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MARTINS COMÉRCIO DE
MEDICAMENTOS LTDA: UMA ANÁLISE
DA FUNÇÃO DE RECURSOS HUMANOS
Camile Prado de Azevedo Vieira
(Pontificia Universidade Católica de Goiás)
Tereza Cristina Medeiros Pinheiro de Lima
(Pontificia Universidade Católica de Goiás)
Resumo O artigo apresenta a análise da função de RH da empresa Martins
Comércio de Medicamentos Ltda, uma distribuidora de medicamentos
de médio porte. Em um primeiro momento foi realizada a
fundamentação teórica com o intuito de aprofundar estudoos sobre a
temática em questão. Em seguida, apresentam-se os recursos
metodológicos utilizados como: questionário, entrevista e observações
de campo, com o objetivo de reunir informações para análise.
Apresenta-se então a empresa, suas características, estrutura e a
função RH. No processo de diagnóstico analisaram-se as
oportunidades, ameaças, pontos fortes e fracos. Enfatizam-se os pontos
fracos: falta de comunicação interna; pouco investimento em
treinamento e desenvolvimento; desmotivação; ausência de benefícios
e poucas políticas de reconhecimento. Diante dessa problemática
estruturaram-se propostas de melhorias: estabelecer cronograma de
reuniões; promover treinamento e desenvolvimento mensal para
supervisores e colaboradores; pesquisar para conhecer motivos da
desmotivação dos funcionários e programar ações; promover a
motivação de pessoal; elaborar um programa de benefício e
aperfeiçoar políticas de reconhecimento profissional.
Palavras-chaves: Recursos Humanos, análise, propostas de melhoria
12 e 13 de agosto de 2011
ISSN 1984-9354
VII CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 12 e 13 de agosto de 2011
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INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo apresentar um estudo sobre a função de Recursos
Humanos da empresa Martins Comércio de Medicamentos Ltda. Para isso, serão
desenvolvidos objetivos a partir de ações de se obter conhecimento teórico acerca do tema;
realizar pesquisa junto ao gestor da empresa, bem como aplicar questionários junto aos
colaboradores a fim de se coletar informações sobre a função RH; apurar as principais falhas
existentes no setor de RH; elaborar propostas de melhorias para os gap´s identificados e
mensurar recursos pertinentes para as propostas de melhorias.
O estudo justifica-se uma vez que representa uma oportunidade para aliar toda teoria
de gestão de pessoas abordada no curso de Administração, com a realidade de uma empresa
de médio porte especializada na venda por atacado de medicamentos e produtos relacionados
à saúde.
Melhorar a gestão de pessoas na Distribuidora Martins é uma questão de sobrevivência
considerando a alta competitividade do mercado. As empresas, independente de seu tamanho
ou estrutura, estão enfrentando desafios jamais vistos, tais como: a globalização da economia,
ambiente interno e externo cada vez mais dinâmico, clientes mais exigentes, rápidas
mudanças dos produtos e dos processos devido aos avanços tecnológicos, regulamentação
governamental, escassez de alguns recursos, mudanças sociais, culturais e ecológicas, entre
outros.
Essas constantes mudanças contribuem para o aumento do risco, imprevisibilidade e
incerteza para a organização. Por isso é de extrema importância para a sobrevivência da
empresa, estar preparada para se adaptar a essas mudanças para programar e orientar ações,
delinear novos caminhos e planejar em novo cenário. Nesse contexto as pessoas constituem o
mais importante ativo na organização. Não basta o capital financeiro, mas sim o capital
intelectual. O conhecimento se tornou mais valioso que a tradicional moeda escritural. As
pessoas são o diferencial para que a organização atinja seus objetivos e o sucesso tão
esperado. Elas podem aumentar ou reduzir as forças e fraquezas de uma organização
dependendo da maneira como são tratadas. Podendo ser assim uma fonte de sucesso ou uma
fonte de problemas. Sendo assim, como são as pessoas que formam as organizações, nada
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mais adequado do que se investigar a relação dessas atividades de RH junto a seus
funcionários e como a forma de aplicação dessas atividades pode influenciar no alto ou baixo
nível de desempenho, produtividade e comprometimento nos resultados da empresa Martins
Comercio de Medicamentos Ltda.
O artigo está estruturado de forma a apresentar, num primeiro momento a metodologia
definindo como será realizado o diagnóstico e os instrumentos metodológicos serão
utilizados. Segue-se a fundamentação teórica iluminando a temática a ser estudada.
Posteriormente, apresenta-se a empresa, realiza-se o diagnóstico e encaminha-se as propostas
de melhoria.
METODOLOGIA
O estudo utilizou pesquisa exploratória, através de pesquisa bibliográfica,
levantamentos documentais nos arquivos da empresa, documentos institucionais e
informações fornecidas pelo gestor e funcionários através de entrevistas e questionários. A
análise de oportunidades, ameaças, pontos fortes e pontos fracos, foi utilizada com o objetivo
de se observar, registrar e analisar dados relativos à administração de recursos humanos, suas
práticas e processos. A fundamentação teórica abordou temas relacionados a Administração
de Recursos Humanos e todos seus subsistemas no diálogo com os seguintes autores:
CHIAVENATO (1999 – 2002 - 2004) , DESSLER (2003), LACOMBE (2005),
MEGGINSON MOSLEY E PIETRI (1998), MILKOVICH E BOUDREAU (2000) e
PONTES (2001).
Foi realizada uma entrevista com a direção para colher informações sobre a criação da
empresa e sua gestão. A entrevista, conforme Apêndice “A”, foi estruturada com roteiro pré-
estabelecido composta por 22 (vinte duas) questões abertas e foi realizada em 21/05/2010, na
sala do diretor da empresa. Os questionários foram aplicados aos 56 colaboradores da
empresa para verificar se conhecem a empresa e o que pensam dos processos de RH da
organização, identificando suas satisfações e necessidades dentro da empresa. O questionário
foi composto por 18 (dezoito) questões.
