meu jardim - fernando pessoa
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A tristeza juncou de pétalas de rosa
O chão do meu jardimE a alma que em mim goza
A dor que passa em mimSó ficou mais inquieta, ansiada e
sequiosaDo que nunca teve fim.
A maldade juncou de apodrecidos frutosO chão do meu pomar
Mas meu ser não vestiu nem rancores nem lutos
Ao ver o desolar.
Só ama mais ainda os seres impolutos
Que não têm acabar.
Meu jardim e pomar hoje apenas consistemEm memórias fatais,
Mas a minha alma ao ver, nas tristezas que a assistem,
Que os seres imortaisEm parte alguma – céu ou terra em sonho existem
Ainda os amou mais.
In Poesia 1902-1917, Assírio & Alvim, ed. Manuela Pereira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2005
Do site “Casa de Fernando Pessoa – Lisboa - Portugal
FORMATAÇÃO: Mima (Wilma) [email protected]
MÚSICA: Fados e guitarradas de Portugal (folclore)IMAGENS: da Internet
(Repasse com os devidos créditos)
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