metaconglomerados e rochas associadas do grupo
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
METACONGLOMERADOS E ROCHAS ASSOCIADAS DO GRUPO SÃO ROQUE A NOROESTE DA CIDADE DE SÃO PAULO: PROVENIÊNCIA
E IMPLICAÇÕES PARA A IDADE DA SEDIMENTAÇÃO
Renato Henrique Pinto
Orientador: Prof. Dr. Valdecir de Assis Janasi
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Programa de Pós-Graduação em Mineralogia e Petrologia
SÃO PAULO 2008
Abstract
The São Roque Group is composed of low-grade metamorphic rocks deposited in marine
environment with coeval volcanic activity. The Morro Doce Formation is dominated by meta-
arkose and feldspatic meta-sandstone with expressive metaconglomeratic lenses, which form a
sequence regarded as the basal unit of São Roque Group. The metaconglomerates with wide
prevalence of granite pebbles have excellent potential to identify their sources and ages.
Metavolcanic acidic and basic rocks interspersed in this sequence are an important tectonic and
geochronologic marker.
The petrographic study of the granite pebbles from the Morro Doce Formation
metaconglomerates allowed the identification of four petrographic varieties: porphyritic biotite
monzogranite, inequigranular biotite monzogranite, equigranular biotite monzogranite and
inequigranular leucogranite. The comagmatic character of these pebbles is confirmed by
petrographic and geochemical data.
Acid metavolcanic rocks interlayered with meta-arkose and metaconglomerates in the
Morro do Polvilho region correspond to trachydacite and porphyritic meta-rhyolite. The meta-
arkose shows geochemical affinities with metaconglomerate granitic pebbles, and differs from the
acid metavolcanic rocks both in their geochemical signature and in its sedimentary fabrics defined
by the predominance of detritic subangulous feldspars. Their geochemical characteristics are typical
of within-plate magmatism, especially the low mg # (~ 20), high Zr (560-730 ppm), Y, Nb, and
low Sr (70-120 ppm), and is similar to the acid metavolcanics from the on Espinhaço Supergroup.
U-Pb dating by LA-MC-ICP-MS in zircon crystals from the predominant varieties of
granitic pebbles revealed Paleoproterozoic ages (2199 ± 8.5 Ma Ma and 2247 ± 13) for the main
granitic source of the metaconglomerates. Comparable ages are found in the nuclei of Espinhaço
Supergrup basament (Mantiqueira Complex) and Açungui (Tigre, Setuva and Betari nuclei).
The depositional age of the metaconglomerates (1.75-1.79 Ga), indicated by U-Pb dating of
interlayered metavolcanic rocks, is consistent with the age of the granitic source, (~2.2 Ga), and
with the lack of signals of contribution from younger source areas for the Morro Doce Fm
metasediments.
Resumo
O Grupo São Roque caracteriza-se por rochas de baixo grau metamórfico, depositadas em
ambiente marinho com atividade vulcânica submarina. As ocorrências da Formação Morro Doce
são dominadas por metarcóseos e metarenitos feldspáticos com expressivas lentes
metaconglomeráticas, que formam uma seqüência considerada como unidade basal do Grupo São
Roque. Os metaconglomerados, com o amplo predomínio de clastos graníticos, têm excelente
potencial para identificação de suas fontes e idades. Rochas metavulcânicas ácidas e básicas
intercaladas nesta seqüência constituem importante marcador tectônico e cronológico.
O estudo petrográfico dos clastos graníticos dos metaconglomerados da Formação Morro
Doce permitiu a identificação de quatro variedades petrográficas: biotita monzogranito porfirítico,
biotita monzogranito inequigranular, biotita monzogranito equigranular e leucogranito
inequigranular. O caráter comagmático entre os clastos é confirmado pelos dados petrográficos e
geoquímicos.
Rochas metavulcânicas ácidas que ocorrem intercaladas a metarcóseos e
metaconglomerados, na região do Morro do Polvilho, correspondem a meta-traquidacitos e meta-
riolitos porfiríticos. Os metarcóseos mostram afinidades geoquímicas com os clastos de granito dos
metaconglomerados, e diferenciam-se das rochas metavulcânicas ácidas associadas pela geoquímica
e pela petrotrama sedimentar composta predominantemente por feldspatos detríticos sub-angulosos.
De características geoquímicas típicas de magmatismo intraplaca, em especial baixo mg# (~20),
altos teores de Zr (560-730 ppm), Y e Nb, além de baixo Sr (70-120 ppm), as rochas
metavulcânicas ácidas do Grupo São Roque apresentam similaridades com as metavulcânicas
ácidas da base do Supergrupo Espinhaço.
Datações U-Pb por LA-MC-ICP-MS em cristais de zircão extraídos das variedades
predominantes de seixos graníticos revelaram idades Paleoproterozóicas (2199 ± 8.5 Ma e 2247 ±
13 Ma). Idades comparáveis só são encontradas regionalmente em núcleos do embasamento do
Supergrupo Espinhaço (Complexo Mantiqueira) e Açungui (núcleos Tigre, Setuva e Betari).
A idade de deposição dos metaconglomerados (1.75-1.79 Ga), indicada pelas datações U-Pb
em rochas metavulcânicas intercaladas é consistente com a idade dos clastos (granito fonte),
datados em 2.2 Ga, e com a ausência de indicações de contribuições de áreas-fontes mais jovens
para os metassedimentos da Fm. Morro Doce.
Agradeço ao Prof. Valdecir por toda a dedicação ao longo destes oito anos de
parceria.
Agradeço a minha amada e companheira Bruna, que faz parte integrante de todas
as etapas desta dissertação. Agradeço a minha família e amigos.
Agradeço a Lucelene (o que seria desta dissertação sem ela?) e Adriana
(Bisteca). Agradeço as colaborações em diversos setores na elaboração desta
dissertação: Chuck, Samar, Vinícios (Mikuim), Bruno (Melado), Baseiado, Brenda,
Carrapato, Chico Mineiro, Sagui, Polegar, Guano, Monocelha, Braga, Pulga, Iscoria,
Argolinha, Titica, Gaston... e muitos amigos da Pós-Graduação.
Agradeço a Sandra, Inês, Margarete, Ricardo e Paulinho. Agradeço ao Vasco
(não é o time), Zé Paulo, Zé Carlos, Henrique e a todos os funcionários dos diversos
laboratórios por onde “andei”. Ah! Claro Dona Celina. Agradeço aos Profs. Ginaldo,
Silvio, Romalino e Renato (ninguém).
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 2 I. 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................... 2 I. 2. MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................................................................... 4
I. 2. 1. Levantamento Bibliográfico .......................................................................................................... 4 I. 2. 2. Trabalhos de Campo e Coleta de Amostras .................................................................................. 4 I. 2. 3. Petrografia .................................................................................................................................... 5 I. 2. 4. Geoquímica.................................................................................................................................... 5
I. 2. 4. 1. Preparação de amostras e procedimentos analíticos............................................................................. 5 I. 2. 4. 2. Controle de Qualidade Analítica ........................................................................................................... 5 Fluorescência de Raios-X (FRX) .......................................................................................................................... 5 Espectrometria de Massa por Plasma (ICP-MS) ................................................................................................... 6 Comparações entre os Métodos FRX e ICP-MS ................................................................................................. 11
I. 2. 5. Geocronologia U-Pb por LA-MC-ICPMS................................................................................... 12 CAPÍTULO II - GEOLOGIA REGIONAL ........................................................................................................ 14
II. 1. HISTÓRICO DOS TRABALHOS SOBRE A GEOLOGIA DO PRÉ-CAMBRIANO PAULISTA, ATÉ O ANO DE 1955...................................................................................................................................................................... 14
Resumo.................................................................................................................................................... 14 Histórico ................................................................................................................................................. 15
II. 2. ESTRATIGRAFIA E AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO.............................................................................. 27 II. 3. GEOCRONOLOGIA................................................................................................................................. 33
II. 3. 1. Sequências Supracrustais do Domínio Apiaí-São Roque ........................................................... 33 II. 3. 2. Rochas Plutônicas do Domínio São Roque ................................................................................ 35 II. 3. 3. Embasamento ............................................................................................................................. 36
CAPÍTULO III – METACONGLOMERADOS, METARCOSEOS E ROCHAS METAVULCÂNICAS ASSOCIADAS ................................................................................................................................................... 37
III. 1. SITUAÇÃO TECTÔNICA........................................................................................................................ 37 III. 2. GEOLOGIA LOCAL............................................................................................................................... 38 III. 2. 1. METACONGLOMERADOS ................................................................................................................. 41
III. 2. 1. 1. Petrografia dos Clastos ........................................................................................................ 42 III. 2. 2. METARCÓSEOS................................................................................................................................ 43 III. 2. 3. ROCHAS METAVULCÂNICAS ........................................................................................................... 44 III. 3. GEOQUÍMICA DOS CLASTOS GRANÍTICOS, METARCÓSEOS E ROCHAS METAVULCÂNICAS.................. 45 III. 4. DATAÇÃO U-PB DOS SEIXOS (LA-MC-ICP-MS)................................................................................ 59 III. 5. CONCLUSÕES ...................................................................................................................................... 64 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................................... 67
ANEXO – I........................................................................................................................................................... (Fotos de Campo) .......................................................................................................................................
ANEXO – II ......................................................................................................................................................... (Fotomicrografias)......................................................................................................................................
ANEXO – III ........................................................................................................................................................ (Resumo expandido, publicado no Congresso Brasileiro de Geoquímica, 2007).......................................
2
Capítulo I – Introdução
I. 1. Introdução
A cadeia de montanhas que compõe as faixas dobradas da porção leste do Brasil,
chamada por Eschwege (1824) de “serra do Espinhaço”, abriga antigas bacias sedimentares
cujas idades e correlações ainda são temas controversos. Parte desta cadeia de montanhas,
localizada nos Estados de Minas Gerais e São Paulo recebe o nome Serra da Mantiqueira, e
especificamente a norte de São Paulo, serra da Cantareira (Derby, 1895). A “serie de xistos
metamorphycos” (Oliveira, 1887) que compõe parte do substrato rochoso que sustenta as
regiões elevadas no Estado de São Paulo foi chamada por Gonzaga de Campos (1888) de
“camadas de São Roque”. Este conjunto de camadas que afloram a norte da cidade de São
Paulo foi elevado à categoria de Grupo São Roque em 1963 (Paoliello, 1964).
O Grupo São Roque caracteriza-se por rochas de baixo grau metamórfico,
depositadas em ambiente marinho (Moraes Rego, 1933) com atividade vulcânica submarina
(Carneiro et al., 1984). As ocorrências da Formação Morro Doce (Juliani, 1999) são
dominadas por metarcóseos e metarenitos feldspáticos com expressivas lentes
metaconglomeráticas, que formam uma seqüência considerada como unidade basal do
Grupo São Roque. Os metaconglomerados que afloram a norte da cidade de São Paulo têm
chamado a atenção dos geólogos desde os trabalhos de Coutinho (1955), e o amplo
predomínio de clastos graníticos tem excelente potencial para identificação de suas fontes e
idades.
Datação U-Pb em monazita de rocha metabásica apresentada por Hackspacher et
al. (2000) (628 + 9 Ma) foi interpretada como indicativa de que o Grupo São Roque se
depositou no Ediacarano, o que seria coerente, tratando-se de unidade mais jovem que o
Grupo Serra do Itaberaba, do Proterozóico Médio (Juliani et al., 2000). Datações K-Ar em
biotita do arcabouço do metaconglomerado sugerem, no entanto, idades de metamorfismo
da ordem de 800 Ma (Tassinari et al., 1985).
A deposição do Grupo São Roque tem sido determinada com maior segurança
através de datações U-Pb de rochas metavulcânicas ácidas e básicas que ocorrem
intercaladas na Formação Morro Doce (Carneiro et al., 1984), e indicam idades na
passagem Estateriano-Caliminiano (1.79 Ga; van Schmus et al. 1986; 1.75 Ga; Oliveira et
al. 2008). Esta idade sugere que a sedimentação do Grupo São Roque teve início a partir da
3
“Tafrogênese Estateriana” (Brito Neves et al., 1995), o que abre a possibilidade de
cronocorrelação com a base do Supergrupo Espinhaço (Schobbenhaus et al., 1994; Brito
Neves et al., 1979) e a base do Supergrupo Açungui (Basei et al., 2003; Weber et al.,
2004).
Em uma fase inicial, a presente pesquisa explorou a possibilidade de proveniência
dos metaconglomerados do Grupo São Roque a partir de um arco magmático continental
neoproterozóico, sugerido pela datação e interpretação paleogeográfica (bacia de
“backarc”) de Hackspacher et al. (2000). Foi feita uma comparação geoquímica detalhada
entre os clastos dos metaconglomerados e os granitos neoproterozóicos, a partir das
variedades petrograficamente similares às identificadas nos clastos. Embora tenham sido
reveladas similaridades com alguns dos granitos neoproterozóicos do batólito Agudos
Grandes (Henrique-Pinto & Janasi, 2007), discrepâncias para alguns elementos traços como
Rb, Nb e Ga mostraram que os clastos não têm equivalência com nenhum dos granitos
neoproterozóicos regionais conhecidos.
Os clastos graníticos do metaconglomerado foram estudados em detalhe no presente
trabalho, e datados em 2.2 Ga (U-Pb por LA-MC-ICP-MS), que é, portanto a idade da
área-fonte predominante da Fm. Morro Doce, consistente com a idade de deposição dos
metaconglomerados de 1.75-1.79 Ga, indicada pelas datações U-Pb em rochas
metavulcânicas intercaladas.
4
I. 2. Materiais e Métodos
I. 2. 1. Levantamento Bibliográfico
A região da cidade de São Paulo e arredores conta com o maior e mais antigo
acervo de estudos geológicos do Brasil, que nem sempre é de fácil acesso para aqueles que
iniciam seus trabalhos de revisão bibliográfica. A maior parte dos trabalhos consultados
encontra-se na biblioteca do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, porém
arquivos mais antigos só foram encontrados em específicas bibliotecas*, como é o caso dos
trabalhos consultados para a revisão histórica que consta no item II. 1. Histórico.
* Bibliotecas: Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, SP;
Instituto Geográfico e Cartográfico, SP; Instituto Geológico, SP; Museu Paulista,
Universidade de São Paulo, SP; Museu Republicano, Universidade de São Paulo, cidade de
Itu, SP; Club Militar, RJ; Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, SP; Centro de
Estudos Históricos e Culturais, Belo Horizonte, MG; Faculdade de Filosofia Ciências e
Letras da Universidade de São Paulo, SP.
I. 2. 2. Trabalhos de Campo e Coleta de Amostras
Um primeiro perfil geológico de detalhe foi levantado em uma exposição que aflora
por cerca de 200 metros na pista sul do Rodoanel Viário Metropolitano de São Paulo (km
9,5), na região do Morro Doce (Henrique-Pinto, 2004; Henrique-Pinto & Janasi, 2006).
Trata-se da maior exposição de metarcóseos e metaconglomerados sem alteração
intempérica existente na região, na qual existe significativa variedade de clastos graníticos.
A carta topográfica da Folha Santana do Parnaíba (IBGE, 1984) e o mapa geológico
da mesma Folha (IPT, 1983) serviram como guia para novas visitas de campo a outras
exposições; os estudos de campo e a coleta de amostras se concentraram nas regiões da
Fazenda Itahyê e Morro do Polvilho. Importante volume de metarcóseos e rochas
metavulcânicas foi coletado nas exposições das rodovias Anhanguera e Bandeirantes.
As medidas de susceptibilidade K foram obtidas em um medidor portátil
Exploranium Kappameter KT-9, que fornece leituras em unidades SI (Sistema
Internacional). A susceptibilidade magnética K mede a razão entre J (momento magnético
5
dipolar por volume unitário) e H (intensidade do campo magnético aplicado), tal que K=
J/H.