O universo desta pesquisa foi constituído pelos 56 funcionários que formam o quadro
de trabalho da empresa. Para determinação da amostra considerou os funcionários que
estavam presentes no dia (21/05/2010) e hora da aplicação (horário comercial - 08h00min às
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18h00min). A pesquisa abrangeu um total de 55 funcionários. Portanto, o quantitativo da
amostra representa 98% dos 56 constantes no quadro de funcionários da empresa.
Depois de realizadas as entrevistas e aplicados os questionários com os
proprietários/funcionários, foi feita a tabulação dos dados coletados. A partir da análise das
informações e do diagnóstico efetuado foram elaboradas propostas de melhorias para que a
empresa atinja os objetivos esperados com esse departamento, otimizando os processos de
gestão de pessoas da empresa, o que será apresentado no final do estudo.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica teve como foco a Administração de Recursos Humanos e
todos seus subsistemas, apresentando de forma resumida seus principais processos, como
forma de nortear o presente estudo.
A área de Administração de recursos Humanos – RH ou Gestão de Pessoas - GP ocupa
um papel central no planejamento e desenvolvimento estratégico da empresa. Num ambiente
altamente globalizado e mutável, direcionado para a qualidade, o fortalecimento competitivo
organizacional, a formação de uma equipe de profissionais comprometida, juntamente com
seus recursos humanos, é de suma importância para a sobrevivência, competitividade e
sucesso da empresa no mercado. De acordo com Milkovich e Boudreau (2000, p.131):
O Planejamento de Recursos Humanos coleta e utiliza informações para apoiar as
decisões sobre investimentos a serem feitos em atividades de RH. Essas informações
incluem os objetivos futuros, as tendências e as diferenças entre os resultados atuais
e aqueles desejados.
A área de RH apresenta fundamental importância para qualquer empresa,
independente de seu porte, ela representa a integração entre pessoas junto à organização, ou
seja, ela tenta integrar os desejos e crenças dos executivos (e/ou donos) da empresa com
também, desejos e vontades dos funcionários. De forma global é um departamento
interdisciplinar que envolve assuntos de várias áreas como Psicologia Organizacional,
Sociologia Organizacional, Engenharia Industrial, Engenharia de Segurança, Medicina do
Trabalho, Direito do Trabalho, e trata de assuntos internos e externos à organização. Os
estudos realizados por Dessler (2003, p. 2) relatam que:
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A Administração de Recursos Humanos (ARH) refere-se às práticas e às políticas
necessárias para conduzir os aspectos relacionados às pessoas no trabalho de
gerenciamento, especificamente à contratação, o treinamento, à avaliação, à
remuneração e ao oferecimento de um ambiente bom e seguro aos funcionários da
empresa.
Os principais objetivos da Administração de RH são: criar, manter e desenvolver um
contingente de pessoas com habilidades, motivação e satisfação para realizar os objetivos da
organização; criar, manter e desenvolver condições organizacionais de aplicação,
desenvolvimento e satisfação plena das pessoas, e alcance dos objetivos individuais e alcançar
eficiência e eficácia por meio das pessoas.
A Administração de Recursos Humanos pode ser dividida em cinco subsistemas:
Subsistema de Provisão; Subsistema de Aplicação; Subsistema de Manutenção; Subsistema
de Desenvolvimento e Subsistema de Monitoração de Recursos Humanos.
Subsistema de Provisão de Recursos Humanos: Planejamento de RH, Recrutamento e
Seleção de Pessoal.
De acordo com Pontes (2001) Planejamento de Pessoal visa estimar as necessidades
futuras de pessoal uma vez que sem esse planejamento torna-se difícil a missão do
recrutamento interno do pessoal com potencial. Para que o planejamento de pessoal seja feito
de uma forma precisa e correta, deve-se verificar a rotação de pessoal. Uma organização é
bastante dinâmica e as vagas surgem por vários motivos: dispensas do empregador, pedidos
de demissão, promoções, transferências ou mesmo aumento de quadro. Essas vagas podem ser
supridas utilizando o quadro de funcionários internos ou por meio de novas contratações.
Essa movimentação de pessoas dentro de uma empresa é chamada de turn over,
rotação de recursos humanos ou flutuação. A partir do momento que o Planejamento de
Pessoal repassa para a área de RH os números para contratação, recrutamento procura
candidatos para ocupar as vagas existentes, enquanto a seleção identifica o candidato mais
qualificado entre aqueles recrutados. Os estudos de Chiavenato (1999, p.92) relata:
Recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos
potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. É
um sistema de informação através do qual a organização divulga e oferece ao
mercado de recursos humanos oportunidades de emprego que pretende preencher.
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Para ser eficaz, o recrutamento deve atrair um contingente de candidatos suficiente
para abastecer adequadamente o processo de seleção. O recrutamento é feito a partir das
necessidades presentes e futuras de recursos humanos da organização. Podendo ser interno ou
externo.
Após o recrutamento ocorre a seleção. Através dela a empresa pode escolher dentre os
recrutados o mais capacitado, aquele com melhores condições de se adequar às exigências da
empresa e do cargo, e claro, de conseguir um bom desempenho, para ocupar a vaga
disponível. Chiavenato (2002, p. 223) conceitua:
Seleção constitui a escola do homem certo para o lugar certo. Em termos, a seleção
busca entre os candidatos recrutados aqueles mais adequados aos cargos existentes
na empresa, visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do pessoal,
bem como a eficácia da organização.
Subsistema de Aplicação de Recursos Humanos: Socialização organizacional, desenho
de cargos, descrição e análise de cargos e avaliação de desempenho humano
Após a pessoa ter sido recrutada e selecionada no mercado é necessário integrá-la à
empresa. Essa socialização é feita por meio de treinamento inicial para os novos
colaboradores, em que são apresentadas à linguagem usual da empresa, a cultura
organizacional, a estruturação da organização, os principais produtos e serviços oferecidos, a
missão da organização e os objetivos organizacionais.
