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". Boletim Técnico da: EscolaPolitecnica da USP
:Departamento de Engenharia de Construção Civil
ISSN 0103-9830
BT/PCC/518
Localização residencial e demanda porrecreação: um modelo para cidades litorâneas.
Marcus Vinicius Rolemberg CôrtesEliane Monetti
São Paulo - 2008
Escola Politécnica da Universidade de São PauloDepartamento de Engenharia de Construção CivilBoletim Técnico - Série BT/PCC
Diretor: Praf. Dr. Ivan Gilberto Sandoval FalleirosVice-Diretor: Praf. Dr. José Roberto Cardoso
Chefe do Departamento: Praf. Dr. Orestes Marracini GonçalvesSuplente do Chefe do Departamento: Prof. Dr. Alex Kenya Abiko
Conselho EditorialProf. Dr. Alex AbikoProf. Dr. Francisco Ferreira CardosoPraf. Dr. João da Rocha Lima Jr.Prof. Dr. Orestes Marraccini GonçalvesPraf. Dr. Paulo HelenePraf. Dr. Cheng Liang Yee
Coordenador TécnicoProf. Dr. Alex Kenya Abiko
O Boletim Técnico é uma publicação da Escola Politécnica da USP/ Departamento de Engenharia deConstrução Civil, fruto de pesquisas realizadas por docentes e pesquisadores desta Universidade.
Este texto faz parte da dissertação de mestrado de título "Localização residencial e demanda porrecreação: um modelo para cidades litorâneas", que se encontra à disposição com os autores ou nabiblioteca da Engenharia Civil.
FICHA CATALOGRÁFICA
Côrtes, Marcus Vinicius RolembergLocalização residencial e demanda por recreação: um modelo para
cidades litorâneas. - São Paulo: EPUSP, 2008.20 p. - (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP,
Departamento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/518)
1. Economia urbana 2. Praias 3. Modelos 4. RecreaçãoI. Monetti, Eliane 11. Universidade de São Paulo. Escola Politécnica.
Departamento de Engenharia de Construção Civil 111. Título IV. SérieISSN 0103-9830
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LOCALIZAÇÃO RESIDENCIAL E DEMANDA POR RECREAÇÃO:
UM MODELO PARA CIDADES LITORÂNEAS.
RESUMO
Os modelos clássicos de economia urbana, que tencionam descrever aestrutura espacial e de preços de residências das cidades, são, em grandeparte, focados nos custos de transporte, o que acaba dando grande ênfase àdistância ao local de trabalho. A acessibilidade a outras amenidades é o âmagode diversos trabalhos recentes, entre essas a distância à praia. O alto valor delotes à beira mar nas cidades litorâneas brasileiras e a crescente demanda porlazer sugerem que a acessibilidade e a vista para a praia estão fortementerelacionadas com o preço da moradia. O modelo desenvolvido neste trabalhoaspira explicar a ligação entre a demanda por recreação e o custo da moradiaem cidades litorâneas.
Palavras chaves: Economia Urbana, Amenidades, Praia, Modelo Econômico
ABSTRACT
The c1assical models of urban economics tend to describe the spatial structureof housing as well as their pricing in urban areas. Therefore, they focus on thecost of transportation by giving emphasis toward the distance to the workingplace. The accessibility of other amenities, e.g. beaches, is at the centre ofvarious recent papers. High prices for real estate c10se to the seashore incoastal Brazilian cities and the rising demand for leisure time imply thatreachability and a view to the beach are strongly linked with the housing price.The model that is going to be developed in this paper aims at explaining theconnection between the demand for leisure and the housing prices of coastalcities.
Keywords: Urban economics, Amenities, Beach, Economic Model
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1 INTRODUÇÃO
As mudanças que ocorrem nos sistemas econômicos afetam o bem estar dos
indivíduos e estes, como seres sociais, reagem às mudanças observadas. De acordo com
Hoover e Giarratani (1999), para alguns indivíduos a reação é passiva, a economia
muda e seu novo ambiente é diferente, o que força um ajuste à nova realidade. Para
outros, as mudanças nos sistemas econômicos representam um desafio, assim procuram
entender a natureza dos fatores que levaram às mudanças e podem ajustar seu próprio
comportamento. Neste contexto está situada a linha de pesquisa que busca explicar a
estrutura das cidades e a valorização das terras urbanas. Esta é antiga, e existe vasta
literatura sobre o tema. Grande parte desta literatura é formada por modelos I que
possuem simplificações e princípios2 usualmente utilizados nas ciências econômicas.
