mercado de ações

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Guia de Ações Introdução Como funciona o mercado de ações O que é uma ação? Empresa de Capital Fechado Empresa de Capital Aberto Tipo de Ações Rentabilidade do Investimento em Ações A Dinâmica do Mercado de ações Tomando uma decisão de investimento Executando um negócio Como analisar o mercado de ações Introdução Se você está interessado em investir em ações, então você tem duas alternativas, diretamente através da compra de ações, ou através compra de cotas em fundos de investimento de ações. Qual a alternativa mais adequada a você? Isso depende que tipo de investidor você é! Investimento direto em ações é mais popular entre investidores mais experientes, que estão constantemente "plugados" no mercado, e que gostam de administrar seu próprio dinheiro. Fundos de Investimento são mais populares entre investidores que não tem tanto tempo (ou vontade) de administrar a sua carteira, ou prefere minimizar risco investindo pequenas quantidades em uma carteira diversificada do que em uma única ação. Como funciona o mercado de ações O que é uma ação Antes de mais nada, é importante definir o que é uma ação. Você já deve ter lido em algum lugar que uma ação é um título de renda variável emitido por uma sociedade anônima que representa a menor fração do capital da empresa emitente. Vamos traduzir esta definição aos poucos: primeiro é importante entender o que é uma sociedade anônima (S.A.). Sociedade anônima é uma empresa que tem ações em bolsa (capital aberto), ao contrário, por exemplo, de uma limitada (Ltda), onde o capital não é listado em bolsas (capital fechado). A maior parte das grandes empresas são S.A, enquanto as pequenas empresas são Ltda. Empresas de capital fechado Se você resolver abrir uma nova empresa, possivelmente o fará como uma Ltda (ou empresa de capital fechado). Vamos supor que a nova empresa tenha cinco sócios, com a mesma participação (20% do total de R$ 100.000,00). Neste caso, cada sócio subscreveu R$ 20.000 do capital da empresa. A empresa então utiliza o capital subscrito para iniciar suas atividades (comprar matéria prima, pagar instalações e funcionários, etc.). Vamos supor agora que um sócio decida sair da empresa e os outros decidam comprar sua parte. Neste caso, após decidir o quanto vale esta parcela do capital da empresa (para facilitar vamos supor que valha R$ 20.000) cada um dos sócios restantes pagará R$ 5.000,00, mantendo o capital total em R$ 100.000,00, agora com 25% cada um.

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Page 1: Mercado de Ações

Guia de Ações

Introdução

Como funciona o mercado de ações O que é uma ação? Empresa de Capital Fechado Empresa de Capital Aberto Tipo de Ações Rentabilidade do Investimento em Ações

A Dinâmica do Mercado de ações Tomando uma decisão de investimento Executando um negócio

Como analisar o mercado de ações

Introdução

Se você está interessado em investir em ações, então você tem duas alternativas, diretamente através da compra de ações, ou através compra de cotas em fundos de investimento de ações. Qual a alternativa mais adequada a você? Isso depende que tipo de investidor você é!

Investimento direto em ações é mais popular entre investidores mais experientes, que estão constantemente "plugados" no mercado, e que gostam de administrar seu próprio dinheiro.

Fundos de Investimento são mais populares entre investidores que não tem tanto tempo (ou vontade) de administrar a sua carteira, ou prefere minimizar risco investindo pequenas quantidades em uma carteira diversificada do que em uma única ação.

Como funciona o mercado de ações

O que é uma ação Antes de mais nada, é importante definir o que é uma ação. Você já deve ter lido em algum lugar que uma ação é um título de renda variável emitido por uma sociedade anônima que representa a menor fração do capital da empresa emitente.

Vamos traduzir esta definição aos poucos: primeiro é importante entender o que é uma sociedade anônima (S.A.). Sociedade anônima é uma empresa que tem ações em bolsa (capital aberto), ao contrário, por exemplo, de uma limitada (Ltda), onde o capital não é listado em bolsas (capital fechado). A maior parte das grandes empresas são S.A, enquanto as pequenas empresas são Ltda.

Empresas de capital fechado Se você resolver abrir uma nova empresa, possivelmente o fará como uma Ltda (ou empresa de capital fechado). Vamos supor que a nova empresa tenha cinco sócios, com a mesma participação (20% do total de R$ 100.000,00). Neste caso, cada sócio subscreveu R$ 20.000 do capital da empresa. A empresa então utiliza o capital subscrito para iniciar suas atividades (comprar matéria prima, pagar instalações e funcionários, etc.).

Vamos supor agora que um sócio decida sair da empresa e os outros decidam comprar sua parte. Neste caso, após decidir o quanto vale esta parcela do capital da empresa (para facilitar vamos supor que valha R$ 20.000) cada um dos sócios restantes pagará R$ 5.000,00, mantendo o capital total em R$ 100.000,00, agora com 25% cada um.

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Empresa de capital aberto Uma empresa de capital aberto funciona basicamente da mesma forma. Usando o exemplo acima (os valores serão mantidos somente para facilitar a análise, já que para lançar ações em bolsa os valores devam ser muito mais altos) fica fácil entender o que é uma ação.

Vamos supor agora que os quatro sócios não tenham recursos para comprar a fatia do sócio que resolveu sair. Eles podem optar por abrir o capital da empresa, ou seja, lançar ações. Neste caso eles decidem vender R$ 20.000 do capital da empresa, lançando 20.000 ações a R$ 1,00 cada.

Ao comprar uma ação, você passa a ser sócio de uma empresa, comprando uma participação no capital da mesma. Se a empresa for bem, o preço da ação possivelmente subirá, se as coisas não forem tão bem assim, o preço possivelmente cairá.

Desta forma, através do lançamento de ações, uma empresa aumenta substancialmente o número de acionistas (sócios), obtendo recursos que talvez não estivessem disponíveis de outra forma para investir na empresa. Do ponto de vista do investidor, comprar ações dá a possibilidade dele se tornar um "sócio" da empresa, investindo um valor de acordo com as suas disponibilidades.

Tipos de ações

Existem dois tipos básicos de ações: preferenciais (PN) e ordinárias (ON).

Ações Preferenciais

São assim chamadas porque dão preferência aos acionistas no pagamento de dividendos e também em caso de liquidação da empresa em relação às ações ordinárias. Isto significa que, no caso de falência ou outro evento que leve a empresa a ser liquidada, os possuidores de ações preferenciais tem maiores chances de recuperar parte de seus investimentos do que os possuidores de ações ordinárias.

Ações Ordinárias

São aquelas que dão direito de voto ao acionista, algo que não ocorre no caso das ações preferenciais. É importante ressaltar que, apesar de ser um acionista e ter direito a voto, o possuidor de ações ordinárias não é responsável pelas dívidas da empresa (algo que normalmente ocorre em empresas de capital fechado). Além destas duas categorias básicas, empresas podem emitir outras classes de ações. Se você analisar com cuidado as ações listadas na Bovespa você encontrará não somente as classes ON e PN, mas também PNA, PNB, PNC, etc. Isto ocorre porque além da distinção básica entre ON e PN, as empresas podem diferenciar as classes de ações de acordo com critérios de distribuição de dividendos, restrição quanto à posse de ações, etc.

Rentabilidade do investimento em ações Para ganhar dinheiro em ações você precisa "comprar ações antes que outros investidores queiram comprá-la e vendê-la antes que outros investidores resolvam vendê-la". Pode não parecer, mas é mais fácil do que parece! Para isso, você precisa entender os fatores determinantes da rentabilidade de uma ação e se antecipar ao mercado.

Como foi visto na seção anterior, o principal determinante da rentabilidade das ações é o comportamento do preço do papel. O preço das ações é influenciado por uma série de variáveis, que podem ser agrupadas em quatro grupos básicos:

Macroeconômicas Setoriais Mercado Desempenho da empresa.

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Variáveis macroeconômicas Abaixo listamos alguns exemplos de variáveis macroeconômicas o impacto que elas têm no mercado de ações:

Taxa de crescimento da economia - Maior crescimento de forma geral leva a maior lucro e alta no preço das ações.

Taxa de juros - Em geral juros maiores aumentam a rentabilidade da renda fixa, que "concorre" com as ações como alternativa de investimento, além do efeito negativo sobre o balanço das empresas, via maiores despesas financeiras.

Mercado Externo - Além dos efeitos diretos sobre a economia brasileira, qualquer alteração no mercado externo afeta diretamente o mercado de ações brasileiro já que parte dos compradores de ações brasileiras são estrangeiros, quanto mais compradores maior pressão de alta no preço dos ativos e vice-versa.

Variáveis setoriais Definem eventos que afetam especificamente o setor de atividades em que a empresa atua. Para facilita o entendimento usamos o setor de papel e celulose como exemplo.

Um aumento no preço internacional da celulose do papel afeta positivamente as ações do setor (aumento de receitas e lucro potencial). Outras variáveis são possíveis inovações tecnológicas (por exemplo, um processo produtivo mais eficiente), mudanças nos preços de matérias primas, mudança no perfil dos concorrentes internacionais, mudanças na legislação, etc.

Variáveis de Mercado Outros fatores que influenciam o preço das ações são alterações específicas nas condições de compra e venda de ações.

Dentre os principais fatores podemos citar: a) Impostos (ex. maiores impostos sobre aplicações em ações podem desencorajar esta forma de investimento, conseqüentemente afetando os preços) e b) Mudanças nas regras de investimento dos investidores institucionais (ex. fundos de investimento, fundos de pensão, companhias de seguro).

Desempenho da Empresa Além dos elementos que influenciam a situação financeira da empresa (mudanças de preços dos produtos produzidos e de matérias primas, aumento ou redução no endividamento, etc.), é importante observar mudanças na perspectiva de novo negócios (tais como novos contratos, aquisições de outras empresas, busca de parceiros, etc.) e alterações na estrutura acionária.

Outras Variáveis que Afetam Rentabilidade

Além do preço da ação, a rentabilidade de um investimento no mercado acionário também depende de outras variáveis, sobretudo do nível de dividendos, bonificações, tributação e corretagem.

Dividendos Quando uma empresa paga dividendos, ela está distribuindo aos acionistas parte do seu lucro no período. Se a empresa anuncia um dividendo de R$ 2 reais por ações e você tiver 1.000 ações, você receberá R$ 2.000 em dinheiro, que será enviado à sua conta.

Em geral o valor do dividendo é variável, dependendo do resultado da empresa no período e da política interna de dividendos de cada empresa. Algumas empresas, em geral as maiores e mais estabelecidas no mercado, preferem pagar dividendos mais altos; enquanto outras decidem reinvestir na empresa a maior parte dos lucros gerados. A periodicidade de pagamento dos dividendos também não é definida e pode ser trimestral, semestral ou anual.

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Bonificação Quando uma empresa faz um aumento de capital, mediante a incorporação de reservas e lucros, algumas ações são distribuídas gratuitamente para os seus acionistas, em número proporcional às já possuídas. Isso não implica em alteração patrimonial, pois o preço em bolsa é reajustado proporcionalmente.

Subscrição Em geral, quando uma empresa faz um aumento de capital, os acionistas têm direito de preferência na aquisição de um novo lote de ações - em quantidade proporcional às possuídas. Os acionistas podem transferir o direito de subscrição a terceiros, através de venda desse direito na Bolsa.

Tributação O nível atual de tributação no mercado de ações é composto de:

20% sobre os ganhos de capital (diferença entre o preço médio de aquisição da ação e o que você recebeu pela venda).

CPMF que é cobrado em cada transação financeira (compra ou venda).

Corretagem Além dos impostos, o investidor também deve pagar uma taxa de corretagem, que é cobrada por sua corretora. Esta taxa, de forma geral, varia de acordo com o valor da aplicação. A entrada das corretoras online no mercado brasileiro pressionou para baixo as corretoras tradicionais a reduzir suas taxas de corretagem.

Outros custos Apesar de tributação e corretagem serem os maiores custos associados à negociação de ações é preciso mencionar alguns outros como, por exemplo:

Custódia: taxa fixa que você terá de pagar à instituição que guarda e administra suas

ações. Além disso, existe o custo de 0,008% de liquidação e custódia de títulos que deve ser pago sobre o valor da operação no momento da compra das ações.

Emolumentos: taxa paga à Bolsa de Valores por conta dos negócios de compra e venda serem realizados em suas instalações. A Bovespa cobra emolumentos da ordem de 0,027%, e esse valor não inclui os 0,008% de liquidação e custódia de títulos.

Dinâmica do Mercado de Ações

O mercado de ações funciona exatamente como uma feira livre. Você vai ao mercado com a intenção de compra de um item em particular. Você vai à barraca com o item de seu interesse (pois algumas ações só são negociadas em algumas Bolsas) e faz de conta não estar muito interessado; quando na verdade você não dorme há alguns dias pensando nessa oportunidade de investimento.

Você pergunta quanto custa à mercadoria, e o vendedor te responde quanto ele quer. O preço que ele dá é o que chamamos de Oferta de Venda. Se você já tiver visitado todo o mercado e esse é na verdade o menor preço então se trata da Melhor Oferta de Venda.

Agora é sua vez !! Você faz uma Oferta de Compra, caso essa seja a melhor oferta que ele recebeu no dia podemos chamá-la de Melhor Oferta de Compra. A diferença entre o preço sugerido pelo vendedor e aquele que você ofertou é chamada de spread. Caso vocês entrem em um acordo então isso significa que houve um negócio. O mesmo acontece no mercado de ações.

Tomando uma decisão de investimento Antes de tomar uma decisão de investimento você precisa estar familiarizado com alguns conceitos básicos:

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Cotação As ações são cotadas na Bolsa em lotes unitários ou lotes de mil ações, sendo que cada empresa determina de qual forma a ação é cotada. A maioria das ações brasileiras é cotada em lotes de mil. Nunca esqueça de checar qual forma de cotação se aplica à ação que você quer negociar.

Lote/Fracionário Em geral você só pode comprar ações em múltiplos de 100, 1.000, etc, o que se costuma chamar de "lotes redondos". Caso você queira comprar lotes pequenos ou quebrados isso, só será possível no Mercado Fracionário.

Último É o último preço no qual uma ação foi negociada. Este termo é utilizado durante o funcionamento da Bolsa. A partir do momento em que a bolsa encerra suas atividades diárias, a última cotação do dia passa a ser referida como Fechamento, e é esta cotação que fica registrada e que é utilizada para calcular a oscilação diária.

Oscilação É a variação percentual do último preço em relação ao fechamento do dia anterior. Supondo que o último da ação ABC seja 110,00 e seu fechamento foi 100,00 , temos uma oscilação de 10% no período. Após o encerramento das atividades da bolsa usamos o fechamento do dia em relação ao fechamento do dia anterior.

Melhor Oferta de Compra ou Oferta de Compra É o preço mais alto no qual algum investidor está disposto a comprar uma ação em um determinado momento. Podemos usar como exemplo um caso onde temos três ofertas de compra para as ações da empresa ABC - uma a 103,00, a segunda a 105,00 e a terceira a 108,00 - a melhor oferta de compra será 108,00. Este número é de conhecimento do mercado, já que o sistema adotado pela Bolsa ordena as ordens de compra de cada ação de acordo com o preço.

Melhor Oferta de Venda ou Oferta de Venda É o preço mais baixo no qual algum investidor está disposto a vender uma ação em um determinado momento. Assim como a oferta de compra, a oferta de venda também é de conhecimento do mercado.

Quantidade da Oferta de Compra Cada ordem de compra (ou venda) contém dois elementos: preço e quantidade (número de ações que o investidor está disposto a comprar). Desta forma, a partir do momento em que sabemos qual a melhor oferta de compra, também sabemos qual a quantidade de compra a esse preço. Podemos usar como exemplo o caso de um investidor que coloca uma ordem de compra para 1.000 ações da Empresa ABC a um preço de 110,00 - a quantidade de oferta de compra é 1.000. No caso de um outro investidor colocar uma ordem de 2.000 ações também a 110,00, a quantidade de compra passa agora a 3,000 (1.000+2.000)

Quantidade da Oferta de Venda Da mesma forma que a quantidade da oferta de compra corresponde ao número de ações que o mercado (a soma de todos os investidores) está disposto a comprar na melhor oferta de compra, a quantidade da oferta de venda também corresponde à quantidade de ações que o mercado está disposto a vender na melhor oferta de venda.

A partir do momento no qual estes conceitos estão claros, fica fácil entender como funciona a dinâmica do mercado de ações.

A cada momento o mercado sabe qual é a melhor oferta de compra e a melhor oferta de venda para todas as ações, desde que existam ofertas de compra e de venda (caso nenhum investidor coloque uma oferta de compra pela ação da Empresa XYZ, esta informação obviamente não estará disponível).

Suponhamos agora que você queira comprar 1,000 ações da empresa ABC.

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No momento a melhor oferta de compra para as ações da Empresa ABC é 110,00 para 1,000 ações e a melhor oferta de venda é 120,00 para 2,000 ações.

Antes da sua Oferta Preço Quantidade Oferta de Compra 110,00 1,000 Oferta de Venda 120,00 2,000

Cenário1: Compra imediata ao Preço da Oferta de Venda Caso você queira comprar imediatamente, você deve fazer uma oferta de compra a 120,00 (igual a melhor oferta de venda no momento). Neste caso, você compra 1,000 ações das 2,000 que estavam a venda neste preço, e a quantidade de oferta de venda cai para 1,000. De forma que a situação do mercado muda para:

Depois da sua Oferta Preço Quantidade Oferta de Compra 110,00 1,000 Oferta de Venda 120,00 1,000

Cenário 2: Oferta a Preço Inferior ao da Oferta de Venda (e igual a Oferta de Compra) Caso você queira comprar as ações a um preço mais baixo (que pode ser entre 110,00 e 119,99), ou seja, pelo menos igual à oferta de compra existente, você deverá esperar que as outras ofertas de compra (a um preço igual ao seu) sejam completadas.

Apesar da sua oferta ser de 110,00 (igual a melhor oferta de compra) a sua ordem foi colocada depois de forma que você só terá o direito de comprar a este preço após o outro comprador já ter efetuado sua compra. A não ser é claro que ele reduza sua oferta de compra, ou você aumenta a sua.

Como a sua ordem ainda não foi efetuada (já que o melhor vendedor continua a 120,00), a quantidade de ofertas a 110,00 aumenta de 1,000 para 2,000 (1,000 anterior mais as suas 1,000). De forma que a situação de mercado muda para:

Preço Quantidade Oferta de Compra 110,00 2,000 Oferta de Venda 120,00 2,000

Cenário 3: Oferta a Preço Superior a Melhor Oferta de Compra Outra alternativa é tentar comprar a ação a um preço superior ao da melhor oferta de compra, com a prioridade de compra a este determinado preço sendo sua. Se por exemplo você colocar uma oferta de compra a 112,00, a melhor oferta de compra passa a ser a sua e a situação de mercado muda para:

Preço Quantidade Oferta de Compra 112,00 1,000 Oferta de Venda 120,00 2,000

Executando um negócio Para negociar ações, você precisa de uma corretora, que é uma entidade financeira credenciada na Bolsa de Valores e que executa suas transações financeiras. As corretoras podem ser parte de conglomerados financeiros (principalmente ligados aos grandes bancos comerciais) ou independentes. Atualmente na Bovespa existem 110 corretoras atuando na Bovespa, classificadas, de acordo com suas áreas de atuação em internacionais (30), nacionais (41), regionais (32) e especiais (7).

Tipos de Corretora

Corretora Online Nesse caso, se você for cadastrado, as informações de oferta de compra e venda estarão disponíveis em sua tela e você será capaz de negociar através da Internet. Basta colocar sua

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ordem diretamente, especificar por quanto tempo a ordem é válida e o sistema automaticamente envia a ordem para a Bolsa de Valores.

Corretora Tradicional Nesse caso você deverá contatar a corretora para obter estas informações. O processo de compra e venda é semelhante ao das corretoras online, porém inclui uma série de passos adicionais para sua ordem chegar até a bolsa, já que a ordem pode ser executada diretamente pelo operador de sua corretora em seu terminal ou passada ao operador de pregão (que fica dentro da Bolsa de Valores).

Em ambos os casos a liquidação (ou seja, o pagamento no caso de compra ou recebimento no caso de venda) é executada em dois dias úteis. O jargão de mercado para este prazo é "D+2", ou seja, dia da execução da ordem mais dois dias úteis.

Formas de Execução de Negócios

As corretoras executam a sua transação de duas formas: Viva Voz e Sistema Eletrônico de Negociação. Em ambos os casos o horário de negociação é das 10h00 às 17h00, ou das 11h00 as 18h00, dependendo da época do ano. No entanto, agora os investidores também podem operar no After-market, através do pregão eletrônico após uma hora do fechamento do pregão até as 22:00 horas.

Abaixo mencionamos alguns jargões usados no mercado financeiro.

Comprado ou Vendido?

Quando você decide agir com relação a uma ação você está de acordo com o jargão do mercado "tomando uma posição", existem duas posições que você pode tomar no mercado:

Comprado: isso significa que você está otimista com relação ao comportamento do mercado de ações. Você compra ações, pois acredita que o preço da ação vai subir e você vai ganhar com isso. Usando o jargão, você pode ser considerado com "comprado" ou do inglês "Bullish".

Vendido: isso significa que no curto prazo você está pessimista quanto ao desempenho do mercado. Você vende ações pelo preço em que estão, e recompra quando os preços caírem. No jargão do mercado você pode ser considerado "vendido" ou do inglês "Bearish".

Day-trader ou Investidor de Longo Prazo?

Existem vários estilos de investimento, de day-traders até a investidores de longo prazo. No entanto, a maioria dos investidores se situa no meio entre esses dois extremos.

Day-traders: são investidores que compram e vendem a mesma ação várias vezes no mesmo dia, cada vez realizando ganhos ou perdas imediatas. Definitivamente esse tipo de estilo só é adequado para investidores que acompanham o mercado o tempo todo.

Investidores de Logo Prazo: esses investidores compram ação com uma visão de longo prazo, e não se preocupam com oscilações de preço no curto prazo. Muitas vezes esses investidores estão mais interessados nos dividendos que essas ações pagam do que na valorização do preço.

