metodos de dosagem para o concreto convenciona
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Métodos de DosagemTRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Luís Antônio Rodrigues de Oliveira
VERIFICAÇÃO DO MÉTODO DE DOSAGEM MAIS
EFICIENTE PARA O PARÂMETRO E CATEGORIA
ANALISADOS
Porto Alegre
julho 2012
LUÍS ANTÔNIO RODRIGUES DE OLIVEIRA
VERIFICAÇÃO DO MÉTODO DE DOSAGEM MAIS
EFICIENTE PARA O PARÂMETRO E CATEGORIA
ANALISADOS
Trabalho de Diplomação apresentado ao Departamento de
Engenharia Civil da Escola de Engenharia da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos para obtenção do
título de Engenheiro Civil
Orientadora: Denise Carpena Coitinho Dal Molin
Porto Alegre
julho 2012
LUÍS ANTÔNIO RODRIGUES DE OLIVEIRA
VERIFICAÇÃO DO MÉTODO DE DOSAGEM MAIS
EFICIENTE PARA O PARÂMETRO E CATEGORIA
ANALISADOS
Este Trabalho de Diplomação foi julgado adequado como pré-requisito para a obtenção do
título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pela Professora Orientadora e
pela Coordenadora da disciplina Trabalho de Diplomação Engenharia Civil.
Porto Alegre, 13 de julho de 2012
Profa. Denise Dal Molin
Dra pela EPUSP
Orientadora
Profa. Carin Maria Schmitt
Coordenadora
BANCA EXAMINADORA
Eng. MSc. Luciana de Nazaré Pinheiro
Cordeiro (UFRGS)
MSc. Universidade Federal do Rio Grande
do Sul
Eng. MSc. Abrão Berbardo Rohden
(UFRGS)
MSc. Universidade Federal do Rio Grande
do Sul
Profa Denise Carpena Coitinho Dal Molin
(UFRGS)
Dra. pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Dedico este trabalho a meus pais, José e Maria, que
sempre me apoiaram e especialmente durante o período do
meu Curso de Graduação estiveram ao meu lado.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Profa Denise Dal Molin, orientadora desse trabalho, por toda
atenção, compreensão e tempo disponibilizado para realização desse trabalho. O seu enorme
apoio e dedicação, desde o surgimento até a conclusão da pesquisa, foi fundamental para
realiza-la.
Agradeço aos meus pais José Antônio e Maria Liliana, que me serviram como exemplo de
conduta, dedicação e honra. Por todo o esforço realizado a fim de me proporcionar as
melhores condições possíveis.
Agradeço a minha irmã Elaine pelo carinho, amor e zelo que sempre demonstrou,
independente da distância.
Agradeço ao meu amigo Diego Fagundes, pela sinceridade e companheirismo que sempre
estiveram presentes na nossa amizade.
Agradeço aos meus amigos Joanir Matos e Lucas Souza, por toda ajuda, incentivo e
conselhos, além dos todos os momentos de descontração.
Agradeço a engenheira Tatiane Scaramussa, cuja determinação, liderança e profissionalismo
serviram como inspiração para a minha formação.
Por fim, agradeço aqueles que direta ou indiretamente me ajudaram ou contribuíram para esse
trabalho, principalmente aos professores.
Você não pode conectar os pontos olhando para a frente;
você só pode conectar os pontos olhando para trás. Assim,
você precisa acreditar que os pontos irão se conectar de
alguma maneira no futuro.
Steve Jobs
RESUMO
Ao longo da história, o concreto sempre apresentou grande utilização como material de
construção, afinal sempre foi um material que uniu resistência, liberdade de formas a um
baixo custo. O crescimento dessa demanda veio acompanhado de uma necessidade de
conhecimento, controle e aprimoramento de suas propriedades. Através do estudo da dosagem
do concreto, bem como dos parâmetros que regem suas propriedades, se obtém o domínio
sobre o comportamento do concreto em estado fresco e endurecido. A evolução do
conhecimento na área de tecnologia do concreto permitiu a obtenção de concretos especiais,
tais como os classificados como de alto desempenho, que apresentam uma ou mais
propriedades diferenciadas. Dentre os concretos de alto desempenho, pode-se destacar os
concretos de alta resistência, com aplicação já consagrada em vários países, inclusive no
Brasil, e os concretos autoadensáveis com crescente utilização nos últimos anos. A medida em
que estes novos concretos foram sendo empregados, observou-se que nem todos os métodos
de dosagem utilizados para concretos convencionais eram apropriados para proporcionar os
concretos de alto desempenho, surgindo novos métodos e adaptações de outros já existentes.
Com o intuito de identificar qual o método apresenta melhor desempenho quanto a teor de
pasta, teor de argamassa, consumo de cimento, custo e custo por MPa, foram comparados os
métodos de Abrams, Fuller, Furnas, ABCP, IPT/Epusp, Cientec e Recena para concreto
convencional, os métodos de Okamura, Gomes, Tutikian, Repette, Alencar & Helene,
Tutikian & Dal Molin e Recena para concreto autoadensável, e Mehta Aitcin, Nawy, Toralles-
Carbonari, Vitervo, Aitcin, IPT Modificado e Recena para concreto de alta resistência. Como
conclusão geral, a escolha do método a ser emprego é função da classe de resistência
pretendida, bem como os materiais que constituem a mistura. Ou seja, o método que apresenta
melhor desempenho é para uma determinada faixa de resistências, ocorrendo a transição
gradual das propriedades e parâmetros ao longo das classes de resistências da mesma família
de concreto.
Palavras-chave: Métodos de Dosagem. Concreto Convencional. Concreto Autoadensável.
Concreto de Alta Resistência.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Diagrama do delineamento da pesquisa .......................................................... 17
Figura 2 – Curvas de Abrams dos métodos de dosagem para CCV aos 7 dias ................ 72
Figura 3 – Curvas de Abrams dos métodos de dosagem para CCV aos 28 dias .............. 73
Figura 4 – Curvas de Lyse dos métodos de dosagem para CCV ..................................... 74
Figura 5 – Curvas de Molinari dos métodos de dosagem para CCV ............................... 75
Figura 6 – Teor de pasta dos métodos de dosagem para CCV ......................................... 76
Figura 7 – Teor de argamassa dos métodos de dosagem para CCV ................................ 78
Figura 8 – Consumo de cimento dos métodos de dosagem para CCV ............................ 80
Figura 9 – Custo por m³ dos métodos de dosagem para CCV ......................................... 82
Figura 10 – Consumo dos materiais do método de dosagem Cientec .............................. 83
Figura 11 – Consumo dos materiais do método de dosagem Furnas ............................... 83
Figura 12 – Comparativo de custo por m³ dos métodos de dosagem para CCV .............. 84
Figura 13 – Custo por m³/MPa dos métodos de dosagem para CCV ............................... 84
Figura 14 – Comparativo de custo por m³/MPa dos métodos de dosagem para CCV ..... 85
Figura 15 – Curva de Abrams dos métodos de dosagem para CAA aos 7 dias ............... 87
Figura 16 – Curva de Abrams dos métodos de dosagem para CAA aos 28 dias ............. 88
Figura 17 – Curva de Lyse dos métodos de dosagem para CCV ..................................... 89
Figura 18 – Curva de Molinari dos métodos de dosagem para CAA .............................. 90
Figura 19 – Teor de pasta dos métodos de dosagem para CAA ...................................... 90
Figura 20 – Teor de argamassa dos métodos de dosagem para CAA .............................. 92
Figura 21 – Consumo de materiais do método de dosagem Tutikian .............................. 93
Figura 22 – Consumo de materiais do método de dosagem Alencar & Helene ............... 93
Figura 23 – Consumo de cimento dos métodos de dosagem para CAA .......................... 95
Figura 24 – Custo do concreto por m³ dos métodos de dosagem para CAA ................... 96
Figura 25 – Comparativo de custo do concreto/m³ dos métodos de dosagem para CAA 97
Figura 26 – Custo do concreto por m³/MPa dos métodos de dosagem para CAA ........... 97
Figura 27 – Comparativo de custo do concreto/m³MPa dos métodos de dosagem CAA 98
Figura 28 – Curvas de Abrams dos métodos de dosagem para CAR aos 7 dias .............. 99
Figura 29 – Curvas de Abrams dos métodos de dosagem para CAR aos 28 dias ............ 100
Figura 30 – Curvas de Lyse dos métodos de dosagem para CAR ................................... 101
Figura 31 – Curvas de Molinari dos métodos de dosagem para CAR ............................. 102
Figura 32 – Teor de pasta dos métodos de dosagem para CAR ....................................... 103
Figura 33 – Consumo de materiais do método de dosagem Toralles-Carbonari ............ 104
Figura 34 – Consumo de materiais do método de dosagem IPT Modificado .................. 105
Figura 35 – Teor de argamassa dos métodos de dosagem para CAR .............................. 106
Figura 36 – Consumo de cimento dos métodos de dosagem para CAR .......................... 107
Figura 37 – Custo por m³ dos métodos de dosagem para CAR ....................................... 109
Figura 38 – Comparativo de custo por m³ dos métodos de dosagem para CAR .............. 110
Figura 39 – Custo por m³/MPa dos métodos de dosagem para CAR .............................. 110
Figura 40 – Comparativo custo por m³/MPa dos métodos de dosagem para CAR .......... 111
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Caracterização do cimento utilizado .............................................................. 44
Tabela 2 – Caracterização da Sílica Ativa ....................................................................... 44
Tabela 3 – Caracterização do agregado miúdo ................................................................ 45
Tabela 4 – Caracterização da brita 0 ................................................................................ 46
Tabela 5 – Caracterização da brita 1 ................................................................................ 47
Tabela 6 – Caracterização do aditivo superplastificante .................................................. 47
Tabela 7 – Traços obtidos pelo método de dosagem Abrams .......................................... 52
Tabela 8 – Traços obtidos pelo método de dosagem Fuller ............................................. 53
Tabela 9 – Traços obtidos pelo método de dosagem Furnas ............................................ 55
Tabela 10 – Traços obtidos pelo método de dosagem ABCP .......................................... 55
Tabela 11 – Traços obtidos pelo método de dosagem IPT/Epusp ................................... 56
Tabela 12 – Traços obtidos pelo método de dosagem Cientec ........................................ 57
Tabela 13 – Traços de melhor reologia obtidos pelo método Recena ............................. 57
Tabela 14 – Traços com substituição de cimento por cinza pelo método Recena ......... 58
Tabela 15 – Traços obtidos pelo método de dosagem Okamura ...................................... 59
Tabela 16 – Traços obtidos pelo método de dosagem Gomes ......................................... 60
Tabela 17 – Traços obtidos pelo método de dosagem Tutikian ....................................... 61
Tabela 18 – Traços obtidos pelo método de dosagem Repette ........................................ 61
Tabela 19 – Traços obtidos pelo método de dosagem Alencar & Helene ....................... 62
Tabela 20 – Traços obtidos pelo método de dosagem Tutikian/Dal Molin ..................... 63
Tabela 21 – Traços obtidos pelo método de dosagem Recena ......................................... 64
Tabela 22 – Traços obtidos pelo método de dosagem Mehta Aitcin ............................... 65
Tabela 23 – Extrapolação das resistências para o método de Nawy ................................ 65
Tabela 24 – Traços obtidos pelo método de dosagem Nawy ........................................... 66
Tabela 25 – Traços obtidos pelo método de dosagem Toralles-Carbonari ...................... 67
Tabela 26 – Traços obtidos pelo método de dosagem Vitervo ........................................ 67
Tabela 27 – Traços obtidos pelo método de dosagem Aitcin .......................................... 68
Tabela 28 – Traços obtidos pelo método de dosagem IPT Modificado ........................... 69
Tabela 29 – Traços obtidos pelo método de dosagem Recena ......................................... 69
Tabela 30 – Preço unitário dos materiais utilizados nas dosagens ................................... 70
Tabela 31 – Valores de ruptura dos traços confeccionados para CCV ............................ 71
Tabela 32 – Aumento de resistência dos 7 para os 28 dias dos métodos para CCV ....... 73
Tabela 33 – Teor de pasta dos métodos de dosagem para CCV ...................................... 77
Tabela 34 – Teor de argamassa dos métodos de dosagem para CCV .............................. 79
Tabela 35 – Consumo de cimento dos métodos de dosagem para CCV .......................... 81
Tabela 36 – Valores de ruptura dos traços confeccionados para CAA ............................ 86
Tabela 37 – Aumento de resistência dos 7 para os 28 dias dos métodos para CAA ....... 88
Tabela 38 – Teor de pasta dos métodos de dosagem para CAA ...................................... 91
Tabela 39 – Teor de argamassa dos métodos de dosagem para CAA .............................. 94
Tabela 40 – Consumo de cimento dos métodos de dosagem para CAA .......................... 95
Tabela 41 – Valores de ruptura dos traços confeccionados para CAR ............................ 98
Tabela 42 – Aumento da resistência dos 7 para os 28 dias dos métodos para CAR ....... 100
Tabela 43 – Teor de pasta dos métodos de dosagem para CAR ...................................... 105
Tabela 44 – Teor argamassa dos métodos de dosagem para CAR ................................... 107
Tabela 45 – Consumo de cimento dos métodos de dosagem para CAR .......................... 108
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Relação de alguns edifícios altos construídos com CAR .............................. 24
Quadro 2 – Programa experimental da disciplina ............................................................ 42
LISTA DE SIGLAS
ACI........... American Concrete Institute
CAA......... Concreto Autoadensável
CAD......... Concreto de Alto Desempenho
CAR.......... Concreto de Alta Resistência
CCV.......... Concreto Convencional Vibrado
DMC......... Diâmetro Máximo Característico
EPUSP...... Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
IPT............ Instituto de Pesquisas Técnicas
PPGEC..... Programa de Pós-Graduação de Engenharia Civil
SP............. Superplastificantes
UFRGS..... Universidade Federal do Rio Grande do Sul
CP............. Corpo de Prova
CPV ARI.. Cimento Portland de Alta Resistência Inicial
MF ........... Módulo de Finura
LISTA DE SÍMBOLOS
H............ Relação água/matérias secos (cimento, agregados e adições)
a/c............. relação água/cimento
α................ teor de argamassa
a................ agregado miudo
p................ agregado graúdo
m............... materiais secos totais (exceto cimento)
Cc............. consumo de cimento
yc.............. massa específica do cimento
ya.............. massa específica da areia
yp.............. massa específica da brita
yt .............. massa específica teórica do concreto
P(1+m).. percentual de pasta na mistura
∆fcj........... taxa de variação da resistência a compressão
fcj.............. resistência a compressão axial a j dias
j................. I dias de idade
Cm³........... custo para produção de 1 m³ de concreto
Cm³/MPa.. taxa de variação do custo em relação a resistência
Sd.............. desvio padrão
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 13
2 DIRETRIZES DA PESQUISA .................................................................................. 15
2.1 QUESTÃO DE PESQUISA ....................................................................................... 15
2.2 OBJETIVOS DO TRABALHO ................................................................................. 15
2.2.1 Objetivo principal ................................................................................................. 15
2.2.2 Objetivo secundário .............................................................................................. 15
2.3 HIPÓTESE ................................................................................................................. 16
2.4 PRESSUPOSTO ......................................................................................................... 16
2.5 PREMISSA ................................................................................................................ 16
2.6 DELIMITAÇÃO ........................................................................................................ 16
2.7 LIMITAÇÃO ............................................................................................................. 16
2.8 DELINEAMENTO .................................................................................................... 17
3 CONCRETO ................................................................................................................ 19
3.1 CONCRETO CONVENCIONAL .............................................................................. 19
3.1.1 Histórico do concreto convencional ..................................................................... 19
3.1.2 Definição de concreto convencional ..................................................................... 20
3.1.3 Vantagens do concreto convencional ................................................................... 21
3.2 CONCRETO AUTOADENSÁVEL .......................................................................... 21
3.2.1 Histórico do concreto autoadensável ................................................................... 21
3.2.2 Definição de concreto autoadensável ................................................................... 22
3.2.3 Vantagens do concreto autoadensável ................................................................. 22
3.3 CONCRETO ALTA RESISTÊNCIA ........................................................................ 23
3.3.1 Histórico do concreto de alta resistência ............................................................. 23
3.3.2 Definição de concreto de alta resistência ............................................................. 24
3.3.3 Vantagens do concreto de alta resistência .......................................................... 25
4 DOSAGEM DO CONCRETO ................................................................................... 26
4.1 MÉTODOS DE DOSAGEM PARA CONCRETO CONVENCIONAL .................. 27
4.1.1 Método Abrams ..................................................................................................... 27
4.1.2 Método Fuller ........................................................................................................ 28
4.1.3 Método Furnas ....................................................................................................... 28
4.1.4 Método ABCP ........................................................................................................ 29
4.1.5 Método IPT/EPUSP .............................................................................................. 30
4.1.6 Método Cientec ...................................................................................................... 30
4.1.7 Método Recena para concreto convencional ...................................................... 31
4.2 MÉTODOS DE DOSAGEM PARA CONCRETO AUTOADENSÁVEL ............... 32
4.2.1 Método Okamura .................................................................................................. 32
4.2.2 Método Gomes ....................................................................................................... 32
4.2.3 Método Tutikian .................................................................................................... 33
4.2.4 Método Repette ..................................................................................................... 33
4.2.5 Método Alencar & Helene .................................................................................... 34
4.2.6 Método Tutikian/Dal Molin ................................................................................. 35
4.2.7 Método Recena para para concreto autoadensável ........................................... 36
4.3 MÉTODOS DE DOSAGEM PARA CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA ....... 36
4.3.1 Método Mehta Aitcin ............................................................................................ 37
4.3.2 Método Nawy ......................................................................................................... 37
4.3.3 Método Toralles-Carbonari ................................................................................. 38
4.3.4 Método Vitervo ...................................................................................................... 38
4.3.5 Método Aitcin ........................................................................................................ 39
4.3.6 Método IPT Modificado......................................................................................... 39
4.3.7 Método Recena para concreto alta resistência ................................................... 40
5 DESCRIÇÃO DA ETAPA EXPERIMENTAL ........................................................ 41
5.1 MATERIAIS UTILIZADOS ..................................................................................... 43
5.1.1 Cimento .................................................................................................................. 43
5.1.2 Sílica ativa ........... .................................................................................................. 44
5.1.3 Cinza volante ......................................................................................................... 45
5.1.4 Agregado miúdo .................................................................................................... 45
5.1.5 Agregado graúdo ................................................................................................... 46
5.1.6 Aditivo superplastificante ..................................................................................... 47
5.2 PARÂMETROS SELECIONADOS PARA ANÁLISE ............................................ 48
5.3 DOSAGEM DO CONCRETO E DEFINIÇÃO DOS TRAÇOS ............................... 51
5.3.1 Dosagem do concreto convencional ..................................................................... 51
5.3.1.1 Método Abrams .................................................................................................... 51
5.3.1.2 Método Fuller ....................................................................................................... 52
5.3.1.3 Método Furnas ...................................................................................................... 53
5.3.1.4 Método ABCP ...................................................................................................... 55
5.3.1.5 Método IPT/EPUSP ............................................................................................. 56
5.3.1.6 Método Cientec .................................................................................................... 56
5.3.1.7 Método Recena para CCV .................................................................................... 57
5.3.2 Dosagem do concreto autoadensável ................................................................... 58
5.3.2.1 Método Okamura .................................................................................................. 58
5.3.2.2 Método Gomes ..................................................................................................... 59
5.3.2.3 Método Tutikian ................................................................................................... 60
5.3.2.4 Método Repette .................................................................................................... 61
5.3.2.5 Método Alencar & Helene ................................................................................... 62
5.3.2.6 Método Tutikian/Dal Molin.................................................................................. 62
5.3.2.7 Método Recena CAA ........................................................................................... 63
5.3.3 Dosagem do concreto alta resistência .................................................................. 64
5.3.3.1 Método Mehta Aitcin ........................................................................................... 64
5.3.3.2 Método Nawy ....................................................................................................... 65
5.3.3.3 Método Toralles-Carbonari .................................................................................. 66
5.3.3.4 Método Vitervo .................................................................................................... 67
5.3.3.5 Método Aitcin ...................................................................................................... 68
5.3.3.6 Método IPT Modificado ...................................................................................... 68
5.3.3.7 Método Recena CAR ........................................................................................... 69
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................... 70
6.1 ANÁLISE DOS MÉTODOS PARA CONCRETO CONVÊNCIONAL .................. 70
6.1.1 Teor de pasta .......................................................................................................... 75
6.1.2 Teor de argamassa ................................................................................................ 77
6.1.3 Consumo de Cimento ............................................................................................ 79
6.1.4 Custo por m³ .......................................................................................................... 81
6.1.5 Custo por m³/MPa ................................................................................................. 84
6.2 ANÁLISE DOS MÉTODOS PARA CONCRETO AUTOADENSÁVEL ............... 86
6.2.1 Teor de pasta .......................................................................................................... 90
6.2.2 Teor de argamassa ................................................................................................ 92
6.2.3 Consumo de Cimento ............................................................................................ 94
6.2.4 Custo por m³ .......................................................................................................... 96
6.2.5 Custo por m³/MPa ................................................................................................. 97
6.3 ANÁLISE DOS MÉTODOS PARA CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA ....... 98
6.3.1 Teor de pasta .......................................................................................................... 102
6.3.2 Teor de argamassa ................................................................................................ 106
6.3.3 Consumo de Cimento ............................................................................................ 107
6.3.4 Custo por m³ .......................................................................................................... 108
6.3.5 Custo por m³/MPa ................................................................................................. 110
7 CONCLUSÕES ........................................................................................................... 112
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 115
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
13
1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento histórico da tecnologia do concreto mostra que, nas últimas décadas, um
significativo número de pesquisadores e técnicos de diversos países têm dedicado sua
inteligência, investido seu tempo e grande quantidade de recursos no estudo e
desenvolvimento do concreto (HELENE; TERZIAN, 1993), aprimorando técnicas de
produção e buscando entender a composição da estrutura interna, pasta, argamassa e as
misturas de cimentos e agregados. Esse quadro mundial de investimentos, de recursos
humanos e financeiros, em busca de um maior entendimento sobre o comportamento do
concreto, tende a se intensificar ainda mais no âmbito nacional em virtude do crescimento da
economia. O concreto convencional é um material que oferece uma grande liberdade na
confecção de peças das mais diferentes formas e quantidades, com os materiais disponíveis na
região e a um custo muito baixo. Logo, torna-se evidente a escolha do mesmo para suprir
grande parte da demanda das obras no Brasil, podendo ser aplicado nas mais diferentes
tipologias de construções, desde a habitação popular até grandes obras de infraestrutura.
Apesar de o concreto ser o material de construção mais utilizado no mundo, atualmente não se
pode mais considerar apenas o estudo de concretos convencionais vibrados (CCV)
(TUTIKIAN; DAL MOLIN, 2008, p. [7]). Ou seja, a exigência de concretos com
características especiais surgiu com a evolução da construção civil e a demanda por concretos
com propriedades diferenciadas em relação às do CCV foi inevitável: os chamados de
concretos de alto desempenho (CAD). Esse alto desempenho pode ser quanto a sua
resistência, através de dosagens com baixíssimas relações água/cimento, uso de adições, de
aditivos e de agregados de boa qualidade, possibilitando a produção do que é denominado de
concretos de alta resistência (CAR). Este é capaz de atingir resistências à compressão
superiores a 80 MPa e, juntamente com esse notável desempenho mecânico, obtém-se um
concreto com baixíssimos índices de porosidade, aumentando significativamente sua
durabilidade e vida útil. Outro CAD, alvo dessa pesquisa, tem como característica marcante a
sua alta trabalhabilidade no estado fresco, possibilitando a transposição de obstáculos sem
segregar, diminuição da mão de obra para sua execução, preenchimento dos locais
densamente armados e principalmente seu autoadensamento, dispensando o uso de vibradores
e outras formas de adensamento, sendo conhecido como concreto autoadensável (CAA).
