016 marcou o final de um período
positivo para o estado e a capital, com grandes eventos internacionais. O final das
Olimpíadas demarcou essa transição, quando a falência econômica e política deram
a tônica ao novo cenário (ATLAS DA VIOLÊNCIA, 2018, p. 24).
Um dos casos mais recentes e que chocou a população foi a morte da vereadora
Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A vereadora se posicionava em defesa aos
direitos humanos, da causa LGBT e dos moradores de favelas. Considerado um crime
político, já se passaram quatro meses desde sua morte e os responsáveis não foram
encontrados de acordo com dados de Otávio e Araujo, (2018).
Marielle Franco foi mais uma vítima que contribuiu para compor as estatísticas de
Feminicídio5 no país. De acordo com Velasco, Caesar e Reis (2018) a cada duas horas,
mulheres são assassinadas considerando dados do ano de 2017, ocasionando um aumento de
6,5% em relação ao ano de 2016, cujos dados apontaram 812 feminicídios, enquanto que no
ano de 2017 foram 4.473 homicídios, sendo 946 feminicídios.
Outro famoso caso policial conhecido de Feminicídio foi de Daniela Perez. Filha da
conceituada autora de novelas, séries e minisséries Glória Perez, foi brutalmente assassinada
quando estava deslanchando na carreira como atriz. Na época, Daniela fazia a novela ―De
Corpo e Alma‖, na qual contracenava com Guilherme de Pádua, seu par romântico (VEJA,
2017, p. 1).
No dia 28 de dezembro de 1992, Guilherme junto a sua ex-mulher matou a jovem
com 18 golpes de punhal. A motivação do crime se deu pelo fato de que Guilherme pensou
que seu papel estava sendo reduzido na novela, considerando que naquela semana não havia
aparecido em dois capítulos. Diante disso, Guilherme decidiu matar Daniela acreditando que
a mesma estaria atrapalhando sua carreira como ator (VEJA, 2017). Anos mais tarde, novas
versões do caso surgiram e uma delas foi de que Guilherme a matou porque o mesmo tinha
5 Feminicídio trata-se do crime praticado contra a mulher apenas pela condição de gênero (VELASCO,
CAESAR e REIS, 2018, p. 1).
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uma paixão platônica pela atriz e como a mesma, casada na época, com o ator Raul Gazolla,
nunca demonstrou qualquer interesse pelo assassino.
O feminicídio é a expressão fatal das diversas violências que podem atingir as
mulheres em sociedades marcadas pela desigualdade de poder entre os gêneros
masculino e feminino e por construções históricas, culturais, econômicas, políticas e
sociais discriminatórias (OBSERVATÓRIO POLÍTICO SOCIAL, 2018, S/P).
O feminicídio, ao longo dos anos, foi construído socialmente a partir de algumas
elucidações. Uma delas associa a mulher a figura de sexo frágil, atribuindo ao homem a
figura de força e masculinidade.
O corpo da mulher foi projetado para ter uma força inferior do que a dos homens.
Claro que, isso vai depender do tamanho, estatura e peso, até porque há mulheres cuja força
física pode superar a de um homem. Essa ergonomia diferente de um para o outro, colabora
para elucidar um discurso de que a ―mulher é mais fraca e o homem é mais forte‖.
O modelo de perfeição estava representado na anatomia masculina, onde a regra
fálica, distinguia perfeitamente o domínio de superioridade e inferioridade
masculina e feminina respectivamente. Concebida como um homem invertido e
inferior, a mulher será um sujeito menos desenvolvido na escala da perfeição
metafísica (SILVA, 2000, p. 1 apud COSTA, 1995).
Segundo Silva (2000) historicamente essa concepção contribuiu para reforçar o
estigma de que as mulheres podem ser subjugadas e desrespeitadas em sua condição. Reitera
ainda que:
A mulher seria mais frágil, desprovida de calor vital e sofreria de menos privilégios
que os homens. A nova concepção da mulher, portanto, havia mudado, porém, isto
não implicaria na saída do patamar de inferioridade em que costumeiramente fora
colocada. A mudança de concepção veio apenas reiterar a supremacia masculina, e
não levar a mulher a um patamar de maior prestígio (SILVA, 2000, p. 2).
Daniela não foi a primeira e nem será a última vítima de Feminicídio no Brasil. O
Mapa da Violência publicado em 2015 analisou os índices de violência contra a mulher dos
anos de 2003 à 2013, destacando que no Brasil são meninas e mulheres negras que possuem a
maior taxa de Feminicídio.
As taxas de homicídio de brancas caem na década analisada (2003 a 2013): de 3,6
para 3,2 por 100 mil, queda de 11,9%; enquanto as taxas entre as mulheres e
meninas negras crescem de 4,5 para 5,4 por 100 mil, aumento de 19,5%. Com isso,
a vitimização de negras, que era de 22,9% em 2003, cresce para 66,7% em 2013.
Isto significa que:
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–– Em 2013 morrem assassinadas, proporcionalmente ao tamanho das respectivas
populações, 66,7% mais meninas e mulheres negras do que brancas.
–– Houve, nessa década, um aumento de 190,9% na vitimização de negras.
–– Alguns estados chegam a limites absurdos de vitimização de mulheres negras,
como Amapá, Paraíba, Pernambuco e Distrito Federal, em que os índices passam de
300% (MAPA DA VIOLÊNCIA, 2015, p. 73).
Além disso, por meio da pesquisa há uma prevalência de Feminicídio em mulheres
entre 18 e 30 anos de idade, com frequência na faixa de 1 ano de idade entre crianças
(considerado Infanticídio).
• Em comparação com os homicídios masculinos, nos femininos há maior
incidência de mortes causadas por força física, objeto cortante/penetrante ou
contundente, e menor participação de arma de fogo.
• A agressão perpetrada no domicílio da vítima tem maior incidência entre as
mulheres do que entre os homens.
• A agressão a mulheres é cometida, preferencialmente, por pessoas conhecidas da
vítima; a contra os homens, por pessoas desconhecidas (MAPA DA VIOLÊNCIA,
2015, p. 74).
Diante disso, há situações em que a mulher pode ser vítima de violência por
desconhecidos. Numa tentativa de assalto, dificilmente a vítima conhece seu agressor. Ao
considerarem que a vítima mulher possui uma estrutura ergonômica inferior à dos homens,
acredita-se que ao se deparar com uma tentativa de assalto, a mesma não conseguirá e não
deverá defender-se. Todavia, o estudo de caso, como discutiremos abaixo, nos apresentará
uma outra versão, isto é, de que é possível uma mulher se defender, assim como qualquer
pessoa, desde que munida de conhecimento.
Um outro aspecto muito importante trata-se do número de assaltos no Brasil que é
―pelo menos duas vezes maior do que a média, segundo relatório da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Uma pesquisa apontou que 7,9% das
pessoas entrevistadas relataram terem sido vítimas de assalto conforme publicação da revista
ISTOÉ (2016).
Em pesquisa realizada por Alves e Paula (2009) sobre as possíveis relações de
assaltos e Transtornos de Estresse Pós-Traumático (TEPT) em trabalhadores de uma empresa
de transporte coletivo rodoviário apontaram que
Os rodoviários vítimas de assaltos podem não apresentar um quadro de TEPT,
porém, apresentam sintomas isolados desse quadro de transtorno mental e podem
tornar-se vulneráveis ao desenvolvimento desse transtorno se continuarem expostos
a assaltos, principalmente em situação de reincidência. Ressaltamos a presença de
falas afirmativas em pelo menos um dos sintomas de cada critério diagnóstico que
compõe o quadro de TEPT em todos os depoimentos dos sujeitos participantes do
estudo. Também foi possível identificar no relato de um mesmo rodoviário,
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afirmações sobre experiências traumáticas em mais de um critério diagnóstico, fato
que pode vir a confirmar um diagnóstico de TEPT (ALVES e PAULA, 2009, p. 45).
Desse modo, vimos diferentes personalidades e situações serem apresentadas e a
pergunta que nos cabe fazer é: se Marielle, vereadora, conhecida, que andava de carro
blindado com todo aparato de segurança; se Daniela que em 1992 estava no auge da carreira
como atriz famosa da Globo e filha de uma renomada escritora de novelas; se Bolsonaro,
presidenciável em 2018, munido também de uma estrutura de segurança, não conseguiu estar
seguro, como um cidadão comum conseguirá? Será que se tivessem munidos de informações
de como poderiam se proteger, poderiam ter tido uma trajetória diferente? Como um cidadão
comum poderá sentir-se seguro se o órgão que deveria protegê-los, no caso, a segurança
pública, não está dando conta de suportar tamanho descontrole social. E essa exacerbada
violência é reflexo de um processo de desigualdades sociais, ―da ausência de reparações
históricas e de uma sequência de políticas equivocadas de combate a violência‖ (RIBEIRO,
2017, p. 2).
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CAPÍTULO 2 – Estudo de
Caso
“A sensação criada pela autoconfiança é libertadora e decorre da depressão de que
todos nascem com as mesmas ferramentas, e portanto, não é preciso submeter ou ser
submetido para adquirir respeito. E a vida segue sob uma nova ótica, com uma nova
postura e com direção definida.”