Como analisar o mercado de ações Um dos mais importantes determinantes do sucesso dos melhores investidores no mercado de ações é a capacidade de analisar as ações de forma apropriada e de entrar e sair do mercado no momento certo.

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A partir do momento em que seu perfil de investidor está definido (após analisar sua situação financeira e patrimonial, quanto risco você está disposto a correr, por que prazo você pode investir e qual seu objetivo de rentabilidade) você já está pronto para analisar os vários fatores que afetam o comportamento das ações.

De forma genérica, podemos dizer que a análise deve ser baseada no comportamento de uma série de variáveis, não se restringindo somente à situação atual, mas também tirando lições do comportamento passado das ações e tentando chegar a um consenso quanto ao desempenho futuro da empresa. Desta forma, nossa análise se baseará em dados passados e presentes com o objetivo de determinar qual o futuro da empresa.

Metodologias de análise do mercado de ações

Existem duas correntes ou "escolas" básicas de análise do mercado de ações:

Análise financeira e fundamentalista: mais indicada para o médio e longo prazo Análise técnica (ou gráfica): mais recomendada para o curto prazo.

Para entender melhor o que cada tipo de análise propõe, traçamos um paralelo com um mercado que você talvez conheça melhor, o mercado de imóveis. Uma descrição mais detalhada pode ser vista na próxima seção.

Análise Financeira: Verifique a qualidade do prédio antes de comprá-lo! Você não compraria um imóvel sem antes checar coisas como: a sua localização, área útil, área construída, qualidade da planta, padrão de acabamento, áreas de lazer, garagens, etc. Em conjunto essas variáveis definem se o imóvel que você quer compra é de qualidade ou não, sem levar consideração preço. Da mesma forma a análise financeira ajuda a determinar a qualidade de uma empresa.

A análise financeira baseia-se, sobretudo na análise dos demonstrativos financeiros da empresa para determinar a sua posição financeira atual assim como desempenho futuro. Analisar os demonstrativos financeiros da empresa equivale a estudar a planta do seu imóvel.

A planta não garante que a construção vai ser perfeita, mas te dá mais segurança; de outro lado se há problemas com a planta então pode ter certeza que haverão vazamentos, trincas, etc.

Da mesma forma os demonstrativos financeiros não garantem o desempenho futuro da empresa, mas podem dar uma segurança quanto a sua capitalização, capacidade de gerar lucros, etc.. Em contrapartida se as coisas não vão bem, é bem provável que você seja capaz de identificá-los no demonstrativo da Empresa.

Análise Fundamentalista: Será que o imóvel dos seus sonhos está caro? Uma vez que você esteja satisfeito com a qualidade do imóvel de seu interesse, então a segunda pergunta a fazer é: Será que o vendedor está pedindo o valor justo pelo número de quartos? ou pela área útil? número de banheiros? Pelo número de vagas na garagem? ou talvez pelo padrão de acabamento?

Para tal devemos comparar o imóvel que estamos analisando com imóveis similares no mercado. A análise de imóveis similares dá condições para você determinar se o preço que está sendo pedido é justo ou não. O mesmo ocorre com a análise fundamentalista. Para determinar o preço justo para as ações da empresa a análise fundamentalista baseia-se em múltiplos de mercado de ações de empresas similares.

Os múltiplos de mercado são calculados dividindo o valor de mercado da empresa por uma série de indicadores presentes nos demonstrativos financeiros (valor patrimonial, lucro estimado, fluxo de caixa). Esses múltiplos são equivalentes aos que você calculou para o seu imóvel: Preço/Quartos, Preço/Vagas, Preço/Área etc.

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Assim como no exemplo do imóvel, você deve comparar os múltiplos de mercado da empresa com os múltiplos de empresas similares. Por empresas similares entendemos empresas que atuem no mesmo segmento de mercado (estejam no mesmo bairro), tenham mesma rentabilidade (mesmo número de quartos) etc. A comparação entre os múltiplos de empresas é chamando Análise Comparativa, no caso das empresas pertencerem ao mesmo setor chamamos de Análise Setorial.

Análise Técnica (ou Gráfica): Quanto esse imóvel custava há alguns anos atrás? Se você estiver satisfeito com a qualidade (análise financeira), preço relativo (análise fundamentalista) do seu imóvel a última pergunta que você deve se fazer é: Os níveis de preço atual para esse tipo de imóvel estão em linha com os níveis históricos? Se o preço do seu imóvel estiver bem abaixo do preço médio, nos últimos cinco anos, isto pode indicar que é um bom momento para compra. Já um preço muito acima da média pode indicar que seja melhor esperar um pouco antes de comprar (venda).

A análise técnica baseia-se no princípio de que os preços de ações se movem em tendências persistentes ao longo do tempo. Ou seja, os preços e volumes históricos de uma ação influenciam as flutuações futuras, de forma que uma vez determinada à tendência, é possível saber qual o melhor momento para comprar ou vender uma ação.

Fonte: Infomoney

Guia de Cartão de Crédito

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Introdução Por que vale a pena ter um cartão

Pagamento Saques Financiamento

Escolhendo o cartão ideal para você Modelos de cartão de crédito Modalidades de cartão de crédito

Entendendo a fatura do seu cartão Compras no exterior Limites do cartão de crédito Pagamento mínimo Encargos do cartão Taxa de anuidade Multa por atraso Juros rotativos Juros por atraso

Como usar os cartões de forma eficiente Decidindo quantos cartões ter Como não perder o controle do cartão Como zerar a divida do sue cartão

Introdução Nos últimos anos, um número cada vez maior de brasileiros tem usado cartões de crédito. É difícil encontrar alguém que não tenha recebido um cartão de crédito pelo correio, sem ter solicitado. Desde o Plano Real, a maioria das operadoras tem apostado em um crescimento acelerado do uso de cartão de crédito, como forma de pagamento, o que levou o faturamento do setor a aumentar mais de dez vezes no período, alcançando a marca de R$ 69,3 bilhões no final de 2002.

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Com a expansão registrada nos últimos anos, a participação dos gastos com cartão de crédito no Brasil subiu de 4,4% do consumo privado do país em 1995 para 8,8% do consumo privado ao final de 2002. Apesar da melhora, ainda estamos muito longe do nível atingido nos EUA, onde os gastos com cartões respondem por pouco menos de 20% do consumo privado do país.

Não há como negar que o crescimento da indústria de cartões veio facilitar o dia-a-dia dos brasileiros, mas é preciso cuidado no uso do cartão, pois é muito fácil ficar no vermelho. Este guia pretende ajudá-lo a entender um pouco melhor como funcionam os cartões, como entender seu extrato, e mais importante ainda, como usar o cartão e forma inteligente na administração do seu orçamento.

Por que vale a pena ter um cartão As vantagens de possuir um cartão de crédito são várias, dentre elas a mais importante é o fato de se trata de uma forma alternativa de financiamento, disponível para um número cada vez maior de pessoas. O grande problema é que os juros do cartão estão entre os mais altos do mercado, portanto, é preciso muito cuidado ao usar o cartão para não acabar ficando no vermelho.

O uso de cartão permite que você não precise carregar uma grande quantia de dinheiro, e até mesmo talão de cheques, o que significa maior comodidade e segurança. Como a administradora do cartão se compromete com o pagamento das compras, o pagamento em cartão funciona como um crédito pré-aprovado, de forma que você não precisa comprovar nada, a não ser que o cartão é seu.

Para quem viaja, também é possível utilizar o cartão para sacar dinheiro em qualquer caixa eletrônico conveniado, de forma que o cartão acaba funcionando também como um cartão de débito.

Uma das razões para o forte crescimento do setor tem sido a substituição de outros meios de pagamento, com destaque para os cheques. Enquanto a participação dos cheques no total de transações caiu de 12% para 9% entre 2000 e 2002, o uso de cartões aumentou de 29% para 32%.

Como meio de pagamento Como uma das formas de pagamento mais difundidas no mercado, os cartões de crédito podem ser usados para adiar o pagamento de uma conta até a data de vencimento da fatura do cartão, o que permite uma administração mais eficiente dos seus recursos, pois é possível coincidir a data de vencimento com o pagamento do salário ou com o recebimento de outros rendimentos.

Além disso, com a introdução do pagamento parcelado sem juros através de cartão, o cartão está substituindo cada vez mais o cheque pré-datado como forma de pagamento. Neste caso, as prestações são lançadas normalmente nas faturas, de acordo com suas respectivas datas de vencimento, e, se pagas em dia, não haverá cobrança de juros.

Para efetuar saques Outra comodidade dos cartões de crédito é a possibilidade de serem usados para sacar recursos da sua conta corrente quando você se encontra em viagem no exterior. Nestas situações, o cartão de crédito funciona de forma idêntica a um cartão de débito, pois não são cobrados juros, mas apenas tarifas pelo serviço de saque.

Para checar se você pode ou não usar o seu cartão de crédito para saque em um caixa eletrônico no exterior será preciso checar a "bandeira do seu cartão". As bandeiras são as empresas que concedem as licenças que permitem o uso do sistema de pagamentos com o cartão de crédito. As bandeiras precisam se associar aos emissores de cartões para que o financiamento do crédito do seu cartão seja viabilizado.

As normas e regulamentos relacionados à emissão dos cartões, assim como a rede de aceitação local e internacional é estabelecida pelas bandeiras. No Brasil as principais bandeiras são Visa, Mastercard, Diners Club, American Express e RedeShop. Os cartões da

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Mastercard serão aceitos pelos caixas com símbolos Cirrus, Maestro ou MasterCard; já os da Visa serão aceitos por caixas que levem os nomes Plus ou Visa; e os do American Express pelos caixas que tenham o nome American Express.

Como forma de financiamento Certamente a forma mais utilizada do cartão de crédito é como forma rápida e eficiente de obter financiamento. Afinal, como mencionamos acima, como as operadoras garantem o pagamento das faturas, os cartões funcionam como créditos pré-aprovados. Em estudo recente da Credicard junto à classe média, isto é, pessoas que têm rendimento acima de R$ 2.500 por mês, verificou-se que 85% dos entrevistados usavam o cartão freqüentemente como uma alternativa de crédito.

O cartão é usado como forma de financiamento sempre que, na hora de pagar a fatura, você não paga o valor integral, mas apenas parte do valor devido, ou quando usa o cartão para sacar dinheiro nos caixas eletrônicos no Brasil. O grande apelo dos cartões de crédito como forma de financiamento deve-se ao fato de que não é preciso passar por um processo de aprovação de crédito longo, e o limite do cartão é definido rapidamente, e, em geral dura pelo menos dois anos.

Outra vantagem reside no fato de que você pode determinar a data de vencimento das faturas e pagar à medida que seu orçamento permite, pois não existe um valor preciso das prestações, você paga aquilo que pode da fatura. Obviamente todos os valores não pagos sofreram incidência dos chamados juros rotativos, que estão em cerca de 10% ao mês, sendo uma das modalidades de financiamento mais caras do mercado. Exatamente por isso, o uso do cartão como forma de financiamento só é aconselhado em situações de extrema necessidade, quando outras formas de financiamento não são possíveis, e por prazos curtos de tempo.

Escolhendo o cartão ideal para você A maioria dos consumidores fica perdida na hora de escolher o cartão ideal para suas necessidades, não sabendo ao certo a diferença entre cada um dos tipos de cartões. Antes de escolher o cartão que mais atende suas necessidades é preciso entender melhor como funcionam e para que servem os vários tipos de cartões. Existem basicamente quatro tipos de cartões, sendo a principal diferença entre elas o seu local de aceitação.

Modelos de cartão de crédito

Cartões de nacionais/locais: só são aceitos no Brasil e em geral têm anuidades e limites de crédito menores e atendem principalmente pessoas de menor aquisitivo; a maioria só oferece crédito, mas em alguns casos também são oferecidos alguns benefícios.

Cartões internacionais: aceitos tanto no Brasil quanto no exterior; em geral as anuidades são mais caras até porque são oferecidos alguns benefícios, é possível efetuar saques no exterior mediante o pagamento de tarifa, mas sem cobrança de juros.

Cartões gold: são aceitos no Brasil e no exterior e são mais diferenciados que os cartões internacionais, com anuidades e limites mais elevados. A maioria dos benefícios está relacionada a serviços oferecidos no exterior, que variam de instituição para instituição.

Cartões platinum: assim como os cartões gold são aceitos no Brasil e no exterior, mas são ainda mais diferenciados, sendo concedidos somente para clientes muito especiais, que têm grande movimentação financeira. Como os custos associados a cada um destes cartões variam bastante, crescendo à medida que aumentam os benefícios oferecidos, antes de escolher um cartão você deve pesar bem o que busca em um cartão. Se você não tem intenção de usar os benefícios sendo oferecidos, o melhor é optar pelas modalidades mais simples, caso contrário você pode acabar jogando dinheiro fora. Para quem viaja muito ao exterior, os cartões internacionais são necessários, já se você é daqueles que gosta de receber atendimento diferenciado, então os cartões gold e platinum podem ser uma boa opção. Modalidades de cartão de crédito As empresas emissoras, também conhecidas como administradoras, são compostas por bancos e empresas prestadoras de serviços que emitem e gerenciam o seu cartão de crédito. O emissor é quem de fato financia o crédito do seu cartão, assim como estabelece os limites

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desse crédito, e é responsável pelos benefícios do seu cartão (consultas, atendimento, emissão de faturas, programas de milhagem, etc).

A empresa emissora que cuida da área operacional das compras com o cartão de crédito. Além da emissora, existem as bandeiras, que como você já deve conhecer, são as descritas acima. Dentro de cada bandeira, o emissor pode fazer parcerias com outras empresas, como supermercados, lojas de departamento, companhias aéreas, que oferecem vantagens para o consumidor. Abaixo discutimos com maior detalhe as cinco modalidades de cartão que existem para cada um dos quatro tipos de cartão discutidos acima:

Cartão institucional: são os cartões emitidos pelo banco em que você tem conta e que, em geral, são oferecidos na abertura da conta corrente, sendo que o limite depende do saldo que tem em conta e de outros produtos contratados. Fazem parte deste grupo os cartões múltiplos, que como o próprio nome sugere, têm múltipla função e funcionam como cartões de débito e crédito ao mesmo tempo.

Cartão corporativo: são os cartões adquiridos por empresas e fornecidos para os funcionários que incorrem em gastos em nome da empresa. Este tipo de cartão facilita o gerenciamento de caixa das empresas, pois evitam os procedimentos de reembolso e prestação de contas. Esta modalidade é oferecida apenas por alguns emissores.

Cartão co-branded: ou de marca compartilhada, reflete uma parceria em vendas e marketing, cujo objetivo é fidelizar o cliente. Esse tipo de cartão carrega o logotipo da empresa associada e a bandeira, trazendo vantagens específicas para seus associados como, por exemplo: milhas áreas e descontos progressivos nas compras. Podemos citar como exemplo de cartão co-branded: Cartões de companhias aéreas, indústria automobilística, redes de varejo etc.

Cartão de afinidade: é a parceria entre a administradora do cartão de crédito com organizações não lucrativas. Trata-se de um cartão que possui um apelo que tem como objetivo identificar o cliente com a empresa, sendo que o mesmo opta por contribuir financeiramente, mesmo que indiretamente, com essas organizações. Nesse tipo de cartão o cliente é informado quanto e como ele está contribuindo com a empresa.

Cartão pré-pagos: neste tipo de cartão o limite é determinado pelo próprio associado, que credita uma determinada quantia no cartão. Uma das vantagens dos novos cartões reside na possibilidade de se planejar os gastos com cartão de crédito. Desta forma, a expectativa é que muitos dos portadores de cartões passem a utilizar o novo cartão na mesada dos filhos. Afinal, os pais podem "carregar" o cartão com uma certa quantia, acima da qual seus filhos não poderão gastar. Agora que você está mais familiarizado com os principais agentes do mercado de cartões de crédito, provavelmente fica mais fácil escolher o cartão de sua preferência. Não escolha o seu cartão com base apenas na anuidade e nos juros cobrados, pergunte como funciona o atendimento ao cliente, qual é o número de estabelecimentos que aceitam a bandeira que você escolheu, quais os benefícios a que você tem direito, fale com outras pessoas que têm um cartão deste emissor, desta bandeira, pergunte se estão satisfeitas, ou não.

Muitas pessoas acabam tendo cartões de vários emissores e bandeiras, e se esquecem que a fidelidade às vezes paga e traz vantagens, isto é, ao usar um único cartão você pode receber um limite mais alto, mais benefícios, etc. Mas não se esqueça, ter vários cartões pode se transformar em um pesadelo se você é daqueles que vive abusando do seu crédito!

Entendendo a fatura do seu cartão Para quem não está familiarizado, a fatura dos cartões de crédito pode realmente acabar confundindo, pois as informações são tantas que o consumidor não entende direito como são calculados os encargos da fatura.

No extrato você poderá encontrar informações sobre data de vencimento da fatura, limite de crédito e de saque, taxa de juro rotativa, taxa de juro por atraso e multa, e, caso tenha feito compras no exterior, também será informada a taxa de câmbio usada para determinar os gastos da fatura. Compras no exterior As compras no exterior são computadas em moeda estrangeira e depois convertidas pela taxa de câmbio na data de fechamento da fatura, a título de ilustração. Isto porque na hora de pagar a fatura será calculado o valor das despesas com base no câmbio do dia do vencimento da fatura, portanto, em caso de diferença, os valores serão incluídos na fatura do mês seguinte como reajustes de valores já pagos.

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Limites do cartão de crédito Existem dois tipos de limites, o limite para crédito e o para saque. O valor do limite do seu cartão de crédito é determinado pela administradora do cartão, com base no valor da sua renda declarada e varia entre 60% e 80% deste valor, dependendo da qualidade do crédito do consumidor.

No entanto, à medida que você vai utilizando o cartão e mantém os pagamentos em dia, a administradora pode acabar revendo o seu limite de crédito. Caso você consiga aumentar sua renda, então poderá usar o seu novo comprovante de renda para pedir uma revisão do limite de crédito do cartão.

Como o cartão de crédito também pode ser usado para sacar dinheiro, as administradoras de cartão também estabelecem um limite de saques, que é menor do que o limite de crédito. Pagamento mínimo Este valor é expresso na fatura dos cartões e varia de administradora para administradora, podendo variar entre 10% e 20%, mas a grande maioria exige um pagamento mínimo de 20%. Em alguns casos, caso o consumidor tenha um cartão gold ou platinum o percentual de pagamento mínimo pode cair para apenas 5%, mas para isto é preciso ter um bom histórico de crédito.

Caso você não pague o valor mínimo da fatura terá que arcar com os encargos do juro rotativo sobre o saldo não pago, mais multa de mora e juros por atraso, o que acaba aumentando demais os seus encargos, daí a recomendação de nunca deixar de pagar o mínimo exigido na fatura. Recentemente algumas administradoras optaram por reduzir o percentual de pagamento como alternativa para redução da inadimplência. Encargos do cartão

Taxa de anuidade: Se você sempre paga a fatura em dia, então sua maior preocupação deve ser com os custos da anuidade, pois este deve ser o seu maior gasto com o cartão. Algumas operadoras chegam a não exigir a taxa para bons clientes, outras exigem o pagamento de anuidade, mas oferecem benefícios. Faça as contas, pois pode ser que o benefício anunciado não compense a taxa de anuidade, ou o fato dos juros serem mais elevados.

Multa por atraso: A multa de moratória de 2% sobre o valor da fatura só é cobrada se você não fizer o pagamento mínimo exibido na fatura do seu cartão. Mas fique atento, pois a multa será cobrada na íntegra, mesmo que você efetue o pagamento mínimo no dia seguinte ao vencimento da fatura.

Juros rotativos: Mesmo que você pague o valor mínimo da fatura, se não efetuar o pagamento integral da fatura você terá que pagar juros sobre o saldo não quitado. Os juros dos cartões estão em cerca de 10% ao mês, portanto, se você faz parte do grupo de pessoas que usa o cartão freqüentemente como forma de crédito o melhor é escolher o cartão que cobra os juros mais baixos, se quiser evitar perder o controle da sua dívida.

Muita gente não sabe, mas depois do vencimento da fatura do cartão de crédito a administradora pode cobrar o valor lançado na fatura a qualquer momento, pois pode optar por cancelar seu crédito. A administradora também não é obrigada a parcelar o débito, mesmo que você esteja em dificuldades financeiras. Não deixe a situação sair do controle para iniciar um processo de renegociação, o melhor é encarar a situação de frente e pedir a renegociação logo caso não queira perder o controle da sua dívida.

Como usar seus cartões de forma eficiente

Decidindo quantos cartões ter Normalmente, o melhor é optar por dois cartões. Um com vencimento um dia após o pagamento do salário, e um outro, com vencimento 15 dias depois. Dessa forma, você não toma um susto tão grande quando tem que pagar a fatura, e o saldo de sua conta não some de uma vez. Além disso, se você recebe adiantamento, ou tem entrada de dinheiro várias vezes no mês, é interessante ter dois cartões, até por motivo de aceitação, já que alguns estabelecimentos aceitam apenas um tipo.

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Em primeiro lugar, ao escolher um cartão, fique atento a duas coisas: à anuidade e aos juros. Para aquele cartão para pagar as despesas cotidianas, como supermercado, gasolina, restaurante, dê preferência para o cartão com a anuidade mais baixa. Reserve o de juros mais baixos para financiar as compras em que você não tem dinheiro para pagar, mas cuidado para não se descontrolar. Os juros cobrados pelas operadoras de cartão são muito altos e esta é uma das origens de dívidas de muitos consumidores.

Apesar de não existir um número de cartões ideal, é preciso bom senso para não acabar exagerando. Além dos custos financeiros que isto pode representar, também aumenta a chance de você ser vítima de clonagem ou furto de cartão. Somente os disciplinados e organizados devem ter mais de dois cartões, pois a tentação e os riscos são muito grandes.

Como não perder controle dos gastos no cartão A posse de cartões de crédito para muita gente é símbolo de status e poder de compra. Quem ainda não possui cartões sonha com o dia que irá adquirir esse meio de pagamento e aproveitar todas as vantagens que ele oferece. Por outro lado, não é raro encontrar pessoas com mais de sete cartões de crédito no bolso e que acham uma maravilha possuir essa quantidade. "Numa emergência... E a primeira anuidade é gratuita", contam sorridentes.

