manual para o cuidador

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MANUAL PARA O CUIDADOR MANUAL PARA O CUIDADOR 2015 Estudantes do 4º Ano da Licenciatura de Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra: João André Ferrinho Jordão Mariana Patrícia Gonçalves Cunha Rita Arriscado Cabrita Bettencourt de Alarcão Revisto por: Ana Catarina Gonçalves Escaroupa Cláudia Pires Escaroupa Daniela Ventura Gonçalves Roberto Nuno Simões Duarte

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  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    MANUAL PARA O CUIDADOR

    2015

    Estudantes do 4 Ano da Licenciatura de Enfermagem da Escola

    Superior de Enfermagem de Coimbra:

    Joo Andr Ferrinho Jordo

    Mariana Patrcia Gonalves Cunha

    Rita Arriscado Cabrita Bettencourt de Alarco

    Revisto por:

    Ana Catarina Gonalves Escaroupa

    Cludia Pires Escaroupa

    Daniela Ventura Gonalves

    Roberto Nuno Simes Duarte

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    ndice

    INTRODUO ................................................................................................ 5

    1- A UNIDADE DE SADE FAMILIAR DE CONDEIXA .................................. 6

    1.1- HORRIOS E CONTATOS .................................................................... 6

    1.2 COMO FUNCIONA O ATENDIMENTO NA UNIDADE DE SADE

    FAMILIAR DE CONDEIXA ............................................................................... 6

    1.3- EQUIPA MULTIPROFISSIONAL ............................................................... 7

    1.4- TIPO DE CONSULTAS ............................................................................. 8

    2- REDES DE APOIO NA COMUNIDADE ...................................................... 9

    2.1- CUIDADOS CONTINUADOS ................................................................... 9

    2.2- VISITA DOMICILIRIA ........................................................................... 13

    2.3 OUTRAS INSTITUIES DE APOIO ................................................... 14

    3 A PENSAR NO CUIDADOR .................................................................... 16

    3.1 A IMPORTNCIA DO PAPEL DO CUIDADOR ..................................... 16

    3.2 DIREITOS DO CUIDADOR (Souza, et al., 2005) ................................. 17

    3.3 ESTRATGIAS DE RELAXAMENTO E DISTRAO .......................... 18

    3.4 EQUIPAMENTOS E SERVIOS DE APOIO AO CUIDADOR .............. 21

    4- CUIDADOS PESSOA IDOSA ................................................................ 24

    4.1 CUIDADOS PESSOA COM TRAQUEOSTOMIA .............................. 24

    4.2 CUIDADOS PESSOA COM SONDA NASOGSTRICA .................... 27

    4.3 CUIDADOS PESSOA COM DISFAGIA ............................................. 34

    4.4 CUIDADOS PESSOA COM SONDA VESICAL ................................. 37

    4.5 CUIDADOS PESSOA COM OSTOMIA DE ELIMINAO ................ 38

    4.6 PREVENO DE QUEDAS ................................................................. 48

    4.6.1 Equipamentos ............................................................................... 49

    4.7 POSICIONAMENTOS E TRANSFERNCIAS ...................................... 50

    4.7.1 Equipamentos ............................................................................... 56

    4.8 CUIDADOS DE HIGIENE E CONFORTO ............................................ 56

    4.9 PREVENO DE LCERAS DE PRESSO ....................................... 60

    4.10 CUIDADOS PESSOA COM DEMNCIA ......................................... 62

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    4.11 CUIDADOS PESSOA COM DIABETES .......................................... 63

    4.12 CUIDADOS PESSOA COM HIPERTENSO ARTERIAL ................ 73

    4.13 CONTATOS NECESSRIOS EM CASO DE URGNCIA E OUTRAS

    SITUAES .................................................................................................. 78

    4.14 O QUE FAZER EM CASO DE BITO NO DOMICILIO ...................... 78

    CONCLUSO ................................................................................................ 81

    BIBLIOGRAFIA

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    LISTA DE SIGLAS

    HTA Hipertenso Arterial

    RNCCI Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

    ULDM Unidade de Longa Durao e Manuteno

    UMDR Unidade de Mdia Durao e Reabilitao

    USF Unidade de Sade Familiar

    VD Visita Domiciliria

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    5

    INTRODUO

    Em Portugal, desde os anos 60 tem-se verificado uma melhoria significativa nas

    condies habitacionais, de segurana, higiene pblica e de alimentao. Essas

    melhorias, aliadas ao avano da cincia e da tecnologia, resultaram em ganhos para a

    sade e no aumento da esperana mdia de vida, contudo, infelizmente, isso nem

    sempre significou o aumento da qualidade de vida.

    Atualmente uma grande parte da populao portuguesa apresenta, ainda, baixos

    rendimentos, dificuldades socioecnomicas, baixa literacia e vive em condies

    habitacionais precrias. Aliado a este paradigma tem-se verificado o aumento da

    incidncia de doenas crnicas e incapacitantes.

    Deste modo, a promoo da sade e preveno de doenas crnicas, da incapacidade

    e perda de autonomia na populao em geral constituem uma abordagem prioritria no

    sector de sade, principalmente ao nvel da adaptao e melhoria dos contextos

    ambientais e de suporte s principais necessidades da populao com algum grau de

    dependncia.

    Consequentemente, a equipa multiprofissional da Unidade de Sade Familiar (USF) de

    Condeixa defende a excelncia dos cuidados prestados pessoa, atendendo sua

    dimenso biopsicossocial, e que esses cuidados, quando possvel, devem ser prestados

    no domiclio, junto da famlia e com o auxlio da mesma.

    Por conseguinte, surgiu a necessidade de criar este manual com o objetivo de dar

    resposta s necessidades da pessoa e do cuidador. Com este manual pretendemos,

    ento, orientar e esclarecer, de uma forma simples e ilustrativa, a forma como os

    cuidados devem ser prestados pessoa dependente e, ainda, estimular o envolvimento

    entre o cuidador, a pessoa que cuidada, a equipa de sade e a comunidade, com vista

    a promover a sade e a qualidade de vida dos mesmos.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    6

    1- A UNIDADE DE SADE FAMILIAR DE CONDEIXA

    A Unidade de Sade familiar de Condeixa tem como misso:

    prestar cuidados de sade globais e personalizados, com responsabilidade e

    competncia, em tempo til, aos nossos utentes, contribuindo para a vigilncia e

    promoo da sua sade atravs de aes de preveno, diagnstico e tratamento

    (USF Condeixa).

    Todas as informaes referentes ao funcionamento e atendimento do utente esto

    disponveis para consulta no site da Unidade de Sade Familiar de Condeixa

    (http://www.usfcondeixa.com/hfa.php). Contudo, seguem-se algumas informaes

    pertinentes.

    1.1- HORRIOS E CONTATOS

    Horrio de funcionamento da USF: Dias teis das 08 s 20 horas.

    Horrio de Atendimentos da USF: Dias teis das 08h15m 19h45m.

    Para sua comodidade pode usar o telefone durante o horrio de funcionamento da USF

    para marcar consultas, pedir informaes e resolver outros assuntos administrativos.

    Poder tambm aconselhar-se diretamente com o seu Mdico ou Enfermeiro de Famlia,

    diariamente, em horrio a determinar pelos mesmos.

    Contatos da USF:

    Telefone: 239 940 170

    Fax: 239 940 091

    E-mail: [email protected]

    1.2 COMO FUNCIONA O ATENDIMENTO NA UNIDADE DE SADE FAMILIAR DE

    CONDEIXA

    O utente ao chegar USF deve dirigir-se sempre aos servios administrativos.

    O atendimento feito por ordem de chegada, no entanto, os utentes que tm consulta

    /tratamento marcado(a) tm prioridade e devem passar frente.

    Junto das Administrativas poder solicitar os seguintes servios:

    Marcao de consultas durante o horrio de funcionamento da USF;

    http://www.usfcondeixa.com/hfa.php

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    7

    Pedir renovao de receitas e fornecimento de contraceptivo das 10.00h s

    19.00h, respeitando um prazo de 3 dias teis para levantar o pedido;

    Pedir credenciais, guias de transporte e outras das 10.00h s 19.00h respeitando

    um prazo de 3 dias teis para levantar o pedido;

    Pedir reembolsos, isenes e emisso de cartes das 10.00h s 19.00h;

    Marcao de consultas e tratamentos.

    Em relao marcao de Consultas:

    Poder marcar consultas atravs dos seguintes meios:

    Telefone: 239940170

    Presencial

    e-agenda (Portal da Sade Marcao eletrnica de consultas)

    Email [email protected]*

    * Nome completo e n. utente do SNS.

    Em relao marcao de Tratamentos de Enfermagem e Injees:

    Dever fazer a marcao do seu tratamento ou injetvel junto das administrativas, e

    caso a prescrio seja feita por um profissional externo USF, deve fazer-se

    acompanhar da respectiva prescrio.

    Em relao ao ato da Vacinao do Plano Nacional de Vacinao deve marcar uma

    hora com a sua Enfermeira de Famlia para assegurar que se desloca USF e que

    atendido, mas no necessita de prescrio mdica. Contudo, dever trazer sempre o

    Boletim Individual de Sade.

    1.3- EQUIPA MULTIPROFISSIONAL

    A equipa multiprofissional da USF Condeixa constituda por mdicos, enfermeiros e

    assistentes tcnicas.

    Nome Email

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

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    Mdicos

    Jos Miguel Figueiredo Conceio - Coordenador da USF

    [email protected]

    Carla Maria Santos Silva [email protected]

    Fernando Pais e Pinto [email protected]

    Lus Mendes Almeida [email protected]

    Roslia Maria Teixeira Apolnia Baeta Pereira [email protected]

    Enfermeiros

    Alda Celina Reis Veloso [email protected]

    Joana Maria Falco Ribeiro Silva Matias [email protected]

    Paula Alexandra Verssimo Amaro [email protected]

    Sandra Cristina Varino Figueiredo Caseiro [email protected]

    Sandra Maria Ribeiro Rodrigues Silva Valada [email protected]

    Elise Pea Arruda Vilas Boas [email protected]

    Assistentes Tcnicas

    Maria Lurdes Mendes Joo Flix Morais [email protected]

    Maria Odete Pereira Almeida Pinto Lopes [email protected]

    Licinia Maria de Oliveira Garrido [email protected]

    1.4- TIPO DE CONSULTAS

    Vigilncia e Promoo da Sade nas diversas fases da Vida

    Planeamento Familiar

    Sade Materna

    Sade do Recm-nascido, Criana e Adolescente

    Sade do Adulto e do Idoso

    Programa de Sade do Adulto/Idoso e cuidados a doentes dependentes crnicos

    e de patologia mltipla

    Cuidados em situao de doena aguda.

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

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    2- REDES DE APOIO NA COMUNIDADE

    Na comunidade so vrias as instituies existentes que disponibilizam apoio e servios

    pessoa dependente e/ou ao prestador de cuidados. Estas instituies visam proteger

    os direitos da pessoa e assegurar a prestao de cuidados mesma.

