manuseio da hemorragia obstÉtrica
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SESSÃO CLÍNICA TEMA: MANUSEIO DA HEMORRAGIA OBSTÉTRICA
R1 PAULO C TOSTES C JR
RESIDÊNCIA ANESTESIOLOGIA
PRECEPTORA DRA MARIA LUCIA GÓIS
TUTORIAL DE ANESTESIA
Dr. Adrian Jennings Dr. James Brunning Dr. Catherine Brennan Russells Hall Hospital, Dudley, UK. SBA. 2013
HEMORRAGIAS OBSTETRICAS
• Hemorragia obstétrica grave é uma causa comum de morbidade e mortalidade materna
• Taxa de mortalidade de 0,39 por 100000 nascimentos
• Estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) evidenciam que essa é uma complicação de 10,5% dos nascimentos, e até 50% das mortes maternas podem ser atribuídas aos seus efeitos.
DIAGNOSTICO
• A perda sanguínea pode ser oculta e difícil de quantificar devido à diluição no líquido amniótico
• As mudanças fisiológicas da gestação podem mascarar sinais clínicos clássicos de hipovolemia.
• O fluxo sanguíneo para a placenta é de aproximadamente 700ml/min ao termo da gestação; portanto, o sangramento pode ser rápido, colocando em risco a vida do binômio mãe-filho
CRITERIOS DE DIAGNÓSTICO
• Os critérios sugeridos são perda sanguínea > 1500ml, redução nos níveis de hemoglobina maior que 4g/dl, ou necessidade aguda de transfusão de mais de 4 concentrados de hemácias.
• Observação clínica cautelosa e um alto índice de suspeição são necessários para detectar o sangramento precocemente
ETIOLOGIA
• A HEMORRAGIA ANTEPARTO é sangramento vaginal após 24 semanas de gestação e sua incidência estimada é de 2-5% de todas as gestações.
• As complicações incluem choque materno, hipóxia fetal, parto prematuro e morte fetal.
▪ Placenta prévia
▪ Descolamento prematuro da placenta
▪ Rotura uterina
▪ Trauma
ETIOLOGIA
• A HEMORRAGIA PÓS-PARTO:
– Primária: ocorre durante as primeiras 24 horas após o parto
– Secundária: acontece entre 24 horas e 6 semanas após o parto
Tônus – atonia uterina*
Tecido – restos placentários retidos
Trauma – laceração do trato genital
Trombina – coagulopatia hereditária ou adquirida
SINAIS E SINTOMAS
• Diminuição da pressão arterial
• Aumento da frequência cardíaca basal
• Aumento da volemia
“Essa fisiologia alterada pode mascarar a extensão da perda sanguínea até que esta seja
grave”
SINAIS E SINTOMAS
• Sinais de alerta para hemorragia materna significativa que não devem ser ignorados incluem
– taquicardia, taquipnéia, hipotensão, palidez, baixo débito urinário e mudanças patológicas na cardiotocografia
“Na HA, sinais de sofrimento fetal devido à hipoperfusão uterina podem preceder manifestações
maternas.”
MANUSEIO DA HEMORRAGIA INESPERADA
MANUSEIO DA HEMORRAGIA INESPERADA
Diagnóstico precoce
Ressuscitação volêmica imediata
Identificação e tratamento da causa
base
Na ????? a vida materna deve ser priorizada
O2 em alto fluxo
Decúbito lateral E
2 acessos venosos calibrosos
C ristalóides ou colóides e
sangueSe o sangramento persistir após
as manobras iniciais de ressuscitação volêmica, deve-se
proceder à transferência imediata para um centro cirúrgico para
exame sob anestesia. A monitorização invasiva pode
auxiliar a ressuscitação volêmica.
Coagulação intravascular disseminada pode complicar o sangramento, particularmente quando houver
descolamento da placenta, infecção ou morte fetal.
CONDUTA ANESTÉSICA
“Objetivo do anestesista é ressuscitação volêmica rápida”
oferta tecidual de oxigênio
predição
prevenção
e correção dos distúrbios
hemodinâmicos
considerar instituir monitorização invasiva
precocemente
CONDUTA ANESTÉSICA
• Caso seja necessário exame ou intervenção cirúrgica sob anestesia e houver instabilidade hemodinâmica
Risco de hematoma neuraxialComprometimento hemodinâmico
Comprometimento hemodinâmico grave
Coagulopatia
materna
Anestesia regional pode ser contra-indicada
ANESTESIA GERAL
.
ANESTESIA GERAL
Indução em sequência rápida está
indicada
Profilaxia com antiácidos
Cetamina é um agente de indução
adequado (1,5mg/kg iv)
PEQUENAS DOSES DE
TIOPENTAL OU PROPOFOL TAMBÉM
PODEM SER UTILIZADAS
Monitorização arterial direta e coleta seriada
de amostras para guiar a terapia transfusional
AVC P/ INOTRÓPICOS E VASOPRESSORE
S E PVC Contudo, esses procedimentos não são
prioritários e podem esperar até que a situação esteja sob
controle, pois não devem adiar a ressuscitação
volêmica imediata
.
Doppler transesofágico
Balanço hídrico é imperativa
DROGAS UTEROTÔNICAS
OcitocinaBolus intravenoso lento de 5 UI, repetindo se necessário
Administre lentamente – causa vasodilatação e pode ser especialmente prejudicial no paciente hemodinamicamente instável ▪
Após a dose em bolus, inicie a infusão, de 10 UI/h por 4 horas
ErgometrinaCausa náuseas e vômitos e pode precipitar crise hipertensiva ▪
Evite na pré-eclâmpsia ▪
Dose típica de 500µg pode ser administrada por via intravenosa (lentamente) ou intramuscular
Misoprostol ▪Trata-se de um análogo da prostaglandina E1
Frequentemente subutilizada porém pode ser útil em combinação com outras drogas uterotônicas
Pode ser administrada por via retal, oral ou sublingual ▪A dose recomendada é de 800µg
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TRATAMENTO CIRÚRGICO
• Compressão uterina bimanual ▪
• Sutura de compressão uterina
• Tamponamento intra-uterino hidrostático por balão
• ▪ Ligação cirúrgica da artéria uterina, ovariana ou ilíacas internas.
• ▪ Histerectomia periparto.
REFERÊNCIAS
UK Blood Transfusion and Tissue Transplantation Services. http://www.transfusionguidelines.org.uk
Blood transfusion and the Anaesthetist. Association of Anaesthetists of Great Britainand Ireland. Guidelines for Management of Massive Haemorrhagehttp://www.aagbi.org/sites/default/files/massive_haemorrhage_2010_0.pdf
Blood transfusion and the Anaesthetist. Association of Anaesthetists of Great Britainand Ireland. Guidelines for Intra-operative Cell Salvagehttp://www.aagbi.org/sites/default/files/cell%20_salvage_2009_amended.pdf
Blood Safe eLearning Australia Post Partum Haemorrhage Coursehttp://www.bloodsafelearning.org.au
Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Postpartum Haemorrhage, Prevention and Management (Green-top guide 52). http://www.rcog.org.uk/files/rcog-corp/GT52PostpartumHaemorrhage0411.pdf
Walfish M, Neuman A, Wlody D. Maternal Haemorrhage. British Journal ofAnaesthesia 2009; 103 Suppl 1: i47-56