__________________________________________________________________________________________
Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
14
Uma vez evidenciado, a necessidade cada vez maior de concretos com características
diferenciadas para distintas aplicações, é fundamental o domínio sobre a dosagem destes
concretos. Só através do proporcionamento adequado dos diferentes materiais que são
obtidos, com confiabilidade, concretos com as características desejadas. Para Mehta e
Monteiro (1994, p. 312), um dos propósitos da dosagem é obter um produto que tenha um
desempenho satisfatório a certos requisitos previamente estabelecidos. Os mesmos autores
também salientam a importância econômica na dosagem do concreto, citando outra de suas
finalidades, como sendo a de obter uma mistura que satisfaça os requisitos de desempenho ao
mínimo custo possível. Tendo em vista a gama de concretos, fica clara a importância de
conhecer o comportamento das suas diversas categorias, para sua aplicação de forma
adequada e consciente. Para isso, é imprescindível o controle das propriedades do mesmo com
estudos de dosagem para cada categoria, conhecendo seu comportamento e podendo empregar
de maneira segura para as mais variadas aplicações.
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
15
2 DIRETRIZES DA PESQUISA
As diretrizes para desenvolvimento do trabalho são descritas nos próximos itens.
2.1 QUESTÃO DE PESQUISA
A questão de pesquisa do trabalho é: dentre os diferentes métodos de dosagem avaliados para
CCV, CAA e CAR, qual deles apresenta melhor resultado para sua respectiva categoria e
parâmetro analisado?
2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA
Os objetivos da pesquisa estão classificados em principal e secundário e são descritos a
seguir.
2.2.1 Objetivo Principal
O objetivo principal do trabalho é a verificação, dentre os diferentes métodos de dosagem
avaliados para CCV, CAA e CAR, qual deles apresenta melhor resultado dentro de sua
respectiva categoria quanto a teor de pasta de aglomerante, teor de argamassa, consumo de
cimento, custo por m³ e custo por m³/MPa para determinados níveis de resistência.
2.2.2 Objetivo Secundário
O objetivo secundário do trabalho é obter curvas de dosagem dos métodos estudados com os
materiais caracterizados neste trabalho.
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Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
16
2.3 HIPÓTESE
A hipótese do trabalho é que devido a otimização do esqueleto granular e consequentemente a
redução de vazios, os métodos Recena, Tutikian & Dal Molin e Toralles-Carbonari
apresentam os melhores desempenhos em relação a consumo de pasta, consumo de cimento,
teor de argamassa e Custo, dentro de sua respectiva categoria.
2.4 PRESSUPOSTO
O trabalho tem por pressuposto que os experimentos, cujos resultados são estudados, foram
realizados de forma adequada e seguiram os passos prescritos em cada método, assegurando
assim a credibilidade dos resultados.
2.5 PREMISSA
Para cada categoria, há métodos que se mostram mais adequados em relação aos demais
quando analisadas: teor de pasta, teor de argamassa, consumo de cimento, custo e custo por
MPa.
2.6 DELIMITAÇÕES
O trabalho delimita-se na análise dos dados obtidos nos ensaios feitos no laboratório do
Núcleo Orientado para Inovação da Edificação (Norie), para disciplina Tecnologia e Dosagem
de Concretos Convencionais e Especiais, do Programa de Pós-Graduação Engenharia Civil
(PPGEC), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
2.7 LIMITAÇÕES
Foram estudados quatro pontos da curva de dosagem para cada método, somente foram
ensaiadas as resistências aos 7 e 28 dias e as variáveis analisadas foram: teor de argamassa,
consumo de cimento, teor de pasta, evolução da resistência, aplicabilidade, custo/beneficio,
teor de ar incorporado e coeficiente de correlação das curvas de dosagem. Outra limitação do
trabalho foi o não acompanhamento do autor no desenvolvimento dos ensaios.
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
17
2.8 DELINEAMENTO
O trabalho foi realizado através de sete etapas apresentadas a seguir, que estão representadas
na figura 1 e são descritas a seguir:
a) pesquisa bibliográfica;
b) estudo dos métodos de dosagem;
c) descrição dos materiais e dos equipamentos utilizados;
d) obtenção das curvas de dosagem;
e) cálculo dos parâmetros dos diferentes traços;
f) comparação entre as variáveis analisadas;
g) conclusão.
Figura 1 – Diagrama de delineamento da pesquisa
(fonte: elaborada pelo autor)
A pesquisa bibliográfica é considerada a etapa inicial, pois primeiramente se buscou o
embasamento teórico sobre o histórico, comportamento e os materiais que constituem os
CCV, CAA e CAR. Numa segunda etapa, explorou-se a pesquisa bibliográfica dos métodos
de dosagem para essas categorias de concretos. Selecionando os mais eficientes, dentro de
suas respectivas categorias, a fim de serem comparados. A comparação está baseada na
análise de dados obtidos por um programa experimental que não está incluso no trabalho,
contudo será feita a caracterização dos materiais e equipamentos utilizados, pois nessa área
tecnológica é imprescindível vinculá-los aos métodos de dosagem.
No terceiro passo foi iniciada a análise dos resultados, com a obtenção dos gráficos do
comportamento, nos diferentes diagramas de dosagem que foram obtidos. É através deles que
se pode fazer uma comparação visual do comportamento dos diferentes métodos, analisando o
desempenho ao longo do diagrama. Prosseguindo a análise dos dados, para cada traço foi
Pesquisa Bibliográfica
Estudo dos Métodos de
Dosagem
Descrição dos Materiais e
Equipamentos
Obtenção das Curvas de Dosagem
Cálculo dos Parâmetros
Comparação
das Variáveis Analisadas
Conclusão
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realizado o cálculo dos parâmetros que trouxeram, juntamente com os diagramas de dosagem,
indícios do comportamento dos concretos no estado fresco e endurecido.
Para concluir, foram feitas considerações gerais sobre os métodos estudados, bem como
algumas recomendações para escolha de métodos de dosagem.
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
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3 CONCRETO
O concreto é um material largamente utilizado no mundo, chegando a incrível marca de ser o
segundo material mais consumido no planeta (MEHTA; MONTEIRO, 1994, p. 1). Esse fato
se deve a grande facilidade de aplicação deste material, nas mais diferentes construções e na
utilização dos materiais disponíveis em cada região. Assim, traduzindo-se em um material
que, devido a grande flexibilidade como produto final e quanto aos materiais disponíveis,
consegue atender as exigências do projeto a um custo muito baixo.
Visto que o concreto é uma mistura com ampla aplicação nos mais diferentes usos, suas
propriedades são definidas através da escolha e do proporcionamento dos seus materiais
constituintes. Com o domínio do comportamento deste material é possível reduzir a influência
de algumas propriedades ou maximizar o efeito de outras, quer seja no estado fresco ou no
endurecido (HELENE; TERZIAN, 1993, p. 75). Dessa forma, dá-se continuidade ao estudo e
a utilização do concreto, processo que já tem mais de centenas de anos. Apesar da larga
utilização do CCV, ele se tornou limitado para algumas aplicações, surgindo a necessidade de
concretos com desempenhos aprimorados: os CAD, dentro dos quais serão alvo deste trabalho
os CAA e o CAR.
3.1 CONCRETO CONVENCIONAL (CCV)
A seguir serão apresentados alguns pontos importantes do histórico, definição e vantagens do
CCV. É necessário fundamentar alguns conceitos do CCV para, posteriormente, analisar
alguns métodos de dosagem para o mesmo.
3.1.1 Histórico do concreto convencional
O concreto, como é conhecido atualmente, surgiu por volta de 1824, com a obtenção da
patente do cimento Portland, por John Aspdin, na Inglaterra (HELENE; ANDRADE, 2010, p.
953). A descoberta desse material foi de fundamental importância para a evolução do
concreto, pois possibilitou a obtenção de uma cale hidráulica de muito maior reatividade e
resistência mecânica que as demais. No inicio do século XIX, foram desenvolvidas pesquisas
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que contribuíram para o entendimento sobre o concreto, tais estudos introduziram conceitos e
parâmetros de suma importância como: granulometria dos agregados, compacidade e a
relação água/cimento. Ao final daquele século, chegou-se a estudos mais avançados,
contemplando os compostos do cimento e suas reações químicas, chegando a conceitos mais
técnicos aplicados como dosagem da água e pasta no concreto (HELENE; TERZIAN, 1993).
O professor Torres (1927) já salientava, em seu livro Métodos de Dosagem, o emprego
crescente do concreto. O mesmo autor complementou a importância do conhecimento
aprofundado das propriedades deste material, indicando o estudo das dosagens de concreto
como a ferramenta adequada. Ao longo do século XX, foram aprofundados estudos sobre o
comportamento do concreto, atentando para novas variáveis como fator água/materiais secos,
efeito parede, trabalhabilidade e demais propriedades. Isso gerou métodos cada vez mais
representativos do comportamento do concreto e, consequentemente, um maior controle sobre
as propriedades do mesmo para aplicação.
3.1.2 Definição de concreto convencional
O concreto consiste basicamente de uma massa aglomerante, na qual estão dispersos os
agregados graúdo e miúdo (MEHTA; MONTEIRO, 1994, p. 8). Essa simplicidade na
definição do CCV exemplifica a preocupação superficial sobre o complexo comportamento
do mesmo, frente as suas aplicações. Por mais de cem anos ele foi empregado baseado nesse
princípio genérico, ou seja, a tecnologia envolvida não foi explorada em sua totalidade. Isso
se deve à obtenção de concretos com desempenho satisfatório para grande parcela das
aplicações, mesmo com algumas variações na sua composição e execução.
O concreto proporcionou uma inovação na maneira de se projetar e construir. O surgimento
dele é considerado por muitos como a maior descoberta da história da humanidade, pelo
motivo de ter proporcionado um salto de desenvolvimento e qualidade de vida para o homem
(HELENE; ANDRADE, 2010, p. 945).
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
21
3.1.3 Vantagens do concreto convencional
Mehta e Monteiro (1994) mostram algumas razões para o concreto ser, atualmente, o material
de construção mais usado no mundo, sendo que o consumo anual de concreto mais que
triplicou na última década. Dentre as diversas razões que justificam esses números, citam a
resistência do concreto à água como característica relevante. O motivo explica-se pelo fato de
que a partir daí, pode-se construir estruturas de controle, armazenamento e transporte da água,
estruturas essenciais para a vida, com maior eficiência e durabilidade. Estruturas, antes
construídas em madeira e aço comum, hoje são confeccionadas, na grande maioria, em
concreto simples ou armado e facilmente encontradas em praticamente todos os lugares do
mundo.
3.2 CONCRETO AUTOADENSÁVEL (CAA)
A seguir serão apresentados alguns pontos importantes do histórico, definição e vantagens do
CAA. É necessário fundamentar alguns conceitos do CAA para, posteriormente, analisar
métodos de dosagem para o mesmo.
3.2.1 Histórico do concreto autoadensável
A utilização de concretos que não necessitam adensamento não é recente, já havia aplicação
de concretos com altos teores de pasta de cimento e aditivos plastificantes que eram
empregados em concretagens submersas, tendo em vista a impossibilidade de vibração
externa (TUTIKIAN, 2004, p. 27-28). O mesmo autor ressalta que os concretos tinham
problemas de retração e elevado calor de hidratação, consequências diretas do uso de altos
teores de pasta.
Por volta de 1986, Hajime Okamura apresentou em público, pela primeira vez, a intenção de
desenvolver um concreto que não utilizasse nenhuma vibração externa, o qual posteriormente
passou-se a chamar de Concreto Autoadensável (CAA) (MANUEL), 2005, p. 24). Os
principais motivos para desenvolver tal concreto seriam a busca por estruturas mais duráveis,
com menos falhas e, também, a redução da mão de obra qualificada na indústria da construção
civil, sendo utilizar estudos posteriores mais aprofundados sobre o comportamento do
concreto quanto à fluidez, viscosidade e porosidade (MANUEL, 2005, p. 26). Em 1988, enfim
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obteve-se o CAA, um concreto que aliava elevada fluidez, com a viscosidade e coesão
necessária para manter os agregados graúdos em suspensão, envolver as estruturas
densamente armadas sem a necessidade de vibração externa.
3.2.2 Definição de concreto autoadensável
O CAA consiste em um material que, sem a necessidade de vibração externa, exclusivamente
pelo seu peso próprio, tem a capacidade de se espalhar dentro das fôrmas nas quais está sendo
lançado, sem segregar ou bloquear nas armaduras. As características do CAA se restringem
basicamente ao estado fresco, de modo a ter influência apenas na etapa que precedem o
endurecimento do concreto. Após, se verifica um concreto com as mesmas propriedades que
os convencionais. É classificado como CAA, somente se forem atingidas três condições:
fluidez, coesão necessária para manter a mistura inalterada durante o escoamento (habilidade
passante) e resistência à segregação (EUROPEAN FEDERATION FOR SPECIALIST
CONSTRUCTION CHEMICALS AND CONCRETE SYSTEMS, 2002, p. 7, tradução
nossa).
Manuel (2005, p. 34-35) define a fluidez como a habilidade de preencher por completo o
molde que será lançado somente pelo seu peso próprio, sem a necessidade de vibração externa
e independente da densidade das armaduras. Tutikian e Dal Molin (2008, p. 9) definem
habilidade passante, como a capacidade do concreto fluir pelas fôrmas, sem segregar,
contornar os obstáculos e envolver as armaduras. Os mesmos autores explicam que a
resistência à segregação é a capacidade do material se manter coeso ao longo do processo de
adensamento, independente dos obstáculos ultrapassados.
3.2.3 Vantagens do concreto autoadensável
A utilização de um CAA traz inúmeros benefícios técnicos, econômicos, estéticos, ambientais
e às condições de trabalho. Tutikian e Dal Molin (2008, p. 10) o classificam como “[...] uma
das grandes revoluções ocorridas na tecnologia do concreto nas últimas décadas, e por meio
de sua utilização é possível obter vários ganhos diretos e indiretos [...]”.
Os mesmos autores ressaltam uma das vantagens do autoadensamento como o aumento da
durabilidade das estruturas executadas com CAA. Parte devido à redução de possíveis falhas
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
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no adensamento do concreto e, outra parcela, referente às reduções significativas no
coeficiente de permeabilidade e absorção capilar em relação aos do CCV (TUTIKIAN; DAL
MOLIN, 2008, p. 10-11).
A produção de CAA pode ter um custo mais elevado do que um CCV, devido à utilização de
materiais mais finos, aditivos e/ou adições. A escolha dos materiais e o proporcionamento
entre eles são responsáveis por definir qual o real acréscimo ou até mesmo decréscimo no
custo do produto. Ainda que o CAA tenha um custo mais elevado, como material, é
importante contabilizar a influência no custo global da estrutura decorrente da redução de mão
de obra, de energia, de equipamentos e de reparos estruturais.
Manuel (2005, p. 35-36) lembra que há ganho no acabamento das estruturas, aliado ao
aproveitamento de resíduos como composição de parte dos finos da mistura. O mesmo autor
também cita outros benefícios que confluem para melhora das condições de trabalho, tais
como: a redução de problemas ergonômicos, diminuição do ruído e menor exposição dos
trabalhadores às intempéries.
3.3 CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA (CAR)
A seguir são apresentados alguns pontos importantes do histórico, definição e vantagens do
CAR. É necessário fundamentar alguns conceitos do CAR para, posteriormente, analisar
métodos de dosagem para o mesmo.
3.3.1 Histórico
O aumento da utilização do concreto e do estudo referente à tecnologia do mesmo, ao longo
dos anos, possibilitou um progressivo desempenho nas suas propriedades. A evolução da
tecnologia do concreto era traduzida no avanço da resistência à compressão do concreto.
A utilização de CAR, no âmbito internacional, vem desde a década de 1970, com aplicações
nas mais diversas obras, entre elas: pontes, plataformas petrolíferas, túneis, gasodutos e
edifícios altos (TORALLES-CARBONARI, 1996, p. 2, tradução nossa). O mesmo autor
enfatiza a importância da dosagem no processo construtivo de uma obra executada com CAR,
pois somente o proporcionamento adequado dos materiais atenderá os requisitos mínimos
exigidos para cada perfil de obra, seja no estado fresco ou endurecido.
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Ao longo da evolução tecnológica do concreto, almejaram-se resistências cada vez maiores. O
quadro 1, apresentado por Alves (2000, p. 7), indica o início da utilização de CAR,
relacionando alguns edifícios que o empregaram.
Quadro 1 – Relação de alguns edifícios altos construídos
com concreto de alta resistência
(fonte: adaptado de ALVES, 2000, p. 7)
3.3.2 Definição de concreto de alta resistência
A definição de CAR é um pouco subjetiva, devido ao caráter comparativo dessa definição. O
termo alta é relativo ao local e época no qual está se adotando como referência, havendo
grande indefinição por partes dos autores quanto a um valor específico.
Para Mehta e Monteiro (1994, p. 396), CAR são aqueles que apresentam resistências
superiores a 42 MPa. Os mesmos autores definiram este valor, como limite, devido: a maior
parcela da produção de concretos está abaixo desse valor, inicia-se uma dosagem e um
controle mais rigoroso do mesmo a partir desse valor e, também, porque a microestrutura do
concreto começa a apresentar algumas diferenças significativas excede esse valor.
A NBR 8953 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1992) classifica os
concretos, quanto à resistência, em Classe I e Classe II, sendo estes, os concretos com
resistências acima de 50 MPa, e, aqueles, os que apresentam valores abaixo desse valor,
considerando assim, de forma implícita, o limite divisor entre os CAR e CCV.
Edifício Lugar Ano Andares Resistênci
a (MPa)Lake Point Tower Chicago 1965 70 52
Water Tower Place Chicago 1975 79 62
River Plaza Chicago 1976 56 62
Texas Commerce Tower Houston 1981 75 52
Interfirst Plaza Dallas 1983 72 69
Grand Arche de la Dèfense Paris 1988 -- 65
Scotia Plaza Building Toronto 1988 68 70
Two Union Square Seattle 1989 58 115
Pacific First Center Seattle 1989 44 115
Trump Tower Nova York -- 68 55
One Wacker Place Chicago 1990 100 80
One Peachtree Center Atlanta 1991 95 83
Suarez Trade Salvador 1993 31 60
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
25
3.3.3 Vantagens do concreto de alta resistência
A evolução da tecnologia do concreto foi representada, ao longo dos anos, pelo aumento da
resistência à compressão. Uma vez que a penetração de agentes agressivos na estrutura
acontece pela porosidade do concreto e esta tem relação inversa com a resistência do mesmo,
entende-se a sua importância. Mehta e Monteiro (1994, p. 43) também defendem que, dentre
as propriedades, a mais importante para fins de projeto e para controle de qualidade é, sem
dúvida, a resistência do concreto.
Dentre os CAD, os CAR são os que apresentam maiores benefícios para a maioria das suas
propriedades, tais como: resistência a abrasão, porosidade, permeabilidade, resistência
mecânica, etc. Além do aumento na durabilidade das estruturas, são capazes de proporcionar
estruturas menos deformáveis, vão maiores entre os apoios, redução nas seções das peças e,
consequentemente, redução das cargas sobre as fundações (ALVES, 2000, p. 8).
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4 MÉTODOS DE DOSAGEM
A dosagem de concreto é o processo que busca a melhor proporção entre cimento, agregados,
água e aditivos para atingir as especificações prévias da estrutura (MEHTA; MONTEIRO,
1994, p. 312). Os mesmos autores ainda complementam: “[...] este processo é considerado
mais uma arte do que uma ciência.”. Apesar de não ser uma ciência exata, com o
conhecimento técnico e um pouco de prática pode ser facilmente entendida e aplicada. É
fundamental o estudo e aplicação de métodos de dosagem, dessa forma, é possível a produção
de concretos com maiores benefícios técnicos e econômicos para as diferentes aplicações.
Os fatores econômicos e técnicos, seja na execução ou no projeto da construção, sempre
foram os principais parâmetros na dosagem do concreto. Em 1927, o prof. Torres (1927, p.
[11]) já citava a resistência e a trabalhabilidade como condições a serem exigidas para uma
determinada aplicação do concreto. Ele também deixava clara a importância fundamental de
avaliar o fator econômico na dosagem.
Carneiro (1953, p. 8) define o processo de dosagem como a fixação das proporções de água,
cimento e agregado. O mesmo autor insere a questão da distribuição granulométrica dos
agregados e da durabilidade das estruturas, citando a última como uma propriedade a ser
prevista no desenvolvimento da dosagem, além das tradicionais: resistência e consistência.
Para Helene e Terzian (1993, p. 75-77), as propriedades do concreto endurecido são definidas
pelo projetista e as propriedades do concreto fresco são definidas em função das técnicas de
execução. Cabe ao tecnologista ponderar as exigências e determinar um concreto que atenda
ambos os quesitos, de forma mais econômica possível. Os mesmos autores definem e
discriminam, de maneira bastante completa, o que seriam os cinco parâmetros analisados na
dosagem do concreto: exigências de projeto, condições de exposição e operação, tipo de
agregado disponível economicamente, técnicas de execução e custo.
As diferentes categorias de concreto, desde o convencional até os de alto desempenho,
possuem comportamentos distintos. Para isso, é necessária a análise dos métodos de dosagem
para suas respectivas categorias: CCV, CAA e CAR.
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
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4.1 MÉTODOS DE DOSAGEM PARA CONCRETO CONVENCIONAL
Existem diversos métodos de dosagem para CCV, cuja utilização varia regionalmente,
dependendo de condições técnicas, disponibilidade de material, conhecimento dos métodos,
entre outros. Dentre eles merecem destaque e são abordados nos próximos subcapítulos, os
métodos: Abrams, Fuller, Furnas, ABCP, IPT/EPUSP, Cientec e Recena.
4.1.1 Método Abrams
Os estudos realizados por Abrams, em 1919, sobre dosagem de concreto foram pioneiros O
mesmo analisou a inter-relação entre alguns parâmetros, entre eles: quantidade de água da
mistura, a trabalhabilidade, granulometria dos agregados, módulo de finura da mistura,
absorção de água dos agregados, resistência mecânica (BOGGIO, 2000, p. 71). Através disso,
pode-se caracterizar e definir a proporção entre os componentes do concreto. Serão
apresentados apenas os conceitos básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se em
Abrams (1929).
O ensaio de abatimento é outra contribuição de Abrams, sendo utilizado para medir a
trabalhabilidade do concreto fresco e é empregado até hoje como indicativo de qualidade do
concreto, alterando apenas o formato cilíndrico para um tronco de cone (HELENE;
TERZIAN, 1993).
A principal característica do Método foi a estabelecimento de uma relação das propriedades
dos agregados, juntamente com a relação a/c, com a resistência à compressão do concreto
Outro ponto positivo é a possibilidade de dosar em volume, uma vez que o método original
foi idealizado dessa forma e facilita a dosagem dos materiais (HELENE; TERZIAN, 1993).
