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R NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES E AINDA... FIQUE LIGADO 10 vagas para o cargo de oficial de apoio judicial e cinco para o cargo de oficial judiciário, com salário inicial de R$ 3.457,01. PÁGINA 2 PÁGINA 2 PÁGINA 4 PÁGINA 6 Insegurança é comum “O jovem líder se questiona se os colegas de trabalho irão ouvi-lo ou levá-lo a sério por causa de sua idade.” O casal Adriano e Lena Starling trabalha na organização de recepções, como casamentos e festas de 15 anos, entre outras comemorações. O Delícias Festas e Decoração está completando 20 anos e oferece atendimento personalizado. O mercado de farmácias de manipulação está em constante crescimento. De acordo com o Panorama Setorial Anfarmag: Farmácia Manipulação Brasileira 2015/2016, o segmento movimentou R$ 5 bilhões no período. VAI ROLAR A FESTA MANIPULAÇÃO EM ALTA NANDO OLIVEIRA/ESP. EM NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES ANUNCIE (31) 3228-2000 13.618 OFERTAS VEJA CADERNO NESTA EDIÇÃO VEJA OFERTAS A PARTIR DA PÁGINA 5 DOMINGO, 25 DE JUNHO DE 2017 BETO NOVAES/EM/D.A PRESS Em tempos de crise, o terceiro setor se apresenta como uma saída importante para a empregabilidade e o trabalho remunerado LILIAN MONTEIRO aro são os profissionais que pensam no tercei- ro setor como opção de carreira, com empre- gabilidade e remuneração. A maioria o imagi- na apenas como trabalho voluntário. Talvez porque sua origem, no século 16, com a fun- dação da Santa Casa de Misericórdia de San- tos em 1543, a primeira referência histórica de uma entidade do setor no Brasil, sustente es- se caráter. As pessoas só pensam em organi- zações sem fins lucrativos, filantropia, mão de obra voluntária e prestação de serviço públi- co. Tudo isso é verdade, mas o setor vai muito além. No país assolado por uma crise sem pre- cedentes e nenhuma perspectiva de melhora real tão cedo, esse universo se apresenta co- mo uma saída importante e com futuro. Mas não pense que, por ser terceiro setor, as exi- gências são menores do que no segmento pri- vado. Além das competências e habilidades, ele requer muito mais. Com o objetivo de criar um fórum de discus- são sobre as diversas esferas e temáticas do ter- ceiro setor, a Prime Talent, empresa de busca e seleção de profissionais de média e alta gestão em toda a América Latina, conduziu entre julho de 2016 e março deste ano entrevistas com 50 profissionais, entre gerentes, diretores e presi- dentes de distintos setores da economia brasi- leira, que atuam tanto no setor privado quanto no terceiro setor como voluntários ou como profissionais remunerados. Foram escolhidas duas organizações so- ciais como estudo de caso: a ChildFund Bra- sil, organização social que adota boas práti- cas de governança e atua no Brasil desde 1966, e a Ramacrisna, organização da socie- dade civil, sem fins lucrativos, sem vínculos religiosos ou partidários, fundada em 1959 pelo jornalista paraibano Arlindo Corrêa da Silva, que há 57 anos desenvolve projetos culturais, educacionais, profissionalizantes, aprendizagem, geração de trabalho e renda, esporte e lazer, voltados para a comunidade em situação de vulnerabilidade social de Be- tim e 10 cidades do entorno. David Braga, CEO da Prime Talent, expli- ca que o terceiro setor é a próxima tendên- cia de mercado (aliás, já é) pela Agenda 2030, documento que propõe 17 objetivos do desenvolvimento sustentável e 169 me- tas correspondentes, fruto do consenso ob- tido pelos delegados dos estados-membros da ONU. “As organizações sociais se profis- sionalizam para sobreviver. Caso contrário, não conseguirão patrocínio se tiverem uma imagem manchada ou um executivo com seu nome atrelado a uma organização sem credibilidade.” Ele enfatiza que o ter- ceiro setor tem duas vertentes: a primeira, é o que fazer em prol de uma sociedade melhor; e, a segunda, é que a empresa que não estiver envolvida com a responsabili- dade social está fadada ao fracasso porque ela “gera engajamento, posicionamento e fortalecimento da marca. É diferencial no mercado tanto para o investidor quanto para a mão de obra”. David lembra que a geração milênio ou Y sabe dessa importân- cia. “Ela se envolve, está atenta à sustenta- bilidade e a maior preocupação é, princi- palmente, com o meio ambiente.” Para quem não imaginava, David Braga re- força que dentro do terceiro setor há camadas de profissionais contratados e remunerados, inclusive executivos. Além do voluntariado. “A empregabilidade começou com a captação de quem doasse tempo, dinheiro, enfim, doasse ao próximo. Agora, há organizações sociais profissionalizadas e mais estratégicas, com profissionais oriundos do setor privado. E isso vai se tornar cada vez mais frequente. Há esse movimento. E o terceiro setor atua em todas as áreas que o Estado não consegue atender: erradicação da pobreza, boa saúde e bem-estar, educação de qualidade, indústria e inovação”, afirma. COMPETÊNCIAS Conforme David Braga, as exigências do profissional capacitado para o terceiro setor são as mesmas do privado. “As competências são quase as mesmas, já que no terceiro setor exige-se mais compaixão, gostar de pessoas, visão humanitária, matu- ridade emocional para saber lidar com as mazelas, engajamento para angariar. Ter o brilho no olhar para liderar com alta capaci- dade de mobilização e ter conhecimento em marketing, RH, digital e finanças, ética, ser mediador de conflitos, propor soluções. As competências se aproximam, mas a força es- tá na essência humana.” David Braga explica que o grupo que faz de fato a gestão acontecer são as pessoas contrata- das, mais do que o voluntariado. “O setor preci- sa abrir o olho porque talento precisa ser pago. Por isso, essa proporcionalidade tende a inver- ter, já que o terceiro setor vira eficiência conse- guida com o know-how de profissionais com de- dicação full time. Inclusive, já há organizações com bônus e performance. E para o profissional é interessante: ele vai integrar um setor que oferta mais qualidade de vida porque é menos estressante e menos agressivo, nem por isso me- nos importante, e é competitivo.” No entanto, ele reconhece que ainda não existe um fórum de discussão para ajudar o próximo. “Há um es- tigma sobre o terceiro setor de que é amador, de- sorganizado, sem processo, desprofissionaliza- do, sem sistema, sem tecnologia, mas é um grande engano. É um setor que tende a se conso- lidar, só cresce e traz resultado para o profissio- nal que gera uma sociedade diferenciada. Na verdade, quando mais profissionalizada, mais assertiva será e mais pessoas serão atendidas.” LEIA MAIS SOBRE TERCEIRO SETOR PÁGINA 3 MERCADO DE OPORTUNIDADES