E é exatamente aí que mora o problema. A maioria das pessoas não tem disciplina para controlar a própria conta corrente, que dirá as faturas desse amontoado de cartões. Ter cartões de crédito é uma facilidade, que já virou item obrigatório nas compras do dia-a-dia. Mas é preciso cuidado para não exagerar no número de cartões, comprometendo o controle do seu orçamento.

Usar o cartão de crédito para financiar as compras pode ser uma jogada perigosa. As administradoras de cartões cobram juros elevados e, apesar do consumidor sair cheio de sacolas do shopping, ele corre o risco de levar junto para casa um também um amontoado de dívidas. Isso porque a média dos juros cobrados pelas instituições é de 10% ao mês, o que no final de um ano representa uma taxa de 213%

Tenha somente os cartões que precisa, não aceite o cartão só porque não paga anuidade, antes que você possa perceber já estará usando o cartão para compras e daí para o descontrole é um passo. Use o cartão somente para adiar o pagamento até a data de vencimento da fatura, evite a todo o custo entrar no crédito rotativo e nunca, absolutamente nunca, deixe de pagar o valor mínimo exigido na fatura.

Como zerar a dívida do cartão Para quem está endividado no cartão, o melhor é encarar o problema de frente e tentar renegociar o pagamento do saldo devedor junto à administradora. Em alguns casos, quando a dívida não é muito alta, pode valer a pena levantar um empréstimo pessoal para pagar o saldo devedor do cartão. Isto porque os juros do empréstimo pessoal variam entre 4-6% ao mês, muito abaixo, portanto dos juros do cartão, isto sem falar que você paga o saldo devedor em prestações e não de uma só vez.

Você pode até não acreditar, mas as administradoras não têm interesse que você perca o controle, e exatamente por isto estão mais abertas à negociação. Mas é preciso mostrar boa vontade e iniciativa na hora de renegociar, estude seu orçamento e veja o quanto pode dispor por mês para quitar a dívida. Em alguns casos, as administradoras concordam em parar de cobrar juros, desde que o consumidor quite o seu saldo devedor.

Por outro lado, alguns bancos, estão efetuando uma estratégia agressiva e oferecendo juros mais baixos para ganhar novos clientes. No caso, os bancos pagam a dívida do consumidor com a antiga operadora de cartão de crédito e re-financiam o saldo devedor com um desconto de até 10% e com juros subsidiados, por um prazo de até seis meses. Vencido este prazo, se o consumidor ainda não quitou sua dívida, o banco volta a cobrar juros de mercado sobre o saldo devedor remanescente. A iniciativa visa captar novos clientes e permitir que os consumidores inadimplentes consigam quitar suas dívidas.

Fonte: Infomoney

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Guia Guia de Consórcios

Introdução

O que é consórcio Vantagens e desvantagens

Como participar de um consórcio

Entendendo o funcionamento Calculando as prestações Contemplação: sorteio e lance Inadimplência e exclusão

Cuidados a serem tomados

Quem é quem no setor Banco Central Operadoras de consórcio ABAC e SINAC

Artigos relacionados Novo Código do Consorciado Entendendo as novas regras

Introdução

A forte alta dos juros durante o ano de 2001 acabou atraindo um maior número de interessados ao sistema de consórcios. Esta tendência deve ser manter em 2002, com a entrada de novos participantes, oferecendo um maior número de opções aos interessados nesta forma de financiamento.

O grande atrativo dos consórcios é que não são cobrados juros, como nos financiamentos tradicionais, mas apenas uma taxa de administração, o que reduz significativamente os custos da operação. Desta forma, não é de se surpreender que em um ano em que as taxas de juros subiram de 15,25% ao ano para 19% ao ano como 2001, o interesse pelo sistema tenha aumentado tanto.

Para ajudá-lo a entender melhor o funcionamento deste segmento, preparamos este Guia, que também vai ajudá-lo a compreender as vantagens e desvantagens dos consórcios frente aos financiamentos tradicionais.

O que é consórcio Mas como funciona um consórcio? Imagine que você e mais 10 pessoas querem comprar um imóvel de R$ 50 mil, mas cada um só tem R$ 5 mil para gastar. Cada um poderia esperar 10 meses para realizar seu sonho, ou se juntar formando um consórcio que permite a compra de um imóvel de R$ 50 mil. Repetindo isto por dez meses, no final do período todos terão uma casa própria, e pelo menos nove terão comprado a casa mais rapidamente e a custos mais baixos do que se tivessem feito um financiamento imobiliário.

A legislação permite que sejam formados consórcios para a compra de bens móveis, como por exemplo, eletrodomésticos, bens duráveis, como carros, imóveis residenciais e pacotes turísticos. Em todos os casos, o que você compra na verdade é uma carta de crédito e não o bem em si. A diferença é que com a carta de crédito em mãos, você pode, em última instância, acabar optando pela compra de outro bem, desde que faça parte do grupo de bens autorizados pela legislação.

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Vantagens e desvantagens do sistema A grande desvantagem do consórcio reside no fato de que, ao contrário do financiamento, onde você tem a posse do bem imediatamente, você precisa esperar até ser sorteado. Como o tempo de duração do consórcio varia de acordo com o número de participantes e o valor do bem, pode ser que você tenha que esperar vários meses para conseguir a posse do bem. Portanto, o consórcio pode não ser recomendado para quem não pode esperar muito tempo para comprar o bem.

Em contrapartida, a grande vantagem é que você não precisa recorrer aos financiamentos, que cobram juros bastante altos, fazendo com que no final na quitação acabemos pagando o dobro, ou mesmo o triplo do valor do bem. Já no caso dos consórcios, é cobrada uma taxa de administração que varia entre 12-15% do valor do bem. Como esta taxa pode ser amortizada durante a duração do consórcio, um consórcio de 100 meses de duração, de fato acaba cobrando uma taxa de 0,12%-0,15% ao mês, abaixo, portanto, da maioria das taxas cobradas nos financiamentos tradicionais.

Como participar de um consórcio Existem basicamente duas formas distintas de se participar de um consórcio, como discutido abaixo:

Consórcio em formação: neste caso, a administradora ainda está reunindo as pessoas em número suficiente para que o objetivo do consórcio seja atingido, isto é, todos os seus integrantes sejam contemplados no prazo predeterminado, e os consórcios já formados.

Consórcio já formado: neste caso existem mais de uma possibilidade de se participar do grupo. A primeira delas refere-se à cota vaga, isto é, cota que não tem titular e que está a venda, podendo ser comprada diretamente com a administradora. A segunda possibilidade prevê a compra de cota de um participante que foi excluído do grupo, neste caso a cota também pode ser comprada com a administradora. A última alternativa é a transferência de cotas, onde você passa a assumir os direitos e obrigações de um dos participantes, que está sendo substituído. A compra depende da aprovação da administradora, mas deve ser feita diretamente do consorciado.

Entendendo o funcionamento Para ajudá-lo a entender um pouco melhor o funcionamento do setor, segue abaixo uma explicação de como são definidos os custos, quanto duram os grupos e como são efetuados os lances e a contemplação.

Em geral os consórcios têm um prazo de duração que varia entre 30 e 120 meses, período em que se pretende contemplar todos os participantes do grupo. Este prazo, que varia de grupo para grupo, é fixado pela administradora e conta obrigatoriamente de contrato. Por exemplo, os prazos para compra de carros variam entre 30 e 100 meses, sendo o mais comum de 60 meses.

Calculando as prestações O valor das prestações de um consórcio é função da soma dos valores gastos com a taxa de administração, o fundo comum e, em alguns casos, o fundo de reserva e seguros. Abaixo discutimos cada um destes componentes:

Taxa de administração: esta taxa visa recompensar a administradora do consórcio pelos serviços de montar, organizar e administrar o grupo de consórcio, variando entre 12% a 15% do valor do bem. Como a taxa pode ser amortizada pela duração do grupo, que varia entre 30 e 100 meses, na pior das hipóteses, isto é, duração de 30 meses e taxa de 15%, a taxa fica em ela acaba sendo de apenas 0,50% ao mês, muito abaixo dos financiamentos tradicionais.

Fundo comum: a contribuição mensal ao fundo comum é calculada com base no preço do bem na data da assembléia mensal, com base no valor do preço financiado dividido pelo número de meses de duração do consórcio.

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Fundo de reserva: as grandes administradoras de consórcio também cobram uma taxa de fundo de reserva, que é destinada a formar um pé de meia para o fundo em caso de necessidade. Apesar de encarecer o negócio, isto diminui seu risco, uma vez que a taxa é usada para um fundo de reserva caso algumas pessoas desistam do consórcio. O percentual do fundo de reserva também é diluído durante a duração do consórcio, e varia entre 2% e 5%, sendo que se houver resquícios deste fundo no encerramento do grupo, os valores serão divididos proporcionalmente entre os participantes.

Seguro: além das taxas discutidas acima, o consorciado estará sujeito ainda ao pagamento de prêmios de seguro, de acordo com os termos do contrato. Dentre os seguros oferecidos estão o seguro de quebra de garantia, que destina cobrir risco de inadimplência dos consorciados, e o seguro de vida. Nos consórcios para compra de pacotes turísticos, a contratação de seguro de quebra de garantia é obrigatória.

Na ponta do lápis Para ilustrar melhor estes gastos, vamos imaginar um consórcio cujo bem a ser comprado vale R$ 20 mil e a duração do consórcio é de 50 meses. Como o valor da carta de crédito será de 100% do valor do bem, então a taxa de fundo comum é de 2% ao mês, ou 100% divididos por 50 meses. Já a taxa de administração de 15% dividida por 50 meses, fica sendo de 0,30% ao mês, enquanto a taxa do fundo de garantia que busca cobrir gastos adicionais de até 5%, fica em 0,10% ao mês.

Como estas taxas são cobradas com base no valor do bem, cujo preço é definido com base no valor de mercado, no caso acima a prestação mensal seria de R$ 480,00 (ou 2,00%+0,30%+0,10%, ou 2,40% de R$ 20 mil). Algumas operadoras cobram uma taxa de adesão, que nada mais é do que uma antecipação da taxa de administração e por isso mesmo deve ser deduzida das taxas de administração cobradas mensalmente.

Contemplação Durante as assembléias mensais, é decidido quem será o consorciado contemplado, ou seja, quem irá receber a carta de crédito para comprar o bem ou o pacote turístico. Existem basicamente duas formas distintas de ser contemplado: sorteio ou lance.

Sorteio: todos os consorciados que estão em dia com as suas prestações concorrem em pé de igualdade nos sorteios mensais. Mas para assegurar que você tem direito de participar dos sorteios basta verificar as condições previstas nos contratos.

Lance: após a realização dos sorteios é possível ser contemplado através de lance. Os lances funcionam como uma espécie de leilão, em que o maior valor leva o bem. Na verdade o lance não é um valor em dinheiro a mais que terá que desembolsar, mas apenas uma antecipação das prestações futuras. Os critérios para desempate de lances são definidos nos contratos, assim como as condições para se participar do sistema de lance. Inadimplência e exclusão Apesar de possibilitar uma redução significativa dos custos frente aos financiamentos tradicionais, ainda assim existe risco de inadimplência, isto é, de um dos participantes não conseguir arcar com o pagamento das prestações. De acordo com dados da própria Abac, a cada dez participantes que optam por participar de um grupo de consórcio, dois acabam desistindo antes de serem contemplados.

Atualmente o índice de desistência e inadimplência dos consórcios está em 11%, sendo que a diferença entre as duas categorias é que os inadimplentes já foram contemplados, enquanto os desistentes não. A saída de parte dos participantes acaba forçando as administradoras de consórcios a identificarem novos participantes para substituir os desistentes de forma a não prejudicar os demais participantes.

O participante dos consórcios deve, ao máximo tentar evitar atrasar o pagamento das prestações. Abaixo algumas das implicações do atraso no pagamento das prestações.

Suspensão do voto nas Assembléias Gerais Extraordinárias ou, dependendo do contrato,

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da participação nos lances e sorteios; Pagamento de juros de atraso de 1% ao mês e multa de 2%, sobre as parcelas não pagas,

cujo valor será calculado sobre o preço atualizado do bem ou serviço; Caso já estiver em posse do bem e atrasar por mais de 30 dias o pagamento, a

administradora poderá executar as garantias fornecidas pelo consorciado, além de cobrar a multa e os juros;

Não pagamento de mais de uma prestação pode levar o consorciado a ser excluído do grupo, dependendo do que estiver previsto no contrato.

Se você não conseguir evitar este tipo de situação, procure imediatamente a administradora para tentar fazer um acordo. Por sua vez, a administradora não é obrigada a aceitar qualquer tipo de acordo, mas certamente fará o possível para ajudá-lo. Outra opção caso você ainda não tenha sido contemplado é, desde que receba autorização da administradora, optar por um bem de menor valor, o que deve reduzir suas prestações. Por último, é possível tentar transferir sua cota para outra pessoa, aqui também é preciso a aprovação da administradora.

Exclusão Caso você não consiga resolver sua situação e acabe sendo excluído do grupo por falta de pagamento, a restituição dos valores pagos ao fundo comum e ao fundo de reserva será feita somente no final do grupo, isto é, quando todos os demais participantes tiverem sido contemplados. Deste valor poderá ser deduzida uma multa em virtude da quebra do contrato. Por último, as formas de devolução dos valores são determinadas pelo próprio Banco Central e devem fazer parte do contrato.

Lembre-se que se você desistir do consórcio, é possível receber o dinheiro de volta, mas para isso você terá de esperar até o encerramento do grupo, isto é, até que todos participantes tenham recebido seus bens. Não há obrigação de devolução dos custos relacionados à taxa de adesão, ficando a decisão a cargo da administradora do consórcio. Cuidados ao escolher um consórcio Abaixo selecionamos algumas dicas do que olhar e checar na hora de decidir participar de um consórcio:

Credibilidade da empresa administradora: verifique se a empresa está autorizada pelo Banco Central a atuar no setor, e verifique se não existem reclamações contra ela nos órgãos de defesa do consumidor, como o Procon.

Compare os benefícios oferecidos: algumas administradoras, por exemplo, optam por aumentar o número de sorteios, o que acaba reduzindo o prazo do consórcio. Outras oferecem sorteios que permitem a quitação do saldo devedor, ou simplesmente facilitam as transferências de cotas.

Tratamento dos inadimplentes: não se esqueça de checar a reputação da empresa no que refere ao tratamento de consorciados inadimplentes ou excluídos. Verifique se a empresa demora muito tempo depois do término do grupo para restituir os valores dos consorciados excluídos, já que algumas empresas simplesmente não pagam estes valores, alegando que foram gastos para contemplar outros participantes, o que não é legal.

Compare custo benefício: antes de optar pelo consórcio, compare os custos com os de uma poupança programada, pois em alguns casos esta opção permite que você compre o bem mais rapidamente sem ter que arcar com os gastos de taxa de administração e de adesão do consórcio.

Leia contrato atentamente: fique também atento ao contrato, especialmente no que diz respeito ao cálculo das prestações, termos dos sorteios e lances, assim como formas de exclusão.Não se esqueça de checar a restituição dos valores do fundo de reserva.

Cuidado com cláusulas de adesão: em alguns contratos estas cláusulas prevêem que, ao aderir ao grupo do consórcio, o consumidor se torna um sócio da empresa. Desta forma, as administradoras tentavam limitar a relação de consumo com os participantes, de forma a

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se isentar das exigências do CDC (Código de Defesa ao Consumidor). O sistema coloca em risco o dinheiro que o consumidor aplicar no grupo, pois não exige um mecanismo de proteção para garantir o crédito ao participante do grupo.

Quem é quem no setor Para ajudá-lo a entender melhor o papel de cada um dos participantes do setor veja abaixo:

Banco Central Atua como órgão normatizador, isto é, publicando normas e regras para o setor, assim como órgão fiscalizador do setor. As administradoras de consórcio são obrigadas a manter em local visível de fácil acesso o telefone da Central de Atendimento ao Público do Banco Central (0800 992345), inclusive o endereço do site na internet, http://www.bcb.gov.br/, para acesso a informações sobre as empresas autorizadas pela instituição a constituir grupos de consórcios;

Administradora de consórcios O termo usado para se referir à empresa que organiza e administra os grupos de consórcio para compra de bens e serviços turísticos. Para atuar no Sistema de Consórcios é obrigatória a autorização concedida pelo Banco Central do Brasil. Caso queira obter informações sobre alguma das administradoras você pode recorrer à ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios) através do site www.abac.org.br.

ABAC e SINAC Existem basicamente duas entidades de classe representando as administradoras de consórcios no Brasil: a ABAC, Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios e o SINAC, Sindicato Nacional dos Administradores de Consórcio.

Ambas foram fundadas no final da década de 60 e têm como objetivo aperfeiçoar as normas e os mecanismos do setor, dentre as iniciativas das duas entidades está a criação de um serviço de atendimento ao consorciado destinado a prestar informações sobre a sistemática do consórcio, a idoneidade de empresas, além de buscar soluções para casos concretos.

Fonte: Infomoney

Guia de Fundos de Investimento

Introdução

Como funcionam os fundos de investimento Valor da Cota Composição da carteira de investimentos Rentabilidade do investimento em fundos Gestores: quem administra o seu dinheiro Aplicações e resgates de cotas Porque é mais fácil investir em fundos de investimento

Entendendo os vários tipos de Fundos de Investimento Fundos Referenciados Fundos de Renda Fixa Outros tipos de Fundos de Investimentos

Introdução Os fundos de investimento são de longe a forma de aplicação mais comum no mercado financeiro. O investidor não precisa ser um especialista para investir em fundos, basta conhecer seu perfil de risco, escolher uma instituição de confiança para administrar seus recursos e ter no mínimo R$ 250 para investir. É exatamente essa facilidade para investir

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que fez com que os fundos de investimento substituíssem a caderneta de poupança como a forma preferida de investimento entre pequenos investidores.

Como funcionam os fundos de investimento Os fundos de investimento funcionam como um condomínio de investidores, isso porque, como no caso do condomínio de um apartamento os condôminos (ou investidores) centralizam a administração do prédio (ou carteira do fundo) na figura do síndico (ou gestor do fundo). Em um fundo de investimento, o gestor (administrador) do fundo aplica os recursos dos investidores (patrimônio do fundo) de forma a maximizar o retorno e minimizar o risco da carteira do fundo.

Valor da cota Assim como no caso de ações, onde o capital da empresa está dividido em várias parcelas (as ações), nos fundos o capital do fundo também está dividido em parcelas: as cotas. Os investidores (ou cotistas) são proprietários de partes da carteira (número de cotas) proporcionais ao dinheiro que investiram no fundo. O valor das cotas é atualizado diariamente, de forma que para saber quanto está valendo o dinheiro que você investiu em fundo específico, você só precisa multiplicar o número de cotas que possui pelo valor da cota no dia.

Composição da carteira A composição da carteira de investimentos deve refletir o tipo de fundo (ações, renda fixa, mistos, cambiais etc.) e a estratégia de investimento do gestor. No regulamento do fundo você vai saber mais sobre os objetivos de investimento, rentabilidade, risco, e regras de entrada e saída do fundo de investimento. Nunca deixe de analisar com detalhe os regulamentos do fundo em que está pensando em investir, para evitar surpresas no futuro.

Para escolher o fundo mais adequado é importante que você conheça o seu perfil de investimento. Muitas vezes nos concentramos tanto na rentabilidade que nos esquecemos que retorno e risco andam de mãos dadas, ou seja, em geral os fundos com maior rentabilidade são aqueles de perfil de investimento mais agressivo. O segredo é descobrir qual é o fundo com maior rentabilidade, dentre aqueles que possuem uma estratégia de investimento em linha com o seu perfil como investidor.

O investimento em fundos é indicado para você que não tem certeza qual o melhor ativo para o seu perfil de investidor. Isso porque todos os fundos de investimento refletem uma estratégia específica. Por exemplo, fundos agressivos (indicados para investidores com esse perfil) são fundos que contém na sua carteira investimentos de maior risco, mas também com maior expectativa de retorno.

Rentabilidade dos investimentos em fundos Uma das vantagens de se investir em um fundo, ao invés de sozinho, é que os fundos são capazes de comprar alguns dos ativos financeiros que compõem a sua carteira a preços mais baixos do que os investidores individuais. Isso porque eles tendem a comprar em grandes quantidades, volumes maiores, o que aumenta seu poder de negociação e, em geral, reduz o custo de compra.

Trata-se do mesmo princípio que faz com que o atacadista pague menos por unidade de um produto qualquer, do que você ao comprar esse mesmo produto em uma loja. É claro que parte desse desconto no preço dos ativos fica com o próprio gestor do fundo, na forma de taxas de administração e performance.

Taxas e impostos As taxas e impostos têm grande importância na rentabilidade do fundo, sendo que as taxas cobradas variam entre fundos e instituições e podem acabar reduzindo substancialmente o retorno do seu fundo.

Taxa de administração: é a principal forma de remuneração do gestor pela administração dos recursos do fundo de investimento. A taxa é cobrada sobre o valor aplicado, sendo apropriada diariamente e cobrada mensalmente. O valor da cota do fundo já vem descontado da taxa de administração e o percentual informado no regulamento é anual (Ex.:

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2% ao ano). No regulamento do fundo você poderá prever quanto você terá de pagar em taxa de administração.

Taxa de performance: além da taxa de administração, alguns gestores também cobram um taxa pelo seu desempenho, ou performance. A taxa é anual e cobrada sobre a parcela da rentabilidade do fundo que excede a variação de um índice pré-determinado (benchmark). O benchmark muda de acordo com o tipo de fundo. Os fundos de renda fixa normalmente adotam o CDI ou o IGP-M como comparativo, os fundos cambiais usam como benchmark o dólar e os fundos de renda variável costumam adotar o IBOVESPA. Os períodos de cálculo da taxa de perfomance variam de acordo com o tipo do fundo.