    2.1- CUIDADOS CONTINUADOS

    A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) constituda por

    um conjunto de instituies, pblicas ou privadas, que prestam (ou viro a prestar)

    cuidados continuados de sade e de apoio social a pessoas em situao de

    dependncia, tanto na sua casa como em instalaes prprias (Segurana Social,

    2014).

    Nos cuidados continuados integrados a pessoa em situao de dependncia,

    independentemente da sua idade, recebe cuidados de sade e apoio social. O

    objetivo ajudar a pessoa a recuperar ou manter a sua autonomia a maximizar a

    sua qualidade de vida (Ibidem).

    Principal objetivo da RNCCI (Idem):

    Prestar cuidados continuados integrados a pessoas que, independentemente da idade,

    se encontrem em situao de dependncia.

    Objetivos especficos (Segurana Social, 2014):

    Melhorar as condies de vida e de bem-estar das pessoas em situao de

    dependncia, atravs da prestao de cuidados continuados de sade e/ou de

    apoio social;

    Promover a manuteno no domiclio das pessoas com perda de funcionalidade

    ou em risco de a perder, sempre que, mediante o apoio domicilirio, possam ser

    garantidos os cuidados teraputicos e o apoio social necessrios proviso e

    manuteno de conforto e qualidade de vida;

    Atuar atravs do apoio, do acompanhamento e do internamento tecnicamente

    adequados respectiva situao;

    Melhorar, de forma contnua, a qualidade na prestao de cuidados continuados

    de sade e de apoio social;

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    10

    Apoiar os familiares, ou prestadores informais, na sua formao e qualificao

    para melhorar a prestao dos cuidados;

    Articular e coordenar em rede os cuidados em diferentes servios, setores e

    nveis de diferenciao;

    Prevenir lacunas em servios e equipamentos, em consequncia da progressiva

    cobertura a nvel nacional das necessidades das pessoas em situao de

    dependncia, em matria de cuidados continuados integrados e de cuidados

    paliativos.

    Tm direito aos cuidados continuados integrados as pessoas nas seguintes situaes

    (Ibidem):

    Dependncia funcional temporria (por estar a recuperar duma doena, cirurgia,

    etc.);

    Dependncia funcional prolongada;

    Idosos com critrios de fragilidade (dependncia e doena);

    Incapacidade grave, com forte impacto psicolgico ou social;

    Doena severa, em fase avanada ou terminal.

    A RNCCI dispe de (Idem):

    Unidades de internamento, que podem ser de:

    Cuidados continuados de convalescena;

    Cuidados continuados de mdia durao e reabilitao;

    Cuidados continuados de longa durao e manuteno;

    Cuidados paliativos.

    Unidades de ambulatrio.

    Equipas hospitalares de cuidados continuados de sade e de apoio social.

    Equipas domicilirias de cuidados continuados de sade e de apoio social.

    Tipos de internamento (Segurana Social, 2014):

    Unidade de Convalescena - para internamentos at 30 dias

    Esta unidade visa promover a recuperao completa das pessoas que estiveram

    internadas num hospital devido a uma situao de doena sbita ou ao agravamento

    duma doena ou deficincia crnica, que j no necessitam de cuidados hospitalares,

    mas que requeiram de cuidados de sade que, pela sua frequncia, complexidade ou

    durao, no possam ser prestados no domiclio.

    A Unidade de Convalescena assegura:

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    11

    Cuidados mdicos permanentes;

    Cuidados de enfermagem permanentes;

    Exames complementares de diagnstico, laboratoriais e radiolgicos;

    Prescrio e administrao de medicamentos;

    Cuidados de fisioterapia;

    Apoio psicolgico e social;

    Higiene, conforto e alimentao;

    Convvio e lazer.

    Unidade de Mdia Durao e Reabilitao (UMDR) - internamentos com durao

    entre 30 e 90 dias

    A UMDR pretende apoiar e auxiliar pessoas que perderam temporariamente a sua

    autonomia, mas que possvel recuper-la, e que necessitam de cuidados de sade,

    apoio social e reabilitao que, pela sua frequncia ou durao, no podem ser

    prestados no domicilio.

    A UMDR assegura:

    Cuidados mdicos dirios;

    Cuidados de enfermagem permanentes;

    Cuidados de fisioterapia e de terapia ocupacional;

    Prescrio e administrao de medicamentos;

    Apoio psicossocial;

    Higiene, conforto e alimentao;

    Convvio e lazer.

    Unidade de Longa Durao e Manuteno (ULDM) - para internamentos com mais

    de 90 dias seguidos

    Tem por objetivo dar reposta a pessoas com doenas ou processos crnicos,

    independentemente do grau de dependncia de complexidade que apresentem, que

    no renam condies para serem cuidadas em casa ou na instituio onde residem.

    A ULDM presta apoio social e cuidados de sade de manuteno que pretendem

    prevenir ou retardar o agravamento da situao de dependncia, favorecendo o conforto

    e a qualidade de vida.

    A ULDM pode ter ainda internamentos com menos de 90 dias (mximo 90 dias por ano)

    quando h necessidade de descanso do principal cuidador.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    12

    A ULDM assegura:

    Atividades de manuteno e de estimulao;

    Cuidados de enfermagem permanentes;

    Cuidados mdicos;

    Prescrio e administrao de medicamentos;

    Apoio psicossocial;

    Controlo fisitrico peridico;

    Cuidados de fisioterapia e de terapia ocupacional;

    Animao sociocultural;

    Higiene, conforto e alimentao;

    Apoio no desempenho das atividades da vida diria.

    Unidade de Cuidados Paliativos - no existe perodo limite de internamento

    A Unidade de Cuidados Paliativos assegura cuidados a pessoas com situao clnica

    complexa e de sofrimento, devido a uma doena severa e/ou avanada, incurvel e

    progressiva.

    A Unidade de Cuidados Paliativos assegura:

    Cuidados mdicos dirios;

    Cuidados de enfermagem permanentes;

    Exames complementares de diagnstico laboratoriais e radiolgicos;

    Prescrio e administrao de medicamentos;

    Cuidados de fisioterapia;

    Consulta, acompanhamento e avaliao de doentes internados em outros

    servios ou unidades;

    Acompanhamento e apoio psicossocial e espiritual;

    Atividades de manuteno;

    Higiene, conforto e alimentao;

    Convvio e lazer.

    Custos:

    Se estiver internado numa Unidade de Convalescena ou numa Unidade de

    Cuidados Paliativos no tem de pagar qualquer valor.

    S paga quando estiver internado numa Unidade de Internamento de Mdia

    Durao e Reabilitao ou numa Unidade de Longa Durao e Manuteno.

    Os custos referentes aos cuidados de sade so pagos pelo Servio Nacional

    de Sade (Ministrio da Sade) ou por outros subsistemas de sade.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    13

    O utente s paga os custos referentes ao apoio social, podendo uma parte desta

    despesa ser comparticipada pela Segurana Social.

    Neste caso, o valor a pagar vai depender dos rendimentos do agregado familiar,

    que calculado pela Equipa de Coordenao Local.

    A parte comparticipada pela Segurana Social transferida diretamente para a

    Instituio onde est internado.

    A Unidade s lhe pode cobrar, no que toca a cuidados e servios de sade e de

    apoio social, o valor dirio apurado e que se comprometeu a pagar quando

    assinou o Termo de Aceitao do Internamento.

    Todas as outras despesas, que no sejam parte dos cuidados e servios

    acordados, so da exclusiva responsabilidade do utente quando por si

    solicitadas.

    Para mais informaes:

    Consulte o site da Segurana Social disponvel para consulta na bibliografia, na pgina

    90, do presente manual.

    2.2- VISITA DOMICILIRIA

    Os cuidados de sade prestados no domiclio definem-se como sendo:

    a componente de um continuado cuidado de sade global em que os servios de

    sade so prestados aos indivduos e famlias nos seus locais de residncia com a

    finalidade de promover, manter ou recuperar a sade, ou maximizar o nvel de

    independncia enquanto se minimiza os efeitos da deficincia e doena incluindo a

    doena terminal (Stanhope e Lancaster, 1996, p. 882).

    Tipos de Visitas Domicilirias (VD):

    Carter Assistencial - realizada em situaes de doena ou quando o individuo

    e a famlia precisam de ajuda e no podem por si s prestar o autocuidado;

    Carter Investigador - sempre que seja necessrio colher dados acerca da

    famlia e/ou pessoa;

    Carter Educativo - quando h necessidade de realizar educao para a sade;

    Carter Misto.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    14

    Critrios de Marcao e Prioridade:

    No que se refere VD em situao de doena aguda, quer mdica quer de enfermagem,

    esta tem critrios definidos de marcao e de prioridade, que esto diretamente

    relacionados com o grau de dependncia do utente inscrito.

    De uma forma programada, o enfermeiro e/ou o Mdico fazem uma avaliao da

    justificao dos pedidos de VD de acordo com a situao clnica. Se justificado, a visita

    domiciliria poder ser efetuada no prprio dia ou num dia subsequente, de acordo com

    critrios clnicos, de oportunidade e aceitabilidade, e com os critrios de marcao

    estipulados, descritos a seguir, para a realizao de consultas no domiclio.

    Critrios de Incluso para a realizao de consultas no domiclio:

    Doena crnica instvel ou exacerbao aguda de doena crnica;

    Doena aguda episdica (ex.: doena infecto-contagiosa);

    Utentes que necessitem de continuao de cuidados aps alta hospitalar;

    Utentes acamados ou com incapacidades diversas;

    Recm-nascidos e purperas;

    Utentes com doena oncolgica avanada ou em estadio final de outras doenas

    crnicas.

    Critrios de Excluso para a realizao de consultas no domiclio:

    Residir fora da rea de influncia da USF (Concelho de Condeixa);

    Situaes urgentes/emergentes;

    Problemtica exclusivamente do tipo social;

    Situaes de complacncia (patologia aguda ou crnica em doente sem critrios

    de dependncia fsica).

    2.3 OUTRAS INSTITUIES DE APOIO

    Centro Social da Ega 239 941 270

    Casa de Sade Rainha Santa Isabel - 239 949 070

    Rede Social de Condeixa - 239 949 120

    Santa Casa da Misericrdia - 239 949 150

    Centro de Dia de Anobra 239 943 911

    Centro de Dia de Condeixa-A-Nova 239 949 150

    Centro de Dia de Condeixa-A-Velha - 961 444 087

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    15

    Centro de Dia de Vila Seca 239 932 394

    Alojamento Snior (Lar Bruscos) Doce Viver 239 932 582

    Casa de Repouso Nossa Senhora do Amparo (Arrifana) 239 941 723

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    16

    3 A PENSAR NO CUIDADOR

    3.1 A IMPORTNCIA DO PAPEL DO CUIDADOR

    Atualmente, com a evoluo cientfica e tecnolgica na rea da sade, a populao

    portuguesa, devido ao aumento da esperana mdia de vida, tem-se vindo a tornar cada

    vez mais envelhecida, ou seja, existe um maior nmero de pessoas idosas (com 65

    anos ou mais) comparativamente ao nmero de jovens e crianas (Rodrigues, 2011).