Lichtestein
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2.1 METODOLOGIA
A metodologia consistiu na abordagem da pesquisa exploratória, pautada na
sistemática estabelecida por Gil (2002) em sua obra ―Como Elaborar Projetos de Pesquisa‖,
cuja finalidade trata-se de proporcionar familiaridade quanto ao problema apresentado,
considerando um planejamento flexível que busca considerar os mais variados elementos em
relação a situação estudada.
É comum entre os pesquisadores fazerem uso da pesquisa exploratória tanto aplicada
ao formato de pesquisa bibliográfica quanto a estudo de caso. Nesta presente pesquisa, o
estudo de caso foi utilizado a fim de narrar a situação de violência vivenciada por uma
mulher durante uma tentativa de assalto em um estabelecimento comercial na cidade de
Cuiabá (MT).
O estudo de caso se faz pertinente para esta pesquisa, pois tem como um dos enfoques
principais a tentativa de compreender os fenômenos individuais, bem como sociais e de que
forma poderão contribuir para refletir questões essenciais do cotidiano conforme defende
Andrade et. al. (2017).
Segundo Cesar (2006, p. 1) o método em si atua como um ―conjunto de processos
pelos quais se torna possível conhecer uma determinada realidade, produzir determinado
objeto ou desenvolver certos procedimentos ou comportamentos (OLIVEIRA, 1999)‖. Dessa
forma, o método permite descrever o fenômeno que está sendo estudado para então analisá-lo
e interpretá-lo para o objetivo que se presta.
Gil (2002) destaca que apesar das críticas realizadas a delineamentos como estudos de
caso, defende que é crucial que o pesquisador se debruce sobre o mesmo, mas tomando
cuidado tanto no planejamento quanto na coleta e análise dos dados de modo a minimizar
possíveis interferências subjetivas do pesquisador. Na verdade, este tipo de delineamento, não
requer um rigor metodológico como presente em pesquisas que contemplem variáveis,
conforme destacado por Gil (2002, p. 138) ao afirmar que ―O estudo de caso não é adequado,
por exemplo, para promover a descrição precisa das características de uma população ou para
mensurar o nível de correlação entre variáveis, e menos ainda para verificar hipóteses
causais‖.
O estudo de caso visa proporcionar que o pesquisador tenha uma visão global do
problema, na qual possa ―identificar possíveis fatores que o influenciam ou são por ele
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influenciados‖ (GIL, 2002, p. 55). De acordo com Stake (2000) apud Gil (2002), existem três
modalidades de estudo de caso: intrínseco, instrumental e coletivo.
Nos ateremos a modalidade intrínseca, pois a mesma constitui o próprio objeto da
pesquisa, almejando conhecer com profundidade o fenômeno que está sendo estudado. Logo,
definimos apenas um estudo de caso a ser compreendido.
Pelo estudo de caso, a coleta de dados pode ser realizada a partir de ―documentos,
entrevistas, depoimentos pessoais, observação espontânea, observação participante e análise
de artefatos físicos‖ (GIL, 2002, p. 141). Dessa forma, o estudo de caso foi desenvolvido a
partir do depoimento pessoal da vítima durante a tentativa de assalto, cuja finalidade foi de
compreender como se deu a abordagem pelas diferentes mídias, após a situação de violência.
O estudo de caso, desse modo, pesquisa situações reais. Foram coletados todos os veículos de
comunicação pelo qual a notícia circulou, contemplando as seguintes informações:
a) Data do acontecimento;
b) Horário da divulgação da reportagem;
c) Título da reportagem;
d) Veículo de divulgação;
e) Se foi divulgado vídeos sobre a situação e,
f) Se a vítima concedeu entrevistas.
Foram encontrados 19 sites que publicaram a notícia. Além disso, alguns veicularam
imagens e vídeos da tentativa de assalto.
Gil (2002) defende que no estudo de caso a sistematização das informações referente
à análise e interpretação dos dados apresenta carência. Todavia, destaca-se para este tipo de
análise a pesquisa de natureza qualitativa. A narrativa presente no estudo de caso por tratar-se
de um único caso, poderá ser elaborado em forma de narrativa conforme descrito na presente
pesquisa. Desta forma, a notícia narrada pelo estudo de caso foi relatada pela vítima, bem
como autora deste Trabalho de Conclusão de Curso.
2.2 ESTUDO DE CASO: MULHER REAGE A ASSALTO E VIRA NOTÍCIA
No dia 04 de junho de 2018, uma cliente, de 28 anos, entrou dentro de um
estabelecimento comercial na cidade de Cuiabá-MT e foi abordada por dois rapazes que
estavam passando em frente ao estabelecimento e ao visualizarem através das portas de vidro
que a cliente estava sozinha, de costas para a porta de acesso, sendo atendida por uma
funcionária decidiram entrar no local.
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Os rapazes ao adentrarem no estabelecimento, posicionaram as mãos dentro dos
respectivos moletons. A cliente não percebendo a ação, deu um passo para o lado, deixando o
caminho livre para que os mesmos pudessem efetuar seu pedido e ainda cumprimentou-os
com um ―Boa noite!‖ e verbalizando que os mesmos poderiam efetuar o pedido em sua
frente, já que a mesma se encontrava decidindo qual seria sua escolha. Os dois não
interessados pela informação, clamaram em voz alta pela chave do carro da cliente que estava
posicionado em frente ao estabelecimento.
Os rapazes anunciaram o assalto e um deles tirou a arma de dentro do bolso do
moletom, manejando-a de forma a engatilhar a arma em questão. Neste momento, a cliente
pode notar que a arma que ele empunhara tinha características de um ―simulato‖, ou seja,
uma arma falsa que simula uma arma real com aspectos de montagem.
Enquanto um aponta a arma, o outro tenta empurrar a cliente para trás do balcão na
tentativa de contê-la e extrair as chaves que estão em suas mãos. A partir daí, inicia-se uma
luta corporal entre a cliente e os dois assaltantes. A funcionária permanece com as mãos
levantadas, arremessa seu celular no lixo e corre para as dependências internas do
estabelecimento, deixando a cliente na recepção em luta com os dois que disferiram socos e
coronhadas usando a arma de ―brinquedo‖ que possuía partes de plástico e de metal como
instrumento para disferir os golpes.
Diante disso, um dos assaltantes consegue pegar as chaves do carro e se direciona
para fora do estabelecimento, a fim de partir em fuga no carro da cliente. Enquanto isso, a
cliente continua em luta corporal com um deles. Percebendo que o parceiro que estava com a
arma de brinquedo está do lado de fora do estabelecimento, já com as chaves em poder, tenta
se desvencilhar da cliente com a intenção de acompanhar o parceiro tentando acesso ao
veículo.
A cliente sai do estabelecimento e impede que este acesse o veículo, tirando-o de
frente da porta do passageiro e adentrando o veículo pela porta do passageiro, tirando as
chaves do contato, ainda com um dos assaltantes dentro do carro no banco do motorista. Este
já havia dado partida no carro e estaria com a marcha engatada a ponto de arrancar. Ele
consegue um pequeno arranque, mas o mesmo é interrompido quando a cliente consegue
acesso a chaves que estão no contato do carro, puxando-as e saindo do veículo com sua bolsa
e seu celular que estava dentro do mesmo. Um dos assaltantes, percebendo que não estava
mais em poder das chaves, ao se deparar com um veículo que foi estacionado em frente ao
carro da cliente, interceptando o mesmo, se vê encurralado e foge em disparada em direção
contrária a seu parceiro.
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A cliente então em posse de seus pertences adentra novamente no estabelecimento a
fim de proteger, pois percebe que está ferida, deixando as portas de seu veículo abertas em
frente ao comércio.
A picape que interceptou o carro da cliente era do proprietário do estabelecimento que
foi contatado através da funcionária e pode acessar o seu carro nos fundos do estabelecimento
e posicioná-lo em frente ao veículo da cliente sai em disparada na tentativa de localizar os
assaltantes na direção que os mesmos seguiram.
Após a ação, a vítima acionou a polícia militar, prestando esclarecimentos sobre o que
tinha acontecido, mas o boletim de ocorrência não foi gerado nesse momento. A mesma foi
encaminhada a Policlínica do Verdão localizada a poucos metros do estabelecimento e, após
ser atendida, se direcionou até a delegacia (DHPP) para registrar o boletim de ocorrência.
Posterior a isso, foi até a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher para realizar o exame
pericial de corpo e delito.
A cliente teve imagens registradas pelo circuito interno do estabelecimento. Imagens
estas que não foram extraídas da fonte. Os policiais que compareceram para registrar a
ocorrência no local ao se depararem com o prazo para a retirada das imagens junto com a
equipe de TI do estabelecimento resolveram ―facilitar‖ esta extração ―refilmando‖ (ato de
filmar um vídeo em execução em outro dispositivo), as imagens diretamente da tela do
computador da pizzaria.