I. 2. 3. Petrografia
Os estudos petrográficos foram feitos em secções delgadas a partir de luz
transmitida em microscópios Zeiss Axioplan. As amostras foram descritas em termos
texturais e mineralógicos, e as feições mais importantes foram fotografadas e são
apresentadas no Anexo II. Seções polidas de duas amostras (clastos de monzogranito
equigranular MD-01C e arcabouço MD-01B) foram obtidas para o estudo petrográfico a
partir de luz refletida.
I. 2. 4. Geoquímica I. 2. 4. 1. Preparação de amostras e procedimentos analíticos
A geoquímica de rochas, uma das ferramentas principais deste trabalho, contou com
um quadro de 55 amostras analisadas, que incluem clastos extraídos do metaconglomerado
(granitos, rochas metavulcânicas básicas e quartzitos), metarcóseos, anfibolitos, rochas
metavulcânicas básicas e ácidas e granitos regionais.
O tratamento das amostras processou-se no Laboratório de Tratamento de
Amostras do IGc-USP, e envolveu as etapas de fragmentação de amostras representativas e
livres de alteração em britador de mandíbulas de aço ou prensa hidrátlica até a fração
grânulo, seguida de quarteamento e moagem em moinho de ágata do tipo planetário.
Pastilhas de rochas prensadas e fundidas foram analisadas por Fluorescência de Raios X
(Laboratório de FRX do IGc-USP), seguindo o protocolo descrito por Mori et al. (1999).
Um subconjunto dessas amostras foi analisado por ICP-MS no Laboratório de Química e
ICP do DMG-IGc-USP, segundo o procedimento analítico descrito em Navarro (2004).
I. 2. 4. 2. Controle de Qualidade Analítica Fluorescência de Raios-X (FRX) Pastilhas de rochas prensadas e fundidas foram analisadas por Fluorescência de
Raios X (Laboratório de FRX do IGc-USP) em quatro etapas, denominadas de FRX 1,
6
FRX 2, FRX 3, FRX 4. A qualidade destas análises é atestada pelas similaridades entre os
valores obtidos e recomendados para os materiais de referência (JB 1- basalto; JG1-
granito). Neste sentido, nenhuma discrepância relevante também aparece quando
comparadas às amostras com duplicatas (MD-01F, MD-26B, MD-43, MD-34A, MD-10A,
MD-11B). Sutis diferenças aparecem somente para os elementos que se aproximam do
limite de detecção do método, como Cl, S, F, Co, Ni. (Figura 1, 2 e 3).
Espectrometria de Massa por Plasma (ICP-MS)
Os dados obtidos por ICP-MS no Laboratório de Química e ICP do DMG-IGc-USP
são referentes a variedades de clastos coletados na região do Morro Doce e Morro do
Polvilho. A qualidade destas análises é atestada pela coerente similaridade entre os valores
obtidos e recomendados para os materiais de referências JG-3 -granito e JR-1 -riolito (GSJ
- Japão), e pela similaridade entre os valores da amostra com duplicata - MD-10B. (Figura
4)
7
Figura 1: Comparação entre os valores obtidos e recomendados para o material de referência JB 1a -
método FRX (elementos maiores (óxidos) - % em peso; elementos traços – ppm).
JB 1a Obtido JB 1a Recomendado
FRX_1
0,1
1
10
100
SiO2
Al2O3
MnO MgO CaONa2
OK2O TiO
2P2O
5
Fe2O3 Lo
i
FRX_1
1
10
100
1000
Ba Ce ClCo Cr
Cu F Ga La Nb Nd NiPb Rb S Sc Sr Th U V Y Zn Zr
FRX_2
0,1
1
10
100
SiO2
Al2O3
MnO MgO CaONa
2O K2O
TiO2
P2O5
Fe2O
3 Loi
FRX_2
1
10
100
1000
Ba Ce Cl Co Cr Cu F Ga La Nb Nd Ni Pb Rb S Sc Sr Th U V Y Zn Zr
FRX_3
0,11
1010
0SiO2Al2O
3MnO MgO Ca
ONa2
O
K2O
TiO2
P2O5
Fe2O
3 Loi
FRX_3
1
10
100
1000
Ba Ce Cl Co Cr Cu F Ga La Nb Nd Ni Pb Rb S Sc Sr Th U V Y Zn Zr
FRX_4
0,10
1,00
10,00
100,00
SiO2
Al2O3
MnO MgO CaO
Na2O K2O
TiO2
P2O5
Fe2O
3 Loi
FRX_4
1
10
100
1000
Ba Ce Cl Co Cr Cu F Ga La Nb Nd Ni Pb Rb S Sc Sr Th U V Y Zn Zr
8
Figura 2: Comparação entre os valores obtidos e recomendados para o material de referência JG 1a -
método FRX (elementos maiores (óxidos) - % em peso; elementos traços – ppm).
JG 1a Obtido JG 1a Recomendado
FRX_1
1
10
100
1000
Ba Ce Cl Co Cr Cu F Ga La Nb Nd Ni Pb Rb S Sc Sr Th U V Y Zn Zr
FRX_2
0,01
0,1
1
10
100
SiO2
Al2O3
MnO MgO CaONa2
O
K2O TiO2
P2O5
Fe2O
3 Loi
FRX_2
1
10
100
1000
Ba Ce Cl Co Cr Cu F Ga La Nb Nd Ni Pb Rb S Sc Sr Th U V Y Zn Zr
FRX_3
0,01
0,11
1010
0SiO
2Al2
O3MnO MgO CaONa2
O
K2O TiO2
P2O5
Fe2O
3 Loi
FRX_3
1
10
100
1000
Ba Ce Cl Co Cr Cu F Ga La Nb Nd Ni Pb Rb S Sc Sr Th U V Y Zn Zr
FRX_1
0,01
0,1
1
10
100
SiO2
Al2O3
MnO MgO CaONa2
O
K2O TiO2
P2O5
Fe2O
3 Loi
FRX_4
0,01
0,1
1
10
100
SiO2
Al2O3
MnO MgO CaONa2
O
K2O TiO2
P2O5
Fe2O
3 Loi
FRX_4
1
10
100
1000
Ba Ce Cl Co Cr Cu F Ga La Nb Nd Ni Pb Rb S Sc Sr Th U V Y Zn Zr
9
Figura 3: Comparação entre os valores obtidos para as amostras com duplicatas – método FRX
(elementos maiores (óxidos) - % em peso; elementos traços – ppm).
Duplicatas
M D-26B
1
10
100
1000
10000
Ba Ce ClC o C r
Cu F Ga La Nb Nd NiPb Rb S Sc Sr Th U V Y Zn Zr
MD-34A
1
10
100
1000
Ba Ce ClC o C r
Cu F Ga La Nb Nd NiPb Rb S Sc Sr Th U V Y Zn Zr
M D-10A
0
100
200
300
400
500
600
Ba Ce ClCo Cr
Cu F Ga La Nb Nd NiPb Rb S Sc Sr
Th U V Y Zn Zr
MD-34A
0,01
0,10
1,00
10,00
100,00
SiO2
Al2O3MnO MgO CaO
Na2OK2O
TiO2P2O
5Fe2O
3 Loi
M D-2 6 B
0,01
0,10
1,00
10,00
100,00
SiO2
A l2O3M
nOM
gO CaONa2O
K2OTiO
2P 2O
5
Fe2O3 Loi
M D-1 0 A
0,00
0,01
0,10
1,00
10,00
100,00
SiO2
A l2O3M
nOM
gO CaONa2O
K2OTiO
2P 2O
5
Fe2O3 Loi
M D-4 3
0,01
0,10
1,00
10,00
100,00
SiO2
A l2O3MnO M gO CaO
Na2OK2O
TiO2
P 2O5
Fe2O3 Loi
M D-43
1
10
100
1000
Ba Ce ClCo Cr
Cu F Ga La Nb Nd NiPb Rb S S c S r
Th U V Y Zn Zr
M D-11 B
0,01
0,10
1,00
10,00
100,00
SiO2
A l2O3MnO M gO CaO
Na2OK2O
TiO2
P 2O5
Fe2O3
Loi
M D-11B
10
100
1000
Ba Ce ClCo Cr
Cu F Ga La Nb Nd NiPb Rb S S c S r Th U V Y Zn Zr
M D -01F
0,01
0,10
1,00
10,00
100,00
SiO2Al2O3
MnOMgO
CaONa2O
K2OTiO2
P2O5
Fe2O3 Loi
MD-01F
1
10
100
1000
Ba Ce Cl Co Cr Cu F Ga La Nb Nd Ni Pb Rb S Sc Sr Th U V Y Zn Zr
10
Figura 4: Comparação entre os valores (ppm) obtidos e recomendados para o material de referência
JG – 3 e os valores (ppm) da amostra com duplicata MD-10B – método ICP-MS.
JR-1 obtido JR-1 Recomendado
JG-3 obtido JG-3 Recomendado
MD-10B (a) MD-10B (b)
JR-1
0
1
10
100
1000
Rb Sr Y Zr Nb Cs Ba La Ce Pr NdSm Eu Gd Tb Dy Ho Er
Tm Yb Lu Hf Ta Pb Th U
JG-3
0,1
1,0
10,0
100,0
1000,0
Rb Sr Y Zr Nb Cs Ba La Ce Pr NdSm Eu Gd Tb Dy Ho Er
Tm Yb Lu Hf Ta Pb Th U
0,1
1,0
10,0
100,0
1000,0
Rb Sr Y Zr Nb Cs Ba La Ce Pr NdSm Eu Gd Tb Dy Ho ErTm Yb Lu Hf Ta Pb Th U
Duplicata
11
Comparações entre os Métodos FRX e ICP-MS
A comparação para elementos traço analisados por ambos os métodos analíticos
(Fluorescência de Raios X e ICP-MS) mostra que, em linhas gerais, não existem diferenças
significativas nas amostras MD-01B, MD-01C, MD-01D, MD-01E, MD-01N, MD-10B.
Apenas o elemento Nd aparece superestimado na amostra MD-01D, para o método FRX. (
Figura 5: Comparação entre os valores (ppm) obtidos nos métodos FRX e ICP-MS.
Th U
MD-01B
1
10
100
1000
10000
Rb Sr Y Zr Nb Ba La Ce Nd Pb
MD-01C
1,0
10,0
100,0
1000,0
Rb Sr Y Zr Nb Ba La Ce Nd Pb Th U
Th U
MD-01D
1,0
10,0
100,0
1000,0
Rb Sr Y Zr Nb Ba La Ce Nd Pb
MD-01E
1,0
10,0
100,0
1000,0
Rb Sr Y Zr Nb Ba La Ce Nd Pb Th U
1,0
10,0
100,0
1000,0
Rb
MD-10B
Sr Y Zr Nb Ba La Ce Nd Pb Th U
1
10
100
1000
Rb Sr
MD-01N
Y Zr Nb Ba La Ce Nd Pb Th U
ICP-MS FRX
12
I. 2. 5. Geocronologia U-Pb por LA-MC-ICPMS
Para determinar a idade dos seixos graníticos do metaconglomerado, foram
separados cristais de zircão em duas amostras de clastos da variedade predominante
monzogranito equigranular das ocorrências do Morro Doce (MD-01C) e Morro do
Polvilho (MD-10B). Os concentrados foram obtidos no Laboratório de Separação Mineral
do IGc-USP, segundo procedimento padrão de moagem em moinho de anéis, seguida de
peneiramento. A separação mineral por diferença de densidade foi feita através do uso de
mesa vibratória, e líquidos densos (bromofórmio e iodeto de metileno).
Os concentrados foram submetitos a processo de separação usando propriedades
magnéticas em separador do tipo Frantz. A partir dos concentrados das frações não
magnéticas a 1,0 A, seguiu-se com uma nova triagem no separador Frantz, mantendo uma
amperagem constante de 1,5 A, e alternado apenas o ângulo de queda dos cristais em
relação às caneletas de coleta, objetivando a seleção dos cristais menos magnéticos, com
faces prismáticas bem preservadas, brilho vítreo e poucas inclusões.
Esses cristais foram colocados em montagens feitas em resina (araldite), que foram
posteriormente polidas manualmente até expor os grãos. Os procedimentos seguintes foram
feitos pelo Prof. Valdecir de Assis Janasi, orientador desta Dissertação, durante visita ao
Department of Earth and Atmospheric Sciences da Universidade de Alberta em Edmonton,
Canadá, em novembro de 2007, com o apoio do Dr. Antonio Simonetti e outros
colaboradores.
Foram obtidas inicialmente, em Microssonda Eletrônica, imagens de elétrons
retroespalhados de cada cristal, que permitiram identificar zoneamentos internos, e realçar
feições como inclusões e fraturas dos grãos, que foram evitadas quando da escolha das
posições de incidência do laser.
As determinações isotópicas foram feitas por LA-MC-ICPMS em espectrômetro Nu
Plasma acoplado a um sistema de ablasão a laser Nd:YAG (λ=213 nm) New Wave
Research. O espectrômetro é dotado de três contadores iônicos e doze contadores Faraday,
configuração que permite a detecção simultânea de sinais de íons da massa 238U até 203Tl, e
permite a obtenção de razões Pb-Pb e U-Pb altamente precisas e reproduzíveis. A precisão
e exatidão das análises foram verificadas pela análise dos padrões de zircão BR266 e
13
91500. Em vista do elevado conteúdo de Pb nos cristais em estudo, foi possível obter sinal
de intensidade adequada para “spots” com 20 μm de diâmetro, uma resolução espacial
bastante satisfatória que permitiu obter análises nas porções mais preservadas dos grãos.
Maiores detalhes dos procedimentos analíticos são apresentados em Simonetti et al. (2005).
14
Capítulo II - Geologia Regional
II. 1. Histórico dos Trabalhos Sobre a Geologia do Pré-Cambriano Paulista, até o ano de 1955.
Resumo Segundo Adalbert Orville Derby, o “primeiro impulso dado à mineração no Brasil (...) foi
devido à descoberta das lavras auríferas do Jaraguá”, onde já se anunciava a existência de ouro,
desde 1562. No entanto, os primeiros escritos sobre a geologia paulista se dão a partir do “Diário de
uma viagem mineralógica pela província de São Paulo no ano 1805”, escrito por Martim Francisco
Ribeiro de Andrada.
Muitos viajantes naturalistas vieram para o Brasil após a chegada da família real no ano de
1808, e deixaram curtos registros sobre a geologia do Estado de São Paulo. O primeiro trabalho de
peso chama-se “Jornal do Brasil”, escrito por Wilhelm Ludwig von Eschwege, onde se encontram
anexados os estudos de Friedrich Ludwig Wilhelm Varnhagen, sobre parte da capitania de São
Paulo. Em “Brasil, novo mundo” publicado em 1824, Eschwege descreve uma cadeia de montanhas
que se prolonga de Pernambuco até o Rio Grande do Sul, nomeada de “serra do Espinhaço”. “As
series metamorphicas não crystallinas”, que compõem este conjunto de serras, são correlacionadas
por Derby em 1878 e 1882.
Fundada em abril de 1886, a “Comissão Geographica e Geologica da Província de São
Paulo” é responsável por gerar as primeiras cartas topográficas do Estado. Enquanto Francisco de
Paula Oliveira dedicava-se aos estudos dos granitos e metassedimentos da província de São Paulo,
Luiz Felippe Gonzaga de Campos estudava principalmente os “terrenos horizontaes” da Bacia do
Paraná.
Das explorações realizadas nos rios paulistas em 1905, por Guilherme Florence, aos
importantes trabalhos efetuados no sul do estado por Euzébio Paulo de Oliveira e Othon Henry
Leonardos, 1925 e 1934 respectivamente, muito se somou ao conhecimento da geologia na região.
