manual do professor eficaz - donald griggs

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 DONALD GRIGGS • 0 pro cesso d e pl ane jament o • 0 pl ano d e aul a • C o mo u t i l iz a r técnicas e recu rsos • Pl anos p ara tr ei nam ento

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  • DONALD GRIGGS

    0 processo de planejamento 0 plano de aula Como utilizar tcnicas e recursos Planos para treinamento

  • MANUAL DO PROFESSOR EFICAZde Donald Griggs

    Indispensvel para o professor da Escola Dominical:

    o processo de planejamento o plano de aula como utilizar tcnicas e recursos planos para treinamento

    S EDITORA CULTURA CRIST Rua Miguel Teles Jnior, 382/394 CEP 01540-040 - Cam buci So Paulo - SP Fone: (011) 270-7099 Fax: (011) 279-1255

  • MANUALEFICAZ

  • From TEACHING TEA CH ERS TO TEACH by Donald L. Griggs. C opyright 1974 by Griggs Educationai Service. Translated and reproduced by permission. No further reproduction or distribution of this material is allowed without the written consent of Abingdon Press.

    MANUAL DO PRO FESSOR EFICAZ de Donald L. Griggs. Copyright 1974 de Griggs Educationai Service. Traduzido e publicado com permisso. proibida a reproduo ou distribuio deste material sem permisso, por escrito da Editora Cultura Crist.

    Traduo do ingls: Elisa G. Pierre Goodson e Jlia Silveira Faria, com a valiosa colaborao de Juracy Fialho Viana, Edijce Martins Ferreira e Curtis C. Goodson.

    1a edio 1985 2a edio 19873a edio 1997 3.000 exemplares

    Reviso: Maria da Graa Rego Barros

    CDITOftA CULTURA CRISTARua Miguel Teles Jnior, 382/394

    01540-040 - Cambuci So Paulo - SP Fone:(011) 270-7099 - Fax: (011) 279-1255

    Superintendente: Haveraldo Ferreira Vargas Editor: Cludio Antonio Batista Marra

    GRIGGS, Donald.Ensinando professores a ensinar:

    G857e manual bsico para professores de educao crist. Traduo de Elisa G. Pierre Goodson e Jlia Silveira Faria.So Paulo, Editora Cultura Crist 160 pp.

    1. Educao Crist Didtica. 2. Educao Crist Manual. 3. Educao Crist Currculo. I. Goodson, Elisa G., trad. II. Faria, Jlia Silveira, trad. III.T.

    CDD (19) 268.62 CDU 371.3:268

    CATLOGO SISTEMTICOEducao Crist Currculo 268:371.214Educao Crist Formao de Conceitos 268:37.017.93Educao Crist Valores 268:37.017

  • NDICE

    Introduo................................................................................. 7

    Captulo UMAs Funes do Professor..................................... 9

    Captulo DOISDez Decises Sobre as Aulas.............................. 13

    Captulo TRSConceitos-Chave................................................... 17

    Captulo QUATROObjetivos do Ensino.............................................. 27

    Captulo CINCOAtividades de Ensino/Aprendizagem.................. 35

    Captulo SEISRecursos de Ensino/Aprendizagem..................... 45

    Captulo SETEO Processo de Planejamento................................ 61

    Captulo O ITOCritrios para Avaliar os Planos de Aula .......... 69

    Captulo NOVEA Arte de Fazer Perguntas................................... 75

    Captulo DEZUso Criativo de Recursos Audiovisuais ............ 87

    Captulo O NZERelao entre Valores e Ensino.......................... 103

  • 6 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    Captulo DOZEManeiras de Aumentar a Participao do Aluno 121

    Captulo TREZEEncontros de Preparao de Professores........... 133a. A Importncia do Treinamento dos Professores .. 133b. Alguns Pensamentos sobre o Recrutamento e o

    Apoio aos Professores.............................................. 134c. Tipos de Treinamento de Professores................... 142d. Educao Crist para Igrejas onde no h Educa

    dores Profissionais ................................................... 146e. Componentes Necessrios a Todos os encontros

    de Professores............................................................ 148f. Dez Descries de Encontros................................. 150

  • INTRODUOEnsinar no somente uma cincia, mas, tambm,

    uma arte. O professor mais um artista do que um cientista. H muitos fatos imprevisveis que acontecem em apenas uma hora de atividades, na sala de aula, que impedem o professor de ser cientfico. Se ensinar fosse uma cincia, ento a nica coisa que teramos de fazer seria conhecer a fundo frmulas apropriadas a uma de- lerminada situao e teramos o sucesso garantido. Mas, ensinar no uma cincia; no h uma s maneira fixa de dar determinada aula, de ensinar um assunto especfico, de aproximar-se de um grupo de alunos. Ensinar uma arte que deve ser desenvolvida, praticada e avaliada quanto sua eficcia.

    Embora ensinar no seja uma cincia, h muitos passos e tcnicas especficas que podem tornar o ensino mais eficiente. A arte tem sua estrutura e estilo. H uma disciplina que todo artista aceita. H regras a seguir e critrios a considerar. Isto verdade tambm quanto ao ensino.

    Este manual uma tentativa de identificar e sistematizar alguns elementos bsicos do ensino e da aprendizagem. No podemos dizer tudo, mas podemos descobrir alguns tios ingredientes essenciais para um ensino eficaz.

    H dois grupos de pessoas para as quais este manual loi planejado: os voluntrios, no profissionais, e os professores assalariados, isto , os educadores cristos profissionais. Professores so aqueles que se relacionam com os alunos com regularidade e se sentem responsveis pelo plane

  • 8 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    jamento das atividades de ensino-aprendizagem para dar uma hora ou mais de aula por semana. Educadores profissionais so pessoas empregadas pela igreja, em tempo integral ou parcial, que so responsveis pela direo do ensino e apoio aos professores.