Após o ocorrido, a vítima ganhou 3 meses de cortesia para prática de defesa pessoal,
pela Federação Mato-grossense de Krav Magá, ofertada pela Thaísa Guimarães por um
período de três meses; o Krav Maga. Foi ofertado pela própria instituição que oferece este
tipo de curso. No intuito de incentivá-la á pratica de defesa pessoal, para que numa próxima
eventualidade ela não seja vitimada;
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3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
Como vimos, a mídia tem papel fundamental e que influencia comportamentos,
atitudes e opiniões das pessoas. Ao longo dos anos, as mídias foram incorporando à sua
prática ferramentas digitais que possibilitaram dar mais visibilidade para os conteúdos que
veiculam.
Deste modo, segue abaixo as narrativas veiculadas pelas mídias sobre a situação de
violência.
3.1 NARRATIVAS REGISTRADAS NO DIA 05 DE JUNHO DE 2018 SOBRE A
TENTATIVA DE ASSALTO
Alguns sites divulgaram notícias sobre o ocorrido, sendo eles:
a) A Opinião com a manchete ―Mulher percebe que arma é falsa, reage a assalto e é
agredida por ladrões‖;
b) BLOG ULTRADICAS – Notícias e Informações da Internet com a manchete
“Cliente „luta‟ com assaltantes em pizzaria em Cuiabá e evita roubo de carro; veja
vídeo‖;
c) O Jornal do ÔNIBUS – Taxi – VLT NEWS com a manchete ―Mulher reage a assalto
e “luta” com ladrões armados em Cuiabá‖
d) FOLHA MAX – Mais que notícias, fatos:
e) Olhar Direto com a manchete ―Mulher reage e troca socos com bandidos durante
assalto em Cuiabá‖;
f) Mídia News com a manchete ―Mulher luta com bandidos durante assalto a pizzaria
em Cuiabá. O caso não foi registrado pela Polícia; até o momento ninguém foi
preso‖;
g) OLIVRE com a manchete ―Mulher percebe que arma é falsa, reage a assalto e é
agredida por ladrões‖
h) Gazeta Digital com a manchete ―DESTEMIDA – ASSISTA - Vídeos mostram mulher
lutando com ladrões para impedir assalto a pizzaria – assista‖;
i) RD News – Portal de Notícias MT com a manchete ―Suposta cliente impede assalto à
pizzaria na Capital em sequência de tensão vídeo‖;
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j) O BOM DA NOTÍCIA com a manchete ―Mulher reage a assalto e luta com bandidos
para não ter carro roubado‖;
k) ÚNICA NEWS com a manchete ―Mulher reage a assalto, luta com bandidos e ainda
coloca ladrões para correr‖;
l) Lapada Lapada com a manchete ―Em Cuiabá cliente de pizzaria reage a roubo e
"luta" com ladrões em Cuiabá veja o vídeo‖;
m) G1 MT com a manchete ―Cliente 'luta' com assaltantes em pizzaria em Cuiabá e evita
roubo de carro; veja vídeo‖;
n) A redação com a manchete ―Mulher luta com bandidos durante assalto a pizzaria em
Cuiabá‖.
As notícias veiculadas, de modo geral, iniciam a narrativa relatando que a ocorrência
se deu no dia 04 de junho de 2018, no bairro Cidade Alta, em uma pizzaria próxima a Arena
Pantanal. Apresentam que a vítima teria sido ora abordada por dois adolescentes, ora por dois
homens, maiores de idade, que ao entrarem no estabelecimento iniciaram a tentativa de
assalto.
Convergem ainda ao considerar que a vítima ao se dar conta de que a arma que os
assaltantes estavam utilizando era de brinquedo, inicia uma luta corporal em sua defesa para
que os mesmos não levem a chave de seu carro estacionado em frente ao estabelecimento.
Destacam que a vítima resiste na tentativa de não deixar que os assaltantes levem seu carro,
já que um dos assaltantes tenta conter a vítima, enquanto o outro após pegar a chave de seu
carro se direciona para o mesmo fora do estabelecimento.
Relatam que a vítima também se direcionou para fora do estabelecimento e continuou
lutando com um dos assaltantes, até o momento que consegue entrar dentro do carro retira a
chave do assaltante. Ao sair do carro, a vítima retorna ao estabelecimento e o assaltante vai
embora quando um motorista de uma picape estaciona em frente ao carro da vítima,
espantando o ladrão.
Essas notícias veiculadas se diferenciam a medida em que alguns sites narram os fatos
fazendo suposições do que teria acontecido. O site A opinião destaca que ―Ela disse aos
policiais que estava na pizzaria quando apareceram dois homens – sendo um armado‖.
Todavia, a mídia informa como se tivesse entrevistado a vítima diante de tal situação.
Por outro lado, pelo BLOG ULTRADICAS e Mídia News, informam que a Polícia
Militar não soube informar se a ocorrência tinha sido registrada, apesar de a vítima ter sim
acionado policiais militares logo após o ocorrido. Pela fonte do Jornal do ÔNIBUS Táxi -
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VLT NEWS supõem que no momento em que a vítima está de costas, está na tentativa de
esconder o celular, mas na verdade foram as chaves do carro. Ainda apontam que a cliente
seria uma suposta lutadora, afinal, só sendo uma para poder conseguir defender-se.
Pela FOLHA MAX é possível perceber a ênfase a duas palavras: ―CORAGEM
FEMININA‖. A palavra é destacada em letras maiúsculas e negrito. Além disso, consideram
que os ladrões estão com a arma, mas demonstram confusão, pois não tiveram disparos,
mesmo com a vítima se defendendo.
Pela Gazeta Digital iniciam pela palavra ―DESTEMIDA‖ para reforçar a força e
coragem da vítima. O que chama a atenção por esse veículo é que ao final da reportagem
afirmam ―Vale ressaltar que policiais militares, civis e delegados sempre aconselham a não
reagir a assaltos e nem tentar lutar ou desarmar criminosos‖.
Pelo RD News iniciam a notícia dando a característica a cliente como ―Suposta cliente
impede assalto à pizzaria na Capital em sequência de tensão vídeo‖. Esse tipo de informação
ao ser veiculada deve primar pelo cuidado, uma vez que se está fazendo a suposição também
de que a vítima poderia não ser uma cliente.
Pela O BOM DA NOTÍCIA, não fica expresso o interesse dos assaltantes em relação
a pegar as chaves do carro. Noticiam que a vítima tinha como intensão apenas esconder o
aparelho telefônico. Em A redação, a matéria, diferentemente dos outros veículos de
comunicação, inicia pontuando que os vídeos da tentativa de assalto circularam pelas redes
sociais e aplicativos de comunicação, isto é, as imagens que estavam apenas registradas nas
câmeras de segurança do estabelecimento foram parar em outras mídias que não apenas em
sites.
3.2 NARRATIVAS REGISTRADAS NO DIA 06 DE JUNHO DE 2018 SOBRE A
TENTATIVA DE ASSALTO
Alguns sites divulgaram notícias sobre o ocorrido, sendo eles:
a) JORNAL DO VALE com a manchete ―Mulher luta com bandidos durante assalto a
pizzaria; veja vídeos‖;
b) Cadeia Neles com a manchete ―Mulher luta com dois ladrões em assalto a uma
pizzaria‖;
c) OLIVRE com a manchete ―A gente trabalha para conquistar o que tem e um pivete
vem e tira" diz mulher que brigou com bandidos‖;
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36
d) Fala meu Povo MT com a manchete ―Mulher reage a assalto em Cuiabá‖;
e) BAHIA extremo sul com a manchete ―Vídeo - Mulher reage a assalto e luta com
assaltantes em pizzaria‖.
Pelo Jornal do Vale as notícias foram veiculadas dentro da abordagem dos veículos
anteriores, não tendo diferenças consideráveis. Pelo programa Cadeia Neles apenas narra a
manchete e em seguida há um vídeo com a apresentação de uma repórter sobre a ocorrência.
Pelo OLIVRE, que anteriormente, aparece narrando os fatos a partir da interpretação
do que ocorreu no vídeo que registrou a violência dentro do estabelecimento, inicia manchete
afirmando ―A gente trabalha para conquistar o que tem e um pivete vem e tira‖, diz mulher
que brigou com bandidos‖. A OLIVRE que foi o único veículo que conseguiu entrevistar a
vítima, revela seu nome, sobrenome e idade, pontuando alguns trechos da entrevista:
―A gente trabalha tanto para conquistar o que a gente tem e um pivete vem e tira. Eu
só tentei impedi-los de pegar a chave do carro [...]
[...] Tudo que eu queria era defender a minha vida e meu patrimônio, não tenho
raiva deles e nem quis machucá-los, eles é que me machucaram muito mais [...].
[...] Eu percebi que a arma era falsa porque tinha uma parte cromada, ele manuseou
de forma fácil, parecia mais leve. Tanto era falsa que ele quebrou o ‗pente‘ da arma
na minha cabeça.
[...] Ninguém parou e ninguém ajudou, o único que ajudou foi o dono da pizzaria
que posicionou o carro dele na frente do meu[...] [...] Quem estava na frente e ao
redor não entendeu muito a situação e ficou só olhando‖ (trechos da entrevista pela
OLIVRE, 2018).