No entanto, coube a Luiz Flores de Moraes Rego em 1933 a primeira tentativa de reconstituição do
paleoambiente sedimentar, admitindo uma origem marinha para as series metamórficas de São
Roque. Tais considerações foram seguidas por Fernando Flavio Marques de Almeida em 1945 e
José Moacyr Vianna Coutinho em 1955.
15
Prefácio
A região da cidade de São Paulo e
arredores conta com o maior e mais
antigo acervo de estudos geológicos do
Brasil, que nem sempre é de fácil acesso
para aqueles que iniciam seus trabalhos
de revisão bibliográfica. O autor não tem
a pretensão de cobrir por completo o
amplo e diversificado espectro do acervo
literário sobre a geologia do Pré-
Cambriano paulista até o ano de 1955 e
sim, homenagear os mais brilhantes e
pioneiros trabalhos da região.
Histórico Segundo o “Retrospecto Histórico
dos Trabalhos Geográficos e Geológicos
Efetuados na Província de São Paulo”,
escrito por Adalbert Orville Derby, em
1889, “o primeiro impulso dado à
mineração no Brasil (...), foi devido à
descoberta das lavras auríferas do
Jaraguá, perto da capital de São Paulo”.
Local da primeira descoberta de ouro no
Brasil, “segundo uma carta de Braz
Cubas, datada de 1562”, onde já se
anunciava a “existência de ouro a 30
léguas de Santos”.
Em cartas enviadas a von
Eschwege, Friedrich Ludwig Wilhelm
Varnhagen atribui a Afonso Sardinha a
descoberta “do minério de ferro em
Araçoiaba”, e “as primeiras lavagens de
ouro da Serra de Jaraguá”, em 1590. Tais
minas de ouro, segundo Francisco de
Paula Oliveira, são também
referenciadas por Jean de Laet, na sua
obra, “História do Novo Mundo”, em
1640.
“A febre do ouro propagava-se
por toda a parte e de Portugal partiam os
navios conduzindo aventureiros e
ferramentas para o novo Perú brazileiro”
(Oliveira, 1892).
No histórico apresentado por
Othon Henry Leonardos, coube a D.
Francisco de Souza, em 1609 o primeiro
registro sobre as minas de prata na
Capitania de São Vicente.
No entanto, os primeiros escritos
sobre a geologia paulista, se dão a partir
do “Diário de uma viagem mineralógica
pela província de São Paulo no ano
1805”.
Nesta viagem, Martim Francisco
Ribeiro de Andrada descreve granitos
com granada nos morros de Peruíbe, e
através do rio Ribeira de Iguape, parte de
Cananéia a Xiririca (atual Eldorado),
onde descreve “basaltos em bolas”,
“xistos argilosos” e “enormes massas de
rocha granítica de grão fino”, por vezes
porfiríticas. Em Iporanga, encontrou
“bancos de pedra calcárea” com grutas
estalactíticas.
Também importante registro
sobre o Brasil de 1807 a 1811 coube a
16
inglês John Mawe que, ao passar pela
cidade de São Paulo, descreve-a como
sendo banhada na base por “dois riachos,
que na estação das chuvas, quase a
transformam em ilha. Os riachos
desembocam em largo e belo rio, o Tietê,
que atravessa a cidade, numa milha de
extensão, tomando a direção sudoeste”.
Na excursão às “afamadas” minas
de ouro do Jaraguá Mawe descreve a
superfície da região como “irregular, ou
antes, montanhosa. As rochas onde
aparecem indicam ser granito primitivo,
inclinado para gnais com certa porção de
anfibólio e não raro de mica. A terra é
avermelhada, extraordinariamente
ferruginosa (...) O ouro se encontra, na
maioria num stratum de seixos redondos
e calhaus (...), inteiramente sobreposto a
uma rocha sólida”.
Somente com a transferência da
Família Real portuguesa em 1808,
começou-se a registrar com maior detalhe
a geologia do Brasil.
Contratado pela Coroa, Wilhelm
Ludwig von Eschwege inicia seus estudos
no ano de 1811, e publica o “Jornal do
Brasil”, em 1818. Trata-se do primeiro
estudo de maior profundidade sobre a
geologia e a geografia do Brasil; esta
obra contém também os estudos de
Varnhagen, sobre parte da Capitania de
São Paulo.
“Ao longo de toda a Serra do
Mar, não observei rochas acamadadas,
mas apenas depósitos aluvionares (...).
Até a entrada do porto de Santos, a costa
é formada por granito, que
freqüentemente passa para gnaisse (...),
em algumas regiões encontra-se granada
disseminada (...), é comum encontrar
magnetita associada ao granito (...). Às
vezes, o granito é substituído
completamente por magnetita, formando
bolsões, camadas e veios (...).
Ultrapassando, porém, o cume da serra
em direção ao interior, encontra-se (...)
xisto argiloso de transição, xisto silicoso
(...) e rocha calcária primária, branca e
granulada”.
“Sobe-se a serra entre dois cumes
(...), e bem em cima chega-se ao platô,
que prossegue (...) até além da cidade de
São Paulo, que é delimitada pela segunda
serra (denominada geralmente Serra da
Mantiqueira), que tem direção de leste
para oeste (...). As colinas mais elevadas
(...), são formadas de granito, sobreposto
por grauvaca, xisto argiloso, xisto
silicoso e, nos vales, filito”.
“A cidade de São Paulo situa-se a
uma elevação de 50 a 100 pés acima de
uma planície pantanosa, formada pelo rio
Tietê (...). O embasamento é gnaisse,
sobrepõe-se a ele uma espécie de carvão
alterado, semelhante à turfa (...), este, por
sua vez é recoberto por um
17
conglomerado arenoso (...), segue-se um
banco de argila (...), depois uma camada
de argila ferruginosa (...) e, por fim, um
barro amarelo”.
Varnhagen também relata um
pouco da história do ferro em São João
de Ipanema, e na “Serra de Araçoiaba”,
onde a implantação da primeira fundição
foi atribuída a Afonso Sardinha.
A origem do “ouro primário” na
serra do Jaraguá, cuja “lavagem” era
executada em aluviões sobrepostos a
“xistos argilosos, gnaisses e granitos”, é
relacionada a um “vieiro de limonita”,
provável “rocha matriz” encontrada “ao
pé do Morro”.
Martim de Andrada e seu irmão
José Bonifácio de Andrada e Silva, então
denominado “Patriarca da
Independência”, partiram de Santos ao
interior de São Paulo, em 1820. Lá
descreveram o ponto mais elevado,
chamado de Monserrat, e cuja rocha “é
composta de gnais, que passa por vezes
ao verdadeiro granito (...) sobre este
gnais, aparece, de vez em quando, o xisto
argiloso primitivo, que se transforma em
algumas partes em micaxisto”.
Depois de passarem pelas
unidades de turfas e as chamadas minas
de ferro argilosas na cidade de São
Paulo, os irmãos Andradas partem para
“ver os montes e as minas de ouro do
Jaraguá”. No percurso cruzam o rio Tietê,
que “ocorre encaixado e com bastante
água (...), logo que se tem subido as
alturas que formam a serra anterior à do
Japi, o terreno é cortado por pequenas
descidas (...) em algumas partes achamos
grandes fragmentos solitários de granito,
de grão médio, misturado de mica
negra”.
Em “Brasil, novo mundo”
publicado em 1824, Eschwege descreve
uma cadeia de montanhas “chamada em
algumas regiões de serra da
Mantiqueira”, que “sustenta na sua linha
de cumeada os pontos mais altos do
Brasil”. Esta se prolonga “através da
província de Minas Gerais em direção ao
norte, através da Bahia e de Pernambuco,
e em direção sul, através de São Paulo e
o Rio Grande do Sul. Dei a essa cadeia o
nome de serra do Espinhaço”.
Derby, em 1895 caracteriza o
sistema de cordilheiras da Serra da
Mantiqueira em São Paulo, a partir do
conjunto Serra da Cantareira, como um
“macisso composto”, e a Serra do
Jaraguá, como “pico ou montanha
isolada”. Em 1898 as “montanhas” ao
redor da cidade de São Paulo, são
descritas como “xistos antigos em
posição inclinada”, cortados por granitos
que passam “subterraneamente, por baixo
do distrito urbano”.
Para Derby, a necessidade de
“novas expansões”, onde os “trabalhos
18
geographicos embrionarios não mais
podiam satisfazer”, levou o governo
imperial, no ano de 1874, à criação da
Comissão Geológica, que foi dirigida por
Charles Frederick Hartt.
Em 1870, na região da província
de São Paulo, Hartt relata que, ao subir a
Serra do Mar, aparece “um imenso
tabuleiro de gnais, encrespado por uma
linha de consideráveis morros (...),
tornando-se gradualmente mais baixo
para oeste, até que em Campinas, largas
planícies são alcançadas (...) A oeste de
São Paulo, encontram-se algumas
montanhas elevadas; a mais notável delas
é Jaraguá, em cuja vizinhança as minas
de ouro foram outrora trabalhadas”.
Parte da “Província do Paraná”,
estudada por Derby em 1878, “foi por
muito tempo conhecida como região
diamantífera”. Sendo pequenas as
“pedras preciosas ahi achadas, conquanto
de boa qualidade e côr”.
“As series metamorphicas não
crystallinas compostas de quartzitos
(itacolumito, itabirito, jacutinga),
schistos talcosos e marmores (...), são
“caracteristicos do interior das provincias
da Bahia e Minas Gerais”, estendendo-se
“em uma zona continua em direcção ao
sul, provavelmente até o Rio Grande do
Sul, apresentando em toda parte os
mesmos caracteres esssenciaes”. Tais
associações também são propostas em
estudos praticados por Derby em 1882,
nos “Valles do rio das Velhas e alto S.
Francisco”.
São comparados também,
mármores associados a “schistos
vermelhos da região de Assunguy”, com
equivalentes descritos perto de Sorocaba,
em São Paulo.
“O mais interessante é um bloco
de conglomerado metamorphoseado
contendo seixos redondos do tamanho de
um punho (...), unidas por um cimento
silicoso”.
Fundada em abril de 1886, a
“Comissão Geographica e Geologica da
Província de São Paulo” é responsável
por gerar as primeiras cartas topográficas
do estado.
Em um “esboço geologico da
região comprehendida entre os rios
Sorocaba e Tieté”, Francisco de Paula
Oliveira, em 1887, separa
geologicamente a região da província em
quatro séries:
A serie de “schistos
metamorphicos, incluindo schistos
argilosos, quartzitos e calcareos”; a
“serie gneissica” que se intercala com a
“serie de schistos metamorphicos”; a
serie “sedimentaria não
metamorphisada”; e a serie de “rochas
eruptivas composta principalmente de
granitos de varios typos”, onde aparecem
“as cadeias de montanhas da serra de São
19
Francisco, S. Roque e Itaqui”. Estas
serras são constituídas de uma rocha
“granítica amphibolica”, conhecida
como “olho de sapo” e por “granitos a
turmalinas e a granadas das pedreiras de
Cayeiras”.
“Não resta duvida que o granito
de Caieiras é eruptivo e posterior não
somente aos micaschistos como também
aos schistos argillosos (...). Ainda,
porém, não me foi possível determinar a
relação dos schistos argillosos com os
micaschistos”.
São descritos como parte da serie
de “schistos metamorphicos, os
chamados “schistos amphibolicos”, que
por vezes adquirem textura maciça, e nos
quais “o desenvolvimento da
schistosidade é devido ao movimento de
sublevação que soffreram em comum
com as rochas sedimentarias, em que
foram injectadas”.
Coube a Oliveira o pioneirismo
no que diz respeito ao estudo dos granitos
do Estado de São Paulo, como o granito
do Tico-Tico, Pirituba, Itaqui, Sorocaba,
Salto de Itu e granitos com “lepidolitha”
como o de Perus.
A gênese do ouro na região do
Jaraguá é atribuída por Oliveira em 1888
e 1892, a “grossos veieiros que
atravessam os micaschistos em diversas
direcções e que são encontrados in situ
perto do morro Ururuqueçava ou morro
Doce”.
Em extensas e detalhadas secções,
percorrendo principalmente as linhas
férreas do estado, Luiz Felippe Gonzaga
de Campos em 1888, caracteriza os
“schistos inclinados (...) e grandes
massas de granito”, como constituintes
da serrania de São Roque, São Francisco
e Paranapiacaba, que “prolongam-se até
cerca da cidade de Castro”.
Os “schistos argillosos
inclinados”, com direção geral de “N. 75°
L”, da Serra de Paranapiacaba “análogos
aos da Serra de São Roque”, associam-se
“com camadas de um quartzito
impregnado de silicatos magnesianos
(...), a calcareos (...), e também com
camadas de um calcareo escuro
impregnado de substancia carbonosa”.
São descritas variedades de
granitos “côr de carne semelhante ao do
Salto de Itu (...) de muito quartzo”, com
“pequena proporção de biotita”, “granito
de duas micas que passa a ser muito
quartzoso na descida para o rio Turvo” e
“granitos amphibolicos porphyroides”
com “grandes e bem formados cristaes”,
que aparecem próximos a Piedade.
Gonzaga de Campos separa todo
o conjunto de metassedimentos “em dois
grupos: o mais metamorphisado, dos
schistos micaceos, e o que menos o é, dos
20
schistos argillosos contendo depósitos de
calcareo carbonoso”.
Guilherme Florence em “Notas
geológicas sobre o rio Tieté”, através das
explorações realizadas pela Comissão
Geográfica e Geológica nos rios paulistas
em 1905, percorre desde a cabeceira até o
Salto de Itu. O rio, neste trajeto, atravessa
“schistos argillosos (phyllites) fortemente
inclinados”, “calcareo” incluído nos
“schistos”, gabros, quartzitos e “schistos
amphibolicos”.
Em 1925, Euzébio Paulo de
Oliveira provavelmente introduz na
literatura o nome “serie de São Roque”,
ao descrever metacalcários do Estado de
São Paulo. Porém o termo “camadas de
São Roque”, já era consagrado na
geologia paulista por Gonzaga de
Campos em 1888, como unidade
lioestratigráfica.
“O Dr. Euzébio de Oliveira
denominou as formações análogas do
Estado do Paraná de Serie de Assunguy.
O Dr. Gonzaga de Campos já havia
proposto para suas homologas em S.
Paulo a denominação Serie de S. Roque”
(Moraes Rego, 1930).
Em 1927, Euzébio Paulo de
Oliveira define como “serie de
Assunguy”, na região do Estado do
Paraná, seqüências de rochas constituídas
“especialmente de schistos argillosos,
pouco metamorphisados (...), calcareos, e
algum quartzito”, outrora estudados por
M. A. Pissis em 1848, e Derby em 1878.
Luiz Flores de Moraes Rego em
“As estructuras antigas do Brasil” e
“Ensaio sobre as montanhas do Brasil e
sua genesis” no ano de 1931, chamou de
Pré-Brasilides as “estruturas
diastroficas” que se anexaram a “escudos
arqueanos”, para dar origem à “grande
molhe continental chamada Brasilia”. A
esta se “haviam de juntar outras
estruturas, chamada de Brasilides, já
paleozóicas”, dando origem à “Terra
Gondwana”.
Moraes Rego compara o conjunto
serie São Roque, em São Paulo, serie
Assunguy, no Paraná, serie de Brusque,
em Santa Catarina, com as camadas
descritas no vale do Rio das Mortes em
Minas Gerais.
“A ausencia de discordância entre
os phyllitos do centro de Minas” e o do
Rio das Mortes, “autorizam a negar que
se tenha passado um intervallo de tempo
apreciável a deposição da serie
Assunguy”.