As descrições de cargos são feitas para fins de administração salarial. São escritas
como especificações do cargo, tornando-se a base para contratação de novos empregados. Ela
está voltada para o conteúdo do cargo, ou seja, relacionando de maneira breve as tarefas,
deveres e responsabilidades do cargo. A descrição não considera as qualificações de seus
ocupantes. Lacombe (2005) cita que os requisitos básicos e mais freqüentes para se ocupar o
cargo são: formação profissional, tempo de experiência para exercer o cargo, características
pessoais que o ocupante deve ter. Segundo Chiavenato (2002, p.303), a descrição de cargos
pode ser definida:
É um processo que consiste em enumerar as tarefas ou atribuições que compõem um
cargo e o que o tornam distinto de todos os outros cargos existentes na organização.
A descrição de cargos é o detalhamento das atribuições ou tarefas do cargo (o que o
ocupante faz), a periodicidade da execução (quando faz), os métodos empregados
para a execução dessas atribuições ou tarefas (como faz), os objetivos do cargo
(como faz).
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A análise do cargo é feita a partir da descrição de cargos. É um processo de coleta de
informação e determinação dos elementos de cada cargo, por meio de observação e estudo, e
apresentação dos resultados por escrito. A análise de cargo tem um papel central na
administração de RH, pois valida as principais atividades de pessoal.
A avaliação de desempenho visa analisar o comportamento do empregado em relação
às responsabilidades impostas a ele. O objetivo da avaliação é medir o desempenho do
funcionário no exercício de seu cargo atual em um período de tempo determinado. Os
resultados das avaliações são utilizados geralmente para determinar os aumentos de salário,
promoções e gratificações. De acordo com Dessler (2003, p.172), avaliação de desempenho
pode ser definida como a avaliação da relação entre o desempenho atual ou passada de um
funcionário e seus padrões de desempenho.
Subsistema de Manutenção de Recursos Humanos: planos de compensação monetária,
de benefícios sociais e de higiene e segurança do trabalho.
Como a empresa tenta selecionar os melhores talentos, ela deve também tentar mantê-
los. Para que isso ocorra, ela deve oferecer a seu funcionário um bom salário, benefícios, um
bom e seguro ambiente de trabalho, oportunidades de crescimento e até recompensas.
Os Benefícios representam parte importante da remuneração, sendo motivo de atrativo
ao se escolher uma empresa para trabalhar. São conhecidos como benefícios: assistência
odontológica, seguro de vida, assistência médico-hospitalar, alimentação subsidiada,
transporte, pagamento de tempo não trabalhado, planos de pensão, etc.
Outra área em grande desenvolvimento dentro do RH é a de saúde e segurança do
empregado. A maioria dos trabalhadores passa mais tempo em sua organização do que em
suas casas. Portanto, é importante que o local de trabalho seja no mínimo um ambiente
agradável, saudável e seguro. Para a proteção da integridade mental e física dos
trabalhadores, precavendo-os quanto aos riscos de saúde inerentes à função desempenhada e
ao ambiente físico da empresa foram criadas normas e procedimentos. De acordo com
Milkovich e Boudreau (2000, p.481) os riscos para a saúde são aqueles aspectos do ambiente
de trabalho que, vagarosa e cumulativamente, levam à deterioração da saúde de um
empregado.
A higiene do trabalho está relacionada com o diagnóstico e com a prevenção de
doenças ocupacionais a partir do estudo e controle de duas variáveis: o homem e seu ambiente
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de trabalho. A Segurança do Trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais,
médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes. Segundo Milkovich e Boudreau
(2000), os riscos para a segurança no trabalho são os aspectos do ambiente de trabalho que
podem causar um acidente imediato e até violento, a um funcionário.
Subsistema de Desenvolvimento de Recursos Humanos: treinamentos, desenvolvimento
de pessoal e desenvolvimento organizacional.
Treinamento é o processo pelo qual a pessoa é preparada, adquirindo conhecimentos e
habilidades, para exercer de forma excelente as funções específicas de seu cargo,
desenvolvendo competências que podem resultar em colaboradores mais produtivos, criativos
e inovadores, desempenhando com maior qualidade o seu papel, atendendo às necessidades e
objetivos almejados pela organização, tornando-se assim cada vez mais valiosas. Para
Megginson, Mosley e Pietri (1998, p.299) quando afirma que “Treinamento é a obtenção de
técnicas e habilidades específicas, detalhadas e rotineiras do trabalho. Desenvolvimento é a
melhoria e crescimento, dentro de um objetivo mais amplo, das habilidades, das atitudes e
traços de personalidade”.
Desenvolvimento é o conjunto de experiências, que não precisam ser relacionadas tão
somente com o cargo atual, mas que possibilitem oportunidades diversas ao indivíduo de se
desenvolver e crescer profissionalmente. As empresas agem como facilitadoras e apoiadoras
no desenvolvimento dos seus funcionários, pois não podem ser responsabilizadas por não
desenvolver seu pessoal, porém cabe a cada um seu auto-desenvolvimento. A empresa dará a
oportunidade, mas depende principalmente do funcionário querer e se interessar por isso. O
funcionário precisa cuidar de si, manter-se atualizado e ativo.
Subsistema de Monitoração de Recursos Humanos: Bancos de Dados e Sistemas de
Informações de RH.
Para que a comunicação aconteça de forma clara entre todas as áreas e em relação à
pessoal, é necessário um subsistema de monitoração de recursos humanos. Através deste
sistema, a empresa consegue monitorar e controlar informações sobre o desempenho de seus
funcionários, o que pode auxiliar nas tomadas de decisões. As informações obtidas e
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armazenadas podem ajudar na mensuração de desempenho dos funcionários, bem como na
relação empresa versus funcionários.