Todavia, o que não aparece na reportagem é que a entrevista foi realizada sem a
autorização da vítima. E isto nos direciona para pensar acerca da importância do profissional
que trabalha com comunicação ter e praticar em sua atuação a ética6. Além disso, de existir o
cuidado em relação a pessoa que foi sujeita a exposição de violência, de não divulgar vídeos
ou imagens que a coloquem em situação de vulnerabilidade maior.
Dos 19 veículos de comunicação, apenas 03 não divulgaram fotos e vídeos.
A partir disso, algumas preocupações surgiram a partir do modo como algumas
informações foram veiculadas. Uma delas se refere ao fato de que alguns veículos apenas
deram ―Control C‖ e ―Control V‖ na notícia, não informando a fonte da mesma. De acordo
com o Decreto Lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940 do Código Penal é vetado
6 Para saber mais sobre quais condutas os profissionais devem ter é necessário consultar a página 15 até a 17
deste material.
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Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: (Redação dada pela Lei
nº 10.695, de 1º.7.2003)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa (Redação dada pela Lei nº
10.695, de 1º.7.2003)
§ 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro
direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação,
execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou
executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: (Redação dada
pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Desse modo, é de suma importância que ao veicular notícias seja citado a autoria de
quem escreveu. Todavia, esse é só um dos problemas éticos que aparecem. Há ainda o fato de
que a vítima em momento algum autorizou ter sua imagem e vídeos da câmera de segurança
do estabelecimento divulgadas.
Diante da situação, a vítima ainda foi culpabilizada por ter se defendido, uma vez que
foi taxada de ―louca‖ pelas mídias que comentaram seu caso. Porém, o diferencial dentro
dessa questão foi informação. A vítima tinha uma ―breve‖ noção a despeito de armas efetivas
e ―simulatos‖ (que seriam armas montadas a partir de armas originais) e partes de brinquedo.
A mesma, afirmou ter obtido esse ―conhecimento‖ através da internet e na eventualidade de
ter estagiado em uma repartição pública que é responsável pela produção midiática de
materiais de segurança pública.
Ela relatou ainda que nem lembrava que tinha essa informação em seu HD, brincou.
Por se tratar de um conhecimento específico e não estar presente em sua rotina. Porém, este
lhe serviu para a identificação do ―armamento‖ utilizado em sua tentativa de assalto. Afirmou
ainda que somente teve certeza de que se tratava de uma arma falsa quando o assaltante que a
empunhara a manejou de forma a salientar o som de seu (des)engatilhamento7, já que a arma
em questão diferia o som de um engatilhamento de uma efetiva.
Conta ainda que se considera curiosa quanto a esses aspecto e salientou que buscou
outras informações dada a sua rotina de trabalho no tempo que trabalhou nessa repartição
pública, dada a qual cursava Direito, curso que não finalizou.
Observamos que informações antigas deram respaldo para que a vítima tomasse a
atitude frente a diversidade. Dessa forma, se as informações fossem divulgadas de maneira
atualizada, quantas pessoas não estariam munidas, poderiam estar potencializadas, com
condições de se defender?
7 Engatilhamento é o processo pelo qual a arma efetiva é preparada para eventual disparo. ―Nas armas de fogo
de ação simples o gatilho tem a única função de liberar o cão, não sendo papel do conjunto, armá-lo para o
disparo. Pressionada a tecla do gatilho, ocorre apenas uma operação, que faz com que o cão acione o percursor
e, consequentemente, deflagre a munição na câmara. [...] Nas armas de fogo de ação dupla ao pressionar a tecla
do gatilho o conjunto de disparo faz duas operações: primeiro o cão é armado e em seguida, é liberado para que,
finalmente, ocorra disparo. É o caso, em regra, dos revólveres modernos‖ (INSTITUTO DEFESA, 2013, S/P).
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38
Fato é que ter a informação sobre determinado objeto foi o que fez diferença para que
a mesma se posicionasse frente a sua defesa e não entregasse, com muita resistência, as
chaves de seu carro, objeto de interesse dos assaltantes. No entanto, cabe-nos pensar que caso
a mesma não tivesse esse conhecimento, poderia ter reagido de outra forma, não resistindo.
Há uma sensação coletiva de insegurança, o que leva a pessoa a reagir por
diferentes motivos, pode ser autodefesa, indignação. Mas muitas vezes reagir a um
crime vira uma referência positiva para os outros, o que é muito perigoso, pois nem
sempre dá certo (GAZETA DIGITAL, 2016, S/P).
Deste modo, é de relevância primordial que as pessoas que estiverem diante de uma
situação de violência como a que ocorreu com a protagonista do estudo de caso, que apenas
se defendam se estiverem munidos de informação, como a vítima ao intuir a diferença entre
uma arma falsa e uma verdadeira. Caso contrário, sem as informações específicas, não é
seguro se defender.
Munir o cidadão de conhecimento e práticas que o ensinem que estratégias pode
adotar em situações de violência, certamente poderá fazer toda diferença para o desfecho de
uma situação vivenciada. É preciso orientá-lo a como se defender, uma vez que diante do
caos constatado em relação a violência em diferentes setores da sociedade brasileira, torna-se
essencial dar ao cidadão ferramentas, já que a segurança pública não tem dado conta
conforme aponta os conflitos vivenciados diariamente.
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39
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final dessa análise, podemos perceber que na atual sociedade brasileira, a
segurança pública já não tem conseguido suportar a demanda de violência que a população
vivencia constantemente. Todos os anos, índices de feminicídio, racismo, assalto a mão
armada, dentre outros, tem aumentado relativamente.
Entende-se que a mídia, mediante a esse contexto de violência, contribui para
reproduzir esses comportamentos, bem como ―usa e abusa‖ do discurso de que em situações
de violência as pessoas não podem reagir, não devem se defender. Verificamos que esse
discurso está presente no gênero jornalismo policial, na qual se destaca por apresentar
conteúdos jornalísticos sensacionalistas, deixando de respaldar-se nos princípios que regulam
a ética dos profissionais que atuam com comunicação.
Os profissionais do Jornalismo devem ser cautelosos ao divulgarem informações,
assim como serem munidos de critérios ao veicular conteúdos de matérias policiais. O bom
jornalista é o que busca cumprir de modo ético o seu papel.
No que tange a questão ética, qualquer comunicador, independentemente de ser
jornalista ou não, deve visar realizar a transmissão de informações pautado em
comportamentos éticos, pois não se pode veicular imagens, vídeos, áudios ou entrevistas sem
a autorização de quem vivenciou determinada situação, assim como ocorreu com a vítima do
estudo de caso abordado.
Tudo isso nos faz refletir o quanto realmente tem sido do interesse das mídias levar
informações que emancipem o cidadão. Atualmente, parece-nos que há uma preocupação
maior com a visibilidade sobre o que consideram enquanto informação noticiável, assim
como com os ―likes‖ e compartilhamentos que as notícias irão ter. Isso chama a atenção para
uma problemática: as pessoas deixam de ter cuidado, respeito e empatia e, acabam por
compartilhar notícias, expondo pessoas.
As mídias enquanto representantes da sociedade no quesito de informar e transmitir
conhecimentos verídicos, possuem como compromisso o papel de servir a comunidade. No
entanto, serve como uma reprodutora de notícias que se aproveitam do que a comunidade
vivencia e as expõe, comercializando suas histórias através de ―likes‖ e compartilhamentos
ganhando dinheiro com mídia frente a este canal de comunicação.
Compreendemos que as mídias, de modo geral, não orientam o cidadão a defender-se
em situações de violência, não possibilitam que as pessoas tenham acesso a notícias que o
empoderem e apresentem os caminhos possíveis para superação disso, uma vez que a
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estrutura governamental e a segurança pública não conseguem garantir a proteção sobre o
cidadão.
Todavia, o estudo de caso apresentou o ―efeito surpresa‖, isto é, de que é possível
reagir, desde que o cidadão esteja munido de conhecimento, assim como a vítima do estudo
de caso que soube diferenciar a arma falsa de uma verdadeira. Mas diante disso, que outras
estratégias de enfrentamento à vítima, bem como outras pessoas que vivenciam situações de
violência podem adotar?
Uma tentativa seria facilitar o acesso da população a aulas de defesa pessoal como o
Krav Maga, por exemplo. Esta modalidade, reconhecida mundialmente, tem como
fundamento principal a arte da defesa pessoal, buscando preparar o cidadão para defender-se
em situações de perigo real.
A técnica consiste em impedir que o ataque atinja o alvo e aumente a força dos
movimentos do contra-ataque. Busca racionalizar matematicamente os movimentos de ataque
e defesa, na qual a transferência de peso e força são utilizadas. Os golpes visam atingir pontos
sensíveis do corpo, agindo com velocidade e precisão, independente de força física.
O Krav Maga também é munido de princípios como autocontrole que é crucial em
determinado contexto da violência. O aluno aprende a dominar seus sentidos, aguçando a
sensibilidade para desenvolver a capacidade de antecipar movimentos antes de serem
apresentados. O objetivo é desenvolver a percepção do movimento que continuamente é
trabalhado para situações de violência.