    Esta realidade nem sempre acompanhada do aumento da qualidade de vida, pois a

    pessoa ao longo do seu ciclo vital confrontada com situaes de doena e/ou acidente

    o que pode por em risco o bem-estar da mesma e originar situaes de dependncia.

    Estas situaes tm-se tornado cada vez mais evidentes devido ao aumento da

    prevalncia de doenas crnicas e incapacitantes e vieram colocar aos governos,

    s famlias e sociedade em geral, desafios para os quais no estavam preparados

    (DGS, Programa Nacional para a Sade das Pessoas Idosas, 2006, apud

    Rodrigues, 2011), da a necessidade de refletir e intervir nestes grupos vulnerveis

    (Rodrigues, 2011).

    Surge, assim, a necessidade de criar condies para que a pessoa possa regressar ao

    seu contexto familiar rapidamente, aps a fase aguda, sempre que possvel. Para tal

    necessrio que os familiares ou pessoas significativas possuam de conhecimentos e

    habilidades necessrios prestao de cuidados (Ibidem). neste processo de

    transio que os profissionais de sade devem intervir e apoiar para que os

    conhecimentos sejam interiorizados e, consequentemente sejam assegurados cuidados

    de sade individualizados e de excelncia.

    Irrompe, ento, o dever de desenvolver intervenes dirigidas aos cuidadores para que

    estes adquiram capacidades e habilidades necessrias prestao de cuidados

    independentemente da idade e do grau de dependncia da pessoa (Rodrigues, 2011).

    Consequentemente, este manual surge com vista a dar resposta a essas necessidades

    e exigncias.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    17

    Assim sendo, tambm da nossa preocupao o bem-estar fsico, psicolgico,

    emocional, financeira e social do prestador de cuidados informais (pessoa que cuida de

    outra pessoa em situao de dependncia e que no recebe remunerao), pois

    reconhecemos o papel crucial que este desempenha na prestao de cuidados

    pessoa dependente e na promoo da sua qualidade de vida. Contudo, se o cuidador

    no estiver so na sua dimenso biopsicossocial os cuidados de excelncia, que

    pretendemos, no sero assegurados.

    O processo de cuidar implica diversas adaptaes fsicas, sociais, cognitivas e

    emocionais (Cupertino, Aldwin & Oliveira, 2006, apud, Rodrigues, 2011), podendo

    revelar-se um processo difcil, desgastante e at mesmo vir a comprometer o bem-

    estar do cuidador (Rodrigues, 2011).

    Deste modo, necessrio no nos centrarmos apenas na pessoa, mas sim na dade

    pessoa cuidada prestador de cuidados, pois a sobrecarga do cuidador pode levar ao

    comprometimento fsico, psicolgico e/ou financeiro, que por sua vez vai diminuir a

    qualidades dos cuidados prestados e por em risco o bem-estar de ambos.

    3.2 DIREITOS DO CUIDADOR (Souza, et al., 2005)

    1. Tenho o direito de cuidar de mim;

    2. Tenho o direito de receber ajuda e apoio dos meus familiares na participao

    dos cuidados pessoa;

    3. Tenho o direito de procurar ajuda;

    4. Tenho o direito de, por vezes, ficar aborrecido, deprimido e triste;

    5. Tenho o direito de no deixar que os meus familiares ou outros tentem

    manipular-me com sentimentos de culpa;

    6. Tenho o direito de receber afeio, respeito, perdo e aceitao por parte dos

    meus familiares e comunidade em geral;

    7. Tenho o direito de orgulhar-me do que fao;

    8. Tenho o direito de proteger a minha individualidade, os meus interesses e

    necessidades;

    9. Tenho o direito de receber ensinos e treino para o desenvolvimento das

    minhas habilidade de maneira a ser capaz de cuidar melhor da pessoa dependente;

    10. Tenho o direito de ser feliz.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    18

    3.3 ESTRATGIAS DE RELAXAMENTO E DISTRAO

    imperativo que o prestador de cuidados reserve algum tempo do seu dia-a-dia para

    si, para relaxar, descansar, mimar-se, divertir-se e praticar alguma atividade fsica, pois

    s assim conseguir preservar o seu bem-estar biopsicossocial.

    Estratgias de Relaxamento e Distrao (Souza, et al., 2005)

    Veja programas televisivos do seu interesse nas horas livres;

    Enquanto v televiso movimente as mos e os ps para estimular a circulao,

    manter as extremidades quentes e ativas;

    Leia um livro, uma revista ou o jornal;

    Oua msica do seu gosto ou ponha msica ambiente enquanto presta os

    cuidados ao outro (ir promover o relaxamento e a interao entre ambos);

    Converse com a pessoa e partilhem histrias;

    Saia de casa para apanhar ar fresco nem que seja s para ir ao caf e voltar;

    Faa massagens a si prprio nos ps e pescoo ou pea a algum se for

    possvel;

    Quando for s compras faa o percurso mais longo e passeie nas zonas

    envolventes antes de entrar nas lojas;

    Se a pessoa for capaz de deambular saia com ela e passeiem as duas nem que

    seja por curtos perodos de tempo;

    Quando se levantar de manh alongue os msculos (espreguice-se

    completamente). Quando se for deitar faa alongamentos novamente,

    sobretudo, ao nvel das costas e pernas para aliviar a tenso muscular;

    Se for possvel convide os seus amigos para sair ou para irem a sua casa, se

    no puder ausentar-se;

    Tente rir ao longo do dia. Rir um timo exerccio e ir proporcionar sensao

    de bem-estar e relaxamento;

    Praticar atividade fsica regularmente ajuda a reduzir o cansao fsico e

    psicolgico e a tenso muscular;

    Se possvel solicite a ajuda de familiares, vizinhos ou amigos para participarem

    na prestao de cuidados;

    Se se sentir muito cansado ou mesmo esgotado fale com o mdico e o

    enfermeiro de famlia, pois existem inmeras redes de apoio na comunidade.

    Juntos encontraro uma soluo que seja do agradado de todos, nem que seja

    temporria, para que possa descansar e recompor-se.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    19

    Nunca se esquea ns estamos aqui disponveis para ajud-lo

    quando mais precisar!

    Alguns exerccios que pode realizar em casa:

    Existem inmeros tipos de exerccios que pode realizar, mas damos-lhe algumas dicas

    de exerccios fceis de realizar e em que a maior parte possvel faz-los sentado e

    em p.

    Pescoo (Souza et al., 2005)

    Exerccios de flexo (tente encostar o queixo ao peito);

    Exerccios de extenso (olhar para cima);

    Exerccios de rotao (rodar a cabea) e lateralizao (olhar para um lado e para

    o outro e tentar encostar a orelha no ombro).

    Ombros (Ibidem)

    Tente elevar os ombros (com se estivesse a tentar chegar

    com eles s orelhas) ao mesmo tempo que inspira

    profundamente (deixa o ar entrar no pulmes pelo nariz). De

    seguida, deixe-os cair enquanto expira (deixa sair o ar dos

    pulmes pela boca);

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    20

    Faa exerccios circulares rodando os ombros para a frente e para trs.

    Membros superiores (braos)

    Faa rotaes dos braos (abrir at formar uma cruz com o corpo e depois rod-

    los);

    Levantar um brao e baixar o outro, flexo/extenso dos braos alternadamente;

    Fazer a extenso de um dos braos e respectiva mo (estique) e com a outra

    mo tente puxar a esticada em direo ao peito (ver na figura);

    Sentado, tente fazer com uma mo, atrs das costas, tocar no cotovelo do outro

    brao (como se pode observar na figura). Faa para ambos os braos;

    Afaste os braos (abduo horizontal dos braos formando uma cruz com o

    corpo) e depois cruze os braos, como se fosse dar um abrao a si prprio;

    Abra e feche as mos vrias vezes;

    Estique os braos para a frente e junte as mos, entrelaando os dedos, e faa

    rotaes ao nivel dos pulsos;

    Com a mo bem aberta, toque a ponta de cada dedo na ponta do polegar.

    Quanto mais distanciar os dedos, maior ser a extenso atingida.

    Tronco

    Coloque as mos em torno da cintura e realize movimentos de rotao do tronco,

    para ambos os lados.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    21

    Membros Inferiores (pernas)

    Deite-se em decbito dorsal (barriga para cima), faa flexo (dobre) de um dos

    joelhos e tente segur-lo com as mos durante alguns segundos. Faa o mesmo

    para a outra perna;

    Sentado, faa a extenso das pernas e dos ps, alternadamente (como se pode

    observar na imagem);

    Faa caminhadas e alterne perodos sentado e em p, pois no deve ficar muito

    tempo seguido em nenhuma das posies;

    Quando se levantar e antes de se deitar faa alongamentos s pernas.

    3.4 EQUIPAMENTOS E SERVIOS DE APOIO AO CUIDADOR

    A comunidade dispe de diversos recursos para apoiar o cuidador na prestao dos

    cuidados pessoa idosa ou mesmo de substitui-lo quando este j no rene

    capacidades e/ou condies para o fazer.

    Recursos disponveis:

    Visitas Domicilirias

    As Visitas Domicilirias podem ser realizadas pelo Mdico e/ou Enfermeiro e podem ser

    de carter investigacional, assitencial, educativo ou misto, conforme as necessidades

    da pessoa e/ou cuidador.

    Apoio Domicilirio

    Consiste em fornecer apoio s pessoas em situao de carncia e/ou dependncia na

    realizao de diversas tarefas (Quaresma, 1996).

    Objetivos do apoio domicilirio (Ibidem):

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    22

    o Ajudar a manter a pessoa, o mais tempo possvel, no seu ambiente,

    retardando a necessidade de admisso em habitao colectiva ou hospital;

    o Contribuir para a diminuio das situaes de incapacidade fsica e mental e

    de isolamento.

    Tipos de tarefas em que so auxiliados (Idem):

    o Cuidados de higiene e conforto:

    o Higiene da habitao;

    o Tratamento de roupas;

    o Confeco ou distribuio de refeies;

    o Compras no exterior;

    o Companhia e recreio;

    o Acompanhamento da pessoa idosa ao exterior;

    o Execuo de pequenas reparaes no domiclio.

    Centros de Dia

    Os centros de dia pretendem dar resposta s necessidades da pessoa

    independentemente da idade e do grau de dependncia (Idem):

    o Prestando-lhes acolhimento e informaes necessrias;

    o Apoiando a pessoa no ajustamento sua situao e s tarefas prprias do

    seu estadio do ciclo vital;

    o Favorecendo as relaes inter-pessoais com o objetivo de combater o

    isolamento social;

    o Disponibilizando diversas formas de ajuda adequadas a cada pessoa, que

    no existem na comunidade local.