Os dois sistemas mais utilizados com essa finalidade são os Bancos de Dados e
Sistemas de Informações de RH. O Banco de Dados é um sistema de armazenamento e
acumulação de dados devidamente codificados e disponíveis para processamento e obtenção
de informações. Para Milkovich e Boudreau (2000), o Sistema de Informações de RH pode
auxiliar o planejamento fornecendo informações sobre oferta de pessoal e previsões de
demanda; ajuda o processamento de recrutamento e seleção com informações sobre igualdade
no emprego, demissões e qualificações dos candidatos; e dá apoio ao desenvolvimento com
informações sobre os custos dos programas de treinamento e o desempenho dos treinados,
dentre outros.
APRESENTANDO A EMPRESA MARTINS COMÉRCIO DE
MEDICAMENTOS
A empresa Martins Comércio de Medicamentos Ltda iniciou suas atividades em maio
de 1998, na cidade de Goiânia, atuava somente na área farma, atendendo principalmente
clientes particulares como drogarias e farmácias, poucos hospitais e clínicas. Com seu
desenvolvimento novos investimentos em novos equipamentos, contratação de novos
funcionários capacitados e a adição de novos itens a seu mix de produtos. A Distribuidora
Martins de Medicamentos conquistou novos mercados e passou a atender também órgãos
públicos e pequenas distribuidoras, situados no Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
Com a conquista de novos parceiros e com um quadro de funcionários crescente, tendo
a colaboração de mais de 50 funcionários, teve-se a necessidade de readequação para um
imóvel mais amplo o qual a empresa está situada. Atualmente a Distribuidora Martins é uma
empresa de médio porte, de acordo com a classificação do SEBRAE. A visão da empresa
Martins é a de crescer e se tornar uma empresa de grande porte de renome nacional.
Atua na venda de medicamentos, materiais de consumo, equipamentos e aparelhos
hospitalares, odontológicos e laboratoriais por atacado para pessoas jurídicas atuantes na área
da saúde. Com fortes parcerias de fornecedores e clientes internos, busca constantemente
atender com agilidade e qualidade a todos os seus clientes, na ânsia de superar suas
expectativas e anseios. Seu quadro de funcionários é composto por 56 funcionários.
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DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE RECURSOS HUMANOS
O diagnóstico no olhar do Diretoria: Por meio de entrevista composta por 22 (vinte duas)
questões e realizada no dia 21/05/2010, na sala do diretor da empresa, estando presente o Sr.
Willian Martins de Castro (entrevistado). A entrevista foi sistematizada em oportunidades e
ameaças, pontos fortes e pontos fracos:
Oportunidades: Crescimento do mercado ao qual a empresa está inserida; Alta
concorrência entre fornecedores propicia a aquisição de produtos com preços mais baixos;
Parceria com fornecedores para participação em licitações
Ameaças: Inadimplência dos clientes e concorrência desleal e acirrada.
Pontos fortes: Idoneidade da empresa; Honestidade e ética da empresa em relação a
seus clientes, fornecedores e funcionários; Nome forte da empresa, que em maio completou
12 (doze) anos de mercado; Mix de produtos, possuindo mais de 16.000 (dezesseis mil)
produtos; Grande carteira de clientes; Boa logística; Investimento em tecnologia de ponta,
como computadores, telefonia e internet.
Pontos fracos: Falta na comunicação interna da empresa; Pouco investimento em
treinamento e desenvolvimento de seus colaboradores; Desmotivação dos funcionários;
Ausência de benefícios aos funcionários; Poucas políticas de reconhecimento.
O diagnóstico no olhar dos colaboradores:
O questionário aplicado aos funcionários, como forma de fundamentar o diagnóstico, na
perspectiva de coletar dados, para uma análise sobre a relação dos funcionários x empresa, no
que se refere a relações de trabalho, envolvendo necessidades e satisfações.
O objetivo da pesquisa foi devidamente explicado aos funcionários e distribuídos por
departamento em horários diferentes. No período matutino foram aplicados os questionários
ao departamento comercial, financeiro, contabilidade, informática, compras e jurídico. No
período vespertino foram aplicados os questionários junto aos funcionários pertencentes ao
almoxarifado, expedição, farmacêuticas, recepção, serviços gerais e transporte.
As questões estão a seguir descritas e analisadas, uma a uma, dentro do contexto e
ordem da pesquisa, abordando o resultado obtido com a aplicação dos questionários.
Quando questionados sobre a quanto tempo trabalham na Distribuidora, a pesquisa
realizada revela que 40% dos funcionários trabalham a menos de um ano na empresa; 27%
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trabalham de 1 a 3 anos; 14% trabalha de 4 a 5 anos na empresa; 17% trabalha de 6 a 10 anos
na empresa e 2% trabalha mais de 10 anos na empresa.
O índice de 40% de funcionários que trabalham a menos de 1 (um) ano na empresa,
supõe que a empresa tem passado por um período de alta rotatividade, conhecido por
turnover. Isso indica que se torna necessário investir em uma política de manutenção, pois a
alta rotatividade é onerosa para empresa.
2 – Como você foi contratado para trabalhar na Distribuidora Martins?
Figura 01: Tipo de contratação
Na pergunta 2, segundo a análise, 77,00% foram contratados através de indicações; 6,00%
através de currículos; 4,00% através de agência; 4,00% foram contratados por possuir
parentes na empresa e 9,00% por outros meios que não quiseram justificar.
3 – Em qual departamento você trabalha?
O quadro de pessoal é composto 11% pertencem ao departamento financeiro, 11% no
almoxarifado, 6% pertencem ao setor de transportes; 4% compõem o setor de expedição, 4%
o departamento de compras, 2% é de contabilidade, 2% na área de informática, 2% é de
farmacêuticas, 2% da recepção, 2% do jurídico e 2% de serviços gerais, sendo a grande força
de trabalho (50%) composta por vendedores.