Além disso, pensar, elaborar e aplicar políticas públicas que visem a garantia máxima
da proteção e segurança do cidadão são investimentos essenciais do governo. A partir disso, é
possível criar programas de defesa pessoal, assim como o Krav Maga, para dar possibilidades
de que o cidadão possa se defender frente a situações de violência.
Além disso, pensar, elaborar e aplicar políticas públicas que visem a garantia máxima
de proteção e segurança ao cidadão. Para tal, é interessante se o governo implantasse um
programa de proteção as pessoas vítimas de violência em uma entidade filantrópica, cuja
verba iria mensalmente para a instituição, de modo a incentivar a capacitação das pessoas em
defesa pessoal. Não apenas para que pessoas se defendam de tentativas de assalto, mas para
que possam, por exemplo, defender-se da violência sofrida em casa. Mesmo que nem todas as
pessoas tenham acesso a isso, que ao menos, seja dado conhecimento de como as mesmas
podem enfrentar a violência, quais estratégias poderá fazer uso.
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41
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5.3 MATÉRIA DE REVISTA ONLINE COM AUTORIA
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http://csbh.fpabramo.org.br/artigos-e-boletins/artigos/significado-politico-da-manipulacao-
na-grande-imprensa. Acesso em: 05 de ago. 2018.
CERQUEIRA, D. et. al. Atlas da Violência. Disponível em:
<https://www.mpma.mp.br/arquivos/COCOM/arquivos/centros_de_apoio/caop_crim/RELAT
ORIOS/FBSP_Atlas_da_Violencia_2018_Relatorio.pdf>. Acesso em: 09 de set. 2018.
EDISON, J. Não reaja, o bandido tem razão. Disponível em:
<http://hipernoticias.com.br/artigos/nao-reaja-o-bandido-tem-razao/44517>. Acesso em: 30
de set. 2018.
GORDON, F. ―Nunca reaja!‖: The Walking Dead como metáfora do Brasil. Disponível em: <
http://sensoincomum.org/2017/02/17/nunca-reaja-walking-dead-metafora-brasil/>. Acesso
em: 30 de set. 2018.
ILHA, F. Jovem comete suicídio depois de ter fotos íntimas vazadas na internet. Disponível
em: <https://oglobo.globo.com/brasil/jovem-comete-suicidio-depois-de-ter-fotos-intimas-
vazadas-na-internet-10831415>. Acesso em: 07 de out. 2018.
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45
LIMA, B. T. O et. al. Cyberbullying: estudo introdutório sobre o conceito e sua presença no
IF – Sertão pernambucano – campus Petrolina. Disponível em:
http://www.abed.org.br/congresso2012/anais/15x.pdf. Acesso em: 10 de out. 2018.
MARTINS, R. No rio de Janeiro, o maior impasse é a violência ou a regressão social?
Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/sociedade/no-rio-de-janeiro-o-maior-
impasse-e-a-violencia-ou-a-regressao-social>. Acesso em: 06 de set. 2018.
MARCONDES, J. Funções da linguagem. Disponível em:
<http://linguaemmovimento.blogspot.com/2012/03/funcoes-da-linguagem.html>. Acesso em:
15 de jul. 2018.
OTÁVIO, C.; ARAUJO, V. Caso Marielle: polícia prende um dos suspeitos de estar no carro
de assassinos da vereadora. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/rio/caso-marielle-
policia-prende-um-dos-suspeitos-de-estar-no-carro-de-assassinos-da-vereadora-22913739>.
Acesso em: 07 de set. 2018.
RIBEIRO, M. A. O rio em guerra. Existe solução para a violência no Brasil? Disponível em:
<
https://www.cartacapital.com.br/blogs/blog-do-socio/o-rio-em-guerra-existe-solucao-para-a-
violencia-no-brasil-1>. Acesso em: 10 de set. 2018.
ROSÁRIO do R.; BAYER, D. A. A formação de uma sociedade do medo através da
influência da mídia. Disponível em: <http://justificando.cartacapital.com.br/2014/12/12/a-
formacao-de-uma-sociedade-do-medo-atraves-da-influencia-da-midia/>. Acesso em: 10 de
set. 2018.
NJAINE, K. Violência na mídia - Excessos e Avanços. Disponível em:
<https://www.unicef.org/brazil/pt/Cap_04.pdf>. Acesso em: 08 de set. 2018.
VELASCO, C.; CAESAR, G; REIS, T. Cresce o nº de mulheres vítimas de homicídio no
Brasil; dados de feminicídio são subnotificados. Disponível em:
<https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/cresce-n-de-mulheres-vitimas-de-
homicidio-no-brasil-dados-de-feminicidio-sao-subnotificados.ghtml>. Acesso em: 10 de out.
2018.
XAVIER, C. Fato, acontecimento e notícia. Disponível em:
<http://www.caduxavier.com.br/mackenzie/index.php?option=com_content&view=article&i
d=294:fato-acontecimento-e-noticia&catid=64:comparada-ii&Itemid=56>. Acesso em: 30 de
jun. 2018.
WAISELFISZ, J. J. Mapa da Violência (2015). Disponível em:
https://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2015/MapaViolencia_2015_mulheres.pdf. Acesso
em: 07 de set. 2018.
5.4 MATÉRIA DE SITE ONLINE SEM AUTORIA
ADOLESCENTE se mata após ameaça de publicação de fotos íntimas e imagens do suicídio
são vazadas. Disponível em: <https://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-
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/brasil/2017/11/17/adolescente-se-mata-apos-ameaca-de-publicacao-de-fotos-intimas-e-
imagens-do-suicidio-sao-vazadas.htm>. Acesso em: 08 de set. 2018.
CÓDIGO DE ÉTICA DOS JORNALISTAS BRASILEIROS. Disponível em:
<http://fenaj.org.br/wpcontent/uploads/2014/06/04codigo_de_etica_dos_jornalistas_brasileiro
s.pdf>. Acesso em: 02 de ago. 2018.
FEDERAÇÃO SUL AMERICANA DE KRAV MAGA. Técnicas do Krav Maga. Disponível
em: < https://www.kravmaga.com.br/>. Acesso em: 11 de set. 2018.
SOBE o número de bancários com problemas psicológicos após assaltos a bancos em PE.
Disponível em: <https://g1.globo.com/pernambuco/noticia/sobe-o-numero-de-bancarios-com-
problemas-psicologicos-apos-assaltos-a-bancos-em-pe.ghtml>. Acesso em: 11 de set. 2018.
INSTAGRAM é considerada a pior rede social para saúde mental dos jovens, segundo
pesquisa. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-40092022>. Acesso em:
05 de set. 2018.
INSTITUTO DE DEFESA. Sistema de acionamento de armas de fogo. Disponível em:
<https://www.defesa.org/sistema-de-acionamento-de-armas-de-fogo/>. Acesso em: 10 de set.
2018.
NÚMERO de assaltos no Brasil é o dobro da média mundial. Disponível em: <
https://istoe.com.br/333150_NUMERO+DE+ASSALTOS+NO+BRASIL+E+O+DOBRO+D
A+MEDIA+MUNDIAL/>. Acesso em: 10 de set. 2018.
O país que registra oito casos de feminicídio por dia. Disponível em:
<http://opsn.com.br/brasil-o-pais-que-registra-oito-casos-de-feminicidio-por-dia/>. Acesso
em: 10 de set. 2018.
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47
ANEXOS
ANEXO 01 - A Opinião (fonte Olivre)
Mulher percebe que arma é falsa, reage a assalto e é agredida por ladrões
O roubo aconteceu na Pizzaria Leve Pizza, próximo à Arena Pantanal
Uma mulher de 28 anos foi bastante agredida depois de reagir a um assalto no início da noite
dessa segunda-feira (04), por volta das 18h49, na Pizzaria Leve Pizza, no Bairro Porto,
próximo à Arena Pantanal.
A ação dos ladrões foi flagrada pelas câmeras de segurança do estabelecimento e, mais tarde,
a vítima registrou um boletim de ocorrência.
Ela disse aos policiais que estava na pizzaria quando apareceram dois homens – sendo um
armado. Eles anunciaram o assalto e partiram para cima dela.
Nesse momento, ela percebeu que a arma que eles usavam era falsa e reagiu ao assalto.
Segundo a vítima, os ladrões queriam levar seu veículo, um Ford New Fiesta, que estava em
frente à pizzaria.
Ela entrou em luta corporal com os dois ladrões, foi bastante agredida e também conseguiu
agredi-los. Mesmo depois que eles saíram do estabelecimento a mulher foi atrás dos dois e
continuou em luta corporal.
Por fim, os dois fugiram sem levar nada e a mulher foi encaminhada à Policlínica do Verdão,
onde foi medicada e levou pontos na cabeça, devido à gravidade dos ferimentos.
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48
ANEXO 02 - BLOG ULTRADICAS Notícias e Informações da Internet
Cliente ‘luta’ com assaltantes em pizzaria em Cuiabá e evita roubo de carro;
Câmeras do monitoramento do estabelecimento filmaram a situação numa pizzaria no Bairro
Cidade Alta. Nas imagens, a mulher sai da pizzaria e vai atrás do assaltantes.