    Segundo Quaresma (1996), as valncias dos Centros de Dia podero ser, entre outras

    as seguintes:

    o Convvio/ocupao (animao);

    o Alimentao;

    o Tratamento de roupas;

    o Higiene;

    o Servios de sade e ajuda domstica domiciliria.

    Lares

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    23

    Os lares so equipamentos de alojamento coletivos, de carcter temporrio ou

    permanente, que proporciona servios durante as 24 horas (Ibidem).

    Os objetivos do lar so (Idem):

    o Proporcionar habitao de forma a garantir pessoa uma vida confortvel,

    respeitando tanto quanto possvel a sua independncia;

    o Assegurar a satisfao das suas necessidades bsicas;

    o Contribuir para a estabilizao ou retardamento do processo de

    envelhecimento;

    o Apoiar as pessoas residentes na comunidade em regime de frequncia

    diurna.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    24

    4- CUIDADOS PESSOA IDOSA

    4.1 CUIDADOS PESSOA COM TRAQUEOSTOMIA

    Tcnicas para favorecer a pessoa a adaptar-se sua traqueostomia (Ibidem):

    - Estabelecer meios eficazes de comunicao e divulgar esses meios aos

    restantes elementos que convivem com a pessoa;

    - Ensinar a pessoa a tapar a cnula de modo a facilitar a falar;

    - Ensinar a pessoa a no tossir de frente para as pessoas e a colocar um leno

    frente da cnula, para evitar a projeo de secrees. (A posio de curvado para a

    frente favorece a sada das secrees);

    - Estimular a independncia e a autoestima da pessoa.

    Alimentao (Idem)

    A pessoa com traqueostomia pode comer sem restries. O momento das refeies

    dever ser rigorosamente vigiado uma vez que poder conduzir presena de comida

    e lquidos na traqueia.

    Se verificar que a pessoa com traqueostomia apresenta uma quantidade abundante de

    secrees e/ou dificuldade respiratria, contacte o seu mdico e/ou enfermeiro de

    famlia para que o possam ajudar.

    Para preveno a pessoa deve:

    Proceder aspirao de secrees da cnula de traqueostomia antes de iniciar

    a refeio (a aspirao durante ou aps a refeio pode conduzir ao vmito);

    Realizar a suas refeies sentada ou com a cabeceira elevada;

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    25

    Ingerir bastantes lquidos facilitadores da fluidificao das secrees;

    Evitar o uso de babetes que possam impedir a respirao pela traqueostomia;

    Higiene diria (Banho total) (Idem)

    Cuidados a ter durante a higiene:

    Evitar salpicar ou molhar a traqueostomia;

    No duche, deve colocar o chuveiro direccionado para as costas ou para a parte

    inferior do corpo;

    Tapar a cnula da traqueostomia com um dispositivo impermevel, mas que

    permita respirar de forma eficaz.

    Vesturio:

    A pessoa com traqueostomia pode usar qualquer tipo de roupa desde que no seja

    demasiado justa ao nvel do pescoo.

    Exteriorizao acidental da cnula:

    Aquando a exteriorizao da cnula deve:

    Manter a calma;

    Introduzir a cnula de imediato.

    Importante: Independentemente das condies existentes, a cnula deve ser

    introduzida de imediato para manter uma passagem de ar.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    26

    Como cuidar da traqueostomia (Veiga, et. al, 2011)

    A pele em torno do estoma pode apresentar-se irritada

    devido a movimentos de frico e/ou presena de

    secrees. Assim, a periodicidade de realizao deve ser,

    pelo menos, uma vez por dia ou com maior frequncia se

    a situao clnica ou o conforto da pessoa o tornar

    necessrio.

    1. Lave as mos;

    2. A pessoa deve ficar numa posio confortvel, mantendo ligeira hiperextenso

    da cabea (cabea ligeiramente inclinada para trs);

    3. Utilize soro fisiolgico na limpeza da pele perifrica ao estoma. No instilar soro

    no estoma;

    4. Use compressas para a limpeza da regio circundante, sem frico;

    5. Se for observado rubor ou exsudato em torno do estoma, contacte o enfermeiro

    de famlia ou o mdico;

    6. Limpe e hidrate a pele do pescoo com particular ateno nas zonas de pele que

    ficam sujeitas macerao provocada pelas fitas, mas com cuidado para no

    deixar que o creme entre em contato com o estoma;

    7. Utilize compressas de tecido no tecido ou penso para traqueostomia, se for

    observado exsudato ou se a pele se encontrar ruborizada devido a frico;

    8. Assegurar que a troca das fitas sempre realizada com a colaborao de um

    segundo elemento. Este fixa a cnula de traqueostomia, enquanto o cuidador

    troca das fitas de fixao;

    9. No final, verifique que a cnula ficou bem fixa, mantendo o espao de um dedo

    entre as fitas e o pescoo.

    10. Por ltimo, volte a lavar as mos.

    Nota: No se esquea que o orificio da traqueostomia comunica com o exterior. Deve-

    se ter cuidado para que no entrem substncias ou objetos (ex. gua, areia, comida,

    insetos, perfumes, etc.) pelo orificio, da a importncia de usar filtros apropriados para

    evitar essas situaes e possiveis complicaes (Souza et al., 2005).

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    27

    Se verificar que a pessoa apresenta uma quantidade abundante de secrees e

    dificuldade em respirar e que voc cuidador no possui de meios nem conhecimentos

    para realizar a aspirao das mesmas pela traqueostomia, contate o mdico e/ou o

    enfermeiro de famlia para que possam ir ajud-lo.

    4.2 CUIDADOS PESSOA COM SONDA NASOGSTRICA

    Uma sonda nasogstrica um tubo que introduzido pelo nariz at ao estmago e

    permite a alimentar e hidratar a pessoa em questo (Veiga et al., 2011).

    Cuidados a ter com a Alimentao:

    Preparao da alimentao (Queirs, 2012):

    Em primeiro lugar o local da preparao das refeies deve estar limpo, assim

    como os materiais que vai utilizar para confecionar os alimentos. Verifique a

    validade dos alimentos e se as embalagens no esto danificadas;

    De seguida, lave as mos de forma cuidada antes de tocar nos alimentos;

    Caso sejam prescritas pelo mdico refeies industrializadas, estas s podem

    ser consumidas at 24 horas depois de abertas as embalagens e tm um custo

    mais elevado que as refeies preparadas em casa;

    As dietas caseiras devem ser preparadas com alimentos naturais cozidos e

    triturados e devem ter uma consistncia lquida (evitar resduos pois iro obstruir

    (entupir) a sonda);

    As refeies preparadas em casa tm uma validade de 12 horas aps a sua

    confeo;

    Fazer refeies variadas (deve utilizar uma grande variedade de alimentos

    legumes, batata, arroz, massa, carne, peixe segundo as indicaes mdicas

    no momento da alta).

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    28

    Notas Importantes:

    As refeies preparadas em casa devem arrefecer temperatura ambiente

    e podem ser guardadas no frigorfico (mximo 12 horas).

    As refeies devem ser administradas temperatura ambiente. Como

    tal deve retirar do frigorfico (cerca de 30 minutos antes), para um recipiente

    lavado, apenas a poro que ir dar pessoa. Deste modo no haver

    necessidade de aquecer a comida em banho-maria ou micro-ondas (Queirs,

    2012).

    Refeies muito frias podem provocar cibras e/ou diarreia e refeies muito

    quentes podem provocar queimaduras internas pessoa e so mais

    susceptveis de contaminao bacteriana (Veiga et al., 2011).

    Materiais necessrios para a alimentao por sonda:

    Cadeira ou almofadas para elevar a cabeceira (se pessoa acamada);

    Resguardo impermevel de proteo (se necessrio);

    Copo com gua;

    Seringa de 100 ml;

    Recipiente com a refeio.

    Cuidados a ter durante a alimentao:

    1- Antes de alimentar a pessoa deve coloc-la numa posio sentada (numa cadeira

    ou cama) ou semi-sentada (cama), apoiando-lhe bem as costas com recurso a

    almofadas (Queirs, 2012);

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    29

    2 Disponha perto de si todo o material necessrio e verifique sempre a

    temperatura da alimentao (na parte interna do pulso);

    3 Atravs da observao deve confirmar o posicionamento da sonda (para

    facilitar esse processo, quando a sonda for colocada pelo enfermeiro pode, com uma

    caneta, fazer uma pequena marca no tubo para indicar a sua posio correta da sonda)

    (Monteiro e Costa, 2011);

    Deve ter sempre o cuidado de verificar a marca feita pela caneta na sonda, sob forma

    de se certificar que esta est bem colocada.

    4- De seguida, dobre a sonda e retire o clamp (dispositivo que tapa a extremidade

    da sonda) com a sonda dobrada para evitar a entrada de ar e a sada de lquidos

    (Monteiro e Costa, 2011);

    5- Depois adapte a seringa (vazia) extremidade da sonda e aspire para ver se sa

    algum contedo gstrico. Poder no sair contedo ou mesmo fazer vcuo quando

    http://www.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRw&url=http://www.tuasaude.com/como-alimentar-uma-pessoa-com-sonda/&ei=KtbDVK3IHMPzUpOUgcgH&bvm=bv.84349003,d.d24&psig=AFQjCNGQKj4MoNni7CYsH-FvkxPCbjouWw&ust=1422206816643011

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    30

    aspira. Caso verifique sada de muito ar (uma seringa 100ml), contacte o seu mdico

    e/ou enfermeiro porque a sonda poder estar mal colocada.

    Se aspirar uma quantidade:

    - inferior a 50 ml deve introduzir o contedo aspirado e pode alimentar a

    pessoa na totalidade da alimentao;

    - entre 50 e 100 ml deve introduzir o contedo alimentar e dar metade da

    alimentao;

    - igual ou superior a 100 ml deve introduzir o contedo alimentar mas no

    alimente a pessoa. Ao fim das duas horas volte a avaliar e se a pessoa

    apresentar o mesmo contedo gstrico sinal de estase gstrica (atraso do

    esvaziamento gstrico) e no se administra na mesma a refeio. Nestes casos,

    haver necessidade de reavaliaes mais frequentes e s quando o contedo

    gstrico aspirado for inferior a 100 ml que se pode alimentar a pessoa (apenas

    metade da refeio).

    Se a estase gstrica persistir deve consultar o mdico ou enfermeiro e ele

    indicar-lhe- o que fazer!

    6 Depois destes cuidados e de ter a certeza que ir introduzir os alimentos no

    estmago, encha a seringa com a dieta e enquanto faz isso clamp a sonda ou deixe-

    a dobrada com uma mo para no entrar ar nem sair contedo gstrico;

    7 Introduza a dieta na sonda lentamente, sob forma de prevenir mal-estar

    gstrico, gases, diarreia e /ou vmitos (Queirs, 2012);

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    31

    Segundo Monteiro e Costa, (2011) a quantidade a administrar em

    cada refeio no deve exceder os 350 ml (Queirs, 2012). Deve questionar

    o mdico e/ou o enfermeiro, pois o nmero de refeies e as quantidades a

    administrar podem variar, de pessoa para pessoa, de acordo com as suas

    necessidades ou situao.