A idéia base presente na maior parte dos modelos clássicos é que as famílias
procuram minimizar o atrito espacial que, nos modelos, é representado pelo custo de
deslocamento. Uma dada família compara diferentes localizações através do
balanceamento entre os custos com a aquisição da residência e os custos de
deslocamento decorrentes de cada localização (MUTH, 1975). Modelos posteriores aos
clássicos de Muth (1969) e Alonso (1964) levam em consideração outras amenidades
além da acessibilidade ao trabalho.
Uma localização residencial desejável é determinada não apenas pela
proximidade a escolas, centros de compras e facilidades de transporte, mas também por
outras externalidades (BOURASSA, et aI., 2006). De acordo com Hoover e Giarratani
(1999), a preferência de locar uma residência em condições climáticas agradáveis, com
vizinhança adequada, com conveniente acesso a amenidades urbanas e culturais pode
ser de difícil estimativa em termos monetários, no entanto, é pelo menos tão real quanto
a preferência por uma maior renda.
Além disso, ao contrário dos modelos de cidade monocêntrica, em cidades
litorâneas os locais de recreação e trabalho não estão localizados na mesma região.
J Algumas teorias e modelos foram concebidos simultaneamente. Nestes casos, o uso dos termos teoria emodelo são "permutáveis" ou denotam uma série de conceitos e simplificações operacionais da realidade.Assim, o termo modelo denota principalmente um modelo teórico formal e não necessariamente ummodelo empírico (BRIASSOULIS, 2000).2 A tradição teórica da economia regional e urbana adota os princípios baseados na racionalidadeeconômica. A realidade é representada utilizando conceitos e procedimentos de natureza econômica taiscomo preços dos fatores de produção, custos de transporte, economias de escala, custo marginal,externalidades e principalmente utilidade.
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Nestas cidades, um local de práticas relacionadas às atividades de lazer é a orla
marítima, que além de influenciar na valorização de regiões pelo visual, ventilação,
status e outras amenidades, também provoca uma parcela de valorização por
minimização de custos de atrit03.
É intuitivo que a proximidade à praIa seja um fator de valorização,
principalmente em cidades onde a praia está inserida na malha urbana. O modelo
proposto neste trabalho tem o intuito de dar um tratamento formal para o assunto.
Colwell et aI (2002) desenvolveram um modelo no qual as características pessoais e a
demanda por lazer, além da distância ao trabalho, são fatores determinantes na escolha
da residência. Os autores partem do princípio que a praia (ou qualquer outra fonte de
recreação) está fora da cidade e os moradores escolhem entre morar na praia e trabalhar
na cidade ou morar e trabalhar na cidade. Estes foram os primeiros a tratarem
preferência por lazer em modelo econômico para a escolha da residência, dentre os
autores pesquisados.
No entanto, nas cidades litorâneas brasileiras a competição pelas localizações
urbanas incluem a presença do mar de maneira ainda mais relevante do que a proposta
por Colwell et aI. (2002), uma vez que nestas a praia faz parte da cidade.
2 EVOLUÇÃO DOS MODELOS
A principal simplificação utilizada em diversos modelos de desenvolvimento
urbano e valor da terra urbana (ALONSO, 1964; MUTH, 1969; MILLS, 1972;
DIPASQUALE e WHEATON, 1996) é a de que a cidade tem um único centro de
empregos, serviços e entretenimento e que o valor da terra está relacionado à distância
ao centro urbano. Para tal, a cidade é considerada plana e com iguais amenidades
(exceto distância ao centro). Como resultado, a única variável levada em consideração
no preço da terra é a acessibilidade. Muth (1975) justifica os modelos monocêntricos ao
afirmar que apesar de nem todos os trabalhadores de uma cidade estarem empregados
no centro ou perto dele, este é, na maioria dos casos, o local com maior densidade de
empregos.
O modelo de Alonso (1964) é baseado em "bid rent", que é o conjunto dos preços
por terra que o indivíduo aceitaria pagar para diferentes condições de distância da
residência ao centro de serviços, de modo a obter o mesmo nível de satisfação. Alonso
3 Uma vez que é necessário o deslocamento ao local de lazer.
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(1964) enfatiza que a curva refere-se a um determinado nível de satisfação de um dado
indivíduo. No entanto, existem infinitos níveis de satisfação possíveis para um mesmo
indivíduo. Assim como existirão outras curvas para cada grau de satisfação de outros
indivíduos. Além disso, uma "bid rene' é hipotética e apenas diz que se o preço da terra
se desse nestes parâmetros, um dado indivíduo estaria satisfeito, num determinado grau,
em qualquer localização.
Para uma dada cidade, que apresente determinada estrutura de preços, o indivíduo
alcançará a máxima satisfação no ponto onde sua menor "bid rent" tangencie a estrutura
de preços da cidade. No entanto~ como as "bid rene' não são únicas, a teoria não provê
uma solução de equilíbrio de mercado, como é o caso da teoria de von Thünen
(ROMANOS, 1976; BRIASSOULIS, 2000). Para chegar ao equilíbrio de mercado se
fazem necessárias restrições adicionais ao modelo com relação ao nível de utilidade dos
indivíduos ou sobre o número e os tipos de ofertantes.