    Nos primeiros doze captulos, os professores encontraro ajuda especial. Os primeiros dois focalizam o papel dos professores e algumas das decises que precisam tomar, semana aps semana. Os seis captulos seguintes focalizam o processo de planejamento e os componentes essenciais a cada plano de aula. Se dois ou mais professores trabalharem juntos, lendo estes seis captulos, podero participar de um processo de planejamento por equipe. H exerccios e atividades sugeridos para a prtica do planejamento. Nos captulos nove a doze, quatro tpicos gerais oferecem sugestes sobre maneiras de implementar tcnicas e recursos especficos no ensino.

    No captulo treze, h seis divises destinadas particularmente aos educadores cristos, interessados em providenciar apoio e treinamento aos professores pelos quais so responsveis. A ltima diviso oferece dez planos para treinamento baseados no contedo dos primeiros doze captulos.

    Este manual ser de maior benefcio, se o leitor estudar um captulo de cada vez, comeando com o primeiro. O educador cristo poderia comear com o captulo treze, porm, esse captulo ter muito mais sentido aps o estudo dos doze primeiros.

  • 9/

    AS FUNES DO PROFESSOROs professores exercem muitas funes na sala de aula.

    Depois de um perodo em que lidou com tinta, cartazes e materiais de colagem, eles podero sentir que sua funo mais adequada a de zelador. Ou, quando um aluno precisa de algum com quem conversar, ento o papel de conselheiro o mais apropriado. Poderamos fazer uma lista de doze ou mais funes que o professor exerce no decorrer de vrios perodos de ensino. Neste captulo, focalizamos quatro funes especialmente importantes.

    Talvez a funo mais importante que um professor desempenha a de amigo dos alunos. No estamos falando sobre um relacionamento ntimo como o de colegas de turma. Estamos enfatizando o relacionamento pessoal de cuidado, de amor, que to importante para que as pessoas possam comunicar-se e crescer juntas. Lembre-se, por um momento, dos professores que voc teve na Escola Dominical, ou na escola secular. Procure pensar em um ou dois professores especficos que voc considerava amigos. Tenho feito esta sugesto a muitas pessoas e ouvido declaraes como estas:

    Tnhamos oportunidade de conhec-los fora da sala de aula.

    D................... sempre nos chamava pelo nome. Algumas vezes, o Prof................... vinha nossa

    casa para me visitar e minha famlia. Sempre estavam atentos ao que ns dizamos. Eles se interessavam por aquilo que a gente

    tambm achava interessante.

    Tenho certeza de que voc poderia acrescentar lista suas prprias observaes. A maioria dos alunos que

  • 10 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    terminam o segundo grau e a faculdade teve mais de duzentos professores. Que tragdia seria se alguns desses professores no fossem lembrados como amigos!

    O ponto importante aqui que todos ns temos oportunidade de sermos lembrados pelos alunos como seus amigos. mesmo aps terem esquecido as matrias que ensinamos. Apesar de este manual focalizar habilidades, tcnicas, atividades e recursos que contribuem para um ensino eficiente, devemos centralizar a ateno no fato de que o relacionamento em nossas classes de importncia primordial. Deus tem sempre atuado e falado atravs de pessoas. Na sala de aula, somos as pessoas atravs das quais Deus fala a meninos e meninas, a homens e mulheres.

    Outra funo importante a do professor como intrprete. Os professores servem muito melhor como intrpretes do que como transmissores. O transmissor envia mensagem numa s direo, da fonte ao receptor. O problema deste tipo de comunicao que o xito recai nas mos do receptor. Ele quem decide se vai ligar ou no, se vai mudar de faixa, ou se aumenta ou diminui o volume. Minhas observaes tm confirmado que, s vezes, aquilo que parece problema de disciplina exemplo de alunos que esto mudando de faixa ou se desligando de professores transmissores.

    Assim, o professor ser muito mais eficaz como intrprete, porque facilita a comunicao entre pessoas. O intrprete tem de escutar muito cuidadosamente. Tem de conhecer bem as lnguas, os marcos de referncia e a experincia de ambas as partes. isto que necessrio na igreja: professores que escutem, que conheam tanto o mundo da igreja quanto o mundo do aluno. Se os professores servirem mais como intrpretes, descobriro que os alunos se envolvero muito mais na aprendizagem e se sentiro mais motivados.

    H uma funo importante que nenhum professor aceita

  • AS FUNES DO PROFESSOR

    voluntariamente. Muitos supem que ela preenchida por mais algum. Referimo-nos funo do professor como elaborador de currculo. Alistar professores, sugerindo-lhes que sejam elaboradores de currculos, provavelmente faria a tarefa muito mais difcil, porque poucos se sentem qualificados para esse tipo de trabalho. Contudo, antes de passar adiante, vamos olhar o assunto de outro ngulo.

    Os professores, usualmente, recebem material para escola bblica dominical produzido pelas editoras (denomina- cionais ou independentes). Geralmente, este material consiste em manual do professor e livro do aluno. A esta altura, no estamos preocupados se o material excelente ou no.

    O fato que o contedo desses materiais costuma ser muito geral. E escrito para um mercado nacional de professores e alunos. Para determinada classe, o contedo do material pode no atender completamente s necessidades. Somente o professor pode adapt-lo, ajust-lo e encaix-lo para seu grupo de alunos, com percia, interesses, habilidades especficas e experincias prvias que ele conhece. Somente o professor pode resolver se determinada atividade , ou no, apropriada para todos, para alguns ou para nenhum dos alunos.

    Se dissermos que uma das responsabilidades do professor planejar lies, no seria surpresa. Pois bem, a lio planejada e usada para um grupo de alunos o seu currculo. Portanto, os professores devem ser levados a pensar e tomar decises da mesma maneira que os elaboradores do material para escola bblica dominical. No estamos sugerindo que os professores dispensem o material fornecido pela igreja e comecem do nada a elaborar as suas prprias lies. Estamos sugerindo que assumam a responsabilidade de adaptar o currculo a fim de que sirva a uma turma especfica.

    O prximo captulo focaliza as dez decises sobre as aulas que os professores devem tomar. Todo este manual c

  • 12 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    planejado com o fim de ajudar os professores a serem mais habilidosos na preparao das aulas.