    Nota: Em caso de diarreia deve aumentar o tempo de pausa alimentar (aumentar o

    espaamento entre as refeies) ou diminuir o ritmo da administrao. Se este quadro

    se mantiver contacte o mdico e/ou enfermeiro.

    8 - No final de administrar a refeio deve lavar a seringa com gua corrente.

    De seguida, encha a seringa com 20 a 30 ml de gua temperatura ambiente e

    introduza-a na sonda de forma a mant-la preenchida com gua e lav-la, evitando,

    assim, o acmulo de resduos e a sua obstruo (entupimento) (Veiga et al., 2011).

    9 - Aps a alimentao deve deixar a pessoa na mesma posio (sentada

    ou semi-sentada) ou virada em decbito lateral direito (virada para a direita), pelo

    menos durante 30 minutos, para facilitar o esvaziamento gstrico e prevenir a

    regurgitao e/ou vmitos e, consequentemente, a aspirao dos alimentos para os

    pulmes (Ibidem).

    10 Ter o cuidado de deixar sonda clampada (fechada) sempre que no

    estiver a ser usada.

    Nota: Se a quantidade de urina eliminada nas 24 horas diminuir, pode indicar

    desidratao. Nesse caso deve administrar gua nas quantidades referidas em cima

    referidas, mas mais vezes ao dia, se no estiver contraindicado pelo mdico.

    Se a pessoa vomitar:

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    32

    Informar o enfermeiro de famlia e ele ir-lhe- dizer como deve proceder.

    Contudo, dever atender a alguns princpios bsicos se tal acontecer:

    Vir-la imediatamente para o lado (se acamado) ou sent-la para prevenir a

    aspirao dos alimentos para os pulmes (Monteiro e Costa, 2011);

    Se verificar algum dos seguintes sinais: face cianosada (azulada a roxa),

    dificuldade respiratria ou alterao do comportamento e/ou da conscincia

    dever ligar imediatamente para o enfermeiro de famlia ou mesmo para o

    112, pois sinal que a pessoa aspirou contedo alimentar para os pulmes

    e pode estar em dificuldades;

    Se no se verificarem os sinais descritos em cima, mantenha a pessoa

    vigiada. Dever mante-la nas posies referidas no primeiro ponto e

    aguardar, pelo menos, uma hora at voltar a aliment-la. Passado o tempo

    recomendado comece por dar ch (50 a 60 ml) para verificar se a pessoa

    volta a vomitar. Se voltar a acontecer contate imediatamente um profissional

    de sade (Monteiro e Costa, 2011).

    Complicaes comuns resultantes da administrao de alimentao por sonda

    nasogstrica:

    As complicaes esto relacionadas, sobretudo com: o mal posicionamento da sonda,

    contaminao na preparao da dieta ou dos materiais necessrios sua

    administrao, administrao inadequada e/ou intolerncia a algum componente da

    refeio ou das frmulas usadas (Unamuno e Marchini, 2002).

    Administraes rpidas levam a quadros de distenso abdominal, vmitos e

    diarreias;

    A obstipao tambm uma complicao que se verifica com alguma

    frequncia, devido baixa quantidade de resduos da dieta (pelo que as

    No se esquea de ir administrando gua temperatura ambiente (50 a 60 ml de

    cada vez) entre as refeies (1,5 a 2L/dia exceto se contraindicado pelo mdico)

    para prevenir a desidratao ou outros problemas.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    33

    refeies devem ser variadas e ricas em legumes e fibras, assim como, deve ser

    administrada gua com regularidade);

    Se tiver de administrar medicao:

    Em primeiro lugar sempre que o mdico prescrever um medicamento novo deve

    perguntar se pode ou no administr-lo via sonda nasogstrica, uma vez que,

    existem medicamentos que no devem ser administrados pela sonda

    nasogstrica ou juntos com a dieta/refeio, e se no poder como deve fazer

    (Queirs, 2012);

    Se os medicamentos poderem ser administrados atravs da sonda deve tritur-

    los (ex. com uma colher, fundo de um copo, etc.) e junt-los, separadamente, a

    gua morna (tambm um de cada vez) para que se dissolvam;

    Deve administrar os medicamentos um a um e administrar gua limpa (sem

    medicamento) no intervalo de cada administrao para estes no se misturarem

    nem obstruam a sonda;

    No final da administrao deve encher a seringa com cerca de 50 ml para se

    certificar que a medicao foi toda para o estmago da pessoa e ao mesmo

    tempo para proceder lavagem da sonda.

    Cuidados de Higiene e Conforto:

    Realizar higiene oral, pelo menos, trs vezes por dia sob forma de preveno da

    secura das mucosas e outras complicaes (Veiga et al., 2011);

    A higiene nasal deve ser realizada aquando da prestao dos cuidados de

    higiene totais (banho) ou parciais.

    Deve ser retirado o adesivo de fixao com bastante cuidado, para no tirar a

    sonda da posio correta, para ser possvel lavar a regio nasal com gua e

    sabo e aplicar creme hidratante. De seguida deve aplicar o adesivo de

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    34

    preferncia anti-alrgico, conforme as imagens e se possvel no coloc-lo

    exatamente na mesma posio para prevenir o aparecimento de feridas.

    Aquando da aplicao do novo adesivo verifique se a sonda no est a fazer

    presso sobre a parede da narina pois isso ir provocar leses na pele como,

    por exemplo, lceras de presso;

    Pode aplicar, ainda, outro adesivo se a pessoa tender a puxar a sonda ou se

    isso lhe proporcionar maior conforto. No entanto, o adesivo de fixao da sonda

    ao p do nariz dever ser suficiente.

    Mudar o adesivo sempre que este se descolar (Monteiro e Costa, 2011) e

    verificar se a sonda est na posio correta.

    Notas Importantes:

    Caso a pessoa puxe a sonda (ou esta se encontre fora do sitio correto) ou caso

    tenha sado totalmente no tente coloc-la de novo! Lave-a com gua e sabo

    e guarde-a num local limpo e seco, pois a sonda pode ser reutilizada. De

    seguida, contate o enfermeiro de famlia para combinar com o mesmo a

    recolocao da sonda.

    Deve tambm combinar com o enfermeiro de famlia a periocidade com que se

    ir trocar a sonda nasogstrica.

    4.3 CUIDADOS PESSOA COM DISFAGIA

    http://www.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRw&url=http://www.gopixpic.com/728/colocacion-sonda-vesical/http:||image*slidesharecdn*com|colocacionsondavesical-100309113800-phpapp02|95|slide-1-728*jpg~1268156319/&ei=xdbDVKSqPIGvU4DrgdAD&bvm=bv.84349003,d.d24&psig=AFQjCNGQKj4MoNni7CYsH-FvkxPCbjouWw&ust=1422206816643011http://www.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRw&url=http://2014-emq1-ab-8.blogspot.com/2014/10/practica-3_29.html&ei=rNbDVLqpBIPyUKXvgqAO&bvm=bv.84349003,d.d24&psig=AFQjCNGQKj4MoNni7CYsH-FvkxPCbjouWw&ust=1422206816643011

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    35

    Complicaes comuns da disfagia (Santos, et.al., 2014):

    O processo de deglutio mais lento nos idosos, pelo que, a presena de disfagia

    frequentemente observada nesta faixa etria, existindo por vezes descoordenao entre

    a deglutio e a proteo das vias areas que podem originar:

    Engasgamento

    Falta de ar

    Pneumonia de aspirao

    Desnutrio e desidratao

    Sintomas de disfagia (Ibidem):

    Recusa alimentar;

    Tosse durante ou aps a deglutio;

    Sialorreia (excesso de saliva que a pessoa vai deixando cair pelo boca);

    Alterao da voz;

    Engasgamento;

    Presena de alimentos na boca (no consegue deglutir a totalidade dos

    alimentos).

    Cuidados na alimentao de uma pessoa com disfagia (Veiga, et. al, 2011):

    1- Use espessantes nos alimentos de consistncia lquida (modificam a consistncia)

    para esta adquirir uma consistncia mais espessa que a pessoa possa tolerar;

    2 Opte por alimentos mais macios e evite alimentos slidos (deve tritur-los);

    3 Evite, tambm, alimentos duros, farinhentos e

    secos (ex. Farofa e bolachas);

    4 Sente a pessoa com a cabea ligeiramente fletida (

    previne a aspirao), se estiver acamada deve elevar

    ao mximo a cabea tentando estabelecer um ngulo

    de 90;

    5 Alimente a pessoa com pequenas quantidades de cada vez;

    6 Evitar que a pessoa fale enquanto est a comer;

    http://4.bp.blogspot.com/_X4ecBb6xqcc/TSC1JU-NA2I/AAAAAAAABF4/wG_8CO6__vg/s1600/garganta.jpg

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    36

    7 - Evite alimentar a pessoa se estiver sonolenta (diminui significativamente a

    capacidade de deglutir);

    8 - Tenha em ateno a temperatura, textura, aparncia,

    aroma e sabor dos alimentos (so todas qualidades

    importantes na escolha dos alimentos);

    9 As sopas podem ser engrossadas com farinhas,

    massas, arroz, etc.;

    10 - Faa refeies variadas (deve utilizar uma grande variedade de alimentos

    legumes, batata, arroz, massa, carne, peixe, etc.) e nutricionalmente completas;

    11 - Respeite as preferncias da pessoa e confecione um prato visivelmente agradvel;

    11 - Evite alimentos viscosos, secos e duros de mastigar.

    Em caso de engasgamento

    Aplique 5 pancadas fortes entre as omoplatas, com a mo em concha num

    movimento de baixo para cima. A outra mo deve estar a apoiar o peito da

    pessoa.

    Se a pessoa continuar asfixiada, fique de p, atrs, com os seus braos ao redor

    da cintura da pessoa, ligeiramente acima do umbigo e abaixo do limite das

    costelas. Agarre firme o pulso com a outra mo e faa um rpido puxo para

    cima. Repita cinco vezes numa sequncia rpida.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    37

    4.4 CUIDADOS PESSOA COM SONDA VESICAL

    Cuidados na manuteno do cateter urinrio (Veiga, et. al, 2011):

    Se a pessoa a seu cuidado tem dificuldades em engolir e se engasga

    frequentemente procure o seu enfermeiro de famlia que o pode

    aconselhar ou encaminhar para o tcnico de sade mais competente

    para o ajudar.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    38

    Lave as mos antes de mexer na sonda;

    Limpe a pele a volta da sonda com gua e sabo, pelo menos, uma vez por dia

    para evitar a acumulao de secrees;

    O cateter liga-se a uma saco coletor que pode ser fixado na lateral da cama, da

    cadeira de rodas ou na perna da pessoa (caso seja capaz de deambular (andar));

    Evite dobras no circuito de drenagem (evitar o refluxo de urina);

    No abra o sistema para evitar contaminao do mesmo;

    Mantenha o sistema de drenagem abaixo do nvel da bexiga (mesmo que o saco

    coletor tenha vlvula anti-refluxo) e no deixe que o saco fique muito cheio para

    evitar o refluxo de urina;

    No deve clampar o cateter (retirar o saco coletor e colocar uma tampa de

    proteo), s se for estiramento necessrio para a mobilizao da pessoa;

    Ao retirar o saco da urina, para colocar um novo, clamp (feche) a sonda para evitar

    perdas de urina;

    O cateter no precisa de nenhum tipo de fixao externa porque tem um balo

    (bexiga) interno que a impede de sair do lugar. Contudo, tenha cuidado para no

    puxar o cateter, porque ir ferir a uretra e provocar traumatismos;

    Deve combinar com o enfermeiro de famlia a periodicidade da troca da sonda.

