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Iluminação de escritórios: apresentação de projeto de iluminação para o IBGE e discussão sobre o uso de LEDsOffice lighting: presentation of lighting design for IBGE and discussion about the use of LEDs
MARIANGELA DE MOURA, ALDO CARLOS DE MOURA GONÇALVES E ANA LUCIA TORRES SEROA DA MOTTA
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Mariangela de Moura Arquiteta pelo Instituto
Metodista Bennett (1984); Mestre em Ciência da
Arquitetura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
(2008) e doutoranda do Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Civil da Universidade Federal
Fluminense (UFF). É professora da Pós-graduação
em Design de Interiores da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e da Pós-graduação
em Iluminação da Universidade Estácio de Sá.
Aldo Carlos de Moura Engenheiro elétrico pela Escola
Politécnica da Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro (1967); Mestre em Física pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (1973) e Doutor pela Universite
de Paris XI - Paris-Sud (1980). Foi professor dos cursos de
graduação e pós-graduação da Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Ana Lucia Torres Seroa da Motta Arquiteta pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro (1980);
Mestre e Doutora em Environmental Design and
Engineering pela Bartlett School of Architecture and
Planning – UCL, Inglaterra (1982-1985); Pós-doutora
pelo Institut für Technologie in den Tropen – Cologne
University of Applied Sciences – Engineering Sciences
Centre, Alemanha (1998). Atualmente é professora
associada da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Iluminação de escritórios: apresentação de projeto de iluminação para o IBGE e discussão sobre o uso de LEDsOffice lighting: presentation of lighting design for IBGE and discussion about the use of LEDs
MARIANGELA DE MOURA, ALDO CARLOS DE MOURA GONÇALVES E ANA LUCIA TORRES SEROA DA MOTTA
Mariangela de Moura Degree in Architecture from the
Instituto Metodista Bennett (1984); Masters’s in Architecture
Science from the Universidade Federal do Rio de Janeiro
(2008) and PhD candidate from the Post-Graduate Program in
Civil Engineering from the Universidade Federal Fluminense
(UFF). Post-Graduate professor in Interior Design at the
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ)
and in Lighting at the Universidade Estácio de Sá. mariangela.
Aldo Carlos de Moura Gonçalves Electrical Engineering
degree from the Escola Politécnica da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (1967); Master’s in Physics from
the Universidade Federal do Rio de Janeiro (1973) and Ph.D.
from the Universite de Paris XI - Paris-Sud (1980). Was a
professor for the graduation and post-graduation courses at
the Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Federal do Rio de Janeiro. [email protected]
Ana Lúcia Torres Seroa da Motta Degree in Architecture
from the Universidade Federal do Rio de Janeiro (1980);
Master’s and Ph.D in Environmental Design and Engineering
from the Bartlett School of Architecture and Planning –
UCL,England (1982-1985); Post-doctorate from the Institut
für Technologie in den Tropen – Cologne University of Applied
Sciences – Engineering Sciences Centre, Alemanha (1998).
Associate professor at the Universidade Federal Fluminense
(UFF). [email protected]
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Iluminação de escritórios: apresentação de projeto de iluminação para o IBGE e discussão sobre o uso de LEDsOffice lighting: presentation of lighting design for IBGE and discussion about the use of LEDs
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RESUMO
O artigo versa sobre iluminação em ambiente corporativo. Apresenta projeto de ilu-
minação para os escritórios do IBGE, proposto em trabalho de dissertação de Moura
(2008), no qual não foi usada a tecnologia LED na iluminação artificial. Discute o LED
em seus aspectos positivos e negativos, mencionados pela literatura, e sua utilização
em projetos luminotécnicos. Pondera a respeito do embate entre o uso de tecnologias
convencionais e tecnologias novas como o LED na iluminação artificial de ambientes
corporativos e opta pela possibilidade de utilização de ambos, consubstanciada no pro-
jeto de iluminação do Centro de Inteligência Corporativa (CIC) do IBGE, finalizado em
2010.
Palavras-chave: Iluminação em ambiente corporativo. Projeto de iluminação dos escri-
tórios do IBGE. Uso de LEDS. Combinação de tecnologia convencional e novas tecnolo-
gias de iluminação.
ABSTRACT
The article focuses on lighting in the corporate environment. Features lighting design for offices
of IBGE, proposed on dissertation work by Moura (2008), which not used LED technology in arti-
ficial lighting. Discusses the LED on its positive and negative aspects, mentioned in the literature,
and its use in lighting projects. Ponders about the shock between the use of conventional techno-
logies and new technologies such as LED in artificial lighting in corporate environments and opts
for the possibility of using both, substantiated on the lighting design of Corporate Intelligence
Center (CIC) of IBGE, completed in 2010.
Keywords: Lighting in corporate environment. Lighting design of IBGE’s office. Using LEDs.