A assunção de um único centro de empregos e servIços é premissa sujeita a
diversas críticas. Segundo Romanos (1976), apesar de serem antigas as críticas ao
modelo de um único centro, estas eram apenas descritivas. Os primeiros a elaborarem
um modelo utilizando múltiplos centros foram Harris & Ullman (1945). Os autores
postulavam que estes múltiplos centros eram aglomerações preexistentes que se
juntavam à cidade através do crescimento urbano, ou tinham origem na necessidade por
certos serviços, demandados à proporção que a cidade crescia. Para Briassoulis (2000),
conforme a área urbana cresce, os empregos não têm como se concentrar em um único
centro. Romanos (1976) acrescenta às justificativas para a existência de múltiplos
centros, o fato de certas atividades serem incompatíveis e também a falta de capacidade
de certas atividades de pagarem altos aluguéis.
Alonso (1964) e Muth (1969) consideram em seus modelos a hipótese de múltiplos
centros, mas os consideram independentes um do outro, cada um com uma zona de
influência própria, na qual os residentes daquela zona se servem de apenas um centro.
Romanos (1976) critica esta assunção, uma vez que nas residências é comum mais de
uma pessoa trabalhar, logo, é possível que em residências situadas entre os dois centros,
cada morador utilize centros diferentes. Assim, mesmo que todos os moradores de uma
residência utilizem apenas um dos centros, a proximidade a mais de um centro tende a
valorizar a região. A Figura 1 mostra o valor do terreno de acordo com os modelos de
Muth (1969) e Romanos (1976).
c1 c2(a)Multiplos centros (MUTH o 1969)
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c1 c2(b)Multiplos centros (ROMANOS,1976)
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Figura 1 - Variação no valor da terra conforme a proximidade aos centros. Caso Múltiplos centros
Muth (1969) x Romanos (1976)
Romanos (1976) desenvolve um modelo que considera os múltiplos centros e a sinergia
entre eles. O autor considera como principal variável o tempo de deslocamento
(representado pela distância). O modelo de Romanos é uma evolução ao de Alonso
(1964) e Muth (1969), apesar de não concluir sua formulação matemática4.
Os modelos monocêntricos e policêntricos foram úteis para explicar a estrutura
das cidades. No entanto, conforme notado por Fujita et aI (2002), "as cidades modernas
não são, e vêm se tomando cada vez menos, monocêntricas". Tal afirmação é
compartilhada por Wheaton (2004), que analisa diversas cidades americanas, e conclui
que os empregos estão mais concentrados do que as residências, mas que a diferença de
concentração é substancialmente menor do que ocorreria no modelo da cidade
monocêntrica teórica. Os autores (WHEATüN, 2004; FUJITA, et aI., 2002) divergem
na maneira de tratar os empregos fora do "centro". Enquanto Wheaton (WHEATON,
2004) considera a cidade com um centro, com os empregos concentrados em anéis em
tomo deste centro, Fujita et aI (2002) consideram os empregos dispersos como no
modelo de Wheaton, mas consideram o surgimento de subcentros que competem com o
centro original em termos de empregos. Para eles, a tentativa de modelar uma área
metropolitana moderna deve considerar a localização dos empregos nessa área.
Hotchkiss e White (1993) desenvolvem um modelo que considera a existência
de empregos dispersos e multiplos trabalhadores numa mesma família. O autor analisa
três tipos de família em seu modelo, sendo que: (i) homem como único trabalhador, (ii)
mulher como única trabalhadora e (iii) homem e mulher trabalham. Os autores
assumem que o salário da mulher é menor do que o do homem, logo as famílias do tipo
(ii) possuem dificuldades de encontrar residências em qualquer lugar da cidade, assim o
4 O autor admite a existência de múltiplos núcleos, no entanto, só conseguiu representar, tanto gráficacomo matematicamente, a existência de dois núcleos.
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incremento do trabalho feminino provoca a ocupação de áreas periféricas à cidade,
inclusive com empregos dispersos nestas regiões.
Os modelos clássicos, ao considerarem apenas a distância ao centro de empregos
e serviços, assumem que outras amenidades5 estão uniformemente espalhadas pela
cidade, ou que estas amenidades são conseqüências das forças envolvidas nos modelos,
de modo que as regiões nas quais as classes de maior renda se concentram atraem a
presença de amenidades como escolas, supermercados entre outras. No entanto, parte
das amenidades não é resultante das forças presentes nos modelos, por exemplo, os
atributos físicos da região, belezas naturais e proximidade ao mar. Além disso, mesmo
as amenidades que passam a existir devido às forças presentes nos modelos contribuem
para que os diversos grupos sociais tendam a se concentrar em determinadas regiões da
cidade. Assim um forte grupo de modelos explica a valorização, ou não, de residências
a partir da presença de amenidades urbanas.