    A quarta funo, muito importante, do professor, que continue a ser aprendiz Eu acho que o melhor programa de educao de adultos, que uma igreja pode ter, o preparo de professores responsveis e motivados. Eles devem desejar aprender muito sobre crianas, sobre ensino e sobre os conceitos bblicos e teolgicos que esto ensinando.

    Quando os professores so amigos, intrpretes, bons elaboradores de currculo e aprendizes, ento quase podemos garantir que ensino e aprendizagem sero estimulantes e gratificantes para professores e alunos.

  • 13

    DEZ DECISES SOBRE AS AULASNo processo de planejar e dar a aula, os professores

    precisam tomar muitas decises. Mesmo sem um plano de aula, em um ambiente informal, preciso decidir:

    A quem farei a prxima pergunta ? Que pergunta farei? Como posso fazer com que Andr participe mais? Como vou responder a esta pergunta ?

    Consciente ou inconscientemente, os professores tm de tomar decises no decorrer de uma hora de aula. O problema que muitos enfrentam que no consideram as vrias alternativas de aes e respostas, para depois escolher a mais apropriada. Muitas vezes reagem rapidamente e dizem a primeira coisa que lhes vem mente. Com um pouco mais de cuidado ao planejar, e dando maior ateno a algumas das decises mais importantes, todo professor pode ser mais eficaz no seu ensino.

    As dez decises includas a seguir no so as nicas, mas so algumas das mais importantes. Manter uma lista de perguntas em mente, na hora de planejar e ensinar, ajudar o professor a conduzir seu ensino mais objetivamente. Cada uma das dez decises ou reas de interesse ser examinada detalhadamente em outros captulos deste manual.

    1. O que vou ensinar? O currculo um ponto de partida, mas pode

    conter material demais. Preciso selecionar conceitos-chave para focalizar

    no ensino. Os conceitos so palavras que se usam para

    apresentar experincias, pensamentos, objetos, etc.

    2

  • M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    Os conceitos so o enfoque de todo ensino. E importante relacionar os conceitos com a experi

    ncia dos alunos.

    2. O que os alunos vo aprender? E importante que os professores tenham em

    mente objetivos especficos, dentro dos quais dirijam seu planejamento e ensino.

    Os objetivos expressam o que os professores querem que os alunos atinjam durante o perodo de aula.

    Os objetivos so especficos em termos da ao do aluno.

    Os objetivos ajudam os professores a avaliar o que aconteceu.

    3. Quais atividades de ensino vou planejar para aaula? Uma variedade de atividades que envolver a

    maioria dos alunos e a maior parte do tempo. As atividades devem representar diferentes

    nveis de interesse e de habilidades. Novas atividades devem ser apresentadas e

    experimentadas com regularidade.

    4. Quais recursos usaremos na sala de aula? Os recursos no so apenas truques. Os recursos so meios atravs dos quais os alunos

    se envolvem na aprendizagem. Os recursos devem ser selecionados com cuidado. Os recursos so para alunos e professores. Uma ampla variedade de recursos deve ser usada.

    5. Que estratgia usarei para motivar os alunos a seenvolverem? preciso uma estratgia bem planejada para

  • DEZ DECISES SOBRE AS AULAS 15

    engajar os alunos no estudo, com interesse e propsito.

    H pelo menos cinco elementos na estratgia: abertura, apresentao, explorao, criatividade e encerramento.

    6. Como arrumarei a sala? O arranjo da sala, decorao e apresentao dos

    recursos ensinam tanto quanto as palavras. Deixe que os materiais permaneam visveis e

    que haja espao para os alunos se movimentarem facilmente.

    Mude com regularidade o arranjo dos mveis, equipamentos, exposies e materiais.

    7. Que perguntas vou fazer? As perguntas so uma atividade importante e

    necessria. Facilitar muito planejar as perguntas de

    antemo. H pelo menos trs nveis de perguntas: informati

    vas, analticas e pessoais.

    8. Que escolhas faro os alunos durante a aula? Escolhas que os levem a maior motivao e

    envolvimento. Para cada passo do plano de aula devem ser

    consideradas as suas opes. As opes precisam ser discutidas e avaliadas.

    9. Que instrues darei? O xito dos alunos nas atividades de aprendiza

    gem determinado, com freqncia, pelas instrues o professor d.

    Os alunos so guiados na sua participao pelas instrues do professor.

  • 16 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    As instrues devem ser tanto visuais como verbais.

    As instrues devem ser dadas passo a passo.

    10. Como deverei reagir quando o aluno se manifestar? O apoio ao aluno da parte do professor leva-o a

    maior participao. Os alunos precisam receber retorno ou respos

    tas do professor. O professor pode desenvolver um repertrio de

    respostas.

    O resto deste manual tem o propsito de ajudar os professores a explorar mais cada aspecto destas decises ou questes.

  • 17

    CONCEITOS-CHAVEFocalizar os conceitos-chave responder primeira

    pergunta levantada na lista apresentada no captulo anterior: O que vou ensinar?

    Antes de planejar a lio ou de entrar na sala de aula, o professor deve considerar o assunto que vai lecionar. O professor tem essa possibilidade porque o material para escola bblica dominical geralmente provido de um esboo do alcance e seqncia do assunto para o ano inteiro. H outras fontes para guiar o professor na deciso sobre o que vai ensinar: a poca do ano, os eventos ocorrentes no mundo, a nao e a comunidade, as sugestes de pastores, diretores e superintendentes, bem como as necessidades e interesses dos alunos, tudo isso influencia, at certo ponto, o que vai ser ensinado.

    Muitos professores tm comentado: H muito, muito para ensinar. Nunca serei capaz de cobrir tudo, ainda que tivesse o dobro do tempo. Isto verdade. H muito mesmo que ensinar. Por algumas razes os professores acham que necessrio cobrir tudo, se no a cada lio, pelo menos durante o ano. Isto impossvel. Os professores nem mesmo ensinam tudo o que consta do material recebido. Os redatores e autores preparam seu material para o mercado nacional. Escrevem para uma variedade ampla de situaes de aprendizagem e precisam apresentar mais do que pode ser usado por qualquer professor.