Combination of conventional technology and new lighting technologies.
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Introdução
Os escritórios-sede do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
localizam-se no Rio de Janeiro, funcionando em dois prédios contíguos, de
número 146 e 166 da mesma rua, no bairro do Castelo, centro da cidade.
Estas unidades foram objeto de estudo de caso desenvolvido por Moura (2008)
em trabalho de dissertação sobre arquitetura corporativa, com foco na ilumi-
nação artificial de escritórios, apresentado ao Programa de Pós-Graduação em
Arquitetura (PROARQ) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universi-
dade Federal do Rio de Janeiro, no ano de 2008.
A principal motivação do estudo foi a existência de um plano de reforma dos
prédios, iniciado no ano de 2006, que, apesar de abranger as etapas de modifi-
cação das janelas, troca de aparelhos de ar condicionado, de pisos e mudança
do layout dos escritórios, não previu qualquer alteração no que diz respeito à
iluminação.
Neste artigo, o estudo de caso desenvolvido na dissertação é recapitulado su-
mariamente. Partindo de uma Avaliação Pós-Ocupação (APO) como metodolo-
gia de arquitetura capaz de indicar como a construção funciona e influenciar
regras, padrões e decisões de projeto, propôs-se uma reforma da iluminação
dos escritórios da instituição, ancorada em um sistema combinado de ilumi-
nação natural e artificial, com o propósito de melhorar a execução das tarefas
rotineiramente ali desenvolvidas.
O projeto de iluminação proposto levou em conta diretrizes técnicas e con-
ceituais pontuais, como funcionalidade, eficiência energética, minimização
de gastos operacionais e conforto ambiental e visual, aliados à noção de bem-
-estar, de modo a atender as necessidades físicas e psíquicas das pessoas que
executam, nos escritórios do IBGE, suas atividades profissionais.
E adotou soluções mistas de iluminação artificial que reuniram o uso de lâmpa-
das fluorescentes e incandescentes, sem utilização de dispositivos LED – Ligth
Emitting Diode.
A recapitulação do projeto proposto, ora realizada, pretende, num primeiro
momento, reforçar a importância deste tipo de pesquisa para o projeto arqui-
tetônico – na medida em que fornece, a um só tempo, dados e informações
para futuros trabalhos nesse segmento específico e os fundamentos para que
se inicie, na própria instituição IBGE, um ciclo de estudos e de implementação
de novos projetos de iluminação.
Secundariamente, pretende discutir a sua validade hoje, frente ao emprego
cada vez mais frequente da tecnologia LED, que, inclusive, remete a indicações
de substituição total das lâmpadas convencionais.
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O artigo, portanto, apresenta o projeto de iluminação proposto para os escri-
tórios do IBGE e reflete sobre a tecnologia LED em seus aspectos positivos e
negativos, observados pela literatura. Traz uma visão a respeito do uso de tec-
nologias tradicionais e de novas tecnologias em projetos de iluminação, con-
substanciada no projeto de iluminação realizado no Centro de Inteligência Cor-
porativa (CIC) do IBGE, também apresentado na sequência.
Finaliza-se com considerações a título conclusivo e a apresentação das fontes
referenciais utilizadas.
O cenário da pesquisa
Os prédios do IBGE têm projeto arquitetônico da década de 1930, apresentan-
do modelo comum e peculiar à maioria dos edifícios localizados no entorno.
São edificações públicas que não passaram por nenhuma grande alteração nos
últimos anos, apenas por pequenas e pontuais reformas, como adaptações de
espaço e manutenção.
O prédio de número 166 possui detalhes construtivos que facilitaram a incidên-
cia de luz natural e a ventilação dos andares. O de número 146, diferentemente,
tem corredores estreitos e precárias condições de circulação de ar e iluminação
natural. Este é o prédio focado no estudo.
Ali estão localizados os escritórios analisados, mais precisamente no oitavo
andar, que serve como modelo, já que todos os outros andares possuem salas
de escritório semelhantes; o andar representa padrão de distribuição de lumi-
nárias e divisão das salas para todos os andares de ambos os prédios.
Os escritórios têm desenho tradicional, tratando-se de salas fechadas de tra-
balho. As salas individuais têm fechamento piso-teto em alvenaria ou divisória
opaca e os locais que passaram por adaptações possuem modelo aproximado
ao do office landscape.
A divisão interna apresenta, simultaneamente, características do espaço de
trabalho tradicional, priorizando núcleos rígidos e ambientes fechados, e, con-
traditoriamente, a ideia dos office ladscapes, que, com as divisórias, possibilita
a padronização e individualização dos postos de trabalho. A circulação é feita
pelo hall dos elevadores e por circulações internas nos grupos de duas ou três
salas. A planta a seguir ilustra os espaços de trabalho [1].