    Notas Importantes:

    Promover a ingesto de 1,5l de gua por dia!

    A troca do cateter urinrio (sonda vesical) realizada pelo enfermeiro de

    famlia.

    4.5 CUIDADOS PESSOA COM OSTOMIA DE ELIMINAO

    Um estoma ou ostomia resulta de um procedimento cirrgico que realiza uma ligao

    entre um rgo e o exterior do corpo.

    Quando consultar o seu mdico/enfermeira de famlia?

    Se tiver febre ou a urina tiver um cheiro intenso ou for espessa ou turva.

    Se apresentar inflamao na uretra ou na sada da sonda.

    Se observar sangue dentro ou volta da sonda;

    Quando no urinar ou o volume de urina diminuir acentuadamente apesar

    da ingesto abundante de lquidos;

    Se perder urina em grande quantidade por fora da sonda.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    39

    Tipos de Ostomias de Eliminao:

    Ileostomia (ligao de uma poro terminal do intestino delgado ao exterior);

    Colostomia (ligao de uma poro do intestino grosso ao exterior);

    Urostomia (ligao de uma poro do aparelho urinrio ao exterior) (pode ter

    diversos nomes consoante a poro do aparelho urinrio exteriorizada).

    http://www.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRw&url=http://www.medicitalia.it/dizionario-medico/decorso-postoperatorio&ei=t8_PVNWGD4noUq_dgOAC&bvm=bv.85076809,d.d24&psig=AFQjCNH-6_Pm2EiEKP4ZmOQ_M6ctpXEJtA&ust=1422991401015003

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    40

    Nota: Se verificar alguma alterao no estoma ou funcionamento do mesmo, contacte

    o seu mdico e/ou enfermeiro de referncia.

    Cuidados a ter com a ostomia de eliminao:

    Em primeiro lugar deve conversar com o mdico ou enfermeiro sobre o melhor

    dispositivo para si, pois existem inmeros no mercados, e sobre os cuidados a ter. Ele

    ir ajud-lo neste processo de transio e adaptao, esclarecendo as suas dvidas e

    receios, assim como, ensinando-lhe e treinando consigo os cuidados que deve ter para

    que haja uma boa recuperao e sejam prevenidas complicaes.

    Princpios bsicos

    A pessoa ostomizada deve ter em conta os seguintes cuidados e princpios de modo a

    prevenir complicaes e a obter uma melhor qualidade de vida (ABC.MED.BR, 2013):

    Evitar carregar peso em excesso, que aumente a presso intra-abdominal;

    Evitar exerccios ou atividades que exijam grandes esforos;

    Evitar o uso de cintas que possam comprimir a ostomia;

    Evitar alimentos ou bebidas que produzam muitos gases;

    Mastigar bem os alimentos;

    Manter a pele em volta da ostomia sempre limpa e hidratada;

    No usar, na pele em volta da ostomia, substncias agressivas (ex. lcool,

    mercrio, etc.) nem cremes ou outros produtos (s os recomendados e

    especficos para estomas);

    Ter cuidado para que insetos, em especial as moscas, no pousem na

    ostomia ou na pele ao redor.

    Cuidados de Higiene e conforto

    A grande parte dos problemas referidos em cima so evitados se tiver cuidados de

    higiene adequados e se usar dispositivos adequados ao seu estoma.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    41

    A pessoa ostomizada deve ser incentivada a participar, de forma gradual, nos cuidados

    ao estoma com vista a tornar-se autnoma, caso o seu estado de sade permita (Veiga

    et al., 2011).

    Princpios gerais na prestao dos cuidados de higiene ostomia:

    Materiais necessrios (Veiga et al., 2011):

    Compressas, papel higinico ou esponja natural;

    Toalha de algodo macia;

    Taa com gua morna e resguardo impermevel (se for o prestador de cuidados

    a realizar a lavagem ostomia e troca do saco);

    Rgua medidora de ostomia e tesoura;

    Saco coletor de ostomia (se necessrio);

    Protetor cutneo (placa ou outro).

    Prestao dos cuidados de higiene princpios:

    Lavar as mos antes da substituio do saco e higienizao do local da

    ostomia (Veiga et al., 2011);

    Posicionar a pessoa, expondo a rea a cuidar, e aplicar resguardo (prestador

    de cuidados) ou adotar a posio que lhe facilite o processo (Ibidem);

    Dependendo do sistema utilizado, a substituio do saco deve ser efetuada,

    diariamente, aquando da prestao dos cuidados de higiene totais ou

    parciais (a presena de gua facilita a remoo das placas adesivas) ou

    quando os sacos coletores estiverem quase cheios. No caso de ter um

    sistema de despejo, proceder ao esvaziamento do mesmo aquando este

    estiver quase cheio.

    Nota: No necessrio tirar o saco e troc-lo sempre que toma banho. Contudo, deve

    protege-lo com um saco de plstico e adesivo para garantir que no se descole. Deve

    tambm conhecer a durabilidade dos materiais e troc-los nos perodos recomendados

    para evitar complicaes.

    Remover o saco coletor, com uma mo, de cima para baixo, suavemente

    para no lesar a pele, e com a outra mo apoie a pele. Coloque o saco usado

    no caixote do lixo;

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    42

    Limpar as fezes e muco do estoma e placa, se existir, com papel higinico

    ou compressas (Veiga et al., 2011);

    Remover a placa suavemente (Ibidem);

    Observar as caratersticas do estoma (se alteraes da forma, cor, tamanho,

    cheiro, etc. consulte o seu mdico) e lavar o estoma e os tecidos circundantes

    ( volta) com gua, sabo neutro e esponja macia (Idem);

    No esfregar com fora e nem usar esponjas speras;

    Limpar e secar suavemente, sem esfregar, o estoma e a zona circundante

    at ficar sem humidade (Veiga et al., 2011). Sempre que possvel deixe a

    pele secar ao ar, aps a sua limpeza, pelo seu efeito reparador.

    Depois de limpo e seco, lave as mos novamente;

    De seguida, mea o dimetro do estoma e recorte a placa do saco coletor na

    medida correta (Veiga et al., 2011). O recorte deve corresponder ao tamanho

    exato do estoma, no devendo ultrapassar mais de 3 mm do dimetro real,

    para que o contacto entre as fezes ou urina e a pele seja mnimo.

    Aplicar produto barreira protetor da pele (se necessrio) (cremes, placas, etc.)

    (evita o contato de urina ou fezes com a pele, prevenindo leses) (Ibidem);

    http://www.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRw&url=http://moblog.whmsoft.net/related_search.php?keyword=tipos+de+bolsas+para+urostomia&language=spanish&depth=3&ei=HdHPVM2_K8vxUoC1hOgL&bvm=bv.85076809,d.d24&psig=AFQjCNHYsunWqE503aywhOWByxU_-UAgKA&ust=1422991866536381http://www.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRw&url=http://moblog.whmsoft.net/es/Apuestas_Deportivas.php?keyword=urostomia&language=spanish&ei=mNDPVNOnBYavUeLtgugC&bvm=bv.85076809,d.d24&psig=AFQjCNHYsunWqE503aywhOWByxU_-UAgKA&ust=1422991866536381

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    43

    Nota: As placas protetoras podem permanecer at se encontrarem integras (3 a 4 dias

    no mximo), no entanto, sempre que se mudar o saco, o estoma e a pele envolvente

    devem ser limpas e secas de forma a no danificar a barreira protetora.

    Aplicar saco coletor de baixo para cima (existem sacos que j vm com a

    placa e s preciso colar (1 imagem) e outros que so de encaixe e em que

    necessrio aplicar primeiro uma placa e depois o saco (2 e 3 imagens)).

    - Se o sistema coletor for de encaixe, no fim de coloc-lo, deve verificar

    se ficou bem adaptado (prevenir acidentes);

    - Verifique tambm se ficou bem adaptado ao estoma, ou seja, se no

    ficou por cima do mesmo (sinal que recortou menos do que devia) ou se ficou

    muito espao volta (sinal que recortou mais do que devia).

    - Existem, ainda, sacos drenveis e no drenveis. Se o saco for drenvel

    deve fech-lo (como lhe indicaram) e colocar o clamp (evitar que saia o contedo

    fecal ou urina).

    http://www.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRw&url=http://www.tecuidamos.org/educa/educacion3-1b.html&ei=gt_PVJW7DYr0UuKWg8AP&bvm=bv.85076809,d.d24&psig=AFQjCNFyR7Wg6wZgzZYav8KIJlKrEH59zg&ust=1422995508844967http://www.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRw&url=http://www.veteranshealthlibrary.org/TestsTreatments/Treatments/142,89995_VA&ei=wdDPVJbEO4r5UPy0g8AJ&bvm=bv.85076809,d.d24&psig=AFQjCNHYsunWqE503aywhOWByxU_-UAgKA&ust=1422991866536381http://www.google.pt/imgres?imgurl=http://www.trateenfermagem.com.br/img/estomias.png&imgrefurl=http://www.trateenfermagem.com.br/index.php?p=estomias&h=321&w=356&tbnid=dcBXsFiouufBPM:&zoom=1&docid=ccR4sAfrJ1goxM&hl=pt-PT&ei=tN7PVKqvFIn6UPjZgugJ&tbm=isch&ved=0CFkQMygxMDE

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    44

    Nota: Aps a troca do saco tente permanecer ou que a pessoa permanea alguns

    minutos (cerca de 10) sem dobrar o corpo (sentar, baixar) para garantir a aderncia do

    saco e, consequentemente evitar que se descole.

    Quando e como esvaziar o Saco Coletor:

    Como referido em cima, existem sacos drenveis, ou seja, que permitem abrir e esvaziar

    o contedo acumulado. Deste modo, no h necessidade de estar sempre a trocar o

    saco cada vez que este fica cheio.

    No caso das ileostomias e urostomias dever esvazi-las quando estiverem 1/3

    do espao preenchido. Nas colostomias poder esvazi-las at da capacidade

    do saco.

    Dever evitar trocas desnecessrias e sacos muito cheios (facilita o

    descolamento do saco e da placa).

