matéria de saúde - 16ª edição

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COLUNA VERTEBRALAtualização constante em cirurgia Dr. Fernando Sanchis

Índice EDITORIALÉ durante as festividades de final de ano

que aflora o espírito solidário. Ficamos mais sensitivos, somos obrigados a fazer um balan-ço que sempre é positivo. São mais motivos para comemorar, porque os verdadeiros valores da vida não são materiais. Por isso, nesta última edição do ano convidamos os leitores a pensar sobre o trabalho voluntário. Sabemos que cada um de nós tem o desejo de ajudar o outro. Contamos alguns relatos de pessoas que dedicam parte do seu tempo para ajudar os outros. O trabalho voluntário faz bem principalmente para quem realiza. A sensação de poder ajudar o outro é muito gra-tificante. O olhar sobre a vida muda a partir desta experiência. Nesta edição acompanhe a reportagem especial sobre doação de tempo, que faz parte da última etapa da Campanha Doe-se, promovida pela Revista Matéria de Saúde. Afinal, nós também temos que dar o exemplo e incentivar a responsabilidade social. Selecionamos várias outras matérias sobre alimentação, exercício físico, tratamen-tos modernos e muito mais....

Boa leitura e até janeiro!

Expediente

Novembro - 2012 - Ano III - 16a EdiçãoCirculação: 5000 Exemplares Jornalista Responsável: Roselaine Vinciprova (MTB 11043)

* Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da revista Matéria de Saúde e são de inteira responsabilidade dos autores. * Procure o seu médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis na revista Matéria de Saúde possuem apenas caráter educativo.

Coordenação: - Roselaine Vinciprova - [email protected] Tadeu Battezini - [email protected]

Fone: 51 3041.2333 e-mail: [email protected]

Comercial: Tadeu Battezini - [email protected] Santos - [email protected] Colaboração: Kamyla Jardim - [email protected] Junges - [email protected] Delazeri - [email protected] Matéria de Saúde é uma publicação bimestral da TRCOM. Todos os direitos reservados.

ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIAA artrose da mãoDr. Leonardo Bayer

REPORTAGEM ESPECIALDoação de tempo

CIRURGIA PLÁSTICACirugia de redução de seiosDr. Ricardo Lodeiro06

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NUTRIÇÃOA soja e seus derivados

PROFISSIONAIS QUE COLABORARAM COM ESTA EDIÇÃOFernando Sanchis (CRM 25665), Ricardo Lodeiro (CRM 18066), Carlos Da Ros (CRM 16962), Carlos Mottin (CRM 09146), Sandra Fagundes (CRN2 8903), Renato Bender Castro (CRM 16838), Leliliane Lopes (CRFa 9328-RS), Leticia Teixeira (Crefito 5 9108/TO), Marcelo Tafas (CRM 26364)), Leonardo Bayer (CRM 25.062) e Eneida Kompinsky (Cremers 15849).

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A medicina é uma ciência em constante evolução. Diariamen-te novas pesquisas têm início e

grandes descobertas são anunciadas nas mais diversas áreas. Na ortopedia não é diferente. Novas e modernas técnicas de diagnóstico e tratamento surgem a cada dia. A área de cirurgia da coluna vertebral e de tratamento intervencionista da dor vertebral é sem dú-vida a especialidade da ortopedia que mais apresenta novidades e opções aos pacientes e médicos.Toda essa modernidade se deve ao fato de que o número de pessoas atingidas por patologias da coluna é cada vez maior e mais frequente, levando à necessidade de novos e eficazes tratamentos.

Com o aumento da longevidade, vemos que cresce a importância de um diagnóstico precoce, evitando assim que doenças tratáveis em pacientes relativamente jovens evoluam para patologias muito avançadas na terceira idade, de difícil tratamento (com riscos bem maiores) e com resultados parciais. A busca constante por novas técnicas e atualização deve ser um dos objetivos do cirurgião res-ponsável e preocupado com seus pacientes.

Estive presente no Congresso Europeu de Coluna Vertebral (EUROSPINE) durante o mês de outubro de 2011, em Milão - Itália, sendo esse considerado um dos mais impor-tantes encontros mundiais de atualização e novas tecnologias da especialidade.

A cirurgia minimamente invasiva da coluna vertebral é o foco atual de nosso trabalho, trazendo aos nossos pacientes o que há de mais moderno e seguro nos pro-cedimentos para o tratamento das doenças da coluna vertebral.

Entretanto, para alcançarmos os me-

lhores resultados, a constante atualização e treinamento deve ser o objetivo do cirurgião responsável. Geralmente buscamos essa atualização em congressos, cursos, simpó-sios, treinamentos específicos direcionados a alguma técnica especial e jornadas da área.

Também participei, em agosto deste ano, do III World Congress of Minimally Invasive Spine Surgery and Techniques, na Praia do Forte/Bahia. Nos últimos 12 meses foram mais de sete eventos de nível internacional, no país e no exterior, a respeito do tema – Cirurgia da Coluna Vertebral – o que tem garantido a nossos pacientes acesso à mo-derna tecnologia disponível mundialmente e, consequentemente, a excelentes resultados clínicos.

Atualização constante em cirurgiaA busca por novas técnicas e atualização deve ser um dos objetivos do cirurgião responsável e preocupado com seus pacientes

Geralmente buscamos essa atualização em congressos, cursos, simpósios, treinamentos específicos direcionados a alguma técnica especial e jornadas da área.

Fernando Sanchis

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Quando a redução de seios está indicada?Existem indicações estéticas e não es-

téticas. As não estéticas correspondem aos casos em que as mamas provocam proble-mas no dia-a-dia das pacientes. Uma destas indicações é o caso de gigantomastia, onde o tamanho do seio se torna responsável por vários incômodos (além da estética), como por exemplo as infecções minorias (fungos) nos sulcos mamários, que causam odor de-sagradável e lesões na pele. A dor nas costas, muitas vezes associada a este quadro, na maioria das vezes está relacionada ao excesso de peso corporal que acompanha o quadro de quem tem seios grandes. A coluna carre-ga todo o peso do corpo e uma retirada de 1-2 kg de mama deixa a mulher quase sem seios. Uma pessoa com 15-20 kg de excesso de peso terá poucos benefícios com a redução de apenas 1-2 kg, no que diz respeito à dor. No entanto, existem casos como estes em que também há vantagens com a cirurgia. Apenas uma avaliação cuidadosa pode permitir sepa-rar os três grupos: quem não terá vantagem alguma, quem terá poucas vantagens e quem será muito beneficiada com o procedimento. Existe um momento da vida ideal para a cirurgia?

Embora haja casos em que há indicação para realizá-la aos 15-16 anos de idade, o ideal será sempre esperar pelo fim do desenvolvimento mamário, evitando que isso interfira quase que imediatamente no resultado. Um profissional cauteloso colocará em jogo estas ponderações e permitirá uma escolha acertada.Como é o pré e pós-operatório?

Cuidados com a movimentação dos bra-ços, que transmitem seus movimentos aos seios, são óbvios. Dependendo da técnica

a ser empregada, dos tipos de suturas, do volume retirado, do perfil da paciente e da qualidade da cicatrização, os movimentos são pouco a pouco liberados. Usualmente, a pa-ciente pode dirigir em cerca de 4-5 semanas, pode fazer exercícios que não envolvam gran-de amplitude dos braços em 2-3 semanas, esteira ou caminhadas, idem. Cada situação traz sua peculiaridade e deve ser analisada pelo cirurgião, nunca obedecendo regras estanques. Normalmente é uma cirurgia que transcorre com pouca dor, algumas vezes surpreendendo a paciente. A cirurgia deixa cicatrizes?

Sempre, e a qualidade delas depende principalmente das características indivi-duais de cada um. Não é possível afirmar se alguém que possua uma cesariana invisível terá sempre esta mesma cicatrização. De local para local no corpo, de momento para momento na vida, as cicatrizes podem ter comportamentos diferentes. São raros os casos em que o cirurgião pode ser respon-sabilizado por uma cicatriz inadequada, embora existam. Hora certa de lembrar que a escolha do profissional deve sempre utilizar critérios rígidos.Em quanto tempo pode-se visualizar o resultado definitivo?

A maturação das cicatrizes leva no mí-nimo 6-8 meses, embora possam ser vistas alterações muito significativas em um ano, um ano e meio após a cirurgia, em alguns casos. A análise antes de seis meses, salvo casos extremos, será precoce e pode levar a conclusões erradas sobre o sucesso ou não do procedimento.Como fica a questão da gravidez e amamen-tação após a cirurgia de redução de seios?

Isto depende muito da técnica emprega-

da, do volume retirado, entre outros fatores. Deve ser sempre discutido com o cirurgião plástico antes da cirurgia, pois em alguns casos pode haver interferência na amamen-tação. A gravidez em si não fica prejudicada.A cirurgia de redução de seios é uma cirur-gia de risco?

Conforme o tamanho e o volume a ser retirado, pode ser uma cirurgia de grande porte. Sempre há riscos, que devem ser apre-sentados e discutidos com o profissional an-tes, por motivos éticos, técnicos e humanos. Saber o que pode acontecer e que o cirurgião está ciente e preparado, normalmente traz segurança e resulta em um pós-operatório muito mais tranquilo. Mas, em ambiente ade-quado, com avaliação bem realizada, cirurgia corretamente indicada, pode-se dizer que é um procedimento bastante seguro.Como fica a sensibilidade das mamas após a cirurgia de redução?

Pode existir perda, e isto envolve volume mobilizado, técnica usada e outros fatores. Há também muitos casos em que não muda nada. As variações são muitas. A recuperação de perdas temporárias pode ocorrer em dias, semanas ou até um ou dois anos. Depois desse tempo, raramente vemos alguma volta da sensibilidade. Os resultados são permanentes?