Apesar de pioneiro, o Método foi concebido com o uso de materiais que não correspondem
aos disponíveis atualmente, logo ele tem uma grande limitação quanto a sua faixa de
resistência aplicável e necessita extrapolação para resistência acima de 30 MPa. É necessário
ter cuidado na adição de água para correção do abatimento que o Método permite, pois pode
ter influência significativa na resistência.
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4.1.2 Método Fuller
O método empírico de dosagem proposto por Fuller, 1907, prevê uma distribuição
granulométrica ótima da mistura que proporcionasse um aumento na resistência ou
trabalhabilidade para concretos com mesmo consumo de cimento (BOGGIO, 2000, p. 109).
Dessa forma, o ganho de resistência é dado pela otimização do esqueleto granular ao invés de
alterar o consumo de cimento ou água do traço. Serão apresentados apenas os conceitos
básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se em Carneiro e Cincotto (1999).
As etapas iniciais definem o estabelecimento de parâmetros como trabalhabilidade e
quantidade de água através de tabelas, posteriormente é determinado o consumo de cimento
de acordo com a característica do concreto que se procura, sendo estabelecido o consumo de
cimento mínimo de 300 kg/m³ (TUTIKIAN, 2007, p. 54). As etapas subsequentes partem para
a caracterização dos agregados e posterior definição da curva de distribuição granulométrica,
com o intuito de obter uma mistura com a maior compacidade possível, minimizando o
volume de vazios da mistura.
Com a obtenção da proporção entre os agregados, determina-se a quantidade de materiais
necessária para a dosagem de 1 m³ de concreto. Cabe salientar que o método orienta a
produção de 25 litros a mais de concreto, esse acréscimo é uma correção feita devido à
redução do volume da pasta de cimento em relação ao volume do cimento e da água quando
não estão misturados (CARNEIRO; CINCOTTO, 1999).
4.1.3 Método Furnas
O método de Furnas para dosagem de concretos convencionais apresenta um roteiro
experimental, no qual estabelece faixas de controle para resistências e idades. Posteriormente
são criados gráficos para definir vários parâmetros, como: módulo de finura, porcentagem de
areia, relação a/c, graduação geométrica e porcentagens de cada agregado. Serão apresentados
apenas os conceitos básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se em Furnas (1997).
Uma vez fixada a resistência à compressão pretendida, determina-se o módulo de finura para
uma composição granulométrica ótima. A granulometria ótima é aquela que fornece, ao
concreto, maior compacidade e o consumo mínimo de cimento, fixada resistência e a relação
água/cimento (CARNEIRO, 1953, p. 9).
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
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4.1.4 Método ABCP
O Comitê 211 do American Concrete Institute (ACI), levando em consideração quesitos de
trabalhabilidade e resistência, publicou um método de dosagem que fornece o
proporcionamento dos materiais inicial que, posteriormente, deveria ser corrigido no canteiro
de obras (ALVES, 2000, p. 32). Depois de adaptado à realidade brasileira pela Associação
Brasileira de Cimento Portland (ABCP) passou-se a chamá-lo método ABCP. Serão
apresentados apenas os conceitos básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se em
Boggio (2000, p. 48-57).
Este Método segue uma série de procedimentos bem definidos, uma vez que os ensaios
preliminares estejam feitos. Os parâmetros iniciais para desenvolvimento do Método são a
trabalhabilidade, de acordo com: os materiais, forma de adensamento e local de aplicação.
Depois, uma série de procedimentos devem ser seguidos, para que se estipulem valores
máximos de tamanho de agregado, quantidade de água de amassamento e relação a/c, para o
concreto atingir as exigências do projeto e execução até definir qual a quantidade máxima de
agregado seco compactado na mistura. Esta é a característica marcante desse Método,
buscando um concreto com a máxima quantidade possível de agregado, trazendo com isso
benefícios econômicos e a facilidade na percepção, por um tecnologista experiente, de falta ou
excesso de argamassa no concreto (BOGGIO, 2000, p. 48).
O Método possuí o inconveniente do intervalo de resistências em que é válido, entre 10 MPa e
40 MPa, ser muito reduzido. Outro fator a ser ponderado é a falta de especificação de qual
cimento a ser utilizado, reportando apenas a sua resistência aos 28 dias. A maior crítica
consiste no método de determinar as proporções dos materiais através de tabelas, que acabam
não abrangendo todos os tipos de materiais existentes.
4.1.5 Método IPT/EPUSP
O método IPT/EPUSP, desenvolvido no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São
Paulo e na Escola Politécnica da USP, tem grande utilização nacional devido à facilidade de
aplicação e poucos ensaios preliminares ao processo. De posse de algumas definições dos
parâmetros de projeto como a relação a/c, diâmetro máximo característico do agregado graúdo
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(DMC), pode-se iniciar a etapa experimental do procedimento. Serão apresentados apenas os
conceitos básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se em Helene e Terzian (1993).
Para Alves (2000, p. 35), o Método consiste basicamente na construção de um diagrama de
dosagem que possa modelar, para um determinado conjunto de materiais, o comportamento
do concreto, uma vez definidos: resistência à compressão, relação água/cimento, relação
agregados secos/cimento e consumo de cimento por metro cúbico. Fochs (2011, p. 71)
salienta que este diagrama é composto por três quadrantes, cada um embasado pelas leis de
comportamento: de Lyse, de Abrams e de Mollinari.
Helene e Terzian (1993, p. 243) classificam a obtenção do teor de argamassa, feita de maneira
experimental, como uma das etapas mais importantes do Método, sendo o mesmo para
variações de até 1,5 pontos da massa de agregados total do traço inicial. O diagrama tem o
inconveniente de ser válido apenas para resistências dentro do intervalo estudado
4.1.6 Método Cientec
O método Cientec foi desenvolvido pela Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec) do
estado do Rio Grande do Sul a partir dos agregados desse Estado, sendo apresentados valores
médios para parâmetros de dosagem. Para utilização em demais regiões ou com materiais
diferentes dos caracterizados é recomendável um estudo anterior. Serão apresentados apenas
os conceitos básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se em Recena (2011).
Recena (2011, p. 40) lembra que os parâmetros iniciais para o procedimento se baseiam nas
características dos materiais constituintes do concreto. Inicialmente é obtido, por meios de
tabelas, o teor de argamassa, a relação água/materiais secos e a dimensão máxima
característica do agregado graúdo. Posteriormente, a relação água/cimento e todas as demais
relações são facilmente obtidas por fórmulas ou relações diretas que levam em conta as
propriedades médias dos materiais caracterizados.
O Método prioriza a utilização de constantes físicas específicas dos agregados utilizados no
traço ao invés de utilizar os valores médios obtidos por tabelas, diminuindo assim a
variabilidade e tornando-o mais confiável. Ou seja, a obtenção de concretos com pequenas
distorções estará fadada à correta identificação e enquadramento dos materiais nas opções
disponíveis no método.
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
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Recena (2011, p. 63) lembra que o método da Cientec, por se tratar de um método empírico, é
totalmente compreensível que necessite de ajustes. O mesmo autor pondera algumas fontes de
variação, tais como: a utilização de valores médios para propriedades físicas dos agregados, a
não consideração da questão granulométrica do agregado e do cimento, além das variações
intrínsecas dos materiais que constituem o concreto. Portanto, é imprescindível a intervenção
no traço do concreto, caso necessite, podendo manter a mesma resistência inicial ou a mesma
trabalhabilidade.
4.1.7 Método Recena
O método Recena propõe uma metodologia baseada na substituição da quantidade de cimento
por cinza volante, reduzindo o consumo de cimento e utilizando um material que, além de ser
considerado como rejeito, é um poluente (RECENA; 2011, p. 29). Este método sugere a
hipótese de a trabalhabilidade ser proporcional ao volume de pasta do concreto e também tem
como parâmetro de entrada a substituição de cimento Portland ao invés da relação
água/cimento ou como os demais métodos. Serão apresentados apenas os conceitos
básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se em Recena (2011).
O Método baseia-se na composição dos agregados que resulte na mistura com a maior massa
unitária possível, eliminando a maior quantidade de vazios. Após uma série de composições
que estabelecem a melhor proporção entre os agregados, chega-se ao teor de argamassa ideal
através da relação entre o volume de vazios e a massa específica da argamassa. Após a
definição granulométrica da mistura, é definido o volume de pasta ideal através do traço de
melhor trabalhabilidade, verificando-se para um índice de consistência, qual o menor relação
água/materiais secos (H) ou, fixando um H, qual o traço com maior índice de consistência.
Com a definição do traço de melhor reologia tido como referência, são definidos para a
dosagem teores de substituição de cimento Portland por cinza volante, mantendo o mesmo
volume de pasta, alterando apenas o rendimento do aglomerante (RECENA, 2011)
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4.2 MÉTODOS DE DOSAGEM PARA CONCRETO AUTOADENSÁVEL
A dosagem do CAA é um dos aspectos mais importantes na produção do mesmo, mas ainda é
estudada de forma superficial (TUTIKIAN et al., 2007). Os métodos abordados nos tópicos
subsequentes deste trabalho são os métodos: Okamura, Gomes, Tutikian, Repette, Alencar &
Helene, Tutikian/Dal Molin e Recena.
4.2.1 Método Okamura
Okamura (1995, tradução nossa) criou um método de dosagem para CAA, tentando
solucionar os problemas de durabilidade das construções japonesas. O mesmo autor define um
CAA com três critérios: limitada quantidade de agregados graúdos, baixa relação
água/cimento e altas dosagens de aditivo superplastificante. Serão apresentados apenas os
conceitos básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se em Silva (2008).
O processo procura-se limitar a quantidade de agregados graúdos, buscando reduzir o contato
entre estas partículas e consequentemente reduzir a pressão interna da massa. De maneira
análoga, se o teor de agregado miúdo ultrapassa um determinado valor, o contato direto entre
as partículas de areia provocará uma redução na deformação da massa de concreto
(OKAMURA, 1995, tradução nossa).
O presente Método classifica o CAA em duas fases: a argamassa e o agregado graúdo. Deve-
se verificar a fluidez, viscosidade e coesão da mistura através de ensaios específicos, a fim de
verificar se o CAA está apto a ser aplicado ou necessita alguma correção.
4.2.2 Método Gomes
O método proposto por Gomes possui caráter experimental e foi desenvolvido para se obter
uma resistência mínima à compressão. Este princípio é obtido através de um traço que utilize
a menor quantidade possível de aditivo superplastificante e cimento, mas sem deixar de
atender certos requisitos do concreto no estado fresco, verificando a condição de
autoadensibilidade através de testes de controle. Serão apresentados apenas os conceitos
básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se em Tutikian (2004).
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
33
O Método é baseado na otimização do esqueleto granular dos agregados e, em separado, da
pasta. A última é obtida através da fixação das relações a/c e filer/cimento, variando a
dosagem de superplastificante até chegar ao teor ótimo. A definição do esqueleto granular é
obtido através da determinação da relação areia/brita pelo critério da máxima densidade em
seco e sem compactação dos materiais, visando obter uma menor quantidade de vazios entre
eles (TUTIKIAN, 2004, p. 79).
4.2.3 Método Tutikian
O método proposto por Tutikian (2004) é uma adaptação, para CAA, do método do
IPT/EPUSP para os convencionais. Fochs (2011, p. 86) lembra que o processo de escolha dos
materiais, as definições do teor de argamassa e de três traços são iguais ao método
IPT/EPUSP, uma vez que os procedimentos iniciais são os mesmos, excluindo-se a adição de
aditivo superplastificante. O Método começa a se diferenciar na adição do aditivo
superplastificante no CCV, o qual segrega a mistura. Após isso, se inicia a correção do traço
com a adição de finos ou aditivo modificador de viscosidade, aumentando a coesão e
eliminando a segregação, chegando ao CAA. São feitos ensaios de fluidez, para verificar se o
concreto está apto ou se deve ser corrigido com adição de finos ou com aditivos. Serão
apresentados apenas os conceitos básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se em
Tutikian e Dal Molin (2008).
O uso de aditivo modificador de viscosidade pode ser preferível ao invés dos finos, cabendo a
análise de custos para definir qual o mais adequado (TUTIKIAN, 2007, p. 52). Para concluir o
processo, são rompidos os corpos de prova à compressão axial para construir as curvas e retas
dos diagramas de dosagem.
4.2.4 Método de Repette
O método de Repette parte do parâmetro básico a relação água/cimento para obter as
resistências. Inclusive, para isso podem ser utilizadas as curvas de dosagem de CCV, desde
que tenham os mesmos materiais e mesmo tipo de cimento em sua composição. Para traçar a
curva de um CAA são necessários três valores de resistência dentro do intervalo de interesse,
necessitando um teor de finos para cada relação a/c. Serão apresentados apenas os conceitos
básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se em Gomes e Barros (2009).
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Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
34
O teor de finos é aumentado até eliminar a segregação da pasta, podendo ser feito o ajuste do
mesmo com a adição de superplastificantes (SP) e durante a realização dos ensaios de
argamassa. Gomes e Barros (2009) explicam que a relação de agregado miúdo/argamassa é
obtida através de ensaios de espalhamento e funil V, variando os teores de SP e de agregado
miúdo. O volume ideal de agregado miúdo é o que apresentar o maior teor, desde que
satisfaça os resultados de trabalhabilidade. Em função do uso de SP, a quantidade de pasta
pode ser aumentada para obter misturas mais econômicas, sendo necessário avaliar
novamente através dos ensaios de espalhamento e fluidez.
O volume de agregado graúdo em relação ao volume total também é obtido por ensaio de
espalhamento. Quanto ao proporcionamento dos materiais, ele prevê uma melhor combinação
entre as areias média e fina e, também, entre as britas 0 e 1, definindo a melhor combinação
entre os agregados graúdos e miúdos. O ajuste do SP deve ser feito ao final do processo, caso
se mostre necessário, através de ensaios de trabalhabilidade.
Fochs (2011, p. 85-86) lembra que a resistência axial à compressão deve ser avaliada, tanto da
argamassa quanto do concreto, bem como o módulo de elasticidade. Dessa forma, há a
possibilidade de avaliar as resistências obtidas pelo Método e uma eventual correção, caso
não atinja o desempenho esperado.
4.2.5 Método Alencar & Helene
O método de Alencar & Helene parte do conceito de correção da coesão do concreto fresco
através da substituição de parte dos materiais por outros mais finos. A substituição parcial do
cimento é feita por um fino pozolânico e a do agregado miúdo é feita por fíler calcário, ambos
os materiais possuem uma área superficial maior do que os originais. Portanto, os traços
pobres em cimento exigem uma maior substituição por material fino do que os traços ricos, ou
seja, determina-se uma correlação entre a relação agregado/cimento e o conteúdo ideal de
substituição. A substituição por materiais mais finos para aumentar a coesão, deve ser
condicionada ao aumento do teor de argamassa, para possibilitar a capacidade do concreto
passar pelas armaduras. Serão apresentados apenas os conceitos básicos do Método, a
descrição detalhada encontra-se em Fochs (2011).
A dosagem inicia com o traço médio, estabelecendo um valor de m baseado na resistência
média requerida. São feitas uma série de incrementos no teor de finos, aditivos e teor de
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
35
argamassa, em relação ao traço inicial. Logo em seguida é testada a autoadensabilidade
através de ensaios e, se não constatada, deve voltar ao procedimento anterior para correção
(FOCHS, 2011, p. 92). Neste Método, o incremento de água na mistura é uma etapa de suma
importância na dosagem, pois o excesso de água pode causar a segregação dos materiais.
4.2.6 Método Tutikian/Dal Molin
Fochs (2011, p. 89) pondera que a dosagem pelo Método Tutikian/Dal Molin pode ser
realizada com quaisquer materiais, priorizando os menores diâmetros máximos. Dessa forma
maximiza o empacotamento e reduz a possibilidade de segregação. Tutikian e Dal Molin
(2008, p. 93) aconselham especificar todas as faixas granulométricas para que ocorra a
distribuição continua dos componentes. Serão apresentados apenas os conceitos básicos do
Método, a descrição detalhada encontra-se em Tutikian e Dal Molin (2008).
O empacotamento das partículas deve ser feito a cada dois diâmetros de agregados, em ordem
decrescente. Iniciando com a brita e o próximo agregado de menor granulometria, o resultado
dessa mistura é empacotado novamente e assim sucessivamente, ficando somente o cimento
fora desse processo. Tutikian e Dal Molin (2008, p. 94) definem que o menor índice de vazios
representa o melhor empacotamento.
A determinação da relação a/c e o teor de SP antes da mistura é prática recomendável,
podendo utilizar históricos de concretos similares, a experiência do responsável e em função
do traço intermediário (TUTIKIAN; DAL MOLIN, 2008, p. 97-98). Além disso, é natural a
necessidade de ajuste durante os ensaios de trabalhabilidade, assim como se indica a
utilização de aditivos plastificantes para o abatimento inicial, pois tem um efeito mais
prolongado e um custo muito mais baixo que o SP. Por fim, é desenvolvida a mistura de, no
mínimo, três traços para posterior obtenção das equações de comportamento e suas
respectivas curvas de dosagem. As proporções entre os agregados e finos são mantidas
constantes para todos os traços, assim como a relação SP/cimento, variando o percentual de
argamassa seca. Finalmente, para elaborar as curvas e retas do diagrama de dosagem, são
realizados ensaiados de resistência à compressão.
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Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
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4.2.7 Método Recena
Fochs (2011) constatou a aplicabilidade do método proposto por Recena (2011) em CAA. O
Método mantém os conceitos de melhor composição entre os agregados, a fim de obter um
esqueleto granular com menor volume de vazios. Porém o traço de referência é selecionado
majorando o fck necessário. Como a coesão é um parâmetro fundamental em CAA,
recomenda-se um consumo de cimento superior a 450 kg/m³. Serão apresentados apenas os
conceitos básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se Fochs (2011).
A definição do teor de argamassa é obtida experimentalmente adicionando ao teor ideal do
método convencional, percentuais que aumentem o abatimento de tronco de cone até o valor
estabelecido pelo método, função do diâmetro máximo característico do agregado graúdo.
Paralelo a esse procedimento adiciona-se água até atingir o abatimento exigido sem a
segregação do material e, posteriormente, aumenta-se o teor de argamassa do concreto em 2%
para absorver possíveis variações na distribuição granulométrica (FOCHS, 2011, p. 119).
A substituição de parte do cimento Portland, por percentagens pré-definidas de cinza volante,
é estabelecida da mesma forma que o CCV, o valor de H é fixado e o espalhamento é
alcançado através de aditivo superplastificante (FOCHS, 2011, p. 125). Finalmente, são feitos
ensaios para verificação da condição de autoadesabilidade do concreto.
4.3 MÉTODOS DE DOSAGEM PARA CONCRETO ALTA RESISTÊNCIA
Parte da dificuldade na produção do CAR reside na falta de um maior domínio dos métodos
de dosagem, definindo regras de proporcionamento e padronizando a produção do mesmo.
Contrapondo a isso, nos últimos anos foram desenvolvidos alguns métodos de dosagem para
CAR, sendo citados, a seguir, os seguintes métodos: Mehta Aitcin, Nawy, Toralles-Carbonari,
Vitervo, Aitcin, IPT Modificado e Recena.
4.3.1 Método Mehta Aitcin
O método Mehta-Aitcin é proposto para resistências acima de 60 MPa, pois a partir desse
valor que se obtém concretos de baixa permeabilidade, característica do CAR. Já o limite
superior de 120 MPa se deve à produção de concretos com agregados naturais que,
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
37
dificilmente atingirem resistências acima desta (FOCHS, 2011). Serão apresentados apenas os
conceitos básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se em Alves (2000).
Um grande atrativo deste Método é a redução no número de ensaios preliminares e a
simplicidade dos mesmos, resumindo-se a ensaios de massa específica dos materiais
constituintes do concreto. De posse destes dados e da definição dos parâmetros de projeto e
execução, como resistência à compressão, DMC e abatimento, pode-se iniciar os
procedimentos de dosagem. Facilmente chega-se ao traço procurado, a partir das relações de
volumes entre os componentes e proporções entre pasta de cimento, agregado graúdo e
miúdo.
Alves (2000, p. 4) ressalta a possibilidade de ajuste da quantidade de água da mistura, afim de
corrigir o teor de umidade dos agregados e também a água contida nos aditivos SP. A mesma
autora salienta que as proporções dos materiais obtidas pelo Método servem apenas como
guia, provavelmente necessitando de ajustes posteriores.
4.3.2 Método Nawy
Basicamente, o método Nawy define a proporção da areia em função da diferença entre o
volume total do concreto e dos volumes dos demais materiais (ALVES, 2000, p. 38). Outro
fator considerado é a determinação da distribuição ótima do agregado graúdo, sendo tabelada
em função do diâmetro máximo característico (DMC). Este proporcionamento também
possibilita o uso ou não de aditivo na dosagem do CAR. Serão apresentados apenas os
conceitos básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se em Alves (2000).
Alves (2000, p. 39) ressalta que na execução da dosagem são necessários definições e ensaios
preliminares: de classe e tipo do cimento, módulo de finura da areia, teor de umidade dos
agregados, massa especifica e unitária dos agregados. As primeiras etapas de dosagem
definem, através de tabelas, o teor ótimo de agregado graúdo, estimam a quantidade de água e
a de ar da mistura, sendo feitas as correções devido à absorção de água dos agregados ao final
dessa etapa. Dando andamento à dosagem, define-se a relação água/aglomerante, em função
do uso ou não do aditivo superplastificante, DMC e resistência pretendida. Concluindo as
etapas, calcula-se o volume de areia e determina-se as proporções dos materiais.
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Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
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A dosagem é feita de maneira simples e rápida, uma vez que se tenham os ensaios
preliminares, necessitando de poucas misturas experimentais para obter-se o traço definitivo.
Possibilita a dosagem com uso ou não de adições. Ele tem o inconveniente de levar a valores
altos de consumo de cimento, afetando a questão econômica e gerando problemas
relacionados à retração. Também não é levada em consideração a dosagem do aditivo durante
o processo, sendo feita aleatoriamente durante a execução da mistura.
4.3.3 Método Toralles-Carbonari
O método proposto pela autora Toralles-Carbonari (1996) para CAR é baseado em três
princípios básicos: definição da composição da pasta, otimização do esqueleto granular e
determinação da quantidade de pasta no concreto. Serão apresentados apenas os conceitos
básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se em Toralles-Carbonari (1996).
Alves (2000, p. 50) lembra que a composição da pasta baseia-se na ideia da otimização da
composição da pasta, materiais e quantidades, atendendo os aspectos reológicos em estado
fresco sem prejudicar as características do material em estado endurecido. A otimização do
esqueleto granular tem a finalidade de minimizar o volume de vazios na mistura, através de
um melhor empacotamento dos agregados. E, por fim, a definição da quantidade ótima de
pasta, procurando a menor quantidade necessária para envolver os agregados e proporcionar o
acabamento satisfatório sem excesso da mesma, evitando o aumento no custos e buscando a
durabilidade da estrutura (ALVES, 2000, p. 51).
4.3.4 Método Vitervo
O método Vitervo trata-se de um método para composição de qualquer tipo de concreto, mas
possuí grande aplicação para CAR. O Método tem grande base experimental e possui como
objetivo principal a economia de cimento. Para isso, baseia-se em um maior empacotamento
das partículas, visando a máxima compacidade possível e menor consumo de cimento, para
otimização da mistura granular seca, recuperando os princípios dos métodos de granulometria
descontínua. Serão apresentados apenas os conceitos básicos do Método, a descrição
detalhada encontra-se em Vitervo (1998).