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O décimo pavimento do prédio de número 166, onde se localizam a Diretoria
Executiva e a Presidência do Instituto também foi considerado como referência
para o desenvolvimento do estudo, pois nesses setores a primeira percepção foi
de que a iluminação é precária: além de não estarem distribuídas de forma equi-
librada, as luminárias utilizadas talvez não representassem a melhor solução.
Metodologia e instrumentos de avaliação empregados na pesquisa
Dentre os tipos de investigação em torno do ambiente construído1 optou-se
pela metodologia disponibilizada pela APO, Avaliação Pós-Ocupação, um mode-
lo de avaliação de desempenho interativo, que detecta patologias e determina
terapias no decorrer do processo de produção e uso de ambientes construídos
(ORNSTEIN et al, 1995).
Elali e Veloso (2004, p. 35) afirmam que a APO difere dos outros métodos de in-
vestigação sobre o ambiente construído “por buscar resultados práticos e apli-
cáveis em termos pragmáticos e apontar alterações a curto, médio ou longo
prazo”.
O correto desenvolvimento da APO requer procedimentos técnicos de análise
detalhados, com medições, diagnósticos e recomendações. Mas também exige
sensibilidade diante do espaço a ser avaliado, pois inclui a compreensão de
1 Elali e Veloso (2004) citam entre as formas de avaliação do ambiente construído a Avaliação Ambiental (AA); os Estudos de Impacto Ambiental (EIA); Relatórios de Impacto ao Meio Ambiente (RIMA); Avaliação Social do Ambiente (ASA); Avaliação Social de Edificações (ASE); e Avaliação Pré-Projeto (APP).
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FIGURA 1
Planta do andar padrão
Fonte: MOURA (2008, p. 110).
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seu contexto sociocultural (seja em uma perspectiva histórica ou na análise
da situação atual como fator essencial para a avaliação do ambiente hoje) e a
observância de aspectos cognitivos do sujeito ali inserido, que cooperam para
o conhecimento do espaço sob a ótica de seus ocupantes (daí a busca por sua
participação), principalmente em áreas ou edificações com certo tempo de uso,
que foram ou serão objeto de reformas e renovações, como é o caso dos prédios
do IBGE (CHIMENTI, RHEINGANTZ e BARONCINI, 2000).
Com esta perspectiva, dois instrumentos de operacionalização reconhecidos
pela metodologia APO foram utilizados no estudo: a Análise Walkthrough e a
Avaliação Comportamental, esta através da aplicação de questionário estrutu-
rado a vinte servidores do andar observado, composto de dezoito perguntas de
múltipla escolha norteadas pelas variáveis ‘iluminação ou não para atividades
de leitura e escrita’ e ‘ofuscamento ou não no trabalho com o computador’.
A Análise Walkthrough (ou Análise Preliminar) consiste no reconhecimento do
ambiente construído e na identificação descritiva de seus problemas e aspectos
positivos, observando características físicas e funcionais e atividades de seus
usuários (CASTRO, 2004). Já o questionário é uma das técnicas de levantamento
e coleta de dados. Quando composto por perguntas bem redigidas e em íntima
relação com a formulação do problema da pesquisa, é considerado um procedi-
mento capaz de gerar os dados necessários para se atingir objetivos específicos
propostos (GIL, 2008).
Também foi realizado um levantamento da iluminância dos escritórios para ve-
rificar a adequação do tipo de iluminação artificial utilizada nos ambientes foi
realizado. Os níveis de iluminação foram analisados segundo a NBR 5413/92, que
fixa valores recomendáveis para iluminação de interiores (ABNT, NBR 5413, 1992).
Principais resultados obtidos com a metodologia utilizada
As salas do oitavo andar do prédio número 146 têm áreas de 25m2 em média
e, em geral, apresentam detalhes comuns. São espaços com piso laminado na
cor de madeira ou piso vinílico de 30mmX30mm na cor bege. As paredes têm
coloração bege e os tetos são pintados na cor branca. Nas paredes, é comum a
existência de divisórias que combinam revestimento em madeira escura e na
cor branco gelo. As estações de trabalho têm formato em ‘L’ e nem sempre há
divisórias entre as mesas.
As películas protetoras das janelas foram retiradas na reforma iniciada em
2006, quando também houve a troca do modelo das janelas (de guilhotina para
báscula) e a colocação de novas persianas padronizadas em todas as salas.
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Na maioria das salas, a iluminação artificial é feita com luminárias de sobre-
por do tipo calha, utilizando lâmpadas fluorescentes tubulares que podem ir
de 20W a 40W, apresentando variações no número de lâmpadas. Em algumas
salas, foram encontradas luminárias de embutir em modelos diferenciados.