Nada nesta vida, com raras exceções, é permanente, mas os resultados podem ser vistos por muitos anos. Isto terá variações muito grandes, dependendo da idade, peso, estado nutricional, perfil biofísico, tipo de cirurgia, tendências pessoais... tornando impossível definir ou prever. Já vi casos com mais de 25 anos de sucesso e já vi perda total das vantagens obtidas após seis ou sete meses.

A cirurgia de redução é indicada para quem está descontente com a forma e o tamanho grande da mama, porém muitas dúvidas ainda cercam o assunto, confira a seguir

Cirurgia de redução de seios

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Pelo MUNDO Principais estudos e pesquisas realizados na área de saúde

Tranquilizantes podem desenvolver demência em idosos

Privação de sono favorece o ganho de peso

Exercícios físicos diminuem os sintomas de doença pulmonares

A prática de exercícios físicos é a maneira mais eficiente de reduzir os sintomas da doença pulmo-nar obstrutiva crônica (DPOC), que não tem cura, e é causada principalmente por cigarro e poluição. A conclusão foi do professor Celso Ricardo Fernandes Carvalho, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e da professora Dina Brooks, da Universidade de Toronto.

Noventa por cento dos pacientes com DPOC também sofrem de asma. Segundo os estudiosos, a constrição brônquica provocada pela asma costuma aumentar durante ou logo após a prática de exercícios físicos, o que leva muitos enfermos a pararem de se exercitar. No entanto, de acordo com os pesquisadores, isso aumenta o risco de obesidade e sobrepeso entre os asmáticos, o que piora não só a saúde em geral, como pode haver o próprio agravamento da asma.

Embora já se saiba que exercícios aeróbicos, como caminhada e bicicleta, e fortalecimento muscular são muito eficientes, os pesquisadores dizem que ainda é necessário pesquisar mais para saber exatamente quais tipos de exercícios podem ser mais produtivos.

Um estudo liderado pela pesquisadora fran-cesa Sophie Billioti Gage sugere que o uso dos medicamentos benzodiazepínicos (BDZ), popu-larmente conhecidos como “tranquilizantes”, associa-se a um risco maior de desenvolvimento de demência em longo prazo em idosos. Entre os sintomas da demência estão dificuldade em muitas áreas da função mental, como lingua-gem, memória, percepção, comportamento emocional ou alterações da personalidade e redução das capacidades cognitivas (como cálculo, pensamento abstrato ou capacidade de

julgamento).O estudo acompanhou 1.063 homens e

mulheres (idade média de 78,2 anos) que não apresentavam sintomas de demência no início da avaliação. O período médio de acompanha-mento foi de 15 anos. Durante esses anos de acompanhamento, 253 novos casos de demência foram confirmados. Considerando-se que os BDZ são muito prescritos, e existe a possibilida-de de potenciais efeitos adversos na população em geral, seu uso indiscriminado e generalizado deverá ser evitado, segundo os pesquisadores.

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Estudos já mostraram que pessoas com privação de sono têm tendência maior a desenvolver diabetes e apre-sentam mais dificuldade para perder peso. Agora, uma pesquisa feita na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, mostrou que a gordura “cansa-da”, depois de poucas horas de sono, é menos sensível à insulina, favorecendo a diabetes e o acúmulo de mais gordura.

Foram analisadas células de gordu-ra retiradas da barriga de sete adultos depois de quatro noites de oito horas e meia de sono. Outra amostra foi colhida

depois de quatro noites de quatro horas e meia de sono. A privação de sono fez com que as células se tornassem em média 30% menos responsivas à insulina – hormônio que faz as células do músculo, fígado e gordura absorve-rem glicose depois da refeição. Se essa glicose não é absorvida, fica circulando no sangue e pode levar à diabetes. Além disso, células de gordura secretam o hormônio leptina, ligado à regulação de apetite. A privação de sono pode levar ao mau funcionamento desse mecanis-mo, favorecendo o ganho de peso.

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Carinho na infância pode proteger contra ansiedade e depressão

Um estudo feito pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medi-cina de Harvard (EUA) descobriu que bebês e crianças que recebiam carinho dos pais eram adultos mais protegi-dos contra ansiedade e doenças como depressão. Isso porque o carinho dos momentos em que a criança passa no colo da mãe e do pai permanece na

memória para a vida a toda, mesmo que esta recordação não apareça com imagens na lembrança - trata-se de uma sensação armazenada na memória do corpo e que funciona como um analgési-co poderoso para os momentos difíceis ao longo da vida. Os resultados foram publicados no periódico The Harvard University Gazette.

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:: ORTOPEDIA

Artrose e viscossuplementação

Ao longo dos anos, as articulações vão sofrendo um processo degenerativo crônico e progressivo. Ou seja, elas se desgastam, causando dor, inchaço e limi-tação dos movimentos, comprometendo a qualidade de vida.

As articulações possuem no seu in-terior o líquido sinovial. Com o passar dos anos, elas começam a se degenerar (desgastar) e esse líquido passa a perder sua capacidade funcional.

Atualmente, técnicas modernas e eficientes estão à disposição de médicos e pacientes no combate a esse problema. Pacientes com dores articulares de ombro, quadril e joelho, decorrentes de processos degenerativos (artrose, lesão de carti-

lagem), podem ser tratados através da técnica de viscossuplementação.

Trata-se de uma técnica moderna de combate das doenças articulares dege-nerativas (artrose e lesões de cartilagem de joelho, ombro e quadril). É feita atra-vés da aplicação do medicamento ácido hialurônico intra-articular, ou seja, esse medicamento é injetado no interior da articulação.

Os efeitos do medicamento são a di-minuição do atrito articular, retardo na progressão da doença, melhora do quadro de dor, melhora da função e consequente-mente da qualidade de vida dos pacientes. A taxa de bons resultados é alta, em torno de 60% a 80% dos casos.

A aplicação é realizada por médico especialista, no consultório ou na clínica. O medicamento é introduzido na articu-lação sob anestesia local. Nos casos de doença do quadril, é necessário o uso de intensificador de imagem (raio X).

Praticamente não há efeitos colaterais durante o tratamento e não há necessida-de de internação ou observação, podendo o paciente retornar para casa logo após o procedimento. Depois da aplicação, o paciente pode retomar suas atividades habituais imediatamente. Não se trata de infiltração de corticoide. Converse com seu médico. Ele é o profissional mais capa-citado para avaliar seu caso e prescrever o melhor tratamento.

Por Marcelo Leal Tafas Ortopedista e TraumatologistaCRM 26364

Técnicas modernas para o tratamento das doenças degenerativas de ombro, joelho e quadril

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Todo mundo concorda que a dança traz diversos benefícios à saúde, seja do corpo ou da mente. Além da melhora no condiciona-mento físico, ela também ajuda a elevar a au-toestima e o bom humor. Diversos são os tipos de dança oferecidos atualmente, mas um estilo novo vem chamando a atenção nas academias e espaços dedicados à dança: o Zumba Fitness, que combina treinamento de resistência com ritmos musicais como reggaeton, merengue, salsa, cúmbia e até dança árabe.

Criada em 2001 por um colombiano

radicado nos Estados Unidos, a modalidade é inspirada em ritmos latinos e proporciona um alto gasto calórico: de 400 a 600 calorias por hora. Além disso, o Zumba Fitness tra-balha os músculos das pernas, glúteo e do abdômen, integrando princípios de aeróbica e de resistência.

O Zumba Fitness pode ser praticado tanto por crianças como por adultos e idosos. E o melhor: não é preciso saber dançar para iniciar na modalidade. Segundo os praticantes e ins-trutores, é pura diversão. Tanto é que algumas

celebridades já se renderam ao ritmo, como Shakira e Jennifer Lopez.

Além do modelo tradicional, o Zumba Fitness também inclui outras modalidades, como o Zumba Gold, pensado para pessoas acima de 65 anos; o Aqua Zumba, que integra a fórmula tradicional com hidroginástica; o Zumbatomic, para crianças de 4 a 12 anos; e o Zumba in the circuit, que engloba ginástica, combinada com treino de circuito e uma série de exercícios de musculação em intervalos programados.

:: EXERCÍCIO FÍSICO

Queimando calorias no estilo latinoamericano

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SUS dá apoio a quem quer parar de fumar:: REGIÃO

O tabagismo é reconhecido, pela Organi-zação Mundial da Saúde (OMS), como uma doença epidêmica. A dependência da nicotina faz com que os fumantes se exponham conti-nuamente a mais de quatro mil substâncias tóxicas, fator de risco para aproximadamente 50 doenças, principalmente as respiratórias e cardiovasculares, além de vários tipos de câncer.

A dependência da nicotina faz com que os fumantes se exponham continuamente a mais de quatro mil substâncias tóxicas, fator de risco para aproximadamente 50 doenças, princi-palmente as respiratórias e cardiovasculares, além de vários tipos de câncer. Atento a este cenário, o Ministério da Saúde, em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), oferece ampla assistência a quem quer parar de fumar, desde o acompanhamento do paciente por profissionais de saúde até a oferta de medi-camentos – entre adesivos, pastilhas, gomas de mascar e o antidepressivo bupropiona.

A ações previstas no Sistema Único de

Saúde para estimular os fumantes a vencerem a dependência estão inseridas no Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNTC). Só nos últimos dois anos (2010 e 2011), 242,4 mil pacientes foram atendidos em unidades credenciadas ao PNTC. Desse total, estima-se que quase metade – 115,5 mil pessoas – deixou de ser fumante. “Para ter acesso ao tratamen-to, basta estar decidido a parar de fumar e procurar uma unidade de atendimento credenciada”, orienta o diretor de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, José Miguel do Nascimento.

Atualmente, o SUS conta com cerca de 2,3 mil unidades credenciadas para o tratamento do tabagismo em mais de mil municípios nos 26 estados e no Distrito Federal. A relação destas unidades pode ser obtida junto às se-cretarias municipais de saúde.

“Ao procurar apoio para deixar de fumar, o paciente realiza exames e passa por uma avaliação clínica, onde o profissional identifi-ca qual a relação do fumante com o cigarro e

traça um plano terapêutico para ele”, explica José Miguel do Nascimento. O tratamento é realizado por meio de consultas individuais ou sessões em grupo para a prevenção a uma possível recaída.