Diamond lr (1980) expande o modelo de Muth (1969) para acrescentar outras
amenidades além do acesso ao centro e conclui que a relação da renda com qualquer
uma destas depende da correlação entre elas e a relativa importância de cada uma na
determinação do preço das localizações. No modelo proposto pelo autor a função de
utilidade do indivíduo inclui uma variedade de amenidades, inclusive acesso ao centro.
Assim, na escolha da localização de equilíbrio com respeito a cada amenidade, outros
fatores mantidos constantes, o valor marginal desta por unidade de terra, iguala ao
incremento marginal do preço da terra. O autor generaliza as conclusões obtidas Muth,
Alonso e outros para uma cidade com múltiplas amenidades.
Para Bourassa et aI (2006), Turner (2005), Pascale (2005) , Dantas et aI (2007),
Bender et aI (2000), Thorsnes (2002) a acessibilidade a áreas verdes valorizam os lotes.
Thorsnes (2002) encontrou que lotes nas fronteiras com ambientes com a natureza
preservada possuem preço de venda de 19% a 35% acima.
O efeito da vizinhança é estudado por Bourassa et aI (2006), Hermann (2003),
Ioannides e Zabel (2003), Pascale (2005), Dantas et aI (2007) e Bender et aI (2000).
Para Dantas et aI (2007) não são apenas os pólos que afetam os preços dos
apartamentos, mas existe uma verdadeira interação entre os dados, de forma que cada
5 De acordo com Hallam (1992) apud Pascale (2005), amenidades são características específicas de umalocalização que são públicas, não-excludentes e que não são consumidas com o uso, uma vez que o acessoa esta localização é obtido. São exemplos de amenidades: qualidade da educação, recreação, níveis decriminalidade, transporte público e acessibilidade.
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edifício funciona como um micropólo de influência sobre os seus vizinhos. Segundo
Ioannides e Zabel (2004), decisões sobre mudar ou não de residência, localização e
tamanho do imóvel serão influenciadas pela percepção do comportamento e
características da vizinhança atual e potencial, sendo que os indivíduos preferem morar
próximos a seus semelhantes.
A proximidade a espaços abertos foi a principal abordagem de Tumer (2005) e
Walsh (2007). Walsh (2007) analisa o impacto das políticas de manutenção de espaços
abertos em áreas metropolitanas e Tumer (2005) desenvolve um modelo no qual os
indivíduos obtêm utilidade através da proximidade a espaços abertos. Brueckner (2001)
apud Tumer (2005) analisa uma cidade onde as pessoas têm preferências por espaços
abertos dentro do centro da cidade. Wu e Plantinga (2003) apud Tumer (2005) analisam
a formação da cidade quando as pessoas têm preferências pela proximidade a parques.
O mar é um espaço aberto, e por si já é um fator de valorização.
3 RECREAÇÃO E LOCALIZAÇÃO RESIDENCIAL
O montante gasto com recreação e lazer apresenta tendência mundial de crescimento.
Para Schlich et aI (2004), nos últimos quarenta anos as atividades relacionadas ao lazer
aumentaram em importância, quando comparadas a outras atividades. Tal fato pode ser
comprovado em Costa (1997). A autora analisa os gastos com recreação entre 1888 e
1991 e verifica que entre 1888 e 1890, menos de 2% dos gastos familiares eram
destinados a recreação e aproximadamente 75% da renda era destinada a alimentação,
moradia e vestuário. Em 1917 estes itens caíram para menos de 70% e a parcela com
recreação subiu para 3%. O percentual da renda destinado a moradia, alimentação e
vestuário caiu para menos de 60% em meados da década de 1930 e 40% em 1991. Os
gastos com recreação, no entanto, continuaram a subir alcançando 5% em 1972 e 6%
em 1991. Os dados utilizados pela autora foram obtidos em pesquisas realizadas nos
EUA e parte deles na Europa
A crescente tendência por atividades de lazer ao longo das décadas ocorre, entre
outros fatores, devido à diminuição da carga horária de trabalho semanal e conseqüente
aumento do tempo livre para o lazer (COLWELL, et aI., 2002; COSTA, 1997;
PHANEUF E SMITH., 2004; SCHILICH, et aI., 2004). Nos últimos anos, de acordo
com Schilich et aI (2004), a separação entre a hora de trabalho e o tempo livre para
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outras atividades se toma cada vez mais fraca. Assim, é cada vez maior o número de
pessoas que pretende ou tem que trabalhar no final de semana.