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RNEGÓCIOS

& OPORTUNIDADES

E AINDA...FIQUE LIGADO

10vagas para o cargo de oficial deapoio judicial e cinco para o cargode oficial judiciário, com salárioinicial de R$ 3.457,01.

PÁGINA 2

PÁGINA 2

PÁGINA 4

PÁGINA 6

Insegurança é comum“O jovem líder se questionase os colegas de trabalho irãoouvi-lo ou levá-lo a sériopor causa de sua idade.”

O casal Adriano e Lena Starling trabalhana organização de recepções, comocasamentos e festas de 15 anos, entreoutras comemorações. O Delícias Festase Decoração está completando 20 anose oferece atendimento personalizado.

O mercado de farmácias demanipulação está em constantecrescimento. De acordo com oPanorama Setorial Anfarmag:Farmácia Manipulação Brasileira2015/2016, o segmento movimentouR$ 5 bilhões no período.

VAI ROLAR A FESTA

MANIPULAÇÃO EM ALTA

NANDO OLIVEIRA/ESP. EM

NEGÓCIOS& OPORTUNIDADES

ANUNCIE (31) 3228-2000

13.618 OFERTASVEJA CADERNO NESTA EDIÇÃO ●VEJA OFERTAS A PARTIR DA PÁGINA 5

D O M I N G O , 2 5 D E J U N H O D E 2 0 1 7

BETO NOVAES/EM/D.A PRESS

Em tempos de crise,o terceiro setor

se apresenta comouma saída

importante para aempregabilidade

e o trabalhoremunerado

LILIAN MONTEIRO

aro são os profissionais que pensam no tercei-ro setor como opção de carreira, com empre-gabilidade e remuneração. A maioria o imagi-na apenas como trabalho voluntário. Talvezporque sua origem, no século 16, com a fun-dação da Santa Casa de Misericórdia de San-tos em 1543, a primeira referência histórica deuma entidade do setor no Brasil, sustente es-se caráter. As pessoas só pensam em organi-zações sem fins lucrativos, filantropia, mão deobra voluntária e prestação de serviço públi-co. Tudo isso é verdade, mas o setor vai muitoalém. No país assolado por uma crise sem pre-cedentes e nenhuma perspectiva de melhorareal tão cedo, esse universo se apresenta co-mo uma saída importante e com futuro. Masnão pense que, por ser terceiro setor, as exi-gências são menores do que no segmento pri-vado. Além das competências e habilidades,ele requer muito mais.

Comoobjetivodecriarumfórumdediscus-são sobre as diversas esferas e temáticas do ter-ceiro setor, a Prime Talent, empresa de busca eseleção de profissionais de média e alta gestãoemtodaaAméricaLatina,conduziuentrejulhode 2016 e março deste ano entrevistas com 50profissionais, entre gerentes, diretores e presi-dentes de distintos setores da economia brasi-leira, que atuam tanto no setor privado quantono terceiro setor como voluntários ou comoprofissionais remunerados.

Foram escolhidas duas organizações so-ciais como estudo de caso: a ChildFund Bra-sil, organização social que adota boas práti-cas de governança e atua no Brasil desde1966, e a Ramacrisna, organização da socie-dade civil, sem fins lucrativos, sem vínculosreligiosos ou partidários, fundada em 1959pelo jornalista paraibano Arlindo Corrêa daSilva, que há 57 anos desenvolve projetosculturais, educacionais, profissionalizantes,aprendizagem, geração de trabalho e renda,esporte e lazer, voltados para a comunidadeem situação de vulnerabilidade social de Be-tim e 10 cidades do entorno.

David Braga, CEO da Prime Talent, expli-ca que o terceiro setor é a próxima tendên-cia de mercado (aliás, já é) pela Agenda2030, documento que propõe 17 objetivosdo desenvolvimento sustentável e 169 me-tas correspondentes, fruto do consenso ob-tido pelos delegados dos estados-membrosda ONU. “As organizações sociais se profis-sionalizam para sobreviver. Caso contrário,não conseguirão patrocínio se tiveremuma imagem manchada ou um executivocom seu nome atrelado a uma organizaçãosem credibilidade.” Ele enfatiza que o ter-ceiro setor tem duas vertentes: a primeira,é o que fazer em prol de uma sociedademelhor; e, a segunda, é que a empresa quenão estiver envolvida com a responsabili-dade social está fadada ao fracasso porqueela “gera engajamento, posicionamento efortalecimento da marca. É diferencial nomercado tanto para o investidor quantopara a mão de obra”. David lembra que ageração milênio ou Y sabe dessa importân-cia. “Ela se envolve, está atenta à sustenta-

bilidade e a maior preocupação é, princi-palmente, com o meio ambiente.”

Para quem não imaginava, David Braga re-força que dentro do terceiro setor há camadasde profissionais contratados e remunerados,inclusive executivos. Além do voluntariado.“A empregabilidade começou com a captaçãode quem doasse tempo, dinheiro, enfim,doasse ao próximo. Agora, há organizaçõessociais profissionalizadas e mais estratégicas,com profissionais oriundos do setor privado.E isso vai se tornar cada vez mais frequente.Há esse movimento. E o terceiro setor atuaem todas as áreas que o Estado não consegueatender: erradicação da pobreza, boa saúde ebem-estar, educação de qualidade, indústriae inovação”, afirma.