Caso haja indicação, são prescritos medi-camentos com o objetivo de reduzir os sinto-mas da síndrome de abstinência à nicotina. “O objetivo é fazer com que a pessoa reflita sobre os benefícios de uma vida sem cigarro e se mantenha firme na decisão”, completa o diretor de Assistência Farmacêutica.

A adesão ao Programa Nacional de Con-trole do Tabagismo depende do interesse das secretarias municipais de saúde. O governo federal é responsável pela compra e distribui-ção dos medicamentos às secretarias de saúde.

Os quantitativos de produtos que são enviados aos estados e, posteriormente, aos municípios são definidos pelo Inca. Por ano, o Ministério da Saúde investe cerca de R$ 22,5 milhões na aquisição de medicamentos para o tratamento do tabagismo pelo SUS.

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:: REGIÃO

testosterona controla a função sexual, mas também o humor, a massa muscular, o raciocí-

nio, a memória, a regulação dos lipídios, a formação óssea, a eritropoiese (formação de glóbulos vermelhos) e a função imunológica. Isto é, esta testosterona não é necessária ape-nas para a atividade sexual, mas participa de várias áreas fundamentais do dia-a-dia. Nos homens adultos, existe uma variação diurna dos níveis hormonais, sendo maio-res no início da manhã e com diminuição durante o dia, com o nível mais baixo no final da tarde. Mas nos homens idosos, esta variação não ocorre mais, sendo os níveis praticamente estáveis. A testosterona dimi-nui (hipogonadismo) com o envelhecimento, naturalmente, e com isto pode contribuir para uma piora da saúde em geral.

Em relação ao metabolismo lipídico (colesterol e triglicerídeos), quando os ní-veis de testosterona começam a declinar, os níveis do colesterol HDL (“bom colesterol”) tendem a aumentar, após os 50 ou 60 anos de idade. E aqueles homens que recebem re-posição do hormônio têm uma diminuição do colesterol total e do LDL. Talvez esta seja a explicação pela qual os homens têm uma

maior incidência de arteriosclerose e uma menor expectativa de vida, em comparação com as mulheres, pois passaram toda a vida com baixos níveis de HDL.

A obesidade está tomando proporções epidêmicas no mundo e esta obesidade contribui com síndrome metabólica, do-ença cardiovascular, diabetes mellitus, hipertensão arterial e hipogonadismo. Também a conversão de testosterona a estradiol (hormônio feminino), por ação da enzima aromatase, dentro dos adipóci-tos (células gordurosas), resulta em níveis elevados deste estradiol, que, por sua vez, contribuem para diminuição da produção de testosterona.

As consequências diretas do hipogona-dismo (andropausa é um termo errado) são sobre as funções físicas e cognitivas, bem como humor e qualidade de vida em geral. Qualquer forma de estresse pode levar à diminuição da produção de testosterona em homens adultos, por efeito direto sobre os testículos. Três sintomas sexuais têm sido atribuídos à diminuição da testosterona: diminuição da frequência de pensamentos eróticos, disfunção erétil (impotência se-xual) e diminuição do número de ereções

matinais. E a libido, por sua vez, está dire-tamente relacionada com a diminuição dos níveis de testosterona.

A osteoporose é um problema de saúde pública, pois aumenta sua prevalência com o envelhecimento. E a densidade óssea é mantida por ação da testosterona e do estradiol. O risco de fraturas, em homens com mais de 50 anos, é estimado em 21%, pois a chance de quedas é maior nos indi-víduos idosos.

Os baixos níveis de testosterona estão associados a alterações de memória e atenção. Existem estudos demonstrando a relação entre hipogonadismo e depres-são, assim como existem trabalhos que evidenciam a melhora do humor naqueles homens que foram submetidos à reposição hormonal.

Todos aqueles homens que apresentam sinais e sintomas de hipogonadismo, e comprovação laboratorial, são candidatos à reposição hormonal. Hoje em dia é um tratamento seguro, eficaz e que traz ex-celentes resultados clínicos. Porém, todos os homens devem fazer uma avaliação prostática prévia (toque retal e dosagem do antígeno prostático específico).

:: UROLOGIA

Testosterona e o envelhecimento

APor Carlos Teodósio da RosUrologistaCRM 16962

Estudos demonstram a relação entre hipogonadismo e depressão, evidenciando a melhora do humor naqueles homens submetidos à reposição hormonal

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:: PREVENÇÃO

Teste diagnostica tuberculose em duas horas

m teste inovador para a iden-tificação rápida da tuberculose será oferecido no Sistema

Único de Saúde até o segundo semestre do próximo ano. O GeneXpert – testado experi-mentalmente em Manaus (AM) e no Rio de Janeiro (RJ) – é capaz de diagnosticar a do-ença em duas horas e com risco mínimo de contaminação, uma vez que a análise é total-mente automatizada, sem a necessidade de manuseio das amostras pelo profissional de saúde responsável pelo exame. Além disso, o teste identifica – também de forma mais rápida e com maior precisão – resistência ou não à rifampicina, que é o antibiótico usado no tratamento da tuberculose, o que facilita a prescrição também mais ágil e correta do tratamento da doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, quanto mais rápido for o diagnóstico da tuberculose, mais rápida também será a cura e menor o risco de sequela ao pacien-te e de disseminação da doença. Depois de Manaus e do Rio de Janeiro, o projeto segue para as demais capitais do país. Dos exames realizados nas duas capitais, 14,2% tiveram resultado positivo. A avaliação preliminar dos testes revelou que, além do diagnóstico mais rápido da doença, foram identificados – também mais rapidamente – casos de resistência à rifampicina e uma grande aceitabilidade do método pelos pro-fissionais de saúde. No exame tradicional (a baciloscopia do escarro), o resultado leva 24 horas e outros 60 dias para a análise da

cultura de identificação de micobactérias. Também são necessários outros 42 dias para se obter o diagnóstico de especificidade e sensibilidade (à rifampicina), que não ultra-passa 60% de precisão. Com o novo teste, os índices de sensibilidade e especificidade chegam a 92,5% e 99%, respectivamente, o que diminui radicalmente a possibilidade de um resultado falso positivo.

Com o novo teste rápido de tubercu-lose, espera-se, portanto, o aumento dos percentuais de detecção segura da doença para o tratamento precoce, maior agilidade no diagnóstico da chamada “tuberculose resistente” e, consequentemente, a redução da morbidade e mortalidade pela doença.

No ano passado, o país registrou 71.337 casos de tuberculose. A publicação Saúde Brasil, apresentado pelo Ministério da Saúde recentemente, aponta uma queda média da taxa de incidência da tuberculose de 1,3% por ano, entre 2001 e 2011, totali-zando uma taxa de 37,1/100 mil habitantes. Neste período, a quantidade aproximada de óbitos pela doença foi de 4,6 mil.

Aproximadamente 66% dos casos de tuberculose notificados em 2011 são do sexo masculino. A frequência é maior entre ho-mens de 25 e 34 anos e a incidência é maior entre 45 a 54 anos. Para o sexo feminino, tanto a frequência quanto a incidência são maiores entre 25 e 34 anos.

Ano passado, o Brasil conquistou o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) pelo alcance antecipado

do Objetivo do Milênio no controle da tuberculose. A meta estipulava a reversão da incidência e da mortalidade da doença até 2015, em comparação com os casos registrados em 1990. A OMS reconheceu que a meta foi atingida quatro anos antes do previsto, já que o país apresentou uma redução de 50% na taxa de mortalidade, se-gundo estimativas da própria Organização, e tendência de queda da taxa de incidência, na comparação de dados entre 1990 e 2011.

UO GeneXpert é capaz de diagnosticar a doença em duas horas e com risco mínimo de contaminação, uma vez que a análise é totalmente automatizada

Aproximadamente 66% dos casos de tuberculose notificados em 2011 são do sexo masculino. A frequência é maior entre homens de 25 e 34 anos e a incidência é maior entre 45 a 54 anos. Para o sexo feminino, tanto a frequência quanto a incidência são maiores entre 25 e 34 anos.

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:: OBESIDADE

a primeira quinzena de ou-tubro, o Ministério da Saúde anunciou a redução da ida-

de mínima para as pessoas que precisam de cirurgia bariátrica. A partir de agora, pacientes com 16 anos já podem realizar o procedimento. Antes, era necessário ter no mínimo 18 anos. Além dessa medida, também está prevista a inclusão de exames e de outras técnicas cirúrgicas. A cirurgia bariátrica é indicada em casos onde há risco de vida do paciente.

A medida do Ministério da Saúde foi tomada com base em estudos que mostram o aumento crescente da obesidade entre ado-lescentes. A Pesquisa de Orçamento Familiar de 2009 (POF), por exemplo, constatou que, na faixa de 10 a 19 anos, 21,7% dos brasileiros apresentam excesso de peso. Em 1970, este índice estava em 3,7%.

A orientação de médicos e do próprio Ministério continua sendo a de utilizar a cirurgia bariátrica, no Sistema Único de Saú-de (SUS), como último recurso para perda

de peso. Antes de fazer o procedimento, o paciente, que deve ter entre 16 e 65 anos, precisa passar por uma avaliação clínica e cirúrgica e ter acompanhamento com equipe multidisciplinar durante dois anos. Nesse período, o paciente é submetido a uma dieta e, se os resultados não forem positivos em relação a esse e outros métodos convencio-nais, a cirurgia é recomendada.

Entre as indicações para o procedimento está Índice de Massa Corporal (IMC) – razão entre o peso e o quadrado da altura – maior que 40kg/m². A cirurgia também pode ser realizada em pacientes com IMC entre 35kg/m² e 40kg/m² e que apresentem diabetes, hipertensão, apneia do sono, hérnia de disco, entre outras doenças agravadas pela obesidade.