A diminuição da concentração do tempo livre para o lazer no final de semana
tende a incentivar atividades diárias de lazer e a conseqüente busca por localizações
residenciais próximas ao local onde o lazer pode ser exercido de forma rotineira6.
O primeiro a sugerir que as preferências por recreação podem afetar onde os
indivíduos escolhem para viver foi Knetsh (1963) apud Colwell et al(2002). Parsons
(1991) afirma que as pessoas escolhem onde morar, em parte, devido às suas
preferências por recreação. Deste modo, quanto maior a freqüência que o indivíduo
pretende visitar uma área de recreação, mais ele tende a escolher uma residência
próxima a ela. O foco do autor é no estudo sobre os impactos que isto tem na demanda
por recreação e no preço que pode ser pago pelos indivíduos por uma determinada
quantia de recreação. O mesmo conceito proposto por Parsons (1991) foi utilizado por
Colwell et aI (2002) para desenvolver um modelo que relacione os impactos da
preferência por recreação na localização residencial.
4 OMODELO
) Considere uma família com dois indivíduos economicamente ativos denominados,
por conveniência, homem e mulher. A decisão da localização residencial será função
das preferências, rendas e amenidades disponíveis a cada indivíduo da família. Será
considerada no modelo a utilidade da família, que será função do tempo de
recreação/lazer fora da residência do homem e da mulher (Lh e Lm), dos recursos
financeiros restantes para outros bens e serviços (Z) e do tamanho da residência (M). A
função de utilidade utilizada é do tipo Cobb-Douglas7, logo:
Equação 1
6 Monetti (1999) demonstra a frequência da existência de um segundo imóvel, seja para atender condiçõesde trabalho, seja para atender condições de lazer, uma vez que o índice número de residências por famílianos EUA em 1990 era 1,42. De fato, é comum em grandes cidades as pessoas manterem apartamentospequenos, no entanto próximos ao local de trabalho, para reduzir o deslocamento durante a semana emanter uma segunda residência em local mais aprasível para os finais de semana.7 A utilidade total tende a aumentar quanto maior a quantidade consumida do bem ou serviço. Entretanto,a utilidade marginal, que é a satisfação adicional obtida pelo consumo de mais uma unidade do bem, édecrescente, uma vez que o consumidor vai se saturando desse bem, quanto mais o consome. A função deutilidade de Cobb-Douglas incorpora este conceito.
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Sendo que8: a +P+Y + 8 = 1
Por definição, níveis de utilidade superiores são preferidos, logo os indivíduos
buscarão maximizar suas utilidades sujeitos às restrições impostas de tempo e de
orçamento.
O tempo de cada indivíduo é dividido entre tempo de trabalho (1); tempo de
recreação/lazer fora da residência (L); o tempo de deslocamento ao trabalho (D1); o
tempo de deslocamento ao lazer (DL); o tempo restante, destinado a outras atividades
como o descanso (O). Logo o tempo total (TTh) do homem9 será:
Equação 2
O tempo de deslocamento ao lazer do indivíduo será função do número de
viagens ao local de lazer por unidade de tempo de recreação e do tempo de
deslocamento ao local de recreação. Sendo que o tempo de deslocamento ao local de
recreação é função da distância entre a residência e o local de recreação,1O e da
velocidade de deslocamento ao longo da vias da cidade1I• Assim:
Equação 3
nDLh = C2·- .Lh
V
Onde C2 é uma constante que representa o número de viagens à praial2 por
unidade de tempo de recreação.
O número de viagens ao local de trabalho será considerado constante, logo o
tempo de deslocamento ao trabalho será diretamente proporcional à distância efetiva ao
local de trabalho (dt) sobre a velocidade de deslocamento na cidade (v)
8 Vale notar que os argumentos LH, LM, M representam bens compostos que incluem o consumo nãoapenas dos bens em si, mas também de sua "localização". Assim, o que se percebe a partir da otimizaçãoda função utilidade são funções de demanda que não geram participação orçamentária constante para osbens individualmente, e sim para bens compostos.9 Para cada equação que trate qualquer aspecto relacionado a homens, haverá uma equação que trate estemesmo aspectos para a mulher.lO Foi considerada uma cidade com linhas de transporte no formato misto proposto na Erro! Fonte dereferência não encontrada.. Assim a distância ao longo das linhas de transporte entre dois pontos se dápela média entre a soma da distância horizontal com a vertical e a distância linear entre os pontos. Umavez que foi considerado que a praia é o único local de recreação e que a localização desta é ao longo doeixo horizontal, logo a distância ao longo das linhas de transporte se dá pela distância vertical entre aresidência e a praia.II Considerado aqui a velocidade efetiva de deslocamento desde a saída da residência até o destino final.12 Por conveniência passaremos a nos referir a esse local de recreação como praia, será assumido que todafonte de recreação é a praia.