Observou-se que as luminárias são de modelos antigos e desatualizados e que
a sua paginação não segue qualquer padrão, possivelmente em função das se-
guidas mudanças de layout desses espaços.
Outros pontos importantes observados correspondem: ao mau estado de con-
servação das luminárias, à verificação de que muitas lâmpadas encontram-se
no final de sua vida útil (fazendo com que quando substituídas a reposição nem
sempre obedecesse à mesma temperatura de cor) e que as luminárias utilizadas
não visam à economia de energia tampouco à eficiência na distribuição da luz.
As imagens abaixo [2] oferecem uma visão desse relato.
FIGURA 2
Detalhe da iluminação artificial da maioria das
salas do IBGE
Fonte: MOURA (2008, p. 117, 118, 123).
Na primeira etapa da Análise Walkthrough ficou evidenciado que o tipo de ilu-
minação do andar observado (seguramente o mesmo de todos os andares nos
dois prédios) é precário e não atende à ambientação das salas de escritórios,
tampouco às necessidades visuais dos funcionários da instituição.
A segunda fase do Walkthrough correspondeu à medição através de luxímetro
digital nos postos de trabalho, levando em consideração o valor informado pela
NBR 5413 de 500 lux para iluminação em escritórios, com a finalidade de saber
se os padrões desta norma eram atendidos. Nessa medição, verificou-se que
existia um desequilíbrio na distribuição das luminárias. As medidas levantadas
eram muito baixas ou muito acima das sugeridas pela norma NBR 5413, retra-
tando a falta de equilíbrio na superfície de trabalho.
É possível obter uniformidade otimizada posicionando as luminárias correta-
mente em relação ao espaço projetado para atingir a iluminância da superfície
substituindo a luminária existente por outra, mais eficiente, conforme sugerido
na proposta do projeto, com grande economia em potência, medida em watts,
como demonstra a figura [3] a seguir.
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FIGURA 3
Detalhe da iluminação artificial da maioria das
salas do IBGE
Fonte: IBGE (2010).
No que respeita aos resultados dos questionários aplicados, destacam-se os
seguintes: (i) a faixa etária da maioria dos servidores variava entre 40 e 55 anos,
expressando sua maior necessidade de iluminação na superfície de trabalho;
(ii) os usuários não tinham clareza sobre o nível de iluminação média neces-
sária para o desempenho de tarefas, prevalecendo entre elas a necessidade
de conforto na própria estação de trabalho; (iii) para 81% dos participantes,
as lâmpadas deviam permanecer acesas todo o tempo nos postos de trabalho,
apesar da incidência de luz natural; (iv) 63% dos participantes afirmaram que
a iluminação geral e da mesa de trabalho não era suficiente; (v) no caso de uso
de computadores, 75% dos participantes confirmaram ofuscamento provocado
pelas luminárias existentes.
Estes resultados reforçaram a percepção da necessidade de um projeto de ilu-
minação que solucionasse ou ao menos mitigasse as deficiências encontradas
nos escritórios da instituição.
O projeto proposto e considerações sobre projetos de iluminação de escritórios
O principal objetivo do projeto proposto foi sugerir um sistema de iluminação
artificial que somasse economia de energia com conforto visual aos usuários,
utilizando luminárias com bom rendimento e com distribuição harmoniosa no
forro, distinta da situação atual, na qual não existe padrão ou cálculo que justi-
fique a sua colocação no teto. O projeto também buscou a eficiência do sistema
de iluminação, facilidade de manutenção e custo inicial médio, por tratar-se de
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instituição pública que nem sempre pode realizar projetos mais requintados
com o orçamento disponível.
O maior problema encontrado foi conferir equilíbrio ao forro do teto em fun-
ção das diferentes alturas de pé-direito. A etapa inicial foi desenvolver uma
malha no teto que permitisse futuras adaptações e divisões nas salas. Por isso
escolheu-se um modelo de luminária que se adaptasse à paginação do forro
acústico em placa nas dimensões 60X60.
A solução foi criar uma paginação das placas em desenhos referentes ao tama-
nho original das salas, com o perímetro de gesso comum no contorno das salas
existentes, possibilitando a retirada futura das divisórias sem interferência na
paginação dos tetos e na colocação das luminárias, ou, ainda, posterior redis-
tribuição de um novo layout das salas. Isso pode ser observado na Figura [4] a
seguir, que ilustra a malha do teto.
A base do teto das salas de trabalho foi utilizada para definir a posição das
luminárias e sua colocação em função da modulação adotada e da estética.
FIGURA 4
Planta baixa da malha do teto
Fonte: MOURA (2008, p. 137).
O cálculo aplicado para saber a quantidade de luminárias que seria suficiente
para atender à norma de 500 lux na superfície de trabalho utilizou a regra, e foi
realizado através do software de auxílio a cálculos luminotécnicos Aladan da
General Elétrica (GE).