Atualmente, o SUS autoriza três técnicas de cirurgia bariátrica: Gastroplastia com De-rivação Intestinal; Gastrectomia com ou sem Desvio Duodenal; e Gastroplastia Vertical em Banda. Esta última será substituída por apresentar significativo índice de recidiva

de ganho de peso por parte do paciente. No lugar desta técnica está prevista a inclusão da Gastrectomia Vertical em Manga (Sleeve), um dos novos procedimentos bariátricos que tem recebido aceitação global, com bons resultados em múltiplos centros em vários países.

Outra novidade diz respeito à cirurgia plástica reparadora pós-operatória. Além da oferta da dermolipctomia abdominal – cirur-gia plástica reconstrutiva do abdômen para correção dos excessos de pele -, o SUS pre-tende realizar a cirurgia dermolipectomia abdominal circunferencial pós-gastroplastia. Trata-se de cirurgia plástica reconstrutiva do abdômen e da região posterior do tronco, realizados em um único ato cirúrgico para correção dos excessos de pele. Além das novas técnicas, haverá a inclusão do pro-cedimento ‘Acompanhamento por Equipe Interdisciplinar pré-cirurgia bariátrica’.

Para o Prof. Dr. Cláudio Corá Mottin (CREMERS 09146), a medida do Ministé-rio da Saúde foi positiva, visto que há um

A cirurgia bariátrica e os jovens

NMinistério da Saúde reduz idade mínima para realização da cirurgia bariátrica. Agora o procedimento já está autorizado para pacientes com 16 anos

“É muito importante o acompanhamento permanente e a adoção de hábitos saudáveis, lembrando sempre que a cirurgia não faz milagre

Dr. Cláudio Mottin

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Casos de obesidade têm aumentado entre crianças e adolescentes

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15 | novembro de 2012 | | www.revistamateriadesaude.com.br

:: REGIÃO

crescente aumento da obesidade na faixa infanto-juvenil, o que acarreta em outros problemas de saúde, como diabetes e hi-pertensão.

O médico, especialista em cirurgia bariá-trica, explica que os riscos do procedimento são baixos, girando em torno de 0,5%, desde que seja realizado em local adequado para cirurgias de alta complexidade e que contem com equipe multidisciplinar. “Os riscos ge-ralmente estão ligados à embolia pulmonar (bloqueio da artéria pulmonar ou de um de seus ramos, causando dificuldade de respiração e dor) e fístulas. Temos também que considerar os efeitos colaterais como desnutrição, hipoglicemia e vômitos. De qualquer forma, se o paciente é bem acom-panhado, educado e orientado, isto passa a

ser mínimo”, explica Mottin.O sucesso da cirurgia gira em torno dos

85%. No entanto, segundo o médico, de 15% a 20% dos pacientes volta a engordar e isso pode acontecer em qualquer época da vida no pós-operatório. “Por este motivo, é muito importante o acompanhamento permanente e a adoção de hábitos saudáveis, lembrando sempre que a cirurgia não faz milagre”, alerta o médico.

Alguns mitos ainda envolvem a cirur-gia bariátrica, como a intolerância ao leite ou problemas renais. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), normalmente não há reações adversas ao consumo de leite e derivados e, sobre os problemas renais, não foi observada nenhuma tendência desse tipo

depois da cirurgia. A obrigatoriedade da cirurgia plástica também é outro mito. De acordo com a entidade, cada caso deve ser avaliado criteriosamente pela equipe mul-tidisciplinar responsável pelo tratamento, pois nem todos os pacientes necessitam de tal correção.

Assim como em diversas áreas profissio-nais, e especialmente na saúde, procurar um especialista confiável é de suma importância. O Dr. Claudio Corá Mottin aconselha que o paciente pesquise na internet dados do médico, verifique sua experiência na área, se está ligado a um grupo multidisciplinar, quem são essas pessoas e se ele está ligado a um Centro Bariátrico. De posse dessas informações, o paciente pode se sentir mais seguro para realizar o procedimento.

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De 15% a 20% dos pacientes volta a engordar e isso pode acontecer em qualquer época da vida no pós-operatório

:: OBESIDADE

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Doação de tempo

:: ESPECIAL

Através do voluntariado é possível tranformar a vida de outras pessoas e mudar uma realidade

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| maio de 2012 | 17 www.revistamateriadesaude.com.br |

A doação é um ato nobre, no qual a pessoa transfere a outra gratuitamente uma parte de si. Avaliando a importância do ser humano como doador, a revista Matéria de Saúde desenvolveu a campanha Doe-se, que seguirá ao longo de 2012, buscando ampliar e divulgar a maior qualidade do homem, a solidariedade.

No mês de maio, foi realizada a primeira ação da campanha sobre Doação de Sangue. Em junho, sobre Doação de Medula e setembro sobre Doação de Órgãos. Esta edição traz a última ação, finalizando a campanha com a reportagem especial sobre Doação de Tempo, referente ao trabalho voluntário.

no contato com outra reali-dade onde se nota o quanto se precisa de pouco para

viver e de como transformar a vida de outra pessoa com uma pequena ação pode trazer bem-estar. Quem dedica parte do seu tempo para prestar algum tipo de ajuda a outras pessoas é unanime em afirmar que o maior beneficiado da ação é sempre quem doa.

A empresária Ieda D´avilla revela que as ações sociais podem mudar uma determinada realidade. “A verdadeira face da Responsabilidade Social vai além da doação, ela busca a mudança entre o dar e o agir, e as verdadeiras mudanças acontecem quando a pessoa busca compartilhar conhecimentos, en-volver mais pessoas e provocar a trans-formação”, afirma a diretora da Lyder Recursos Humanos, Ieda D´avilla. Para a Presidente do Banco de Alimentos de

Cachoeirinha, Tamara Kondak, são as atividades voluntárias que enobrecem a vida. “São as ações que não geram re-torno financeiro as que mais nos alegram e fazem a gente se sentir ricos”, revela Tamara. Todos podem ser voluntários, independentemente de idade, condição social ou profissão. Basta querer.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Ibope, 35 milhões de brasileiros de-dicam parte do seu tempo e energia para atividades não remuneradas em favor de uma causa ou alguém. A maioria são mu-lheres. O trabalho voluntário na maioria das vezes é realizado na própria comu-nidade, em creches, asilos, associações comunitárias ou entidades filantrópicas. Muitos escolhem atividades que fogem da sua função profissional. Pode ser muito gratificante ler histórias infantis ou promover uma tarde musical e dançar com a terceira idade. Quem tem a satisfa-

ção e alegria de ajudar uma vez garante que é um trabalho que vicia. Conforme o empresário e hoje presidente do Rotary Club Cachoeirinha, Ilton César da Silva, não existe satisfação maior que ajudar as crianças. Ilton faz parte de um grupo de amigos que promove, anualmente há mais de 10 anos, uma festa comunitária no dia das crianças e outra no natal para as crianças da zona norte de Cachoeiri-nha. “Distribuímos lanches, brinquedos e promovemos recreação. Somos nós que organizamos e buscamos os apoiadores. Eu me visto de papai Noel. É uma alegria ver o sorriso no rosto daquelas crianças”, afima Ilton.

A alegação de muitas pessoas para não realizar trabalho voluntário é a falta de tempo. A corrida por uma situação social estável é o principal complicador. Sobre isto, a empresária Tamara Kondak fala como consegue conciliar as atividades

É

A verdadeira face da Responsabilidade Social vai além da doação, ela

busca a mudança entre o dar e o agir, e as verdadeiras

mudanças acontecem quando o compromisso

busca compartilhar conhecimentos, envolver

pessoas e provocar a transformaçãoIeda D´avilla

“Divulgação

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18 | novembro de 2012 | | www.revistamateriadesaude.com.br

empresariais com a presidência do Banco de Alimentos. “É muito difícil para as pessoas dedicarem alguns minutos do seu tempo para algo que não dá retorno financeiro. O mundo está girando mais rápido. As pessoas querem soluções e respostas para ontem. Os e-mails não param de chegar e o telefone de tocar. Nosso único desejo é ter um clone ou nos questionamos onde vamos parar”, revela Tamara. Sobre a transformação a empresária lembra que chega em determi-nado momento em que é preciso pensar no que realmente é importante. “Definimos prioridades, onde tudo é prioritário e nos reorganizamos. É neste momento que nos questionamos em qual momento vamos reservar tempo para o trabalho voluntário, aquele em que nos dedicamos aos seres humanos que estão ao nosso redor, carentes de emprego, saúde e de valores. Respiramos fundo e não desistimos, pois este tesouro que ganhamos nos relaxa e nos faz abrir um sorriso e muitas vezes enchemos os olhos de lágrimas porque descobrimos, novamente, que temos muito tempo”, afirma Tamara.

“Distribuímos lanches, brinquedos e promovemos recreação. Somos nós mesmos quem organizamos e buscamos os apoiadores. Eu me visto de papai Noel. É uma alegria ver o sorriso no rosto daquelas crianças

Ilton da Silva

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| novembro de 2012 | 19 www.revistamateriadesaude.com.br |

“O tempo é curto mas cada momento pode durar uma eternidade. Tamara Kondak

DIA INTERNACIONAL DO VOLUNTARIADO

No dia 17 de dezembro de 1985, a Organização

das Nações Unidas (ONU) criou o Dia Interna-cional do Voluntário e determinou que fosse comemorado todos os anos, no dia 5 de dezembro.

O ano 2001 foi proclamado como Ano Interna-cional dos Voluntários (AIV2001) pela Assembléia Geral das Nações Unidas de 1997. Os voluntários são pessoas ou grupos que, sem remuneração, ajudam a melhorar a qualidade de vida do pla-neta. Dedicam parte de sua vida para ajudar a resolver os problemas de sua região, indivíduos que se sensibilizam com comas causas sociais e estão dispostos a dar alegria, carinho e amor para quem está precisando apenas sorrir.