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Equação 4
CI' dthDTh =
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Onde: Cf é o número de viagens ao local de trabalho.
A equação de restrição de tempo toma-se:
Equação 5
cI.dth nTTh = Th + Lh + + C2' - • Lh + Oh
V V
A decisão do indivíduo consiste em alocar o tempo entre o trabalho e o lazer
sendo que, um maior tempo de trabalho proporciona utilidade através de mais recursos
financeiros, enquanto um menor tempo de trabalho proporciona utilidade através de um
maior tempo disponível para o lazer.
No modelo foi considerado que o total das despesas de uma determinada família
não supera o total de receitas. Assim, a renda da família (R) será igual ao somatório dos
recursos restantes para outros bens e serviços (Z) multiplicado pelo preço dos outros
bens e serviços (pz), custos com moradia, custos de deslocamento (CD) e custo de lazer/
recreação fora da residência (CL). O custo da moradia é representado pela "quantidade
de moradia,,13 (M) multiplicado pelo preço unitário da moradia (PM). A equação de
restrição orçamentária será:
Equação 6
R = Z.Pz+PM.M + CL + CD
O total de receitas da família (R) é representado pelo salário (s) de cada
indivíduo economicamente ativo multiplicado pelo respectivo tempo trabalhado
Equação 7
R = Sh.Th + Sm' Tm
O custo do deslocamento é o somatório do custo de deslocamento ao trabalho do
homem e da mulher (CDTh, CDTm), além dos respectivos custos de deslocamento ao
lazer (CDLh, CDLm).
Equação 8
CD = CDTh + CDTm + CDLh + CDLm
13 A quantidade de moradia no modelo em questão será representada pelo tamanho do imóvel.
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Além disso, o custo de transporte será função do tempo de deslocamento. Estes
custos refletem o custo do tempo gasto para o deslocamento ao trabalho ou lazerl4, e
será, nesta análise, função do salário (s). Assim:
Equação 9
Equação 10
o custo de lazer/recreação (CL) é o somatório dos custos de lazer/recreação do homem
e da mulher (CLh , CLm).
Equação 11
Será admitido que o custo por unidade de tempo de lazer decresce à medida que
a residência do indivíduo se aproxima do mar. Esta arbitragem é justificada, pois
indivíduos que moram próximos ao mar tendem a freqüentá-lo com maior assiduidade e
com menos despesas. Tomemos como exemplo um indivíduo que more próximo ao
mar, este pode freqüentar a orla marítima diariamente para a prática de caminhada ou
qualquer outra atividade física sem maiores tempos de deslocamento e com mínimos
gastos no local, enquanto indivíduos que morem distante possuem um maior custo de
deslocamento, tanto o custo do meio de transporte (combustível, depreciação, custo do
automóvel, tarifa do transporte público), como o tempo gasto com o deslocamento.
Estes últimos, por sua vez, tenderão a aumentar o tempo no local devido ao custo da
viagem, o que pode gerar maiores gastos, com restaurantes por exemplo. ColweIl et aI
(2002) consideram que indivíduos que moram distante do mar, tendem a possuir uma
segunda residência na praia, logo têm de arcar com as despesas dessa segunda
residência. Menor despesa por unidade de tempo de recreação, não necessariamente
implica em menor despesa total, uma vez que o tempo de recreação dos que moram
próximos à praia tende a ser maiorl5.
14 No caso de usuários de transporte coletivo o custo da tarifa é o mesmo para a cidade, sendo estetransporte pago pela empresa contratante, no caso de usuários de automóvel o gasto com combustível éproporcional à distância (tempo) percorrida. Para simplificar as contas envolvidas, será considerado nomodelo apenas o custo do tempo do deslocamento.15 Importante salientar que, ao contrário deste modelo, a praia do modelo de ColweIl et aI não está
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o custo por unidade de tempo de recreação será representado por uma função
logarítmica, do tempo de deslocamento à praia. A função logarítmica é utilizada para
retratar o efeito de que estes custos não aumentam linearmente com a distância e sim
são menores nas unidades mais próximas à praia e crescem rapidamente à medida que
se aumenta a distância, porém até determinado ponto, onde o custo por unidade de
tempo de recreação praticamente estabiliza em tomo de um valor, ou seja, se fazem
necessários grandes incrementos de distância para pequenos incrementos de custo.