    Os professores precisam participar ativa e responsavelmente do processo de decises sobre o que vo ensinar. Tm de saber escolher. Uma vez que no podem lecionar tudo, tm de selecionar conceitos-chave que sero focalizados em uma ou duas aulas. Se so tentados a sentir-se responsveis por cobrir todo o material, devem lembrar que

    3

  • 18 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    h outra maneira de definir a palavra cobrir ... Cobrir tambm significa esconder algo .

    Quando os professores sobrecarregam os alunos com muitos conceitos, exatamente isto que acontece muita coisa fica escondida. Portanto, a sua tarefa a de descobrir. .. , descobrir conceitos-chave que possam ser apresentados, compreendidos e usados com clareza e sentido.

    Ao selecionar conceitos-chave para ensinar, os professores devem cuidar de vrios aspectos.

    Conceitos so bsicos no ensino na igreja. O dicionrio define conceito como um pensamento ou uma opinio: a imagem mental de uma coisa formada da generalidade de pormenores. Algo que omitido nesta definio que conceitos so principalmente derivados de experincias pessoais. A experincia de uma pessoa sobre amor, igreja, pai, influenciar, at certo ponto, os seus conceitos sobre essas coisas. Ao ensinar na Escola Dominical, encontramos alunos que trazem consigo uma variedade enorme de experincias e conceitos j formados, o que faz com que o processo de comunicao e ensino no seja fcil.

    Considere, por exemplo, o conceito de pastor no Salmo 23. O Senhor o meu pastor". Para um hebreu nmade, que vivia com as ovelhas e em cuja famlia algum tambm era pastor, no seria difcil pensar em Deus como um pastor. Deus guia, cuida e protege as pessoas como um pastor faz com as ovelhas.

    Mas, o que pensar de uma criana numa comunidade urbana que nunca viu, tocou, ouviu ou cheirou uma ovelha? Ou que nunca viu um pastor? Como pode formar o conceito de pastor, como se encontra no salmo 23? O nico conceito de pastor que uma menina poderia ter, seria de seu cachorro de estimao, um pastor alemo, o que a faria ficar bem confusa ao ouvir, pela primeira vez: O Senhor o meu pastor .

    O que isto sugere que os conceitos apresentados na

  • CONCEITOS-CHAVE 19

    Escola Dominical seriam mais facilmente compreendidos se, de algum modo, pudessem ser relacionados com a expeJ rincia dos alunos. Pastor, para o hebreu em Israel, era um conceito bem concreto e real; para o aluno da cidade um conceito muito abstrato. Quanto mais abstrato o conceito, mais propenso a ser mal entendido e mais difcil de ser transmitido.

    a. Comece onde o aluno est. Como professores, ns nos familiarizamos com certos conceitos como Deus Amor, A Bblia a Palavra de Deus, e muitos outros. Contudo, para os alunos, no h essa mesma familiaridade. Eles ouviro pela primeira vez conceitos que so muito familiares aos professores. Assim, os professores devem comear de onde o aluno est, edificando conceitos sobre as experincias que so prprias do aprendiz.

    b. Comece com conceitos baseados na experincia do aluno. Se os alunos vm sala de aula com experincia limitada sobre a histria de Moiss, ento, poderemos ser o meio para providenciar a experincia. Antes de comear a falar sobre os hebreus como escravos, devemos ter certeza de que os alunos podem entender o que um escravo.

    c. Reforce seu ensino com comparao e repetio. As parbolas de Jesus so um bom exemplo deste processo. Os alunos aprendem depressa e retm o que aprendem, quando esto envolvidos no processo de comparar os fatos relacionados com os conceitos individuais. Repetir no tem de ser uma recitao cansativa, mas trabalhar novamente os conceitos, usando o mesmo material de forma diferente.

    d. Seja seletivo. Focalize um conceito de cada vez. Fendemos a querer ensinar demais. Quando abordamos cem conceitos dentro de uma hora, confundimos o aluno. Precisamos ser seletivos ao ensinar bem alguns conceitos-chave, sem nos preocupar com os outros que no foram includos na aula. melhor ensinar bem uns poucos conceitos, do que cobrir dezenas deles superficialmente.

  • 20 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    Relacionado a este assunto sobre conceitos, apresentamos alguns trechos extrados de um artigo do Dr. Edgar Dale, professor de Educao da Universidade de Ohio:

    ____________ Educao como Conceituao____________Educao um processo de desenvolver e refinar con

    ceitos, aplicando-os a situaes velhas e novas. Um conceito uma idia generalizada sobre um tipo de objeto ou acontecimento. Trata de nossas experincias tangveis ou intangveis, concretas ou abstratas. Conhecer a fundo uma rea de estudo aprender os conceitos-chave do assunto. Estes conceitos incluem no somente os termos tcnicos, mas, tambm, seus princpios e generalizaes. Um conceito pode ser uma palavra, um princpio, ou uma combinao. Um conceito pode ser limitado ou abrangente, um esquema bsico para a aprendizagem.

    Alguns conceitos so facilmente dominados. Por exemplo, as trs mil palavras que as crianas levam consigo para o primeiro ano escolar. Outros so desenvolvidos com ingredientes que s a idade e a reflexo madura podem proporcionar, como justia, amor, responsabilidade. Em todoo desenvolvimento conceituai, existe um processo de destilao passando do impreciso para o preciso. Os conceitos podem ser denotativos, que remetem de imediato a definies ou imagens concretas, ou conotativos, que dependem de associaes.

    Acho que teramos uma evoluo na educao, se todos os professores compreendessem a maneira mais eficiente de desenvolver conceitos, reconhecendo os estgios atravs dos quais eles se desenvolvem. Vejo trs categorias principais que podem ser identificadas na escala do concreto ao abstrato.