A lâmpada escolhida para os escritórios foi a T5 de 14W com temperatura de
3000k. A luminária correspondeu ao modelo FE 1779/414 de embutir, da Lumini,
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por apresentar maior eficiência. Suas características técnicas são alto rendi-
mento para 03 ou 04 lâmpadas de 14W, com corpo em aço tratado e pintado por
processo eletrostático na cor branca, refletor e aletas parabólicas em alumínio
anodizado, de alto brilho, reator alojado na parte superior e fixação ao forro por
meio de tirantes.
Nos corredores, o modelo escolhido obedeceu ao conceito atual de iluminação,
segundo o qual é possível ter luz, sentir a luz, mas não visualizar a fonte de
iluminação (a luminária é embutida como uma caixa de luz no gesso). O mo-
delo foi a luminária ‘no frame’ 226 sem moldura embutida em forro de gesso,
conferindo acabamento extremamente limpo ao forro e fixação por meio de
parafusos. A lâmpada utilizada foi a Dulux/D 26W/827, da Osram – 2X26W.
Nos banheiros e copas, optou-se por um modelo mais simples, com difusores
leitosos. O modelo adotado foi luminária quadrada modelo E4433/226 para 02
lâmpadas fluorescentes compactas, com corpo em aço tratado e pintado por
processo eletrostático na cor branca, visor em acrílico translúcido, reator aloja-
do na parte superior e fixação ao forro por meio de molas em aço inox. A lâm-
pada para esta luminária foi a Dulux/D 26W/827, da Osram – 2X26W.
O projeto propôs uma iluminação funcional eficiente para os setores adminis-
trativos, pontuada com diferenciais nas áreas da presidência, diretoria e salas
de reuniões. Para alcançar esse objetivo, empregou-se uma variedade de ele-
mentos, tais como luminárias especiais e modelos quádruplo-parabólicos para
lâmpadas T5. Com a proposta, além de iluminação funcional e diferenciais,
visou-se à eficiência, baixa carga térmica e impacto visual.
Nas áreas operacionais, foram propostas luminárias do tipo duplo-parabólica,
com lâmpadas T5, de baixa carga térmica. Nos espaços maiores, aparecem os
modelos quadrados, com capacidade para quatro lâmpadas de 14 watts e 3 mil
kelvin (K).
Nos corredores, privilegiou-se a luz difusa; para as áreas de espera previu-se
iluminação reduzida e concentrada no desempenho de suas funções, elimi-
nando-se possíveis focos decorativos ou de destaque, ou seja, primou-se pelo
conforto visual.
No andar da Presidência, propôs-se o uso do mesmo tipo de iluminação das
salas de trabalho, porém com um diferencial para destacar algumas paredes.
Na sala do presidente do Instituto, o destaque recaiu sobre a parede principal
do fundo; na sala dos assistentes, destaque em ambas as paredes (de um lado
e de outro na entrada de cada sala); e na ante-sala e sala de espera utilizou-se
o mesmo modelo ‘no frame’ de todas as circulações. Mas, como esta é uma sala
de destaque, que serve de acesso à Presidência e onde se encontra o principal
auditório do IBGE, desenvolveu-se um tamanho especial para sugerir caixas de
luz com lâmpada de 28W com 3000K de temperatura de cor.
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Todo projeto de iluminação deve atender a aspectos objetivos, tais como quan-
tidade de iluminação, custo das instalações de equipamentos, facilidade de
manutenção, reposição do equipamento, além de vida útil das lâmpadas, con-
sumo de energia e segurança dos equipamentos. Por outro lado, deve levar em
conta fatores subjetivos, como sensações e emoções favorecidas pela ilumina-
ção do ambiente, que constituem expectativas qualitativas do ser humano em
relação a seu local de trabalho.
Não existe um formato padrão a ser escolhido em um projeto de iluminação
para atingir esses fins. Existem recursos – equipamentos, luminárias e lâmpa-
das – de diferentes fabricantes, que devem ser analisados em relação a suas
características e desempenho e integrados em cada ambiente de modo a satis-
fazer as necessidades de seus usuários.
Tendo isso em vista, propôs-se, seguindo critérios e parâmetros recomenda-
dos pela norma técnica, diferentes soluções usando luminárias de lâmpadas
fluorescentes tubulares, de 14W, 16W, 28W e 32W, luminárias com lâmpadas
fluorescentes compactas de 26W e equipamentos mistos, com lâmpadas flu-
orescentes e incandescentes, combinando iluminação geral e iluminação nos
postos de trabalho, solucionando vários problemas levantados pelos instru-
mentos da metodologia APO, bem como das medições.