“As estruturas metamórficas de
Minas se prolongam para sul. São terras
constituídas de formações mais ou menos
sincrônicas da serie de Minas (...), que se
continuam até Sta. Catharina”.
Em 1932, Moraes Rego divide as
rochas de “estructuras diastrophicas
antigas” em duas classes, “umas
21
completamente granitisadas, gneiss e
granitos principalmente”, consideradas
arqueanas, outras “metamorphicas
folhetadas”, pertencentes à serie de São
Roque, formadas por “shistos diversos,
quartzitos e calcareos, injectadas pelos
granitos e suas apophysis”.
Em trabalho mais amplo, como
“Contribuição ao Estudo das Formações
Predevoneanas de São Paulo”, Moraes
Rego em 1933, classifica as unidades
metassedimentares da serie de São Roque
como: “materiaes de origem externa,
clasticos, chimicos ou mesmo
biogenicos, transformados pelo
metamorphismo”.
O grande trabalho realizado por
Moraes Rego foi pioneiro no que diz
respeito às primeiras tentativas de
reconstituição do paleoambiente
sedimentar, admitindo então para estes
depósitos, uma “origem marinha”. “O
mar devido á formação do geosynclinal,
adquiriu grande profundidade”.
Para Othon Henry Leonardos em
1934, na “série de São Roque encontram-
se formações principalmente
metamorfizadas na mesozona, muito
semelhante a da série de Minas”, definida
por Derby em 1906.
Leonardos chama de “formação
Iporanga”, “filitos acetinados, folhelhos
ardosianos”, e “conglomerados fluviais
encontrados ao longo da Ribeira de
Iguape”.
“Os conglomerados, que se acham
encaixados nos filitos acetinados,
encerram seixos de quartzitos, quartzo
filonar, filitos com magnetita, eruptivas
ácidas sericitizadas e cloritaxistos,
ligados por um cimento sericítico”.
Avelino Ignácio de Oliveira em
1934 atribui para origem do ouro no
Estado de São Paulo uma gênese
relacionada a “vieiros hydrothermaes de
quartzo”, outrora estudados por Gonzaga
de Campos e Francisco Oliveira.
“Estes diques e vieiros se
relacionam geneticamente aos grandes
batholitos de granito porphyroidal”.
Importantes mineralizações são
atribuídas aos granitos que limitam as
ocorrências da “Série São Roque”
(Moraes Rego, 1938 e 1943).
“No meio de exposições
limitadas de schistos reapparecem os
granitos, como que em janellas”.
“Ao se collocar o magma em
contacto com os schistos, já se haviam
desprehendido os agentes
pneumatolithicos”.
Avelino de Oliveira e Leonardos
em 1943 apontaram para a “série São
Roque e sua homóloga paranaense, série
Assungui”, semelhanças estruturais e
litológicas com a série Minas atribuindo
à série de São Roque uma predominância
22
de membros filíticos, “outrora chamados
de xistos argilosos e talcosos”.
Hipótese da existência de
registros de vida na série de São Roque,
já havia sido levantada por Theodoro
Knecht em 1934, com a descrição de uma
“suposta” concha fóssil chamada de
Pteropodes, que aparece no “cambriano
inferior”.
A “primeira descoberta de
estruturas sem dúvida fósseis, feita no
pré-cambriano sul-amaricano”, coube a
Fernando Flavio Marques de Almeida
em 1944 e 1945, que atribui para a série
Assunguí, série Minas e “suas
congêneres”, uma origem a partir de
“mares epicontinetais”, com fósseis Pré-
cambrianos referíveis ao gênero
“Collenia Itapevensis”.
Almeida, em 1955, identifica
estruturas retilíneas (falhas) com
aproximadamente 15,4 quilômetros de
extensão, “indo pelo menos desde o
morro Doce..., às nascentes do corrego
do Horto”.
Os quartzitos da serra do Japí são
comparados aos do morro do Boturuna e
Jaraguá por Luciano Jacques de Moraes,
em 1944.
“A área ocupada por essa serra se
apresenta constituída predominantemente
de quartzitos da Série de São Roque, ou
de Assunguí, rochas que (...) se acham
encaixadas em filitos da mesma formação
geológica”.
Já o Morro Doce, descrito por
Aziz Nacib Ab’Sáber em 1947, encontra-
se “esculpido em um feixe de chistos e
filitos menos resistentes” em relação aos
quartzitos do Jaraguá, cuja orientação E-
W, “escapa completamente ao sentido
clássico NE-SW que geralmente se dá
para as formações proterozóicas paulista
(...). O batólito desnudado da Cantareira
seria, no caso, o maior responsável pela
orientação local E-W das estruturas do
Jaraguá”.
José Moacyr Vianna Coutinho em
1955 relata a primeira inspeção científica
realizada por Otávio Barbosa e Fernando
de Almeida em 1953, das então recentes
escavações herdadas da construção da
Rodovia Anhanguera. Esta inspeção
permitiu o reconhecimento de
metaconglomerados polimíticos.
Coutinho refere-se à importância do
achado, descrevendo estas rochas como
um dos primeiros conglomerados
polimíticos metamorfizados encontrado
entre as rochas pré-devonianas
brasileiras.
Ao fazer uma comparação com
outros metaconglomerados do Brasil,
Coutinho atribui semelhanças
petrográficas e cronoestratigráficas aos
descritos por Leonardos na região de
23
Iporanga, que Otavio Barbosa, em 1948,
insere na “serie Açunguí”.
Muitos e importantes temas
vieram com os anos que sucederam a
estes trabalhos. No entanto, encerro aqui
este histórico que dedico aos pioneiros
estudos relacionados às rochas do Pré-
cambriano paulista, “sobre as quais obrou
a mão inexorável do volúvel tempo”
(Martim de Andrada – 1805).
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Região do Jaraguá, em São Paulo.
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Brasileiros: 32- 40. * (1)
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Itapevensis sp. n. – um fóssil pré-
cambriano do Estado de São Paulo.
Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras, Universidade de São Paulo,
Boletim 1(45): 89-106. * (10)
ALMEIDA, F. F. M. de. 1945. A Vida Pré-
Cambriana. Geologia e Metalurgia.
Boletim 1: 81-90. * (1)
ALMEIDA, F. F. M. de. 1955. As Camadas
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da Cantareira. Boletim da Sociedade
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uma Viagem Mineralógica pela
Província de São Paulo no Ano de
1805. (transcrição) Boletim Paulista
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1954, 18: 35-42. * (1)
ANDRADA E SILVA, J. B. de. &
ANDRADA, M. F. R de. 1820.
Viagem mineralógica na Província
de São Paulo (Primeira Parte).
(transcrição) Boletim Paulista de
24
Geografia. São Paulo, 16 de março,
1954: 66-74. * (1)
BARBOSA. O. 1948. A Chamada Série
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Vol. XIII, setembro-outubro, 75:
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Metaconglomerado e rochas
associadas no Município de São
Paulo. Boletim Fac. Fil. C. Let. USP
186, Mineralogia 13(186): 5-56. * (1)
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Diamantifera da Provincia do Paraná
no Brasil. Archivos do Museu
Nacional, vol. III: 89-98.
DERBY, O. A. 1882. Relatório acerca dos
estudos geológicos praticados nos
Valles do rio da Velhas e alto S.
Francisco. Apresentado ao
Conselheiro Manoel de Araújo, 29
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Directoria, 1934-1935. Serviço de
Fomento da Produção Mineral,
Ministério da Agricultura. Boletim
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Informação Agrícola, Ministério da
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Mineralógico do Brasil. Ministério
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Recursos Mineraes do Estado do
Paraná. Serviço geológico e
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Província de São Paulo, Comissão
Geographica e Geológica. 19 de
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Província de São Paulo, enviado ao
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Comissão Geographica e Geológica
de São Paulo. 10 de dezembro: 35-
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mineração no Brazil. Imprensa da
Casa da Moeda – Republica dos
Estados Unidos do Brazil: 37p. * (4)
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Geologique Des Terrains De La
Partie Australe Du Brésil. Academie
des Sciences, Paris: 43-368. * (1)
* Documentos consultados: 1- Biblioteca do
Instituto de Geociências da Universidade de
São Paulo, SP; 2- Biblioteca do Instituto de
Estudos Brasileiros da Universidade de São
Paulo, SP; 3- Biblioteca do Instituto
Geográfico e Cartográfico, SP; 4- Biblioteca
do Instituto Geológico, SP; 5- Biblioteca do
Museu Paulista, Universidade de São Paulo,
SP; 6- Biblioteca do Museu Republicano,
Universidade de São Paulo, cidade de Itu, SP;
7- Biblioteca do Club Militar, RJ; 8-
Biblioteca da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, SP; 9- Biblioteca
do Centro de Estudos Históricos e Culturais,
Belo Horizonte, MG; 10- Biblioteca da
Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da
Universidade de São Paulo.
27
II. 2. Estratigrafia e Ambientes de Sedimentação
“Consideramos agora as formações, distinctas do complexo archeano, que se
encontram abaixo da formação glacial e do devoniano” (Moraes Rego, 1930).
A primeira proposta estratigráfica para o sudeste brasileiro encontra-se nos
estudos de Derby (1878), e cabem bem as palavras de Moraes Rego. O termo “serie de
São Roque” é, segundo Moraes Rego (op. cit.), pioneiramente introduzido na geologia
paulista por Gonzaga de Campos, que já em 1888, escrevia sobre as “camadas de São
Roque”, formadas pela serie de “schistos metamorphicos”, definidos por Oliveira
(1887) – cf. item II. 1. Histórico.
O conceito de Série, segundo o Código Brasileiro de Nomenclatura
Estratigráfica (Petri et al., 1986a), não representa um conjunto de unidades
litoestratigráficas, e sim de unidades cronoestratigráficas (que geocronologicamente
representa uma Época). Recomenda-se então (Petri et al., 1986b) a substituição do
termo Série, para Grupo ou Supergrupo.
Muitos autores que correlacionam as rochas metamórficas do Estado Paraná com
as do Estado de São Paulo priorizam o termo “serie de Assunguy” (Oliveira, 1925),
atribuindo a Derby (1878) a introdução deste termo na literatura, o que de fato não
ocorreu, pois Derby (1878) apenas referia-se à “região de Assunguy”.
Gonzaga de Campos (1888) ao referenciar as “camadas de São Roque”
(camada: “unidade formal de menor hierarquia na classificação litoestratigráfica” (Petri
et al., 1986a)), compostas pela Série de “schistos metamorphicos”, geradas portanto em
uma mesma Época, pioneiramente introduz um termo litoestratigráfico para estas
rochas, que, por geograficamente ocorrerem na região da Serra de São Roque,
receberam tal denominação. Estas são separadas em dois grupos: o mais metamorfisado,
chamado de “schistos micaceos”, e o que menos o é, dos “schistos argillosos”.
São pioneiras as propostas de Moraes Rego (1933) para o paleoambiente
sedimentar, admitindo uma origem marinha para as series metamórficas de São Roque.
Tais considerações foram seguidas por Almeida (1944) que encontrou em Itapeva, no
Estado de São Paulo, quartzitos com estratificações que exibem marcas com
“característica do refluxo das ondas em praias de areias finas”, recoberto por filitos que
se intercalam com espessos pacotes dolomíticos, “contendo em seus horizontes mais
28
altos as estruturas organógenas”, caracterizadas como do gênero Collenia itapevensis
sp. n..
Almeida (1957) chamou de “Formação Itaiacoca” uma seqüência que se inicia
com um espesso pacote de quartzitos de granulação fina e filitos quartzosos, sobre o
qual repousam em “aparente concordância” mármores dolomíticos, subordinadamente
calcíticos. Para Almeida (1957) os gnaisses, xistos e quartzitos da serra do Mar se
encontram sobrepostos, após um período de erosão, pelos sedimentos da Série de São
Roque, fato atestado, segundo Coutinho (1955), pela presença de seixos de quartzitos,
encontrados nos metaconglomerados basais, cuja sedimentação se deu em profundidade
sob condições marinhas (Odman, 1955).
Semelhante à estratigrafia de Coutinho (1955), são as propostas de Cordani et al.
(1961) para a geologia da região do Jaraguá, que contempla uma unidade inferior de
metarcóseos com “leitos” metaconglomeráticos seguidos pela deposição de
“grauvacas”, descritos como depósitos marinhos de grande profundidade gerados por
correntes de turbidez.
Paoliello (1964), em nota explicativa do Mapa Geológico editado pelo Instituto
Geográfico e Geológico em 1963, substitui o termo “Série São Roque”, para “Grupo
São Roque”, posicionado no Pré-cambriano superior. Já no Estado do Paraná, o termo
“Série Açungui”, também foi modificado para “Grupo Açungui”, com significado
litoestratigráfico (Marini et al., 1967).
O “Grupo Açungui” segundo Marini et al. (1967), representa uma seqüência do
“Pré-Cambriano superior”, com “mais de 10.000 m de metassedimentos”, que estariam
representados na base pela “Formação Setuva”, separada por discordância litológica e
angular das Formações “Capiru”, “Votuverava” (Bigarella et al., 1958) e “Água Clara”
(Marini et al., 1967).
A “Formação Capiru” (Bigarella et al., 1958) é comparada à “Formação
Itaiacoca”, que contém as “estruturas organógenas” descritas por Almeida (1944; 1945 e
1957). Ambas são compostas predominantemente por dolomitos, quartzitos e
secundariamente por filitos. Já a “Formação Votuverava” é considerada a unidade
litoestratigráfica mais espessa (Marini et al., 1967), com aproximadamente 3.500
metros, sendo composta predominantemente por filitos, quartzitos, metaconglomerados
e calcários. Assenta-se em “aparente discordância” sobre a “Formação Votuverava” a
“Formação Água Clara”, definida por Marini et al. (1967) como um pacote de rochas
“calcárias impuras” que ocupam o topo do Grupo Açungui.
29
Petri & Suguio (1969) atribuem uma possível correlação lateral entre as
formações Votuverava, Capiru (Bigarella, 1958) e Itaiacoca (Almeida, 1957). Porém
quanto às formações Capiru e Itaiacoca (que contêm os horizontes fossilíferos), Petri &
Suguio (1969) preferem não juntá-las em uma mesma formação, devido às diferenças
litoestratigráficas, e ao afastamento geográfico entre elas. Diferenças quanto ao
conteúdo fossilífero são apontadas por Fairchild (1977) ao identificar formas distintas
de estromatólitos, formados sob “condições calmas” (“sub-litorais”) na Formação
Itaiacoca (ex: Conophyton cf. C. garganicum), e formados em ambiente “mais
energético” (“planície de maré”) na Formação Capiru.
Coutinho (1968, 1971) retoma a proposta de continuidade geográfica entre os
Grupos São Roque e Açungui, nos Estados de São Paulo e Paraná, respectivamente.
Segundo Coutinho (1971), a “unidade mais extensa”, que aflora continuamente “desde o
Paraná até o nordeste da Capital de São Paulo”, corresponderia à “Formação
Votuverava” (Bigarella et al., 1958), onde predominam filitos “secundados por
calcários, quartzitos e conglomerados”, depositados em ambiente marinho de águas
relativamente rasas e movimentadas.
Maiores detalhes sobre os estudos efetuados no sul do Estado de São Paulo e
Paraná não serão citados no presente trabalho. O histórico sobre os trabalhos destas
regiões encontra-se em Fiori (1990) e Campanha (1991).
Hasui (1973) mantém a proposta de correlação entre as unidades de São Paulo e
Paraná, distinguindo-as apenas no padrão deformacional. A seqüência terrígena inferior,
composta por metapelitos com intercalações lenticulares metapsamíticas, sotoposta a
um pacote de metapelitos com intercalações de metacalcários, e uma seqüência superior
de metapelitos e metapsamitos com estruturas rítmicas, cuja deposição se daria em um
ambiente de sedimentação tido sob condições marinhas, permitiram a subdivisão do
Grupo São Roque em duas unidades: a “Formação Boturuna” (seqüência inferior), e a
“Formação Piragibu” (seqüência superior) (Hasui, 1975a e 1976).