Impostos Com exceção dos fundos de previdência privada, discutidos mais à frente, as aplicações em fundos de investimento sofrem as seguintes taxações:

Imposto de Renda (IR): a alíquota é de 20% tanto para os fundos de renda fixa como para os fundos de renda variável; sendo que nos fundos de ações o imposto é cobrado apenas no resgate. Nos fundos de renda fixa existem duas formas básicas de cobrança, dependendo de haver ou não prazo de carência.

Contribuição Provisória por Movimentação Financeira (CPMF): inicialmente a CPMF era para ser provisória, mas o mais provável é que seja mantida, mesmo após sua prevista data de extinção que está prevista para o final de 2004. Desde 18/3/2001 a alíquota da CPMF está fixada em 0,38%, mas ela deve ser reduzida para 0,08% a partir de janeiro de 2004. A CPMF incide sobre o valor que é aplicado no fundo através de um débito na sua conta corrente.

Imposto sobre Operações Financeiras (IOF): Os fundos de renda fixa com liquidez diária sofrem a incidência de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de acordo com uma tabela regressiva (5-95%), até o 29º dia da aplicação, estando isentos a partir do 30º dia. O IOF incide sobre o ganho da aplicação.

Gestores: quem administra seu dinheiro Todos os fundos de investimento devem ter uma instituição financeira que é a responsável legal perante os órgãos reguladores (CVM e Banco Central). Apesar disso, cada fundo de investimento deve ser constituído como uma pessoa jurídica distinta da instituição gestora, de forma que o dinheiro que você aplicou no fundo de investimento seja protegido de qualquer dificuldade financeira que a instituição gestora possa a ter.

Apesar de muitas vezes os dois termos serem utilizados como se fossem equivalentes, administrador e gestor não significam a mesma coisa. Os administradores de fundos são as instituições financeiras responsáveis legalmente pelo fundo, enquanto os gestores são os profissionais responsáveis pela escolha dos ativos financeiros que serão incluídos na carteira de investimentos do fundo.

Os gestores são profissionais especializados que acompanham o mercado e procuram definir os melhores momentos de compra e venda dos ativos financeiros que compõe a carteira do fundo. Os gestores de fundos de investimento podem adotar duas estratégias distintas: administração ativa e administração passiva

Administração Ativa: ao montar a carteira do fundo o gestor busca atingir uma rentabilidade superior a um determinado índice de referência.

Administração Passiva: ao montar a sua carteira o gestor investe em ações buscando replicar a carteira de um índice previamente definido, de forma que o retorno do fundo fique próximo do índice escolhido.

Aplicações e resgates de cotas Muitas pessoas ficam confusas ao ler o prospecto de um fundo por causa do jargão utilizado para explicar os períodos de aplicação e resgate, abaixo explicamos os termos mais utilizados com relação às aplicações e resgates em um fundo de investimento:

Valor mínimo de aplicação ou resgate: esse valor varia muito de fundo para fundo, mas em geral a aplicação mínima começa a partir de R$ 250, o mesmo vale para os resgates mínimos.

Aplicação adicional e mínimo de permanência: alguns fundos estabelecem limites para

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novas aplicações no fundo (aplicação adicional), assim como exigem que você deixe um saldo mínimo investido (mínimo de permanência).

Data de cotização: termo que define a data em que os recursos aplicados são convertidos em cotas (cota de aplicação), e cotas são convertidas em reais, no caso de resgate (cota de resgate). O número após o "D" indica o dia em que a conversão é feita, por exemplo, uma aplicação em D0 significa que a conversão em cotas é feita no mesmo dia da solicitação, enquanto um resgate em D+1 significa que a conversão da cota em reais é feita no dia útil seguinte à solicitação.

Por que investir em fundos é mais fácil? A principal vantagem de investir em um fundo é que, de maneira geral, os administradores tendem a otimizar suas carteiras. Isso significa que eles tentam minimizar o risco de sua carteira de investimento uma vez estabelecida uma estratégia de investimento.

Por exemplo, vamos usar o caso de um fundo de perfil agressivo. Ao montar a carteira do seu fundo agressivo, o administrador escolhe os ativos que apresentam o menor risco para um mesmo objetivo de rentabilidade. Por risco, entende-se volatilidade, ou seja, menor risco significa menor volatilidade.

A vantagem de investir em um fundo, ao invés de em uma ação específica ou título de renda fixa, é que o administrador do fundo será responsável pela otimização da carteira, e não você. No entanto para isso é importante que você entenda bem a estratégia de investimento do fundo (é adequada ao seu perfil?), o gestor tenha experiência comprovada (verifique o desempenho passado dos fundos que ele gerou) e você saiba bem quais são as comissões que você deve pagar ao Administrador.

Se você ainda não se sente familiarizado com o mercado de capitais, os fundos de investimento são a melhor alternativa de investimento, especialmente se a quantia a ser investida é relativamente pequena.

Conheça os vários tipos de fundos de investimento

Categorias de fundos de investimento Antes de discutir em maior detalhe a forma como a carteira dos fundos pode ser constituída e como isto reflete na classificação que os fundos irão receber pela Anbid (Associação Nacional de Bancos de Investimento), vale ressaltar os dois tipos básicos de fundos de investimento no que refere à sua estrutura: FIFs e FACs.

Enquanto os FIFs (Fundos de Investimento Financeiro) investem os recursos do fundo diretamente na compra de ativos financeiros, os FACs investem em cotas de outros fundos de investimentos.

Para facilitar o entendimento dos investidores sobre como os recursos de um fundo de investimento são aplicados, a Anbid instituiu uma nova classificação para os fundos, na qual a classificação de um fundo depende dos riscos a que o investidor fica exposto.

De acordo com a Anbid os fundos de investimento podem ser classificados em oito classes distintas: Referenciados, Renda fixa, Balanceados, Multimercados, Capital Protegido, Investimento no Exterior, Ações e Imobiliários. Abaixo discutimos as distinções entre as oito classes de fundos de investimento, assim como os chamados Fundos Mútuos de Privatização e os Fundos de Previdência, que são estruturados de forma semelhante aos fundos de investimento, mas classificados a parte pela Anbid.

Referenciados Nesta classe estão incluídos os fundos cuja estratégia de administração da carteira é a de replicar o retorno de um índice de referência. No mínimo 95% do patrimônio desses fundos deve estar aplicado em títulos de renda fixa que seguem o desempenho do benchmark, pelo menos 80% do patrimônio deve estar aplicado em títulos federais ou de empresas com baixo

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risco de crédito, assim como não podem investir em futuros ou derivativos. Dentre os fundos referenciados podemos citar:

Fundos referenciados DI: retorno está atrelado à variação do CDI/Selic, são fundos de perfil bastante conservador e são recomendados em cenários de alta de taxa de juros.

Fundos referenciados dólar: buscam obter retorno próximo às variações da moeda norte-americana, estando também sujeitos às oscilações das taxas de juros domésticas (Brasil) sobre aquela moeda. Estes fundos são recomendados para quem busca preservar o valor do seu patrimônio em função de uma moeda estrangeira.

Fundos referenciados euro: equivalentes aos fundos referenciados dólar, porém referenciados à moeda única européia.

Fundos referenciados outros: buscam replicar o desempenho de um índice referência distinto do câmbio ou dos juros de curto prazo. Em geral incluem os fundos que buscam replicar a variação de um índice de inflação, como os fundos IGP-M.

Renda fixa Esta é a maior classe de fundos de investimento acompanhada pela Anbid e é composta de quatro subclasses: renda fixa tradicionais, renda fixa crédito, renda fixa multi-índices e renda fixa alavancados, detalhadas abaixo:

Renda fixa tradicional: estes fundos aplicam seus recursos, sobretudo em títulos de renda fixa pré-fixados, e por isto são recomendados em cenários em que se espera uma redução nas taxas de juros. Dentre as subclasses de fundos de renda fixa esta é a de menor risco, pois investe apenas em títulos públicos e não utiliza alavancagem ou derivativos.

Renda fixa crédito: na tentativa de obter rendimentos mais atrativos do que os renda fixa tradicionais diversificam suas aplicações em renda fixa, investindo também em títulos privados, como debêntures de empresas brasileiras. Desta forma, além de estar exposto aos riscos do mercado de juros, o investidor também corre risco de crédito caso as empresas que emitiram os títulos enfrentarem dificuldades financeiras atrasando ou suspendendo o pagamento dos juros destes títulos, o que acabaria refletindo no valor das cotas.

Renda fixa multi-índices: engloba os fundos de renda fixa que buscam uma rentabilidade mais atrativa através do investimento em ativos de renda fixa de qualquer espectro de risco de crédito, ou seja, títulos públicos ou privados, assim como adotam estratégias que impliquem em risco de índices de preço. Desta forma, incluem-se nesta categoria os fundos de renda fixa com risco de indexadores (fundos IGP-M, etc.), sem alavancagem. Estes fundos não podem investir em ativos que impliquem em risco de oscilações de moeda estrangeira e de renda variável (ações, etc).

Renda fixa alavancados: a única diferença com relação aos multi-índices é que estes fundos podem inclusive realizar operações que impliquem em alavancagem do patrimônio, enquanto nos multi-índices isto não é permitido.

Balanceados Esta é a menor categoria individual dentre as várias categorias de fundos de investimento acompanhadas pela Anbid (Associação Nacional de Bancos de Investimento). Esta classe engloba os fundos regulamentados pelo BACEN ou pela CVM que busquem retorno no longo prazo através de investimento em diversas classes de ativos (renda fixa, ações, câmbio, por exemplo).

Estes fundos procuram agregar valor utilizando uma estratégia de investimento diversificado e através de deslocamentos táticos entre as classes de ativos ou estratégia explícita de re-balanceamento de curto prazo, mas não usam alavancagem. Por investirem em várias classes de ativos, não podem ser comparados com um indicador de referência de apenas uma classe de ativos, como por exemplo, 100% CDI, e devem explicitar o mix de ativos com o qual sua rentabilidade deve ser comparada.

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Multimercados Esta classe de fundos diversifica a forma com que os recursos captados junto aos cotistas são aplicados através do investimento em vários mercados ao mesmo tempo, além de poderem usar derivativos para alavancar seus rendimentos. Abaixo discutimos as quatro subclasses de fundos multimercados:

Multimercados sem renda variável e sem alavancagem: são fundos que buscam retorno de longo prazo através do investimento em vários tipos de ativos nos mercados de renda fixa e câmbio, mas não utilizam alavancagem;

Multimercados com renda variável e sem alavancagem: a diferença em relação aos multimercados sem renda variável e sem alavancagem é que esta subclasse de fundos também investe seus recursos no mercado de renda variável;

Multimercados sem renda variável e com alavancagem: a diferença em relação aos sem renda variável e sem alavancagem é que esta subclasse de fundos multimercados utiliza alavancagem para obter retornos mais atrativos, e por isto mesmo tem um perfil de risco mais agressivo;

Multimercados com renda variável e com alavancagem: a diferença em relação aos com renda variável e sem alavancagem é que esta subclasse de fundos multimercados utiliza alavancagem para obter retornos mais atrativos, e por isto mesmo tem um perfil de risco mais agressivo.

Capital protegido Esta classe de fundos busca, na pior das hipóteses, garantir ao investidor pelo menos o retorno do capital investido e, se possível um adicional sobre este mínimo equivalente a um percentual de valorização do Ibovespa.

As carteiras destes fundos travando 100% dos recursos captados em aplicações de renda fixa e colocando o rendimento obtido com estas aplicações na compra de opções de ações ou do Ibovespa. Desta forma, quando a bolsa sobe o investidor ganha parte desta valorização de forma proporcional à alavancagem feita.

FIEX (Fundo de Investimento no Exterior) Esses fundos investem seu patrimônio em ativos externos, no mínimo 80% do patrimônio investido em títulos da dívida externa brasileira, e até 20% em qualquer título de crédito negociado no mercado internacional, com um limite de concentração máximo de 10% em títulos de um mesmo emitente.

Ações Esses fundos precisam ter pelo menos 51% do seu patrimônio aplicado em títulos de renda variável como ações e não existem restrições quanto ao uso de derivativos. Em geral são recomendados para investidores com um perfil mais agressivo, pois apesar da rentabilidade mais alta, possuem alto risco, possibilidade de altos retornos e também de eventuais perdas. As três principais subclasses de fundos de ações são: fundos indexados, fundos ativos e setoriais

Fundos indexados: nesse grupo estão incluídos os fundos cuja estratégia de administração da carteira é passiva, isto é o gestor tenta replicar o retorno de um dos índices de ações, como por exemplo: Ibovespa e, IBX. Em geral estes fundos têm perfil menos agressivo de investimento que os fundos ativos de ações.

Fundos ativos: trata-se de um dos tipos de fundos de ações em que o gestor do fundo busca superar a rentabilidade obtida por um determinado índice de ações, como por exemplo, o Ibovespa ou o IBX. Em geral estes fundos têm perfil mais agressivo de investimento que os fundos de ações indexados. Dentre os fundos ativos existem também os alavancados, que se utilizam de derivativos para obter uma rentabilidade ainda mais atrativa e que, exatamente por isto, têm um perfil ainda mais arriscado de investimento.

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Fundos setoriais: esses fundos investem apenas em ações de um setor específico, que pode ser energia, telecomunicações, etc.

Fundos de ações outros: trata-se dos fundos de ações que sendo abertos não se enquadram em nenhuma das categorias acima.

Fundos de ações fechados: são fundos que investem pelo menos 51% do seu patrimônio em títulos de renda variável, mas que aceitam recursos somente de alguns investidores.

Fundos imobiliários São fundos cujos recursos captados são direcionados a empreendimentos imobiliários específicos, como, por exemplo, flats, hotéis e shoppings. Em alguns casos são fechados e dirigidos a grandes investidores, e em outros possuem cotas nas quais pequenos investidores também podem investir.

A rentabilidade dos fundos imobiliários (FI) se origina no recebimento dos direitos sobre os imóveis, como aluguéis e concessões, exatamente como num investimento imobiliário convencional. Em teoria o benefício de se aplicar em um fundo de investimento imobiliário é o da diversificação do risco, na medida que o montante recebido pelo fundo é dividido igualmente entre os cotistas, balanceando as perdas por inadimplência ou não locação do imóvel com os ganhos das outras unidades.

Para se ter uma situação equivalente a essa no mercado imobiliário seria necessário possuir uma grande carteira de imóveis, o que demandaria um patrimônio muito maior do que o necessário para participar de um fundo.

Outros tipos de fundos

Fundos mútuos de privatização (FMP): são fundos que aplicam seus recursos na compra de ações de empresas que foram privatizadas através de oferta pública destas ações, como é o caso dos FMP Petrobras e FMP vale do Rio Doce. Os recursos para compra de cotas destes fundos pode ter sido próprio (FMP recursos próprios) ou os recursos do FGTS (FMP FGTS). Neste caso pelo menos 90% do patrimônio do fundo está investido em ações destas empresas e o restante em títulos públicos.

Além disto, existem os fundos FMP carteira livre que investem em várias ações e que serviram como opção para os investidores que quiseram migrar seus recursos aplicados em outros fundos FMP.

Fundos de previdência: esta classe inclui os famosos FAPIs e PGBLs, que são fundos desenhados para aposentadoria. Como não podem investir mais do que 49% dos recursos em renda variável contam com as mesmas subcategorias dos fundos referenciados, dos fundos de renda fixa e dos fundos multimercados.

Tributação: a principal diferença em relação aos fundos de investimento tradicionais é que o investidor só paga imposto na hora do resgate dos benefícios, ou seja, o imposto é diferido durante a fase de aplicação e a possibilidade de se deduzir o valor das aplicações no fundo do imposto a pagar desde que não seja excedido o limite de 12% da renda bruta anual do investidor. No momento do saque, a tributação é feita não com base em alíquota única de 20% como nos demais fundos, mas com base na tabela progressiva de imposto de renda.

Fonte: Infomoney

Guia de Previdência Privada

Introdução

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Previdência Complementar Previdência Fechada Previdência Aberta

Quanto investir Benefícios

Comparando os diversos planos Planos tradicionais PGBLs FAPIs

Quanto custa investir

Impostos: reduzindo sua carga tributária Escolhendo o plano ideal para você

Introdução Com a deterioração da previdência social nos últimos anos, passou-se a falar cada vez mais de Previdência Complementar, ou Previdência Privada, cujo objetivo, como o próprio nome sugere, é o de "complementar" a Previdência Social existente.

Previdência complementar A Previdência Complementar (ou Privada) já existe no Brasil desde o final da década de 70, mas só foi realmente impulsionada no final dos anos 90, quando ficou clara a falência do sistema de Previdência Social. A Previdência Complementar pode ser de dois tipos: Fechada e Aberta.

Apesar do objetivo do nosso guia ser discutir a previdência aberta, abaixo discutimos as principais diferenças entre esses dois tipos de previdência complementar.

Previdência fechada: Engloba os planos fechados de previdência complementar, onde as empresas e trabalhadores contribuem para um fundo fechado, também conhecido como fundo de pensão, de forma a suplementar os benefícios pagos pela previdência social. Os fundos são fechados porque só podem contribuir indivíduos que trabalham na empresa que patrocina o fundo em questão. Estes fundos são administrados pelas entidades de previdência privada fechada (EPPS).

Previdência aberta: Inclui planos individuais, facultativos, que funcionam como fundos de investimento voltados para a aposentadoria, ou seja, têm uma ótica de longo prazo. Atualmente existem várias alternativas de planos de previdência privada aberta: planos tradicionais, PGBLs, FAPIs, e mais recentemente, os VGBLs, etc.

Quanto investir A decisão de quanto investir em previdência privada vai depender da renda que você quer obter na hora de se aposentar e o quanto pode dispor todos os meses. Ao se aposentarem, as pessoas gastam em média entre 60-80% do que ganhariam se ainda estivessem na ativa. Portanto, na hora de definir o quanto quer receber ao se aposentar, leve em conta este percentual e desconte o quanto pretende receber da previdência social.

Imagine uma pessoa que ganha R$ 5 mil, ao se aposentar ele teria gastos de R$ 3 mil a R$ 4 mil, mas como deve receber R$ 1 mil do INSS, então precisará contratar um plano que garanta entre R$ 2 mil e R$ 3 mil por mês. Portanto, as contribuições mensais deverão ser estimadas de forma que seja garantida uma renda mensal deste montante. Mas se a contribuição mensal ficar muito elevada, ele pode atrelar os investimentos ao orçamento e planejar investir entre 5% e 10% dele com planos de previdência.

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Entendendo os benefícios Quanto você vai receber O valor dos benefícios que você vai receber depende de alguns fatores, dentre eles, o tempo que contribuiu ao fundo, quando pretende se aposentar, e valor das contribuições. O prazo de contribuição é, certamente, o mais importante, porque quanto maior ele for, maior terá sido o efeito multiplicador dos juros e maior será o seu patrimônio acumulado.

Já a idade de saída determina quanto tempo os recursos acumulados terão que durar para lhe garantir um sustento. Quanto maior a sobrevida, mais tempo o dinheiro terá que durar, e, portanto, menor deve ser o valor dos benefícios mensais.

Por último, não podemos esquecer da rentabilidade dos planos, isto é, o quanto eles rendem em juros. Basicamente os planos de previdência possuem duas formas distintas de cálculo da rentabilidade: garantia de retorno mínimo estabelecido em contrato ou repasse integral dos rendimentos da carteira de investimentos. Mais adiante discutiremos como este cálculo varia para cada um dos tipos de planos existentes no mercado.

Como você vai receber seus benefícios Atualmente os planos são bastante flexíveis no que se refere à forma de pagamento dos benefícios, que podem ser recebidos de uma única só vez na hora em que você se aposentar, ou através do pagamento de uma renda mensal. A tabela abaixo resume as principais formas através das quais se pode receber os benefícios nos planos de previdência.

Renda Vitalícia

Renda Temporária

Renda Vitalícia Reversível

Renda Vitalícia c/ Prazo Mínimo Garantido

Início

Desde uma idade pré- estipulada no contrato de adesão

Desde uma idade pré-estipulada no contrato de adesão

Desde uma idade pré-estipulada no contrato de adesão

Desde uma idade pré- estipulada no contrato de adesão

Duração dos benefícios

Falecimento do titular

Durante período estabelecido no contrato

Após falecimento do titular seu beneficiário passa a receber. Nos planos tradicionais existe a opção de renda vitalícia por invalidez

Após falecimento do titular, seu beneficiário passa a receber os benefícios durante o prazo mínimo garantido no contrato

Transferência para beneficiários

Não é possível

Não é possível É possível Somente durante o prazo mínimo garantido

Comparando os vários planos de previdência Atualmente existem várias alternativas de planos de previdência: planos tradicionais, PGBLs, FAPIs, PAGPs, PRGPs, VGBLs, etc, e abaixo discutimos as principais diferenças entre eles.

Os planos tradicionais são planos que garantem um rendimento mínimo anual equivalente a correção monetária + taxa de juros (ex. IGP-M + 6% ao ano) e foram introduzidos em uma época em que tanto inflação quanto taxas de juros ainda eram elevados. Caso o resultado financeiro das aplicações dos recursos captados com as contribuições ao plano fique acima do rendimento mínimo garantido, então parte deste excedente é repassada para o segurado, em uma proporção que em geral varia entre 50-80% do total do excedente.

As contribuições dos planos tradicionais são feitas com base em um componente atuarial e um financeiro. O componente atuarial determina o montante que você precisa ter acumulado ao se aposentar (com base na sua idade, expectativa de vida, etc.), enquanto o componente financeiro determina o valor das contribuições necessárias para que você alcance esse objetivo.

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As diferenças entre os dois tipos de planos tradicionais (benefício definido e contribuição definida) estão detalhadas abaixo:

Benefício Definido: nesse tipo de plano você contribui hoje sabendo quando receberá ao se aposentar, pois o valor do benefício é definido na data de contratação do plano. O valor das contribuições não é fixo, pois depende do valor do futuro benefício mensal que você espera receber.