Ótimo Bom Regular Ruim
4 Como considera seu trabalho? 29% 58% 13% -
5 Como considera seu ambiente de trabalho? 11% 60% 25% 4%
6 Como considera sua relação com supervisor? 17% 64% 15% 4%
7 Como considera sua relação com diretor? 10% 65% 25% -
8 Como considera relacionamento com os colegas de trabalho? 33% 54% 13% -
9 Como considera a comunicação interna da empresa? 2% 42% 44% 12%
Perguntas
Figura 02: Questões de números 4 a 9
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Conforme figura 2, a pergunta número 4 aborda como o funcionário considera seu trabalho,
58% disseram bom; 29% ótimo e 13% regular. Conclui-se que, a maioria dos funcionários
gostam do trabalho ou função que executam. O que ainda pode ser melhorado, através de
treinamentos, campanhas motivacionais, avaliação de desempenho.
Na questão 5, percebe-se que 11% consideram seu ambiente de trabalho ótimo; 60%
consideram bom; 25% consideram regular; 4% consideram ruim. Conclui-se que a maioria
dos funcionários gostam do seu ambiente de trabalho, porém os que responderam que
consideram regular e que consideram ruim, somam 29% o que reflete uma soma expressiva e
que precisa ser melhorado.
A pergunta 6 aborda a relação do funcionário com o supervisor, onde 17% responderam que
é ótimo; 64% boa; 15% regular e 4% responderam que é ruim. A análise é de que a relação
supervisor x funcionários é considerada muito boa dentro da empresa, o que pode facilitar a
comunicação interna, mas nota-se também que 15% responderam regular e 4% responderam
que é ruim, o que reflete que 19% dos funcionários tem alguma dificuldade em se relacionar
com seu superior, o que pode dificultar o entendimento de algumas tarefas, resistência ás
mudanças.
A pergunta 7 aborda a relação do funcionário com o diretor, onde 10% respondeu ser ótima;
65% respondeu ser boa; 25% respondeu regular. Logo, 75% dos funcionários têm uma boa
relação com o diretor, porém 25% consideram regular, o que reflete um distanciamento nessa
relação.
A questão 8 aborda o relacionamento do funcionário com seus colegas de trabalho, dos 55
funcionários pesquisados, 33% diz ser ótimo; 54% bom e 13% regular. O fato do
relacionamento interno entre funcionários ser muito bom, gera uma influência diretamente no
ambiente de trabalho, tornando-o prazeroso.
A pergunta 9 aborda como o funcionário considera a comunicação interna na empresa, onde
2% consideram ótimo; 42% responderam boa; 44% regular e 12% responderam ruim.
Percebe-se que a comunicação interna é falha. Há uma relação com uma das respostas obtidas
da pergunta 5, onde 23% dos funcionários consideraram o ambiente de trabalho regulares, ou
seja, a falta da comunicação influencia diretamente o ambiente de trabalho. Supõe-se também
uma relação com as perguntas 6 e 7, a falta de comunicação interna, dificulta a relação entre
funcionários com o supervisor e diretor.
10 – Ao ser contratado você recebeu algum tipo de treinamento?
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Segundo a pesquisa 73% responderam não e apenas 21% responderam sim. Conforme análise
dos dados, na maioria das vezes, não há um treinamento dos funcionários recém contratados.
11 – Em caso positivo, você acha que o treinamento que recebeu para exercer sua função foi
adequado?
Figura 03: Qualificação do treinamento segundo os funcionários
Fonte: Acadêmica Camile Prado de Azevêdo (2010)
A pergunta 11 ser refere aos funcionários que receberam algum tipo de treinamento ao ser
contratado, onde 50% não responderam; 31% que receberam treinamento disseram ter sido
suficiente; 13% disseram ter sido razoável; 6% disseram ser insuficiente. Como a maioria foi
contratada por indicação conforme a figura 01, o resultado de 50% para os que não
responderam equivale a esse pessoal, pois já possuíam experiência na área sendo dispensada
do treinamento inicial. No entanto, a soma de 19%, dos que achara razoável ou insuficiente, é
uma taxa expressiva, indicando que o treinamento pode ser melhorado.
Sim NãoNão
respondeu
12 A empresa investe no treinamento e desenvolvimento de seus funcionários? 15% 83% 2%
13 A empresa oferece benefícios a seus funcionários? 23% 75% 2%
Pergunta
Figura 04: Questões de números 12 e 13
Fonte: Acadêmica Camile Prado de Azevêdo (2010)
Conforme figura 4, sobre a pergunta 12, 83% dos funcionários disseram não haver
investimento; 15% disseram que sim e 2% não quiseram responder. O alto índice de respostas
negativas reflete a falta de investimento da empresa em seus funcionários.
Já com relação à pergunta 13, 75% dos funcionários disseram que a empresa não oferece
benefícios; 23% disseram que sim, ou seja, a empresa oferece benefícios e 2% não
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responderam. Supõe-se que a empresa oferece poucos ou até nenhum benefício, dependendo
do que o funcionário considere como benefício.
14 – Quais os benefícios você gostaria de ter em sua empresa?
Figura 05: Benefícios desejados pelos funcionários
Fonte: Acadêmica Camile Prado de Azevêdo (2010)
A pergunta 14 se refere aos tipos de benefícios que os funcionários desejam ter na empresa,
onde 40% desejam possuir plano de saúde; 16% desejam ter ticket refeição; 16% desejam ter
plano odontológico; 10% desejam ter transporte, 9% desejam ter bolsa estudo; 6% desejam
cesta básica e 3% desejam ter carro para trabalhar. A figura 05 representa o desejo por ter
algum tipo de benefício que não é oferecido espontaneamente pela empresa.