Mesmo admitindo semelhanças metamórficas e de idades, Hasui (1975a; 1976) e
Hasui & Sadowski (1976), preferiram manter os Grupos São Roque e Açungui como
dois “tectonogrupos” estratigraficamente distintos.
As rochas região da Serra do Japi foram incluídas por Wernick (1976) no Grupo
Amparo apresentam predominantemente membros pelíticos (“Formação Ermida”) e
psamo-pelíticos (“Formação Japi”), sem continuidade com as rochas do Grupo São
Roque, o que também foi observado por Hasui et al. (1978).
30
Foi caracterizada por Coutinho et al. (1982) uma seqüência vulcano-sedimentar
na região da Serra do Itaberaba, provavelmente iniciada por “erupções submarinas”,
representadas por rochas “vulcânicas ou sub-vulcânicas básicas e seus tufos, bem como,
camadas argilosas, margas e intercalações de sedimentos químico silicosos”. Esta
seqüência foi descrita por Campos Neto et al. (1983) como a base do Grupo São Roque,
caracterizada por anfibolitos finos e bandados, sobrepostos por meta-ritmitos compostos
por “quartzitos hematítcos” e rochas calciossilicáticas. Já o pacote superior, de menor
metamorfismo, é representado na base por “metarcóseos rítmicos” que terminam com
filitos de intercalações quartzíticas, no topo (Campos Neto et al., 1983).
Recebeu a denominação “Grupo Serra do Itaberaba” (Juliani et al., 1986) a
seqüência descrita por Coutinho et al. (1982). Este Grupo foi caracterizado pela
“Formação Morro da Pedra Preta” (basal), composta por rochas metavulcanoclásticas,
calciossilicáticas, e formações ferríferas, depositados em ambiente marinho de “águas
profundas”. Sobrepõe-se “concordantemente” a esta a “Formação Nhanguçu”, composta
por sedimentos “clasto-químicos”, depositados em ambiente de “águas mais rasas”.
Compondo as “fácies marginais da bacia”, encontra-se a “Formação Pirucaia”,
possivelmente cronocorrelata as formações Nhanguçu e Morro da Pedra Preta, formada
por rochas essencialmente quartzíticas, “provavelmente” depositadas em ambiente
“litorâneo” (Juliani, 1993)
As colocações de granitos “pós-tectônicos” ocupando “núcleos anticlinórios”
seriam responsáveis pela exposição destas “camadas basais”, e pelo metamorfismo de
contato representado pela paragênese “granada–cummingtonita–cordierita hornfels” em
metassedimentos “sílico-magnesianos”. Transformações termometamórficas também
são descritas por Moraes Rego (1938), Coutinho (1955), Franco (1958), Bigarella et al.
(1958), Cordani et al. (1961) e Gomes (1962).
Os chamados “schistos amphibolicos” de Oliveira (1887) foram as primeiras
ocorrências relatadas sobre o magmatismo básico vinculados á sedimentação do Grupo
São Roque. Estes anfibolitos, cuja maior ocorrência encontra-se na região do Jaraguá,
receberam atenção especial de Coutinho (1955).
“Via de regra os anfibolitos formam pequenas manchas alongadas, de alguns
metros de comprimento, dentro das rochas parametamórficas” (Gomes, 1962).
Com dimensões de aproximadamente “1,5 por 2,5 km”, o corpo anfibolítico do
Jaraguá, encontra-se, segundo Gomes (1962), “confinado a uma extensa massa granítica
tipo Pirituba” (granito Cantareira), e “em aparente discordância em relação aos xistos e
31
quartzitos”. Cordani et al. (1961) atribuíram para estes anfibolitos idade anterior à
atividade magmática granítica da região, o que resultou em metamorfismo de contato
em alguns locais desta unidade metabásica (Gomes, 1962).
A colocação de granitos como os do tipo Pirituba, a partir de “núcleos
anticlinórios”, que muitas vezes expõem as camadas da base do Grupo São Roque e o
Grupo Serra do Itaberaba, ocorre na região do município de Caieiras com o granito
Tico-Tico (Moraes Rego, 1933; Penalva & Hasui, 1970; Juliani, 1993), na região de
Perus (Cordani et al., 1967) e na região da serra do Itaberaba, com a colocação do
granito Pedra Branca (Coutinho, 1982; Juliani, 1993). Relações similares também são
descritas por Bigarella et al. (1958) no Estado do Paraná.
O Grupo São Roque é caracterizado por Carneiro (1983) como metapsamitos
impuros, compostos, na base, por metarcóseos, metarenitos com intercalações de
metaconglomerados polimíticos, rochas metavulcânicas e quartzitos. Esse pacote é
sobreposto por metapsamitos rítmicos e bandados “de menor espessura”, gerados por
prováveis seqüências turbidíticas em ambiente “marinho raso”. As rochas
metavulcânicas intercaladas na unidade basal são caracterizadas por dois tipos
petrográficos: anfibolitos metabasíticos (ex: corpo anfibolítico do Jaraguá), e rochas
metavulcânicas e meta-subvulcânicas (ex: pequenos corpos dentro da unidade de
metarcóseos e “metariodacitos” da região do Morro do Polvilho) (Carneiro et al., 1984).
Estas rochas metavulcânicas ácidas são correlacionadas às ocorrências do morro do
Boturuna por Bergmann & McReath (1992).
Seqüências metavulcano-sedimentares são descritas por Bistrichi (1982) na
região de Pirapora, e foram caracterizadas Bergmann (1988) como Formação Pirapora.
Trata-se de rochas metavulcânicas básicas com “pillow–lavas” estiradas (Figueiredo et
al., 1982) de caráter toleítico (Lazzari, 1987), associadas a rochas piroclásticas, com um
membro carbonático, que localmente apresenta estruturas estromatolíticas (Bergmann &
Fairchild, 1985 e 1986). Sugere-se também a ocorrência centros eruptivos do tipo
vulcão, através da disposição de recifes carbonáticos, alguns com estromatólitos que
circundam corpos metabasíticos estratificados de geometria oval, em um ambiente
“marinho de águas rasas” de uma provável “margem continental passiva divergente”
(Bergmann, 1988).
Segundo Bergmann (1988), encontra-se em contato transicional com a
Formação Pirapora a Formação Estrada dos Romeiros, que comporta um membro
arenoso com metarenitos ritimitos por vezes “micro–conglomeráticos”, e subordinadas
32
intercalações metapelíticas e “hematíticas”. A ciclicidade observada na sedimentação
levou à interpretação de uma zona de transição, com “ao menos um evento
transgressivo”. Em contato “brusco a transicional” com o topo da Formação Estrada dos
Romeiros, encontra-se a Formação Boturuna que comporta dois membros vulcânicos, e
dois membros arenosos (arcoseanos e ortoquartzíticos).
O membro ortoquartzítico é descrito como um pacote de metarenitos bem
selecionados com alta maturidade textural, com ocorrência de acamamento gradacional
inverso, com seixos ocasionais. Estas feições levaram a uma hipótese, não confirmada,
sobre uma provável “barra de praia”, que representaria uma transição para “dunas
costeiras”.
Machado & Fragoso César (1992) mantêm a proposta de um paleoambiente com
sedimentação em “margem continental passiva, que se aprofunda e espessa para
sudeste”. São caracterizados “sistemas deltáicos”, com plataforma carbonática e
siliciclástica, localmente afetados por “magmatismo básico contemporâneo”.
Dantas (1990) caracteriza uma estratigrafia que contempla duas unidades na
região entre as cidades de São Paulo e Mairiporã:
Unidade inferior, composta por metapelitos (micaxistos, filitos laminados),
rochas metabásicas intrusivas e extrusivas com níveis metatufíticos, rochas
calciossilicáticas, metapsamitos “impuros” (níveis subordinados de metarcóseos, bancos
de quartzitos e raros conglomerados). Os sedimentos grossos e imaturos, representados
por metarcóseos, metagrauvacas, metaconglomerados e quartzitos, são associados a
influxos terrígenos em bancos restritos próximos aos prováveis limites da bacia. Esta
unidade, somada aos níveis metavulcânicos, é comparada à Formação Boturuna de
Hasui et al. (1976), e à Formação Pirapora de Bom Jesus (basal) de Bergmann (1988).
Já a unidade superior, confinada na borda N-NW da faixa estudada, é
caracterizada como uma seqüência metarrítimica que compreende filitos bandados e
alternância de sericita xistos e filitos com metapsamitos puros a subarcoseanos,
depositados em um possível sistema deltáico marinho progradante sobre a plataforma
adjacente, chegando a atravessar os presumidos limites NNW da bacia. Esta unidade é
comparada à Formação Piragibu de Hasui et al. (1976), sendo correlacionada também
com a Formação Boturuna de Bergmann (1988).
Dantas (1990) propõe a partir de um “rift assimétrico” um paleoambiente de
sedimentação limitado por falhamentos profundos, com disposição preferencial de
influxos terrígenos provindos da borda S–SE da paleobacia. Ortognaisses miloníticos
33
são tidos como parte do embasamento, que possivelmente foram alçados tectonicamente
a níveis superiores. Estes ortognaisses são comparados aos seixos encontrados nos
metaconglomerados da região do Jaraguá, outrora estudados por Coutinho (1955) e
Odman (1955).
Para a base do Grupo São Roque, Martin (2000) propõe correlação lateral com
as Formações Morro Doce (Juliani et al., 1999) e Pirapora (Bergmann, 1988). Em
contato transicional com metarcóseos e metaconglomerados da Formação Morro Doce,
estariam representados os sedimentos da Formação Boturuna (Hasui, 1973). A unidade
de topo, composta predominantemente por sedimentos rítmicos, foi comparada por
Martin (2000) à Formação Piragibu (Hasui, 1973) e ao membro arenoso da Formação
Estrada dos Romeiros (Bergmann, 1988).
Na região de Votorantim e Salto de Pirapora, Fernandes da Silva (2004)
caracteriza quatro litofácies, que da base para o topo estão representadas pela
“associação siliciclástica basal”, que corresponde a uma “sucessão turbidítica” gerada
em “águas profundas”; “associação siliciclástica intermediária”, que corresponde a uma
“plataforma rasa progradante”; “associação clasto-química transicional”, que marca a
mudança de ambientes deposicionais de “plataforma rasa” para “planície de maré
mista”; e “associação carbonática impura” superior que representa “porções mais
proximais e superiores de uma planície de maré”.
II. 3. Geocronologia
II. 3. 1. Sequências Supracrustais do Domínio Apiaí-São Roque
A primeira proposta de idade para os metassedimentos do Estado de São Paulo e
Paraná as situa em um período pré-Devoniano, devido às ocorrências fósseis da
Formação Furnas (Devoniano) encontradas por Derby (1878). Somente com descoberta
de estruturas “organógenas” da Formação Itaiacoca, referíveis ao gênero “Collenia
Itapevensis” (Almeida, 1944 e 1945), estes metassedimentos foram posicionados no
pré-Cambriano. O intervalo entre 850 e 1700 Ma é sugerido pela presença de
estromatólitos Conophyton cf. C. garganicum para a Formação Itaiacoca (Fairchild,
1977).
Tassinari et al. (1985) obtiveram isócronas Rb-Sr, com idade de 1200 ± 75 Ma
para os seixos “granito – gnáissicos” dos metaconglomerados posicionados na base do
34
Grupo São Roque por Coutinho (1955). As idades K-Ar em biotitas obtidas para a
“matriz” foram de 800-750 Ma, o que foi interpretado como o último evento
metamórfico que atuou sobre essas rochas. Diagrama de evolução isotópica do Sr foi
usado para sugerir que a fonte dos seixos teria se formado em idade anterior a 2,4 Ga,
sendo assim, segundo Tassinari (1988) não estaria mais “aflorando hoje em dia”.
A possibilidade de que a parte inferior do Grupo São Roque seja “bem mais
antiga” que os “pacotes superiores” é levantada por Van Schmus et al. (1986), a partir
da idade U-Pb em zircão de 1790 ± 14 Ma obtida para rochas metavulcânicas ácidas da
região do Morro do Polvilho. Os autores posicionam estas rochas estratigraficamente
abaixo dos metaconglomerados descritos por Coutinho (1955), apontando similaridades
petrográficas e de idade com as rochas metavulcânicas ácidas do Supergrupo Espinhaço,
da região de Conceição do Mato Dentro – MG, datadas em 1770 Ma (Brito Neves et al.,
1979). McReath et al. (1981) propõem possíveis correlações entre estas metavulcânicas
ácidas do Espinhaço Meridional, com ocorrências similares da região de Paramirim,
Chapada Diamantina – Bahia, também datadas em 1752 + 4 (Schobbenhaus et al.
1994).
A idade obtida por Van Schmus et al. (1986) foi questionada por Juliani et al.
(1997) com base na petrografia, e os supostos “metariodacitos”, foram reinterpretados
como meta-arcóseos. Portanto, por essa ótica, os zircões datados seriam detríticos, o que
representaria a idade de uma das fontes, e não o da sedimentação, como proposto para a
base do Grupo São Roque a partir de zircões magmáticos.
Os anfibolitos da Serra do Itaberaba forneceram idade pelo método K-Ar em
anfibólio de 598 + 23 Ma, que corresponderia à época do “resfriamento regional”
(Tassinari, 1988). A base do Grupo Serra do Itaberaba, representada pela formação
Morro de Pedra Preta (Juliani et al., 2000), revelou idade U-Pb em metandesito de 1395
+ 10 Ma.
Mineralizações “singenéticas” de Pb na Formação Perau no Vale do Ribeira,
apresentaram idades Pb-Pb em galena entre 1,7 e 1,5 Ga (Tassinari et al., 1990), o que
é confirmado pelas idades obtidas em rochas metabásicas e anfibolitos nas Formações
Perau e Água Clara (Basei et al., 2003; Weber et al., 2004).
Anfibolitos da região de Pirapora de Bom Jesus foram datados pelo método K-
Ar em concentrados de plagioclásio, e forneceram idades de 1053 + 96 Ma (Tassinari,
1988), o que distoa da idade U-Pb em zircão e monazita de 628 + 9 Ma obtida por
Hackspacher et al. (1999) e Hackspacher et al. (2000).
35
O metagabro de Apiaí, posicionado no topo da seqüência do Grupo Votuverava
(Supergrupo Açungui; Campanha, 1991), foi datado em 617 + 4 Ma pelo método U-Pb
(Hackspacher et al., 2000), em evidente contraste com a idade Rb-Sr (rocha total) de
850 + 85 Ma obtida por Daitx et al. (1990) e da idade Sm-Nd por isócrona mineral de
885 + 53 Ma obtida por Oliveira et al., (2002).
Idades U-Pb em zircão de 628 + 18 Ma e 636 + 30 Ma, semelhantes às de
Hackspacher et al. (2000) foram obtidas em rochas metavulcânicas da Formação
Itaiacoca (Siga Jr et al., 2003).
Oliveira et al. (2008) obtiveram idade U-Pb de 1.75 Ga em rochas
metavulcânicas básicas da região de Cajamar, indicando contemporaneidade com as
metavulcânicas ácidas da região do Morro do Polvilho (Van Schmus et al. 1986).