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
39
O Método tem difícil aplicação devido ao extenso programa experimental e, através de passos
a serem seguidos no laboratório, obtêm-se a mistura mais compacta. A determinação do
pacote granular tem a clássica finalidade de obter a melhor combinação entre os diferentes
materiais de forma a minimizar o volume de vazios e a quantidade de pasta (FOCHS, 2011, p.
70).
4.3.5 Método Aitcin
O método Aitcin, muito semelhante ao do ACI 211 (AMERICAN CONCRETE INSTITUTE,
1989, tradução nossa), baseia-se na combinação de resultados empíricos e da teoria do volume
absoluto. A faixa que o método pode ser utilizado está compreendida entre 40 e 140 MPa.
Serão apresentados apenas os conceitos básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se
em Silva (2008).
O Método exige uma série bastante extensa de ensaios preliminares de caracterização dos
materiais constituintes do traço, identificando inclusive a forma do agregado graúdo. Porém,
uma vez caracterizados os materiais e definidos os parâmetros de projeto e execução, obtém-
se, com muita facilidade, a proporção dos constituintes. O método consiste na aplicação de
uma série tabelas que relacionam os parâmetros de projetos com as proporções estimadas.
A eficácia do método é elevada, devido aos ensaios preliminares de todos os componentes do
concreto. A tabela de dosagem serve como um roteiro de cálculo, ajudando inclusive na
estimativa dos consumos dos materiais empregados na dosagem.
O Método possui o inconveniente de servir apenas como referência, pois é baseado em
experiências anteriores e normalmente necessita de ajustes na primeira tentativa do traço.
4.3.6 Método IPT Modificado
O método IPT Modificado foi desenvolvido a partir do método do IPT/EPUSP para CCV. Ele
foi elaborado para obter CAR com menores consumos de cimento. Seus princípios básicos
são: adoção de baixo teor de água/materiais secos, definição de um teor de argamassa e a
substituição de parte do cimento por uma adição pozolânica. Serão apresentados apenas os
conceitos básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se em Alves (2000).
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Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
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O método fixa uma baixa relação água/materiais secos (H), uma vez que se trata de CAR.
Para CCV, os valores de H são superiores a 9%, ao passo que para maioria dos demais
métodos os valores de H ficam entre 5 e 6% (ALVES, 2000, p. 61).
O teor de argamassa é obtido experimentalmente para os materiais disponíveis para a
dosagem do concreto, conforme sugerido por Helene e Terzian (1993). Da mesma maneira
que o método IPT/EPUSP para CCV, obtém-se as proporções de agregados graúdos e miúdos.
Posteriormente a isso, há o incremento de um novo passo que é o de substituição de parte do
cimento por material pozolânico e finalizando com a dosagem de aditivo superplastificante.
4.3.7 Método Recena
O método Recena para CAR tem o mesmo princípio de substituir uma quantidade de cimento
por uma adição, reduzindo o consumo de cimento e utilizando um material que tem grande
caráter poluente. Porém para CAR, a adição sugerida foi Sílica Ativa ao invés de cinza
volante, devido a sua grande capacidade de aumento da resistência Este método sugere a
hipótese de a trabalhabilidade ser proporcional ao volume de pasta do concreto e também tem
como parâmetro de entrada a substituição de cimento Portland ao invés da relação a/c ou fc28
como os demais métodos (RECENA, 2011, p. 29). Serão apresentados apenas os conceitos
básicos do Método, a descrição detalhada encontra-se em Recena (2011).
O processo para obtenção de uma composição dos agregados que resulte uma mistura com a
maior massa unitária possível se manteve da mesma forma. Assim como, a obtenção do teor
de argamassa ideal através da relação entre o volume de vazios e a massa específica da
argamassa. Após a definição granulométrica da mistura, é definido o volume de pasta ideal
através do traço de melhor trabalhabilidade, verificando-se para um índice de consistência
qual o menor H ou, fixando um H, qual o traço com maior índice de consistência (RECENA,
2011)
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
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5 DESCRIÇÃO DA ETAPA EXPERIMENTAL
O presente trabalho integra e analisa os resultados dos ensaios provenientes da disciplina de
Tecnologia e Dosagem de Concretos Convencionais e Especiais do Programa de Pós
Graduação Engenharia Civil (PPGEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Na
disciplina foram abordados 21 métodos de dosagem, distribuídos em 7 grupos que,
individualmente, trabalharam com um método para cada categoria (CCV, CAA e CAR).
A fim de comparar o desempenho de diferentes métodos de dosagem, o programa
experimental da disciplina previu a dosagem de quatro traços de concretos com resistências
potenciais à compressão pela NBR 5739 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2007), aos 28 dias, de 30, 50, 70, 90 MPa para CCV e CAA e 50, 70, 90 e 110
MPa para CAR. O programa contou com a moldagem de oito corpos de prova (CP) por traço,
totalizando 32 CP por método e 224 CP por categoria. Foram ensaiados à compressão axial
metade dos CP aos 7 e, outra metade, aos 28 dias, afim de verificar a evolução de resistência e
posteriormente graficar os diagramas de dosagem, com o traço pobre, os intermediários e o
rico, conforme programa experimental da disciplina apresentado no quadro 2. Nesta pesquisa
os métodos seguiram as suas respectivas diretrizes estabelecidas, sendo descritos no item 5.3
as considerações ou possíveis ajustes feitos nas dosagens.
Todos os traços foram produzidos, no laboratório do Norie, em uma betoneira de eixo vertical
e o adensamento foi mecânico, com auxilio de mesa vibratória. Para avaliar a trabalhabilidade
dos CAA foram utilizados os ensaios: slump flow test, slump-flow T50cm, v-funnel test e l-box
test, de acordo com a exigência de cada método, já para o CCV e CAR foi utilizado o
tradicional ensaio de abatimento de tronco de cone. A cura foi realizada em câmara úmida e a
utilização da retífica como preparação de base foi padronizada para todos os traços, devido a
menor interferência para concretos de maior resistência e, também, para padronizar com as
demais categorias. Todos os ensaios de resistência à compressão axial foram realizados
segundo as orientações da NBR 5739 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2007). O equipamento utilizado foi uma prensa computadorizada com
capacidade limite de 2000 kN, que registrou eletronicamente todos os dados diretamente no
computador acoplado a ela.
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Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
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Quadro 2 – Programa experimental da disciplina
(fonte: elaborado pelo autor)
Categoria fc28 Idade CP's fc28 Idade CP's fc28 Idade CP's fc28 Idade CP's
7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's
28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's
7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's
28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's
7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's
28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's
7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's
28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's
7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's
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7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's
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7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's
28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's
7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's
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28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's
7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's
28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's
7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's
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7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's 7 dias 4 CP's
28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's
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28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's 28 dias 4 CP's
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50 Mpa 70 Mpa 90 Mpa 110 Mpa
50 Mpa 70 Mpa 90 Mpa 110 Mpa
50 Mpa 70 Mpa 90 Mpa 110 Mpa
50 Mpa 70 Mpa 90 Mpa 110 Mpa
50 Mpa 70 Mpa 90 Mpa 110 Mpa
50 Mpa 70 Mpa 90 Mpa 110 Mpa
ABRAMS
TUTIKIAN &
DALMOLIN
IPT / EPUSP
CIENTEC
VITERVO
AITCIN
CAR
MEHTA-AITCIN
NAWY
TORRALLES-
CARBONARI
IPT MODIFICADO
RECENA
OKAMURA
30 Mpa 50 Mpa 70 Mpa 90 Mpa
GOMES
TUTIKIAN
REPETTE-MELO
ALENCAR &
HELENE30 Mpa 50 Mpa 70 Mpa 90 Mpa
30 Mpa 50 Mpa 70 Mpa 90 Mpa
30 Mpa 50 Mpa 70 Mpa 90 Mpa
30 Mpa 50 Mpa
90 Mpa
90 Mpa
90 Mpa
90 Mpa
70 Mpa 90 Mpa
30 Mpa 50 Mpa 70 Mpa 90 Mpa
30 Mpa 50 Mpa 70 Mpa 90 Mpa
70 Mpa
70 Mpa
70 Mpa
70 Mpa
70 Mpa
70 Mpa
70 Mpa
90 Mpa
90 Mpa
90 Mpa
50 Mpa
50 Mpa
50 Mpa
50 Mpa
50 Mpa
50 Mpa
50 Mpa
RECENA
30 Mpa
30 Mpa
30 Mpa
30 Mpa
30 Mpa
30 Mpa
30 Mpa
Método
FURNAS
ABCP
FULLER
RECENA
CCV
CAA
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
43
Através da análise global dos dados, pôde-se determinar uma série de parâmetros que
permitiram avaliar qual método é mais indicado, de acordo com as exigências de projeto e
execução, para cada aplicação. O amplo intervalo de resistências estabelecido, desde 30 até
110 MPa, tem a intenção de identificar os intervalos que cada método é mais indicado,
revelando grandes distorções para valores distantes desse intervalo.
5.1 MATERIAIS UTILIZADOS
A dosagem do concreto é responsável pelo comportamento do mesmo, seja em estado fresco
ou endurecido. O devido proporcionamento entre os materiais e as suas características afetam
diretamente no produto final. Portanto, este item irá apresentar as principais características
dos materiais utilizados nos diferentes métodos.
5.1.1 Cimento
O cimento utilizado em todas as dosagens é identificado como Cimento Portland de Alta
Resistência Inicial (CPV-ARI). Este é o cimento, disponível comercialmente, que não
apresenta adições quimicamente ativas e, portanto, irá minimizar as variáveis passíveis de
interferência no comportamento do concreto, permitindo que as únicas adições que possam
influir no comportamento do concreto, sejam as previstas nos traços. Outro fator importante
na escolha do CPV-ARI é a sua indispensável utilização na dosagem dos CAR, que estão
contemplados nesta pesquisa. As informações sobre este material estão apresentados na tabela
1.
__________________________________________________________________________________________
Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
44
Tabela 1 – Caracterização do cimento utilizado
(fonte: elaborado pelo autor)
5.1.2 Silica Ativa
A sílica ativa foi utilizada em alguns métodos de CAA e praticamente em todos os de CAR. A
mesma foi empregada devido ao seu caráter pozolânico e, também, ao minúsculo diâmetro de
suas partículas, da ordem de 0,2 micrometros, que possibilita um esqueleto granular mais
compacto. Os dados técnicos da sílica, fornecidos pelo fabricante, estão apresentados na
tabela 2.
Tabela 2 – Caracterização da sílica ativa
(fonte: elaborado pelo autor)
Resultados
(fabricante)
Resultados
obtidos NORIE
Exigências
NBR 5733/91
5,43 - ≤6,50
3,47 - ≤3,50
3,15 - ≤4,50
13,81 - 1,00
2,97 3,02 -
<5,0 - ≤5,0
Início 252 - ≥60
Fim 321 - ≤600
5118 - ≥3000
1 dia - 24,83 ≥14,0
3 dias - 34,72 ≥24,0
7 dias - 39,63 ≥34,0
28 dias - 46,91 -
Resistência à
Compressão
(MPa)
Mecânicos
MgO
SO₃
Perda ao fogo
Resíduo insolúvel
Massa específica (g/cm³)
Expansão à quente (mm)
Quimicos
Tempo de
pega (min)
Finura Blaine (cm²/g)
Físicos
Parametros Analisados
Dados
técnicos
≥ 85%
≤ 0,5%
≤ 3%
2,20
20000,00
Esférico
0,2 um
Massa específica (g/cm³)
Superfície específica (m²/Kg)
Formato da partícula
Diametro médio
Parametros Analisados
SiO₃
Equivalente Alcalino
Umidade
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
45
5.1.3 Cinza Volante
A cinza volante foi utilizada em alguns métodos de CAA como fino para aumentar a coesão,
contribuindo para o aumento da resistência à compressão em função do seu caráter
pozolânico. Além de possuir reatividade e interagir nas reações químicas de hidratação do
cimento, se trata de um rejeito industrial. A cinza volante utilizada nos ensaios possui massa
específica de 2,00 g/cm³.
5.1.4 Agregado Miúdo
O agregado miúdo utilizado foi uma areia quartzosa natural com distribuição granulométrica
contínua. A mesma foi caracterizada quanto a suas propriedades físicas, seguindo os ensaios
de composição granulométrica (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2003), determinação da massa unitária e determinação de massa específica. Os resultados da
caracterização física do agregado estão expressos na tabela 3.
Tabela 3 – Caracterização do agregado miúdo
(fonte: elaborado pelo autor)
Zona utilizável Zona ótima Zona utilizável Zona ótima
4,80 1 1 0 0 5 10
2,40 4 5 0 10 20 25
1,20 11 16 5 20 30 50
0,6 19 35 15 35 55 70
0,30 34 69 50 65 85 95
0,15 26 95 85 90 95 100
<0,15 5 100 100 100 100 100
2,21 1,55 - 2,20 2 2,90 - 3,50 3
2,40
2,62
1,57
Dimensão Máxima (mm)
Abertura das
Peneiras
(mm)
AMOSTRA
Massa Específica (g/cm³)
Massa Unitária (g/cm³)
AGREGADO MIÚDO
Retida Acumulada (%) - em massa
NBR 7211 (2005)
Limites Inferiores Limites SuperioresMédia
Retida (%)
Média
Retida
Acumulada
(%)
Módulo de Finura
__________________________________________________________________________________________
Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
46
5.1.5 Agregado Graúdo
Neste estudo empregam-se agregados graúdos de origem basáltica (brita 0 e 1). Os mesmos
foram caracterizados quanto a suas propriedades físicas, seguindo os ensaios de determinação
da composição granulométrica (ABNT, NM 248/2003), determinação da massa unitária e
determinação de massa específica. Os resultados da caracterização física dos agregados estão
expressos nas tabelas 4 e 5.
Tabela 4 – Caracterização da brita 0
(fonte: elaborado pelo autor)
4,75/12,5 9,5/25 19/31,5 25/50 37,5/75
19,00 0 0 - 2 - 15² 65² - 95 95 - 100 -
9,50 1 1 2 - 15² 80² - 100 - - -
4,80 81 82 80 - 100 95 - 100 - - -
2,40 17 99 95 - 100 - - - -
1,20 0 100 - - - - -
0,60 0 100 - - - - -
0,30 0 100 - - - - -
0,15 0 100 - - - - -
Fundo 0 100 - - - - -
5,82
9,50 ou 6.3
2,98
1,38
AGREGADO GRAÚDO - BRITA 0
Dimensão Máxima (mm)
Massa Específica (g/cm³)
Massa Unitária (g/cm³)
NBR 7211 (2005)
Retida Acumulada (%) - em massa
Zona Granulométrica - d/D ¹
Módulo de Finura
Abertura das
Peneiras
(mm)
AMOSTRA
Média
Retida (%)
Média
Retida
Acumulada
(%)
¹-Zona Granulométrica corresponde à menor (d) e à maior (D)
dimensões do agregado graúdo
²-Em cada zona granulométrica deve ser aceita uma variação de no
máximo cinco unidades percentuais em apenas um dos limites
marcados
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
47
Tabela 5 – Caracterização da brita 1
(fonte: elaborado pelo autor)
5.1.6 Aditivo Superplastificante
Devido às baixas relações de a/c para os CAR e à alta fluidez exigida nos CAA, foi
indispensável a utilização de aditivo superplastificante. O aditivo utilizado é a base de éter
carboxílico e as suas informações técnicas, fornecida pelo fabricante, estão apresentadas na
tabela 6.
Tabela 6 – Caracterização do aditivo superplastificante
(fonte: elaborado pelo autor)
4,75/12,5 9,5/25 19/31,5 25/50 37,5/75
19,00 28 28 - 2 - 15² 65² - 95 95 - 100 -
12,50 67 95
9,50 5 100 2 - 15² 80² - 100 - - -
4,8 0 100 80 - 100 95 - 100 - - -
2,4 0 100 95 - 100 - - - -
1,20 0 100 - - - - -
0,60 0 100 - - - - -
0,3 0 100 - - - - -
0,2 0 100 - - - - -
99,90
8,21
38 ou 25
2,98
Zona Granulométrica - d/D ¹
Módulo de Finura
Dimensão Máxima (mm)
Massa Específica (g/cm³)
AGREGADO GRAÚDO - BRITA 1
Abertura das
Peneiras
(mm)
AMOSTRA NBR 7211 (2005)
Média
Retida (%)
Média
Retida
Acumulada
(%)
Retida Acumulada (%) - em massa
¹-Zona Granulométrica corresponde à menor (d) e à maior (D)
dimensões do agregado graúdo
²-Em cada zona granulométrica deve ser aceita uma variação de no
máximo cinco unidades percentuais em apenas um dos limites
marcados
Fundo
Estado físico Líquido
Cor Branco turvo
Odor Característico
pH 5-7
Base quimica Éter policarbixílico
Ponto de fulgor -
Explosividade -
Densidade (g/cm³) 1,067 - 1,107
Solubilidade Solúvel em água
Viscosidade (cps) ≤150
Teor de sólidos (%) 28,5 - 31,5
Parametros Analisados
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Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
48
5.2 PARÂMETROS SELECIONADOS PARA ANÁLISE
Existem diversos parâmetros que servem para caracterizar e controlar o concreto produzido,
tanto em estado fresco quanto endurecido. O presente estudo selecionou alguns desses
parâmetros para comparar os métodos de dosagem analisados e estão aqui listados:
a) Teor de pasta (P(1+a/agl));
b) Teor de argamassa (α);
c) Consumo de cimento teórico (Cc);
d) Custo por m³ (Cm³);
e) Custo por m³/MPa (Cm³/MPa).
O teor de pasta do traço é responsável por lubrificar os grãos de areia e evitar a exsudação. A
demanda de pasta do concreto é proporcional ao módulo de finura (MF) do agregado miúdo
utilizado na mistura, pois areias com MF maiores irão necessitar de menores teores de pasta
para preencher os espaços vazios do esqueleto granular da areia. A utilização de cimentos
mais finos proporciona uma redução na permeabilidade da pasta, reduzindo a exsudação O
teor de pasta é definido pela fórmula 1.
P(1+a/agl) = [(1+agl+a/agl)/(1+m)] (fórmula 1)
Onde:
P(1+a/agl) = teor de pasta de aglomerante na mistura em relação ao total de materiais secos;
agl = aglomerante adicionado na mistura;
a/agl = relação quantidade de água na mistura/total de aglomerantes contido nela, em massa
(kg/kg);
m = relação agregado/cimento, em massa (kg/kg).
O teor de argamassa corresponde ao percentual de finos (cimento + adições + agregado
miúdo) em relação aos materiais secos totais (1+m). É calculado através da fórmula 2.
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
49
α = [(1+a)/(1+m)] (fórmula 2)
Onde:
α = teor de argamassa na mistura em relação ao total de materiais secos;
a = relação quantidade de agregado miúdo/cimento, em massa (kg/kg);
m = relação agregado/cimento, em massa (kg/kg).
A argamassa tem a função de preencher os espaços vazios entre as partículas do agregado
graúdo e também de lubrificar a mistura. Um traço deve conter um teor de argamassa mínimo
que evite falhas no preenchimento dos vazios existentes entre as partículas de agregado
graúdo e não comprometa a resistência mecânica da estrutura, durabilidade e, tampouco, o
acabamento. A atenção na extrapolação exagerada do teor de argamassa também é de suma
importância, uma vez que o excesso pode acarretar em problemas de retração, elevar o custo e
até interferir negativamente no módulo de elasticidade do concreto.
O consumo de cimento é um dos parâmetros de maior relevância na escolha de um traço
devido a problemas de ordem técnica que um consumo de cimento elevado pode acarretar,
como aumento retração, redução no módulo de elasticidade e maior demanda por água para
mistura devido a sua elevada superfície específica em relação aos demais agregados. Além
dos fatores técnicos têm os de ordem econômica, pois este material representa a parcela
principal do custo total do concreto. O consumo de cimento teórico é representado pela
fórmula 3.
Cc = [(1000)/(1/yc+a/ya+p/yp+a/agl)] (fórmula 3)
Onde:
Cc = Consumo de cimento teórico para a produção de 1 m³ de concreto;
yc = massa específica do cimento;
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Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
50
a = relação quantidade de agregado miúdo/cimento, em massa (kg/kg);
ya = massa específica do agregado miúdo;
p = relação quantidade de agregado graúdo/cimento, em massa (kg/kg);
yp = massa específica do agregado graúdo;
a/agl = relação quantidade de água na mistura/total de aglomerantes contido nela, em massa
(kg/kg).
Uma vez atingido os requisitos técnicos do concreto como: durabilidade, resistência
mecânica, trabalhabilidade, entre outras, a análise do custo por metro cúbico é o parâmetro
determinante para escolha do traço. O mesmo é definido pela soma dos custos parciais de
cada material constituinte do traço.
O custo por m³/MPa representa o custo por unidade de resistência (1 MPa). Ou seja, a
variação no custo do concreto em relação ao incremento de uma unidade da resistência (1
MPa). Dessa forma, se obtém um índice para avaliar qual método apresenta o menor relação
custo/resistência, sendo definido pela fórmula 4:
Cm³/MPa = Cm³/fcj (fórmula 4)
Onde:
Cm³/MPa = Relação custo do concreto/resistência atingida;
Cm³ = Custo para produção de 1 m³ de concreto;
fcj = resistência potencial do concreto aos j dias de idade.
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
51
5.3 DOSAGEM DO CONCRETO E DEFINIÇÃO DOS TRAÇOS
Os procedimentos de dosagem seguiram os seus respectivos procedimentos e etapas
estabelecidas, conforme descrito no capítulo 4. Contudo, alguns métodos necessitaram ajustes
e considerações devido à impossibilidade de seguir, fielmente, algumas das etapas
estabelecidas pelos métodos originais. A descrição de qualquer alteração no método de
dosagem original será exposta a seguir.
5.3.1 Dosagem do CCV
Nos próximos itens serão apresentados ajustes, adaptações ou considerações tomadas a
respeitos dos métodos utilizados para CCV, possibilitando uma compreensão mais ampla a
respeito dos resultados obtidos.
5.3.1.1 Método de Abrams
Este método foi proposto em 1919, baseado nos materiais disponíveis na época. Devido à
tamanha disparidade entre os materiais utilizados na elaboração do método e os disponíveis
atualmente, principalmente com relação aos aglomerantes, optou-se por dobrar os valores das
resistências para cada relação a/c como ajuste, baseado em dados experimentais. Outro fator
relevante para a adaptação do método é o intervalo de resistências, original do método.
extramente restrito, estabelecida a resistência de 30 MPa como a máxima.
Para a composição dos quatro traços foi definido o mix de Abrams, que corresponde à
proporção entre cimento e agregados secos totais, através do estabelecimento da relação a/c
obtida da curva a/c x Como o diâmetro máximo característico e o módulo de finura dos
agregados permaneceram iguais em todos os traços, os percentuais de areia média e brita
foram, respectivamente, de 35% e 65%.
Para os quatro traços foram estabelecidas as relações a/c de 0,53, 0,48, 0,36 e 0,33 para os
respectivos traços (1:m) de 1:6,5, 1:5, 1:3,5 e 1:2. Buscou-se um concreto com abatimento 10
cm + ou - 2 cm e a composição de cada um dos traços obtidos pelo método de dosagem de
Abrams está na tabela 7.