Uma cliente de uma pizzaria reagiu a um roubo e lutou com dois assaltantes dentro de uma
pizzaria em Cuiabá, na segunda-feira (4). A ação foi filmada pelo sistema de monitoramento
do estabelecimento que fica no Bairro Cidade Alta, na capital. Ao reagir, a mulher consegue
evitar que os bandidos levem o carro dela.
Ao G1, o estabelecimento confirmou o assalto e afirmou que a polícia esteve no local após a
ação dos bandidos
Nas imagens, a mulher aparece no caixa da pizzaria e aguarda para ser atendida.
Em seguida, os dois homens entram e anunciam o assalto. Eles abordam a mulher pelas
costas que resiste. Os dois homens tentam imobilizar a cliente. Logo depois, eles caem para
dentro do caixa e ela é agredida por eles.
Na ocasião, eles tomam a chave do veículo e saem pela porta. Do lado de fora, cliente evita
que carro seja roubado.
Do lado de fora, as imagens mostram a mulher lutando com os dois homens, que tentam fugir
com o carro. Algumas pessoas passam pela rua, mas não interferem na situação.
Um dos bandidos entra no carro e espera o comparsa. Depois de ser impedido de entrar no
veículo, um deles foge a pé. A mulher entra no carro e tira a chave do contato.
Logo depois o segundo assaltante também foge. Procurada pela reportagem, a Polícia Militar
não soube informar se a ocorrência foi registrada.
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49
ANEXO 03 - Jornal do ÔNIBUS Táxi - VLT NEWS
Mulher reage a assalto e “luta” com ladrões armados em Cuiabá;
Por pouco uma mulher não acaba morta após uma tentativa frustrada de assalto em uma
pizzaria próximo a Arena Pantanal, em Cuiabá. Imagens do circuito interno registraram ação
dos criminosos que tentaram roubar o veículo de uma cliente na noite desta segunda-feira
(04.06).
No vídeo, a mulher está dentro do estabelecimento quando dois adolescentes entram no local.
A mulher aparentemente de idade parece desconfiar, e vira de costas em uma tentativa de
esconder o aparelho celular. Neste momento, ela é abordada pela dupla armada.
A funcionária que está atrás do caixa levanta as mãos e não reage. Porém a cliente que
supostamente seria uma lutadora, reage ao assalto e começa a bater nos bandidos.
É possível ver que um dos ladrões está com uma arma na mão. No entanto, não se vê
disparos, mesmo com a reação da mulher.
Após uma luta corporal, a dupla sai do local com as chaves do carro da vítima. A mulher
então sai da pizzaria e entra em uma nova luta corporal com os suspeitos no meio da rua.
A ação criminosa só termina quando um motorista percebe a ação e para o carro em frente ao
veículo da vítima para evitar a fuga dos criminosos.
A dupla então foge a pé e a vítima grita por socorro. As imagens serão usadas para identificar
os bandidos.
Até o fechamento da matéria ninguém foi preso.
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ANEXO 04 - FOLHA MAX Mais que notícias, fatos
CORAGEM FEMININA
Cliente de pizzaria reage a roubo e "luta" com ladrões em Cuiabá; veja vídeos
Bandidos acabaram fugindo a pé após chegada de outra pessoa em carro
Imagens do circuito interno de uma pizzaria próxima a Arena Pantanal, em Cuiabá,
registraram uma tentativa de assalto a uma cliente do local na noite desta segunda-feira (4).
No vídeo, a cliente está dentro do estabelecimento quando dois adolescentes entram no
local.
A mulher parece desconfiar e vira de costas em uma tentativa de esconder o aparelho
celular. Neste momento, ela é abordada pela dupla.
A vítima tenta resistir à ação criminosa e é jogada para cima do balcão. A funcionária
que está atrás do caixa levanta as mãos e não reage.
Após uma luta corporal, a dupla sai do local com as chaves do carro da vítima. A
mulher então sai da pizzaria e entra em uma nova luta corporal com os suspeitos.
É possível ver que um dos ladrões está com uma arma na mão. No entanto, não se vê
disparos, mesmo com a reação da mulher.
Há suspeita é de que seja uma arma de brinquedo. A ação criminosa só termina quando
um motorista percebe a ação e para o carro em frente ao veículo da vítima para evitar a fuga
dos criminosos.
A dupla então foge a pé e a vítima grita por socorro. As imagens serão usadas para
identificar os bandidos.
Não foi informado se os bandidos levaram algo.
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ANEXO 05 – Olhar Direto
Mulher reage e troca socos com bandidos durante assalto em Cuiabá; veja
Uma mulher, não identificada, reagiu a um assalto, na noite da última segunda-feira (04), em
uma pizzaria do bairro Verdão, em Cuiabá e trocou socos com bandidos. A vítima se negou a
dar o seu aparelho celular e as chaves do seu carro. Os criminosos bateram na mulher, que
não os deixou levar o seu carro.
Nas imagens, é possível ver o momento em que os criminosos entram no estabelecimento. A
mulher percebe a movimentação e tenta esconder o celular. Porém, os criminosos apontam a
arma para ela e a levam para trás do balcão. Mesmo assim, ela começa a reagir e entra em
confronto o confronto os ladrões.
Um deles tenta acertar um soco em seu rosto, mas o golpe passa direto. Depois, os bandidos
vão para o lado de fora, na tentativa de levar o carro da mulher embora. Mesmo assim, ele
agarra um deles e evita que ele entre no carro, enquanto que o outro tenta dar a partida para ir
embora.
As partes novamente voltam a trocar socos e tapas, até que um dos bandidos resolve fugir. A
mulher então entra no carro para impedir que o comparsa levasse o veículo. Uma pessoa que
passava pela avenida resolve colocar sua picape a frente, para evitar a fuga e sai somente
quando o criminoso abandona o local.
Toda a ação foi filmada pelas câmeras de segurança do local. Não há informações se os
bandidos foram presos.
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ANEXO 06 - Mídia News
Mulher luta com bandidos durante assalto a pizzaria em Cuiabá
O caso não foi registrado pela Polícia; até o momento ninguém foi preso
Mulher luta com assaltante durante roubo a pizzaria
Vários vídeos que circulam nas redes sociais registram o momento em que uma mulher reage
a um assalto em uma pizzaria de Cuiabá, na noite de segunda-feira (04).
Nas imagens, é possível ver que os criminosos agridem a mulher com socos e coronhadas,
mas, mesmo assim, ela resiste até a dupla fugir sem levar o veículo.
O caso ocorreu em um estabelecimento nas imediações da Arena Pantanal, no bairro Verdão.
No vídeo, é possível ver o momento em que a mulher entra no estabelecimento e, em seguida,
entram dois homens. Eles imediatamente anunciam o assalto e tentam tomar os pertences da
mulher – ainda não identificada.
A vítima se nega a entregar os pertences e chega a lutar com os assaltantes. Uma atendente da
loja vê a situação corre para uma sala da pizzaria.
Um dos vídeos, com duração de 51 segundos, registra toda a ação da dupla, que agride a
mulher com socos e coronhadas.
Minutos depois das agressões, os homens conseguem pegar a chave do veículo e os pertences
da mulher e saem. No entanto, a vítima segue os criminosos e continua tentando impedir que
eles levem seus pertences.
Em outro vídeo, que mostra a frente do estabelecimento, a mulher novamente luta com um
dos assaltantes.
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53
O motorista de um veículo que passava pela frente da pizzaria percebeu a ação e estacionou o
carro na frente do veículo da vítima. Com isso, um dos assaltantes foge, o segundo ainda
tenta sair com o veículo, mas também desiste.
A reportagem entrou em contato com a pizzaria, as nossas ligações não foram atendidas. A
assessoria da Polícia Militar não informou se as vítimas acionaram a polícia.
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ANEXO 07 – OLIVRE
Mulher percebe que arma é falsa, reage a assalto e é agredida por ladrões
O roubo aconteceu na Pizzaria Leve Pizza, próximo à Arena Pantanal
Uma mulher de 28 anos foi bastante agredida depois de reagir a um assalto no início da noite
dessa segunda-feira (04), por volta das 18h49, na Pizzaria Leve Pizza, no Bairro Porto,
próximo à Arena Pantanal, em Cuiabá.
A ação dos ladrões foi flagrada pelas câmeras de segurança do estabelecimento e, mais tarde,
a vítima registrou um boletim de ocorrência.
Ela disse aos policiais que estava na pizzaria quando apareceram dois homens – sendo um
armado. Eles anunciaram o assalto e partiram para cima dela.
Nesse momento, ela percebeu que a arma que eles usavam era falsa e reagiu ao assalto.
Segundo a vítima, os ladrões queriam levar seu veículo, um Ford New Fiesta, que estava em
frente à pizzaria.
Ela entrou em luta corporal com os dois ladrões, foi bastante agredida e também conseguiu
agredi-los. Mesmo depois que eles saíram do estabelecimento a mulher foi atrás dos dois e
continuou em luta corporal.