II. 3. 2. Rochas Plutônicas do Domínio São Roque
As primeiras datações radiométricas pelos métodos K-Ar e Rb-Sr para rochas
plutônicas intrusivas no Domínio São Roque foram apresentadas nos trabalhos de
Cordani & Bittencourt (1967), Cordani & Kawashita (1971), Hasui & Hama (1972) e
Melcher et al. (1973). Idades mais precisas obtidas pelo método U-Pb para os granitos
do Domínio São Roque mostraram que a cristalização destes magmas se deu no
Neoproterozóico, como já apontavam as primeiras datações Rb-Sr.
O Batólito Cantareira, foi datado em 669 + 8 Ma pelo método U-Pb em zircão
(Tassinari, 1988). Uma nova idade U-Pb foi apresentada para o mesmo batólito por
Topfner (1996), que identificou a presença importante de herança, e concluiu por uma
idade magmática de 630 ± 8 Ma. Já para os plútons Tico-Tico e Itaqui, as idades obtidas
foram de 625 + 18 Ma e 624 + 11 Ma, respectivamente.
Intrusivo nas seqüências do Grupo Serra do Itaberaba o granito do Moinho foi
datado em 620 + 11 Ma (U-Pb SHRIMP em zircão), e as idades modelo Sm-Nd
situadas entre 2,0 e 1,9 Ga mostraram que o “magma foi produzido por fusão parcial de
rochas pré-existentes, derivadas do manto superior no paleoproterozóico” (Tassinari et
al, 2004). Idade U-Pb similar (629 + 11 Ma) foi obtida em zircão do granito do Barro
Branco (Ragatki, 1997).
Na cronoestratigrafia do magmatismo granítico do Batólito Agudos Grandes os
granitos do tipo Ibiúna e Turvo, são os mais antigos, datados em 610 + 2 Ma e 610 + 1
36
Ma a partir de datação U-Pb (zircão e monazita, respectivamente). Já o maciço Serra da
Bateia, com “afinidades geoquímicas de granitos A”, foi datado em 564 + 8 Ma (Janasi
et al., 2001).
Datação U-Pb em zircão de ocorrências que limitam o Domínio Apiaí-São
Roque a sul revelou idade de 608.4 ± 4.5 Ma para os granitos do tipo Itapevi e idade
mais jovem para os granitos do tipo Caucaia (583.2 ± 3.6 Ma). (Janasi et al., 2008,
dados inéditos submetidos ao 44º Congresso Brasileiro de Geologia). A datação do
granito Caucaia é coerente com as idades obtidas para o Domínio Embu, marcadas pela
intrusão de plútons graníticos rasos como os do tipo Mauá, Mogi das Cruzes e Jaguari
(Filipov & Janasi, 2001; Alves et al., 2003).
Ocorrências granitóides mais antigos encontram-se no Domínio Socorro com
idades U-Pb entre 640 e 660 Ma (Hackspacher et al., 2003), e no Domínio Embu com
idades entre 780-810 Ma (Cordani et al., 2002; Janasi et al., 2003).
II. 3. 3. Embasamento
Considerando a idade de ~1.75-1.79 Ga tida como sincrônica à sedimentação
dos metaconglomerados basais do Grupo São Roque (Van Schmus et al., 1986; Oliveira
et al., 2008) espera-se que as fontes dos clastos de granito sejam anteriores a esta idade.
Rochas supracrustais com idade semelhante têm sido referidas no Supergrupo
Espinhaço e Açungui (Schobbenhaus et al. 1994; Brito Neves et al., 1979; Basei et al.,
2003; Weber et al., 2004), enquanto plútons graníticos com assinatura característica de
ambiente intraplaca são datados em 1.75 Ga nos núcleos Betara e Tigre (Supergrupo
Açungui) (Kaulfuss, 2001; Cury, 2002).
O embasamento do Supergrupo Espinhaço no sul de Minas Gerais
possivelmente está representado pelas datações U-Pb de plútons graníticos
paleoproterozóicos, com idades que variam de 2121 a 2255 Ma, como discutido por
Teixeira et al. (2008). Idades pouco mais jovens aparecem no embasamento da margem
SW do cráton do São Francisco, onde predominam valores com intervalo de 2020-2140
Ma (Campos Neto et al., 2004). Datações U-Pb para ortognaisses do embasamento do
Supergrupo Açungui presentes nos núcleos Setuva, Betara e Tigre indicam idades de
2140 ± 7 Ma, 2200 ± 60 Ma e 2199 ± 5 Ma, respectivamente (Kaulfuss, 2001).
37
Capítulo III – Metaconglomerados, Metarcoseos e Rochas Metavulcânicas Associadas
III. 1. Situação Tectônica
Moraes Rego (1931) chamou de Pré-Brasilides as estruturas que se anexaram a
escudos arqueanos para dar origem à “grande molhe continental chamada Brasilia”. No
Brasil, a fragmentação dessa grande massa continental resultou na geração de bacias
oceânicas, com sedimentação provavelmente iniciada ao final do Paleoproterozóico
(Brito Neves et al., 1995). Registros da geração de um “supercontinente” durante o
período Orosiriano, com fragmentação iniciada no Estateriano, são encontrados em
outras partes do mundo (Condie, 2002; Rogers & Santosh, 2002).
O Grupo São Roque, localizado na Província Estrutural Mantiqueira (Almeida et
al., 1981), também inserido na Faixa de Dobramentos Ribeira (Hasui et al., 1975 b),
Faixa Apiaí (Campos Neto & Figueiredo, 1995), Domínio Apiaí (Campanha &
Sadowski, 1999) ou Domínio Apiaí-São Roque (Campos Neto, 2000), caracteriza-se por
rochas de baixo grau metamórfico, depositadas em ambiente marinho (Moraes Rego,
1933) com atividade vulcânica submarina (Carneiro et al., 1984).
Hennies et al. (1967) propuseram uma divisão em dois blocos tectônicos,
designados “Bloco Cotia” e “Bloco São Roque”, separados pelo Falhamento de
Taxaquara, limite transcorrente destral que configura um rejeito superior a “100 km”, e
que supostamente “confronta dois blocos de constituição litológica” e estrutural
distintas. O Bloco Cotia na região do Estado de São Paulo, que “inclui rochas ectiníticas
e migmatíticas”, foi separado por Hasui (1975) em Complexos Pilar e Embu,
respectivamente. Já o embasamento “pré-Açungui”, que se “expõe mais extensivamente
na Baixada Santista”, ao sul da falha de Cubatão, recebeu a denominação de “Complexo
Piaçagüera” (Hasui & Sadowski, 1976).
A zona de “falhamento transcorrente de Jundiuvira” foi posteriormente (Hasui et
al., 1969) também caracterizada por uma descontinuidade limítrofe entre blocos, que
separaria o “Bloco São Roque” do “Bloco Jundiaí”, a norte desta zona. As rochas da
região da Serra do Japí foram incluídas por Wernick (1976) no Grupo Amparo, e
divididas em membros pelíticos (“Formações Ermida”) e psamo-pelíticos (“Formação
Japi”), sem continuidade com as rochas do Grupo São Roque, o que também foi
observado por Hasui et al. (1978). No entanto, Moraes (1944) e Campos Neto (2000),
atribuem continuidade do Grupo São Roque, a norte deste presumido limite.
38
Para Heilbron et al. (2004), o magmatismo granítico da Faixa Ribeira é
dominado por granitos cálcio-alcalinos potássicos Neoproterozóicos, que constituem a
massa principal de três extensos batólitos alongados na direção NE-SW (Cunhaporanga,
Três Córregos e Agudos Grandes). Inúmeros plútons isolados, incluindo as principais
intrusões no Domínio São Roque, devem constituir satélites dessas grandes massas
graníticas, tendo em vista as semelhanças composicionais e de idade (Janasi & Ulbrich,
1991) (Figura 6).
III. 2. Geologia Local
A área de estudo concentra-se nas ocorrências da Formação Morro Doce
(Juliani, 1999), considerada unidade basal do Grupo São Roque (Coutinho, 1955); parte
das rochas em estudo foi também posicionada como seqüência inferior (Cordani et al.,
1961; Dantas, 1990), e chamada de Formação Boturuna (Hasui, 1973). Outras
designações como “pacote superior” (Campos Neto et al., 1983), unidade
“metapsamítica impura” (Carneiro, 1983) ou “associação siliciclástica basal”
(Fernandes da Silva, 2004), também foram usadas para definir ocorrências similares,
com ressalvas para as diferentes localidades geográficas estudadas por estes autores.
Para a base do Grupo São Roque, Martin (2000) propõe correlação lateral entre
as Formações Morro Doce (Juliani et al., 1999) e Pirapora (Bergmann, 1988). Em
contato transicional com metarcóseos e metaconglomerados da Formação Morro Doce,
estariam representados os sedimentos da Formação Boturuna (Hasui, 1973). A unidade
de topo, composta predominantemente por sedimentos rítmicos, foi comparada por
Martin (2000) à Formação Piragibu (Hasui, 1973), e ao membro arenoso da Formação
Estrada dos Romeiros (Bergmann, 1988).
A maior área de ocorrência da Formação Morro Doce encontra-se a noroeste da
cidade de São Paulo, na porção sudeste da Folha Santana do Parnaíba (IPT, 1983)
(Figura 7B). Esta Formação caracteriza-se por grande exposição de metarcóseos que se
interdigitam com espessas lentes de metaconglomerados polimíticos de seixos e calhaus
estirados, sustentados por um arcabouço bem recristalizado. As regiões mais elevadas,
como o Pico do Jaraguá, são sustentadas por metarenitos e metarenitos feldspáticos.
Pequenos corpos de rochas metavulcânicas encontram-se intercalados no pacote, e
aparecem como anfibolitos metabasíticos (ex: corpo anfibolítico do Jaraguá), e como
39
rochas metavulcânicas (ex: pequenos corpos dentro da unidade de metarcóseos e
“metariodacitos” da região do Morro do Polvilho), como descrito por Carneiro (1983).
No centro-norte da área de estudo aparecem expressivas ocorrências de rochas
cálcio-silicatadas (Cordani, 1963), já na porção sudeste, aparece pequenas manchas de
metacalcários impuros que circundam o corpo anfibolítico do Jaraguá. A unidade de
filitos, que ocorre em ampla área na Folha Santana do Parnaíba (Figura 7A), aparece no
setor oeste e noroeste da região de estudo.
Pequenas ocorrências de estaurolita xistos referentes ao Grupo Serra do
Itaberaba, encontram-se imbutidos no pacote metarcoseano, com relações de contato
mascaradas pelo intemperismo. As maiores exposições desta unidade encontram-se na
porção norte da região de estudo.
As maiores ocorrências de maciços graníticos que aparecem na área do mapa
geológico local (Figura 7B) são os plútons Itaqui e Cantareira que, segundo IPT (1983),
são separados por zonas miloníticas. Pequeno plúton é encontrado na região da Fazenda
Ithayê, intrudindo a unidade de metarcóseos. Todas estas ocorrências apresentam
características petrográficas similares (biotita granitos porfiríticos, em parte com
hornblenda) semelhantes às descritas por Moraes Rego & Souza Santos (1938). Diferem
destas ocorrências: o plúton do Tico-Tico (extremo norte da área de estudo) por
constituir-se de leucogranitos a duas micas, e veios pegmatíticos que ocorrem
ocasionalmente invadindo o pacote de metarcóseos.
41
III. 2. 1. Metaconglomerados
A maior exposição conhecida de metaconglomerados preservados da alteração
intempérica, com significativa variedade de clastos graníticos, encontra-se em uma
exposição com cerca de 200 metros nas pistas sul e norte do Rodoanel Viário
Metropolitano de São Paulo (km 9,5), na região do Morro Doce (Ponto MD-01)
(Henrique-Pinto, 2004; Henrique-Pinto & Janasi, 2006). Outras ocorrências estudadas
encontram-se na região da Fazenda Itahyê (Ponto MD-25) e Morro do Polvilho (Ponto
MD-10).
Em todas as exposições estudadas, os metaconglomerados caracterizam-se como
polimíticos, com calhaus e seixos de dimensões variadas, a maioria com 10 a 20 cm; os
maiores podem alcançar até 50 cm para o eixo de elongação maior (Foto 1; Foto 7;
Foto 13 – Anexo I). Muitos dos clastos se tocam, porém entre eles sempre aparecem
vestígios de arcabouço. São amoldados pela deformação, de modo que os contatos entre
os seixos podem ser sinuosos. As características estruturais observadas assemelham-se
às descritas por Coutinho (1955, 1968) em outras porções desta unidade, onde a
deformação não apaga por completo o acentuado arredondamento original dos clastos
graníticos. Muitos, entretanto, também exibem forte deformação, manifestada por
feições como: interpenetração, elongamento assimétrico e fragmentação de material
dentro do arcabouço (Foto 2; Foto 8; Foto 14 – Anexo I). A exposição do Morro Doce
mostra uma aparente orientação da petrotrama pretérita à deformação, indicativa de um
possível imbricamento provocado por transporte em ambiente fluvial, porém não se
descarta a possibilidade de depósitos gerados por fluxo de massa (Turra et al., 2007).
Os metaconglomerados da região do Morro Doce registram efeitos hidrotermais
de carbonatização e sulfetação ao longo de veios e microvenulações. Os veios de
quartzo e calcita mais expressivos aparecem posicionados ortogonalmente à foliação
principal, porém as ramificações são disseminadas por toda a exposição. A introdução
de pirita secundária pode ser responsável pela redução nos valores de susceptibilidade
magnética (SM) (K= 0,07-0,47 x 10-3 SI), uma vez que os metaconglomerados da
região da Fazenda Itahyê e do Morro do Polvilho, apesar da intensa deformação e da
presença de pirita, mostram-se menos afetados pelo hidrotermalismo, e registram
valores de SM significativamente mais altos (K= 2,1-12,2 x 10-3 SI).
42
III. 2. 1. 1. Petrografia dos Clastos
Embora os metaconglomerados da Formação Morro Doce sejam polimíticos,
existe um amplo predomínio de clastos graníticos, que formam cerca de 80 a 90% do
volume total, e apresentam características petrográficas similares em todas as
exposições estudadas. Os demais litotipos encontrados correspondem a quartzitos e
rochas metabásicas, que não foram estudados em maior detalhe neste trabalho.
Por apresentarem maior resistência à deformação, os clastos graníticos,
principalmente aqueles de maior dimensão (acima de 20 cm), ainda preservam
estruturas reliquiares. Predominam amplamente os biotita monzogranitos leucocráticos
equigranulares e inequigranulares, de granulação média a grossa e baixo índice de cor
(IC= 3-5); embora muito restritas, foram também encontradas variedades porfiríticas
com IC= 6-7. As diferenças texturais e petrográficas dos clastos graníticos permitiram a
caracterização de quatro variedades:
- Biotita Monzogranito Porfirítico (IC= 6-7) apresenta textura porfiroclástica,
com megacristais de microclínio rotacionados, com pequenas inclusões de plagioclásio
(andesina-oligoclásio). Estes são circundados por uma matriz fina composta por quartzo
e feldspatos granoblásticos, muscovita e biotita associada a clorita nas bordas. O quartzo
apresenta-se bem recristalizado, com contatos serrilhados, e entre os minerais acessórios
mais comuns aparecem zircão, apatita, allanita, epidoto, titanita, minerais opacos e
calcita (Foto 19; Fotomicrografia 10 e 11 – Anexo I e II).
- Biotita Monzogranito Inequigranular (IC= 3-5) apresenta textura granular
hipidiomórfica média a grossa (4-6 mm). O plagioclásio (andesina-oligoclásio) encontra-
se em intenso processo de sericitização, com hábito parcialmente preservado e
geminações deformadas. O quartzo encontra-se xenomórfico de contatos interlobados a
serrilhados. Entre os minerais acessórios mais comuns aparecem titanita, allanita
euédrica, apatita e zircão, este último definindo expressivos halos pleocróicos em cristais
de biotita. Entre os minerais opacos predomina a pirita; calcita ocorre em
microvenulações (Foto 20; Fotomicrografia 12 e 13 – Anexo I e II).