    Primeiro, temos o acontecimento em si, aberto e concreto com todo o seu apelo rico e sensorial; pode ser visto, tocado, ouvido, provado e cheirado. Contm a seiva rica da vida, que ainda no secou. experincia pessoal, no de

  • CONCEITOS-CHAVE 21

    segunda ou terceira mao.Em segundo lugar, ao subir na escala do concreto

    para o abstrato, muitas experincias so representaes de experincias pessoais um tanto condensadas, reformuladas, porm ainda reconhecveis, como que diretamente ligadas coisa ou ao acontecimento original. Uma fotografia ou filme, um modelo, uma simulao, uma dramatizao, uma pintura so experincias semi-concretas.

    Finalmente, na escala do concreto ao abstrato chegamos s experincias to plenamente condensadas, to mudadas, que de forma alguma se parecem com a experincia concreta ou semi-concreta. Foram modificadas a tal ponto que perderam o sentido. Temos avanado do acontecimento representao e, finalmente, ao smbolo. Jerome Bruner chama a estes trs nveis fazer, visualizar e simbolizar. Tenho usado com freqncia o modelo do cone da experincia, ao discutir os meios de instruo, para mostrar a mudana da experincia pessoal, direta e propositada, colocada na base do cone, at a experincia altamente condensada eabstrata, no pice.

    Por que to importante para o professor esta discusso sobre conceitos? O grande risco de todo ensino a nfase prematura ao abstrato, antes que o aluno esteja concreta- mente pronto para tal. Walt Whitmam tem um bom trabalho nesse sentido: A linguagem no uma abstrao de estudiosos ou dos que fazem dicionrios, mas algo que surge dos trabalhos, das obras, da amizade, das alegrias, das afeies e das predilees de geraes, e tem suas extensas bases bem perto do solo.

    Ao pensar no domnio dos conceitos, no devemos esquecer o mais importante de todos o nosso prprio conceito. A imagem de nosso espelho pessoal de orgulho ou de rejeio? Ser que a maioria das pessoas j experimentou seu poder mximo, j aprendeu a trabalhar at os limites de sua capacidade? Considerando que a maioria das

  • 22 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    pessoas no usa mais do que 50 ou 60% de seu potencial, elas devem ter a capacidade de aumentar, acentuadamente, a qualidade e quantidade de seus conceitos, ler notavelmente melhor, usar o tempo com maior proveito, e melhorar a qualidade de seu relacionamento com o prximo.

    Arranje tempo para participar desta atividade, pois elao ajudar a reforar algo do que consideramos ao focalizar os conceitos-chave.

    Passo Um Faa uma lista de palavras-chave.No espao abaixo, ou em um pedao de papel de ras

    cunho, escreva cinco ou seis palavras-chave que voc usaria para dizer algo importante sobre JESUS.

    Passo Dois Compare sua lista de palavras.Se est trabalhando com outra pessoa, ou vrias ou

    tras, compare as listas das cinco ou seis palavras. Ao compar-las, observe quantas so as palavras semelhantes e quantas as diferentes.

    Minha lista de palavras focalizando a pessoa de Jesus:1. Mestre 4. Vive hoje2. Representante de Deus 5. Servo sofredor3. Messias 6. Verdadeiramente homem

    Passo Trs Considere dois fatores:Como resultado do que acabamos de fazer, h dois

    fatores a considerar:1. Duas pessoas no vo escolher exatamente os mes

    mos conceitos-chave sobre Jesus. Quanto maior o nmero

    UMA ATIVIDADE PARA APRESENTAR CONCEITOS-CHAVE

    1 .2 .3.

    4.5.6 .

  • CONCEITOS-CHAVE 23

    de pessoas que participam da atividade, maior ser o nmero total de palavras.

    Se, realmente, temos conceitos diferentes que so importantes para cada um de ns, ento, como podemos presumir que nossa maneira individual de pensar ou de nos expressar sobre Jesus a nica maneira certa?

    Esta uma boa demonstrao do motivo por que o professor deve ser um intrprete (ouvindo e aceitando o modo de pensar do aluno), ao invs de ser um transmissor, presumindo que o que ele diz a nica e melhor coisa.

    2. Mesmo no havendo duas listas idnticas, provavelmente haver uma ou duas palavras semelhantes.

    Isto sugere que, embora pensemos e nos expressemos de maneira singular, h muita coisa que temos em comum sobre um determinado assunto. Temos, de fato, conceitos que compartilhamos e este um bom lugar para iniciarmos juntos nosso estudo e trabalho.

    Este outro exemplo da razo por que importante ser um intrprete iniciar onde a outra pessoa est e com aquilo que temos em comum; e, ento, trabalhar em cima disto.

    Passo Quatro Fazer uma lista composta.No quadro-negro, ou papel jornal, ou mesmo neste

    manual, faa uma. relao composta de palavras escolhidas de todas as listas. Se somos apenas voc e eu, combine as duas listas para o prximo passo.

    Aliste todas as palavras: Mestre Vive hoje Representante de Deus Servo sofredor Messias Verdadeiramente homem

  • 24 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    Passo Cinco Enquadre todos os conceitos em duas

    Veja as palavras e enquadre cada uma em duas categorias: concreta ou abstrata. Os conceitos concretos se relacionam com experincias diretas; voc pode fechar os olhos e ter uma imagem mental de um conceito concreto, pode at desenh-lo. Os conceitos abstratos so mais simblicos; de modo que voc precisa de mais palavras para descrev-los.

    Quando distribui a lista de palavras nestas duas categorias, o que voc observa? A maioria das palavras abstrata? No surpreendente porque somos adultos, e podemos pensar de maneira abstrata e usar conceitos abstratos como expresso.

    Porm, isto no verdade quanto aos alunos mais novos, ou aqueles que no conhecem estes conceitos. As pessoas comeam a compreender os conceitos quando podem lig-los a algo concreto dentro da prpria experincia.

    Passo Seis Relacione os conceitos que se combinam.

    Olhe a lista de palavras novamente. Selecione trs ou mais palavras que tenham algo em comum. Ento d um ttulo a essa lista. O ttulo indica que as palavras tm algo em comum, que pertencem mesma categoria. Por exemplo, se temos as palavras ensina, prega, dirige e ora em uma lista, podemos dar-lhes um ttulo Aes de Jesus ou Prticas de Jesus.