Equação 12
A equação de restrição orçamentária toma-se:
Equação 13
Sh' (TTh - Lh - Cl.:th- C2 .; .Lh - Oh) + Sm' (TTm - Lm _ Cl.:tm_
c2. nV.Lm- Om-Z.Pz+PM.M+ Lh.c4.logncS+ Lm.c4.logncS+c2. nv
L (Sh+Sm) n L (Sh+Sm) Cl d Cl d. h' +C2'-' m' +-. th,Sh +-. tm,Sm2 v 2 v v
o problema se resume em maXImIzar a utilidade da família respeitando as
restrições de tempo e de orçamento dos indivíduos. Os pontos que maximizam a
equação de utilidade são aqueles cujas derivadas parciais são iguais a zero 16. Será
utilizado o método dos multiplicadores de Lagrange para maximizar a função sujeita a
restrições, assim:
Equação 14
0= U(Z, Lh, Lm,M) - À(Z + PM.M + CL + CD - R)
Equação 15
inserida na cidade.16 Um ponto cuja derivada parcial seja zero é um ponto critico da equação. Para saber se este ponto críticoé de máximo, mínimo ou nenhum dos dois seria necessário derivadas de ordem superior. No caso emquestão sabe-se a priori que os pontos críticos maximizam a utilidade uma vez que os valores mínimossão conhecidos (Zero).
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Equação 16
Equação 17
Desenvolvendo a equação acima, temos:
Equação 18
a.Uz=
À.PZEquação 19
p.ULh = -,-C--(--n-)--n----:'CS-h-+-S-m-=-)--C--)-C-)
/lo Sh· 1 + c2•V
+ C2.V
. 2 + C4. logn 5
Equação 20
y.ULm =----------------------
C ( n) n CSh + Sm) C )c )À. sm· 1 + c2•V
+ C2.V
• 2 + C4. logn 5
Equação 21
ô.UM = À.PM
Substituindo as equações acima na equação de utilidade temos:
Equação 22
À=
12
, )
Na equação de restrição orçamentária, temos:
I )
13
Equação 23
v-s (TT, -m m
(C1 C1 ) (U = -( V.dth,Sh +v.dtm.sm - Sh' TTh -
c1·dtm
A equação acima define a utilidade de uma determinada localização para uma
determinada família dado o preço da moradia naquela localização. Caso todos os
indivíduos da mesma cidade possuíssem as mesmas preferências, o mesmo local de
trabalho e as mesmas rendas, o preço da moradia nas outras localizações seria aquele
que tomasse a utilidade constante em relação à localização da moradia descrita na
equação anterior. Assim:
Equação 24
) PM=. )
. )
4.1 Caso 01 - Ambos os indivíduos trabalham no mesmo centro
Considere uma cidade dividida em coordenadas cartesianas (x,y), sendo que a praia é
representada por uma reta (x=O), e uma família que tanto o homem como a mulher
trabalham no mesmo local, aqui denominado Centro 1 que possui coordenadas
conhecidas, assim como uma residência localizada em coordenadas dadas.
Arbitrado um conjunto de parâmetros1?
Na atual localização da residência, a renda da família estaria dividida da seguinte
maneira:
17 A dissertação de mestrado, origem deste texto, explicita os parâmetros adotados.
• I 14
• Deslocamento
• lazer
• Moradia
• Outros bens eserviços,
Figura 2 - Distribuição da renda familiar.
. )
)
)
o preço da moradia decresce à medida que se afasta do centro e da praia (Figura 3). O
limite urbano da cidade será aquele no qual o preço do m2 de moradia seja baixo o
suficiente de modo a inviabilizar a construção de novas moradias. A partir dessa
premissa, a forma da cidade litorânea tende a seguir a direção do mar. Em artigo
anterior à elaboração deste modelo (CÔRTES e MONETTI, 2006), já haviam
constatado empiricamente que pelo menos na cidade de Recife a forma da cidade é mais
próxima a um triângulo do que um arco de círculo como sugerem os modelos clássicos.
Preço da Moradia
2
1
co-o
1,5 1":V;:.es 01,5-2
co0,5 =tJ 01-1,5
coL-
~ 00,5-1
~ 00-0,5oUo(1JL-
a..
o
Figura 3. - Preço da moradia
)
I )
( )
,')
Devido às restrições orçamentárias, o indivíduo escolhe entre regiões com melhor
acesso, no entanto com maior preço de moradia e a conseqüente menor quantidade de
15
moradia, e regiões mais distantes, com menor preço de moradia e conseqüentemente
maiores quantidades de moradia.
Área de Moradia400
')
)
)
N
E300ro
~ 200....o2 100(lJ
"Cro~ o,«
Figura 4 - Área de moradia
88 0tr) o o :5N <:t tr) o.... .... ~ I"-....
8 8tr) o00 o.... N
0300-400
0200-300
0100-200
~ 00-1005500 -§
~.~
t~
oi$
)
)
)
Em compensação ao menor preço (maior área) de moradia, o peso (%) no orçamento
dos custos de deslocamento cresce à medida que se afasta do centro, e à medida que se
afasta da praia.