Em relação à pergunta 15, 83% dos funcionários disseram que a empresa não possui políticas
de reconhecimento; 11% disseram que a empresa possui políticas de reconhecimento e 6%
não responderam. Para a maioria significativa a empresa não possui políticas de
reconhecimento e os poucos que disseram que sim, não souberam dizer quais são elas.
A pergunta 16 se refere à opinião dos funcionários em relação ao seu crescimento dentro da
empresa, onde 48% disseram sim; 46% disseram que não e 6% não responderam. Supõe-se a
falta de credibilidade dos funcionários, relativo ao seu crescimento dentro da empresa. Essa
questão tem uma relação direta com uma das respostas da pergunta 15, onde 83% dos
funcionários disseram não haver políticas de reconhecimento, o que gera desmotivação, falta
de comprometimento com a empresa, falta de credibilidade em seu crescimento dentro a
organização.
A pergunta 17 aborda a questão dos salários, se para os funcionários, os mesmos são ou não
compatíveis com o cargo ocupado. O resultado da pesquisa revela que 56% acham que não;
40% acham que sim e 4% não responderam. Para a maioria dos funcionários a empresa não
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valoriza seu trabalho, pagando valores inferiores aos valores de mercado. Há uma grande
relação dessa questão com as questões 15 e 16, pois a falta de valorização do funcionário
reforça o fato da empresa não reconhecê-lo e não permitir seu crescimento na empresa.
18 – Você possui falta nos últimos 3 (três) meses? Se houver, quais os motivos das faltas?
A questão 18 revela que 44% dos funcionários possuem faltas nos últimos três meses e 56%
não faltaram. Assim quando questionamos sobre os motivos das faltas percebe-se:
Figura 07: Motivos das faltas nos últimos 3 (três)meses
Fonte: Acadêmica Camile Prado de Azevêdo (2010)
A figura 07 revela que 46% trouxeram atestados médicos; 4% tiveram algum problema de
saúde na família; 4% tiveram licença; 8% disseram ter tido falecimentos na família; 17% não
justificaram a falta e 21% tiveram outros motivos.
PROPOSTAS DE MELHORIA
Com base nos pontos francos identificados foram elaboradas as seguintes propostas de
melhorias:
PONTOS FRACOS PROPOSTAS DE MELHORIA
Falta de comunicação interna. Estabelecer cronograma de reuniões.
Pouco investimento em treinamento e
desenvolvimento dos colaboradores
Promover treinamento e desenvolvimento mensal para supervisores e
demais colaboradores.
Desmotivação dos colaboradores. Conhecer as razões da desmotivação e promover a motivação pessoal.
Ausência de benefícios aos funcionários. Programa de beneficio a seus colaboradores.
Poucas políticas de reconhecimento profissional. Aperfeiçoar as políticas de reconhecimento profissional.
Figura 08: Proposta de melhorias
Problema I: Falta de comunicação interna
PROPOSTA I: Cronograma de Reuniões
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Objetivo: Implantar uma política de comunicação eficaz.
Justificativa: As reuniões promoverão uma comunicação integrada na organização, onde será
possível estabelecer uma melhor relação entre diretoria, supervisores e demais funcionários, já
que 44,00% dos funcionários pesquisados disseram que a comunicação é regular e 12,00%
disseram ser ruim. As reuniões promoverão fluxo de informações entre todas as áreas da
empresa, melhorando a eficiência e eficácia dos processos, diminuindo tempo e custos.
Metodologia: Supervisores realizarão reuniões com os funcionários e registrarão em ata todos
os assuntos abordados na reunião, sendo posteriormente estes repassados para discussão junto
à diretoria.
CRONOGRAMA DE REUNIÕES
PARTICIPANTE PAUTA DIA / HORÁRIO / LOCAL COORDENADOR
Supervisora do Departamento
Financeiro, sua equipe e jurídico
da empresa.
Metas, desempenho da equipe, problemas
enfrentados, sugestões, eventuais
mudanças organizacionais, etc.
1º Dezembro/
08h00min/Distribuidora
Martins
Gisele
Supervisora do Deptº de Vendas
Interna, sua equipe e jurídico da
empresa.
Metas, promoções, problemas enfrentados,
desempenho da equipe, sugestões,
eventuais mudanças organizacionais etc.
1º Dezembro/
08h00min/Distribuidora
Martins
Camile
Supervisor do Departamento de
Vendas externa e 0800,sua
equipe. e jurídico da empresa.
Metas, promoções, problemas enfrentados,
desempenho da equipe, sugestões,
eventuais mudanças organizacionais etc.
1º Dezembro/14h00min/
Distribuidora MartinsCharles
Supervisor do Departamento de
licitação ,sua equipe e jurídico
da empresa.
Metas, promoções, problemas enfrentados,
desempenho da equipe, sugestões,
eventuais mudanças organizacionais etc
1º Dezembro/14h00min/
Distribuidora MartinsRafael
Supervisor do Departamento de
Almoxarifado e sua equipe.
Problemas enfrentados, desempenho da
equipe, sugestões, eventuais mudanças
organizacionais etc
1º Dezembro/18h00min/
Distribuidora MartinsFábio
Supervisor do Departamento de
Transporte e sua equipe.
Problemas enfrentados, desempenho da
equipe, sugestões, eventuais mudanças
organizacionais etc
1º Dezembro/08h00min/
Distribuidora MartinsEdmilson
Diretor, supervisores e jurídico
da empresa.
Problemas enfrentados, desempenho da
equipe, sugestões, eventuais mudanças
organizacionais etc
3 (três) de
Dezembro/08h00min/
Distribuidora Martins
Willian
Figura 09: Cronograma de reuniões
Fonte: Acadêmica Camile Prado de Azevêdo (2010)
Recursos Humanos: Diretoria, supervisores e demais funcionários. Materiais:
Computadores, Data show. Financeiros: Coffee Break no valor de R$ 15,00/Pessoa x 57
Pessoas, perfazendo-se um total de R$ 855,00
Cronograma: Dezembro de 2010.