A utilização do LED
Novas tecnologias vêm sendo empregadas para a obtenção de níveis satisfató-
rios de iluminação artificial. O LED – Ligth Emitting Diode – é uma delas. Surgido
na década de 1960, teve grande repercussão 30 anos depois, inclusive no Brasil,
quando, a partir dos anos 90, em função da evolução das pesquisas, mostrou-se
possível de ser aplicado em várias situações.
As soluções proporcionadas com o uso de LEDs vêm sendo amplamente adota-
das no Brasil (sobretudo em projetos profissionais de arquitetos e lighting desig-
ners), país latino-americano dos mais receptivos a novas tecnologias – estima-se
que atualmente o mercado de LEDs no país esteja na ordem de 250 mil unida-
des/ano e que o crescimento atinja 100% até o final de 2012 (FREITAS, 2011).
Os diodos emissores de luz (LEDs na sigla em inglês) são componentes ele-
trônicos (chips) baseados em materiais semicondutores em estado sólido que,
quando energizados, emitem luz visível. A emissão se dá por efeito quântico
(LIMA et al, 2009).
Por introduzir novos paradigmas e possibilidades de iluminar, os LEDs repre-
sentam uma ruptura na iluminação artificial tradicional e são reconhecidos
como precursores de uma nova Era no setor de iluminação (que engloba fontes
luminosas, controles e luminárias), graças aos benefícios e diversas vantagens
que apresentam em relação às fontes de iluminação tradicional (GOIS, 2008).
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Fala-se, inclusive, que, num futuro próximo, o mercado de iluminação assistirá
à substituição total das tecnologias convencionais por LEDs. Estudos de mer-
cado apontam que a penetração dos LEDs no mundo atualmente gira em torno
de 15% e que será de 50% em 2015 (FREITAS, 2010; FREITAS, 2011). Isso porque
a tendência é de que os LEDs superem essas tecnologias, por exemplo, as lâm-
padas tubulares fluorescentes, ainda muito utilizadas em espaços corporativos,
uma vez que estão evoluindo na eficiência luminosa.
A literatura destaca benefícios e vantagens do LED. Dentre eles:
• Tecnologiainovadora;
• Aplicaçãovariadaeflexibilidadedeusodevidoàsformasedimensões
reduzidas;
• Acionamentoinstantâneo;
• Durabilidadeelongavidaútil,possibilitandomenorescustosdereposição;
• Qualidadedecoreversatilidadedetonsdaluzbranca;
• Altaeficiêncialuminosa,poisseriamfontesdeluzpontuais,comperda
menor do que as lâmpadas tradicionais. Diz-se inclusive que uma lâm-
pada LED consegue superar a eficiência de uma lâmpada incandescente
em até aproximadamente 40W;
• Variedadeecontroledecores;
• Variaçãodatemperaturadecor;
• Poucadissipaçãodecalor;
• Maiorrobustezemelhorrendimentoemrelaçãoàiluminaçãoconven-
cional (BRAGA, 2008; LIMA et al, 2009; FREITAS, 2010; FREITAS, 2011).
Já quanto à sustentabilidade ambiental (hoje uma exigência a considerar-se em
todas as fases do ambiente construído, desde a idealização, concepção, projeto,
construção, uso e manutenção, até final da vida útil da edificação), os LEDs são
compatíveis com este conceito, pois não emitem substâncias tóxicas ao meio
ambiente, são energeticamente eficientes e propiciam baixo consumo de ener-
gia, com economia de até 80% na comparação com outras tecnologias (MOTTA
e AGUILAR, 2009; BRAGA, 2008; LIMA et al, 2009; FREITAS, 2010; FREITAS, 2011).
O fator custo, ainda alto na compra e na implantação da tecnologia LED, e que,
em princípio, poderia restringir a sua adoção, não é encarado como um proble-
ma, pois os benefícios do LED, em especial o alto rendimento e a longa vida útil,
criariam um mecanismo de compensação.
Quanto aos preços, estão caindo, apesar de os LEDs ainda estarem em fase de
desenvolvimento e aprimoramento o que, até o momento, não permite uma
produção em larga escala. Nos Estados Unidos, em 2004, o kilo-lúmen dos LEDs
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brancos custava em torno de 250 dólares e já em 2006 passou a aproximada-
mente 50 dólares (FREITAS, 2010; MENEZES, 2011; FREITAS, 2011; E-CONSERVA-
TION, 2006).
Ou seja, os LEDs reuniriam todos os requisitos para substituir as lâmpadas tra-
dicionais em todos os tipos de ambientes. No entanto, em contraposição aos
benefícios e vantagens mencionados, a literatura também verifica aspectos ne-
gativos da tecnologia LED.
A qualidade da luz emitida pelos LEDs é questionada, pois tende a ser difusa,
não proporcionando iluminação focalizada, incorrendo em perda do fluxo lu-
minoso. Góis (2008) observa que, atualmente, LEDs de boa qualidade têm espe-
cificação de 20.000 a 50.000 horas, com perda de fluxo luminoso de 30%, mesmo
parâmetro empregado pelos fabricantes de lâmpadas tradicionais na definição
de sua vida útil.