Contribuição Definida: ao contrário do plano de benefício definido, nestes planos as contribuições são fixas na contratação do plano, mas os benefícios não. Os benefícios são proporcionais ao valor acumulado e capitalizado ao longo do período de contribuição, que depende da rentabilidade das aplicações do fundo (feitas com base nas suas contribuições). As principais desvantagens dos planos tradicionais em relação aos demais planos existentes no mercado são a falta de transparência, custos elevados de gestão e o custo oportunidade de uma alternativa melhor no futuro. Ao contrário dos PGBLs e FAPIs, esses planos não são estruturados como fundos, e portanto, você não pode acompanhar o valor das suas aplicações diariamente.

Os PGBLs (plano gerador de beneficio definido) surgiram em resposta à queda nas taxas de juros, que dificultou a garantia de um rendimento mínimo para os participantes dos planos tradicionais. Desta forma, a principal diferença dos PGBLs em relação aos planos tradicionais é que você não tem garantia de um rendimento mínimo, mas em contrapartida recebe integralmente o resultado financeiro, isto é, o resultado das aplicações dos recursos captados com contribuições ao plano.

Os PGBLs foram inspirados nos planos 401(k) americanos e, como eles, permitem que você escolha entre perfis distintos de investimento. Abaixo resumimos as diferenças entre os três tipos de PGBLs existentes no mercado:

Soberano: como o nome sugere, investe apenas em títulos do governo, ou seja, títulos ou Crédito Securitizados do Tesouro Nacional, ou Títulos do Banco Central;

Renda Fixa: além das aplicações acima, também permite o investimento em outros tipos de títulos de renda fixa, como CDB´s, debêntures, etc;

Composto: também permite aplicações em renda variável, como por exemplo, ações ou fundos de ações, commodities etc, desde que não ultrapassem 49% do patrimônio do fundo. Resgates e transferências A carência dos PGBLs é, em geral, de 60 (sessenta) dias, sendo que, em caso de morte ou invalidez, não existe carência e o saque pode ser efetivado em até quatro dias úteis, sendo que a carência começa a contar da data de início do plano ou do último resgate.

Entretanto, talvez a maior vantagem dos PGBLs seja sua transparência, pois você pode checar o valor da cota do fundo diariamente no jornal, e o valor de resgate é calculado com base na cota no dia útil seguinte ao dia em que você efetuar o pedido de resgate.

Não existem restrições quanto à transferência de recursos entre fundos PGBLs de perfis diferentes, por exemplo, é possível transferir recursos entre planos soberanos e planos compostos. Da mesma forma, não há restrições na transferência para fundos de outra entidade de previdência aberta. O cálculo do valor de transferência é efetuado da mesma forma que o do valor de resgate, isto é, com base na cota do dia útil seguinte ao dia do pedido de transferência. O prazo de carência para a transferência também é de sessenta dias, e caso a transferência ocorra entre planos de mesmo titular também não haverá incidência de taxa de carregamento ou imposto de renda.

Por último, ao se aposentar você tem a opção de sacar os recursos do seu PGBL integralmente ou através de um rendimento mensal até o seu falecimento (renda vitalícia). Assim como os PGBLs, os FAPI (Fundo de Aposentadoria Programada Individual) permitem maior flexibilidade na escolha da carteira, não garantem um rendimento mínimo e repassam todo o resultado financeiro. As principais diferenças entre os PGBLs e os FAPIs são as seguintes:

Instituição administradora: seguradoras e entidades de previdência privada para os PGBLs e bancos para os FAPIs.

Carência para resgate: a carência para resgates varia no caso dos FAPIs, enquanto para os PGBLs é de 60 dias. Além disso, no caso dos FAPIs se houver resgate antes de um ano o segurado deverá pagar IOF de 5%, o que não acontece no caso dos PGBLs.

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Prazo de transferência: a transferência nos FAPIs somente pode ser realizada a cada seis meses, enquanto para os PGBLs é de sessenta dias.

Saques na aposentadoria: devem ser feitos de forma integral, não podendo ser transformados em renda vitalícia, como no caso dos PGBLs. Apesar de terem surgido antes dos PGBLs, em uma tentativa dos bancos de inovar em relação aos planos tradicionais, os FAPIs perderam participação de mercado com a introdução dos PGBLs, devido à menor flexibilidade do ponto de vista de resgate, transferência e tratamento fiscal.

Os FAPIs e PGBLs não são planos exclusivos de indivíduos e também podem ser adotados por empresas para os seus funcionários. No caso dos FAPIs, as contribuições devem ser no mínimo equivalentes a 50% da contribuição dos funcionários, enquanto nos PGBLs quem define os limites são definidos pela empresa. VGBLs: seguro de vida com opção de previdência A grande novidade em termos de previdência privada certamente fica com o lançamento dos novos seguros de vida com opção de previdência, que são conhecidos como VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres). A indenização desses seguros poderá ser paga de uma única vez, como os seguros de vida; ou sob a forma de renda, como os planos de previdência do tipo renda vitalícia.

Durante a chamada fase de acumulação, isto é, quando você ainda estiver investindo e não tiver começado a resgatar os benefícios, a seguradora repassa integralmente os ganhos com investimentos, já descontados os custos de administração e carregamento.

Como acontece com os PGBLs, nos quais os VGBLs foram inspirados, os benefícios que você deve receber ao se aposentar vão depender do total acumulado durante a fase de acumulação, isto é, a soma de contribuições e ganhos de investimento. A indenização desses seguros poderá ser paga de uma única vez, como os seguros de vida; ou sob a forma de renda, como os planos de previdência do tipo renda vitalícia.

Deve-se lembrar que a seguradora não é obrigada a vender o VGBL acoplado a um seguro de vida e pode, se preferir, comercializá-lo como um plano de previdência comum. Por outro lado, o investidor poderá transferir seus recursos acumulados entre seguradoras, sem ter que pagar taxas adicionais.

A grande diferença em relação aos PGBLs é tributária. Nos PGBLs você pode deduzir do valor do seu importo a pagar a soma de todas as contribuições feitas ao plano até um limite de 12% da renda bruta anual do segurado. Nos VGBLs, por sua vez, isso não é possível. Em contrapartida, na hora do resgate você paga menos imposto, pois este é calculado sobre o ganho de capital e não sobre o total do montante acumulado, como acontece nos PGBLs.

Desta forma, os VGBLs foram desenhados para quem declara IR pelo formulário simplificado, quem é isento ou para trabalhadores autônomos, que não se beneficiam do tratamento fiscal concedido nos PGBLs. A alíquota varia de acordo com a tabela progressiva de IR.

Quanto custa investir Na maioria dos planos de previdência são cobradas duas taxas: a taxa de administração financeira e a taxa de carregamento.

Taxa de administração financeira: cobrada anualmente e que tem como objetivo remunerar o gestor pela aplicação dos recursos do plano, estas taxas variam entre 1% e 5% ao ano.

Taxa de carregamento: incide sobre cada contribuição ao plano e o seu valor depende do tipo de plano escolhido. Essas taxas variam de acordo com o tipo de plano e são determinadas pela própria empresa. No caso dos seguros de vida com opção de previdência a taxa de carregamento está limitada a 10%

Taxa de saída: em geral esta taxa visa compensar as perdas com CPMF que a seguradora incorre ao transferir os recursos do fundo (que está em nome da seguradora) para a conta do segurado. A taxa está limitada em 0,38% do valor transferido, mas muitas seguradoras podem optar por não cobrar esta taxa, como forma de atrair clientes

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Impostos: reduzindo a carga tributária Em primeiro lugar, deve ficar claro que, ao comprar um plano de previdência, você está fazendo um planejamento fiscal, e não deixando de pagar impostos. Ao comprar qualquer plano de previdência você também pode diferir o pagamento do imposto de renda até a data de resgate dos recursos aplicados nesse plano. Com exceção dos novos seguros de vida com opção de previdência (VGBL) também é possível deduzir o valor das contribuições do seu imposto a pagar, desde que o valor da dedução não supere 12% da sua renda bruta anual.

Os benefícios fiscais dos planos de previdência foram estruturados para incentivar a poupança de longo prazo, visto que quanto mais tempo você deixar o seu dinheiro investido mais você se beneficiará do adiamento no pagamento de IR e na redução da base tributária.

A tabela abaixo ilustra o ganho fiscal potencial de um indivíduo cuja renda mensal bruta é de R$ 4.500,00 e que realizou R$ 500 em contribuições à previdência:

Sem previdência Com previdência

Renda bruta mensal R$ 4.500,00 R$ 4.500,00

Contribuições a previdência

R$ 0,0 R$ 500,00

Base de cálculo de IR

R$ 4.500,00 R$ 4.000,00

IR a pagar =27,5% de R$4.500,00 - R$360,00 =R$ 877,05

=27,5% de R$4.000,00 - R$360,00 =R$ 740,00

Ganho fiscal R$ 137,05

A alíquota de IR incide sobre a base ajustada, isto é depois de deduzida a contribuição até um limite de 12% da renda. A alíquota de IR para rendimentos acima de R$ 1.800 é de 27,5% e a parcela a deduzir é de R$ 360. Desta forma, o ganho fiscal é de R$ 137,50.

A tabela abaixo ilustra as alíquotas e parcela a deduzir utilizadas no cálculo de IR:

Rendimento Alíquota Parcela a deduzir

Até R$ 900 Isento Isento

Entre R$ 900,00 e R$ 1.800,00 15% R$ 135,00

Acima de R$ 1.800,00 27,5% R$ 360,00

Escolhendo o plano ideal para você Agora que você já está mais familiarizado com os vários tipos de planos, fica mais fácil escolher o plano que se adapta mais às suas necessidades. Antes de escolher o plano ideal para a sua aposentadoria, é fundamental que você tenha uma boa idéia de como quer receber seus benefícios (renda mensal vs saque único), sua situação fiscal (isento ou não de IR), e que tipo de risco está disposto a correr (seu perfil de risco).

Não há dúvida que o benefício fiscal dos planos de previdência faz com que estes planos sejam as melhores opções de investimento no longo prazo, pois, ao diferir o pagamento de IR, você acumula capital mais rapidamente sobre o qual incidem juros. Ou seja, o poder multiplicativo do dinheiro acaba funcionando a seu favor.

Entretanto, se você decidir sacar de uma vez só todo o dinheiro acumulado até a sua aposentadoria, poderá se surpreender ao verificar que boa parte desses ganhos será engolida no pagamento de IR sobre o valor sacado. Nesta situação, talvez a melhor opção de previdência seja um VGBL, pois o menor imposto no resgate compensaria a isenção de IR durante a fase de acumulação.

Fonte: Infomoney

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Guia de Renda Fixa

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Introdução

Como funciona o mercado de renda fixa O que são títulos de renda fixa Pré-fixado ou pós-fixado: entendendo a diferença Como investir em renda fixa

Conheça as principais aplicações em renda fixa Títulos privados CDB Letras hipotecárias Debêntures Commercial papers

Títulos públicos Títulos Federais Títulos Estaduais Como comprar Fundos de Investimento

Introdução Engana-se quem acha que as aplicações em renda fixa só são indicadas para investidores conservadores, que não estão dispostos a correr nenhum tipo de risco com seu dinheiro. Todos os investidores, independentemente do perfil, devem direcionar pelo menos parte de suas economias às aplicações em renda fixa.

A afirmação pode surpreender alguns, mas é absolutamente correta, já que por serem menos voláteis do que as aplicações em renda variável, estas aplicações são indicadas para os investidores que buscam manter seu patrimônio. E quem não está preocupado com isso?

Se você está começando agora e ainda não juntou o suficiente, ou se você tem um objetivo de consumo em mente, ou não pretende deixar o dinheiro muito tempo aplicado, certamente as aplicações em renda fixa devem fazer parte da sua estratégia de investimento.

Como funciona o mercado de renda fixa

O que são títulos de renda fixa São títulos que pagam, em períodos definidos, uma certa remuneração, que pode ser determinada no momento da aplicação ou no momento do resgate (no final da aplicação). O modo mais fácil de entender o que é um título de renda fixa é imaginar cada título como um empréstimo. Cada vez que você compra um título de renda fixa você está basicamente emprestando dinheiro ao emissor do título (que pode ser o seu banco, uma empresa ou o governo). Os juros cobrados nada mais são do que a remuneração que você recebe por emprestar seu dinheiro.

Por exemplo, se você investir R$ 10.000 a uma taxa de 2% ao mês, o que você receberá no final de um mês de aplicação é R$ 10.200, a soma do valor que você investiu inicialmente (R$ 10.000) mais os juros cobrados (para facilitar as contas não incluímos nenhuma despesa ou imposto). É exatamente a mesma conta que você faria no caso de um empréstimo.

Pré ou pós fixado: entendendo a diferença

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Títulos pré-fixados São aqueles cuja remuneração é determinada no momento da aplicação. Você sabe o que significa quando o gerente do seu banco lhe oferece um CDB pré-fixado de 360 dias rendendo 18%?

Isto significa que você já sabe o quanto receberá dentro de um ano - o valor investido mais juros pelo período (360 dias) em que o dinheiro foi investido. A mais conhecida forma de investimento pré-fixada no Brasil é a caderneta de poupança.

Títulos pós-fixados Os títulos pós-fixados funcionam de forma diferente. Quando você investe em um pós-fixado, você saberá o quanto irá receber somente no final da aplicação. Isso ocorre porque o rendimento é determinado pela variação de um certo índice mais uma taxa de juros determinada no início.

Alguns títulos do governo federal que rendem a variação da inflação pelo IGP-M mais uma taxa de juros pré-determinada (digamos 6%) são um bom exemplo. Se a inflação for 7%, a taxa bruta (excluindo impostos) será de 13%, se for 9%, a taxa bruta será 15%. É exatamente por isto que a maioria dos analistas fala que um investimento pós-fixado é mais adequado quando se espera um aumento da inflação ou da taxa de juros.

Como investir em renda fixa Agora que você já sabe um pouco mais sobre os títulos de renda fixa, está na hora de discutir as alternativas de investimento disponíveis para o pequeno investidor. Assim como no caso do investimento em ações, você pode investir diretamente em títulos de renda fixa, comprando debêntures, CDBs, LTNs, etc, ou pode aplicar neste mercado indiretamente através dos vários tipos de fundos de investimento em renda fixa.

Se você ainda não está muito familiarizado com o mercado e tem pouco dinheiro para investir, os fundos são as melhores opções, pois permitem que você diversifique de forma mais eficiente suas aplicações. A diversificação é possível porque, ao investir R$ 500,00 em um fundo de investimento, você está comprando uma participação em uma carteira de investimentos, que inclui várias aplicações em renda fixa ao mesmo tempo.

Em contrapartida, se investisse diretamente em um CDB ou qualquer título de renda fixa, teria que comprar vários títulos ao mesmo tempo para se beneficiar desta mesma diversificação. A diversificação é importante porque você reduz o risco das suas aplicações: afinal as perdas com uma aplicação podem ser compensadas pelos ganhos com outra. Lembra-se da famosa regra de nunca colocar todos os ovos na mesma cesta? Pois é, no fundo é por isso que diversificar é importante.

Conhecendo as aplicações em renda fixa

As aplicações em renda fixa podem ser organizadas de acordo com seus emissores. Existem basicamente três emissores de títulos de renda fixa, que são: o Governo (LTNs, NTNs, etc.), os bancos (CDBs, RDBs, letras hipotecárias, letras cambiais) e empresas (debêntures, commercial papers).

Os títulos emitidos pelo Governo, seja ele Federal ou Estadual, são também conhecidos como títulos de dívida pública (ou títulos públicos), enquanto os títulos de bancos e empresas são conhecidos como títulos de dívida privada (ou títulos privados).

Títulos privados

CDB - Certificado de Depósito Bancário O que são Antes da introdução dos fundos de investimento, os CDBs eram uma das principais alternativas de investimento no mercado brasileiro. Os CDBs são títulos emitidos por bancos, que podem ser vistos como um depósito bancário, já que, ao comprar o CDB, você na

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verdade está emprestando o dinheiro para o banco, e recebendo em troca o pagamento de juros.

Além dos CDBs, os bancos também emitem os RDBs (recibo depósito bancário), bancário (RDB), que têm as mesmas características de um CDB, com a diferença de que não admitem negociação antes de seu vencimento. Porém, este pode ser rescindido em caráter excepcional desde que com acordo da instituição depositária. Neste caso só pode ser devolvido o principal, isto é, sem os juros.

Rentabilidade A taxa paga pelos bancos pode ser pré-fixada, pós-fixada ou flutuante, essa última atrelada a um percentual da variação de um índice, que pode ser a TR, TJLP, CDI, ou um índice de inflação, como o IGP-DI ou IGP-M. Nos CDBs pré-fixados, como o próprio nome já sugere, você sabe na hora da compra quanto irá receber em juros, enquanto nos pós-fixados a remuneração que você receberá só será definida depois do vencimento do título. Normalmente, as aplicações têm prazos que variam entre 30 dias e 180 dias. Em geral os bancos concedem taxas melhores de acordo com o volume investido, isto é, quanto maior o investimento, melhor deve ser a taxa que você receberá do banco.

Impostos CPMF: os CDBs não podem ser prorrogados, mas sim renovados, de forma que na data de vencimento do seu CDB os juros que você recebeu no período serão depositados na sua conta corrente, já descontados os gastos com impostos. A grande desvantagem dos CDBs frente aos fundos de investimento de renda fixa reside exatamente nesta necessidade de renovar a aplicação. Ao contrário do que acontece com os fundos de investimento, onde a CPMF só é cobrada uma vez - quando você aplica seu dinheiro, nos CDBs ela é cobrada a cada renovação da aplicação, o que acaba corroendo parte da rentabilidade da aplicação.

Imposto de Renda: os ganhos obtidos na aplicação em CDB são tributados com alíquota de 20%, e retidos na fonte pelo banco que emitiu o CDB.

IOF: somente os resgates com prazos inferiores a 30 dias terão incidência do IOF sobre os rendimentos auferidos, e o IOF é pago de forma regressiva, isto é, quanto mais tempo você deixa o dinheiro aplicado você paga menos imposto e vice-versa. As alíquotas variam de 96% para aplicações por 1 dia até 3% para aplicações por 29 dias.

Riscos de investimento Ao aplicar seu dinheiro em um CDB, o maior risco é de que o banco que emitiu o CDB fique inadimplente, ou seja, que o banco quebre antes de pagar seus clientes. Nesse caso, a aplicação é garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), vinculado ao Governo Federal, até um valor máximo de R$ 20.000,00 por CPF. Vale lembrar que os fundos de investimento não se beneficiam com recursos do FGC.

Assim como grande parte dos fundos de renda fixa, os CDBs pré-fixados se beneficiam de liquidez diária, isto é, você pode sacar seu dinheiro a qualquer momento, mas assim como acontece com os fundos, se o saque acontecer antes de 30 dias terá de pagar IOF regressivo, isto é, quanto mais tempo deixar o dinheiro investido menos paga em IOF. No vencimento do CDB, você recebe um crédito automático em sua conta corrente, já descontado o pagamento de imposto de renda (alíquota de 20%) sobre o rendimento bruto do CDB no período.

Letras Hipotecárias

O que são As letras hipotecárias são uma forma de captação usada pelos bancos para financiar certas linhas de crédito imobiliário, portanto só podem ser emitidas por instituições autorizadas para este tipo de financiamento. As LH são emitidas com juros prefixados, flutuantes e pós-fixados em TR ou TJLP com prazo mínimo de 180 dias e máximo equivalente ao vencimento das linhas de crédito.

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Rentabilidade A rentabilidade deste tipo de aplicação está vinculada ao valor nominal do financiamento imobiliário, ajustado pela inflação ou variação do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). O prazo mínimo de aplicação é de 180 dias e o prazo máximo, apesar de não ser estipulado em geral, não ultrapassa 24 meses.

Como o investimento inicial em geral é de pelo menos R$ 50mil, as letras hipotecárias são indicadas para quem tem quantias maiores para investir e não tem pressa para sacar o dinheiro, visto que o prazo mínimo de investimento é seis meses. O maior atrativo das letras reside no seu tratamento fiscal, já que o imposto de renda só incide sobre a parcela do rendimento que exceder um retorno pré-acordado com a instituição financeira.

Impostos CPMF: paga no momento da aplicação com base na alíquota de 0,38% sobre valor aplicado.

Imposto de renda: A grande vantagem deste tipo de aplicação reside no seu tratamento fiscal, pois ao contrário das aplicações em fundos de investimento onde você paga uma alíquota de 20% sobre o rendimento nominal - ou seja, o quanto ganhou no período, nas LH você só precisa pagar imposto de renda se a rentabilidade da LH ficar acima de um certo percentual acordado com a instituição, que pode ou não estar atrelado à taxa CDI.

Liquidez Além do grande volume de capital exigido para aplicar nas LHs, outro inconveniente é a falta de liquidez e de prazos maleáveis de investimento em relação a outros produtos disponíveis no mercado. As letras são oferecidas apenas com vencimentos pré-definidos, que variam entre seis meses a dois anos, e não existe a possibilidade de saque dos recursos antes do prazo estabelecido.

Debêntures

O que são Ao contrário dos CDBs e das letras hipotecárias, as debêntures são títulos de renda fixa emitidos por empresas não financeiras, com capital aberto que buscam obter recursos de médio e longo prazos para financiar as suas atividades ou quitar dívidas. Ou seja, trata-se de uma dívida que a empresa levanta com você investidor e em troca paga juros por isso.

Em alguns casos as debêntures podem conter uma opção de conversão, através da qual na data de exercício é possível trocar as debêntures, que nada mais são do que um título de dívida, por ações da empresa. Desta forma, você deixa de ser um credor para ser um acionista da empresa. Contudo, a conversão não é obrigatória, pois dependendo de quanto estiverem valendo as ações no mercado pode não valer a pena converter.

Rentabilidade A rentabilidade da aplicação em debênture é definida pela combinação de duas variáveis, uma é a valorização do valor do título e a outra é os juros pagos em períodos definidos para o investidor.

O nível dos juros a serem pagos deve refletir a qualidade da empresa, escassez de recursos no mercado e apetite dos investidores. Isto significa que empresas de melhor qualidade (do ponto de vista de resultado e estrutura de capital) pagam menos, pois o investidor está correndo menos risco ao emprestar o seu dinheiro. Em contrapartida, as empresas mais endividadas para as quais poucos investidores estão interessados em emprestar dinheiro pagam mais, para compensar o investidor do risco que estão correndo.