Por fim, os dois fugiram sem levar nada e a mulher foi encaminhada à Policlínica do Verdão,
onde foi medicada e levou pontos na cabeça, devido à gravidade dos ferimentos.
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ANEXO 08 - Gazeta Digital
DESTEMIDA - ASSISTA
Vídeos mostram mulher lutando com ladrões para impedir assalto a pizzaria - assista
Câmeras de segurança registraram a reação de uma mulher que lutou com 2 ladrões e
impediu um assalto na pizzaria Leve Pizza, situada nas proximidades da Arena Pantanal, em
Cuiabá. Toda a ação foi filmada, desde a chegada dos criminosos até a fuga, depois que
foram impedidos de efetuar o roubo.
O fato foi registrado na noite desta segunda-feira (4), por volta das 19h. A dupla chega em
frente a loja e decide entrar no mesmo momento. Um dos rapazes, de baixa estatura, usa
camisa moletom azul escuro, bermuda vermelha e chinelos. O outro comparsa, mais alto, usa
moletom vermelho, calça jeans, boné e tênis.
Dentro da pizzaria estavam apenas um atendente e a mulher na frente do balcão de
atendimento, quando os 2 criminosos entram e o de vermelho mostra estar armado. O menor
agarra a mulher e tenta pegar o celular e chaves do carro. Ela, por sua vez segura e sai
andando para o lado se protegendo e segurando os objetos, com o ladrão agarrando-a.
Eles vão para o canto e nesse momento começa a luta corporal. Os criminosos atacam a
mulher, que permanece firme, resistindo aos golpes e socos. Em seguida, os bandidos saem
da loja e a vítima vai atrás.
Fora do estabelecimento, os ladrões tentam entrar no carro dela. No mesmo momento, a
mulher sai e tenta impedi-los de levar o veículo. Ela entra em uma nova luta corporal com um
deles.
Vários veículos passam pela mulher lutando com o ladrão. Alguns até reduzem a velocidade,
mas seguem em frente. Um popular passa a pé ao lado da vítima, olha e também sai sem
prestar socorro.
Por fim, um veículo saí pela lateral e ao ver que a mulher tentava impedir o roubo do carro,
coloca a picape na frente para evitar a saída do automóvel. Um dos ladrões sai correndo
enquanto o outro consegue ligar o veículo. Mas este mas também foge sem levar o carro.
Vale ressaltar que policiais militares, civis e delegados sempre aconselham a não reagir a
assaltos e nem tentar lutar ou desarmar criminosos.
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ANEXO 09 - RD News Portal de Notícias MT
Suposta cliente impede assalto à pizzaria na Capital em sequência de tensão
Dois ladrões chegam à pizzaria, entram e rendem suposta cliente, que reage. Situação é
de forte tensão. Depois dupla tenta fugir no carro dela e ela impede
Um vídeo que mostra uma mulher reagindo a um assalto, na noite desta segunda (4), em
Cuiabá, em uma pizzaria no bairro Cidade Alta, tem repercutido em aplicativos de
mensagens. Nas imagens do circuito interno do estabelecimento, é possível ver os dois
suspeitos se aproximando, entrando na loja, anunciando o roubo e a reação, momento de
tensão durante o crime.
A mulher está em frente ao balcão, enquanto olha o cardápio, quando os homens entram
no estabelecimento. Logo que eles se aproximam, ela abraça o celular, como se estivesse
tentando esconder o aparelho. Os homens, porém, se aproximam e tentam puxá-lo das mãos
dela. A atendente da pizzaria levanta os braços, em sinal de rendição. Em seguida, se abaixa
atrás do balcão.
Os suspeitos e a suposta cliente começam a travar uma briga pelo celular. Um dos
homens chega a apontar uma arma para ela, que se recusa a soltar o aparelho telefônico. A
dupla agride a suposta cliente, desferindo tapas e socos contra ela. Indefesa, solta o aparelho,
com a arma apontada para ela.
Os homens saem do estabelecimento com o celular e a mulher vai atrás deles.
Logo que deixam a pizzaria, tentam entrar em um carro, supostamente pertencente à
vítima, porém ela intervém e tenta impedir. Mais uma vez, um dos rapazes empurra e agride a
mulher que reage.
O outro suspeito chega a entrar no carro e dar partida, porém desce do veículo para
auxiliar o comparsa, que está em luta corporal com a vítima. Armado, ele ameaça a mulher e
depois entra novamente no veículo. O outro suspeito foge com o celular da vítima.
Logo que um dos rapazes foge, a mulher entra no veículo. Um dos suspeitos está dentro
do carro e tenta ligá-lo. No entanto, outro veículo impede a passagem, supostamente por
suspeitar do crime, e em seguida o suspeito desce do automóvel e foge.
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ANEXO 10 - O BOM DA NOTÍCIA
Mulher reage a assalto e luta com bandidos para não ter carro roubado
Imagens captadas por câmeras de monitoramento de estabelecimento comercial, mostram
uma mulher reagindo a uma tentativa de assalto na noite de segunda-feira (04), em Cuiabá.
De acordo com as informações divulgadas na rede social, o crime aconteceu dentro de uma
pizzaria localizada no bairro Verdão.
A cliente chega a lutar com a dupla de criminosos que foge sem levar o carro e o celular dela.
Também é possível ver nas imagens que ambos estavam armados e ―sondaram‖ o local antes
de cometer o assalto.
Em um dos vídeos, a mulher percebendo que seria assaltada, tenta esconder o celular
rapidamente. Porém, os bandidos com violência tentam arrancar o aparelho das mãos dela a
encurralando para trás do balcão, momento em que a mesma não entrega e passa a ser
agredida.
Apesar de continuar sendo atacada com socos e coronhadas, e com arma apontada o tempo
todo, a mulher revida a ação e entra em luta corporal contra os assaltantes. Na sequência, a
dupla consegue as chaves do veículo e corre para o lado externo da pizzaria, onde o veículo
estava estacionado.
A vítima também deixa o estabelecimento e novamente tenta impedir a ação. Um dos
assaltantes foge e o outro toma o carro e tenta sair. No entanto, um motorista que passava
naquela via percebe a movimentação e joga o carro na frente do suspeito, que em seguida sai
correndo em direção ignorada.
Toda ação dura cerca de 1 minuto. Não há informações se os bandidos foram presos.
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ANEXO 11 - ÚNICA NEWS a notícia mais perto de você
Mulher reage a assalto, luta com bandidos e ainda coloca ladrões para correr
Uma mulher reagiu a uma tentativa de assalto em uma pizzaria, próximo a Arena Pantanal
nesta segunda-feira (4), em Cuiabá. Imagens do circuito interno do estabelecimento registou
toda a ação dos criminosos.
Nas imagens do vídeo mostra a cliente dentro da pizzaria, quando dois adolescentes chegam
no local. A mulher desconfia e se vira, tentando esconder o celular, em seguida ela é
abordada pela dupla.
A cliente entra em luta corporal com os bandidos e é jogada para cima do balcão. A
funcionária da pizzaria, levanta as mãos para o alto e não reage ao assalto.
Logo depois, os criminosos conseguem roubar a chave do carro da vítima e vão correndo para
fora do local. A mulher sai da pizzaria em seguida para tentar salvar o carro.
A todo momento um dos bandidos está com uma arma na mão, mas não dispara tiro algum. A
suspeita é de que a arma seria de brinquedo.
Em outro momento, a vítima consegue tirar a chave da mão dos bandidos e volta correndo
para dentro da pizzaria. O vídeo mostra a dupla desistindo do assalto e fugindo a pé.
Segundo a Polícia Militar, as imagens serão usadas para localizar os suspeitos. Até o
momento ninguém foi preso.
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ANEXO 12 - Lapada Lapada
Em Cuiabá cliente de pizzaria reage a roubo e “luta” com ladrões em Cuiabá veja o
vídeo
Imagens do circuito interno de uma pizzaria próxima a Arena Pantanal, em Cuiabá,
registraram uma tentativa de assalto a uma cliente do local na noite desta segunda-feira (4).
No vídeo, a cliente está dentro do estabelecimento quando dois adolescentes entram no local.
A mulher parece desconfiar e vira de costas em uma tentativa de esconder o aparelho celular.
Neste momento, ela é abordada pela dupla.
A vítima tenta resistir à ação criminosa e é jogada para cima do balcão. A funcionária que
está atrás do caixa levanta as mãos e não reage.
Após uma luta corporal, a dupla sai do local com as chaves do carro da vítima. A mulher
então sai da pizzaria e entra em uma nova luta corporal com os suspeitos.
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ANEXO 13 - G1 MT
Cliente 'luta' com assaltantes em pizzaria em Cuiabá e evita roubo de carro;
Câmeras do monitoramento do estabelecimento filmaram a situação numa pizzaria no Bairro
Cidade Alta. Nas imagens, a mulher sai da pizzaria e vai atrás do assaltantes.