Os voluntários são pessoas de alto astral, ca-paz de curar um doente, só por um momento de atenção que deu a ele. Agem por causas nobres, mobilizam-se contra a exclusão social, lutam para a melhoria nas áreas de educação, atividades es-portivas e culturais, proteção do meio ambiente, o fim da violência, entre outras coisas.

Não precisa ser um especialista no assunto para ser um voluntário, apenas basta vontade e criatividade para desenvolver um trabalho solidário.

Conforme a Parceiros Voluntários

É essencial que seja celebrado o termo de adesão entre a entidade e o prestador do serviço voluntário, indicando o objeto e as condições do trabalho voluntário, com toda a descrição do serviço que será pres-tado, dia da semana, horário, local, sempre o mais preciso possível.

COmO AjUDAR:

CACHOEIRINHA

Parceiros Voluntários: 30415700

Banco de Alimentos: 3074.9115

GRAVATAÍ

Parceiros Voluntários: 3488.3841

Banco de Alimentos: 3042.7443

RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL

A responsabilidade social empresarial também vem ganhado destaque. Pesquisas recentes realizadas pelo Instituto Ethos e pelo jornal Valor Econômico mostram que 22% dos consumidores já pu-niram ou privilegiaram empresas em razão da sua responsabilidade social. A Lyder Recursos Humanos, por exemplo, esta engajada na promoção do Projeto Pescar e participou da Campanha Doe-se da Revista Matéria de Saúde. “São ações como essa que possibilitam uma visão inovadora na construção de um mundo melhor e mais humano”, revela Ieda D´avilla.

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:: REGIÃO

Estado reduz em 12,9% a mortalidade feminina

Rio Grande do Sul reduziu a mortalidade feminina em 12,9% nos últimos dez anos.

A redução acompanha a média nacional, que também caiu 12% no período de 2000 a 2010. No estado, a taxa passou de 4,36 (em 2000) para 3,80 (em 2010). No Brasil, houve redução da taxa de mortalidade de 4,24 óbitos por 100 mil mulheres para 3,72. Este é um dos estudos do Saúde Brasil (edição 2011), publicação do Ministério da Saúde.

Entre as principais causas de mortali-dade feminina estão as doenças do apare-lho circulatório, como Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o infarto, que aparecem em primeiro lugar, representando 34,2%. No entanto, as doenças cerebrovasculares e as isquêmicas do coração apresentaram redução no período de 2000 a 2010. A taxa das doenças cerebrovasculares em mulhe-res, como o AVC, caiu de 43,87 em 2000, para 34,99 em 2010. As doenças isquêmicas do coração, como o infarto, também tive-ram a taxa reduzida de 34,85 para 30,04.

Essas doenças têm como fatores de risco a falta de exercícios físicos e uma dieta rica em gordura saturada, que tem como consequência o aumento dos níveis de colesterol e hipertensão. As neoplasias representam a segunda maior proporção de óbitos em mulheres em 2010, no total de

18,3%. Dentro das neoplasias, o câncer de mama tem o maior índice (2,8%), depois o câncer de pulmão (1,8%) e câncer do colo do útero (1,1%).

Como forma de prevenção do câncer de mama e do colo de útero, o Ministério da Saúde tem investido no Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo do Útero e de Mama, lançando no ano passado. Entre as ações está a incorporação do Trastuzumabe, um dos mais eficientes medicamentos de com-bate ao câncer de mama e a expansão dos serviços de radioterapia no país.

Na faixa etária a partir dos 30 anos, as doenças do aparelho circulatório e neopla-sias se confirmaram como as causas mais frequentes de óbitos. Já nas menores de 10 anos predominaram as afecções perinatais, e entre mulheres de 10 a 29 anos de idade, as causas externas, como, por exemplo, acidentes e agressões.

O estudo Saúde Brasil também trouxe a taxa de mortalidade materna de 2010, que chegou a 68 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos. Na comparação com os últimos 20 anos (1990 a 2010), a razão da mortalidade materna no Brasil caiu 50%.

Todas as regiões do país tiveram suas taxas de mortalidade feminina reduzidas. A maior redução foi verificada na região

O A maior redução nas taxas de mortalidade feminina foi verificada na região Sul do país (14,6%), seguida pela região Sudeste (14,3%). A região Centro-Oeste apresentou redução de 9,6%, enquanto as regiões Nordeste e Norte, apresentaram redução de 9,1% e 6,8%, respectivamente.

Sul do país (14,6%), seguida pela região Sudeste (14,3%). A região Centro-Oeste apresentou redução de 9,6%, enquanto as regiões Nordeste e Norte, apresentaram redução de 9,1% e 6,8%, respectivamente.

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a segunda quinzena de outubro foi realizada, no Plenário da Câmara Mu-

nicipal de Cachoeirinha, a V Jornada de Qualidade de Vida dos Servidores, que este ano teve o tema “Maturidade: Mitos e Verdades”. A programação começou com uma fala da Coordenadora do Serviço Es-pecializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), Mara Oliveira, que agradeceu a presença das cerca de 120 pessoas que participaram do evento.

No prosseguimento das atividades, o professor de educação física, Luís Fábio Vianna da Rosa, fez uma sessão de ginás-tica laboral, seguida de uma pequena ca-minhada com os servidores nos arredores da Câmara. Na sequência, a servidora da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), Carine Mattos, cantou para os presentes, ilustrando uma prática de qualidade de vida.

Após um pequeno intervalo, a admi-nistradora de empresas e psicóloga Helena Balbinotti conduziu a primeira palestra, que teve como tema a maturidade. Ela iniciou contextualizando que o Brasil vive um momento relativamente novo, que é o

fenômeno do envelhecimento. Em 2030, a expectativa média de vida será de 85 anos. Porém, até que ponto a sociedade está preparada para isso? Foi o questionamento colocado.

Conforme a psicóloga, o termo terceira idade carrega no próprio nome um peso econômico e social muito grande, pois indiretamente se refere à parcela impro-dutiva da população. “É fundamental desfazer certos mitos. Os termos terceira idade, melhor idade, velhinhos, e tantos outros, não reproduzem a realidade. Ter mais de 60 anos pode ser ótimo ou péssi-mo. As pessoas podem continuar traba-lhando e fazendo suas próprias escolhas ou sendo totalmente dependentes. Podem desenvolver doenças e terem déficits físicos e mentais ou podem ter uma vida totalmente ativa. Assim como em qual-quer outra fase da vida, tudo depende da maneira que se encara as coisas. Por isso eu prefiro o conceito de adulto maduro”, analisou Helena.

Em 1999, a Organização Mundial da Saúde criou uma máxima na mesma linha do trabalho de Helena: “sigamos ativos para envelhecer bem”. A palestrante expli-cou que quem está em atividade permane-

ce em constante evolução de personalida-de. E evoluir significa, em suma, buscar a vida. “Quem busca a vida, busca fortalecer o corpo, a mente, as relações sociais, bus-ca se ocupar e ter prazer. Quem busca a morte, simplesmente deixa o relógio bio-lógico correr, muitas vezes acelerando-o. Por isso que envelhecer é uma fatalidade, mas amadurecer é uma conquista”, disse a palestrante. “O meu desejo é que cada um de vocês saia daqui convencido de que é responsável pela própria velhice e que é possível levá-la de forma independente e feliz”, concluiu Helena.

A Jornada seguiu com uma sessão de alongamento com o professor de educa-ção física Luís Fábio Vianna da Rosa. Em seguida, a enfermeira Joice Avelhaneda, Coordenadora do Programa de Saúde do Trabalhador da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), contou para os colegas que a religião é uma prática que lhe proporciona paz e qualidade de vida.

A última palestra da V Jornada dos Servidores foi com o professor municipal José Carlos de Oliveira, que falou sobre espiritualidade. Ele leu textos e mostrou vídeos sobre o tema, além de promover uma integração entre os servidores.

V Jornada de Qualidade de Vida debate o tema maturidade

:: REGIÃO

Cerca de 120 pessoas participaram do evento realizado na segunda quinzena de outubro, no Plenário da Câmara Municipal de Cachoeirinha. Neste ano, a jornada apresentou o tema “Maturidade: Mitos e Verdades”

N

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:: NUTRIÇÃO

CA Soja e seus derivados

onhecida há mais de 5 mil anos no Oriente, a soja des-tacou-se, nos últimos anos,

como um dos alimentos mais completos e benéficos para a saúde. Ouve-se falar de carne de soja, leite de soja, suco de soja, mas qual é realmente a importância deste grão e seus derivados para o consumidor?

A soja é uma planta pertencente à fa-mília das leguminosas, ou seja, do feijão, lentilha, grão de bico, ervilha. Apresenta proteína de boa qualidade, minerais (co-bre, ferro, fósforo, potássio, magnésio, manganês), vitaminas do complexo B, fibras, prebióticos e os chamados compos-tos fitoquímicos: isoflavonas, saponinas, fitatos, ácidos graxos essenciais (ácido lino-léico e ácido alfa linolênico) e vitamina E.

Essas substâncias atuam como antio-xidantes, reduzindo as taxas do colesterol ruim (LDL) no sangue e consequentemente diminuindo o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Além dis-so, exercem controle sobre a atividade hormonal, equilibrando a quantidade do hormônio estrogênio no organismo femi-nino, podendo amenizar, dessa forma, os

sintomas da menopausa.“A isoflavona é um composto da soja,

também chamado de fitoestrógeno, que atua na prevenção de doenças crônico-degenerativas como o câncer de mama, de colo de útero e de próstata. As proprieda-des estrógenas ajudam também a reduzir outro problema causado pela deficiência hormonal: a osteoporose”, afirma a nutri-cionista Sandra Fagundes.