    Determine a sua prpria categoria de palavras e d-lheo ttulo.

    Voc precisa acrescentar, a esta categoria, palavras que no esto na lista original.

    categorias.

    Ttulo:1.2 .3.

    4.5.6 .

  • CONCEITOS-CHAVE 25

    H um exemplo do modo de escolher o que vai ensinar: selecionar os conceitos e dar nfase aos que se relacionam na mesma categoria. mais proveitoso para os alunos trabalhar com conceitos que se relacionam, do que trabalhar com grupos de conceitos sem ligao alguma entre si.

    Passo Sete Resuma o estudo com uma afirmao.Agora que voc tem uma lista de palavras ligadas numa

    categoria, considere o grupo de alunos a quem voc deseja comunicar estes conceitos. Escreva duas ou trs frases to simples e concretas quanto possvel, ligadas categoria central. Essa declarao deve ser uma expresso do que voc considera importante, que resume a essncia do que quer comunicar.

    Escreva sua prpria declarao...Estes sete passos representam um processo que

    ajuda o professor a responder pergunta: O que vou ensinar? Tambm estes passos sugerem que importante os professores responderem pergunta como intrpretes e no como transmissores.

    Haver outra oportunidade para pr em prtica o que temos aprendido a respeito de conceitos-chave, quando chegarmos ao captulo sete, O Processo de Planejamento.

  • 27

    OBJETIVOS DO ENSINOQuando queremos viajar, preparar uma refeio es

    pecial ou fazer um projeto para nossa casa, costumamos ter objetivos especficos em mente. Por exemplo: vamos chegar no Rio de Janeiro no dia 15 de junho; ou, so dez os convidados para o jantar que ser servido s 19h00; ou, durante as suas semanas de frias, vamos terminar de pintar a casa por fora. muito fcil avaliar se atingimos ou no estes objetivos. Obviamente, os objetivos no so alcanados apenas pelo fato de os mencionarmos. E preciso muito planejamento para atingi-los.

    No ensino, os objetivos so um tanto semelhantes.O que queremos alcanar com os alunos deve ser o mais especfico possvel. Devemos poder verificar, no fim da aula, ou da unidade de estudo, se foram atingidos ou no os objetivos formulados.

    A. Primeiro, algumas definies:1. Objetivo substantivo

    Alvo ou fim que pretende atingir(Novo Dicionrio Aurlio).

    2. Objetivo Um grupo de palavras descrevendo o plano que o

    professor tem para o aluno (Robert F. Mager).3. Objetivos de comportamento so declaraes

    que descrevem o que os alunos podero fazer, ao completar uma unidade prescrita de ensino (Kliber, Barker and Miles).

    B. Comparando Alvos com ObjetivosTodo material para a Escola Dominical contm, na in-

    4

  • 28 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    troduao ou em outro lugar adequado, os alvos. Como pro- essores, nos, geralmente, temos alvos em mente, que po

    demos apresentar, se algum indagar a respeito. Muitas vezes os professores usam alvos e objetivos como sinnimos Acho que e importante destacar a diferena entre alvos e objetivos. Na pgina seguinte, voc ver um grfico que uma tentativa de resumir essas diferenas.

    C. Critrios para escrever objetivos de ensino:

    1 Um objetivo deve ser escrito em termos da atuao do aluno. Diz o que esperamos dele?

    2. Afirma, em termos observveis, o que esperamos que os alunos faam. Descreve algo que podemos ver e ouvir o aluno fazer ?

    3. especfico. Descreve clara e especificamente o que se espera do aluno?

    4. Afirma algo sobre as condies dentro das quais se espera que o aluno atue. Indica a condio que vai influenciar a ao do aluno?

    5. medido. Inclui uma afirmao da qualidade do nvel do procedimento desejado?

    6. Tem seqncia em relao aos objetivos prvios e aos que viro depois. Est relacionado em seqncia ao que o precedeu e ao que vir depois >

    d e cla ra o *"1^ 6 " eSCreVe' bJe iV0 COm a

    Ao terminar esta aula, os alunos podero . . . Comentrio: Esta uma boa forma de iniciar cada

  • OBJETIVOS DO ENSINO 29

    objetivo; d nfase quilo que o professor espera que o aluno atinja.

    E. Aps a declarao introdutria, a palavra seguinte a chave do objetivo inteiro.

    No fim desta aula os alunos podero:com preender.......................................s a b e r..........crer ..........reconhecer.a p rec ia r....certificar-se

    Comentrio: Estas palavras so muito gerais. No so orientadas para atingir um alvo. No ajudam os professores a constatar se os alunos alcanaram aquilo que esperavam deles. No h nada de errado com estas palavras em si, porm, no so muito teis como guias no planejamento e na avaliao do ensino.

    F. Ao terminar a aula, os alunos podero:

    demonstrar........ ...... alistar.............. ...... citarcomparar............ ...... descrever...... ...... seguiridentificar.......... ...... mostrar........... ...... mencionarafirm ar............... ...... organizar....... ......nomearcriar.................... ...... escrever ........ ...... resumirexplicar.............. ...... expressar ...... ...... contribuirapresentar......... ...... sugerir............ participar

    Evite o uso de palavras como

    estas por serem vagas e no especficas.

  • 30 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    renas entre alvos e objetivos

    Alvos... so to grandes que possvel passar a vida inteira procura deles, sem atingi-los.

    ... esto fora de nosso alcance; nunca poderemos atingir plenamente os alvos da vida crist.

    ... nos orientam no ensino, na aprendizagem ; no relacionamento, nas decises, etc.

    ... so muito indefinidos para serem usados no planejamento e na avaliao das atividades de ensino.

    O crescimento de uma pessoa na direo de um alvo influenciado por muitos fatores, que esto alm da esfera de influncia do professor.

    A SALA DE AULA Atividades e recursos de

    Aprendizagem

    Exemplo de objetivo:Ao terminar este perodo de estudo, os alunos podero visitar uma pessoa idosa da igreja, dar-lhe um presente e conversar com ela .