Braga (2008) afirma que, em aplicações que exigem iluminação constante (caso
dos ambientes de trabalho), com o tempo a luminosidade dos LEDs se degrada,
podendo reduzir-se à metade ao final de sua vida útil. Comenta, ainda, que as
características dos LEDs, tanto em relação ao brilho com o passar do tempo como
em relação à variação da temperatura não são tão excelentes a ponto de nos
garantir que possam ser utilizados sem complicações em qualquer aplicação.
Com efeito, Gois (2008) afirma que o chip do LED produz calor e, segundo Freitas
(2011), o consumo de uma corrente estabilizada, uma das principais caracterís-
ticas dos LEDs, gera muito calor, tornando a dissipação térmica uma barreira
técnica para o seu aperfeiçoamento. Esse aspecto influenciaria na sua durabili-
dade, somente possível com o uso de dissipadores de calor, em sua maioria de
alumínio, considerado um bom condutor térmico, o que faz com que a robustez
desse produto e seu custo sejam superiores ao do vidro, por exemplo.
De acordo com o lighting designer Umberto Boggian (citado por FREITAS, 2011),
com um dissipador um pouco menor do que o recomendado, a vida útil do LED
pode ser afetada, fazendo com que ele não dure tanto quanto em condições
ideais de aplicação, nas quais o sistema de dissipação é corretamente aplicado
ao produto.
A propósito da aplicação, por produzirem cores vibrantes em aspectos dife-
renciados, os LEDs vêm sendo majoritariamente empregados em iluminações
cênicas ou de observação, especialmente chamando a atenção em ambientes
externos e equipamentos urbanos. (GOIS, 2008).
Outro ponto levantado pela literatura diz respeito ao fato de que, se de um
lado, sozinho e individualmente, o LED proporciona baixo consumo de energia,
apresentando-se eficiente do ponto de vista energético, por outro, nas luminá-
rias em que há diversos destes componentes, a eficiência energética é reduzi-
da, exatamente como ocorre em relação às fontes tradicionais de iluminação.
(GOIS, 2008).
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Desse modo, não obstante benefícios e vantagens, existem fatores que limitam
objetivamente a adoção ampla e indiscriminada dos LEDs em projetos lumino-
técnicos. Conforme afirma Freitas (2011, p. 49-50):
Os benefícios dos LEDs são inegáveis; no entanto, nem sempre o LED será a melhor opção de fonte de luz e, em muitos casos, apesar de sua aplicação, o ambiente pode precisar, ainda, de uma fonte de luz mais tradicional. Fatores como fluxo luminoso, IRC [Índice de Reprodução de Cores], temperatura da cor e térmica, entre outros devem ser considerados para se decidir a aplicação do LED, pois um projeto de iluminação não pode e não deve ser pautado apenas com o apelo de economia de energia.
Percebe-se também que a aplicação do LED é muitas vezes equivocada, pois
muitos profissionais ainda não assimilaram de todo a informação e o conheci-
mento técnico necessários para a sua utilização. (FREITAS, 2011).
Portanto, é preciso ponderar sobre o uso exclusivo do LED e sobre a capacidade
de utilizá-lo de forma consistente e adequada, principalmente no caso de es-
critórios e ambientes corporativos, nos quais são específicas as exigências de
iluminação, sobretudo porque se trata de uma tecnologia ideal para destacar
detalhes ou criar efeitos de luz.
Essas ideias foram reunidas no projeto de iluminação do Centro de Inteligência
Corporativa (CIC) do IBGE, apresentado a seguir.
O projeto de iluminação do CIC do IBGE
Em 2009 teve início o projeto de retrofit do 10º andar do prédio de número 126 da
Avenida Franklin Roosevelt, centro do Rio de Janeiro, cedido ao IBGE pela antiga
SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) para a implanta-
ção de um centro de aperfeiçoamento de excelência pela Diretoria Executiva do
Instituto. O espaço, que corresponde a aproximadamente 350m2, foi idealizado
para ser flexível em suas áreas internas, possibilitando diferentes composições
e permitindo que em sete salas planejadas diferentes arranjos fossem imple-
mentados, de acordo com a necessidade dos treinamentos, reuniões, seminá-
rios e vídeoconferências propostos para todas as unidades do IBGE no Brasil.
Simultaneamente, um projeto de iluminação para o espaço foi elaborado.
A proposta de iluminação seguiu, basicamente, aquela idealizada para os es-
critórios do IBGE no trabalho de Moura (2008), implantada pontualmente em
setores que necessitavam de uma reforma e adaptação emergencial, como a
Gerência de Informática, o Gabinete da Presidência e a Diretoria Executiva. Tais
setores necessitavam de mudança no layout para atender melhor aos trabalhos
a serem desenvolvidos.