Como credor da empresa você tem preferência frente aos acionistas em caso de falência da empresa, ou seja, se a empresa enfrentar dificuldades e não honrar suas dívidas, os investidores que aplicaram em debêntures terão que obter o dinheiro de volta com base no patrimônio da empresa, mas para isso é preciso observar a ordem de recebimento, já que alguns credores têm preferência sobre outros no recebimento.

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Garantias Quando você compra uma debênture, está na verdade emprestando dinheiro para a empresa, correndo risco de que elas não venham honrar seus compromissos. Para tornar suas debêntures mais atrativas para os investidores e, conseqüentemente, reduzindo os juros que devem pagar, algumas empresas dão garantias na emissão de debêntures.

Existem basicamente quatro tipos de garantias, sendo que a diferença entre elas reside no grau de prioridade que o investidor tem de receber o dinheiro que emprestou em caso de falência da empresa emissora.

Garantia real: direitos do investidor são garantidos por um ativo da empresa, que não podem ser negociados até que as obrigações com os investidores sejam quitadas por completo. O valor da emissão está limitado a 80% do valor do ativo que a garante.

Garantia flutuante: o investidor tem privilégio sobre um ativo da empresa sem que com isso este deixe de ser negociado, o valor da emissão da debênture está limitado a 70% do valor do ativo dado em garantia.

Garantia sem preferência: não há qualquer garantia real para o investidor, que em caso de falência concorre em pé de igualdade com os demais credores sem preferência da empresa para receber seus direitos. Emissão está limitada ao valor do capital da empresa que emitiu.

Garantia subordinada: debêntures sem garantia podem contar com cláusulas de subordinação, garantindo a preferência somente em relação aos acionistas com relação ao recebimento dos seus direitos. Neste caso não há limites para a emissão.

Commercial papers

O que são Assim como as debêntures, os commercial papers são títulos de dívida emitidos por empresas, que podem ou não ser financeiras. Contudo, ao contrário das debêntures, têm um prazo mais curto de duração, e são indicados para investidores interessados em aplicações de curto prazo. O prazo mínimo dos commercial papers é de 30 dias e o máximo de 360 dias.

Os recursos obtidos com a emissão dos commercial papers em geral são usados para financiar as atividades de curto prazo da empresa, ou necessidades de capital de giro, como compra de estoques, pagamento de fornecedores, etc.

Rentabilidade A rentabilidade dos commercial papers é definida pelos juros pagos pela empresa ao investidor, juros estes que podem ser pré-fixados (maioria dos casos), pós-fixados, neste caso baseado no desempenho de um indexador definido no contrato. Também existe a possibilidade de emissão de commercial papers em dólares, que são uma boa alternativa para quem está buscando aplicar em dólar.

Por se tratar de emissões de curto prazo, a garantia da operação em geral está vinculada à situação financeira da empresa. Da mesma forma que com as debêntures, há a necessidade de registrar a emissão junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e contratação de uma instituição financeira para a intermediação.

Se desejar é possível vender um commercial paper antes do vencimento para outro investidor, para isso basta transferir a sua titularidade através de endosso. Por outro lado, a empresa também pode resgatar antecipadamente um commercial paper, mas para isso é preciso que tenha decorrido o prazo mínimo de 30 dias.

Impostos Como nas demais aplicações em renda fixa, a alíquota de imposto de renda que incide sobre

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os rendimentos é de 20%, sendo que cabe a instituição responsável pelo pagamento dos rendimentos de recolher este imposto diretamente na fonte.

Como investir Agora que você já sabe um pouco mais sobre outras aplicações em renda fixa além do CDB, fica a dúvida sobre onde comprar, ou o que fazer para investir o seu dinheiro. No caso dos títulos emitidos pelas instituições financeiras, como os CDBs e as letras hipotecárias, a resposta é bastante simples. Basta entrar em contato com o banco onde você tem conta ou qualquer outra instituição financeira para saber das oportunidades de investimento.

Já no caso das debêntures, apesar de poderem ser negociadas em Bolsa de Valores, na maioria das vezes as debêntures são negociadas em mercado de balcão. O mercado de balcão define a compra e venda de títulos fora do ambiente das bolsas, através de contato direto com os bancos de investimentos, bancos múltiplos com carteira de investimento, sociedades corretoras e sociedades distribuidoras.

Em junho de 1998 a negociação de debêntures foi simplificada com a criação do SND - Sistema Nacional de Debêntures. O SND tem como objetivo de registrar, permitir a negociação, custódia e a liquidação financeira de operações realizadas com debêntures no mercado de balcão brasileiro, facilitando a negociação destes papéis. Exatamente por isso a maioria das emissões públicas de debêntures é registrada no SND.

Títulos públicos

O que são Assim como as empresas e os bancos, os diferentes níveis de governos (federal, estadual e municipal) também precisam de dinheiro para financiar suas obras e cobrir suas despesas. Os títulos emitidos por estas entidades são chamados de títulos de dívida pública e podem ser pré ou pós-fixados.

No caso do Governo federal, os títulos também podem ser emitidos com intuito de sinalizar política monetária, como aconteceu nos últimos meses com o Governo, emitindo títulos cambiais para controlar a alta do dólar.

Títulos federais No caso dos títulos federais, os emissores dos títulos na verdade são o Banco Central e o Tesouro Nacional, embora o Banco Central quase não emite mais títulos, deixando a cargo do Tesouro Nacional esta missão.

Banco Central: basicamente emitindo 3 títulos: BBC - Bônus do Banco Central e LBC - Letras do Banco Central e NBC - Nota do Banco Central. A cada título lançado há a definição de seu prazo e da correção que será adotada.

Tesouro nacional: os títulos mais comuns são as Notas do Tesouro Nacional (NTN), as Letras do Tesouro Nacional (LTN) e as Letras Financeiras do Tesouro (LFT). As NTN são títulos de longo prazo com taxas pós-fixadas emitidas por séries específicas com prazos de até 30 anos. Já a LTN é um título de curto prazo com taxas prefixadas. As LFT, por sua vez, são títulos de médio e longo prazo emitido com taxas pós-fixadas. Sua rentabilidade está indexada à Taxa Selic, divulgada pelo Banco Central.

Títulos estaduais As Obrigações e Apólices Estaduais e Municipais são títulos emitidos pelos Estados e Municípios - com autorização do Senado Federal, que têm a finalidade de antecipar a receita tributária do emitente. Normalmente, sua rentabilidade é prefixada ou indexada à Taxa Referencial (TR) ou Taxa Selic.

Impostos Assim como nas demais aplicações de renda fixa, existe incidência regressiva de IOF no caso de resgate antes de 30 dias, e cobrança de imposto de renda com base em uma alíquota de 20% sobre os rendimentos no período.

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Como comprar A partir de janeiro de 2002 o pequeno investidor também pode investir diretamente em títulos de dívida pública, que passarão a ser vendidos pela internet. A negociação será feita essencialmente pelo site do Tesouro Direto, por um sistema seguro que só dará acesso à área exclusiva mediante validação do CPF e senha.

Para efetuar a compra de título, o interessado deverá respeitar o valor mínimo para cada operação e o valor máximo mensal definido por CPF. Apesar de ter indicado que os valores serão, respectivamente, R$ 200,00 e R$ 200 mil, o Tesouro ainda não deixa claro nesta minuta se manterá estes patamares.

O investidor poderá efetuar a compra diretamente no Tesouro ou através de um Agente de Custódia. No primeiro caso, o investidor acessa a área exclusiva e escolhe o Agente de Custódia, que apenas custodiará seus papéis. Depois escolhe os títulos, que são verificados e validados pela CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia).

O protocolo com o número da compra e o boleto bancário são disponibilizados ao investidor e somente depois do pagamento deste boleto é que a operação se conclui. O investidor que não efetuar o pagamento do boleto bancário estará impedido de efetuar novas compras no sistema por trinta dias. Na primeira reincidência o prazo aumenta para 6 meses e na segunda o prazo passa para 3 anos.

Além disso, as aquisições também poderão ser efetuadas pelo Agente de Custódia, mediante autorização formal do investidor, que se estenderá tanto para compra quanto para a venda de títulos em seu nome. Nesse caso, o Agente efetuará as operações e movimentará os recursos necessários diretamente da conta do investidor. O Agente entra com uma senha master e define em nome de qual investidor operará. O Agente escolhe os títulos e os paga utilizando o boleto bancário. O procedimento de ressarcimento ao Agente pelo investidor é definido entre as partes.

Negociações no mercado primário serão definidas pela STN Ficará a cargo da Secretaria do Tesouro Nacional a divulgação do cronograma com os títulos e as datas em que eles poderão ser vendidos com a participação do Tesouro no chamado mercado primário. Os investidores deverão respeitar estas datas para que se consolidem as operações com o Governo. É importante notar que na compra e na venda de títulos haverá um fator de divisibilidade. Dessa forma, apenas aqueles que possuírem esta determinada fração equivalente ao fator de divisibilidade do título original poderão comercializá-los, caso contrário haverá ajustes até que a divisibilidade seja atingida.

Por outro lado, a STN espera que seja instituída uma opção aos investidores que é a de comercializar títulos no mercado secundário. Este mercado seria formado por aqueles que já possuem títulos e desejam negociar entre os outros investidores, em detrimento das negociações com o próprio Tesouro. Porém, os títulos comprados através desta modalidade não poderão ser revendidos para o Governo.

Sistema pela Internet será completo A CBLC, responsável pela administração e operacionalização dos sistemas, disponibilizará por meio da Internet, informações relativas aos saldos, movimentações de títulos e eventos de custódia. Além disso, a companhia enviará ao investidor por e-mail o extrato mensal contendo estas informações assim como também será notificado sobre as confirmações de liquidação de compras e vendas e de movimentações de títulos a cada ocorrência.

Fundos de investimento Outra opção para o investidor que ainda está em dúvida sobre onde investir é escolher uma das quatro categorias de fundos de renda fixa, ou até mesmo os fundos referenciados DI. Todos estes fundos aplicam somente em títulos de renda fixa, investindo os recursos captados nos títulos descritos acima (CDBs, debêntures, LTNs, etc).

A grande vantagem é que, em troca de uma taxa de administração, você deixa o gestor, isto é, a pessoa responsável pela administração do fundo, escolher em qual dos títulos acima

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aplicar ou como distribuir as aplicações entre os vários tipos de títulos de renda fixa discutidos acima. Abaixo uma breve discussão dos tipos de fundos de renda fixa existentes.

Fundos DI: aplicam em títulos pós-fixados, preferencialmente títulos de dívida pública têm como objetivo replicar o desempenho da variação do CDI, rendendo algo entre 90-105% do CDI. Indicados para cenários de alta nos juros

Fundos de renda fixa: aplicam preferencialmente em títulos de dívida pública pré-fixados, embora possam aplicar também em pós-fixados. São indicados para quem aposta em queda nos juros e não quer correr riscos.

Fundos de renda fixa crédito: buscam obter ganhos mais elevados, aplicando boa parte dos recursos em títulos de dívida privada, que em geral pagam juros mais altos do que os títulos públicos. Contudo, é preciso cuidado, pois você está exposto a uma alta dos juros e à situação financeira das empresas emissoras do título.

Fundos de renda fixa multi-índices: buscam obter ganhos mais elevados aplicando no mercado de futuros de índices de inflação ou de juros.

Fundos de renda fixa alavancados: não têm restrições para aplicar seus recursos e utilizam derivativos para aumentar a rentabilidade de sua carteira. Indicados apenas para os investidores que não se importam em correr risco diante da possibilidade de ganharem mais.

Fonte: Infomoney

Guia de Seguros

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Introdução

Para que servem os seguros

Entendendo os termos O que é premio O que é sinistro O que é franquia Diferença entre proposta, contrato, apólice

Cuidados na hora de contratar um seguro

Principais tipos de seguros Automóvel Residencial Saúde Vida

Introdução Sucesso de público em países desenvolvidos, como a Alemanha e os EUA, os seguros têm conquistado uma nova legião de seguidores aqui no Brasil. E não é apenas a procura por seguro de automóveis ou seguro de vida que vem aumentando nos últimos anos. Já é possível encontrar produtos cada vez mais sofisticados, que cobrem desde o aluguel até custos com funeral.

Este guia tem como objetivo ajudá-lo a entender melhor o funcionamento dos produtos de seguro, assim como escolher o produto mais indicado para as suas necessidades.

Para que servem os seguros Os seguros nada mais fazem do que cobrir um risco, o risco de você ter o seu carro roubado, de incêndio na sua residência, de ter que fazer uma operação de emergência, ou simplesmente de falecer e deixar sua família desamparada. Ao fazer um seguro você garante

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que terá direito ao recebimento de uma certa quantia, também conhecida como indenização ou cobertura, caso um destes eventos venha a acontecer.

Como possuem vários clientes que compram produtos diferentes, as seguradoras conseguem, desta forma, diversificar e reduzir o risco de que estes eventos indesejáveis venham a acontecer. Como reduzir não significa eliminar, parte do dinheiro que você paga para a seguradora é colocado em um reserva, cujos recursos são aplicados no mercado financeiro. Ao aplicar os recursos desta reserva, a seguradora consegue não só cobrir seus custos operacionais como também cobrir as indenizações, quando e se necessário.

Os seguros podem ser agrupados em três classes distintas: os que cobrem risco de que algo aconteça com uma pessoa (seguro de vida ou de saúde), com um bem (de automóvel ou residência), ou com terceiros (seguro de responsabilidade civil). O primeiro passo a ser tomado é identificar o risco que você quer cobrir, feito isto, você precisa determinar que tipo de cobertura e garantia quer receber. Com base nestes parâmetros, a seguradora estabelece a compensação econômica do segurado, isto é, a indenização que irá receber.

Entendendo os termos

Prêmio Ao contrário do que a maioria das pessoas imagina, o termo não se refere ao valor que você recebe, mas sim ao valor que você paga para a seguradora para que esta lhe garanta o pagamento da indenização especificada no contrato. O prêmio é estipulado com base em um percentual do risco que você pretende cobrir, isto é, da importância segurada.

Através do recebimento do prêmio, a seguradora monta suas reservas de risco e obtém, através da aplicação destas reservas, recursos para cobrir suas despesas operacionais. Na maioria dos casos, quando o segurado deixa de pagar um prêmio, ou simplesmente atrasa o pagamento, as seguradoras cancelam o contrato e o segurado deixa de ter direito à indenização.

Entretanto, esta postura é considerada abusiva de acordo com o CDC (Código de Defesa do Consumidor) e muitas vezes a disputa termina na Justiça. Recentemente a Justiça decretou que o segurado passa a ter direito à cobertura no dia seguinte ao pagamento do prêmio em atraso.

Sinistro Um dos termos mais importantes no setor de seguros é o sinistro. O termo reflete a ocorrência do risco previsto no contrato de seguro, isto é, no caso de seguro de carro, implica no roubo do carro, ou acidente envolvendo o veículo.

O termo taxa de sinistralidade reflete o quanto a seguradora terá que pagar em indenização para cada R$ 1,00 de prêmio recebido. Portanto uma taxa de sinistralidade de 70% significa que para cada R$ 1,00 recebido em prêmio a seguradora gasta R$ 0,70 no pagamento de indenizações. Sempre que o sinistro ocorre, isto é, o evento que foi segurado efetivamente acontece, a seguradora faz uma perícia para verificar se o que aconteceu está de acordo com o estipulado no contrato, ou se houve fraude.

Muitos segurados reclamam da burocracia envolvida para entrar com pedido de indenização quando acontece um sinistro. Em parte, isto se deve ao alto nível de fraudes nos contratos de seguros. Em 2001 estima-se que as seguradoras presentes no país tenham perdido R$ 5 bilhões com fraudes, o que equivale a 20% do seu faturamento.

É nestas horas que o segurado percebe a importância do contrato, já que a seguradora irá investigar todos os aspectos que levaram ao sinistro. Se você tiver omitido qualquer tipo de informação que aumentou a chance de ocorrência de sinistro, então é possível que acabe não recebendo sua indenização.

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Sempre que ocorrer um sinistro, a primeira coisa a fazer é procurar a seguradora, caso não haja irregularidades o pagamento deverá ser recebido em até 30 dias a partir da data em que a seguradora recebeu toda a documentação necessária.

Franquia O termo franquia reflete a parcela da indenização que fica a cargo do segurado, isto é, a quantia que você tem que pagar para ter direito ao recebimento da indenização. Desta forma, não é difícil entender que, quanto maior a franquia estabelecida no contrato, menor é o risco da seguradora, pois você está pagando uma parte maior da indenização, e conseqüentemente, menor deve ser o valor do prêmio que você terá que pagar.

É importante lembrar que, com exceção dos seguros de automóveis, fica a cargo do segurado atualizar o valor da indenização no caso dos seguros de bens. Esta é a única forma de você garantir que em caso de sinistro não acabará recebendo menos do que precisa para repor suas perdas.

Proposta, contrato e apólice Na maioria das vezes estes três termos são usados como se fossem sinônimos, o que não é verdade. A proposta é o documento preenchido pelo corretor ou segurado onde se estabelecem as condições do cliente e propostas da seguradora. É muito importante ser bastante preciso na hora de prestar estas informações, pois qualquer inconsistência pode acabar dificultando o pagamento da indenização.

Já o contrato formaliza as obrigações das duas partes envolvidas, isto é, o segurado e a seguradora. Nunca deixe de guardar o contrato, pois é nele que estão detalhadas as condições em que você terá direito à indenização. Dentre as informações que fazem parte do contrato estão: nome e endereço do segurado e da seguradora, o objeto do seguro, valor do prêmio, riscos cobertos, valor da indenização, condições de pagamento da indenização, etc..

Por último, a apólice é, na verdade, o documento mais importante na hora em que se contrata um seguro. Isto porque a emissão da apólice implica na aceitação da proposta e do contrato de seguro por parte da seguradora. Assim que receber a proposta, a seguradora tem 15 dias para emitir a apólice, que tem como objetivo exprimir de forma concisa e sucinta os principais tópicos cobertos pelo contrato.

Vale lembrar que o segurado pode rever as condições do contrato de seguro, o que em geral é feito na data de renovação anual. Contudo, se você quiser mudar o contrato antes da data de renovação é possível usar um documento chamado endosso. Lembre-se que é do segurado a responsabilidade de manter os valores da indenização atualizados, o que pode ser feito através do endosso.

Na maioria dos casos, as seguradoras premiam os seus bons clientes, isto é, aqueles para os quais não teve que pagar qualquer tipo de indenização durante o ano. No caso dos seguros de automóvel, por exemplo, onde esta prática é mais comum, os descontos podem subir de 10% no segundo ano para 35% depois de alguns anos. Contudo, basta o segurado sofrer um sinistro, que este desconto pode ser automaticamente revisto.

Comprando um seguro: cuidados a serem tomados Se você está pensando em fazer um seguro, seja ele de vida, do seu carro, da sua casa, é provável que você acabe escolhendo aquele que custa menos, sem levar em consideração outros aspectos importantes do seguro. Parece óbvio, mas a primeira regra ao escolher um seguro é saber exatamente o que você quer segurar. Seguem abaixo algumas dicas importantes:

Coloque tudo no papel: ao fazer um seguro, a maioria das pessoas pede cobertura para tudo, esquecendo que o seu conceito de tudo pode não ser o mesmo que o seu corretor. Por isso, se você está interessado em contratar um seguro certifique-se de que tudo está no papel para evitar surpresas desagradáveis no futuro.

Análise custo benefício com cuidado: em alguns casos o corretor está tão preocupado em vender a apólice, que propõe a exclusão de algumas coberturas que talvez não sejam do

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seu interesse. A economia que você faz com a mensalidade pode não compensar os custos que terá de pagar caso venha a precisar da cobertura em questão.

Importância do perfil do segurado: pequenas mudanças no perfil de risco do segurado podem fazer muita diferença com relação ao custo do serviço, pois o cálculo do valor é feito com base no risco que a seguradora tem de ter que efetivamente pagar o seguro, isto é no risco de sinistro.

Pacotes podem ser atrativos: algumas empresas já trabalham com produtos em pacote, permitindo descontos bastante atrativos para o consumidor final, visto que a seguradora é capaz de integrar de forma mais eficiente as informações, reduzindo o risco do pacote como um todo.

Pesquise várias seguradoras: não deixe de pesquisar preços e benefícios de pelo menos três empresas, pois as diferenças de preço podem ser enormes. Muitas seguradoras passaram a considerar o perfil de risco do segurado para determinar o custo do seguro há pouco tempo, o que pode reduzir os custos do seguro. Atualmente, as seguradoras estão cada vez mais atentas a todos os tipos de risco que podem aumentar a chance de haver uma ocorrência (ex. localização da residência, garagem privativa ou não, etc.). Não se esqueça de verificar possíveis benefícios que a seguradora oferece, como, por exemplo, oferecer seguro desemprego junto com a venda de outro seguro. Nestes casos, se o segurado perder o emprego os prêmios do outro seguro serão quitados e você não corre o risco de ter seu contrato cancelado! Por último, vale a pena ressaltar a importância de verificar se a empresa está habilitada pela Susep (Superintendência de Seguros Privados) para atuar no mercado de seguros. Já é possível consultar a situação financeira das seguradoras através do site da Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, outra possibilidade é consultar o Cadastro de Reclamações do Procon, verificando como a empresa se comporta no caso de reclamações.

No caso dos corretores independentes, verifique se ele está habilitado a operar no mercado, se é sindicalizado, quanto tempo está no ramo e para que seguradoras ele trabalhou antes de se tornar autônomo. Entendendo os principais tipos de seguros Agora que você está mais familiarizado com os termos usados no mercado de seguros, vamos discutir brevemente as principais modalidades de seguros no país.

Seguro de automóvel A paixão do brasileiro pelos carros certamente explica o porque esta modalidade é, de longe, a mais vendida no país. Além disso, como as chances de se envolver em um acidente de automóvel, ou ter seu veículo roubado são grandes, não é difícil de entender o porque da preferência. Esta também é a explicação pela qual os seguros de carros estão entre os mais caros existentes. Simplesmente as seguradoras correm mais risco de ter que pagar a cobertura, e como não podia deixar de ser, cobram por este risco.