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Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
52
Tabela 7 – Traços obtidos pelo método de dosagem Abrams
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.1.2 Método de Fuller
Foram definidos os parâmetros teóricos proposto pelo método de Fuller. Dentre eles a curva
de composição granulométrica que é função dos agregados disponíveis para utilização. Foi
estabelecida a proporção de 30% areia quartzosa média, 20% brita basáltica 0 e 50% brita
basáltica 1. Os valores de consumos de cimento estabelecidos para atingir as resistências
previstas no programa são de 300 kg/m³ como o limite inferior e 600 kg/m³ como superior.
A quantidade de água é um parâmetro tabelado de acordo com as características dos
agregados utilizados e, portanto, foi estabelecida uma quantidade de 193 litros de água por
traço. Porém, durante a dosagem atingiu-se o abatimento com uma quantidade inferior de
água, exceto para o traço mais rico que necessitou mais água do inicialmente estava previsto.
Os valores das quantidades de água, bem como os demais materiais pertencentes ao traço,
estão identificados na tabelo 8.
Cabe ressaltar que, visualmente, todos os traços apresentaram deficiência de argamassa e, por
isso, falta de coesão. O traço mais rico foi o que resultou no concreto com coesão mais
próxima do necessário, porém ainda deficiente.
%proporção
(massa)%
proporção
(massa)%
proporção
(massa)%
proporção
(massa)
Cimento 33,33 1,00 22,22 1,00 16,67 1,00 13,33 1,00
Areia média 23,33 0,70 27,11 1,22 29,17 1,75 30,40 2,28
Brita 1 43,33 1,30 50,67 2,28 54,17 3,25 56,27 4,22
a/c
α (%)
H (%)
Cc (kg/m³)
mesp (kg/m³)
Abatimento (mm)
Material
0,33 0,48 0,53
1:2,0 1:6,51:3,5
0,36
Traço (1:m), em massa
1:5,0
11,00 7,078,00 8,00
56,67 43,7349,33 45,83
772,5 520,3 389,2 306,0
2440,4 2528,8 2521,7 2551,3
108 95 95 92
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
53
Tabela 8 – Traços obtidos pelo método de dosagem Fuller
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.1.3 Método Furnas
O método de Furnas estabelece um estudo preliminar, composto por uma série de dosagens
experimentais que busca a obtenção de gráficos para dosagem. Eles definem diversos
parâmetros como: módulo de finura da mistura, porcentagem da areia, relação a/c, graduação
geométrica e percentagens de cada um dos agregados. Evidenciado a indisponibilidade de
tempo para realizar estes ensaios preliminares, buscou-se na bibliografia uma aplicação do
Método com agregados similares aos utilizados neste estudo e optou-se pela utilização dos
dados obtidos na barragem Serra da Mesa (FURNAS, 1997).
A resistência máxima encontrada na dosagem de concretos para Barragem Serra da Mesa foi
de 45 MPa, portanto extrapolou-se as curvas para dosagem. Neste mesmo estudo foi
considerado 5,00% o valor de ar incorporado no concreto e desvio padrão de 4,0 para calcular
a resistência de controle conforme a fórmula 5:
= + 1,65 x Sd (fórmula 5)
O Método estabelece 0,20 como valor mínimo para a relação a/c, ela é função da resistência
de controle, esta determinada pela fórmula 6.
%proporção
(massa)%
proporção
(massa)%
proporção
(massa)%
proporção
(massa)
Cimento 24,81 1,00 20,70 1,00 16,61 1,00 12,47 1,00
Areia média 20,60 0,83 21,74 1,05 22,76 1,37 23,94 1,92
Brita 0 15,63 0,63 16,36 0,79 17,28 1,04 18,20 1,46
Brita 1 38,96 1,57 41,20 1,99 43,36 2,61 45,39 3,64
a/c
α (%)
H (%)
Cc (kg/m³)
mesp (kg/m³)
Abatimento (mm) 110
571,2 484,9 389,1
2514,1 2540,4
294,7
Material 1:3,03 1:3,83 1:5,02 1:7,02
0,36 0,39 0,48 0,60
Traço (1:m), em massa
2540,2 2553,8
8,93
42,44 39,37 36,41
7,488,07 7,97
85 80 105
45,41
__________________________________________________________________________________________
Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
54
= 110,443 x e ^(-2,814 x a/c) (fórmula 6)
O módulo de finura foi estabelecido de acordo com a fórmula 7.
= -352,925 + 69,792 x MF (fórmula 7)
Com o MF estabelecido, calcula-se o percentual de areia da mistura de acordo com a fórmula
8 e, por fim, a determinação da relação agregado seco/cimento de acordo com a fórmula 9.
MF = 7,309 - 0.053 x % Areia (fórmula 8)
= 88,936 x e^(-0,218 x m) (fórmula 9)
Após uma séries de fórmulas, baseadas nas características dos agregados, definiu-se as
proporções entre os componentes do concreto e seus parâmetros apresentados na tabela 9.
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
55
Tabela 9 – Traços obtidos pelo método de dosagem Furnas
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.1.4 Método ABCP
O método ABCP foi criado em 1980 e baseado em materiais que não são os mesmos
disponíveis atualmente, portanto extrapolou-se os valores da curva de Abrams para estimar o
comportamento do CPV que não está contemplado no método original. Uma vez feita a
extrapolação, os demais parâmetros e proporções dos materiais são de fácil obtenção através
de tabelas e, portanto, eles foram obtidos de acordo com os passos prescritos no método. Os
traços fornecidos pelo método estão na tabela 10.
Tabela 10 – Traços obtidos pelo método de dosagem ABCP
(fonte: elaborado pelo autor)
%proporção
(massa)%
proporção
(massa)%
proporção
(massa)%
proporção
(massa)
Cimento 86,21 1,00 59,17 1,00 32,57 1,00 19,72 1,00
Areia fina 0,00 0,00 0,00 0,00 2,61 0,08 9,07 0,46
Areia média 0,86 0,01 7,69 0,13 15,64 0,48 16,96 0,86
Areia grossa 1,72 0,02 1,18 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00
Brita 0 11,21 0,13 31,95 0,54 49,19 1,51 54,24 2,75
a/c
Aditivo (%)
α (%)
H (%)
Cc (kg/m³)
mesp (kg/m³)
1:2,07 1:4,07
0,20
89,00 68,00 51,00 46,00
Material
Traço (1:m), em massa
1,00 1,00 1,00 1,00
0,39
1:0,16
17,24 11,83 7,82 7,69
1720,0 1304,4 773,3 464,1
0,20 0,24
1:0,69
2320,0 2455,9 2562,8 2542,2
%proporção
(massa)%
proporção
(massa)%
proporção
(massa)%
proporção
(massa)
Cimento 37,45 1,00 24,94 1,00 18,28 1,00 13,37 1,00
Areia média 10,49 0,28 22,19 0,89 28,52 1,56 33,16 2,48
Brita 1 52,06 1,39 52,87 2,12 53,20 2,91 53,48 4,00
a/c
α (%)
H (%)
Cc (kg/m³)
mesp (kg/m³)
Abatimento (mm)
0,43 0,42 0,53
Traço (1:m), em massa
2526,9 2532,5
1:1,67
47,94
16,10
100,0
2321,4
748,8
1:3,01 1:4,47 1:6,48
0,35
47,13 46,80 46,52
8,73 7,68
Material
575,9 429,0 316,2
85,0 115,0 100,0
2510,8
7,09
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Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
56
5.3.1.5 Método IPT/Epusp
Foi estabelecido os traços 1:2, 1:3,5, 1:5,0 e 1:6,5 afim de obter um intervalo relativamente
grande entre os teores de m e obter as resistências pretendidas pelo programa experimental da
disciplina. O teor de argamassa que possibilitou o preenchimento dos vazios do agregado
graúdo e um bom acabamento, obtido experimentalmente conforme indicado pelo Método, foi
de 50%. A execução do Método seguiu as etapas previstas sem necessitar de nenhuma
adaptação e os traços obtidos estão na tabela 11.
Tabela 11 – Traços obtidos pelo método de dosagem IPT/Epusp
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.1.6 Método Cientec
A definição das resistências de 30, 50, 70 e 90 MPa pelo método de dosagem Cientec,
conforme programa da disciplina, acarretou em misturas com relação a/c e H muito baixas,
comprometendo inclusive a moldagem dos CP. Portanto, optou-se por utilizar aditivo
superplastificante e atender ao abatimento de tronco de cone entre 70 mm + ou - 20mm. Os
traços obtidos pelo método da Cientec estão apresentados na tabela 12.
%proporção
(massa)%
proporção
(massa)%
proporção
(massa)%
proporção
(massa)
Cimento 33,33 1,00 22,22 1,00 16,67 1,00 13,33 1,00
Areia média 16,67 0,50 27,78 1,25 33,33 2,00 36,67 2,75
Brita 1 50,00 1,50 50,00 2,25 50,00 3,00 50,00 3,75
a/c
α (%)
H (%)
Cc (kg/m³)
mesp (kg/m³)
Abatimento (mm)
50,00 50,00
741,1 518,8 394,6 312,6
2463,5 2523,6 2538,5 2519,4
10,80
90
8,10
80
7,22 7,47
85 90
0,32 0,56
50,00
0,36
50,00
Material 1:2,0 1:3,5
Traço (1:m), em massa
1:5,0 1:6,5
0,43
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
57
Tabela 12 – Traços obtidos pelo método de dosagem Cientec
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.1.7 Método Recena
Para definição do traço de melhor reologia, foram dosados os traços 1:3,00, 1:4,50 e 1:6,00 e,
fixando-se a quantidade de água sobre o total de material seco, mediu-se o abatimento de
tronco de cone dos concretos. Os traços estão apresentados na tabela 13.
Tabela 13 – Traços de melhor reologia obtidos pelo método Recena
(fonte: elaborado pelo autor)
%proporção
(massa)%
proporção
(massa)%
proporção
(massa)%
proporção
(massa)
Cimento 53,48 1,00 41,49 1,00 30,86 1,00 17,09 1,00
Areia média 1,07 0,02 12,86 0,31 23,46 0,76 37,26 2,18
Brita 1 45,45 0,85 45,64 1,10 45,68 1,48 45,64 2,67
a/c
Aditivo (%)
α (%)
H (%)
Cc (kg/m³)
mesp (kg/m³) 2589,3 2547,2 2518,2 2475,5
Material
0,16
0,00
0,51
Traço (1:m), em massa
54,36 54,32 54,36
1:0,87
54,55
1:2,24
0,28
1:4,851:1,41
0,21
1,18 0,65 0,21
8,56 8,71 8,64 8,72
741,1 518,7 394,5 312,5
% massa kg % massa kg % massa kg
Cimento 25,00 1,00 9,14 18,18 1,00 6,65 14,29 1,00 5,22
Areia fina 4,06 0,16 1,48 5,42 0,30 1,98 6,20 0,43 2,27
Areia média 16,24 0,65 5,94 21,69 1,19 7,93 24,81 1,74 9,07
Brita 0 9,85 0,39 3,60 9,85 0,54 3,60 9,85 0,69 3,60
Brita 1 44,85 1,79 16,40 44,85 2,47 16,40 44,85 3,14 16,40
água 3,46 3,46 3,46
α (%)
H (%)
s (mm)
a/c
Material
Traço
45% 45%
0,52 0,66
1:3,00 1:4,50 1:6,00
45%
9,46% 9,46% 9,46%
80 195 220
0,38
__________________________________________________________________________________________
Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
58
Através do procedimento contido no método, foi definido o traço 1:5,00 como o de melhor
reologia. O próximo passo é a substituição de porcentagens fixas de cimento por cinza volante
e verificar a sua influência na resistência, estes traços estão apresentados na tabela 14
Tabela 14 – Traços com substituição de cimento por cinza pelo método Recena
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.2 Dosagem do CAA
Nos próximos itens são apresentados ajustes, adaptações ou considerações tomadas a
respeitos dos métodos utilizados para CAA, possibilitando uma compreensão mais ampla a
respeito dos resultados obtidos.
5.3.2.1 Método Okamura
A definição das resistências de 30, 50, 70 e 90 MPa pelo método de dosagem Okamura,
conforme programa da disciplina, acarretou em misturas com relações água/finos maiores ou
menores que a faixa indicada pelo método entre 0,9 e 1,0. O restante do Método seguiu as
etapas previstas e os traços estão dispostos na tabela 15.
proporção
(massa)kg
proporção
(massa)kg
proporção
(massa)kg
proporção
(massa)kg
Cimento 1,00 9,29 1,00 8,36 1,00 6,97 1,00 5,57
Cinza 0,00 0,00 0,08 0,67 0,24 1,66 0,48 2,66
Areia fina 0,34 3,19 0,38 3,19 0,46 3,19 0,57 3,19
Areia média 1,37 12,77 1,53 12,77 1,83 12,77 2,29 12,77
Brita 0 0,59 5,49 0,66 5,49 0,79 5,49 0,98 5,49
Brita 1 2,69 25,00 2,99 25,00 3,59 25,00 4,49 25,00
Volume (dm³)
Água (kg)
Traço final cim.:agr.
Traço final agl.:agr.
α (%)
H (%)
a/c
a/agl
Cc (kg/m³)
mesp (kg/m³)
Abatimento (mm)
0,51
1:8,81
1:5,00
45 44
4,40
0,55
1:5,00
1:5,15
% substituição com correção volume (traço em massa)
0 10 25 40
19,49 19,49 19,49 19,49
2526,9 2536,8 2556,1 2572,6
80 100 100 110
7,89 7,95 7,99 8,30
0,47 0,53 0,63 0,81
4,41 4,40 4,54
1:5,38 1:5,64
45 45
Material
390,33 356,09 303,73 248,26
0,47 0,49
1:5,64 1:6,91
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
59
Tabela 15 – Traços obtidos pelo método de dosagem Okamura
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.2.2 Método Gomes
Conforme estabelecido no método de Gomes, foi obtido o teor de 2,2% como o ponto de
saturação do aditivo através do ensaio de cone de Marsh e o ensaio de mini-slump. Para a
determinação do volume de pasta ideal, iniciou-se os testes com o teor de 10% e foram
incrementadas pequenas porcentagens até chegar ao valor de 20%, obtendo um concreto com
características de autoadensibilidade.
Determinados os parâmetros de dosagem para a aplicação do método proposto por Gomes,
definiu-se o proporcionamento dos materiais conforme tabela 16. Seguindo as orientações do
Método, este proporcionamento entre os materiais se manteve nos diferentes traços, variando-
se somente as relações de a/c e chegando aos valores de 0,3, 0,4, 0,5 e 0,6 com o objetivo de
alcançar as resistências estipuladas no programa experimental da disciplina.
Apesar de seguir as orientações do Método, em geral, os traços não passaram pelos ensaios
básicos de exigências de CAA. Somente o traço com relação a/c de 0,5 ficou dentro dos
parâmetros do Slump Flow e traço com a/c de 0,4 dentro dos parâmetros exigidos pelo teste L.
% proporção % proporção % proporção % proporção
Cimento 19,57 1,00 17,88 1,00 16,39 1,00 14,59 1,00
Areia 20,68 1,06 21,11 1,18 21,49 1,31 21,96 1,50
Brita 0 29,74 1,52 30,37 1,70 30,91 1,89 31,58 2,16
Brita 1 30,01 1,53 30,64 1,71 31,20 1,90 31,87 2,18
a/c
Ág/finos (vol)
Aditivo (%)
α (%)
H% (%)
C (Kg/m³)
mesp Real (Kg/m³)
mesp Teórica (Kg/m³)
espmto (seg)
2350,2
2643,2
2318,0
2610,2
2343,1
2565,6
2284,1
2540,0
não passou não passou não passou 10
1:4,11
Traço (agl:m)
1:4,59 1:5,10 1:5,85
0,35
0,80 0,10 1,20 1,50
1,29 1,00 0,30 0,15
40,25 38,99 37,89 36,55
5,48 6,26 7,38 8,02
490,5 439,2 391,7 343,1
Material
0,28 0,45 0,55
__________________________________________________________________________________________
Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
60
Tabela 16 – Traços obtidos pelo método de dosagem Gomes
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.2.3 Método Tutikian
No ensaio do método de Tutikian ocorreu um erro de interpretação do Método e não fixou-se
a quantidade de aditivo superplastificante. Desse modo, não se acrescentaram todos os
materiais à medida que se fizeram as substituições, faltaram a água e o cimento, o que
manteria as mesmas relações a/c.
Os traços proposto sofreram alguns ajustes, a fim de adequa-los aos ensaios de
adensabilidade, e estão apresentados na tabela 17. Porém, o único ensaio que o CAA dosado
ficou dentro dos parâmetros exigidos foi o slump flow, os demais não ficaram dentro do
valores exigidos.
% proporção % proporção % proporção % proporção
Cimento 14,99 1,00 14,99 1,00 14,99 1,00 14,99 1,00
Cinza 1,65 0,11 1,65 0,11 1,65 0,11 1,65 0,11
Areia média 34,03 2,27 34,03 2,27 34,03 2,27 34,03 2,27
Brita 0 17,99 1,20 17,99 1,20 17,99 1,20 17,99 1,20
Brita 1 31,33 2,09 31,33 2,09 31,33 2,09 31,33 2,09
a/c
a/agl
Aditivo (%)
α
H (%)
C (Kg/m³)
mesp Real (Kg/m³)
mesp Teórica (Kg/m³)
espmto (mm)
0,40
0,27 0,36 0,45 0,54
2,20 2,20 2,20 2,20
50,67 50,67 50,67 50,67
4,50 6,00
2623,7 2564,8 2510,0 2458,9
517 585 522 485
7,50 9,00
376,4 362,8 350,1 338,2
2456,6 2206,1 2350,6 2443,1
Material
0,30 0,50 0,60
Traço
1:5,67 1:5,67 1:5,67 1:5,67
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
61
Tabela 17 – Traços obtidos pelo método de dosagem Tutikian
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.2.4 Método Repette
A dosagem do método Repette, característico por não necessitar de decisões ou alguma
escolha subjetiva do tecnologista, é baseada em ensaios rápidos e de custo acessível e em
resultados quantitativos e objetivos. Portanto, não se mostrou necessário qualquer ajuste ou
adaptação deste Método, estando todos os parâmetros e proporções do traço na tabela 18.
Tabela 18 – Traços obtidos pelo método de dosagem Repette
(fonte: elaborado pelo autor)
% proporção % proporção % proporção % proporção
Cimento 30,30 0,91 21,16 0,95 15,87 0,95 12,69 0,95
Silica Ativa 3,03 0,09 1,07 0,05 0,80 0,05 0,64 0,05
Areia Fina 0,73 0,02 0,67 0,03 0,77 0,05 0,87 0,07
Areia Média 15,93 0,48 27,11 1,22 32,57 1,95 35,80 2,69
Brita 50,00 1,50 50,00 2,25 50,00 3,00 50,00 3,75
a/c
a/agl
Aditivo (%)
α
H (%)
C (Kg/m³)
mesp Real (Kg/m³)
mesp Teórica (Kg/m³)
espmto (mm) 570 600 590 600
1:2,00 1:3,50 1:5,00 1:6,50
0,36
0,30 0,35 0,43 0,54
0,60 0,31 0,38 0,55
50,00 50,00 50,00
0,32 0,45 0,56
Material
Traço (agl:m)
50,00
9,83 7,71 7,15 7,15
751,0 521,9 394,3 314,4
2442,0 2510,0 2476,0 2458,0
2442,6 2515,7 2522,0 2513,3
% proporção % proporção % proporção % proporção
Cimento 20,61 0,88 21,41 1,00 20,41 1,00 17,54 1,00
Silica Ativa 2,81 0,12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Areia 37,47 1,60 38,54 1,80 38,78 1,90 40,35 2,30
Brita 39,11 1,67 40,04 1,87 40,82 2,00 42,11 2,40
a/c
a/agl
Aditivo (%)
α
H (%)
C (Kg/m³)
mesp Real (Kg/m³)
mesp Teorica (Kg/m³)
espmto (seg)
0,30 0,35 0,45 0,55
1,51 1,33 1,17 1,00
0,35
Traço (agl:m)
1:3,27 1:3,67 1:3,90 1:4,70
60,89 59,96 59,18 57,89
7,03 7,49 9,18 9,65
550,1 501,1 459,3
- - - -
2514,1 2515,5 2457,0 2437,3
620 650 600 585
390,0
Material
0,30 0,45 0,55
__________________________________________________________________________________________
Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
62
5.3.2.5 Método Alencar & Helene
A tabela 19 apresenta os traços estabelecidos pelo método de Alencar & Helene para CAA. O
mesmo mantém constante o teor de argamassa constante e a consistência é estabelecida pela
quantidade de areia fina, aumentando a quantidade para os traços mais pobres e diminuindo
para os ricos.
Tabela 19 – Traços obtidos pelo método de dosagem Alencar & Helene
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.2.6 Método Tutikian/Dal Molin
O procedimento de dosagem proposto por Tutikian/Dal Molin estipula uma série de
composições dos agregados que otimizam o esqueleto granular. O concreto em questão,
atingiu as proporções ideais com 70% de brita 1, 30% de brita 0 e um índice de vazios
relacionado a essa composição de 34%. Na segunda mistura, composta por 70/30 das britas e
a areia média obteve um teor ideal de 60% britas e 40% areia média, com o índice de vazios
de 15,1%. Por fim, foi feita a ultima composição com a cinza volante, chegando ao índice de
vazios de 8,81% e estabelecendo as proporções entre os agregados.
% proporção % proporção % proporção % proporção
Cimento 29,98 1,00 22,51 1,00 17,98 1,00 15,00 1,00
Silica Ativa 3,35 0,11 2,52 0,11 2,02 0,11 1,65 0,11
Areia Fina 3,26 0,11 7,50 0,33 12,24 0,68 17,26 1,15
Areia 18,41 0,61 22,51 1,00 22,76 1,27 21,09 1,41
Brita 0 18,01 0,60 18,01 0,80 17,98 1,00 18,00 1,20
Brita 1 26,99 0,90 26,96 1,20 27,02 1,50 27,00 1,80
a/c
a/agl
Aditivo (%)
α
H (%)
C (Kg/m³)
mesp Real (Kg/m³)
mesp Teórica (Kg/m³)
espmto (mm)
2481,6
0,28 0,34 0,40 0,45
0,60 0,59 0,59 0,84
55,00 55,03 55,00 55,00
9,34 8,52 7,98 7,48
672,6 510,9 411,5 346,3
- - - -
2400,0 2470,0 2460,0 2420,0
2452,7 2463,2 2471,1
Material
0,31 0,44 0,50
Traço (agl:m)
1:2,34 1:3,44 1:4,56 1:5,67
0,38
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
63
Uma vez estabelecido o esqueleto granular, foi definido as relações de a/c e estipulados os
quatro traços e seus consumos de cimento de 300, 400, 500 e 600 Kg/m³ para as relações
0,55, 0,45, 0,35 e 0,28 respectivamente. Os traços analisados estão apresentados na tabela 20.
Tabela 20 – Traços obtidos pelo método de dosagem Tutikian/Dal Molin
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.2.7 Método Recena
Seguindo os procedimentos do método Recena, foi definido o traço 1:3 e teor de argamassa de
54%. Após a majoração de 2% prevista no método, adotou-se o teor de argamassa de 56%.
Posteriormente, é realizada a substituição por percentuais fixos de cinza volante e se
determinam os traços, apresentado na tabela 21.