    Todos os sacos que podem ser drenados devem ser trocados diariamente, de

    preferncia durante a manh (altura do dia em que haver menor volume de

    contedo para drenar).

    Os sacos urostomias durante a noite devem ser conectados a um saco de

    drenagem noturna para evitar o acmulo de urina, o que pode provocar o seu

    extravasamento ou a ineficcia da vlvula anti-refluxo.

    Para esvaziar o saco, use um recipiente para drenar as fezes ou urina ou

    coloque-se na sanita, retire o clamp e deslize a mo, por cima do saco, no

    sentido descendente (de cima para baixo) para que o contedo saia. De seguida,

    limpe e se necessrio lave a parte de baixo do saco (por onde saiu as fezes ou

    urina), sem deixar entrar gua para dentro do saco. Por ltimo, retire o ar e volte

    a colocar o clamp.

    No caso de o saco estar cheio de gases pode tambm abri-lo (se for saco

    drenvel) e deslizar a mo (como explicado em cima) por forma a fazer o ar sair

    e reduzir o volume do saco.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    45

    Nota: Guarde os sacos que no est a usar num local arejado, limpo, seco, fora do

    alcance da luz solar e no os dobre.

    Cuidados na Alimentao

    Se anteriormente no tinha restries alimentares, em princpio tambm no as ter por

    ter ostomia. No entanto, deve abordar essas questes com o mdico.

    Como qualquer outra pessoa deve tentar manter uma alimentao saudvel, variada e

    equilibrada. Para tal deve ter em considerao os seguintes conselhos:

    Ter uma alimentao fracionada (pelo menos 5 refeies por dia), ou seja,

    aumentar o nmero de refeies, caso no faa as recomendadas, e diminuir a

    quantidade de alimentos que ingere (comer mais vezes mas menos quantidade

    de cada vez);

    Mastigar bem os alimentos e os horrios das refeies devem ser regulares;

    Aps a cirurgia, v introduzindo os alimentos de forma progressiva, em

    pequenas quantidades, na sua dieta para perceber qual a reao do seu

    organismo aos mesmos;

    Ingerir bastantes legumes (na sopa e como acompanhamento) (principalmente

    os verdes), fruta (2 a 3 peas/dia) e muita gua (2 a 3 litros por dia).

    Alguns alimentos podem interferir na produo de cheiros e flatulncia (gases) ou na

    consistncia das fezes:

    Em relao aos odores:

    - ovos, queijo, alhos, cebolas, vegetais da famlia da couve, espargos, peixes,

    feijo, cogumelos, algumas vitaminas ou medicamentos (cheiros mais intensos);

    Se observar alteraes no estoma ou na pele circundante (ex. vermelhido,

    prurido (comicho) ou feridas) contate imediatamente o mdico ou enfermeiro

    de famlia!

    http://www.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=0CAcQjRw&url=http://www.ostomiaprofesional.com/es/conoce-los-dispositivos/dispositivos-ileostomias/dispositivos-2-piezas.php&ei=R9_PVJycPIf9UojrgugC&bvm=bv.85076809,d.d24&psig=AFQjCNFyR7Wg6wZgzZYav8KIJlKrEH59zg&ust=1422995508844967

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    46

    - espinafres, iogurtes, alface e salsa (diminuem os odores).

    Em relao flatulncia (gases): - feijo, couve, pepino, legumes, cebolas, rabanete e bebidas gaseificadas

    incluindo a cerveja (aumentam a flatulncia);

    - iogurtes e gua (entre as refeies e no durante) (diminui a flatulncia).

    Em relao consistncia das fezes:

    - alimentos ricos em fibra, gros, milho, aipo, pipocas, nozes, frutos secos, fritos,

    cascas de fruta, farinha, batatas, arroz e banana (fezes mais consistentes);

    - feijo, espinafres, leite, vegetais crus, frutos silvestres, figos, laranjas e frutos

    secos (fezes menos consistentes, mais liquidas). As fezes podem, tambm,

    tornar-se mais liquidas se fizer refeies maiores do que as habituais, se ingerir

    lquidos em excesso ou comida a altas temperaturas.

    Nota: Os condimentos fortes e os sumos de frutas cidas podem provocar irritao nos

    estomas. Contudo, nas pessoas com urostomias aconselha-se a ingesto de sumos de

    citrinos e ameixas frescas ou secas, com o objetivo de acidificar a urina, diminuindo

    assim os odores desagradveis e o risco de infees (Ragu e Valent, 1999).

    Por ltimo, deve ter cuidado para manter o seu peso, pois se aumentar muito de peso,

    aps a operao, a ostomia tornar-se- mais plana e sentir mais dificuldades em

    adaptar os dispositivos.

    Alimentos aconselhados e a evitar em caso de (Tavares, 2009):

    Diarreia Obstipao / Priso de ventre Urina muito

    concentrada

    Insista Evite

    Insista

    Evite

    Insista

    Deve ser a prpria pessoa a ir experimentando diversos alimentos a fim de

    descobrir quais os mais adequados sua situao e quais lhe provocam menos

    problemas ou irritaes.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    47

    Papa de arroz

    (pacote)

    Frutos frescos:

    laranja, limo,

    melo,

    anans,

    manga,

    ameixas,

    Ameixas secas

    e frutos frescos

    como a laranja,

    tangerina,

    limo,

    morangos,

    melo,

    melancia,

    pssegos, kiwi,

    ameixas,

    Banana Beber muitos

    lquidos (gua)

    Papa de arroz

    feita em casa.

    (Arroz bem

    cozido em

    muita gua e

    um pouco de

    sal)

    Estufados,

    fritos,

    refogados

    Beber mais

    gua e ch

    (mas evitar o

    ch preto)

    Ingesto

    Chocolate

    negro

    Beber sumos de

    laranja / limonada,

    naturais

    Torradas

    secas de po

    Leite Legumes:

    couve galega,

    nabias

    Cenoura e

    batata, pra e

    ma cozidas

    Bebidas

    alcolicas

    Sumo de laranja

    natural em

    jejum

    Banana Caf e ch

    forte

    Um copo de

    uma bebida

    quente (ex: ch)

    meia hora antes

    da refeio

    Massa cozida

    sem gorduras

    Legumes

    Ch preto

    Beber muita

    gua fora das

    refeies

    Alguns sites de interesse:

    Associao Portuguesa de Ostomizados www.apostomizados.pt. E-mail:

    [email protected]. Telefone: 218 596 054.

    Associao Portuguesa de Enfermeiros de Cuidados em Estomoterapia http://apece.no.sapo.pt/

    Liga de Ostomizados de Portugal www.lop.pt

    Laboratrios de material de ostomia:

    B-Braun: http://www.bbraun.pt/index.cfm?7D3B35352A5AE6266C60E202687485F2

    http://www.apostomizados.pt/mailto:[email protected]://apece.no.sapo.pt/http://www.lop.pt/http://www.bbraun.pt/index.cfm?7D3B35352A5AE6266C60E202687485F2

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    48

    Coloplast: http://www.coloplast.pt

    Hollister: http://www.hollister.com

    Convatec: http://www.convatec.com

    Cristal Mdica (Roupa intima): http://www.cristalmedica.com

    4.6 PREVENO DE QUEDAS

    Poder-se- fazer preveno de quedas, fazendo alguns ajustes no domiclio e nos

    estilos de vida e em simultneo garantir que as pessoas adotem uma alimentao

    adequada e se mantenham fisicamente ativas (DGS, 2008).

    Prevenir as quedas em toda a casa fcil atravs de algumas medidas:

    O piso no deve ser escorregadio;

    Mantenha uma boa iluminao em toda a casa e uma luz acesa na entrada

    principal;

    As lmpadas devem ser de fcil acesso, manuteno e substituio;

    Nunca deixe fios eltricos e de telefone desprotegidos. Prenda-os parede;

    Evite tapetes soltos no cho, principalmente nas escadas. Se usar, fixe-os ao

    cho;

    Retire tacos, fios e obstculos que impeam a livre circulao pela casa;

    Pinte de cores diferentes ou faa marcas visveis no primeiro e no ltimo degrau

    das escadas. Elas devem ter boa iluminao e degraus com piso antiderrapante.

    Converse com o seu mdico sobre a necessidade de colocar barras de apoio

    (corrimo);

    Use sapatos com saltos largos e calcanhares reforados, para evitar que o p

    se movimente. No use chinelos. Prefira os sapatos fechados;

    As cadeiras, camas e sofs/poltronas devem ser mais altos, para facilitar o

    sentar e o levante, firmes, fortes e com apoios. Evite cadeiras de plstico pois

    mais fcil de escorregar e cair;

    Os objetos pessais e os frequentemente utilizados devem estar a uma altura de

    fcil acesso, ou seja, entre a linha dos olhos e a cintura;

    Instale barras de apoio na casa de banho, ao p da sanita e na banheira, e

    corrimes nas escadas. Se a pessoa no for capaz de se manter em p na

    banheira/chuveiro existem cadeiras prprias para a pessoa se sentar a tomar

    banho;

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  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    49

    Cuidado para no errar a dosagem dos medicamentos;

    No use camisolas e roupes compridos, para evitar tropear, principalmente se

    tiver que se levantar durante a noite;

    Ao dormir, deixe a luz do corredor acesa para auxiliar a viso, caso acorde

    durante a noite;

    Se cair e tiver dores, procure assistncia mdica. Deixe o telefone num local de

    fcil acesso, se necessitar de pedir ajuda;

    No quintal, evite a acumulao de folhas e flores hmidas no cho e obstculos

    no jardim (ex. Vasos, esttuas, etc.);

    H uma altura correta para o auxiliares de marcha, adequada a cada pessoa, e

    uma forma adequada de os usar. Pea orientaes ao profissional de sade a

    esse respeito.

    Existe uma variedade de equipamentos que pode adquirir a fim de diminuir as quedas.

    Materiais como auxiliares de marcha, tapetes anti-derrapantes, suportes para auxiliar

    no uso do sanitrio e da banheira.

    4.6.1 Equipamentos

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    50

    4.7 POSICIONAMENTOS E TRANSFERNCIAS

    Posicionamentos

    A alternncia de posicionamentos de elevada importncia na medida em que:

    Mantem a integridade da pele, prevenindo lceras de presso;

    Previne atrofias musculares;

    Ajuda na mobilizao das secrees brnquicas;

    Promove o conforto e bem-estar da pessoa;

    Alterna o campo de viso.

    Tipos de posicionamentos:

    Decbito dorsal (deitado de barriga para cima):

    Posicionar o utente em decbito dorsal, no centro da

    cama, com a coluna vertebral alinhada;

    Proteger proeminncias sseas com material de

    preveno de lceras de presso, se necessrio (ex.

    almofadas, rolos, sacos de areia, etc.);

    Posicionar a cabea e cintura escapular (ombros) numa

    almofada baixa;

    Posicionar os membros superiores em ligeira abduo (abertura) do ombro e

    flexo do cotovelo;

    Posicionar o antebrao e mo em pronao (virada para baixo) com uma

    almofada baixa; - Proceder de igual modo para o outro membro

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    51

    Aplicar pequenas almofadas nas regies popliteias (por baixo do joelho);

    Aplicar pequenas almofadas sob as regies aquilianas (calcanhares), deixando

    livres os calcanhares;

    Aliviar a roupa junto dos ps;

    Verificar o alinhamento corporal, observando-o dos ps da cama.