- Biotita Monzogranito Equigranular (IC= 3-5) apresenta textura granular
hipidiomórfica média (3-4 mm). O plagioclásio (oligoclásio-andesina) aparece com
intenso processo de sericitização, porém com geminações ainda visíveis. O quartzo
encontra-se xenomórfico de contatos interlobados a serrilhados. É comum a associação
entre mineral opaco e biotita com bordas substituídas por clorita. Entre os minerais
43
acessórios mais comuns, aparecem opacos euédricos, titanita e carbonatos de faces bem
formadas (Foto 21; Fotomicrografia 14 e 15 – Anexo I e II).
- Leucogranito Inequigranular (IC= 2-3) apresenta textura granular
hipidiomórfica grossa (5-7 mm); apesar da intensa deformação, alguns aspectos da
textura ígnea original ainda podem ser observados. Os cristais de plagioclásio
(oligoclásio) muitas vezes estão inclusos em feldspato alcalino pertítico; já o quartzo
encontra-se xenomórfico de contatos interlobados a serrilhados. É comum a associação
mineral opaco-biotita-clorita-titanita; epidoto e calcita são euédricos e ocorrem em
relações texturais que sugerem um crescimento tardio (Foto 22; Fotomicrografia 16 e
17 – Anexo I e II).
III. 2. 2. Metarcóseos
Os metarcóseos, rochas de maior expressão da Formação Morro Doce, abrigam
as maiores ocorrências de metaconglomerados e ocorrem intercalados a metarenitos
arcoseanos e a metarenitos conglomeráticos. Por vezes aparecem em áreas de
afloramento desta unidade (em afloramentos distintos) rochas cálcio-silicáticas (Ponto
MD-29) (Foto 16 – Anexo I) e pequenas unidades de estaurolita xistos (Ponto MD-16)
(Fotomicrografia 9 – Anexo II), que parecem pelo grau metamórfico e características
composicionais, corresponder a exposições do embasamento (Grupo Serra do Itaberaba).
Na região da Fazenda Ithaye predominam granitos porfiríticos (IC ~ 20) com
fenocristais de feldspato alcalino sem deformação, e elevados valores de susceptibilidade
magnética (K ~ 16-17 x 10-3 SI), que exibem com frequência enclaves máficos (Ponto
MD-24) (Foto 17 e 18 – Anexo I e II). A alteração intempérica gera solos de cor ocre
quando desenvolvido sobre rochas metabásicas (Foto 10 – Anexo I), que diferem da
alteração dos metarcóseos e metarenitos arcoseanos de cor marrom claro (Foto 9 –
Anexo I). Quando inalterados, os metarcóseos apresentam brilho “sedoso” e bandamento
composicional (Foto 3 e 4 – Anexo I); os valores de susceptibilidade magnética são
baixos (K ≤ 0,2 x 10-3 SI).
Os metarcóseos e metarenitos arcoseanos apresentam petrotrama sedimentar
composta predominantemente por feldspatos detríticos sub-angulosos dispersos em uma
matriz fina constituída essencialmente por muscovita, biotita, clorita e pequenas
acumulações de quartzo. Entre os minerais acessórios mais comuns aparecem titanita,
zircão, minerais opacos e calcita (Fotomicrografia 3 e 4 – Anexo II).
44
III. 2. 3. Rochas Metavulcânicas
A maior manifestação do magmatismo básico da região estudada corresponde ao
corpo anfibolítico do Jaraguá (Gomes, 1962); estas ocorrências são chamadas de
anfibolitos metabasíticos por Carneiro (1983). Aparentemente discordante com relação
ao pacote metapsmítico, com feições de mapa sugerindo um contato intrusivo de
geometria oval (Figura 7B), o corpo anfibolítico do Jaraguá (Ponto MD-43) tem
foliação metamórfica incipiente, e apresenta mineralogia à base de hornblenda,
plagioclásio, epidoto e titanita (Fotomicrografia 5 e 6 – Anexo I e II). Segundo Gomes
(1962) o plagioclásio apresenta grande variação composicional (An13 a An82), atribuída
ao metamorfismo de contato com o “Granito Pirituba” (Cantareira) que, segundo este
autor, é responsável pelo enriquecimento em cálcio nas regiões mais próxmas ao
contato.
Na região do Morro do Polvilho ocorrem rochas metavulcânicas ácidas (Ponto
MD-06) que se intercalam com metarcóseos e metaconglomerados, que foram
designadas por Carneiro et al. (1984) de “metariodacitos” e são reclassificadas neste
trabalho como meta-traquidacitos e meta-riolitos porfiríticos (Le Bas et al., 1986)
(Figura 14). Essas rochas têm fenocristais de plagioclásio sódico (oligoclásio) de até
1,5mm que, apesar da deformação, responsável pela geração de sombras de pressão,
ainda preservam as características de cristais magmáticos (Foto 11 e 12;
Fotomicrografia 1 e 2 – Anexo I e II). A susceptibilidade magnética destas rochas
alcança valores muito elevados (K= 106 x 10-3 SI), refletindo a grande quantidade de
magnetita na rocha; esses valores tendem a diminuir próximo ao contato com os
metaconglomerados (K = 45 x 10-3 SI – Ponto MD-10).
Rochas metavulcânicas básicas amigdaloidais ocorrem preferencialmente como
pequenos corpos dentro da unidade de metarcóseos (Ponto MD-39), como já apontado
por Carneiro et al. (1994). Estas podem ocorrer na forma de dique cortando a unidade
metaconglomerática na região do Morro Doce (Foto 5 e 6 – Anexo I – Ponto MD-01),
onde a deformação e recristalização metamórfica, apagaram por completo a textura
original do protólito ígneo. Em outra ocorrência estudada (Ponto MD-39), são comuns
amígdalas estiradas que variam de 0,5 a 3 cm em uma matriz fina composta por epidoto,
biotita, quartzo e plagioclásio granoblásticos, e minerais opacos (Fotomicrografia 7 e 8
– Anexo I e II).
45
III. 3. Geoquímica dos Clastos Graníticos, Metarcóseos e Rochas Metavulcânicas
De características metaluminosas a fracamente peraluminosas, os seixos
graníticos predominantes são ricos em SiO2 (65-78%), e têm mg#= 25-35. As razões
A/CNK originais devem ter sido em geral menores que 1, como indicado pela presença
característica de minerais acessórios cálcicos como titanita e allanita. Entretanto, o
caráter metaluminoso de alguns seixos mais afetados por alteração hidrotermal foi
exagerado pela introdução de calcita secundária.
O caráter comagmático entre os clastos é expresso pela diminuição nos teores de
Na2O, MgO, CaO, Fe2O3, TiO2 e P2O5 com o aumento da sílica, refletindo a tendência
normal de diferenciação em magmas graníticos. Existe uma correlação negativa entre
mg# e SiO2, de forma que quanto mais félsico é o seixo (leucogranito inequigranular),
menor é o mg#. Portanto a variedade biotita monzogranito porfirítico com maior IC,
representaria um membro mais primitivo com relação à evolução magmática dos
magmas parentais (Figura 8).
A maioria dos elementos traço, como Ba, Sr, V, Zr, Ga e La, mostra tendência
de diminuição a partir de seixos graníticos menos diferenciados, o que sugere que
minerais portadores desses elementos estão sendo fracionados ao longo de toda a suíte.
Outros, como Ce, Y e Th, mostram variação distinta, em que os teores são mais baixos
na variedade de seixo mais primitiva (granito porfirítico), e atingem valores máximos
nos seixos graníticos inequigranulares e equigranulares, diminuindo nos leucogranitos
inequigranulares. Nesse caso, considerando como comagmáticas as variedades de
clasto, teria havido mudança de caráter incompatível para compatível desses elementos
ao longo da diferenciação (Figura 9).
Os padrões de elementos de terras raras mostram pequeno aumento em ETR
leves, como indicado pelo maior fracionamento (Lan/Ybn = 23-43) nas variedades equi
e inequigranulares em relação à variedade mais primitiva porfirítica (Lan/Ybn = 17). Em
contrapartida, o seixo de leucogranito apresenta padrão pouco fracionado, com forte
enriquecimento em ETR pesados (Lan/Ybn = 5), característico de rochas graníticas
muito diferenciadas. Todas as variedades apresentam leve anomalia negativa de Eu.
O padrão de elementos terras-raras do metarcóseo é, em linhas gerais,
semelhante à média dos clastos, com razão Lan/Ybn = 12, mas não tem anomalia
negativa de Eu, o que pode indicar a contribuição de outras fontes ou o acúmulo de
feldspatos detríticos em relação a minerais com anomalia negativa de Eu (Figura 12).
46
Os meta-traquidacitos e metariolitos, quando comparados aos metarcóseos,
formam um grupo coeso (e.g., intervalo de SiO2 entre 67 e 68%, enquanto nos
metarcóseos este intervalo é de 69 e 76%). Altos teores de Fe2O3 (7-5%), baixo P2O5
(0,08-0,13%) e mg# = (19-23) também diferenciam as rochas metavulcânicas ácidas dos
metarcóseos, que acompanham o espalhamento dos clastos de granito dos
metaconglomerados. São menores também os valores de perda ao fogo nas rochas
metavulcânicas ácidas. (Figura 8)
Como já apontado por Carneiro et al. (1984), as rochas metavulcânicas básicas
amigdaloidais que ocorrem intercaladas no pacote metarcoseano diferem
petrograficamente dos anfibolitos (ex: corpo anfibolítico do Jaraguá). Estas diferenças
são confirmadas pela geoquímica, que mostra teores mais elevados de P2O5, TiO2 e
K2O, com relação aos anfibolitos, que por sua vez apresentam mais alto CaO. Os
elementos traços mostram diferenças marcantes entre os dois conjuntos, como alto Ba,
Sr, Zn, Ce nas metavulcânicas básicas (Figura 10 e 11).
Com geoquímica típica de magmatismo intraplaca (Pearce et al., 1979), em
especial baixo mg#, altos teores de Zr (560-730 ppm), Y (56-93 ppm) e Nb (30-39
ppm), além de baixo Sr (70-120 ppm), as rochas metavulcânicas ácidas do Grupo São
Roque apresentam similaridades com as metavulcânicas ácidas de idade semelhantes
que ocorrem na base do Supergrupo Espinhaço (McReath et al., 1981). A amostra de
traqui-andesito metabasáltico com elevados teores de K2O e outros elementos litófilos,
tem teores relativamente altos de Zr (280 ppm), Y e Th, o que também sugere
magmatismo intra-placa, e caráter bimodal para a seqüência. (Figura 15).
Os anfibolitos do Jaraguá apresentam características geoquímicas de basaltos
toleíticos (Irveni & Baragar, 1971) (Figura 13) e, mais próximas de magmatismo de
fundo oceânico tipo MORB (Pearce & Cann, 1973; Pearce et al., 1979; Vermeesh,
2006), com baixas concentrações de elementos incompatíveis como Rb, Nb e Th.
Nesse sentido, embora de idade ainda desconhecida, mostram semelhanças com as
rochas metabásicas da região de Pirapora do Bom Jesus (Tassinari et al. 2007) (Figuras
16 e 17).
59
III. 4. Datação U-Pb dos Seixos (LA-MC-ICP-MS)
Para determinar a idade dos seixos graníticos do metaconglomerado, foi feita a
separação dos zircões em duas amostras de clastos da variedade predominante
monzogranitos equigranulares das ocorrências do Morro Doce e Morro do Polvilho.
Na amostra MD-01C (Morro Doce), foram analisados 39 pontos, que mostram
discordância variável. Oito pontos são praticamente concordantes (discordância <3%), e
fornecem a idade média de 2199 ± 8.5 Ma, interpretada como a melhor estimativa para a
cristalização magmática da rocha. Duas análises do cristal 6b revelaram a presença de
herança, datada em 2694 + 29 Ma (com intercepto inferior próximo de zero). A
regressão dos demais pontos resulta em idade de 2209 ± 14 Ma, idêntica, dentro do erro,
à obtida pela média dos oito pontos concordantes, com intercepto inferior em 527 ± 72
Ma, refletindo o evento térmico do final do Neoproterozóico (Figura 18).
Nos cristais de zircão extraídos da amostra MD-10B (região do Morro do
Polvilho, cogenéticos aos do Morro Doce) foram analisados 32 pontos, dos quais 6
foram excluídos da regressão, por se mostrarem com zoneamento complexo e idades
múltiplas. Os demais 26 pontos mostram discordância variável entre 4 e 22%, e se
alinham segundo uma discórdia com intercepto superior um pouco mais antigo que MD-
01C (2247 + 13 Ma) e intercepto inferior em 637 + 84 Ma, refletindo o evento térmico
Neoproterozóico (Figura 19).
64
III. 5. Conclusões
Muitos autores que correlacionam as rochas metamórficas do Estado Paraná
com as do Estado de São Paulo priorizam o termo “Assunguy” (Oliveira, 1925),
atribuindo a Derby (1878) a introdução deste termo na literatura, o que de fato não
ocorreu, pois Derby (1878) apenas se referia à “região de Assunguy”.
Gonzaga de Campos (1888) ao referenciar as “camadas de São Roque” (camada:
“unidade formal de menor hierarquia na classificação litoestratigráfica” (Petri et al.,
1986a)), compostas pela Série de “schistos metamorphicos” (Oliveira, 1887), geradas
por tanto em uma mesma Época, pioneiramente introduz um termo litoestratigráfico
para estas rochas, que por geograficamente ocorrerem na região da Serra de São Roque,
receberam tal denominação. Conclui-se então que, ao se confirmar correlação entre as
unidades do Estado do Paraná e São Paulo, deve prevalecer, como nome
litoestratigráfico de maior hierarquia, aquele com citação mais antiga (Gonzaga de
Campos, 1888), São Roque.
O estudo petrográfico dos clastos graníticos do metaconglomerado do Grupo São
Roque permitiu a identificação de quatro variedades petrográficas: biotita monzogranito
porfirítico, biotita monzogranito inequigranular, biotita monzogranito equigranular e
leucogranito inequigranular. O caráter comagmático entre os clastos é expresso pelo
alinhamento em uma mesma tendência, com diminuição nos teores de Na2O, MgO,
CaO, Fe2O3, TiO2 e P2O5 com o aumento da sílica, refletindo a tendência normal de
diferenciação em magmas graníticos. Existe uma correlação negativa entre mg# e SiO2,
de forma que quanto mais félsico é o seixo (leucogranito inequigranular), menor é o
mg#. Portanto, a variedade biotita monzogranito porfirítico com maior IC representaria
um membro mais primitivo com relação à evolução magmática dos magmas parentais.
De características metaluminosas a fracamente peraluminosas, os seixos
graníticos predominantes são ricos em SiO2 (65-78%), e têm mg#= 25-35. As razões
A/CNK originais devem ter sido em geral menores que 1, como indicado pela presença
característica de minerais acessórios cálcicos como titanita e allanita. Entretanto, o
caráter metaluminoso de alguns seixos mais afetados por alteração hidrotermal foi
exagerado pela introdução de calcita secundária.
Os metarcóseos diferenciam-se das rochas metavulcânicas ácidas por
apresentarem petrotrama sedimentar composta predominantemente por feldspatos
65
detríticos sub-angulosos. São diferentes também os valores de susceptibilidade
magnética, mais elevados nas metavulcânicas ácidas (K = 106 - 40 x 10-3 SI), quando
comparados aos metarcóseos (0,2 x 10-3 SI). Portanto, conclui-se que a idade de 1790 ±
14 Ma obtida por van Schumus et al. (1986) representa a idade de cristalização das
rochas metavulcânicas ácidas, e não a idade da área fonte do Grupo São Roque, como
proposto por Juliani et al. (1997).