Resultados esperados: Melhorar a comunicação da empresa e através das reuniões,
identificarem necessidades, interesses e sugestões dos funcionários, a fim de buscar melhorias
para a gestão da empresa e colaboradores.
Problema II: Pouco investimento em treinamento e desenvolvimento
PROPOSTA II: Investimentos em Treinamento e Desenvolvimento
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Objetivos: Capacitar e qualificar seus supervisores e colaboradores, agregando valores aos
mesmos.
Justificativa: Melhorar a capacitação do quadro de funcionários através do treinamento e
desenvolvimento de suas habilidades e competências a fim de maximizar seu desempenho e
produtividade, promovendo assim o crescimento da instituição e do próprio funcionário.
Metodologia: A empresa investirá (semestralmente com horários após o expediente de
trabalho) em cursos e palestras de capacitação gerencial direcionados aos supervisores e, em
cursos e palestras de vendas, motivação, qualidade no atendimento ao cliente, importância do
trabalho em equipe, etc., para os demais funcionários da empresa. A empresa também
adquirirá materiais como DVDs e apostilas, para que possam ser utilizados em mini-cursos
ministrados mensalmente nos dias de sábado, na própria empresa, pelos supervisores.
Cronograma de Mini-Cursos
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
Mini cursos para
equipe de vendas
e licitaçõesX X X
Mini cursos para
equipe de finanças X X X
Mini cursos para
equipe de
almoxarifado e
transporte
X X X
Atividades
dez/10 jan/11nov/10
Sábados Sábados Sábados
Figura 10: Cronograma de mini-cursos
Recursos: Humanos: Supervisores e demais funcionários. Materiais: Projetor, aparelho de
DVD, filmes, apostilas, data show, canetas, papéis para anotações. Financeiros:
Semestralmente – R$ 5.816,00 uma vez que será necessário: Aquisição de DVDs – R$
100,00/mês x 6 meses = R$ 600,00; Investimento em cursos para supervisores a cada 6 meses
– 216,00/Supervisor x 6 = R$ 1.296,00; Investimento em cursos para vendedores a cada 6
meses – R$ 140,00/Vendedor x 28 = R$ 3.920,00.
Cronograma: a partir de Novembro de 2010.
Resultados esperados: Agregar valores a todos os funcionários, tornando-os mais
produtivos, criativos, inovadores e valiosos. Com isso, melhorar eficiência dos serviços e a
eficácia nos resultados, onde todos contribuirão no alcance dos objetivos organizacionais.
Obter maior competitividade e melhorar a imagem da empresa.
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Problema III: Desmotivação dos funcionários.
PROPOSTA III: Pesquisa e Programa Motivacional.
Objetivos: Identificar junto aos funcionários causas da desmotivação e saná-las através de
análises e planos de melhorias.
Justificativa: A desmotivação está causando queda da produtividade, falta de
comprometimento dos colaboradores com objetivos e resultados a serem alcançados, baixa
credibilidade dos funcionários em relação à possibilidade de crescimento dentro da empresa e
assim uma alta taxa de rotatividade.
Metodologia: A empresa realizará pesquisas de satisfação junto a todos colaboradores,
identificando falhas e sanando-as. Os supervisores estabelecerão metas tangíveis para que
incentivem os seus funcionários no alcance de resultados, farão avaliações de desempenho e
premiarão aqueles que cumprirem as metas. Utilização de Feedback individual entre
supervisor x colaboradores e diretoria x supervisores, pois ao receber a retroação, o
funcionário poderá saber como está fazendo seu trabalho, podendo melhorar sua
produtividade e o alcance das metas estipuladas. Serão feitas e documentadas as entrevistas de
desligamentos para detectar motivos da saída de funcionários e assim possíveis insatisfações.
Serão realizadas confraternizações semestrais com intuito de promover socialização entre
colaboradores e diretoria.
Recursos: Humanos: Diretoria, supervisores e demais funcionários. Materiais: Planilhas,
relatórios, computadores, Data show. Financeiros: Premiação para equipe de vendas –
Atingindo a meta mensal estipulada de faturamento e recebimento, o vendedor ganhará um
prêmio de 0,5% sobre valores faturados e 0,5% sobre valores recebidos daquele mês.
Premiação para supervisores – Serão estipuladas pela diretoria, metas mensais de faturamento
por equipe para cada supervisor, que ao atingi-las ganharão 0,2% sobre o valor faturado.
Premiação para demais funcionários - R$ 1.000,00 a serem divididos aos 5 (cinco)
funcionários destaques do mês que não pertençam a equipe de vendas e não sejam
supervisores. O critério para escolha será através de avaliações de desempenho.
Confraternização semestral - R$ 2.900,00 conforme discriminado: Aluguel de local para
confraternização – R$ 400,00 e Buffet para confraternização– R$ 2.500,00
Cronograma: A partir de Dezembro de 2010.
Resultados esperados: Espera-se criar um Clima Organizacional positivo, o aumento da
produtividade, permitir a criatividade, baixo absenteísmo, minimizar o turnover, aumento do
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comprometimento do funcionário com a empresa, desenvolver o sentimento de orgulho de
pertencer a empresa, satisfação dos clientes, ótimas negociações, melhor comunicação
interna.
Problema IV: Ausência de benefícios aos funcionários.
PROPOSTA IV: Programa de benefício aos seus colaboradores.
Objetivos: Oferecer benefícios a seus colaboradores.
Justificativa: A empresa atualmente não oferece benefícios a seus funcionários como: planos
de saúde e odontológico, ticket refeição, bolsa estudo, creche, etc. Portanto, ela não é um
atrativo para novos funcionários ou até mesmo para manter os atuais, sendo os mesmos alvos
fáceis para as ofertas de empregos dos concorrentes.