    Exemplo de alvo:As pessoas se tornaro mais amveis e se interessaro mais pelo prximo.

    Objetivos... so especficos

    .. . so escritos em termos do que se espera que o aluno faa em determinadas atividades de aprendizagem.

    ... podem ser alcanados.

    ... so apenas pequenos passos no caminho para o alvo maior.

    ... so muito teis no planejamento e avaliao das atividades de ensino.

    ... o trabalho do professor influenciando o aluno diretamente na realizao dos seus objetivos.

  • OBJETIVOS DO ENSINO 31

    aplicar... encontrar

    localizar discutir .

    selecionarperguntar

    Comentrio: Todas as palavras acima falam de aesque os alunos podem praticar e que sero vistas e ouvidas pelos professores. Tais aes fornecem indcios que ajudam os professores a avaliar, mais objetivamente, se os alunos atingiram aquilo que eles queriam.

    Passo Um Compare duas declaraes.Leia as declaraes seguintes e compare as diferenas

    entre elas:(1) O propsito do perodo de aula ajudar os

    alunos a aprenderem a usar uma Concordncia Bblica.

    (2) Ao terminar a aula, os alunos podero usar uma Concordncia Bblica para encontrar cinco passagens conhecidas das Escrituras, relacionadas com o conceito pacto.

    Algumas perguntas a serem consideradas:Que diferenas vocs identificaram?Qual das declaraes menos especfica?Que declarao se dirige mais atividade do aluno? Que declarao seria mais til, aps a aula, para guiar o professor em avaliar se o objetivo foi ou no atingido?

    A declarao dois (2) a melhor porque mais especfica; focaliza mais a atividade do aluno e mais til para a avaliao posterior.

    PRTICA PARA ESCREVER OBJETIVOS

  • 32 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    Passo Dois Compare mais duas declaraes.Leia as duas declaraes seguintes e compare-as:(1) Ao terminar a aula, os alunos podero relacionar

    seis aes ou ensinamentos diferentes, tanto de Ams como de Jeremias, e comparar as diferenas e semelhanas entre eles.

    (2) Ao fim da aula, os alunos podero compreender alguns dos ensinos importantes dos profetas Ams e Jeremias.

    Algumas perguntas a serem consideradas:O que voc observa ao comparar estas duas declara

    es?Qual dos objetivos menciona aes dos alunos que po

    dem ser vistas e ouvidas?Que objetivos seriam mais teis para avaliar a realiza

    o dos alunos?

    A primeira afirmao a melhor das duas porque declara, em termos visveis, o que se espera que o aluno faa.

    ResumindoOs dois grupos de objetivos acima focalizam os dois

    critrios primrios e essenciais para se escrever objetivos:(1) com o intuito de que os alunos desenvolvam uma ao e(2) tendo em vista aes dos alunos que possam ser observadas possamos ver e/ou ouvir o que os alunos fazem. Ao escrever objetivos, estes dois elementos devem sempre ser includos.

    H outros dois critrios que cooperam para que os objetivos sejam mais especficos e atingveis: as condies sob as quais sero atingidos e a qualidade do trabalho que o professor espera. Estes dois aspectos dos objetivos os faro mais ntidos, mas nem sempre sero includos em cada objetivo.

  • OBJETIVOS DO ENSINO 33

    Passo Trs Dois Critrios Adicionais para Escrever Objetivos.

    A. As condies sob as quais os objetivos sero alcanados incluem tempo, materiais, recursos e devem ser impressas em negrito. Exemplo:

    (1) Usando um dicionrio bblico e um comentrio (tendo 30 minutos disponveis) os alunos podero escrever com suas prprias palavras uma interpretao de dois pargrafos do Salmo 23.

    (2) Ao receber um mapa das terras bblicas, sem nomes, os alunos devero localizar corretamente os seguintes lugares e acidentes geogrficos: Mar Morto, Rio Jordo, Egito, Mar da Galilia e Pennsula do Sinai.

    B. A qualidade com que os objetivos so alcanados diz algo sobre o nvel de expectativa do professor. Nos objetivos seguintes, as palavras que indicam qualidade esto em negrito.

    (1) Usando um dicionrio bblico e um comentrio (tendo 30 minutos disponveis) os alunos podero escrever uma interpretao de dois pargrafos do Salmo 23 com suas prprias palavras.

    (2) Ao receber um mapa das terra bblicas, sem nomes, os alunos podero localizar correta mente todos os lugares seguintes e acidentes geogrficos...

    Passo Quatro Pratique escrever seus prprios objetivos.

    Usando a seguinte idia principal como base, escreva uma srie de objetivos:

    Jesus chamou pessoas para se tornarem seus discpulos. Doze homens foram escolhidos para aprender e traba

  • lhar com Jesus. Jesus precisa de discpulos hoje para apren-ereni dele e trabalharem pelo amor, pela paz e pela jus-

    tia .

    Escreva vrios objetivos baseados na idia principal citada acima.

    Ao terminar a aula, os alunos sero capazes de:

    34 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

  • 35

    ATIVIDADES DE ENSINO/APRENDIZAGEMUma vez elaborados os conceitos-chave e determina

    dos os objetivos especficos, o professor ter um claro senso de direo. O passo seguinte, no planejamento, projetar as atividades que mais eficientemente comuniquem os conceitos e atinjam os objetivos. Neste captulo, a nfase sobre as atividades.

    Freqentemente, um professor comea a preparar-se, perguntando-se: O que vou dizer classe sobre o conceito de pacto? Esta uma pergunta errada porque, respondendo-a, o professor levado a pensar no que vai dizer aos alunos. Uma pergunta mais apropriada seria: O que faremos, os alunos e eu, para entender o conceito de pacto?

    A resposta a esta pergunta leva diretamente a pensar nas atividades que as pessoas desenvolvero na sala de aula para aprender.

    Atividades de ensino so todas as aes dos alunos e do professor na sala de aula. Existem dezenas de possveis atividades, que podem ser organizadas em vrias categorias.