Com características geoquímicas típicas de magmatismo intraplaca, em especial
baixo mg# (~20), altos teores de Zr (560-730 ppm), Y e Nb, além de baixo Sr (70-120
ppm), as rochas metavulcânicas ácidas do Grupo São Roque apresentam similaridades
geológicas, geoquímicas e geocronológicas com as metavulcânicas ácidas da base do
Supergrupo Espinhaço (McReath et al., 1981), que também ocorrem intercaladas a
metaconglomerados e são datadas em 1752 + 4 Ma (Schobbenhaus et al., 1994). Uma
amostra de metatraqui-andesíto basáltico com elevados teores possivelmente primários
de K2O e outros elementos litófilos mostra teores relativamente altos de Zr, Y e Th,
também sugestivos de magmatismo intra-placa, e sugere caráter bimodal para a
seqüência.
O corpo anfibolítico do Jaraguá, de mineralogia à base de hornblenda,
plagioclásio, epidoto e titanita, aparece discordante do pacote predominantemente
metapsmítico, e tem características geoquímicas mais próximas de magmatismo de
fundo oceânico, com baixas concentrações de elementos incompatíveis como Rb, Nb e
Th. Nesse sentido, embora de idade ainda desconhecida, mostra semelhanças com as
rochas metabásicas da região de Pirapora do Bom Jesus (Tassinari et al. 2001).
As datações U-Pb por LA-MC-ICP-MS em cristais de zircão extraídos das
variedades predominantes de biotita monzogranitos equigranulares, nas regiões do
Morro Doce e Morro do Polvilho, revelaram idades Paleoproterozóicas (2199 ± 8.5 Ma
e 2247 ± 13 Ma, respectivamente) para o principal granito fonte dos
metaconglomerados. Idades semelhantes não são comuns em rochas granitóides do
embasamento na margem SW do cráton do São Francisco, onde predominam valores
um pouco mais jovens, no intervalo 2020-2140 Ma (Campos Neto et al., 2004). Idades
comparáveis são encontradas em núcleos do embasamento do Supergrupo Espinhaço
(no Cinturão Mineiro; Teixeira et al., 2008) e Açungui (núcleos Tigre, Setuva e Betari;
Kaulfuss, 2001).
A idade de deposição dos metaconglomerados (1.75-1.79 Ga), indicada pelas
datações U-Pb em rochas metavulcânicas intercaladas (van Schmus et al., 1986;
66
Oliveira et al., 2008), é consistente com a idade dos clastos (granito fonte) datados em
2.2 Ga, e com a ausência de indicações de contribuições de áreas-fontes mais jovens
para os metassedimentos da Fm. Morro Doce.
67
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ANEXO – I (Fotos de Campo)
ANEXO – II (Fotomicrografias)
ANEXO – III
(Resumo expandido, publicado no Congresso Brasileiro de Geoquímica, 2007)
Proveniência dos metaconglomerados do Grupo São Roque (SP): contribuições a partir da geoquímica dos seixos graníticos
Renato Henrique Pinto ([email protected]) e Valdecir de Assis Janasi ([email protected])
Universidade de São Paulo, Instituto de Geociências, Rua do Lago 562, 05508-900.
Abstract
A provenience study of metaconglomerates from the São Roque Group (north of São Paulo city) used as main tool a comparison of the geochemistry of granite pebbles and potential sources. The pebbles are metaluminous o weakly peraluminous granites showing high SiO2 (65 to 77 wt%) and mg# =25-35 which seem to constitute a comagmatic suite characterized by high Th and LREE. Among the regional granites only two occurrences (Caucaia and felsic Itapevi granites) show a geochemical signature akin to the pebbles, but even here some significant differences (e.g., higher Rb) are either due to hydrothermal processes affecting the pebbles or indicate that none of the studied neoproterozoic granites was the source of the pebbles. Key words: metaconglomerate; provenance; granitic pebbles Introdução
Os metaconglomerados do Grupo São Roque, que afloram na região do Morro Doce a norte da cidade de São Paulo, têm chamado a atenção dos geólogos desde o trabalho pioneiro de Coutinho (1955). O amplo predomínio de seixos graníticos tem excelente potencial para identificação de suas fontes e, de modo indireto, de sua idade, tema ainda controverso. Datação U-Pb em monazita de rocha metabásica apresentada por Hackspacher et al. (2000) (628 + 9 Ma) sugere que o Grupo São Roque foi depositado no Ediacarano, o que é coerente com a inferência de que se trata de unidade mais jovem que o Grupo Serra do Itaberaba, do Proterozóico Médio (Juliani et al., 2000). Por outro lado, datações K-Ar em biotita da matriz do metaconglomerado sugerem idades de metamorfismo da ordem de 800 Ma (Tassinari, 1985), e datação U-Pb de rocha metavulcânica ácida intercalada na mesma seqüência forneceu idade de 1.7 Ga (van Schmus et al, 1986).
Tendo em vista o potencial de que granitos neoproterozóicos, para os quais já existe um amplo acervo de dados geoquímicos, constituam a fonte dos conglomerados, procedeu-se a uma comparação geoquímica entre eles a partir das variedades petrográficas similares identificadas nos seixos. Situação geológica
Da base do Morro Doce ao topo do Pico do Jaraguá, a norte da cidade de São Paulo, afloram metarcóseos que quando não afetados por zonas de cisalhamento, apresentam bandamento composicional. Interdigitam-se com os metarcóseos espessas lentes metaconglomeráticas polimíticas de seixos e calhaus estirados, sustentados por um arcabouço bem recristalizado. Essa seqüência psamítica grada para filitos intermediários por vezes psefíticos, e termina com metarenitos feldspáticos com estratificações cruzadas (basculadas) no topo. (Carneiro et. al., 1984; Martin, 2000)
A coleta dos seixos se deu ao longo de um perfil N-S em um corte recente herdado da construção do Rodoanel Viário Metropolitano de São Paulo, onde ocorrem zonas metaconglomeráticas intercaladas com porções metarcoseanas e metareniticas feldspáticas. Os metaconglomerados são polimíticos com calhaus e seixos de dimensões variadas, a maioria com 10 a 20 cm; os maiores podem alcançar até 50 cm para o eixo de elongação maior. Muitos dos seixos se tocam, porém entre eles sempre aparecem vestígios de matriz. Os seixos apresentam-se estirados na foliação principal da rocha; esta deformação amolda-os proporcionando contatos sinuosos entre os diversos litotipos encontrados. As características estruturais observadas assemelham-se às descritas por Coutinho (1955, 1968) em outras porções desta unidade, onde a deformação não apaga por completo o acentuado arredondamento original dos seixos graníticos. Muitos desses seixos, entretanto, também exibem forte deformação, manifestada por feições como: tangenciamento, interpenetração, superfícies côncavas, elongamento assimétrico e mesmo fragmentação e diluição de material dentro da matriz. Os efeitos hidrotermais são visíveis na escala de afloramento, e registram um processo de carbonatização e sulfetação, os veios de quartzo mais expressivos aparecem posicionados ortogonalmente à foliação principal, porém as ramificações são disseminadas por toda a exposição.
Predominam amplamente entre os seixos biotita monzogranitos equigranulares e inequigranulares, de granulação média a grossa e índice de cor (IC) ~3-5; embora muito restritas, foram
também encontradas variedades porfiríticas com IC>7. Todas as variedades de granitos apresentam leve foliação, baixos valores de susceptibilidade magnética (K= 0,07-0,47 x 10-3 SI), e características mineralógicas de rochas moderadamente peraluminosas (biotita como único mineral máfico importante; muscovita em algumas amostras).
Os Potenciais Granitos Fontes
Os granitos neoproterozóicos do Batólito Agudos Grandes (Leite et al., 2007, e dados inéditos dos autores) foram escolhidos para comparação a partir de variedades petrograficamente similares aos seixos presentes no Grupo São Roque. A escolha destes granitos baseou-se nas informações disponíveis na literatura, que atribuem ao falhamento de Taxaquara grandes deslocamentos transcorrentes que separam dois domínios com evoluções geotectônicas distintas (Hennies et al, 1967; Hasui et al, 1976), incluindo a possibilidade aventada por Dantas (1990) de que a fonte das seqüências psamíticas inferiores estariam com disposição preferencial de influxos terrígenos provindos borda S-SE da paleobacia. Deve-se considerar que a presença de feldspatos detríticos euédricos no arcabouço dos metaconglomerados indica pouco transporte sedimentar e proximidades de suas áreas fonte (Martin, 2000).
O batólito Agudos Grandes localiza-se a sul da falha de Taxaquara e registra um magmatismo sin-orogênico dominante (suite cálcio-alcalina potássica metaluminosa), que correspondem aos hornblenda-biotita monzogranitos porfiríticos foliados do tipo Ibiúna. Os leucogranitos peraluminosos do tipo Turvo são menos abundantes e ocorrem em corpos esparsos invadindo os granitos do tipo Ibiúna; ambos os tipos têm idades U-Pb de 610 + 2 Ma (Janasi et al., 2001). A atividade tardi-orogênica é expressa por granitos cálcio-alcalinos contaminados do tipo Serra dos Lopes; os biotita granitos foliados do tipo Itapevi e Caucaia, ainda não datados, são restritos ao extremo leste do batólito e intrudem os granitos Ibiúna.
Os granitos localizados no Domínio São Roque são geralmente considerados intrusivos nas seqüências metassedimentares do Grupo São Roque, que em sua maioria apresentam idades superiores à da deposição admitida por Hackspacher et al. (2000). Foram compilados dados do granito Itaqui fácies Mutinga (Ferreira, 1996), petrograficamente semelhantes e de maior proximidade geográfica dos metaconglomerados. Afinidades Geoquímicas dos Seixos
De características metaluminosas a fracamente peraluminosas, os seixos graníticos predominantes são ricos em SiO2 (65-77%), e têm mg#= 25-35, parâmetros que mostram correlação negativa, (Fig. 4)
Os diagramas R2 x R1 desenvolvidos por De la Roche et al. (1980) para rochas plutônicas classificam os seixos equigranulares e leucograníticos como álcali granitos, e os inequigranulares e porfiríticos como granitos a granodioritos. (Fig. 1). Os seixos mostram caráter metaluminoso no diagrama que utiliza os parâmetros A e B (“balanço aluminoso”), expressos em átomo grama x 10³ (milicátion), definidos por Debon et. al. (1988) (Fig. 2); apenas os seixos equigranulares situam-se no campo peraluminoso, assemelhando-se aos demais potenciais granitos fonte, com exceção dos granitos Ibiúna e Itapevi. A introdução de calcita hidrotermal ao longo de veios e microvenulações em toda a região de coleta dos seixos deve ser responsável pela posição dos seixos inequigranulares e porfiríticos em campos de rochas metaluminosas, uma vez que a sua mineralogia (biotita ± muscovita), não é consistente com a esperada no campo (V) (anfibólio + piroxênio, segundo Debon et al (1988); caso excepcional é o de um seixo inequigranular que se localiza no campo (VI), correspondente a carbonatítos (+ leucogranitos)).
Os seixos estudados apresentam boas correlações em diagramas de variação para óxidos maiores e menores (não mostrados) usando a sílica como índice de diferenciação, que são compatíveis com um caráter comagmático. Há uma diminuição nos teores de Na2O, MgO, CaO, Fe2O3, TiO2 e P2O5 com o aumento da sílica, refletindo a tendência normal de diferenciação em magmas graníticos; o único óxido que mostra correlação positiva com a sílica é o K2O.
Todos os seixos apresentam baixos teores de Rb e Sr, se posicionando fora da tendência definida pelos granitos regionais (Fig. 3). A maioria dos elementos traços (Sr, Rb, Zr, V) mostra correlações negativas, com a tendência de diminuição a partir de seixos graníticos menos diferenciados, o que sugere que minerais portadores desses elementos estão sendo fracionados ao longo de toda a suíte. Outros como Ce, Y e Th mostram curvas de correlação em que para a variedade de seixo mais primitiva (granito porfirítico) os teores são baixos e atingem as proporções mais elevadas para os seixos graníticos inequigranulares e equigranulares, diminuindo para a variedade mais diferenciada (leucogranito inequigranular). Nesse caso, se as rochas são comagmáticas, teria havido mudança de caráter incompatível para compatível no caso desses elementos ao longo da diferenciação (Fig. 4). Entre os
granitos utilizados para comparação, apenas os granitos Caucaia e Itapevi félsico apresentam características equivalentes.
Conclusões
Quando comparados às variedades graníticas do Batólito Agudos Grandes, os seixos inequi e equigranulares coletados na base do Morro Doce mostram similaridades petrográficas e geoquímicas apenas com os granitos do tipo Caucaia e Itapevi Félsico; já as variedades porfiríticas e leucograníticas não possuem afinidades geoquímicas com os granitos alvos usados na comparação. As discrepâncias reveladas para alguns elementos traços como Rb e Nb, além do óxido de Ca, sugerem que, se a fonte dos seixos são os Granitos do Tipo Caucaia e Itapevi Félsico, ocorreu alguma modificação provocada pelo intenso processo hidrotermal que afetou a região de coleta dos seixos, o que é evidente no caso do Ca, tendo em vista a introdução de calcita secundária. Datação U-Pb dos seixos e novas análises geoquímicas em outras regiões menos afetadas por hidrotermalismo poderão elucidar a questão. Referências Bibliográficas Carneiro C.D.R., Hasui Y., Dantas A.S.L. 1984. Contribuição ao Estudo da Litoestratigrafia do Grupo São Roque na Faixa Jaraguá-Cristais –SP. Anais do XXXIII Congr. Bras. Geol., Rio de Janeiro, p. 3212 – 3226.
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B=Fe+Mg+Ti
0 50 100 150 200 250 300
A= Al-(K+Na+2Ca)
-150
-100
-50
0
50
100(I)
(II)
(III)
(IV)
(V)
(VI )
Leucogranitóides
38,8
Granito ItapeviGranito Itapevi FélsicoGranito CaucaiaGranito TurvoGranito IbiúnaGranito Serra dos LopesGranito Itaqui MutingaSeixo de Granito InequigranularSeixo de Granito EquigranularSeixo de LeucogranitoSeixo de Granito Porfirítico
R1=4Si-11(Na+K)-2(Fe+Ti)
0 1000 2000 3000
500
1000
1500
2000
2500
3000R2 =6Ca+2Mg+Al
Di
Ens
Fo An
Fa Fe
QzNe
Mgt-IIm
Granito
Granodiorito
Alcali Granito
Tonalito
Qtz Monzonito
Qtz Sienito
Nefelina Sienito
Diorito
Sienito
Alcali Gabro
Piroxênito
Olivina Gabro
Monzo Gabro
Monzonito
75
70
65
60
55
50
45
40
An10
An30
An50
AbOr
Dunito
Peridotito
20
30
40
50
60
70
#M
g
SiO2
60 62 64 66 68 70 72 74 76 780
100
200
300
400
500
600
20
40
60
80
100
SiO2
60 62 64 66 68 70 72 74 76 780
10
20
30
40
50
60
Fig. 4: uDiagramas de vairação binários para seixos do metaconglomerado e potenciais granitos fonte tilizando SiO2 como índice de variação.
Fig. 1: Composição dos seixos e granitos regionais no diagrama de classificação de Rochas Plutônicas R x R2 1
et al., 1980.de
De la Roche .
Fig. 2: Composição dos seixos e granitos regionais em diagrama A x B do Balanço Aluminoso de Debon et al., 1988:(I)- duas micas, muscovuta>biotita; (II)- duas micas biotita>muscovita;(III)- com biotita; (IV)- biotita, anfibólio piroxênio; (V)- clinopiroxênio e anfibólio...;(VI)- rochas carbonatíticas.
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