Metodologia: De acordo com os resultados referente a questão 14 (quatorze) do questionário
aplicado a todos os funcionários, situada na página 24 deste artigo, o plano de saúde é o mais
requisitado. Portanto, a empresa contratará um Plano de Assistência Médico Hospitalar
empresarial, onde ela bancará 20% dos valores ofertados pelo plano. Após fazer pesquisa de
preço com 3 (três) empresas que ofereçam o plano, avaliando custo-benefício para
funcionários e para a empresa, a empresa escolherá a empresa e firmará o contrato. O
funcionário poderá escolher aquele plano que o satisfaz e a diferença, que não será paga pela
empresa, será descontada na folha de pagamento. O funcionário que já possuir plano de saúde
poderá migrar para o plano empresarial ou não aderi-lo.
Recursos: Humanos: Diretoria, supervisores e demais funcionários.Materiais: Computador,
tele-fax, contrato de adesão ao Plano de Assistência Médico Hospitalar empresarial.
Financeiros: R$ 1.008,00 - Média de valor da mensalidade do plano R$ 90,00/pessoa - R$
90,00 x 56 funcionários = R$ 5.040,00 - R$ 5.040,00 x 20% = 1.008,00
Cronograma: Janeiro de 2011.
Resultados esperados: Melhorar o bem estar, a satisfação e segurança dos seus
colaboradores, aumentar a produtividade e o desempenho, aumentar o comprometimento com
a empresa, valorização da empresa pelo funcionário.
Problema V: Poucas políticas de reconhecimento.
PROPOSTA V: Aperfeiçoar as políticas de reconhecimento profissional.
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Objetivo: Dar mais oportunidades de crescimento dentro da empresa aos seus colaboradores,
conquistando sua credibilidade e valorizando-os.
Justificativa: Necessidade de desenvolver ações que possam debelar a crença de que a
empresa não valoriza seus funcionários o que gera a falta de comprometimento, prejudicando
o desempenho.
Metodologia: Promover recrutamento interno, com criação de mais um departamento de
vendas interno, que será composto por cinco vendedores e um supervisor. Disponibilizar uma
vaga para mais um comprador. Disponibilizar uma vaga para supervisor que seja exclusivo
para o departamento de 0800. Criação de um mural, onde será exposta mensalmente, as fotos
dos 5 (cinco) funcionários do mês que serão premiados.
Recursos: Humanos: Diretoria, supervisores e demais funcionários. Materiais: Mural,
computadores, impressora para imprimir fotos, toner colorido. Financeiros: Total de R$
14.740,00, incluindo: Salário de 2 (dois) supervisores de vendas – Média de R$ 3.000,00 para
cada, totalizando R$ 6.000,00; Salário de comprador – Média de R$ 1.200,00; Salário de
vendedor – Média de R$ 1.500,00 x 5 – R$ 7.500,00; Mural medindo 90x60 cm – R$ 40,00.
Cronograma: Janeiro de 2011
Resultados esperados: Melhorar o clima organizacional, reduzir o sentimento de insegurança
do colaborador, proporcionando satisfação e maior comprometimento dele para com a
empresa. Aumentar o desempenho e produtividade, elevando os lucros da organização.
Redução de custos, com a queda da rotatividade e absenteísmo de funcionários.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho apresentado sobre a Distribuidora Martins teve seus objetivos alcançados,
uma vez que realizou o que se propôs, realizar um estudo teórico, apresentar a empresa e sua
área de Recursos Humanos, fazer diagnóstico e apresentar as propostas de melhorias que
serão implantadas a curto e médio prazo, a partir da análise e aceitação da direção.
Através da entrevista, questionários e observação de campo, foram identificados os
seguintes pontos fracos: falta de comunicação interna, pouco investimento em treinamento e
desenvolvimento de seus colaboradores, desmotivação dos funcionários, Nenhum benefícios
aos funcionários e poucas políticas de reconhecimento.
Analisando as informações diagnosticadas durante a elaboração deste artigo, foram
elaboradas as seguintes propostas de melhoria: estabelecer cronograma de reuniões, promover
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treinamento e desenvolvimento mensal para supervisores e demais colaboradores, conhecer
motivos da desmotivação e promover a motivação de pessoal, promover benefícios aos
colaboradores e desenvolver mais políticas de desenvolvimento.
Os resultados alcançados na realização do diagnóstico foram o de verificar que a
função RH na Distribuidora Martins é bastante falha, e que deve ser melhorada através de
investimentos constantes da empresa na capacitação de seus funcionários, bem como em
programas de benefícios e motivacionais. A percepção da empresa de que a força humana é o
grande diferencial no mercado atual, ajudará com que ela vença os desafios diários
enfrentados devido ao crescimento rápido de uma empresa de médio porte em meio a um
ambiente dinâmico e volátil. Somente com pessoas preparadas e capazes de atender a todos
esses desafios, a empresa poderá vencer. Portanto, tendo em vista o dinamismo da empresa,
mercado e pessoas, o trabalho não acabou. Ações serão avaliadas, implementadas e novos
estudos deverão ser realizados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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___________________. Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas
organizações. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Elservier, 2004.
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DESSLER, Gary. Administração de Recursos Humanos. 2 ed. São Paulo: Prentice Hall,
2003.
LACOMBE, Francisco José Masset. Recursos Humanos: princípios e tendências. São
Paulo: Saraiva, 2005.
MEGGINSON, Leon C.; MOSLEY, Donald C.; PIETRI, Paul H. Administração Conceitos
e Aplicações. São Paulo: Harbra, 1998.
MILKOVICH, George T; BOUDREAU, John W. Administração de Recursos Humanos.
São Paulo: Atlas, 2000.
PONTES, Benedito Rodrigues. Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoal. São
Paulo: LTR, 2001.