O projeto de iluminação do CIC seguiu o mesmo conceito adotado para a ma-
lha para o teto, permitindo flexibilização das salas e utilização em formatos
mais adequados, já que a ocupação dos espaços foi pensada para funcionar
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em arranjos diferenciados com a utilização de divisórias do tipo retrátil. Levou
em conta eficiência energética, e conforto ambiental e visual nos ambientes. O
cálculo seguiu as normas estabelecidas na NBR 5413 de iluminância de 500lux
na superfície de trabalho.
Na circulação foram utilizadas luminárias do fornecedor Lumincenter, simila-
res às especificadas no projeto de iluminação dos escritórios do IBGE, modelo
Lumini E4433/226, e luminárias de embutir com difusor de vidro jateado refe-
rência no frame 228, da Lumini, com lâmpada T5 de 2x28w e temperatura de cor
de 3000k para tornar o ambiente mais quente.
O CIC foi inaugurado em outubro de 2010. A iluminação do espaço orientou-se
pela utilização da tecnologia LED em combinação com tecnologias tradicio-
nais. Lâmpadas LEDs foram utilizadas para iluminação pontual na recepção,
(em combinação com lâmpadas convencionais), visando economia de energia
em função da maior permanência de luminárias acesas, em complemento com
a iluminação natural, que é intensa ao longo do dia. Também o espaço do cyber
café recebeu tal concepção luminotécnica.
A iluminação escolhida para tais ambientes permite que as luminárias com
lâmpadas LED fiquem acessas praticamente durante o tempo integral de fun-
cionamento dos espaços por se mostrarem duráveis em vida útil e permitirem
o movimento de ‘acende e apaga’ sem sofrer impactos.
Outra solução foi utilizada em conjunto com a solução da luz na recepção –
rasgos indiretos com lâmpadas T5 de 28W (3 mil K), construindo a luz de pre-
enchimento de forma indireta na substituição da luz natural em dias nublados
e no período noturno.
Estas soluções podem ser observadas no conjunto de imagens abaixo [5], que
ilustram como ficaram as salas, o cyber café e a recepção do CIC, estes com
iluminação através de LEDs colocados pontualmente nos cantos.
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FIGURA 5
Projeto luminotécnico do CIC
Fonte: IBGE (2010).
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Considerações Finais
Este artigo versou sobre iluminação corporativa, mais especificamente sobre
iluminação em escritórios, evidenciando que nesses locais a iluminação tem
um peso significativo, dadas as necessidades de cumprimento de funções pro-
fissionais que exigem iluminação eficiente e constante para o desempenho óti-
mo de tarefas.
Apresentou-se, sumariamente, o projeto de iluminação proposto em 2008 para
os escritórios do IBGE no Rio de Janeiro, que não utilizou exclusivamente a tec-
nologia LED, optando por soluções que combinaram iluminação natural e ilu-
minação artificial com o uso de lâmpadas fluorescentes e incandescentes.
Frente ao reconhecido aumento do emprego dos LEDs nos projetos luminotéc-
nicos, apresentou-se a tecnologia, confrontando-se seus benefícios e vantagens
com seus aspectos negativos, ambos mencionados pela literatura.
Há que se considerar que a adoção exclusiva de LEDs pode implicar problemas
e nem sempre resultar na melhor opção técnica em determinadas situações,
como é o caso dos ambientes de trabalho em edifícios de escritórios, nos quais
sistemas de iluminação mais eficientes, tanto do ponto de vista energético
quanto do conforto visual, podem combinar estrategicamente o uso de tec-
nologia LED com tecnologia convencional, pois a primeira não se sobrepõe à
segunda. Esta perspectiva foi aplicada no projeto de iluminação do CIC do IBGE,
aqui apresentado, que combinou, no sistema de iluminação artificial recursos
luminotécnicos convencionais com outros, mais novos.
Por outro lado, no entanto, não se pode desprezar a evolução impressionante
que a tecnologia LED alcançou desde então, principalmente graças aos investi-
mentos das grandes empresas do setor em novas pesquisas. Este avanço foi de
tal ordem que pode significar a possibilidade de uso exclusivo de LEDs em to-
dos os ambientes e em todas as situações, conforme advogam especialistas que
preveem uma liderança incontestável da tecnologia LED em todas as formas e
situações de iluminação em curto espaço de tempo.
Este trabalho visou acrescentar conhecimentos ao estado da arte do campo de
estudos referente à iluminação de ambientes corporativos. Espera-se que os
conteúdos aqui trabalhados e analisados contribuam para o desenvolvimento
de novas pesquisas nesta área, que se considera carente de pesquisas.
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