COMPETÊNCIAS Conforme David Braga, asexigências do profissional capacitado para oterceiro setor são as mesmas do privado. “Ascompetências são quase as mesmas, já queno terceiro setor exige-se mais compaixão,gostar de pessoas, visão humanitária, matu-ridade emocional para saber lidar com asmazelas, engajamento para angariar. Ter obrilho no olhar para liderar com alta capaci-dade de mobilização e ter conhecimento emmarketing, RH, digital e finanças, ética, ser

mediador de conflitos, propor soluções. Ascompetências se aproximam, mas a força es-tá na essência humana.”

David Braga explica que o grupo que faz defato a gestão acontecer são as pessoas contrata-das, mais do que o voluntariado. “O setor preci-sa abrir o olho porque talento precisa ser pago.Por isso, essa proporcionalidade tende a inver-ter, já que o terceiro setor vira eficiência conse-guidacomoknow-howdeprofissionaiscomde-dicação full time. Inclusive, já há organizaçõescombônuseperformance.Eparaoprofissionalé interessante: ele vai integrar um setor queoferta mais qualidade de vida porque é menosestressanteemenosagressivo,nemporissome-nos importante, e é competitivo.” No entanto,ele reconhece que ainda não existe um fórumdediscussãoparaajudaropróximo.“Háumes-tigmasobreoterceirosetordequeéamador,de-sorganizado, sem processo, desprofissionaliza-do, sem sistema, sem tecnologia, mas é umgrandeengano.Éumsetorquetendeaseconso-lidar, só cresce e traz resultado para o profissio-nal que gera uma sociedade diferenciada. Naverdade, quando mais profissionalizada, maisassertiva será e mais pessoas serão atendidas.”

LEIA MAIS SOBRE TERCEIRO SETORPÁGINA 3

MERCADO DEOPORTUNIDADES

D O M I N G O , 2 5 D E J U N H O D E 2 0 1 7 ● A N U N C I E ( 3 1 ) 3 2 2 8 - 2 0 0 0 ● V E J A O F E R T A S A P A R T I R D A P Á G I N A 5

3s ADMITE-SE

A bola da vez❚ REPORTAGEM DE CAPA

Constituído por organizações sociaise da sociedade civil, o terceiro setormovimenta bilhões, é apontadocomo o futuro e busca cadavez mais profissionaisgabaritados

Antes de mais nada, fazer parte doterceiro setor é ser otimista e acredi-tar na transformação. Valseni Braga,CEO da Rede Batista de Educação,afirma que “ele está em franco de-senvolvimento com a evolução daética na humanidade e com o Brasiltomando consciência, ainda maispor ter sido sempre ajudado por ou-tros países, principalmente na déca-da de 1960, e como é nos dias de ho-je. Ocorre que chegou o momento deo Brasil tomar conta dos excluídos dajustiça social. Mesmo como defensordo capitalismo, sei que seu ponto fra-co é o processo de distribuição. Criariquezas rápido, mas não comparti-lha. Por isso, é preciso cuidar dequem fica para trás e contribuir como primeiro e o segundo setor”.

Valseni Braga diz que o Brasil temumgraudesensibilizaçãomuitobome que “chegou o momento de sair doestágio de pessoas de boa vontade pa-raoprofissionalismo.Temosrecursosdisponíveis para aplicar, inclusive domundocorporativo,porquehojeapa-lavradeordeméliderançasustentávelpara sobreviver. A empresa que cuidado terceiro setor ajuda o mundo a sermelhor. E, do outro lado, o terceiro se-

tor evolui, já que tem de lidar com omarco legal, o governo até editou le-gislações que ajudam, e o crescentegrau de profissionalismo”. O que éfundamental, porque o terceiro setorprecisa pensar em resultado, em pro-dutividade, boa performance, gover-nança e compliance.