    Decbito lateral (deitado de lado):

    Posicionar ou assistir a posicionar-se em decbito dorsal, no lado oposto ao do

    decbito a executar;

    Colocar uma almofada junto ao membro inferior do lado o qual se vai virar a

    pessoa;

    Executar flexo dos membros superior e inferior do lado oposto ao decbito e

    rodar o cliente com movimento firme e suave;

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    52

    Posicionar o membro inferior, do lado do decbito em ligeira flexo;

    Posicionar o membro inferior, do lado oposto ao decbito, sobre a almofada

    fazendo um ngulo de aproximadamente 90 a nvel das articulaes do joelho

    e coxofemoral;

    Posicionar a cabea sobre uma almofada com volume ajustado altura do corpo;

    Posicionar o membro superior, do lado oposto do decbito, com o ombro e

    cotovelo em flexo, sobre uma almofada que acompanha todo o membro;

    Verificar o alinhamento corporal, observando-o dos ps da cama.

    Decbito ventral (deitado de barriga para baixo):

    Posicionar o cliente em decbito dorsal, no lado da cama mais prxima do

    cuidador;

    Aplicar almofadas sobre a base da cama ao nvel do abdmen e membros

    inferiores (deixando libertas as cristas ilacas (anca) e a plvis (bacia));

    Manter os membros superiores ao longo do corpo, rodar a pessoa sobre si

    prprio deixando-o deitado sobre o abdmen, com a cabea lateralizada e os

    membros inferiores em ligeira abduo (abertura);

    Posicionar o membro superior do lado para o qual a cabea est voltada, com o

    brao em abduo (abertura), antebrao em flexo de aproximadamente 90 e

    mo em extenso com os dedos em abduo;

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    53

    Posicionar o membro superior do lado oposto, com o brao em ligeira abduo,

    rotao interna, antebrao e mo em extenso;

    Colocar uma almofada de modo a que os dedos dos ps no toquem na cama;

    Verificar o alinhamento corporal,

    observando-o dos ps da cama.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    54

    Transferncias

    Para a cadeira de rodas ou para a cama:

    Quando for transferir a pessoa para a poltrona, traga-a para perto do leito (sente-a

    junto beira da cama com os ps pendentes). No se afaste nesse momento, pois ela

    poder ter tonturas e cair;

    Para ter uma boa base de apoio, mantenha seus ps um pouco afastados, um apontar

    para cama e o outro para a cadeira de rodas;

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    55

    Apoie os braos da pessoa sobre os seus ombros;

    Os seus joelhos devem estar um pouco flexionados e suas mos devem segurar a

    cintura da pessoa;

    Se quiser melhorar o apoio, coloque um cinto bem largo para poder segur-lo com

    mais firmeza;

    Quando sentar a pessoa coloque almofadas nas zonas de presso para no surgirem

    leses e verifique o alinhamento corporal;

    Caso ela no possa sair do leito, procure mud-la de posio vrias vezes durante o

    dia (deitar de lado ou de costas, etc.);

    Para coloc-la novamente no leito s seguir estes passos em sequncia invertida

    (Queirs, 2012).

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    56

    4.7.1 Equipamentos

    4.8 CUIDADOS DE HIGIENE E CONFORTO

    A pessoa pode tomar banho de chuveiro em p ou sentada, dependendo de sua

    condio fsica, e o cuidador deve considerar algumas medidas de segurana (Dafundo,

    2010).

    Recomendaes gerais sobre higiene:

    No substitua a pessoa naquilo que ela conseguir fazer sozinho!

    Respeite os hbitos de higiene que a pessoa j tinha. No h necessidade de

    impor uma nova regra. No necessrio que tome banho todos os dias.

    Consoante a sua disponibilidade pode alternar o banho total com o banho parcial

    (face, boca, axilas, genitais e ps);

    O momento da higiene pode ser usado para melhorar a auto estima da pessoa

    (pentear, cortar a barba, cortar o cabelo);

    O material que necessita semelhante ao usado por si ou que a pessoa j

    utilizava anteriormente;

    Pense e prepare todo o material previamente;

    Verifique a temperatura do local e da gua. A pessoa pode ter a sensibilidade

    reduzida e queimar-se sem dar conta;

    Escolha um sabonete neutro e uma esponja macia e use creme hidratante para

    o corpo;

    Se o banho for na cama, no se esquea de colocar plsticos ou toalhas para

    proteger a roupa da cama e o colcho;

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    57

    Tenha mo toalhas e roupa de vestir para evitar que a pessoa apanhe frio e

    fique doente (Ibidem).

    Higiene da boca:

    A higiene da boca deve ser efetuada diariamente, pelo menos, uma vez. Se a

    pessoa no conseguir colaborar use uma esptula envolvida numa compressa;

    Coloque a pessoa numa posio de sentada para facilitar o bochechar e evitar

    que se engasgue (Idem).

    Como proceder quando a pessoa usa prtese:

    1. Retire a prtese e a escove-a fora da boca, com escova de dentes mais dura

    e sabo neutro ou dentfrico apropriado;

    2. Para a limpeza das gengivas, bochechas e lngua o cuidador pode utilizar

    escova de dentes mais macia ou com um pano ou gaze humedecidas em gua.

    O movimento de limpeza da lngua realizado de dentro para fora, necessrio

    ter cuidado para que a escova no toque no final da lngua, pois pode tocar na

    garganta e originar vmitos.

    3. Enxaguar bem a boca e recolocar a prtese (Queirs, 2012).

    Higiene da cabea:

    A lavagem da cabea pode efetuar-se num momento diferente dos cuidados de

    higiene no corpo. Deve ser efetuada, pelo menos, uma a duas vezes por

    semana. No se esquea de proteger a roupa da cama da gua.

    Higiene das unhas:

    As unhas devem manter-se curtas e serem cortadas a direito com uma tesoura

    e tratar dos cantos com uma lima.

    Banho na cama:

    Material:

    Duas bacias com gua morna (uma s com gua e

    outra para a gua e sabonete/gel/champo);

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

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    Uma manpula ou esponja;

    Sabonete neutro;

    Creme Hidratante;

    Pente/escova;

    Copo com gua morna, dentfrico, escova de dentes e

    manpula;

    Champo;

    Plstico para proteger a cama;

    Roupa, pijama ou camisa de dormir, caso esteja acamado e de preferncia

    aberto atrs, e roupa interior;

    Lenis;

    Fralda, se necessrio.

    Como realizar o banho na cama:

    Incentive a pessoa a fazer sozinha o que for capaz ou a colaborar consigo!

    Providenciar os recursos para junto da pessoa;

    Lavar e cuidar do cabelo, se necessrio;

    Lavar a cavidade oral;

    Lavar os olhos, com gua simples, do canto externo para o interno;

    Despir a camisa e lavar os membros superiores. Lavar e secar da parte distal

    para a proximal (no sentido da mo para a axila).. Incentive a pessoa a mergulhar

    as mos na bacia;

    Nota: Ao lavar o corpo da pessoa passe primeiro gua, depois lave com o

    sabonete/ gel e de seguida passe novamente gua (importante para ficar bem

    lado e evitar pele seca e, consequentemente leses).

    Executar o mesmo para o outro membro;

    Lavar e secar o pescoo, trax e abdmen, com especial ateno s pregas do

    pescoo, umbigo e regio infra mamria;

    Lavar e secar todo o membro inferior da parte distal para a proximal (no sentido

    do p para a virilha);

    Lavar e secar os ps colocando-os dentro da bacia se possvel (Aplicar uma

    substncia emoliente, se tiver calosidades e remove-las com muito cuidado);

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    59

    Virar ou assistir a pessoa a virar-se para o lado oposto do cuidador e lavar e

    secar a regio dorsal (costas);

    Lavar e secar as ndegas;

    Massajar o dorso, ndegas e zonas de proeminncia ssea utilizando substncia

    hidratante, de acordo com o estado da pele da pessoa;

    Posicionar os membros inferiores com os joelhos em flexo e abduo

    (abertura);

    Lavar e secar os orgos genitais;

    Proporcione o bem-estar massajando o corpo com creme hidratante;

    Deixe o corpo alinhado e apoiado em almofadas (de acordo com o

    posicionamento em que ficar, como mencionado em cima nos posicionamentos).

    Banho no chuveiro:

    Se a pessoa tiver dificuldade em manter-se de p adapte um banco ou cadeira

    ao polib ou chuveiro. Caso os possa adquirir, existem cadeiras de assentos

    prprias que se adaptam tanto aos polibs como banheira.

    Avalie a necessidade de vigiar a pessoa durante o banho. Se for possvel deixe-

    a sozinho de modo a tornar-se o mais autnomo possvel; no faa aquilo que

    ela pode fazer sozinho.

    Lavar e secar o corpo, comeando pelas zonas mais limpas para as mais sujas,

    dando especial ateno s orelhas, axilas, umbigo, pregas cutneas e espaos

    interdigitais (entre os dedos).

    Respeite a privacidade e dignidade da pessoa.

    Alguns dispositivos de segurana:

    Tapete anti-derrapante;

    Barra de apoio para as mos;

    Assento ou cadeira para a banheiro ou polib.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    60

    4.9 PREVENO DE LCERAS DE PRESSO

    Uma lcera de presso provocada pelo peso do corpo sobre uma superfcie, cama ou

    cadeira, quando se fica por um longo perodo de tempo na mesma posio. Pode

    tambm ser provocada pela frio do corpo contra o lenol ou almofada (Dafundo,

    2010).

    As lceras de presso podem aparecer:

    Orelhas;

    Ombros;

    Cccix;

    Ancas;

    Tornozelo;

    Calcanhares.

  • MANUAL PARA O CUIDADOR

    61

    Medidas para prevenir o aparecimento de lceras de presso:

    Manter a pele sempre limpa e seca, mudando ou limpando as zonas sujas com

    a frequncia adequada s necessidades da pessoa;

    Minimizar a exposio da pele humidade;

    Ter uma alimentao e hidratao adequadas;

    Mudar frequentemente de posio (de 2 em 2 horas, no mximo), realizando

    posicionamentos adequados e alternados, e se puder deve mexer com

    frequncia os braos, as pernas e o restante corpo;

    Durante a mudana de posio importante que o utente no seja arrastado

    mas sim levantado.

    Vigiar a pele com frequncia uma vermelhido que no desaparece pode ser

    o primeiro sinal de uma lcera de presso.

    importante massajar a pele com um creme apropriado, nas vrias parte do

    corpo, at este ser totalmente absorvido;

    Se tiver zonas de pele vermelhas, no deve massajar em cima