Custos variam O custo anual do seguro varia de acordo com o modelo do carro e seu ano, ficando entre 5% e 20% do preço do mercado. Por exemplo, um carro avaliado em R$ 50 mil deve ter seu prêmio estipulado entre R$ 2,5 mil e R$ 10 mil. A diferença depende do risco que a seguradora está correndo, quanto maior o risco maior o custo do seguro. Por exemplo, o seguro para um jovem motorista de 21 anos é mais arriscado do que o de uma senhora de 40 anos. Daí a diferença em preço.

A análise de perfil do segurado permite as seguradoras tentarem reduzir o custo da apólice. De maneira geral, são considerados três tipos de riscos: risco cidade, risco carro e, finalmente, o risco você.

Quanto à forma de pagamento, você pode optar por pagar à vista ou parcelado. No caso de pagamento parcelado é preciso cuidado, pois como discutiremos adiante na parte de restituição, em caso de indenização a seguradora pode acabar pagando o valor da indenização já descontado o valor das prestações, ou simplesmente esperar até que você acabe de quitar para efetivamente reembolsá-lo. Outro cuidado a ser tomado quando o pagamento é feito de forma parcelada é de não atrasar os pagamentos, pois a seguradora

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pode optar pelo cancelamento unilateral da apólice de seguro. Apesar de condenada pelas entidades de defesa do consumidor, esta prática é bastante comum entre as seguradoras.

Quando vale a pena Mas não é sempre que vale a pena fazer seguro de carro. Se você tem um carro velho ou mau cuidado, que já sofreu várias batidas, é provável que o custo do seguro acabe não compensando em relação ao valor de recompra do carro. Carros de mais de dez anos não justificam o seguro, pois eles acabam ficando muito caros, e o melhor é economizar o dinheiro do prêmio para eventuais emergências. Já nos carros novos o seguro não só é necessário como fundamental, pois o custo de reposição do carro é muito alto, de forma que vale a pena se proteger.

O que está coberto Para reduzir o custo do seguro, a maioria das seguradoras trabalha com apólices básicas, que cobre gastos com danos materiais (acidentes, enchentes, etc.), roubo, e furto. Em alguns casos é possível pedir cobertura de acessórios específicos, como farol de milha e som, mas para tanto é preciso contratar cobertura especial e descriminá-la na apólice. Como o risco de acidente nas cidades grandes é bastante alto, vale a pena pedir cobertura para terceiros, pois que adianta ter seus gastos cobertos de você vai ter que arcar com o pagamento dos gastos de terceiros? Vale lembrar que só é possível pedir cobertura para terceiros se você foi responsável pelo acidente, mas mesmo assim, a cobertura está limitada ao valor estabelecido no contrato, qualquer gasto a mais deve sair do seu bolso.

Se você não quiser correr qualquer tipo de risco, também é possível contratar cobertura para danos corporais nos passageiros do veículo segurado, que prevê pagamento de despesas médico-hospitalares, assim como invalidez permanente e morte. Estas coberturas são pagas independente da responsabilidade pelo acidente ter sido, ou não do segurado. Vale lembrar que o seguro obrigatório (DPVAT) também indeniza vítimas de acidente de trânsito.

Valor da cobertura No contrato com a seguradora você poderá definir a forma como pretende receber a indenização, caso venha a sofrer um acidente. A mais comum delas é pelo valor de mercado do automóvel, que tem como principal benefício o fato de que a indenização é atualizada automaticamente com o preço de mercado do automóvel.

Mas também é possível limitar a cobertura a um valor determinado. Esta opção é mais indicada para os carros mais antigos onde fica difícil determinar um valor de mercado do automóvel. Neste caso o segurado, estabelece um valor, independente do valor de mercado, que deseja receber em caso de sinistro. Por último, é possível combinar as duas modalidades, optando pela cobertura a valor de mercado com limite. Neste caso, a seguradora pagará o menor valor entre o que está estipulado no contrato ou o valor de mercado.

Indenização Existem duas situações pela qual você pode vir a receber indenização. No primeiro caso, estamos falando de situações onde os reparos a serem feitos são apenas parciais, isto é, você não teve seu veículo roubado ou sofreu perda total. Neste caso, você paga a franquia e a seguradora paga o restante. Caso você não tenha sido responsável pelo acidente, pode recuperar os gastos com a franquia entrando com processo contra o motorista responsável pelo acidente.

Por outro lado, se a perda foi total, então a seguradora paga o valor de mercado do veículo, ou a indenização máxima prevista no contrato, o menor destes dois valores. Desta forma, fica claro por que não vale a pena super-avaliar o seu carro, pois você vai acabar recebendo pelo preço de mercado. Nestes casos, o seguro é cancelado assim que você receber sua indenização, ou tiver o bem reposto. Desta forma, você vai precisar fazer novo seguro para o carro novo. Vale lembrar que, se o pagamento do seguro foi parcelado, então a seguradora pode optar por pagar a restituição somente quando a apólice for completamente quitada, ou então descontar o valor das parcelas que faltam do valor da indenização.

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Nos caso de furto do automóvel, se o mesmo for encontrado depois da seguradora ter pago a indenização, então o carro passa a ser propriedade da seguradora, que pode fazer dele o que bem quiser. Portanto, é bastante comum que antes sequer de pagar as indenizações, as seguradoras exijam do segurado a apresentação de certidões negativas de multas, comprovantes de pagamento de seguro obrigatório, assim como quitação de IPVA.

Seguro residencial Apesar da casa própria estar certamente entre os maiores investimentos que uma pessoa ou família podem fazer, são poucas as pessoas que se preocupam em fazer um seguro deste patrimônio. Além dos gastos com o imóvel, é preciso somar os gastos com reforma e principalmente móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos etc. Juntando tudo, temos uma fatia substancial do patrimônio da família, daí a importância de identificar o seguro certo, de forma a proteger adequadamente seus bens.

Mais barato do que se imagina Mas então como explicar o fato de que a maioria dos brasileiros não faz seguro residencial? A resposta é simples, diante de um orçamento cada vez mais apertado a maioria tenta reduzir os gastos ao máximo evitando despesas que não consideram essenciais. Diante do número de furtos de automóvel e acidentes de trânsito que estamos sujeitos nas maiores cidades do país é fácil de entender a preferência pelo seguro de carro.

Outra razão é a percepção de que estes seguros são caros, o que não é necessariamente verdade, já que o custo médio do seguro residencial é muito inferior ao do seguro de automóvel. Enquanto no seguro de automóvel a taxa de seguro varia entre 5-20% do valor do carro, no caso do seguro residencial a taxa varia entre 0,1% e 0,3% sobre o valor do imóvel.

Os seguros mais baratos oferecem cobertura mais limitada, somente para fogo, ou para fogo, roubo e danos elétricos. Como acontece em todas as modalidades de seguros, as companhias estudam os riscos associados com a apólice, como índice de criminalidade na região onde está o imóvel, estado de conservação do imóvel, etc.

Identifique suas necessidades Antes de mais nada, é preciso priorizar. Identifique os riscos a que seu imóvel está exposto e os bens que realmente necessitam cobertura para não pagar mais do que precisa. Por exemplo, que tipo de imóvel você tem: apartamento, casa térrea ou sobrado? Quais os riscos a que seu imóvel está exposto? Todas as seguradoras são obrigadas a oferecer uma cobertura básica cobrindo perdas contra raios, explosão ou incêndio, mas também existem coberturas opcionais, como é o caso da cobertura de alagamento. É o cliente que escolhe quais coberturas vai querer, quanto maior o número de coberturas maiores os gastos.

Para aqueles que moram em apartamento, por exemplo, a lei obriga o imóvel a ter seu próprio seguro, mas estes seguros são menos abrangentes, já que em geral não cobrem perdas que venham a acontecer em um só apartamento. Portanto, o melhor é contratar um seguro individual que cubra riscos mais específicos do seu imóvel, ou simplesmente só os bens materiais que você possui.

Para quem mora em prédio o seguro para cobrir gastos de terceiros pode ser particularmente útil. Imaginou a dor de cabeça se o vazamento do seu banheiro acabar infiltrando no andar de baixo, ou se o seu cachorro morder o carteiro? Para aqueles mais precavidos uma sugestão é o seguro para eventos raros, como queda de avião, colisão de veículo, ou até mesmo vendaval ou chuva de granizo.

O que fica de fora Como acontece em outros tipos de seguros, alguns danos no imóvel não são cobertos, como é o caso de falhas no projeto de construção ou desgaste de material usado na obra. Também são excluídos danos devido à má conservação do imóvel, desocupação por longo tempo, etc. Todas as exclusões deverão estar incluídas no contrato para evitar dúvidas e controvérsias caso você precise acionar o seguro.

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Como receber seu dinheiro Caso você precise acionar o seguro, a primeira providência a ser tomada é contatar a seguradora. A seguradora, por sua vez, deve enviar um técnico para fazer a perícia, de forma que você não deve providenciar reparos antes que a perícia seja concluída. Mesmo quando esta for concluída, é preciso conservar os bens avariados, já que estes passam a pertencer à seguradora. Não se esqueça de guardar os recibos, notas fiscais, e até mesmo certificado de garantia, pois em caso de furto fica mais fácil comprovar a posse do bem. Lembre-se que o valor da indenização definido na apólice equivale ao máximo que você pode receber. Isto significa que, apesar da apólice prever cobertura de até R$ 10 mil, você recebe o quanto gastar para repor os bens roubados ou danos causados no imóvel. Se a perícia estimar em R$ 5 mil os gastos é isso que você irá receber, e não os R$ 10 mil.

Vale lembrar que na renovação anual é possível obter descontos, que começam em 10% mas podem chegar a 30%, à medida que o tempo passa para os segurados que não receberam indenizações. As seguradoras, com isto, pretendem premiar não só os bons segurados, isto é, aqueles que não incorrem em perdas, como sua fidelidade, tempo em que têm apólices de seguro.

Cuidados que devem ser tomados Antes de fechar um seguro residencial é preciso levar em consideração algumas coisas como:

Identifique bens que estão cobertos pelo seguro e aqueles que necessitam cobertura adicional, como por exemplo, jóias e obras de arte.

Prepare uma lista detalhada com bens e aparelhos que serão cobertos pelo seguro, já que muitas seguradoras não realizam vistoria prévia e cabe a você assegurar que a lista detalhada seja anexada à apólice de seguro.

Em caso de vistoria acompanhe o técnico e anote em apêndice da apólice qualquer ponto que tiver causado divergência.

Cheque os valores de franquias (que é a parte paga pelo segurado em determinadas apólices) e o tempo de reembolso das indenizações.

Antes de acionar a seguradora compare o custo de reparo ou reposição com o da franquia, já que muitas vezes não vale a pena acionar a franquia. Lembre-se que na hora da renovação, a ausência de sinistro pode levar a seguradora a oferecer descontos de 10-30%.

Lembre-se que o valor de móveis e aparelhos eletrônicos muda todos os anos, portanto é preciso refletir estes aumentos no valor da indenização, isto pode ser feito na época da renovação, ou através de endosso, sempre que você julgar necessário.

Seguro de saúde Os seguros de saúde estão crescendo cada vez mais, em parte devido à falência do serviço de saúde pública, que não consegue dar conta das necessidades da maior parte da população. Cada vez mais, os gastos com plano ou seguro saúde são uma constante no orçamento do brasileiro. Com a aprovação da Lei dos Planos de Saúde em 1998, as operadoras de planos de saúde e seguradoras foram obrigadas a trabalhar com novos contratos, para garantir uma maior uniformização dos produtos e facilitar a escolha por parte do consumidor. Passados três anos de sua aprovação, a maioria das pessoas ainda se sente perdida na hora de escolher o seu plano de saúde.

Plano ou seguro saúde? Em primeiro lugar, é preciso entender qual a diferença entre um plano e um seguro de saúde. Se você quer ter liberdade de escolha de médicos e hospital, os seguros são mais indicados, pois com eles é possível consultar médicos e entidades que não sejam conveniadas, o que já não acontece nos planos de saúde.

Apesar de reembolsarem gastos médicos em todo o país, o valor reembolsado vai depender do tipo de seguro que você escolheu. Infelizmente, na maioria dos casos o custo das consultas aumentou mais do que o valor de reembolso. Desta forma, apesar do seguro permitir maior flexibilidade na escolha do médico de sua preferência, ainda é mais econômico optar pelos médicos conveniados, pois o reembolso é total.

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Ao contrário das administradoras de planos de saúde, que podem ser hospitais, cooperativas de médicos ou empresas de medicina de grupo, as seguradoras podem trabalhar com estes profissionais, mas não podem administrar diretamente hospitais ou clínicas médicas.

O que mudou com a Lei dos Planos de Saúde Com a nova lei, tanto as seguradoras quanto as administradoras de planos foram obrigadas a trabalhar com novos contratos, passando a oferecer basicamente dois tipos de planos.

Planos de referência: oferecem uma cobertura mais completa (consultas, exames, hospitalar e obstetrícia) para todas as doenças listadas pela Organização Mundial de Saúde;

Planos segmentados: ao contrário dos planos de referência, que são mais completos, estes planos não são tão completos e tendem a se especializar em alguns segmentos. Existem quatro tipos de planos segmentados: ambulatorial, hospitalar, hospitalar com obstetrícia e odontológico.

A Lei também estabelece que só serão aceitos aumentos por faixa etária aos 18, 30, 40, 50, 60 e 70 anos, sendo que a diferença entre a primeira e a última faixa não pode ser de mais de seis vezes. Além disso, o contrato deve estabelecer os percentuais de reajuste para cada uma das faixas, permitindo que o consumidor planeje seus gastos.

A Lei dos Planos de Saúde era bastante clara: a decisão de migrar para os novos planos era exclusiva do consumidor, que poderia optar pela manutenção dos planos antigos. Contudo, no final de julho deste ano, uma nova medida provisória propunha alterações na Lei dos Planos de Saúde, obrigando o consumidor a migrar para os novos planos até o final de 2003. Depois desta data o consumidor teria que negociar diretamente com a administradora do plano, ficando a mercê dos seus termos e condições.

Depois de ser pressionado por inúmeras associações de defesa ao consumidor, o governo foi obrigado a voltar atrás, propondo que os pontos mais polêmicos da medida, como a obrigatoriedade de migrar, fossem excluídos e transformados em projeto de lei. Desta forma, o consumidor que estiver satisfeito com os termos e condições do seu plano pode optar por mantê-lo. Vale lembrar que alguns dos contratos antigos não cobrem doenças cardiovasculares ou câncer, enquanto os novos contratos são obrigados a dar este tipo de cobertura.

Cuidados na hora de migrar Se, por outro lado, você está insatisfeito e prefere mudar para um dos novos planos, lembre-se que tem direito a aproveitar a carência já cumprida, isto é, não é permitida a recontagem de carência. A medida provisória do final de julho deste ano, que pretendia mudar a Lei dos Planos de Saúde, estabelecia que, ao migrar, o consumidor adotaria um plano especial de adesão no qual a carência cumprida também seria válida para as doenças preexistentes.

A medida também previa um percentual único de reajuste das mensalidades para os consumidores no momento da migração para o novo plano, contudo este percentual não foi anunciado, o que deixa o consumidor em uma situação de certa vulnerabilidade. Diante de tantas incertezas, as entidades de defesa ao consumidor continuam recomendando os consumidores aguardem mais um pouco antes de optar pela migração.

Escolhendo o seu plano de saúde As mensalidades dos planos de saúde dependem não só do seu perfil de risco, como também das coberturas a que você quer ter direito. Desta forma, a primeira coisa a fazer é determinar quais coberturas são absolutamente necessárias. Você está pensando em ter filhos? Você quer cobertura hospitalar?

Planos de referência: para aqueles que querem cobertura máxima, os planos de referência certamente são a melhor opção, mas como era de se esperar isto tem seu preço e estes tendem a ser os planos mais caros. Portanto, se você não tem como arcar com estes custos, o melhor é identificar suas necessidades e combinar alguns planos segmentados, permitindo uma garantia mais ampla sem custos exagerados. Por exemplo, para um jovem solteiro a melhor opção pode ser a combinação de um plano ambulatorial com um hospitalar. Enquanto para mulheres em idade fértil o melhor pode ser a combinação do plano obstétrico com o ambulatorial.

Plano ambulatorial: esta pode ser a melhor opção para quem não quer gastar muito, mas como não inclui opção de internação hospitalar. Porém, o barato pode acabar saindo caro se

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você precisar ser internado, já que os maiores custos são exatamente os de internação. Em geral, as pessoas com crianças pequenas preferem este tipo de plano, pois a maioria dos gastos com saúde tende a ser consultas de controle preventivo, como consultas ao pediatra.

Plano hospitalar: oferece cobertura para internações em hospital seja quarto comum ou UTI, sem limite de prazo. Também cobre gastos com médicos e despesas de enfermagem, assim como exames, medicamentos, transfusões, enquanto durar a internação, assim como os gastos com tratamento de quimioterapia e radioterapia. Não são cobertos gastos com internação em clínica de emagrecimento, assim como asilos para idosos.

Plano obstétrico: além do atendimento durante a gravidez o plano também dá cobertura ao recém nascido por 30 dias, assim como cobre gastos com possíveis problemas no pós-parto da mãe.

Plano odontológico: inclui despesas com dentistas, que vão desde gastos com consultas, exames, procedimentos preventivos, cirurgias orais e colocação de aparelhos, entre outros.

Carências e reajustes Com algumas exceções, como nos gastos com partos e de emergência, que a carência é de 10 meses e 24 horas, respectivamente, nos demais casos a carência é de, no máximo, seis meses. A diferença com relação às outras modalidades de seguro é que nos seguros de saúde a renovação é automática, sendo que o cancelamento unilateral é proibido. Em caso de reajuste, o consumidor só deve arcar com os novos preços se o reajuste for aprovado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Alguns consumidores, preocupados com o risco de terem seus contratos cancelados, acabam arcando com reajustes não autorizados, porém, nestes casos o melhor é que você continue pagando o seu plano com base no valor não ajustado. Não se preocupe com o risco de inadimplência, pois a ANS não considera inadimplente o consumidor que optar por não pagar ajustes não autorizados.

A ANS permite a rescisão e suspensão do contrato em casos de inadimplência por mais de 60 dias, consecutivos ou não, durante o ano de vigência do contrato. Mesmo assim, a seguradora deve informar o segurado quando tiver passado 50 dias de que está em situação irregular, se nada for feito até completar o prazo de 60 dias, aí então a apólice poderá ser cancelada.

Seguro de vida Como qualquer outro tipo de seguro, o seguro de vida cobre um risco. Enquanto o seguro de automóvel cobre o risco de você ter o carro roubado ou batido, o de vida cobre risco de você vir a falecer e deixar alguém desamparado financeiramente. É exatamente por isso que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o seguro de vida não é recomendado para pessoas idosas, mas sim para as mais jovens que ainda não acumularam o suficiente.

Quanto custa A resposta a esta pergunta depende do valor que será pago como indenização e, como nos demais casos, do risco em que este evento venha a acontecer. Como o seguro é acionado em caso de falecimento ou invalidez, pessoas com saúde frágil, fumantes, ou esportistas que correm riscos exagerados, em geral pagam mais pelas suas apólices de seguro. Da mesma forma, quanto mais idoso for o segurado maior o risco e isto é refletido no custo do seguro.

Cobertura Em geral, a maioria das apólices oferece cobertura para morte natural, por acidente, assim como invalidez por acidente. A renovação é feita automaticamente e a cobertura garantida enquanto os pagamentos forem efetuados. Quanto à indenização, ela em geral é paga integralmente caso um dos eventos acima venha a acontecer com o segurado.

Contudo, desde março deste ano foram introduzidos os seguros de vida resgatáveis, também conhecidos como VGBLs. Estes seguros na verdade funcionam como um plano de previdência, pois permitem que o segurado "resgate" em vida o valor pago, mais um reajuste. A data de regate é determinada por contrato e não precisa coincidir com a aposentadoria do segurado. Vale lembrar que, em geral, existe uma carência de seis meses, antes da qual não é possível resgatar os valores aplicados. Para maiores detalhes sobre estes seguros não deixe de conferir nosso Guia de Previdência Privada.

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Indenização A grande dúvida nestes casos é como determinar o valor da indenização. Para determinar o valor do seu seguro de vida, você precisa estabelecer quanto você gostaria de deixar em herança para seus dependentes. Para isso, calcule as despesas correntes da sua família, estabeleça um prazo para cobertura destas despesas.

Afinal, o seguro não tem como objetivo garantir uma renda perpétua, mas dar condições para que a sua família consiga se restabelecer. Se seus filhos já são adolescentes as necessidades são menores, pois em breve eles podem se sustentar trabalhando, já no caso de filhos abaixo dos cinco anos a situação é diferente, já que é possível que sua esposa não possa trabalhar, pois tem que cuidar das crianças.

Feito isso, você deve estimar o valor do seu patrimônio, isto é, quanto acumulou até o momento. Mas lembre-se que alguns bens não poderão ser vendidos, como sua casa, portanto estime seu patrimônio já excluindo bens ou valores que não poderão ser usados para garantir uma renda familiar. A diferença deve ser o valor do seu seguro.

Outra forma para calcular é estipular a indenização como se fosse um múltiplo do salário do falecido, ou seja, 24 salários, o que dá para a família dois anos para se reestruturar, visto que o orçamento familiar permanecerá intacto. Não existem regras específicas e fica a cargo do segurado definir o que é melhor para as suas necessidades.

À medida que o tempo passa e você acumula um patrimônio maior, sua cobertura de seguros deve diminuir. Lembre-se que seguro não é para sempre, quando você tiver acumulado o suficiente em bens e planos de previdência para garantir sua família talvez esteja na hora de cancelar o seguro de vida. O dinheiro economizado pode ser usado para aumentar suas economias, através de aplicações, ou porque não para consumo próprio?