A soja é rica também em gorduras poli-insaturadas, como os ácidos graxos essenciais, em especial o ácido linoléico (ômega 3) e ácido alfa linolênico (ômega 6). Eles atuam de maneira protetora sobre a camada interna que recobre as artérias, prevenindo a arteriosclerose e a trombose, que são processos de obstrução das arté-rias. Entretanto, a nutricionista informa que mesmo sendo um alimento que nutre e promove saúde, prevenindo doenças, os benefícios da soja se dão em longo prazo. “É preciso adotar um novo estilo de vida, através da mudança dos hábitos alimentares e a inclusão da atividade física diária. Quanto mais cedo se começam as mudanças, mais precoces serão os benefí-

cios”, afirma.Muitas pessoas substituem o consumo

de carnes (peixe, frango e bovina) pela soja. Comparativamente, o grão contém teor protéico maior que a carne e os ovos. Mas vale ressaltar, que a soja não é fonte de vi-tamina B12, presente nas carnes e essencial para a formação dos glóbulos vermelhos e prevenção de anemias.

Sandra afirma que a melhor forma de consumir a soja é na sua forma integral, ou seja, em grão. O grão pode ser consumido cozido, no preparo de saladas, bolos, tor-tas, sopas, purês. A recomendação diária é de 60g do grão (cerca de três colheres de sopa), que é suficiente para promover seus benefícios a nível hormonal e cardiovas-cular. A soja pode ser consumida diaria-mente, na forma de leite de soja, carne de soja, iogurte de soja, farinha de soja, queijo Tofu e muitos outros alimentos. Porém, a nutricionista alerta que é importante ficar atento ao seu consumo. “O alimento cru possui os fitatos, conhecidos também como ácido fítico, que apresentam fatores antinutricionais que impedem ao máxi-mo o aproveitamento dos nutrientes. No

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:: NUTRIÇÃO

a obsessão por músculos

entanto, o cozimento ou a torra do grão desativa totalmente a parte desse efeito nocivo”, ressalta.

A soja deve estar presente na alimenta-ção, porém, vale lembrar que é necessário um bom equilíbrio alimentar ou mesmo uma suplementação quando a soja repre-senta a principal fonte de proteínas da dieta, uma vez que a falta ou a quanti-dade insuficiente de alguns importantes nutrientes pode gerar graves deficiências

ao organismo.Leite de soja

O leite de soja, ou extrato de soja, é um dos tantos produtos produzidos através dos grãos de soja. Rica em proteínas, a soja e seus derivados servem também para substituir as proteínas de quem não conso-me carnes, pois essas proteínas são muito parecidas com as de origem animal, embora não idênticas.

No caso do leite, a concentração de isoflavona é menor que no grão.

Por não conter lactose, pessoas com intolerância a esse carboidrato podem consumir o leite de soja como substituto ao leite normal, embora ele não contenha a mesma quantidade de cálcio que o leite comum. Comparado com o leite de vaca, o leite de soja é menos calórico, contém mais concentração de magnésio, minerais importantes para o bom funcionamento do coração e sistema imunológico, porém contém menos cálcio e fósforo, que atuam juntos na formação dos ossos, e potássio, que ajuda na contração muscular.

Sucos de sojaUma pesquisa feita na Universidade

de São Paulo constatou que a quantidade de isoflavonas nas bebidas à base de soja contendo suco de frutas é muito pequena. Por outro lado, bebidas que não possuem suco podem ser uma boa fonte dessas substâncias.

Para chegar aos resultados, foram ava-liadas 65 amostras de bebidas disponíveis comercialmente, de 12 marcas. As amostras foram divididas em quatro grupos: com suco de frutas, sem adição de suco, feitas à base de extrato de soja (conhecido popular-mente como leite) ou do isolado proteico de soja - a forma mais refinada encontrada no mercado, contendo 90% de proteína.

A quantidade de proteína encontrada nas bebidas correspondeu ao informado no rótulo. Houve ampla variação de isoflavo-nas entre as bebidas, mas, de modo geral, a pesquisa mostrou que, quanto maior a quan-tidade de proteína, maior a de isoflavonas.

As bebidas feitas com o isolado protéico da soja tenderam a apresentar menores taxas de isoflavonas do que aquelas que utilizam o extrato. No rótulo dos produtos, é possível saber a forma utilizada.

As conclusões do estudo apontam que o consumo de 300 ml de bebida sem suco, à base de extrato, pode resultar em uma ingestão de 20 mg de isoflavonas, o que equi-vale ao consumo diário dos coreanos, que consomem soja rotineiramente. Para atingir a mesma quantidade tomando bebidas com suco, seriam necessários quase dois litros. O teor médio de isoflavonas ficou em cerca de 2 mg. Em alguns casos, a quantidade desses compostos não chegou a 1 mg. Em função disso, é indicado que se opte pelo consumo do leite de soja (bebida feita à base de extrato de soja, sem adição de suco).

A soja deve estar presente na alimentação, por ser um alimento funcional, porém, vale lembrar que é necessário um bom equilíbrio alimentar ou mesmo uma suplementação quando a soja representa a principal fonte de proteínas da dieta

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o analisar uma amostra de 130 idosos saudáveis, pesqui-sadores brasileiros verificaram que aqueles com níveis mais altos de determinados contaminantes ambientais

no sangue tiveram piores resultados em testes de estresse e de desem-penho cognitivo.

O estudo foi feito pelo Departamento de Psicobiologia da Uni-versidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com cientistas da Escola de Enfermagem e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Foram medidos os teores de chumbo, cobre, zinco, cádmio e subs-tâncias organocloradas usadas no passado como pesticidas, entre elas o policloreto de bifenila. Em seguida, os voluntários foram divididos em dois grupos: um com níveis de contaminantes acima da mediana e outro com níveis abaixo desse valor. Todos apresentaram dosagens inferiores ao limite considerado seguro para a saúde humana. Ainda assim, o grupo com teores acima da mediana teve pior desempenho nos testes.

Para avaliar o estresse dos voluntários, os pesquisadores mediram o cortisol – considerado o hormônio do estresse – ao longo do dia, e após um evento estressor. Um teste padronizado que inclui tarefas como falar em público e fazer cálculos matemáticos mentalmente foi usado para induzir a situação de estresse agudo.

Contaminantes ambientais pioram memória e estresse

:: PESQUISA

Pesquisadores verificaram que idosos com níveis mais altos de determinados contaminantes ambientais no sangue tiveram piores resultados em testes de estresse e de desempenho cognitivo.

A

Em seguida, foram aplicados testes para avaliar a memória de cur-to e de longo prazo, a atenção e a fluência verbal dos voluntários. As diferenças mais significativas foram percebidas nos idosos com níveis mais altos de chumbo, cobre e organoclorados.

O grupo com teores de chumbo acima da mediana, que foi de 2 microgramas por decilitro (µg/dl), apresentou secreção de cortisol ba-sal 1,3 vez maior que os demais. O desempenho nos testes de fluência verbal, por outro lado, foi 1,3 vez menor.

Nesse caso, o limite considerado seguro para a saúde humana, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, é de 10 µg/dl. O valor está sendo revisto e já caiu para 5 µg/dl em crianças. Mas estudos têm mostrado que mesmo doses menores podem causar prejuízo.

Voluntários com níveis de cobre acima de 116 µg/dl apresentaram secreção de cortisol ao estresse agudo 1,9 vez menor que a do outro grupo e desempenho 1,3 vez menor nos testes de memória.

No caso das substâncias organocloradas, quanto maior foi a con-centração no sangue, menor foi a secreção de cortisol basal e pior o desempenho da memória.

O objetivo do estudo foi testar a hipótese de que a exposição a contaminantes ambientais, que atuam como desreguladores endócri-nos, poderia explicar, pelo menos em parte, a grande variabilidade no desempenho cognitivo existente entre pessoas com mais de 60 anos.

Os resultados apontam uma associação estatisticamente significati-va, mas não foi uma associação forte. Isso sugere que há outras variáveis influenciando. Porém, os dados evidenciam a vulnerabilidade dos idosos aos efeitos dos contaminantes.

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:: REGIÃO

Prontomed conquista troféuna 7ª Olimpíada da Saúde

Prontomed Serviços Médicos de Cachoeirinha conquis-tou o Troféu Rotativo da 7ª

Olimpíada da Saúde, promovida pela Fecomércio/Sesc e Federação dos Hos-pitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do RS (Fehosul). As competições aconteceram nos dias 20 e 21 de outubro no Sesc Campestre, em Porto Alegre. A Prontomed participou pela quarta vez do evento e conquistou esse re-sultado por ter alcançado a melhor pontuação geral no somatório de várias competições.

“Nos preparamos bastante para a competição, mas a conquista da melhor pontuação foi uma surpresa”, revela o diretor da Prontomed, Dr. Guilherme Sampaio. A Prontomed conquistou o 1º lugar no Atletismo 100m (Cristine Gasparotto – 27 anos) e 400m (Lisiane Vanessa Pedroso – 30 anos) e 5º lugar no Futebol Sete Mas-culino, além da 1ª Princesa (Fernanda Comerlato Silva) e Melhor Torcida no Concurso Rainha da Saúde, que tam-bém contam para a pontuação geral.

Conforme o diretor Guilherme Sampaio, a empresa incentiva a prática esportiva dos colaboradores, como por exemplo, através do time de futebol mantido pela Prontomed e a doação de uniformes para as competições de corrida. “Também ficamos atentos às

pontuações, por menores que fossem, como a presença no sábado pela manhã”, revela Guilherme.

A equipe da Prontomed ficou satisfeita com o resultado. A vencedora dos 100m do Atletismo, Cristine Gasparotto, 27 anos, é técnica de segurança do trabalho e costuma correr maratonas e não atletismo, mas aprovou a experiência. “A Olimpíada

é importante para envolver as clínicas e hospitais numa grande integração. Assim conhecemos os colegas e temos um final de semana de lazer”, disse. Colega de Cristine e vencedora dos 400m, a estagiária de Fisioterapia, Lisiane Vanessa Pedroso, 30 anos, afirmou que o atletismo é uma modalidade que ainda precisa de adeptos. “Precisa de resistência. Numa maratona o

atleta vai no seu ritmo. Aqui precisa de mais esforço, por isso é tão legal”. Já Fernanda Comerlatto, que ganhou o título de 1ª Princesa, disse estar muito orgulhosa pelo reconhecimento e mais ainda por representar a instituição e sua cidade.