% proporção % proporção % proporção % proporção
Cimento 25,97 1,00 21,88 1,00 17,67 1,00 12,92 1,00
Cinza 7,27 0,28 7,66 0,35 8,13 0,46 8,66 0,67
Areia 26,75 1,03 28,23 1,29 29,68 1,68 31,40 2,43
Brita 0 11,95 0,46 12,69 0,58 13,25 0,75 14,08 1,09
Brita 1 28,05 1,08 29,54 1,35 31,27 1,77 32,95 2,55
a/c
a/agl
Aditivo (%)
α
H (%)
C (Kg/m³)
mesp Real (Kg/m³)
mesp Teórica (Kg/m³)
espmto (mm)
Traço (agl:m)
1:2,85 1:3,57 1:4,66 1:6,74
0,35
0,22 0,26 0,31 0,33
0,01 0,01 0,01 0,01
60,00 57,77 55,48 52,97
7,27
2506 2485 2467 2486
606,7 505,0 403,7 299,9
- - - -
740,0 720,0 650,0 700,0
7,66 7,95 7,11
Material
0,28 0,45 0,55
__________________________________________________________________________________________
Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
64
Tabela 21 – Traços obtidos pelo método de dosagem Recena
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.3 Dosagem do CAR
Nos próximos itens são apresentados ajustes, adaptações ou considerações tomadas a
respeitos dos métodos utilizados para CAR. Possibilitando uma compreensão mais ampla a
respeito dos resultados obtidos.
5.3.3.1 Método Mehta-Aitcin
A execução do procedimento estabelecido pelo método Mehta Aitcin, com a determinação das
resistências pretendidas e massas específicas dos materiais utilizados, obtêm-se a tabela 22
com as proporções entre os materiais. O teor de aditivo disponibilizado foi de 1% da massa
total de aglomerantes, porém só foi utilizados o necessário para estabelecer o abatimento de
tronco de cone pretendido.
proporção % proporção % proporção % proporção %
Cimento 1,00 25,00 1,00 23,58 1,00 23,09 1,00 22,68
Silica Ativa 0,00 0,00 0,05 1,18 0,06 1,39 0,08 1,81
Areia fina 0,16 4,00 0,17 4,01 0,18 4,16 0,18 4,08
Areia média 0,65 16,25 0,69 16,27 0,71 16,40 0,72 16,33
Brita 0 0,33 8,25 0,35 8,25 0,36 8,31 0,36 8,16
Brita 1 1,86 0,47 1,98 46,70 2,02 46,65 2,07 46,94
a/c
% Aditivo/agl
Traço final cim.:agr.
Traço final agl.:agr.
α (%)
H% (%)
a/c
a/agl
C (Kg/m³)
mesp Real (Kg/m³)
mesp Real (Kg/m³)
s (mm)
% Substituição com correção volume
0 6 8 10
1:3,00 1:3,24 1:3,32 1:3,41
Material
0,32 0,34 0,35 0,36
0,33 0,21 0,17 0,21
554,3 541,5 530,1
100 100 90 90
0,32 0,34 0,35 0,36
0,32 0,33
2459,0 2541,0 2519,0 2467,0
2459,0 2541,0 2519,0 2467,0
589,9
0,33
1:3,00 1:3,05 1:3,07 1:3,09
0,45 0,45 0,45 0,45
0,08 0,08 0,08 0,08
0,33
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
65
Tabela 22 – Traços obtidos pelo método de dosagem Mehta Aitcin
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.3.2 Método Nawy
O método proposto por Nawy, em 1996, estabeleceu como limite superior de resistências o
valor de 83 MPa. Portanto, para se atingir as resistências de 90 e 110 MPa, presentes no
programa experimental, extrapolou-se os valores tabelados conforme mostra a tabela 23.
Definido esse ajuste, os demais procedimentos do métodos foram seguidos conforme
descrição do Método e as proporções entre os materiais constam na tabela 24.
Tabela 23 – Extrapolação das resistências para o método de Nawy
(fonte: elaborado pelo autor)
% proporção % proporção % proporção % proporção
Cimento 18,98 1,00 18,05 1,00 16,92 1,00 15,41 1,00
Silica Ativa 1,90 0,10 1,81 0,10 1,69 0,10 1,54 0,10
Cinza 2,85 0,15 2,71 0,15 2,54 0,15 2,31 0,15
Areia Média 25,81 1,36 27,08 1,50 28,76 1,70 30,97 2,01
Brita 50,47 2,66 50,36 2,79 50,08 2,96 49,77 3,23
a/c
a/agl
% aditivo
α
H (%)
C (Kg/m³)
mesp Real (Kg/m³)
mesp Teórica (Kg/m³)
s (mm)
2521,3 2488,3 2477,4 2494,5
2602,0 2574,1 2542,2 2501,0
90 105 80 100
Material
0,50
Traço
1:4,27 1:4,54 1:4,91 1:5,49
50,23
5,20 5,87 6,63 7,68
469,3 438,9 403,4 357,9
0,22 0,26 0,31 0,40
8,33 5,52 3,85 2,60
49,53 49,64 49,92
0,27 0,32 0,39
9,5 12,7 19 25
0,25 0,24 0,23 0,23
0,23 0,22 0,21 0,21
0,21 0,20 0,19 0,19
0,20 0,17 0,17 0,17
90
97
104
111
DMp (mm)
a/agl
f'cr
(Mpa)
__________________________________________________________________________________________
Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
66
Tabela 24 – Traços obtidos pelo método de dosagem Nawy
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.3.3 Método Toralles-Carbonari
A dosagem proposta por Toralles-Carbonari é baseada em um exaustivo estudo de escolha dos
materiais e proporções dos mesmos. Procurando, através desse estudo, o melhor cimento, a
melhor relação a/c, a melhor adição mineral e sua proporção. São previstos ensaios que
verifiquem a influência no concreto no estado fresco e endurecido.
Visto a impossibilidade de tempo e recursos para realização desse estudo preliminar, foi
estabelecidos como parâmetros, os resultados utilizados pela autora e classificados como
melhores resultados em sua pesquisa. Possibilitando, a comparação com outros trabalhos.
O cimento utilizado foi o CPV, o mesmo utilizado em todo programa experimental. A sílica
ativa foi definida como a superpozolana que apresenta melhor desempenho, com teor de 10%
sobre o volume de cimento. O ponto de saturação do superplastificante foi de 2,5% sobre a
massa de aglomerante. A quantidade de pasta adotada foi a indicada pela autora de 10% de
acréscimo sobre o numero de vazios. Com isso, definiu-se os traços e as suas respectivas
proporções, entre os materiais, conforme apresentado na tabela 25.
% proporção % proporção % proporção % proporção
Cimento 35,84 1,00 26,86 0,94 21,55 1,00 15,13 1,00
Silica Ativa 3,94 0,11 3,14 0,11 2,37 0,11 1,66 0,11
Areia Média 21,51 0,60 28,86 1,01 35,34 1,64 40,24 2,66
Brita 38,71 1,08 41,14 1,44 40,73 1,89 42,97 2,84
a/c
a/agl
% aditivo
α
H (%)
C (Kg/m³)
mesp Real(Kg/m³)
mesp Teórica (Kg/m³)
s (mm)
Traço
1:1,79 1:2,56 1:3,64 1:5,61
0,29
0,22 0,28 0,34 0,48
0,66 0,40 0,26 0,28
61,29 58,86 59,27
2498,9 2493,5 2483,5 2479,7
100 94 92 94
824,7 657,9 494,7 347,3
2408,0 2478,0 2388,0 2392,0
57,03
8,60 8,29 8,19 8,02
Material
0,24 0,38 0,53
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
67
Tabela 25 – Traços obtidos pelo método de dosagem Toralles-Carbonari
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.3.4 Método Vitervo
A dosagem pelo método Vitervo seguiu as respectivas diretrizes estabelecidas pelo Método,
sem a necessidade de qualquer alteração ou ajuste. Através da dosagem, obteve-se aos traços
e as proporções entre os materiais apresentadas na tabela 26.
Tabela 26 – Traços obtidos pelo método de dosagem Vitervo
(fonte: elaborado pelo autor)
% proporção % proporção % proporção % proporção
Cimento 11,29 1,00 11,34 1,00 11,33 1,00 11,34 1,00
Silica Ativa 1,13 0,10 1,13 0,10 1,13 0,10 1,13 0,10
Areia Média 38,04 3,37 37,87 3,34 38,28 3,38 38,10 3,36
Brita 0 19,86 1,76 19,84 1,75 19,82 1,75 19,84 1,75
Brita 1 29,68 2,63 29,82 2,63 29,45 2,60 29,59 2,61
a/c
a/agl
% aditivo
α
H (%)
C (Kg/m³)
mesp Real (Kg/m³)
mesp Teórica (Kg/m³)
s (mm)
Traço
0,35
1:7,86 1:7,82 1:7,83 1:7,82
0,25 0,32 0,41 0,50
2,03 1,33 0,74 0,59
50,45 50,34 50,74 50,57
2480,0 2290,0 2180,0 2310,0
2675,6 2696,1 2724,3 2754,2
80 130 140 145
3,16 3,97 5,10 6,24
292,7 288,1 279,6 272,3
Material
0,28 0,45 0,55
% proporção % proporção % proporção % proporção
Cimento 31,06 1,00 24,33 1,00 20,49 1,00 18,12 1,00
Silica Ativa 3,42 0,11 2,68 0,11 2,25 0,11 1,99 0,11
Areia Média 18,94 0,61 24,33 1,00 26,02 1,27 25,54 1,41
Brita 0 18,63 0,60 19,46 0,80 20,49 1,00 21,74 1,20
Brita 1 27,95 0,90 29,20 1,20 30,74 1,50 32,61 1,80
a/c
a/agl
Aditivo (%)
α (%)
H (%)
C (Kg/m³)
mesp Real (Kg/m³)
mesp Teórica (Kg/m³)
espmto (mm)
0,40 0,45
0,60 0,59 0,59 0,84
53,42 51,34 48,77 45,65
2358,9 2355,5 2353,9 2347,6
- - - -
9,63 9,25 9,02 9,06
668,2 524,6 442,5 390,0
2480,0 2440,0 2450,0 2510,0
0,50
MaterialTraço (1:m)
1:2,22 1:3,11 1:3,88 1:4,52
0,31 0,440,38
0,28 0,34
__________________________________________________________________________________________
Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
68
5.3.3.5 Método Aitcin
A dosagem pelo método Aitcin seguiu as respectivas diretrizes estabelecidas pelo Método,
sem a necessidade de qualquer alteração ou ajuste. Através dessa dosagem, obteve-se as
proporções entre os materiais que constituem os traços e estão apresentadas na tabela 27.
Tabela 27 – Traços obtidos pelo método de dosagem Aitcin
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.3.6 Método IPT Modificado
Durante a dosagem através do método IPT Modificado, determinou-se o H = 6%. O Método
limita os valores de m entre 3 e 6, porém a necessidade de produzir concretos com resistências
de 90 e 110 MPa exige que os limites de a/agl sejam 0,18 e 0,45. O teor de argamassa foi
obtido experimentalmente o valor de 50%. A substituição de parte do cimento por material
pozolânico foi estabelecida em 10%. Este material selecionado foi sílica ativa e o teor de
aditivo superplastificante foi definido em 1% sobre a massa de cimento. A proporção entre os
materiais e os traços estão identificados na tabela 28.
% proporção % proporção % proporção % proporção
Cimento 20,89 0,89 19,75 0,94 18,45 1,00 16,50 1,00
Silica Ativa 2,58 0,11 1,26 0,06 0,00 0,00 0,00 0,00
Areia 32,39 1,38 34,87 1,66 37,45 2,03 39,27 2,38
Brita 44,13 1,88 44,12 2,10 44,10 2,39 44,22 2,68
a/c
a/agl
Aditivo (%)
α (%)
H (%)
C (Kg/m³)
mesp Real (Kg/m³)
mesp Teórica (Kg/m³)
espmto (mm)
Traço (1:m)
1:3,26 1:3,76 1:4,42 1:5,06
0,31 0,33
0,26 0,29 0,33 0,37
540,8 484,6 425,9 379,9
- - - -
6,86 6,48 6,09 6,11
2462,0 2456,1 2448,7 2442,6
90 80 90 90
0,66 0,53 0,33 0,45
55,87 55,88 55,90 55,78
Material
0,29 0,37
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
69
Tabela 28 – Traços obtidos pelo método de dosagem IPT Modificado
(fonte: elaborado pelo autor)
5.3.3.7 Método Recena
Assim como na dosagem do CAA, para o concreto de alta resistência primeiramente foi
definido o traço como sendo de 1:3,00. O teor de argamassa foi o mesmo determinado para o
CCV. A tabela 29 apresenta as características do concreto produzido.
Tabela 29 – Traços obtidos pelo método de dosagem Recena
(fonte: elaborado pelo autor)
% proporção % proporção % proporção % proporção
Cimento 30,00 0,90 20,00 0,90 15,00 0,90 12,00 0,90
Silica Ativa 3,33 0,10 2,22 0,10 1,67 0,10 1,33 0,10
Areia Média 16,67 0,50 27,78 1,25 33,33 2,00 36,67 2,75
Brita 50,00 1,50 50,00 2,25 50,00 3,00 50,00 3,75
a/c
a/agl
Aditivo (%)
α (%)
H (%)
C (Kg/m³)
mesp Real (Kg/m³)
mesp Teórica (Kg/m³)
s (mm) 100 140 110 90
Traço (1:m)
1:2,00 1:3,50 1:5,00 1:6,50
0,30
0,18 0,27 0,36 0,45
1,00 1,00 1,00 1,00
50,00
777,1 513,0 382,9 305,4
2566,2 2525,5 2491,1 2399,5
2486,7 2462,4 2450,4 2443,2
50,00 50,00 50,00
6,67 6,67 6,67 6,67
Material
0,20 0,40 0,50
proporção % proporção % proporção % proporção %
Cimento 1,00 0,25 1,00 0,24 1,00 0,23 1,00 0,23
Cinza 0,00 0,00 0,05 0,01 0,06 0,01 0,08 0,02
Areia fina 0,16 0,04 0,17 0,04 0,18 0,04 0,18 0,04
Areia média 0,65 0,16 0,69 0,16 0,71 0,16 0,72 0,16
Brita 0 0,33 0,08 0,35 0,08 0,36 0,08 0,36 0,08
Brita 1 1,86 0,47 1,98 0,47 2,02 0,47 2,07 0,47
a/c
% Aditivo/agl
Traço final cim.:agr.
Traço final agl.:agr.
α (%)
H% (%)
a/c
a/agl
C (Kg/m³)
mesp Real (Kg/m³)
mesp Real (Kg/m³)
s (mm)
0,32 0,34 0,35 0,36
0,33 0,21 0,17 0,21
2459,0 2541,0 2519,0 2467,0
2459,0 2541,0 2519,0 2467,0
589,9 554,3 541,5 530,1
100 100 90 90
0,32 0,34 0,35 0,36
0,32 0,33 0,33 0,33
1:3,00 1:3,05 1:3,07 1:3,09
0,45 0,45 0,45 0,45
0,08 0,08 0,08 0,08
Material% substituição com correção volume
0 6 8 10
1:3,00 1:3,24 1:3,32 1:3,41
__________________________________________________________________________________________
Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
70
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capítulo serão apresentados e analisados os resultados obtidos nos ensaios de resistência
à compressão dos corpos de prova dos traços contidos no item 5.3. No Apêndice A se
encontram os valores dos coeficientes das equações das curvas de Abrams, Lyse e Molinari,
bem como os coeficientes das curvas de ajuste para os parâmetros descritos no item 5.2.
Nos próximos subcapítulos serão apresentadas curvas ajustadas dos parâmetros analisados de
forma simplificada, buscando a compreensão dos comportamentos dos métodos e discutir
critérios relevantes dos mesmos. A análise mais quantitativa dos dados pode ser feita a partir
dos valores contidos no Apêndice A. Por fim, será feita uma análise global dos métodos,
buscando identificar quais apresentaram melhor desempenho para o parâmetro e faixa de
resistência analisada.
Na comparação de custos entre os métodos de dosagem, foram utilizados preços comerciais
dos materiais na região de Porto Alegre, referente aos mês de maio de 2012. A tabela 30
apresenta os preços unitários adotados para comparação de custos.
Tabela 30 – Preço unitário dos materiais utilizados nas dosagens
(fonte: elaborado pelo autor)
6.1 CONCRETO CONVENCIONAL
Neste item serão apresentados os dados obtidos nas dosagens para CCV. Um resumo das
resistências potenciais atingidas pelos traços contidos no subcapitulo 5.3.1 estão apresentados
Material Preço/kg (R$/kg)
Cimento 0,51R$
Cinza volante 0,19R$
Silica ativa 1,36R$
Areia fina 0,03R$
Areia média 0,03R$
Areia grossa 0,02R$
Brita 0 0,03R$
Brita 1 0,03R$
Aditivo SP 6,29R$
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
71
na tabela 31. Nos métodos de dosagem de Furnas e Cientec, grifados em itálico na tabela 31,
foi adicionado aditivo superplastificante nas misturas conforme apresentado nas tabelas 9 e 12
respectivamente, a fim de atingir as resistências previstas no programa experimental. Isto
possibilitou alcançar níveis de resistência superiores aos demais métodos para CCV.
Tabela 31 – Valores de ruptura dos traços confeccionados para CCV
(fonte: elaborado pelo autor)
Com base no resultado experimental dos 7 métodos de dosagem para CCV, foram obtidas as
curvas de Abrams, Lyse e Molinari que compõem os diagramas de dosagem. No Apêndice A
estão apresentados os coeficientes das curvas que compõem o diagrama de dosagem para os 7
e 28 dias de idade.
Na figura 2 estão contidas as curvas Abrams para as dosagens do CCV aos 7 dias. Para o
método da ABCP não foi possível a ruptura aos 7 dias devido à indisponibilidade do
laboratório. Então, optou-se pelo rompimento dos CP aos 14 dias de idade. Cabe salientar que
no traço 4 do mesmo Método, grifado em vermelho no tabela 31, adicionou-se uma
quantidade excessiva de água, resultando em um traço com relação a/c e fcj fora da tendência
da curva e, então, esse ponto foi excluído do diagrama. Após este ajuste, nota-se que para os
14 dias de idade a correlação passou de 0,72 para 1,00 e de 0,69 para 0,99 para os 28 dias de
idade, elevando significativamente a correlação entre os pontos e afirmando a tendência
exponencial esperada, assim como os demais métodos.
a/agl fc7 fc28 a/agl fc7 fc28 a/agl fc7 fc28 a/agl fc7 fc28
Abrams 0,65 20,9 27,4 0,48 30,9 36,9 0,36 39,7 47,3 0,26 44,9 50,3
Fuller0,60 18,1 22,8 0,48 26,8 33,5 0,39 35,0 43,1 0,36 37,6 47,3
Furnas0,39 51,0 56,7 0,24 67,2 74,5 0,20 83,9 93,2 0,20 89,1 98,9
ABCP0,53 21,3 25,3 0,42 30,9 35,2 0,35 39,6 41,1 0,43 41,6 44,0
IPT/Epusp0,56 26,8 33,6 0,43 38,0 42,1 0,36 41,2 47,4 0,32 45,7 51,3
Cientec0,51 28,5 34,9 0,28 52,4 58,0 0,21 74,7 83,1 0,16 87,3 98,1
Recena0,55 14,9 21,5 0,51 24,1 32,0 0,49 28,0 35,3 0,47 33,7 38,6
MétodoTraço 2Traço 1 Traço 3 Traço 4
__________________________________________________________________________________________
Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
72
Figura 2 – Curvas de Abrams dos métodos de dosagem para CCV aos 7 dias
(fonte: elaborado pelo autor)
O método de dosagem Recena prevê a substituição gradual de parte do cimento por cinza
volante e, dessa forma, mantém a quantidade de aglomerante constante. Porém, ocorre a
variação da proporção entre os aglomerantes no 4 traços, juntamente com a relação a/c. Visto
que há variação da relação de a/c e da proporção entre aglomerantes com características
distintas, optou-se por apresentar os resultados apenas por pontos e não por curvas de
tendência como os demais métodos.
Na figura 3 estão apresentadas as curvas de Abrams aos 28 dias. O comportamento é
semelhante ao das curvas dos 7 dias, porém com o incremento de resistência no período,
conforme demonstrado na tabela 32. Através da análise das curvas é clara a delimitação da
faixa de resistência alcançada pelos métodos para CCV sem a utilização de aditivo
superplastificante, sendo esse limite em torno de 50 a 60 MPa, pois próximo a esse valor são
necessários aumentos do consumo de cimento para para pequenos incrementos da resistência,
podendo impossibilitar a confecção de misturas com a/agl tão baixos devido a elevada coesão
e falta de trabalhabilidade do concreto. Uma das formas adotadas de ultrapassar esse limite é a
utilização de aditivo superplastificantes, possibilitando a redução da relação a/agl sem
prejudicar a coesão e a trabalhabilidade do concreto. As dosagens que optaram pelo seu uso
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
73
foram os métodos Furnas e Cientec que, dessa forma, ultrapassaram esse limite e atingiram
resistências próximas aos 100 MPa. Deve-se analisar os prováveis problemas de ordem
técnica que possam surgir na confecção de misturas com tamanha extrapolação, tais como
misturas com elevado calor de hidratação, retração, entre outros.
Figura 3 – Curvas de Abrams dos métodos de dosagem para CCV aos 28 dias
(fonte: elaborado pelo autor)
Tabela 32 – Aumento da resistência dos 7 para os 28 dias dos métodos para CCV
(fonte: elaborado pelo autor)
fc28 ∆fc fc28 ∆fc fc28 ∆fc fc28 ∆fc
Abrams27,4 31,3% 36,9 19,5% 47,3 19,2% 50,3 11,8%
Fuller22,8 25,5% 33,5 24,9% 43,1 23,0% 47,3 26,0%
Furnas56,7 11,0% 74,5 11,0% 93,2 11,0% 98,9 11,0%
ABCP25,3 19,1% 35,2 14,1% 41,1 3,8% 44,0 5,9%
IPT/Epusp33,6 25,7% 42,1 10,6% 47,4 15,2% 51,3 12,2%
Cientec34,9 22,5% 58,0 10,8% 83,1 11,3% 98,1 12,4%
Recena21,5 44,3% 32,0 32,8% 35,3 26,1% 38,6 14,5%
MétodoTraço 1 Traço 2 Traço 3 Traço 4
__________________________________________________________________________________________
Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
74
Os aumentos percentuais de resistências dos 7 para os 28 dias é menor nos métodos que
apresentaram maior resistência aos 28 dias, devido a maior parcela de hidratação do cimento
ocorrer até os 7 dias
As curvas de Lyse dos diferentes métodos estão expostas na figura 4, seus coeficientes, estão
descritos no Apêndice A, juntamente com os seus respectivos coeficientes de correlação.
Figura 4 – Curvas de Lyse dos métodos de dosagem para CCV
(fonte: elaborado pelo autor)
Os métodos que não utilizaram aditivo superplastificante apresentaram relações a/agl maiores
que 0,3, reforçando a dificuldade de confeccionar CCV com baixas relações a/agl sem
utilização de aditivo SP, pois compromete a trabalhabilidade da mistura. Portanto, concretos
com relações a/agl abaixo de 0,3, representativos de CAR, demandam o uso de aditivos
superplastificantes conforme utilizado nos métodos Furnas e Cientec.
As curvas de Molinari para CCV, apresentadas na figura 5, têm o comportamento exponencial
esperado e muito similar entre os diferentes métodos. Contando, inclusive, com os pontos do
método Recena muito próximos às curvas ajustadas aos demais métodos.