Lembre-se que seguro é para quando você precisa cobrir um risco, portanto quanto menor o risco menor o seguro. Você faria um seguro de carro se não tivesse risco de bater? O mesmo raciocínio vale para o seguro de vida. Se você já acumulou o suficiente, o risco financeiro de você vir a falecer cai bastante, portanto pode estar na hora de cancelar o seguro.

Quando vale a pena? Quando falamos de pessoas mais jovens estamos nos referindo somente àquelas que tem dependentes. Portanto, se você tem vinte e poucos anos e não é casado e não filhos o seguro talvez não seja a melhor opção. Neste caso o melhor é poupar, isto é, investir o seu dinheiro de forma a aumentar suas economias.

Por outro lado, se você já é casado e tem filhos, a situação muda. Caso algo acontecer com você, sua família pode vir a passar necessidade. Neste sentido, a decisão de comprar um seguro de vida deve ser tomada com base na sua situação financeira. Se você já acumulou o suficiente, em caso de fatalidade é possível manter o padrão de vida da sua família, seja através da venda dos seus bens, ou da renda recebida com as suas aplicações, e então o seguro de vida não é tão necessário.

Previdência ou seguro? Algumas pessoas se confundem na hora de escolher entre um seguro de vida ou um plano de previdência privada. Os dois produtos são bastante distintos e devem ser visto como complementares, e nunca como excludentes. O plano de previdência deve ser visto como uma poupança de longo prazo, isto é, faz parte de sua estratégia de investimento. Já o seguro de vida não é um investimento, mas uma cobertura de risco.

Os recursos acumulados com a previdência devem ser vistos como o pé de meia que você precisa acumular para se aposentar. Desta forma, quanto mais próximo de se aposentar, maior será o pé de meia, e menor a necessidade de um seguro. Por outro lado, para os mais jovens este pé de meia pode não ser suficiente para sustentar a família em caso de falecimento ou invalidez, de forma que o seguro é um complemento indispensável.

Se você ainda não acumulou o suficiente, a melhor opção é combinar os seguros de vida com planos de previdência, e os seguros resgatáveis podem ser a melhor opção.

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Vida ou Acidente? Outra dúvida freqüente é a de se é mais interessante fazer um seguro de vida ou um de acidentes. Antes de mais nada, é preciso entender a diferença entre eles. O seguro de vida cobre riscos de morte acidental ou natural e invalidez por acidente ou doença. Já os seguros de acidente cobrem os riscos de morte ou invalidez por acidente.

Muitas pessoas acabam optando pelo seguro de acidentes, que é mais barato, mas também tem uma cobertura mais restrita e seu preço não muda de acordo a idade, ao contrário do seguro de vida, que aumenta com o tempo. Na opinião de alguns especialistas do setor, para os jovens o custo dos dois produtos é praticamente equivalente, pois é baseado no risco do segurado vir a falecer. Como o risco de falecimento é baixo, o maior componente refere-se ao acidente.

Neste sentido, os seguros de acidente são mais recomendados para os jovens sem dependentes. Por outro lado, o valor do seguro de vida deve diminuir à medida que a pessoa envelhece, pois em geral suas economias aumentam, diminuindo o risco de que sua família venha a necessitar em caso de falecimento.

Fonte: Infomoney

Guia do Planejamento Orçamentário

Introdução Para onde vai seu dinheiro Dicas de como planejar suas contas Por que a inflação compromete seu orçamento Saindo do vermelho Por que é tão difícil poupar

Introdução Contabilizar os gastos pessoais é coisa que a maioria das pessoais deixa de fazer todos os meses. Uns por pura preguiça; outros porque acham que administrar as contas é realmente impossível. Saber para onde vai seu dinheiro é essencial para quem deseja economizar dinheiro e colocar a casa em ordem. As pessoas mais bem sucedidas financeiramente são aquelas que têm um ótimo controle de suas contas e sabem para onde vai boa parte do dinheiro gasto.

Este guia tem como objetivo ajudar na sua educação financeira, de forma que você aprenda aos poucos que o controle orçamentário não precisa ser algo chato e maçante, mas sim algo que lhe ajude a realizar, mais rápido, seus sonhos de consumo.

Para onde vai seu dinheiro Só existe uma maneira de conseguir poupar: gastar menos do que você ganha. Se na sua conta bancária não sobra nenhum real no final do mês, você tem duas opções. Ou cortar despesas, ou aumentar as receitas. Certamente a forma mais fácil é reduzir os gastos, mas para saber quanto é possível economizar todos os meses, a melhor dica é elaborar uma planilha de receitas e despesas, relacionando os principais gastos mensais.

Preparar uma planilha de controle de gastos é a solução encontrada pela maioria das pessoas que controla o seu orçamento. O grau de sofisticação da planilha vai depender das suas necessidades, muitos optam por construir uma planilha em Excel, outros preferem a compra de softwares especializados, que oferecem vários recursos de acompanhamento das contas.

Mesmo quem não dispõe do programa para controlar os gastos pode fazer uma planilha simples no Excel. Basta criar duas colunas relacionando as receitas e as despesas para calcular o saldo final do mês. O segredo é dividir em categorias, como alimentação, aluguel,

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roupas, celular, gastos com o automóvel, lazer, etc. Dessa forma, você saberá quanto está gastando com cada categoria. Para facilitar sua vida, o Bradesco Universitário disponibilizou um simulador online, que pode ser acessado através do link ......

No final dessa tarefa, vale a pena dividir todos os grupos de gastos pela sua receita e descobrir as porcentagens de cada categoria. Se você mora sozinho, tem preguiça de cozinhar e acaba comendo pizza todo os dias, pode acabar gastando mais de R$ 100 só com este tipo de alimentação. Considerando que você ganhe um salário de R$ 1.000, neste caso, 10% de sua renda está sendo direcionado para gastos com alimentação.

Por outro lado, quem não economiza nada no final do mês, mas gasta R$ 150,00 com uma academia de ginástica e ganha R$ 1.000,00, compromete 15% do orçamento com esse grupo de gastos. Um exagero! Vale a pena encontrar uma forma mais barata de se manter em forma.

Quem quiser colocar as contas em ordem e saber para onde está indo seu dinheiro deve ter disciplina para acompanhar os gastos. É trabalhoso e às vezes é bastante chato, mas certamente o resultado irá recompensar o tempo perdido durante o mês. À medida que você for controlando a sua vida financeira, os benefícios começarão a aparecer. Cuide de seu dinheiro, pois somente você sabe o quanto é difícil ganhá-lo durante o mês. À medida que você for controlando a sua vida financeira, os benefícios começarão a aparecer.

Dicas de como planejar suas contas Comer nhoque todo dia 29 do mês, colocar uma nota de um dólar na carteira durante a noite de Ano Novo, assim como outras simpatias para ganhar dinheiro, têm uma coisa em comum: não deixam ninguém rico de um dia para outro. Recorrer a crendices populares infelizmente não é a saída para colocar ordem em suas contas e juntar dinheiro. Existem conselhos muito mais úteis para aprender a administrar de forma mais eficiente as suas finanças. Confira as cinco dicas abaixo e descubra como é fácil organizar sua vida financeira: a) Gaste menos do que você ganha: O único modo de conseguir a independência financeira e alcançar seus objetivos é economizando. No dia em que você receber seu salário, reserve pelo menos 10% para investir. Pense que você terá apenas 90%, ou menos, para gastar durante o resto do mês. Essa estratégia é muito mais eficiente do que esperar o mês acabar e dar uma olhada no que sobrou. Normalmente nunca sobra nada! Existem duas formas de se conseguir economizar. A primeira é ganhar mais dinheiro, trabalhando mais tempo, fazendo bicos no final de semana ou exercendo uma atividade mais rentável; a segunda, mais simples, é diminuir seus gastos, até que você consiga reservar no mínimo 10% de seu salário todos os meses.

b) Controle seus gastos: Não deixe que seu dinheiro vá embora todo mês com coisas inúteis. Valorize seu trabalho e gaste seu salário de forma mais racional. Ninguém está pedindo para que você se torne um pão-duro, um muquirana. Muita gente leva tão a sério o hábito de poupar que chega a ficar paranóica com isso. Tente controlar seus gastos melhor e descubra para onde está indo seu dinheiro, pois assim fica mais fácil saber o que pode ser cortado da planilha. c) Aprenda a investir seu dinheiro: Por ignorância e preconceito, milhões de brasileiros deixam de ganhar muito dinheiro por não saberem qual a melhor forma de aplicar seus recursos. Ao contrário do que parece, investir seu dinheiro não requer um conhecimento muito amplo de economia nem do mercado financeiro. O ideal é que você busque informações atualizadas em jornais e sites financeiros, sem deixar de consultar especialistas da área. d) Evite dívidas desnecessárias: Animados com o primeiro salário, muitos jovens acabam aproveitando-se da facilidade dos crediários e quando menos percebem já estouraram o cheque especial, não têm como pagar o valor mínimo da fatura do cartão, ou simplesmente têm mais prestações do que o salário comporta. Este é o primeiro passo para quem quer perder o controle da sua vida financeira. O cheque especial e o cartão de crédito devem ser vistos como uma forma de planejamento do seu fluxo de caixa e não como uma renda adicional com a qual pode contar. Pagar com cartão pode ser interessante se você conseguir parcelar sem juros, e porque ao adiar o pagamento você pode, por exemplo, deixar o seu dinheiro aplicado por mais uns dias. É isto que chamamos planejamento do seu fluxo de caixa! Cuidado com as ofertas enganosas de crediário a juro zero. Só compre a prazo quando os juros estiverem atrativos, ou quanto realmente não houver diferença de preço entre a

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compra à vista. e) Estabeleça objetivos claros: Economizar para poder investir só faz sentido se você está planejando alguma coisa no futuro. Quando poupamos e aplicamos num fundo, estamos deixando de consumir no presente para receber uma quantia maior de dinheiro no futuro. E é por isso que investimos nosso dinheiro. Para receber mais depois. No entanto, para conseguir deixar de consumir no presente é preciso ter muita força de vontade. Estabelecer objetivos claros, como uma viagem ao exterior, um carro novo ou simplesmente a compra da casa própria, também ajuda, pois dá um estímulo a mais para você economizar. Por último, lembre-se que realizar um sonho custa caro, porém com disciplina e organização é possível realizá-los antes do esperado. Como diz o velho ditado, o importante não é economizar muito, mas economizar sempre!

Porque a inflação pode acabar comprometendo o seu orçamento Mesmo as pessoas que planejam suas contas com bastante cuidado, podem acabar sendo surpreendidas por um aumento dos gastos no final do mês. Se não aconteceram gastos extraordinários durante o mês, este aumento reflete nada menos do que a inflação no seu orçamento. Apesar da inflação ter caído de forma dramática desde a entrada em vigor do Plano Real, em agosto de 1994, a verdade é que em termos anuais ela ainda é significativa e seu impacto no orçamento não deve ser esquecido. O impacto corrosivo da inflação no seu orçamento mensal é o que os jornais chamam de "perda de poder aquisitivo".

Por que a inflação do orçamento não bate com a anunciada? Quem já não ouviu comentários do tipo "o governo diz que a inflação foi de tanto, mas a verdade é que os preços subiram muito mais". Isto não significa que o governo esteja manipulando os preços, mas simplesmente que os índices de inflação que você está acostumado a ouvir (IPC, IPCA, IGP etc.) acompanham a variação nos preços de um conjunto de produtos e serviços específicos, que podem não ser os mesmos que você consome. Para que o aumento de suas despesas seja exatamente igual à variação dos índices de inflação, seria preciso que a distribuição de suas despesas fosse igual ao peso atribuído a esse tipo de gastos na construção dos índices, e que os produtos que você consome sejam os mesmos que os utilizados na coleta dos índices. Como é quase impossível que isso aconteça, fica fácil entender porque o aumento das despesas da sua família nunca será igual à variação dos índices de inflação oficiais.

Como evitar a perda de poder aquisitivo Agora que você está mais familiarizado com os índices de ajuste de preços, é importante entender como suas receitas devem ser reajustadas com o tempo. Isso porque, quanto maior a diferença entre o ajuste das suas receitas e o aumento das suas despesas, maior será a deterioração do seu "poder aquisitivo".

Infelizmente para conseguir manter seu poder aquisitivo, a melhor alternativa é limitar o aumento dos seus gastos à taxa de crescimento das suas receitas. Outra possibilidade seria simplesmente aumentar a taxa de crescimento de suas receitas, que pode ser feito através da busca de fontes adicionais de receitas (bicos ou horas extras) ou através do aumento da rentabilidade das receitas atuais. Por exemplo, se você está aplicando seu dinheiro no longo prazo não faz sentido deixar o dinheiro na poupança, porque não aplicar em fundos mais lucrativos?

Exemplo prático do impacto da inflação no orçamento De forma a ilustrar nossa discussão sobre o impacto da inflação no seu orçamento com base em dois cenários distintos. Em ambos assumimos um rendimento mensal de R$ 1.000 e despesas de R$ 750, o que implica em uma capacidade de poupança mensal de R$ 250. A diferença é que, enquanto no primeiro caso o rendimento da família cresce a uma taxa de 5% ao ano frente a um aumento das despesas de 7,5%, no segundo caso ocorre o inverso e as despesas crescem a 5% ao passo em que as receitas aumentam 7,5% ao ano.

A tabela abaixo compara a evolução da poupança ou déficit mensal de cinco em cinco anos durante os próximos quinze anos. Como podemos facilmente verificar, um aumento desproporcional das despesas frente às receitas pode acabar levando a família a sair de uma

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situação em que é capaz de economizar todos os meses para outra em que tem dificuldades para cobrir os gastos, chegando inclusive a ficar no vermelho.

Cenário 1 Cenário 2

Taxa de ajuste anual: Taxa de ajuste anual: Receitas 5,0% e Despesas 7,5% Receitas 7,5% e Despesas 5,0%

Período Poupança/(Déficit) Poupança/(Déficit)

Hoje 250 250

Em 1 ano 244 288

Em 3 anos 226 374

Em 5 anos 200 478

O exemplo acima deixa evidente porque é tão importante manter algum tipo de controle orçamentário. Por mais que você se esforce em controlar os gastos, são comuns as situações em que eles acabam saindo do seu controle. Afinal, os reajustes parecem sempre ficar muito acima do reajuste do seu salário, corroendo aos poucos o poder aquisitivo da sua família.

Somente através de um controle detalhado das despesas mensais é que você poderá verificar se eles estão crescendo rápido demais e se existe alguma alternativa para reverter esta tendência. Em épocas de folga orçamentária não caia na tentação de aumentar o consumo e aproveite para poupar. Os rendimentos destas aplicações financeiras podem ajudá-lo a diminuir a perda de poder aquisitivo decorrente de um aumento da inflação.

Saindo do vermelho: como renegociar suas dívidas Muitas pessoas com problemas financeiros acabam recorrendo ao cartão de crédito e/ou cheque especial, e quando percebem estão atoladas em dívidas! Ainda mais dramática é a situação das pessoas que levantam novos financiamentos para pagar dívidas correntes, ou seja, emprestam dinheiro em financeiras ou bancos, para pagar a dívida do cartão ou do cheque especial.

Como o número de consumidores inadimplentes vem aumento muito, muitas instituições (financeiras, bancos, operadoras de cartão, crediários) estão adotando medidas mais flexíveis de renegociação de dívidas, visto que as brigas na Justiça acabam saindo mais caro para ambas as partes. Se você está pensando em renegociar suas dívidas, provavelmente vai se interessar por algumas dicas que selecionamos para ajudá-lo nas suas negociações: a) Procure resolver o problema logo no início: Assim que você perceber que a situação está ficando difícil e você ver que não vai conseguir continuar pagando as suas dívidas, procure logo o credor e exponha a sua situação. Seja direto com ele e explique o que está acontecendo, pois a única coisa que interessa a ele é receber o dinheiro de volta. b) Ganhe tempo na negociação: Ao negociar o pagamento dos débitos com o credor, seja bem claro em relação às suas condições financeiras e tente ganhar o maior tempo que você puder. Alongue o prazo da sua dívida ao máximo, parcele em 12 ou 24 vezes para que você possa acomodar este gasto com folga no seu orçamento. c) Evite ajuda de intermediários: Procure sempre negociar direto com o seu credor e evite transações com intermediários, como empresas de cobrança. Estas empresas dificilmente estão dispostas a flexibilizar a dívida, já que elas ganham uma comissão sobre o valor recebido dos clientes. Deste modo, o máximo que você vai conseguir é uma parcela ainda maior. d) Negocie a taxa de juros: A taxa de juros é totalmente negociável, portanto não aceite a primeira proposta do credor, mas também não espere que ele vá aceitar descontos excessivos. Vale lembrar que a lei não permite a cobrança de juros por atraso no pagamento de dívidas superior a 2% ao mês. Não deixe de solicitar os demonstrativos do saldo devedor para verificar tudo o que está sendo cobrado. e) Utilize o dinheiro das férias: Que tal utilizar o dinheiro das suas férias para quitar os seus débitos? Se você tiver a oportunidade, não deixe de utilizar este recurso para negociar o pagamento à vista das suas dívidas, dando prioridade àquelas que possuem encargos mais altos, como as de cartões de crédito e cheque especial. Lembre-se que por estar pagando à vista, a empresa deverá lhe conceder descontos como forma de compensar os juros e multas que seriam cobrados. f) Exija o estorno de juros e multas cobrados indevidamente: Como mencionamos

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anteriormente, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), os valores cobrados a título de juros e multas não podem exceder a 2%, o que dá a você o direito de pedir o estorno de eventuais cobranças que tenham ficado acima do determinado. Não aceite pagar outras taxas de serviços como, por exemplo, honorários advocatícios ou despesas de cobranças, pois estes pagamentos só são obrigatórios se você estivesse participando de um processo judicial e necessitasse de um advogado. Seu nome protestado Talvez você não saiba, mas as empresas podem protestar o seu nome em órgãos como a Serasa, SPC, etc, como forma de restringir as suas transações bancárias. Deste modo, assim que você formalizar um acordo com o seu credor, ou seja, negociar o pagamento de suas dívidas, você deve pedir para que ele tire o seu nome da lista de consumidores inadimplentes destes órgãos.

O melhor nestes casos é tomar coragem e partir para a renegociação sozinho, sem a interferência de intermediários. Caso necessite de aconselhamento, ou não se sinta preparado para entrar em uma renegociação só saiba que pode contar com o serviço gratuito oferecido pelo Serasa e pela ACSP.

A Serasa é uma das maiores empresas de análises e informações econômico-financeiras e cadastrais do país e atua na área de proteção ao crédito. A instituição oferece um serviço gratuito de informações e auxílio ao consumidor inadimplente com nome sujo na praça. Para entrar em contato com a entidade, basta comparecer em uma das unidades da instituição em posse do seu CPF. O telefone do Serasa para dúvidas é (11) 5591 0137.

Outra associação que oferece serviços gratuitos ao consumidor é a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), bastando dirigir-se com RG e CPF em mãos à sede da entidade no endereço: Ladeira General Carneiro, 79, região central de São Paulo. O horário de funcionamento é de segunda à sexta das 8h30 às 17h30 e sábados das 8h30 às 12h

Por que é tão difícil poupar? Para muitos, poupar é tão difícil quanto começar uma dieta, parar de fumar ou praticar exercícios freqüentes. O mais interessante é que esta dificuldade muitas vezes independe do salário recebido, ou seja, os gastos aumentam na mesma proporção em que as pessoas recebem aumentos salariais. Para entender este fenômeno é preciso analisar, com cuidado, porque é tão difícil poupar. a) Adiando um sonho de consumo: O que é melhor: comprar hoje aquele celular que você tanto quer, ou guardar o dinheiro para juntar um pé de meia? Mesmo diante das incertezas atuais, a grande maioria prefere a satisfação de um sonho realizado do que a segurança de um futuro mais tranqüilo. A razão para isso é muito simples, em uma sociedade de consumo como a nossa. Aquilo que era supérfluo há poucos anos atrás, hoje é visto como essencial. Em resumo, poupar significa gastar menos do que seu salário permite, implica em sacrifícios e esforços que poucas pessoas estão dispostas em fazer. b) Porque é tão fácil ficar endividado: Ainda mais preocupante que a dificuldade que as pessoas tem em poupar é a facilidade que tem em se endividar. Desde o Plano Real ficou mais fácil obter financiamentos, o que acabou levando algumas pessoas a comprometer uma grande parcela de seu orçamento com financiamento de bens que até pouco tempo não eram tão essenciais. O que estas pessoas se esqueceram é que ao deixarem de poupar e comprometerem boa parte do orçamento com dívidas, elas não se prepararam para uma eventualidade, como perder o emprego, necessidade de internação, reformas na casa, etc. Desta forma, não é preciso mais do que poucos meses para uma pessoa que gozava de um padrão relativamente bom se ver diante de uma dívida crescente. c) Quando poupar é a melhor opção: Ao contrário do que muita gente pensa, sempre que você quiser comprar algo para o qual não tem dinheiro suficiente, o melhor não é entrar em longos financiamentos, mas sim poupar. Porque será que as pessoas têm tanta dificuldade em guardar dinheiro, mas não pensam duas vezes ao comprometer 40-50% do seu salário com prestações eternas para a compra de um carro, de uma televisão, ou até mesmo de um celular. Com os juros nos níveis atuais, não vale a pena financiar, pois ao quitar sua dívida você provavelmente pagou pelo menos duas ou mais vezes do que gastaria no pagamento à vista. Assim, o melhor certamente é poupar o dinheiro da prestação, atrasar a compra por alguns meses e obter um desconto na compra à vista. d) Como começar a poupar: Assim como não há dietas milagrosas que não envolvam

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sacrifícios, não existe uma regra de ouro para se começar a poupar que não leve a um aperto de cinto. Analise com cuidado seu orçamento, de forma a identificar áreas onde possa cortar gastos, não se esqueça que é preciso força de vontade para abrir mão de alguns gastos supérfluos. Assim como na dieta, começar a poupar exige uma mudança de atitude, é preciso perseverança. Mas pense no resultado, nos ganhos de uma aposentadoria tranqüila. Lembre-se que poupar é o primeiro passo para uma estratégia de investimento bem sucedida!

Fonte: Infomoney