Mas os desafios são muitos. Valse-ni Braga destaca a formação. “O Colé-gioBatistaMineiro,queem2018com-pleta 100 anos, tem no DNA uma ins-tituição comprometida com valores,ética e caráter do aluno para a forma-ção do ser humano, ou seja, aborda otodo, o corpo, o cognitivo, o lado so-cioemocional e o transcendental espi-ritual sem doutrina. Entendemos quehá problemas na sociedade brasileirade descontinuidade nisso. Somos umconjuntosdenoveescolaseumafacul-dade com foco, não no lucro com aeducação (nossa mantenedora são asigrejasbatistas),masemajudaromun-doasermelhorparaseviver.Assim,te-mos uma pós-graduação em direito,contabilidadeefestãodoterceirosetorquevisafortalecerosetorcomdiscipli-nas interessantes para que ele se orga-nize cada vez mais, tenha governançaimplantada para se credenciar a rece-ber os recursos disponíveis. O setorprecisa de profissionais com compe-tênciasemtodasasáreaseaacademiaprecisa gerar know-how”, afirma.

PÓS-GRADUAÇÃO Para Valseni Bra-ga, aquele que quer ter futuro, tem depensar no terceiro setor. “Ele vai ex-pandir muito no Brasil e há muito oque fazer por causa da desigualdade.Na área educacional, o desafio é enor-me.Aspessoasestãonaescola,maselaé ruim, logo continuam excluídas. Háde surgir mais empreendedores so-ciais para cuidar da educação. Profis-sionaisportempointegral,remunera-dos e também voluntários.”

Valedestacar,segundoValseniBra-ga, que a instituição, em passo impor-tante para o futuro, “revisa o currículoporque pensamos em inserir discipli-nas que preparem os alunos tanto pa-raconseguirempregonoterceirosetorcomoparaseremvoluntários.Éonos-so compromisso de que os alunos fa-çam uma intervenção positiva na so-ciedade, não só pela riqueza e fama(ainda que isso não seja problema)”.

LILIAN MONTEIRO

“Há uma miopia do Brasil em tratardo terceiro setor, que já movimenta R$25 bilhões por ano, é um segmento ro-busto, mas não é tratado com carinho.”A declaração é de Gerson Pacheco, dire-tor de país da ChildFund Brasil, organiza-ção social que adota boas práticas de go-vernança e atua nacionalmente desde1966, por meio de uma sólida experiên-cia na elaboração e no monitoramentode programas e projetos sociais mobili-zando pessoas para contribuir na trans-formação de vidas. Dessa maneira, crian-ças, adolescentes, jovens, famílias e co-munidades em situação de risco socialsão apoiadas para que possam exercer,com plenitude, o direito à cidadania. Aorganização beneficia mais de 123 milpessoas (sendo mais 33 mil crianças, ado-lescentes e jovens atendidos diretamen-te). Para uma operação gigantesca e com-plexa como essa, o ChildFund Brasil con-ta com a parceria de 44 organizações so-ciais responsáveis, que atuam em maisde 53 municípios, com grandes deman-das a serem superadas.

Soma-se à visão equivocada, o fato dea “academia não formar profissionais ca-pacitados e com habilidades para o setor.A formação está voltada para a assistên-cia social, sem foco em tecnologia e ges-tão de finanças. A preocupação ainda é aformação assistencial para cumprir polí-ticas públicas”, enfatiza Gerson Pacheco.Ele alerta que “o mundo navega no ter-ceiro setor porque já não há mais espa-ço, o vértice mudou, o que interessa ho-je é a empresa cidadã, compromissadacom a sociedade. Não tem como umaempresa deixar de ouvir os stakeholdersna sociedade onde está inserida”.

ATOR PRINCIPAL Naverdade,todospreci-sam acordar porque “há uma série de mo-vimentos no terceiro setor e não tem vol-ta. Principalmente, na área socioambien-tal, que é o futuro. A bola da vez”, avisaGerson Pacheco. Ele destaca que, no mo-mento, o mundo traz o terceiro setor paraopalco,nãocomocoadjuvante,mascomoator principal. E para que ocorra o cresci-mento sustentável, é preciso gente.