O troféu permanecerá na recepção da clínica até a próxima competição, quando a organização recolhe e entre-ga para o ganhador de 2013. Guilher-me afirma que para o ano que vem a equipe Prontomed participará ainda mais motivada para as competições e tentará trazer outros prêmios.

O Hospital Dom João Becker, de Gravataí, conquistou o título de Rai-nha do Concurso Rainha da Saúde, com a jovem Lilian Berwanger Deon. A 7ª Olimpíada da Saúde têm como objetivo oportunizar a integração e levar mais qualidade de vida aos trabalhadores de hospitais privados, clínicas, laboratórios e serviços de saúde.

A Divulgação

A Prontomed levou o título de 1a princesa

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:: REGIÃO

Sushi da Gueixa no restaurante Vida Natural

Aos domingos, das 11h30min até as 15h, é servido um buffet livre da culinária japonesa no restaurante Vida Natural, com oito qualidades de uramaki, cinco de hossomaki, niguiri e temaki, além de futumaki, tamagoyaki (salada), tempura de atum, tataki, sashimi, sunomono, hot, tamagoyaki de morango e tempura de sorvete.

O diferencial do serviço do Vida Natural Sushi & Sashimi está na forma como as especialidades são servidas. “Somos todas mulheres, por isso é chamado de Sushi da Gueixa (mulher da arte). Somos mais detalhistas com o sabor e com a apresentação da comida, passamos de mesa a mesa conversando com os clientes sobre sushi e a história de cada prato”, afirma Deyse Fontes, chefe do Vida Natural Sushi & Sashimi.

Deyse tem 38 anos e conhecimento sobre gastronomia francesa, italiana, japonesa, chinesa, tailandesa e curso sobre organização de eventos. Mesmo apaixonada e convicta da sua competência no preparo dos pratos japoneses, Deyse passou por uma série de pre-conceitos, em função de que no Japão apenas os homens elaboram o sushi, pois afirmam que as mulheres têm mãos quentes, que estra-gam os pratos. “O meu principal rival nesta arte de fazer sushi é o

preconceito. Mas acredito que meus clientes sintam uma diferença positiva das mãos, no sabor e também na apresentação que é onde eu procuro me destacar”, revela.

Com relação ao ritual de preparo dos alimentos, a sushiwoman do Vida Natural conta que cozinhar o arroz é uma das partes do preparo das iguarias mais importantes, sendo ele a semente que simboliza a riqueza e a fertilidade. “Eu tiro o dia só para o preparo do arroz, lavo três vezes com carinho e coloco água sempre com calma em um ambiente silencioso. Deixo-o descansando por três horas. Antes de cozinhar faço minhas orações sobre ele e depois de pronto oro agradecendo sua abundância e perfeição. É um ritual sério pra mim e realizo sempre”, descreve Deyse.

O restaurante Vida Natural foi fundado em 1994 e serve dia-riamente buffet livre com suco natural, sobremesas e grelhados, também com a opção a quilo. Em determinados dias da semana, o cardápio possui pratos especiais e agora, aos domingos, os clien-tes podem aproveitar o melhor da culinária japonesa com preços acessíveis.

O restaurante Vida Natural inovou seu cadápio e agora oferec também almoço japonês aos domingos

Almoço japonês aos domingos

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27 | setembro de 2012 | | www.revistamateriadesaude.com.br

:: PSIQUIATRIA

Demências conhecer para buscar ajuda

demência é uma síndrome caracterizada pelo declínio da memória, associado ao déficit

de outra função cognitiva, como fala ou fun-ções executivas, que chegam a interferir no desempenho social ou profissional do adulto. Também são bastante comuns alterações de humor e de comportamento. No início, a memória dos fatos que ocorreram há muito tempo não é afetada. Porém, a memória de fatos recentes e de curta duração pode ficar gravemente comprometida.

Algumas pessoas podem apresentar al-terações de linguagem como, por exemplo, dificuldade em nomear objetos, e dificuldades para executar movimentos mais comple-xos. Também pode ocorrer diminuição na capacidade de abstração, pensamento mais empobrecido, irritabilidade e diminuição do “freio social”, que pode se refletir em maus tratos com os cuidadores, por exemplo.

A demência ocorre em 5% a 8% da po-pulação acima dos 65 anos; 15% a 25% em pessoas acima de 75 anos e 25% até 50% em indivíduos acima de 85 anos. É mais comum em mulheres.

Atualmente, podemos verificar mais de 50

tipos de demência, mas 70% delas cabem em dois tipos: demência de Alzheimer e vascular. A demência de Alzheimer é a mais comum e caracteriza-se por um início lento e pouca certeza das causas, sendo mais provável uma soma de fatores genéticos e ambientais. Nessa demência há perda neuronal principalmente daqueles que produzem uma substância chamada acetilcolina. O quadro da doença começa com déficit de memória para fatos recentes, evoluindo para outros sintomas como desorientação, dificuldades motoras complexas, irritabilidade e, em uma fase mais posterior, sintomas chamados paranoides (os pacientes acham que foram roubados, por exemplo). Em um período de doença mais adiantado podem ocorrer incontinência uri-nária e intestinal.

A demência vascular é o segundo tipo mais comum. Ela tem como causa aquilo que chamamos de microinfartos vasculares na região do cérebro, que vão causando aos poucos uma atrofia que pode ser localizada ou generalizada. Ao contrário da doença de Alzheimer, não há diminuição da produção da substância acetilcolina, fazendo com que nessas demências a medicação existente para

Alzheimer não funcione. Os sintomas variam de acordo com a região do cérebro atingida pelos microinfartos. Essa demência costuma ter uma evolução mais rápida.

É importante salientar a importância de diferenciar o diagnóstico de demência do diagnóstico de depressão no idoso, que às vezes simula sintomas tão parecidos a ponto de ser denominada pseudodemência.

Dependendo do estágio da doença, os pacientes passam por tratamentos psicoterá-picos de enfoque cognitivo, comportamental ou de orientação emocional, sempre com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do doente e de sua família e de reforçar os pontos onde houve prejuízo, como a memória. No caso da demência de Alzheimer, existem vá-rias medicações que podem ajudar a restaurar em parte as funções cognitivas e talvez pre-venir outras perdas futuras. Também podem ser usados outros grupos de medicações para sintomas como agitação.

O importante é que, se houver suspeita da família da presença dos sintomas citados, um médico deverá ser procurado, pois, quanto mais precoce o diagnóstico, maiores são as chances de controle da doença.

Por Eneida KompinskyPsiquiatraCremers 15849

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28 | novembro de 2012 | | www.revistamateriadesaude.com.br

:: PSIQUIATRIA

Congresso de Saúde Mental conta com grande participação

Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) realizou no iní-cio de outubro, no Centro de

Eventos Plaza São Rafael, em Porto Alegre, o II Congresso Internacional de Saúde Men-tal e Reabilitação Psicossocial. Com o tema Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde, o evento teve como objetivo ser um espaço para tratar de assuntos como qualidade de vida emocional e equilíbrio psicológico. O congresso bateu recorde de inscritos, com 1.224 participantes, deixando mais de 300 pessoas em uma lista de espera por vagas.

De acordo com a coordenadora do Congresso, Alice Hirdes, a temática desta edição vem ao encontro das propostas de organismos nacionais e internacionais, como o Ministério da Saúde do Brasil, a Organiza-ção Mundial da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde. Segundo Alice, o Rio Grande do Sul se destaca por ter aprovado, em 1992, a primeira lei de reforma psiquiá-trica no Brasil, a Lei da Reforma Psiquiátrica (Lei nº 9.716).

A programação do evento incluiu pai-néis, palestras, mesas redondas, apresen-tações de trabalhos científicos e a presença de especialistas nacionais e internacionais, como Paulo Duarte de Carvalho Amarante,

da FIOCRUZ (RJ), Ernesto Venturini, da Itália, e Graham Thornicroff, da Inglaterra, que participou da videoconferência Saúde Mental na Atenção Primária no Contexto Mundial.

A palestra de abertura contou com a participação do médico psiquiatra, Roberto Tikanory, que coordena o departamento de Saúde Mental do Ministério da Saúde e possui ativa participação na história no mo-vimento da reforma psiquiátrica no Brasil.

Outro pioneiro do movimento brasileiro de reforma psiquiátrica, Paulo Amarante, ministrou a palestra “Saúde Mental, Diver-sidade e Cultura”. Autor e organizador de vários livros sobre o tema da psiquiatria e da reforma psiquiátrica, Amarante ressaltou o papel das instituições de ensino superior na melhoria do atendimento às pessoas com transtorno mental. “As universidades precisam se envolver no processo da reforma psiquiátrica, preparando os profissionais para que eles mudem a forma de atender e cheguem à assistência pública com uma nova formação”, declarou.

O pesquisador também costuma prestar consultoria sobre a situação manicomial brasi-leira em filmes e novelas de TV. Ele assessorou as filmagens de Bicho de Sete Cabeças, com

Rodrigo Santoro, e recentemente auxiliou na cinebiografia da médica psiquiatra Nise da Silveira, que era contrária ao confinamento de pacientes em hospitais psiquiátricos e ao uso de eletrochoque e lobotomia no tratamento de doenças mentais. No evento, Amarante lançou o livro “Saúde Mental e Arte: Práticas, Saberes e Debates”, escrito em coautoria com a psicóloga e atriz Fernanda Nocam. A obra aborda a possibilidade de utilizar música, te-atro, dança, vídeo e artesanato no tratamento de transtorno mentais.

Outro destaque da programação foi a vídeo conferência “Saúde Mental na Aten-ção Primária no Contexto Mundial”, com o especialista Graham Thornicroff, da Ingla-terra. Autor de 24 livros e mais de 250 arti-gos em revistas especializadas no assunto, Thornicroff sugeriu a criação de programas que façam o Estado aumentar o número de atendimentos a pessoas com problemas de saúde mental, independente da situação econômica do país. “É necessário que exis-tam serviços para esse tipo de doença perto da casa dos pacientes e que haja um plano específico para os indivíduos. Infelizmente, a maioria das pessoas com problemas de saúde mental não recebe nenhum tipo de tratamento”, enfatizou.