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
75
Figura 5 – Curvas de Molinari dos métodos de dosagem para CCV
(fonte: elaborado pelo autor)
A seguir será feita a análise dos métodos para os diferentes parâmetros descritos no item 5.2.
As curvas que representam o comportamento dos métodos quanto a esses parâmetros estão
apresentadas nos próximos subcapítulos de forma simplificada, buscando a melhor
compreensão através de uma interpretação mais qualitativa. A análise quantitativa dos
métodos pode ser realizada através das curvas ajustadas, para os diferentes parâmetros,
contidas no Apêndice A.
6.1.1 Teor de Pasta
O teor de pasta da mistura é de suma importância, pois ela proporciona a lubrificação entre os
grãos de agregado miúdo e, dessa forma, confere a fluidez da argamassa. Os teores de pasta
empregados nas misturas para CCV estão apresentados na figura 6, juntamente com os seus
respectivos coeficientes de correlação.
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76
Figura 6 – Teor de pasta dos métodos de dosagem para CCV
(fonte: elaborado pelo autor)
O método de Furnas apresentou um baixo teor de pasta para baixas resistências. Acredita-se
que tenha apresentado esse desempenho por se tratar originalmente de um método
desenvolvido para concreto massa e, como tal, prevê ensaios de maximização do arranjo
granular. Porém quando atingidas resistências por volta de 70 e 80 MPa, o consumo de pasta
aumenta de forma praticamente exponencial.
Na faixa de resistências do CCV, o método do Recena apresenta baixos consumos de pasta de
aglomerante para os pontos analisados, fruto da redução de vazios proporcionado pelo melhor
arranjo granular previsto no Método. A partir dos 35 MPa, o método do IPT/Epusp se
demonstra mais adequado, chegando a consumos de pasta menores do que os demais
métodos, que, inclusive, se baseiam na otimização do esqueleto granular como o da Cientec, e
o da ABCP.
O método da ABCP apresentou um consumo de pasta acima do esperado, pois se trata de um
método que contempla uma série de estudos preliminares que minimizam o volume de vazios
da mistura. Possivelmente, esse resultado se deve ao fato do Método, da década de 80, estar
ultrapassado e ter sido concebido para materiais diferentes dos que dispomos atualmente, a
exemplo o cimento CP-V que o método não contempla.
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
77
A tabela 33 apresenta, de forma resumida, os teores de pasta utilizados pelos métodos.
Estando grifados os que apresentaram o menor consumo para cada classe de resistência
analisada.
Tabela 33 – Teor de pasta dos métodos de dosagem para CCV
(fonte: elaborado pelo autor)
6.1.2 Teor de Argamassa
De maneira análoga ao teor de pasta de cimento, a argamassa possui a função de preencher os
vazios do agregado graúdo e promover a lubrificação da mistura. Na figura 7 estão expressas
as curvas dos teores de argamassa em função da resistência para as diferentes classes de
resistências.
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100
Abrams25,84 25,88 22,98 25,24 40,74
Fuller21,66 23,78 24,89 26,63 30,62
Furnas23,25 34,21 39,17 40,59 40,92 42,63 48,17 59,99 80,54 112,29
ABCP26,24 25,58 33,14 48,91
IPT/Epusp22,00 23,38 26,12 38,24
Cientec25,80 29,80 33,07 35,76 38,00 39,95 41,76 43,56 45,52 47,76 50,46 53,74 57,75 62,65
Resistência (MPa)21,50 32,00 35,30 38,60
Recena24,56 23,63 22,12 20,68
Resistencia (MPa)Método
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78
Figura 7 – Teor de argamassa dos métodos de dosagem para CCV
(fonte: elaborado pelo autor)
O método de Fuller produziu o concreto com o menor consumo de argamassa para as
resistências entre 25 e 45 MPa. Devido a curva de composição granulométrica adotada, o teor
de argamassa inicial utilizado na mistura foi de 37,36%, um valor abaixo do necessário para
preencher os vazios e proporcionar a coesão das grãos do agregado graúdo, conforme descrito
no processo de dosagem no item 5.3.1.2. Portanto, apesar do método do Fuller produzir o
concreto com menor teor de argamassa, ele compromete propriedades básicas do concreto em
estado fresco e endurecido, tais como: trabalhabilidade e durabilidade.
Os métodos ABCP e Abrams apresentaram teores de argamassa suficientes para preencher os
vazios de agregado graúdo e dar coesão a mistura para o intervalo de 25 a 45 MPa, porém é
importante salientar que o primeiro foi concebido a mais de 2 décadas e o últimos a quase um
século. Logo, há diferenças entre os materiais utilizados na época e os disponíveis atualmente.
Portanto, para a faixa de resistência de 25 a 45 MPa é sugerido o emprego do método da
ABCP, pois o método Abrams apresenta enorme divergência entre os materiais disponíveis
atualmente e os utilizados na concepção do Método.
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
79
A tabela 34 apresenta um resumo de todos os teores de argamassa empregados nos diferentes
métodos, estando grifados os que apresentaram o menor consumo para cada classe de
resistência analisada.
Tabela 34 – Teor de argamassa dos métodos de dosagem para CCV
(fonte: elaborado pelo autor)
6.1.3 Consumo de Cimento
O consumo de cimento das misturas é um parâmetro de suma importância na dosagem de
concreto, pois um alto teor de cimento traz consigo problemas técnicos como aumento na
retração e calor de hidratação. Cabe salientar o fator econômico envolvido na determinação
desse parâmetro, uma vez que o cimento é o material que representa grande parcela do custo
final do CCV. A figura 8 apresenta os consumos de cimento dos diferentes métodos
analisados.
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100
Abrams 46,21 46,41 44,63 45,98 55,55
Fuller 37,36 38,73 39,72 41,13 43,72
Furnas 43,52 49,78 52,08 52,08 51,39 51,66 54,52 61,61 74,56 95,01
ABCP 46,56 46,66 46,86 47,15
IPT/Epusp 50,00 50,00 50,00 50,00
Cientec 54,38 54,39 54,38 54,37 54,36 54,35 54,34 54,33 54,34 54,35 54,37 54,40 54,45 54,52
Resistência (MPa) 21,50 32,00 35,30 38,60
Recena 45,30 45,04 44,65 44,25
Método
Resistencia (MPa)
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80
Figura 8 – Consumo de cimento dos métodos de dosagem para CCV
(fonte: elaborado pelo autor)
Uma vez que os métodos de dosagem apresentam curvas de Cc com comportamento similar
aos de consumo de pasta de cimento, os métodos que apresentam os melhores desempenhos
quanto a consumo de pasta de cimento também apresentam, pelas mesmas razões, menores
valores de consumo de cimento.
O método do Recena apresentou baixo consumo de cimento nos pontos estudados.
Principalmente nos de menor resistência, pois se trata dos traços com maior percentual de
substituição do cimento por cinza, 25% e 40 %. Como visto anteriormente, o Método, em seu
roteiro, a busca por um traço de concreto com alta compacidade de seus agregados e ainda
conta com a substituição de parte do cimento por cinza volante. Portanto, os pontos com
maior substituição de cimento por cinza apresentam o menor consumo de pasta de cimento e
teor de argamassa e, pelos mesmos motivos, tem baixíssimos consumos de cimento.
O método de Abrams obteve valores relativamente menores de Cc do que o IPT/Epusp para o
intervalo entre 40 e 50 MPa. Porém, o método Abrams apresentou comportamento muito
variável nas diferentes classes de resistências e, como já foi citado anteriormente, se trata de
um método bastante ultrapassado que necessitou de diversos ajustes para ser empregado
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
81
Portanto, definiu-se o método IPT/Epusp como o mais adequado, já que o método de Abrams
necessita de maiores ensaios para análise do seu comportamento antes de empregá-lo.
A tabela 35 apresenta um resumo de todos os teores de argamassa empregados nos diferentes
métodos. Estando grifados os que apresentaram o menor consumo para cada classe de
resistência analisada.
Tabela 35 – Consumo de cimento dos métodos de dosagem para CCV
(fonte: elaborado pelo autor)
6.1.4 Custo por m³
Os métodos de dosagem para CCV não utilizam aditivo superplastificante, exceto os métodos
de Furnas e Cientec, e a adição empregada é a cinza volante que possui um custo reduzido.
Logo, o consumo de cimento é o principal responsável pelo custo final da mistura, visto que
ele é o material que representa maior custo frente aos demais. Os custo para produção dos
diferentes métodos para CCV estão apresentados na figura 9.
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100
Abrams396,55 411,49 359,60 414,74 750,75
Fuller323,19 366,38 399,23 443,04 519,10
Furnas402,24 563,63 662,68 725,68 778,92 848,68 961,26 1142,95 1420,03 1818,80
ABCP427,09 476,19 571,06 711,68
IPT/Epusp334,14 376,19 444,01 648,65
Cientec386,01 482,10 560,05 623,63 676,61 722,78 765,93 809,82 858,24 914,98 983,80 1068,49 1172,83 1300,60
Resistência (MPa) 21,50 32,00 35,30 38,60
Recena 231,90 291,58 349,74 388,77
Resistencia (MPa)
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82
Figura 9 – Custo por m³ dos métodos de dosagem para CCV
(fonte: elaborado pelo autor)
Diante da curva de Abrams já analisada anteriormente, fica claro a faixa de resistência na qual
o CCV está compreendido. Dessa forma, o consumo de cimento acaba aumentando
demasiadamente à medida que se aproxima do limite de 50 MPa e o custo, consequentemente,
também.
Os métodos de dosagem que apresentaram menores custos, para cada classe de resistência,
foram os mesmo que apresentaram menores consumos de cimento. Conforme mencionado
anteriormente, na dosagem para o CCV a parcela principal do custo é do cimento. Portanto, os
métodos que apresentarem melhor arranjo granular ou uso de adições para reduzir o consumo
de cimento terão o menor custo. Situação encontrada no método Recena que contempla
arranjo granular otimizado e substituição de cimento por cinza volante, proporcionando
menores Cc, conforme foi verificado nos pontos estudados do Método.
Para as resistências acima do limite de 50 MPa, nota-se a inviabilidade econômica do
emprego destes métodos. Além de impossibilidade técnica, pois se eleva indiscriminadamente
a quantidade de pasta de cimento na mistura em consequência da grande redução dos demais
agregados. Esse aumento excessivo do consumo de cimento em detrimento do consumo dos
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
83
demais materiais está demonstrado nas figuras 10 e 11, para os métodos Cientec e Furnas
respectivamente.
Figura 10 – Consumo dos materiais do método de dosagem Cientec
(fonte: elaborado pelo autor)
Figura 11 – Consumo dos materiais do método de dosagem Furnas
(fonte: elaborado pelo autor)
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84
A figura 12 apresenta um resumo de todos os métodos para CCV, indicando qual apresentou
menor custo por m³ para cada classe de resistência analisada, a tabela que com os valores
encontra-se no Apêndice B.
Figura 12 – Comparativo de custo por m³ dos métodos de dosagem para CCV
(fonte: elaborado pelo autor)
6.1.5 Custo por m³/MPa
O custo por m³/MPa representa o custo unitário da confecção de determinado concreto, ou
seja o custo para se produzir uma unidade de resistência. Esse parâmetro está expresso na
figura 13.
Figura 13 – Custo por m³/MPa dos métodos de dosagem para CCV
(fonte: elaborado pelo autor)
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
85
Para resistências acima das convencionais o método Furnas apresenta melhor desempenho até
75 MPa, a partir de então o Cientec se mostra mais adequado. Além da impossibilidade
técnica, pois se eleva indiscriminadamente a quantidade de pasta de cimento na mistura em
consequência da grande redução dos demais agregados, com reflexos diretos na redução do
módulo de elasticidade, no aumento do calor de hidratação e retração dos concretos.
A figura 14 apresenta um resumo do custo por m³/MPa de todos os métodos para CCV,
indicando qual apresentou melhor desempenho para cada classe de resistência analisada, a
tabela que com os valores encontra-se no Apêndice B.
Figura 14 – Comparativo de custo por m³/MPa dos métodos de dosagem para CCV
(fonte: elaborado pelo autor)
Analisando a classe de resistência de 35 MPa, representativa de grande parcela das
utilizações de CCV, verifica-se um aumento de R$ 2,20 no custo por MPa do método ABCP
em relação aos R$ 6,52/MPa que o método IPT/Epusp proporciona. Essa variação representa
um crescimento de 34% no custo por MPa produzido de concreto, demonstrando assim a
importância da escolha do método empregado.
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86
6.2 CONCRETO AUTO ADENSÀVEL
Neste subcapítulo serão expostos, na tabela 36, os resultados obtidos nos traços definidos no
item 5.3.2. Com base nesses resultados foram desenvolvidas as curvas de Abrams, Lyse e
Molinari, que compõe o diagrama de dosagem, dos métodos estudados para CAA. A seguir
serão apresentadas de maneira simplificada essas curvas, afim de facilitar a, compreensão e
análise dos métodos.
Tabela 36 – Valores de ruptura dos traços confeccionados para CAA
(fonte: elaborado pelo autor)
Na figura 15 estão contidas as curvas Abrams dos métodos para CAA aos 7 dias. A ruptura
dos CPs do método Repette só foi realizada aos 14 dias e não aos 7 como os demais métodos,
devido à indisponibilidade do laboratório para o ensaios. Os traços grifados em vermelho na
tabela 38 apresentaram fcj fora da curva de tendência de tal forma que foram considerados
dados espúrios. Feita uma nova correlação afim de verificar o novo ajuste, obtiveram-se as
seguintes mudanças nos coeficientes de correlação: o traço 4 do método Tutikian & Dalmolin
passou de 0,67 para 0,85 e traço 3 do método Gomes passou de 0,18 para 1,00. Acredita-se
que deva ter ocorrido algum problema de natureza experimental na confecção destes traços
que não foi mencionado, pois as resistências atingidas não condizem com as suas respectivas
relações a/c.
a/agl fc7 fc28 a/agl fc7 fc28 a/agl fc7 fc28 a/agl fc7 fc28
Okamura 0,55 16,6 20,5 0,45 22,2 31,6 0,35 29,9 33,8 0,28 39,1 49,3
Tutikian 0,54 24,7 32,8 0,43 35,2 45,4 0,35 39,4 55,4 0,30 58,6 70,4
Tutikian & Dal Molin 0,33 27,5 40,5 0,31 39,9 55,1 0,26 46,9 64,7 0,22 46,6 62,0
Alencar e Helene 0,45 36,5 54,5 0,40 48,6 67,7 0,34 56,2 74,8 0,28 65,9 85,0
Gomes 0,60 19,7 24,3 0,50 22,0 27,5 0,40 16,5 19,4 0,30 29,5 36,5
Repette 0,55 18,4 26,1 0,40 22,4 28,4 0,35 24,4 29,0 0,30 55,0 69,0
Recena 0,43 25,6 37,5 0,39 36,1 46,4 0,36 38,5 47,1 0,36 38,9 48,8
MétodoTraço 1 Traço 2 Traço 3 Traço 4
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
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O traço 1 do método Repette, grifado em azul, apresentou uma substituição de parte do
cimento por sílica ativa. Devido a essa mudança na composição do aglomerante, o concreto
não pertence à família composta pelos traços 2, 3 e 4 e, portanto, não deve ser ajustado sobre
a mesma curva. Tendo em vista que somente o traço 4 apresentou resultados aceitáveis e que
os traços 2, 3 e 4 chegaram a resistências muito próximas, mesmo tendo relações a/agl
bastante distintas, optou-se pela exclusão da análise deste método.
Com base na tabela 36 foram desenvolvidas as curvas de Abrams, Lyse e Molinari para obter
os diagramas de dosagem para todos os métodos para CAA. A seguir serão apresentadas, de
maneira simplificada, as curvas de Abrams aos 7 e 28 dias, afim de, melhor compreender e
analisar os diferentes métodos.
Figura 15 – Curva de Abrams dos métodos de dosagem para CAA aos 7 dias
(fonte: elaborado pelo autor)
O método de dosagem Recena para CAA, da mesma forma que sua versão para CCV, trabalha
com a variação das proporções entre os aglomerantes juntamente com a variação da relação
a/agl. Portanto, os pontos não são considerados da mesma família e, sendo assim, não podem
ser ajustados através de uma mesma curva de tendência e sim como pontos isolados conforme
aplicado para o CCV.
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Na figura 16 estão apresentadas as curvas de Abrams para os 28 dias de idade. Apresentam
comportamento análogo ao das curvas dos 7 dias de idade, porém com os acréscimos de
resistência nesse período, conforme demonstrado na tabela 37.
Figura 16 – Curva de Abrams dos métodos de dosagem para CAA aos 28 dias
(fonte: elaborado pelo autor)
Tabela 37 – Aumento de resistência dos 7 para os 28 dias dos métodos para CAA
(fonte: elaborado pelo autor)
fc28 ∆fc fc28 ∆fc fc28 ∆fc fc28 ∆fc
Okamura 20,5 23,5% 31,6 42,3% 33,8 13,1% 49,3 26,1%
Tutikian 32,8 33,0% 45,4 28,9% 55,4 40,7% 70,4 20,2%
Tutikian & Dal Molin 40,5 47,1% 55,1 38,0% 64,7 37,9% 62,0 33,2%
Alencar e Helene 54,5 49,5% 67,7 39,3% 74,8 33,2% 85,0 29,0%
Gomes 24,3 23,5% 27,5 24,6% 19,4 17,8% 36,5 24,0%
Repette 26,1 41,7% 28,4 26,9% 29,0 19,0% 69,0 25,3%
Recena 37,5 46,5% 46,4 28,5% 47,1 22,3% 48,8 25,4%
MétodoTraço 1 Traço 2 Traço 3 Traço 4
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
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Através da análise das curvas de Abrams dos métodos para CAA, nota-se uma distribuição
característica de cada método bastante diferenciada. Apesar de todas apresentarem o
comportamento exponencial típico, há grandes particularidades de cada método. Ampliando,
ainda mais, a importância da escolha adequada do método, pois para uma mesma relação a/agl
é capaz de proporcionar resistências da ordem de 30 a 80 MPa de acordo com o método
escolhido.
As curvas de Lyse dos métodos de dosagem analisados para CAA estão apresentadas na
figura 17.
Figura 17 – Curva de Lyse dos métodos de dosagem para CAA
(fonte: elaborado pelo autor)
As curvas de Molinari, expressas na figura 18, apresentam um comportamentos exponencial
esperado e muito similar entre os diferentes métodos. Contando, inclusive, com os pontos do
método do Recena muito próximos às curvas ajustadas dos demais métodos.
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Figura 18 – Curva de Molinari dos métodos de dosagem para CAA
(fonte: elaborado pelo autor)
6.2.1 Teor de Pasta
O teor de pasta das misturas está apresentado na figura 19, os valores dos coeficientes das
curvas de ajuste e de correlação estão contidos no Apêndice A.
Figura 19 – Teor de pasta dos métodos de dosagem para CAA
(fonte: elaborado pelo autor)
Os métodos que apresentaram menores consumos de pasta de cimento foram o Gomes (25 a
35 MPa), Tutikian & Dal Molin (40 a 55 MPa) e Alencar & Helene (55 a 85 MPa). Acredita-
se que esse desempenho seja devido à otimização do esqueleto granular da mistura e,
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
91
consequentemente, redução do consumo de pasta na qual esses métodos se baseiam. Isto traz
benefícios técnicos e econômicos, reduzindo as possíveis manifestações patológicas geradas
pelo consumo de cimento elevado e os custos, já que o cimento é um material muito oneroso
e, portanto, responsável por grande parcela do custo final da mistura.
O método de Gomes apresenta uma tendência de redução da pasta de cimento em relação ao
acréscimo de resistência diferente dos demais, devido ao fato de que ele fixa o valor de m e a
medida que aumenta sua resistência tem uma redução na relação a/c. Esta última é o único
parâmetro da pasta que varia ao longo das diferentes classes de resistências, sem haver uma
redução no consumo de cimento do concreto. Os demais métodos também apresentam
variação na relação a/c, porém, diferentemente do método Gomes, variam a quantidade total
de materiais e essa acaba influindo mais significativamente no teor de pasta final.
A tabela 38 apresenta um resumo de todos os métodos, indicando qual apresentou menor
consumo de pasta para cada classe de resistência analisada.
Tabela 38 – Teor de pasta dos métodos de dosagem para CAA
(fonte: elaborado pelo autor)
Método
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100
Okamura23,10 23,55 24,45 25,50 26,40 26,85 26,55
Tutikian20,85 20,85 21,85 23,65 26,05 28,86 31,89 34,94 37,81
Tutikian & Dal Molin17,00 18,91 20,92 23,05 25,28 27,63
Alencar e Helene21,31 21,56 23,43 26,50 30,36 34,60 38,80
Gomes23,63 21,44 19,81
Resistência (MPa)37,50 46,40 47,10 48,80
Recena0,28 0,30 0,32 0,34
Resistencia (MPa)
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92
6.2.2 Teor de Argamassa
As curvas que representam o teor de argamassa dos diferentes métodos para CAA estão
apresentadas na figura 20.
Figura 20 – Teor de argamassa dos métodos de dosagem para CAA
(fonte: elaborado pelo autor)
Os métodos que estabeleceram os concreto com os menores teores de argamassa foram o
Okamura (20 a 50 MPa), Tutikian (55 a 70 MPa) e Alencar & Helene (75 a 85 MPa).
Os métodos Tutikian, Alencar & Helene e Gomes mantêm o teor de argamassa constante,
independente da resistência conforme representado na figura 20, devido à redução de
agregado miúdo e aumento, na mesma proporção, de cimento, demonstrado nas figuras 21 e
22 para os métodos Tutikian e Alencar & Helene respectivamente. Já o método do Recena
trabalha com a substituição de cimento por cinza, dessa forma mantém o teor de argamassa
constante para as resistências atingidas.
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
93
Figura 21 – Consumo de materiais do método de dosagem Tutikian
(fonte: elaborado pelo autor)
Figura 22 – Consumo de materiais do método de dosagem Alencar & Helene
(fonte: elaborado pelo autor)
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A tabela 39 apresenta a tabela com o resumo de todos os métodos, indicando qual apresentou
menor teor de argamassa para cada classe de resistência analisada.
Tabela 39 – Teor de argamassa dos métodos de dosagem para CAA
(fonte: elaborado pelo autor)
6.2.3 Consumo de Cimento
O consumo de cimento dos métodos analisados tem comportamento similar ao teor de pasta.
Inclusive, os princípios que regem a variação do cosumo de pasta são os mesmo que
controlam o consumo de cimento. Esse controle é de suma importância pois, reduções no
consumo de cimento representam uma grande economia no custo final do concreto, uma vez
que o cimento é um dos materiais de maior custo no concreto. O comportamento dos métodos
de dosagem quanto a consumo de cimento estão expostos na figura 23.
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100
Okamura 37,14 36,16 37,54 39,87 41,76 41,80 38,60
Tutikian 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00
Tutikian & Dal Molin 52,87 53,75 54,67 55,65 56,67 57,75
Alencar e Helene 54,75 54,76 54,81 54,90 55,01 55,13 55,24
Gomes 50,67 50,67 50,67
Resistência (MPa) 21,50 32,00 35,30 38,60
Recena 0,56 0,56 0,56 0,56
MétodoResistencia (MPa)
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
95
Figura 23 – Consumo de cimento dos métodos de dosagem para CAA
(fonte: elaborado pelo autor)
Todos os métodos apresentam curvas de consumo de cimentos semelhantes aos consumos de
pasta, crescendo de acordo com o acréscimo da resistência. A tabela 40 apresenta um resumo
indicando qual método apresentou menor consumo de cimento para cada classe de resistência
analisada.