Gerson Pacheco fala que remuneraçãono terceiro setor mora em três caminhos.“Aquela dos mais jovens, que abarca a re-muneração com desenvolvimento. Outraponta é a dos executivos acima de 55anos, já formados e com a vida resolvida,que não querem assistir sessão da tardenem se tornar executivo doméstico. É oque não precisa de remuneração de pro-dução, mas adicional e quer deixar seu le-gado para a sociedade. Agora, tem os pro-fissionais na fase de produção, que vão re-ceber um salário, mas não de ponta, mé-dio. Mas com ganho para o currículo, é di-ferencial ter passado pelo terceiro setor aolongo da carreira. É um setor que todomundo está de olho. Sem falar que o me-didor mais importante é chegar em casae saber que está ajudando a construir ummundo melhor. Não tem preço. Esse é umdos maiores indicadores de vida.”

O mundo navega noterceiro setor porquejá não há maisespaço, o vérticemudou, o queinteressa hoje é aempresa cidadã,compromissada coma sociedade”

■■ Gerson Pacheco,diretor de país da ChildFund Brasil

RAIO-XVeja o balanço da pesquisa conduzidapela Prime Talent, entre julho de 2016 emarço de 2017, com 50 profissionais,entre gerentes, diretores e presidentes dedistintos setores, que atuam tanto nosetor privado, quanto no terceiro setor,como voluntários ou profissionaisremunerados

1) MOTIVAÇÕES/BENEFÍCIOS

» Vocação social/causa nobre» Paixão por aquilo que acredita» Diferencial na carreira» Nível de consciência elevado» Autorrealização» Empregabilidade

2) ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS

» Uso de mídias sociais» Aplicação de tecnologias» Presença de profissionais de renome

atuando no terceiro setor» Remuneração mais competitiva» Criação de modelos de social business» Articulação com os três setores para

sinergia e visibilidade

3) COMPETÊNCIAS IMPRESCINDÍVEIS

» Liderança com engajamento» Capacidade de gestão» Conhecimento técnico» Colaboração» Seleção de pessoas» Sensibilidade» Mediador» Tolerância à realidade

ARQUIVO PESSOAL

É hora do profissionalismo

ARQUIVO PESSOAL

Chegou o momentode sair do estágiode pessoas de boavontade para oprofissionalismo”

■ Valseni Braga,CEO da Rede Batista de Educação

VANDERLEI SOELAPEDAGOGO, PSICÓLOGO E PROFESSOR-ASSOCIADO DA FUNDAÇÃO DOM CABRAL

PALAVRA DEESPECIALISTA

“O terceiro setor no Brasil estáconfigurado há anos e, com o passardo tempo, a profissionalização temaberto a possibilidade do espaço serpassível e viável para trabalhar.Muitas organizações seacostumaram com o trabalho decaridade apenas, que será semprebem-vindo, mas há instituições dediversas naturezas, com muitaspossibilidades e arranjos com ofertaremunerada. A questão é que oprofissional no mercado não se viaou se interessava pelo setor. Noentanto, há demanda tanto pelasociedade quanto parceiros queprecisam de especialistas emfinanças, marketing, processos,projetos, pessoas entre outras. Oterceiro setor é um lugar pararemunerar. O bacana é que, se osetor captar bons profissionais edespertar uma perspectiva decunho social e de interesse por umacausa, o desejo de lutar e se dedicar aum ideal, o resultado não será sófinanceiro. As necessidades doterceiro setor são semelhantes às doprimeiro e segundo, muda anatureza e a finalidade quevislumbram a transformação paraum mundo melhor. E asorganizações que fizerem umagestão benfeita, transparente,mostrando o que faz, seguramentevão se manter por muito tempo.Conheço instituições com mais de60 anos fazendo projetos, parceriasno Brasil e exterior, sendoprocuradas pelo poder público eprivado. É importante destacar queuma coisa não exclui a outra. Otrabalho remunerado não eliminao voluntariado. E quem adota osetor precisa ter uma dose depaixão (ou pode desenvolvê-la)pelo outro, pelo planeta. Não éuma pessoa fria e calculista. Aobuscar o trabalho tem de serrealista, buscar informações sobrea instituição para se configurar naperspectiva e se comprometer como que tem conexão.”

Dose de paixão

ARQ

UIV

OPE

SSO

AL