AO congresso bateu recorde de inscritos, com 1.224 participantes, deixando mais de 300 pessoas em uma lista de espera por vagas

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:: FONOAUDIOLOGIA E TERAPIA OCUPACIONAL

A linguagem pode ser definida como um sistema de comunicação que nos permite abstrair e comunicar conceitos. Uma separação técnica permite reconhecer três dimensões dentro da linguagem: forma (compreende a fonologia, morfologia e sintaxe), conteúdo (a semântica) e uso (a pragmática).

Segundo o linguista Ferdinand de Saus-sure, a linguagem é composta pela língua (é o idioma, um modelo geral e constante para os membros de uma determinada colectividade linguística) e pela fala (a materialização mo-mentânea desse modelo; é um acto individual e voluntário que se realiza por intermédio da fonação e da escrita).

Antes de desenvolver as suas capacidades

de forma estendida, os humanos utilizam uma pré-linguagem, isto é, um sistema de comu-nicação rudimentar que ocorre nos primeiros anos de vida e que implica capacidades neuro-fisiológicas e psicológicas como a percepção, a motricidade, a imitação e a memória.

Desta forma, podemos decrever as evo-luções de linguagem para cada idade, sendo:• A partir de 1 a 3 meses, o bebê presta atenção nos sons e se acalma com a voz da mãe. Cho-ra, faz alguns sons, dá gargalhadas, costuma sorrir quando alguém fala com ele.• Dos 4 aos 6 meses, procura de onde vem o som, grita, faz alguns sons como se estivesse conversando e também imita sua voz.• Dos 7 aos 11 meses, encontra de qual lado vem o som, repete palavras, bate palmas, aponta o que quer e dá tchau.• Aos 12 meses, começa a falar as primeiras palavras e imita as ações de outras pessoas.

• Aos 18 meses, pede as coisas usando uma pa-lavra. Nesta idade já fala cerca de 20 palavras.• Aos 2 anos, já sabe falar frases curtas com duas palavras, já consegue dizer cerca de 200 palavras.• Com 3 anos, é possível entender tudo que a criança fala, porém, às vezes conjuga os ver-bos de forma errada. Nesta idade já conhece as cores.• Com 4 anos, inventa histórias e compreende regras de jogos simples.• Aos 5 anos forma frases completas e fala corretamente.• Aos 6 anos aprende a ler e a escrever.Fique atento ao desenvolvimento da lingua-gem de seu filho e, se surgirem dúvidas, pro-cure um fonoaudiólogo. Os dados referentes ao desenvolvimento da linguagem foram divulgados pelo Conselho Federal e Regional de Fonoaudiologia.

A terapia ocupacional é uma profissão da área da saúde responsável pela avaliação, prevenção e tratamento das disfunções de origem física, mental e social. Neste sentido, se utiliza de atividades como um recurso tera-pêutico para habilitar e capacitar indivíduos, tornando-os independentes em suas Ativida-des de Vida Prática (AVP’s) e nas Atividades de Vida Diária (AVD’s). Tem como objetivos prevenir internações e/ou agravamento da doença; impedir ou minimizar regressões ou

quadros; proporcionar responsabilidades e in-terações sociais, políticas, familiares e domés-ticas; estimular socialização e lazer; trabalhar autoconfiança, autoimagem e autoestima.

Segundo Mac Donald (1998), as atividades se classificam em:- AVD´s: promovem a independência do pa-ciente em suas necessidades diárias.- Atividades Expressivas e Criativas: ofere-cem saída para as qualidades emocionais: tolerância, prazer, criação, valorização. Podem destacar a oportunidade para o surgimento de habilidades e organização.- Atividades Sociais e Recreativas: apresentam-se em forma de jogos, festas e passeios, pro-

piciando a socialização e a integração com o grupo.- Atividades Motoras ou Físicas: reside na obtenção do exercício motor, através de uma atividade construtiva que permite ao paciente realizar o movimento com a força e coordena-ção adequada.

Nos processos inclusivos, o TO busca auxiliar o professor quanto às necessidades do aluno, adaptando as atividades pedagó-gicas, com objetivo de facilitar a participação e interação com o grupo, além de oferecer suporte necessário, para que estes interajam tranquilamente com a questão da diferença na sala de aula.

Por Leliliane Brasil Lopes FonoaudiólogaCRFa: 9328-RS

Aspectos do desenvolvimento da linguagem

Terapia OcupacionalPor Letícia Bittencourt TeixeiraTerapeuta Ocupacional na Apae Crefito 5 – 9108/TO

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30 | novembro de 2012 | | www.revistamateriadesaude.com.br

A artrose da mãoA artrose aparece principalmente na ponta dos dedos e na base do polegar (Rizartrose). É raro ela acometer outras articulações da mão.

Centro de Especialidades Ortopédicas e Traumatológicas de Gravataí - CEOT Dr. Fernando Sanchis (Coluna Vertebral) | Dr. Paulo Velasco (Ombro) | Dr. Roberto Schwanke (Joelho)

Dr. Ricardo DeBona (Joelho) | Dr. Tiago Sumi (Ombro) | Dra. Ronise Ribeiro (Ortopedia Pediátrica)Leohnard Bayer (Mão e Cotovelo) | Dr. Pablo Lessa (Quadril) | Dr. Renato Castro (Dr e Acupuntura)

Dr. Pedro Kanan (Pé e Tornozelo) | Dr. Marcelo Tafas (Coluna Vertebral)Dr. Fabrício Brinco (Mão e Cotovelo) | Dr. Alfredo Sanchis (Quadril)

as articulações sinoviais, as extremidades dos ossos são recobertos por cartilagens,

que agem como amortecedores das arti-culações, permitindo o movimento dos ossos sem atrito. Quando a camada de cartilagem se desgasta, ela afina e resseca, expondo o osso que está embaixo. Com isso, começa a haver contato doloroso de osso com osso. Esse processo de desgaste, causando dor, é chamado de artrose.Quais os locais da mão que são acometi-dos pela artrose?

Na mão, a artrose aparece principal-mente na ponta dos dedos e na base do polegar (Rizartrose).

O polegar é considerado o dedo mais importante da mão, pois ele é o principal responsável pelo movimento de pinça. Enquanto as outras articulações apenas dobram e esticam, a da base do polegar também tem a capacidade de fazer rotação em direção à palma da mão. Esse movi-mento de torção do polegar, chamado de oponência, permite a realização da pinça digital, que nos permite, dessa forma, pe-gar objetos pequenos. Para proporcionar essa maior mobilidade, os ligamentos do polegar são mais frouxos que nos outros dedos, fazendo com que a cartilagem desgaste mais precocemente.Quem são as pessoas mais atingidas pela Rizartrose?

A artrose da base do polegar é mais comum em mulheres, principalmente após os 40 anos. Não está comprovado que as pessoas que utilizam de maneira exagera-

da, com movimentos repetitivos a base do polegar, tenham uma incidência maior de artrose. O que se sabe é que a utilização em demasia de um polegar já com artrose, pode exacerbar a dor.Quais os principais sintomas?

O sintoma mais comum é a dor na base do polegar. Ela piora com atividades que exijam o movimento de pinça, como por exemplo, abrir uma garrafa de refrigeran-te, uma jarra térmica, uma fechadura ou até mesmo escrever. Numa fase inicial, a dor ocorre apenas num período: após acor-dar ou após os esforços. Quando a doença progride, pode haver dor no repouso ou até mesmo à noite.Existe tratamento sem cirurgia?

Sim, mas todos os tratamentos para Rizartrose são voltados para tratamento da dor. Não há como reverter o desgaste já instalado. A tentativa inicial de trata-mento se faz com medidas para diminuir o processo inflamatório: o uso de gelo (10 minutos, 3 ou 4 vezes ao dia), anti-inflamatórios não hormonais (AINE) e realização de fisioterapia (ultrassom e TENS).

Nos períodos de crise, geralmente no inverno ou após realizar um esforço físico com a mão, pode-se fazer uso de uma tala removível (órtese) feita sob medida.

Ao contrário das talas compradas prontas, tais órteses não imobilizam o punho e a ponta do polegar, deixando apenas imobilizada a região da artrose (base do polegar). Algumas vezes podem-se utilizar infiltrações intra-articulares

para alívio das crises de dor. Porém este procedimento deve ser utilizado com cautela, não devendo ser feito de maneira repetitiva, pois, a longo prazo, acelera o processo de desgaste.Quando está indicada a cirurgia?

Como a artrose é uma doença pro-gressiva, com uma tendência a piora, o tratamento cirúrgico está indicado para os pacientes que, apesar do tratamento conservador, apresentem dor e dificuldade ao realizar atividades com a mão.Quais os tipos de cirurgia?

A cirurgia clássica para o tratamento da Rizartrose chama-se Artroplastia de Suspensão. Nesse procedimento, a parte com artrose é limpada e substituída por um tendão que funciona como uma próte-se, que vai estabilizar novamente o polegar e evitar o contato doloroso de osso com osso. Tal tendão, que é retirado do próprio polegar, já vem separado em três ou mais fitas, das quais se utiliza uma. Como é realizada a reabilitação?

Após as três primeiras semanas, o paciente é encaminhado à reabilitação e confecção de uma órtese que usará por um período médio de três meses, quando estará apto para realizar todas as ativida-des diárias, inclusive a prática de esportes.

Se você tem dor refratária na base do polegar, converse com seu especialista em mãos. Uma consulta não significa uma cirurgia.

Não há como reverter o desgaste, mas conseguimos atrasar sua evolução e con-trolar os sintomas.

NPor Leohnard Bayer Especialista em Mão e Cotovelo – MicrocirurgiasCRM 25.062

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