Tabela 40 – Consumo de cimento dos métodos de dosagem para CAA
(fonte: elaborado pelo autor)
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100
Okamura338,19 371,13 401,29 428,67 453,27 475,09 494,13
Tutikian314,66 319,28 345,64 389,91 448,21 516,69 591,50 668,76 744,64
Tutikian & Dal Molin297,59 325,69 360,88 403,15 452,50 508,93
Alencar e Helene344,55 347,00 381,93 440,65 514,45 594,64 672,53
Gomes341,04 358,58 372,81
Resistência (MPa)21,50 32,00 35,30 38,60
Recena376,73 441,58 509,63 569,80
MétodoResistencia (MPa)
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96
6.2.4 Custo por m³
O CAA muitas vezes utiliza materiais diferentes dos empregados no CCV, portanto o
consumo de cimento não é o único fator preponderante no custo final do concreto, como no
CCV. As curvas que definem o custo do concreto para os diferentes métodos analisados estão
representadas na figura 24.
Figura 24 – Custo do concreto por m³ dos métodos de dosagem para CAA
(fonte: elaborado pelo autor)
Os custos para produção dos diferentes concretos estão apresentados na figura 25, indicando
qual apresentou menor custo por m³ para cada classe de resistência analisada, a tabela que
com os valores encontra-se no Apêndice B.
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
97
Figura 25 – Comparativo de custo por m³ dos métodos de dosagem para CAA
(fonte: elaborado pelo autor)
6.2.5 Custo por m³/MPa
A figura 26 apresenta o custo por unidade de resistência. Ou seja, pode-se verificar qual
apresenta a menor relação custo benefício. Os métodos Okamura, Tutikian e Alencar e Helene
apresentaram os melhores resultados para CAA, a tabela que com os valores encontra-se no
Apêndice B.
Figura 26 – Custo do concreto por m³/MPa dos métodos de dosagem para CAA
(fonte: elaborado pelo autor)
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98
Para os métodos Tutikian e Alencar & Helene verifica-se uma classe de resistência ótima,
representados pelas resistências em torno de 50 e 65 MPa respectivamente. As demais
misturas estão apresentadas na figura 27, grifadas as que apresentaram menor custo por
m³/MPa, a tabela que com os valores encontra-se no Apêndice B.
Figura 27 – Comparativo de custo por m³/MPa dos métodos de dosagem para CAA
(fonte: elaborado pelo autor)
6.3 CONCRETO ALTA RESISTÊNCIA
Neste item serão apresentados os dados obtidos nas dosagens para CAR. Os valores das
resistências atingidas pelos traços apresentados no subcapitulo 5.3.3 estão apresentados na
tabela 41. A seguir serão apresentadas as curvas de Abrams, Lyse e Molinari, representando
os três quadrantes do diagrama de dosagem.
Tabela 41 – Valores de ruptura dos traços confeccionados para CAR
(fonte: elaborado pelo autor)
a/agl fc7 fc28 a/agl fc7 fc28 a/agl fc7 fc28 a/agl fc7 fc28
Mehta Aitcin0,40 44,7 61,5 0,31 52,7 69,5 0,26 68,6 86,1 0,22 79,6 102,3
Nawy0,48 32,2 44,0 0,34 50,8 62,3 0,28 70,7 84,3 0,22 85,2 99,9
Torraleles-Carbonari0,50 20,5 20,5 0,41 19,1 26,7 0,32 36,0 46,5 0,25 51,7 70,0
Vitervo0,45 31,6 45,2 0,40 45,2 56,3 0,34 94,8 113,6 0,28 110,4 129,4
Aitcin0,37 35,1 39,4 0,33 49,9 51,1 0,29 65,0 76,6 0,26 77,2 91,5
IPT/Modificado0,56 43,9 52,8 0,44 62,8 76,3 0,33 75,1 96,1 0,22 93,8 108,3
Recena0,33 52,8 63,5 0,33 52,6 64,9 0,33 53,8 61,7 0,32 54,3 63,8
Traço 3 Traço 4Método
Traço 1 Traço 2
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
99
Na figura 28 estão contidas as curvas Abrams para as dosagens do CAR aos 7 dias, para o
método Aitcin não foi possível a ruptura aos 7 dias devido a indisponibilidade do laboratório.
Então, optou-se pelo rompimento dos CPs aos 14 dias de idade. Para as dosagens dos métodos
para CAR não foi suprimido nenhum traço, portando contando com os 4 pontos iniciais do
programa experimental.
Os traços 3 e 4 do método Aitcin, grifado em negrito, apresentaram uma substituição de parte
do cimento por sílica ativa de 6% e 11% respectivamente. Devido a essa mudança na
composição do aglomerante, o concreto não pertence a mesma família composta pelos traços
1 e 2 e, portanto, não deve ser ajustado sobre a mesma curva. Tendo em vista que somente os
traço 1 e 2 pertencem a mesma família, somente eles poderiam ser ajustado sobre a mesma
curva. Optou-se pela análise individual dos traços obtidos, ao invés das curvas que fornecem
uma perspectiva contínua do comportamento das famílias de CAR.
Figura 28 – Curvas de Abrams dos métodos de dosagem para CAR aos 7 dias
(fonte: elaborado pelo autor)
Todos os métodos apresentaram um comportamento muito semelhante, exceto o método
Vitervo e Toralles-Carbonari. Para uma mesma relação a/agl, o método Vitervo atingiu
resistências maiores que os demais, já o método Toralles-Carbonari apresentou
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100
comportamento inverso, com resistências inferiores às demais para as mesmas relações a/agl.
Cabe salientar que os métodos Vitervo e Aitcin expressaram maior sensibilidade quanto à
variação da relação a/c. As curvas de Abrams dos métodos aos 28 dias de idade estão
apresentadas na figura 29, representando o ganho de resistência durante esse período que foi
resumido na tabela 42.
Figura 29 – Curvas de Abrams dos métodos de dosagem para CAR aos 28 dias
(fonte: elaborado pelo autor)
Tabela 42 – Aumento da resistência dos 7 para os 28 dias dos métodos para CAR
(fonte: elaborado pelo autor)
fc28 ∆fc fc28 ∆fc fc28 ∆fc fc28 ∆fc
Mehta Aitcin 61,53 37,7% 69,54 31,9% 86,11 25,5% 102,26 28,4%
Nawy 43,97 36,4% 62,28 22,6% 84,27 19,3% 99,91 17,3%
Torraleles-Carbonari 20,47 0,0% 26,74 39,7% 46,52 29,2% 69,99 35,3%
Vitervo 45,15 42,9% 56,29 24,5% 113,64 19,9% 129,37 17,2%
Aitcin 39,39 12,3% 51,10 2,5% 76,61 17,8% 91,45 18,5%
IPT/Modificado 52,77 20,3% 76,33 21,6% 96,08 27,9% 108,30 15,5%
Recena 63,50 20,3% 64,90 23,4% 61,70 14,7% 63,80 17,5%
MétodoTraço 1 Traço 2 Traço 3 Traço 4
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
101
As curvas de Lyse dos métodos de dosagem para CAR estão apresentadas na figura 30. Os
coeficientes da reta e de correlação estão apresentados no Apêndice A.
Figura 30 – Curvas de Lyse dos métodos de dosagem para CAR
(fonte: elaborado pelo autor)
As curvas de Molinari para CCV, apresentadas na figura 31, têm o comportamentos
exponencial esperado. Considerando, inclusive, com os pontos do método Recena muito
próximos às curvas ajustadas aos demais métodos.
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102
Figura 31 – Curvas de Molinari dos métodos de dosagem para CAR
(fonte: elaborado pelo autor)
A seguir será feita a análise dos métodos para os diferentes parâmetros descritos no item 5.3.
As curvas que representam o comportamento dos métodos quanto a esses parâmetros estão
apresentadas nos próximos subcapítulos de forma simplificada, buscando a melhor
compreensão através de uma interpretação mais qualitativa. A análise quantitativa dos
métodos pode ser realizada através das curvas ajustadas, para os diferentes parâmetros,
contidas no Apêndice A.
6.3.1 Teor de Pasta
As curvas que representam o comportamento do teor de pasta das misturas, estão apresentadas
na figura 32.
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
103
Figura 32 – Teor de pasta dos métodos de dosagem para CAR
(fonte: elaborado pelo autor)
O método de dosagem Toralles-Carbonari consiste em uma mescla de ensaios para definir e
otimizar a pasta e o esqueleto granular, buscando aumentar a compacidade da mistura. A
partir de então, as proporções entre os materiais não sofrem grandes variações conforme
figura 33. As diferentes classes de resistências atingidas são provenientes da relação a/agl e
aumento da dosagem de aditivo superplastificante. Dessa forma, permite ao método
proporcionar misturas com baixos teores de pasta. Os principais benefícios de concretos com
essas características são redução do calor de hidratação, misturas de menor custo e, redução
da retração. Em contrapartida, o Método atinge as menores resistências quando comparado
aos demais.
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104
Figura 33 – Consumo de materiais do método de dosagem Toralles-Carbonari
(fonte: elaborado pelo autor)
O método Mehta Aitcin resulta num teor de pasta na mistura relativamente baixo e com
pequenas variações. As quantidades dos materiais permanecem praticamente constantes ao
longo das classes de resistências, similar ao método Toralles-Carbonari. O aumento de
resistência se dá, principalmente, pela redução da relação a/agl e aumento de aditivo
superplastificante.
O método do IPT Modificado apresenta um grande aumento do consumo de pasta no
concreto. Uma vez que o Método aumenta o consumo de cimento almejando maiores
resistências e, mantém constante o teor de argamassa, acaba elevando o consumo de pasta
reduzindo o do agregado miúdo, conforme demonstrado na figura 34.
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
105
Figura 34 – Consumo de materiais do método de dosagem IPT Modificado
(fonte: elaborado pelo autor)
A tabela 43 apresenta, de maneira resumida, os teores de pasta obtidos nos diferentes métodos
de dosagem para CAR. Os valores grifados apresentaram o melhor desempenho para as
respectivas faixas de resistências.
Tabela 43 – Teor de pasta dos métodos de dosagem para CAR
(fonte: elaborado pelo autor)
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125 130
MEHTA-AITCIN 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00 55,00 60,00 65,00 70,00 75,00 80,00 85,00 90,00 95,00 100,00 105,00
NAWY 22,88 23,55 24,03 24,34 24,53 24,65 24,72 24,81 24,94
TORRALLES-CARBONARI 24,15 26,57 28,50 30,07 31,45 32,77 34,20 35,87 37,95 40,57 43,90 48,07
VITERVO 18,38 17,52 16,96 16,62 16,45 16,38 16,35 16,29 16,13 15,81 15,26
AITCIN 28,80 30,19 31,16 31,79 32,15 32,30 32,34 32,32 32,33 32,43 32,70 33,21 34,04 35,25 36,93 39,14 41,96 45,46
IPT MODIFICADO 22,71 23,63 24,36 24,95 25,43 25,87 26,31 26,80 27,38 28,10 29,02
Resistência (MPa) 63,50 64,90 61,70 63,80
Recena 31,97 32,10 32,55 33,00
Método
Resistencia (MPa)
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106
6.3.2 Teor de argamassa
Os teores de argamassa dos métodos de dosagem para CAR estão dispostos na figura 35. Eles
apresentam pouca variação para as diferentes resistências. Para manter o teor de argamassa,
juntamente com o aumento do consumo de cimento, ocorre a substituição de agregado miúdo
por aglomerante como nos métodos: Nawy, Vitervo e IPT Modificado. A constância no teor
de argamassa para diferentes resistências também pode ser proveniente da redução da relação
a/agl e aumento do dosagem de aditivo superplastificante, como visto no método Toralles-
Carbonari.
Figura 35 – Teor de argamassa dos métodos de dosagem para CAR
(fonte: elaborado pelo autor)
A tabela 44 apresenta, de maneira resumida, os teores de argamassa obtidos nos diferentes
métodos de dosagem para CAR. Os valores grifados apresentaram o melhor desempenho para
as respectivas faixas de resistências.
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
107
Tabela 44 – Teor argamassa dos métodos de dosagem para CAR
(fonte: elaborado pelo autor)
6.3.3 Consumo de Cimento
O consumo de cimento dos diferentes métodos para CAR está expresso na figura 36.
Figura 36 – Consumo de cimento dos métodos de dosagem para CAR
(fonte: elaborado pelo autor)
O método Toralles-Carbonari novamente apresentou melhores resultados para o seu intervalo
de resistências. Como já mencionado anteriormente, o método propicia um baixo teor de pasta
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125 130
MEHTA-AITCIN50,55 50,32 50,14 50,00 49,89 49,80 49,72 49,63 49,51
NAWY57,25 58,23 58,71 58,79 58,59 58,21 57,76 57,34 57,05 57,01 57,31 58,07
TORRALLES-CARBONARI50,56 50,75 50,80 50,76 50,65 50,51 50,36 50,25 50,21 50,27 50,46
VITERVO45,68 47,32 48,61 49,58 50,28 50,76 51,04 51,17 51,20 51,15 51,08 51,02 51,01 51,10 51,32 51,72 52,33 53,19
AITCIN55,79 55,87 55,92 55,95 55,97 55,97 55,97 55,96 55,96 55,97 55,98
IPT MODIFICADO50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00
Resistência (MPa)63,50 64,90 61,70 63,80
Recena44,90 45,03 45,05 45,25
Resistencia (MPa)
Método
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108
devido ao esqueleto granular bastante compacto e utiliza-se de aditivo superplastificante e da
redução da relação a/agl para atingir resistências mais elevadas. Dessa forma atinge consumos
de cimento tão baixos, comparáveis aos consumos de CCV, para resistências por volta de 25
MPa.
Os métodos que apresentam resultados mais satisfatórios são os mesmos que geram menores
teores de pasta, exceto para o intervalo de 75 a 90 MPa no qual os consumos do método
Mehta-Aitcin ampliaram-se, de forma exponencial, e ultrapassaram os teores do
IPT/Modificado. A tabela 45 apresenta o resumo de todos os métodos, indicando qual
apresentou menor consumo de cimento para cada classe de resistência analisada.
Tabela 45 – Consumo de cimento dos métodos de dosagem para CAR
(fonte: elaborado pelo autor)
6.3.4 Custo por m³
As curvas que definem o custo do concreto para os diferentes métodos analisados estão
apresentadas na figura 37.
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 120 125 130
MEHTA-AITCIN355,48 390,99 415,28 430,82 440,08 445,51 449,56 454,70 463,40
NAWY347,96 391,28 430,31 466,47 501,19 535,90 572,02 610,97 654,18 703,08 759,09 823,63
TORRALLES-CARBONARI271,66 277,90 282,29 285,18 286,92 287,85 288,32 288,66 289,23 290,37 292,42
VITERVO388,68 417,43 437,84 451,27 459,08 462,64 463,31 462,44 461,41 461,57 464,29 470,93 482,85 501,41 527,97 563,90 610,56 669,30
AITCIN382,91 405,03 422,47 436,40 447,99 458,38 468,75 480,26 494,06 511,31 533,18
IPT MODIFICADO278,33 323,30 350,76 366,00 374,36 381,15 391,69 411,30 445,29 498,98 577,70 686,76 831,47
Resistência (MPa)63,50 64,90 61,70 63,80
Recena530,10 541,49 554,33 589,91
Método
Resistencia (MPa)
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
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Figura 37 – Custo por m³ dos métodos de dosagem para CAR
(fonte: elaborado pelo autor)
Os método Toralles-Carbonari apresenta o menor custo dentre os demais métodos, para o
intervalo de 20 a 50 MPa, e também o confere praticamente linear com o aumento da
resistência. A partir desse limite superior o método do IPT Modificado é o mais econômico
até a classe de resistência de 90 MPa, onde começa a ampliar demasiadamente seu custo
devido a excessivos consumos de cimento. Para as classes de 90 a 130 MPa o método Vitervo
apresenta o melhor resultado dentre os demais métodos. A figura 38 apresenta a tabela com o
resumo de todos os métodos, indicando qual apresentou menor custo por m³ para cada classe
de resistência analisada, a tabela que com os valores encontra-se no Apêndice B.
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Figura 38 – Comparativo de custo por m³ dos métodos de dosagem para CAR
(fonte: elaborado pelo autor)
6.3.5 Custo por m³/MPa
A figura 39 apresenta o custo por unidade de resistência, a tabela que com os valores
encontra-se no Apêndice B. Ou seja, qual apresenta a menor relação custo benefício. Os
métodos desenvolvidos para CAR apresentam uma redução no custo unitário com o aumento
da resistência, diferentemente do que acontece com o CCV. São métodos elaborados para
misturas com elevada resistência ao menor custo.
Figura 39 – Custo por m³/MPa dos métodos de dosagem para CAR
(fonte: elaborado pelo autor)
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
111
A figura 40 apresenta a tabela com o resumo de todos os métodos, indicando qual apresentou
menor custo por m³/MPa para cada classe de resistência analisada, a tabela que com os
valores encontra-se no Apêndice B.
Figura 40 – Comparativo de custo por m³/MPa dos métodos de dosagem para CAR
(fonte: elaborado pelo autor)
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112
7 CONCLUSÕES
Através da análise dos resultados dos ensaios provenientes da disciplina de Tecnologia e
Dosagem de Concretos Convencionais e Especiais do Programa de Pós Graduação
Engenharia Civil (PPGEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, este trabalho teve
por objetivo verificar qual o método de dosagem mais eficiente quanto a teor de pasta, teor de
argamassa, Consumo de cimento, custo por m³ e custo por m³/MPa. Foram analisadas as
seguintes categorias e métodos de dosagem: CCV (Abrams, Fuller, Furnas, ABCP,
IPT/Epusp, Cientec, Recena), CAA (Okamura, Gomes, Tutikian, Repette, Alencar & Helene,
Tutikian & Dal Molin, Recena) e CAR (Mehta-Aitcin, Nawy, Toralles-Carbonari, Vitervo,
Aitcin, IPT Modificado, Recena).
As conclusões a respeito dos métodos de dosagem são válidas para os materiais caracterizados
no item 5.1 e os métodos descritos no item 5.3, sendo necessárias novas investigações para
corroborar os resultados obtidos.
Os métodos que apresentaram menor teor de pasta foram: ABCP (25 a 30 MPa), IPT/Epusp
(35 a 50 MPa), Furnas (55 a 85 MPa) e Cientec (90 a 100 MPa) para CCV, Okamura (20 a 25
MPa), Gomes (30 a 35 MPa), Tutikian & Dal Molin (40 a 50 MPa) e Alencar & Helene (55
ao 85 MPa) para CAA e Vitervo (20 a 70 MPa), Nawy (75 a 100 MPa) e Aitcin (105 a 130)
para CAR.
Os métodos que apresentaram menor teor de argamassa foram: ABCP (25 a 40 MPa),
IPT/Epusp (45 a 50 MPa), Furnas (55 a 85 MPa) e Cientec (90 a 100 MPa) para CCV,
Okamura (20 a 50 MPa), Tutikian (55 a 70 MPa) e Alencar & Helene (75 a 85 MPa) para
CAA e Toralles (20 a 40 MPa), Vitervo (45 a 60 e 115 a 130 MPa) e IPT Modificado (65 a 75
MPa) para CAR.
Os métodos que apresentaram menor consumo de cimento foram: ABCP (25 a 30 MPa),
IPT/Epusp (35 a 45 MPa), Cientec (50 e 90 a 100 MPa) e Furnas (55 a 85 MPa) para CCV,
Okamura (20 MPa), Gomes (25 MPa), Tutikian (30 a 35 MPa), Tutikian & Dal Molin (40 a
50 MPa) e Alencar & Helene (55 a 85 MPa) para CAA e Toralles (20 a 45 e 55 a 70 MPa),
__________________________________________________________________________________________
Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
113
IPT Modificado (50 e 75 a 90 MPa), Mehta Aitcin (95 a 100 MPa) e Vitervo (105 ao 130
MPa) para CAR.
Os métodos que apresentaram menor custo foram: ABCP (25 MPa), Abrams (30 MPa),
IPT/Epusp (35 a 50 MPa), Furnas (55 a 80 MPa) e Cientec (85 a 100 MPa) para CCV,
Okamura (20 a 25 MPa), Tutikian (30 a 50 MPa) e Alencar & Helene (55 a 85 MPa) para
CAA e Toralles (20 a 50 e 65 a 70 MPa), IPT Modificado (55 a 60 e 75 a 90 MPa) e Vitervo
(95 a 130 MPa) para CAR.
Os métodos que apresentaram menor custo por MPa foram: ABCP (25 a 30 MPa), IPT/Epusp
(35 a 50 MPa), Furnas (55 a 80 MPa) e Cientec (85 a 100 MPa) para CCV, Okamura (20 a 25
MPa), Tutikian (30 a 50 MPa) e Alencar & Helene (55 a 85 MPa) para CAA e Toralles (20 a
50 e 65 a 70 MPa), IPT Modificado (55 a 60 e 75 a 90 MPa) e Vitervo (95 a 130 MPa) para
CAR.
O método do Recena apresentou um desempenho satisfatório quanto a todos os parâmetros
analisados, devido aos ensaios de otimização do esqueleto granular e substituição de cimento
por cinza volante e assim reduzindo consumos de cimento. O inconveniente do método é a
pequena faixa de resistências atingidas.
O método do IPT/Epusp também apresentou desempenho satisfatório para classes de
resistências convencionais, atingiu-se a resistência de 40 MPa com uma economia de 89% de
cimento em relação ao método da ABCP que estabeleceu 711 kg/m³ de cimento.
Através do amplo intervalo de resistências propostos nos métodos Furnas e Cientec verificou-
se a inviabilidade técnica e econômica da extrapolação de tais métodos que, para CCV,
mostram-se adequados. Atingindo resistências da ordem de 100 MPa devido a consumos de
cimentos acima de 1000 kg/m³ e teores de pasta de cimento superiores a 50% da mistura, com
prováveis reflexos no aumento do calor de hidratação, porosidade, redução do módulo de
elasticidade.
Comparando os custos de produção entre os CCV e os CAA percebeu-se uma grande
semelhança entre as categorias para concretos com resistências de até 50 MPa, a partir disso o
CAA apresenta uma economia de até R$ 144,69/m³ em relação ao CCV.
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Luís Antônio Rodrigues de Oliveira. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2012
114
O método Tutikian para CAA apresentou custos próximos, ou até mesmo redução de até 6%,
em relação aos do CCV para resistências inferiores a 50 MPa. A partir desse limite o método
de Alencar & Helene demonstrou o melhor desempenho, atingindo redução nos custos das
misturas de até 45,74% em relação ao CCV.
Os métodos para CAR apresentaram custo ligeiramente maior, na ordem de 5 a 10%, para
resistências abaixo dos 50 MPa, a partir desse valor ocorre o inverso e chega-se a 40% de
economia em relação ao CCV.
Como consideração geral a respeito dos diferentes métodos e suas respectivas categorias, a
escolha do método a ser emprego é função da classe de resistência pretendida, bem como os
materiais que constituem a mistura. Ocorrendo a transição gradual das propriedades e
parâmetros ao longo das classes de resistências da mesma família de concreto.
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Verificação do método de dosagem mais eficiente para o parâmetro e categoria analisados
115
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APÊNDICE A - Coeficiente das curvas de dosagem
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APÊNDICE B - Coeficiente das curvas dos custos/m³ e custos/m³xMPa
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