% Custo de deslocamento25%
20% \~illlliillllll~~15%
10%
5%
)
o+-'t::(lJ
E-ro rou"Co t::
- (lJVI ....(lJ ro
"'0"'0
~~o+-'VI::JU 0% ~
~~~;~~~,",:rrrrn-rrrrrTT1 ........--i 5500~:5 o o oVtr) o o :5 o o 500 f5
~ ~ tr) ~ o 8 o o ~Eo 1.0 00 l:S tr) ~ o 8 o'Xo horizontal (m).... ::::: ;:!; ~ ~ i$
020%-25%
015%-20%
010%-15%
05%-10%
00%-5%
)
)
'). )
Figura 5 - Peso no orçamento do custo de deslocamento
16
Como era esperado, o tempo de recreação dos indivíduos tende a ser superior para os
que moram próximo ao mar (Figura 6).
Tempo de recreação
)
)
4,5
4 -.r:;o 04-4,511'0
3,5Uo1'0QJ
03,5-4~
uQJ
3 a::QJ 03-3,5
"C
2,5 oo.. 02,5-3EQJf-
)
)
)
)
)
- )
Figura 6 - Tempo de recreação
4.2 Caso 02 - Indivíduos trabalham em centros diferentes
Considere a mesma família apresentada no caso 1 com as mesmas características e
preferências, a única variável diferente do caso anterior é que o homem trabalha em
local diferente da mulher.
No caso em questão, como os indivíduos possuem o mesmo salário, os indivíduos são
indiferentes à localização entre os dois centros, assim o gradiente de preços inicia a
partir dos dois centros.
o
1
)
·i
)
)
)
)
)
')
)
)
)
)
)
17
Preço da Moradia1,5 _
ll:l:.a;;--E-iQ
O5 -= 01-1,5, '":.a~ 00,5-1o2 00-0,5ll:l
"'Co!J'
~
Figura 7 - Preço da Moradia
No caso dos indivíduos terem diferentes salários, haverá um gradiente de preço da
moradia entre os locais de trabalho e a partir destes um gradiente mais íngreme.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
o modelo apresenta resultados compatíveis às análises das cidades litorâneas estudadas,
nas quais as regiões mais valorizadas estão localizadas nas proximidades da praia e de
outros locais de recreação. No entanto, o modelo não discute um aspecto importante na
formação dos preços em cidades litorâneas que é a presença, ou não, de vista para o
mar. Assim, nas cidades reais, os terrenos de fronteira com a orla marítima18 podem
obter valorização ainda maior do que a obtida pelas forças discutidas no modelo.
Terrenos altos com vista para o mar, apesar do dificil acesso, são valorizados19.
o modelo incorpora conceitos presentes em diversos outros modelos em urna mesma
modelagem, o que o prepara para explicar relações entre diversos fatores, além dos
analisados no texto e sua influência no comportamento de moradia dos indivíduos e sua
"Bid Rent". Dentre as possibilidades de análise presentes no modelo estão:
18 A avenida Boa Viagem em Recife, Av. Beira Mar em Aracaju, A praia de Copacabana no Rio deJaneiro são exemplos. Lembrar que a Av. Beira Mar em Aracaju na realidade beira o Rio Sergipe.19 Salvador possui diversos exemplos desta caracteristica.
18
• demanda por recreação - a disponibilidade de tempo e dinheiro destinado à
recreação resultante do modelo pode ser utilizado para explicar a demanda por
serviços relacionados à mesma;
• limite urbano da cidade - a região na qual o valor que as famílias aceitariam
pagar por unidade de área de residência iguala o custo de construção, delimita a
área urbana da cidade; o acréscimo ao modelo do confronto entre oferta e
demanda enriqueceria esta análise;
• localização residencial, renda, tamanho da residência - estes fatores podem ser
) explicados através da discussão, no modelo, da disputa por localizações entre os
indivíduos;
)
0)
)
)
,,)
)
--',J
• múltiplos centros de empregos - a distância a dois centros de empregos e
serviços é abordada no modelo, o debate da disputa por localizações entre
indivíduos pode, também, discutir o efeito da presença de diversos pólos de
empregos e empregos dispersos;
• múltiplos locais de recreação - uma simplificação utilizada no modelo foi que o
indivíduo possuía apenas um local rotineiro de recreação e que todas as
atividades de recreação seriam realizadas neste local; o relaxamento desta
restrição explicaria o impacto da presença de múltiplos locais de recreação;
• múltiplos trabalhadores na família - a presença de dois trabalhadores por família
é abordada no modelo; a disputa por localizações entre famílias com um ou dois
trabalhadores pode ser tratada no modelo;
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