Mulher reage e luta com assaltantes em pizzaria de Cuiabá
Uma cliente de uma pizzaria reagiu a um roubo e lutou com dois assaltantes dentro de uma
pizzaria em Cuiabá, na segunda-feira (4). A ação foi filmada pelo sistema de monitoramento
do estabelecimento que fica no Bairro Cidade Alta, na capital. Ao reagir, a mulher consegue
evitar que os bandidos levem o carro dela.
Ao G1, o estabelecimento confirmou o assalto e afirmou que a polícia esteve no local após a
ação dos bandidos.
Nas imagens, a mulher aparece no caixa da pizzaria e aguarda para ser atendida.
Em seguida, os dois homens entram e anunciam o assalto. Eles abordam a mulher pelas
costas que resiste. Os dois homens tentam imobilizar a cliente. Logo depois, eles caem para
dentro do caixa e ela é agredida por eles.
Na ocasião, eles tomam a chave do veículo e saem pela porta.
Do lado de fora, as imagens mostram a mulher lutando com os dois homens, que tentam fugir
com o carro. Algumas pessoas passam pela rua, mas não interferem na situação.
Um dos bandidos entra no carro e espera o comparsa. Depois de ser impedido de entrar no
veículo, um deles foge a pé. A mulher entra no carro e tira a chave do contato.
Logo depois, o segundo assaltante também foge.
Procurada pela reportagem, a Polícia Militar não soube informar se a ocorrência foi
registrada.
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ANEXO 14 - a redação
Mulher luta com bandidos durante assalto a pizzaria em Cuiabá; veja vídeos
Goiânia - Vídeos que circulam nas redes sociais e aplicativos de mensagens mostram o
momento que uma mulher reage a um assalto em uma pizzaria no bairro Verdão, em Cuiabá
(MT), e luta com os criminosos. O assalto teria sido registrado na noite de segunda-feira
(4/6).
Conforme mostram as imagens, a mulher é agredida pelos assaltantes, mas resiste e consegue
impedir o assalto ao estabelecimento e também o roubo do carro dela.
Nas imagens, é possível ver que a dupla segue a mulher até a pizzaria e, ao tentar subtrair
pertences da vítima, a agride com socos e coronhadas. Os bandidos pegam objetos e a chave
do carro da mulher, que volta a reagir. Os criminosos fugiram a pé após o episódio.
De acordo com jornais da cidade, ninguém foi preso.
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ANEXO 15 - JORNAL DO VALE
Mulher luta com bandidos durante assalto a pizzaria; veja vídeos
Vídeos que circulam nas redes sociais e aplicativos de mensagens mostram o momento que
uma mulher reage a um assalto em uma pizzaria no bairro Verdão, em Cuiabá (MT), e luta
com os criminosos. O assalto teria sido registrado na noite de segunda-feira (4/6).
Conforme mostram as imagens, a mulher é agredida pelos assaltantes, mas resiste e consegue
impedir o assalto ao estabelecimento e também o roubo do carro dela.
Nas imagens, é possível ver que a dupla segue a mulher até a pizzaria e, ao tentar subtrair
pertences da vítima, a agride com socos e coronhadas. Os bandidos pegam objetos e a chave
do carro da mulher, que volta a reagir. Os criminosos fugiram a pé após o episódio.
De acordo com jornais da cidade, ninguém foi preso.
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ANEXO 16 - Cadeia Neles
Mulher luta com dois ladrões em assalto a uma pizzaria
A jovem queria e conseguiu evitar que os bandidos levassem o seu carro.
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ANEXO 17 – OLIVRE
“A gente trabalha para conquistar o que tem e um pivete vem e tira”, diz mulher que
brigou com bandidos
Briga com bandidos custou quatro pontos no couro cabeludo da vítima que conseguiu evitar
assalto
Atividades simples do cotidiano ganham um ar tenso em uma cidade ainda marcada pela
violência. Foi assim com Erika Kennia Silva, de 28 anos, que sofreu uma tentativa de assalto
em uma pizzaria no fim da tarde de segunda-feira (04) em Cuiabá. Tomada pelo desespero
ao ver seu patrimônio e sua vida sob risco, ela conseguiu perceber que a arma dos assaltantes
era falsa, reagiu e impediu que seu carro e seus documentos fossem levados.
―A gente trabalha tanto para conquistar o que a gente tem e um pivete vem e tira. Eu só tentei
impedi-los de pegar a chave do carro‖, conta ela. ―Tudo que eu queria era defender a minha
vida e meu patrimônio, não tenho raiva deles e nem quis machucá-los, eles é que me
machucaram muito mais‖, conclui.
―Eu percebi que a arma era falsa porque tinha uma parte cromada, ele manuseou de forma
fácil, parecia mais leve. Tanto era falsa que ele quebrou o ‗pente‘ da arma na minha cabeça‖,
diz. Erika explica que conseguiu identificar a arma com facilidade porque já havia pesquisado
na internet sobre o assunto. Ela, no entanto, admite o risco de reagir.
Até porque a reação custou caro à vítima, que recebeu dois pontos no couro cabeludo por
conta do golpe com a arma falsa. Na disputa para impedir que os assaltantes levassem seu
carro, a vítima chegou até a calçada da pizzaria, onde tentou evitar que os bandidos fugissem
com o seu carro.
―Ninguém parou e ninguém ajudou, o único que ajudou foi o dono da pizzaria que posicionou
o carro dele na frente do meu‖, lamentou ela. ―Quem estava na frente e ao redor não entendeu
muito a situação e ficou só olhando‖, completou. Erika diz que a reação ao assalto é algo
muito dinâmico e que nem sempre é possível evitar que alguém, no desespero, faça o que ela
fez.
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ANEXO 18 – Fala meu Povo MT
―A gente trabalha para conquistar o que tem e um pivete vem e tira‖, diz mulher que brigou
com bandidos;
Cuiabá, MT - Atividades simples do cotidiano ganham um ar tenso em uma cidade ainda
marcada pela violência. Foi assim com Erika Kennia Silva, de 28 anos, que sofreu uma
tentativa de assalto em uma pizzaria no fim da tarde de segunda-feira (04) em Cuiabá.
Tomada pelo desespero ao ver seu patrimônio e sua vida sob risco, ela conseguiu perceber
que a arma dos assaltantes era falsa, reagiu e impediu que seu carro e seus documentos
fossem levados.
―A gente trabalha tanto para conquistar o que a gente tem e um pivete vem e tira. Eu só tentei
impedi-los de pegar a chave do carro‖, conta ela. ―Tudo que eu queria era defender a minha
vida e meu patrimônio, não tenho raiva deles e nem quis machucá-los, eles é que me
machucaram muito mais‖, conclui.
―Eu percebi que a arma era falsa porque tinha uma parte cromada, ele manuseou de forma
fácil, parecia mais leve. Tanto era falsa que ele quebrou o ‗pente‘ da arma na minha cabeça‖,
diz. Erika explica que conseguiu identificar a arma com facilidade porque já havia pesquisado
na internet sobre o assunto. Ela, no entanto, admite o risco de reagir.
Até porque a reação custou caro à vítima, que recebeu dois pontos no couro cabeludo por
conta do golpe com a arma falsa. Na disputa para impedir que os assaltantes levassem seu
carro, a vítima chegou até a calçada da pizzaria, onde tentou evitar que os bandidos fugissem
com o seu carro.
―Ninguém parou e ninguém ajudou, o único que ajudou foi o dono da pizzaria que posicionou
o carro dele na frente do meu‖, lamentou ela. ―Quem estava na frente e ao redor não entendeu
muito a situação e ficou só olhando‖, completou. Erika diz que a reação ao assalto é algo
muito dinâmico e que nem sempre é possível evitar que alguém, no desespero, faça o que ela
fez.
![Page 67: MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE …‰rica Kennia Leite da Silva.pdfMe revoltei a priori com todos os passos que se seguiram à tentativa de assalto. De uma hora](https://reader034.vdocuments.site/reader034/viewer/2022043000/5f76d669537a05661a1f16ae/html5/thumbnails/67.jpg)
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ANEXO 19 – BAHIA extremo sul
Vídeo - Mulher reage a assalto e luta com assaltantes em pizzaria
Uma ação filmada pelo sistema de monitoramento de uma pizzaria mostra o momento que
uma cliente reagiu a um roubo e lutou com dois assaltantes em Cuiabá, na segunda-feira (4).
A pizzaria fica no bairro Cidade Alta, na capital. Ao reagir, a mulher consegue evitar que os
bandidos levem o carro dela.
Nas imagens, a mulher aparece no caixa aguardando para ser atendida. Em seguida, os
homens entram e anunciam o assalto. Eles abordam a mulher pelas costas que resiste. Os dois
homens tentam imobilizar a cliente. Logo depois, eles caem para dentro do caixa e ela é
agredida por eles.
Eles tomam a chave do veículo dela e saem pela porta. Já do lado de fora, as imagens
mostram a mulher lutando com os dois homens, que tentam fugir com o carro. Algumas
pessoas passam pela rua, mas não interferem na situação.
Um dos bandidos entra no carro e espera pelo comparsa. Depois de ser impedido de entrar no
veículo, um deles foge a pé. A mulher entra no carro e tira a chave do contato.
Logo depois, o segundo assaltante também foge.