    Como vemos no diagrama que segue:

    5

    Atividades verbais so os meios mais comumente usados. Nesta categoria, as atividades so: palestra, discusso,

  • 36 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    gravaes (discos ou fitas), sermo, histria, leitura e qualquer outro tipo de apresentao verbal que, primordialmente, o aluno possa ouvir. A evidncia que a maioria das pessoas no aprende bem simplesmente pelo ouvir. ^As atividades verbais, para serem eficientes, devem ser acompanhadas de outros tipos de experincias. O ouvir, para a maioria das pessoas, uma atividade passiva que no requer muita participao. Tambm muito seletiva. A tendncia ouvir s o que se quer.

    Smbolos visuais so outra categoria de atividade cujo uso envolve o aluno atravs do sentido da viso. As atividades nesta categoria so: figuras, vdeos, mapas, filmes, livros e outros tipos de apresentao visual. A maioria das pessoas aprende mais pelo que v do que pelo que ouve. Ver menos passivo do que ouvir. Ver suscita uma reao. Quando se combinam numa atividade smbolos verbais e visuais, a aprendizagem mais eficiente.

    Expeiincias simuladas nos permitem avanar um passo a mais do que as atividades verbais e visuais. Simular atuar, agindo como se a situao fosse real. Atividades de ensino nesta categoria so: representao, dramatizao, pesquisas ao ar livre, em museus, templos, escritos criativos e outras experincias que colocam o aluno na posio de explorar seus prprios sentimentos, problemas e questes. Um exemplo de escrito criativo seria o aluno assumir o papel de Moiss no tempo em que ele regressou ao Egito para libertar os hebreus.

    Moiss enfrentou Fara, que no permitiu a sada do povo hebreu do Egito, e aumentou seu trabalho. Fara no quis cooperar. O povo hebreu zangou-se com Moiss e ele ficou pensando se Deus cumpriria sua promessa. Esta a situao a ser apresentada. O professor pede que os alunos escrevam uma carta, como Moiss escreveria, esposa, ao sogro, ou a unj amigo em Midi. Ao escrever esta carta, um aluno comeou.assim: Queridas ovelhas . . . . Essa simula

  • ATIVIDADES DE ENSINO/APRENDIZAGEM 37

    o envolve os alunos mais significativamente, por identificarem a atividade com os conceitos da aula.

    Experincias diretas so aquelas atividades em que os alunos esto diretamente envolvidos em situaes problemticas ou conceitos reais. Porque muitos conceitos, na educao religiosa, tendem a ser abstratos, sempre difcil programar atividades de experincia direta.

    Um exemplo: ao estudar o conceito ama ao teu prximo como a ti mesmo, os alunos deveriam visitar um lar para convalescentes ou invlidos e compartilhar com eles momentos de amizade e alegria. Podemos falar em amar ao prximo numa longa discusso e o mais certo que haver pouco impacto. Poderamos escolher gravuras de revistas, apresentando exemplos de pessoas demonstrando amor, e o significado seria mais marcante. Poderamos representar ou escrever finais de histrias que no tenham sido revelados pelo autor, histrias que falem de pessoas carentes de amor e, assim, nos aproximarmos mais do significado do conceito. E poderamos, toda a classe ou em grupos pequenos, visitar algumas pessoas que realmente precisam de amor. Qual destas atividades requereria maior envolvimento da parte dos alunos? Qual atividade seria mais marcante? Minha intuio que a visita a alguns invlidos seria lembrada por vrios alunos a vida toda. Tambm, todas as vezes que os alunos ouvissem amars o teu prximo como a ti mesmo, teriam uma experincia especfica como ponto de referncia ao relacionar os conceitos de amor e de prximo.

    Quanto mais as atividades de ensino forem feitas com smbolos verbais, tanto menos os alunos se envolvero e menos aprendero. Quanto mais o ensino se aproxima de experincias reais ou simuladas, mais o aluno se envolver em sua prpria aprendizagem. As atividades de ensino, no nvel verbal, tendem a limitar a participao e a aprendizagem de muitos alunos. Enquanto que as atividades que en

  • 38 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    volvem experincias reais tendem a incluir todos os alunos de um modo ou de outro.

    J sugerimos que o professor inicie seu planejamento perguntando: O que vamos fazer os alunos e eu? H outra pergunta til que um professor pode fazer: Que experincia real vai comunicar melhor o conceito que quero ensinar? Experincias reais nem sempre viro mente, e nem sempre sero praticveis ou adequadas. Devemos, ento, considerar as possibilidades das experincias simuladas. Atividades verbais s devem ser usadas depois de outras atividades; nunca devem ser usadas exclusivamente durante o perodo inteiro de aula, em qualquer faixa etria. melhor quando h uma variedade de atividades numa aula em que todos os alunos se envolvem, atravs dos vrios sentidos.

    Decidir qual atividade usar, tarefa de cada professor.

    Eis alguns critrios para decidir qual atividade deve serutilizada:

    1. A atividade deve envolver todos os alunos de maneira dinmica.

    2. Deve ser uma atividade em que o professor tenha confiana.

    3. Deve estimular maior criatividade por parte dos alunos.

    4. No deve ser to conhecida que canse os alunos.5. Se for uma atividade nova, os alunos devem ter

    oportunidade de experiment-la para descobrir suas possibilidades.

    6. Deve haver variedade de atividades para que os alunos possam escolher entre elas.

    7. A atividade deve contribuir diretamente para comunicar os conceitos-chave e atingir os objetivos especficos.

  • ATIVIDADES DE ENSINO/APRENDIZAGEM 39

    8. A atividade deve levar o aluno a procurar respostas, declarar concluses ou expressar reaes criativas.

    9. A atividade deve ser apropriada s idades e habilidades dos alunos envolvidos.

    Usando estes critrios, os professores podero planejar atividades que envolvam os alunos no processo da sua prpria aprendizagem.

    Idias e sugestes para possveis atividades aparecem de muitas fontes:

    o manual do professor revistas, jornais, livros sobre educao outros professores professores de pr-escola e Io Grau a prpria experincia encontros de treinamento

    Os professores devem estar sempre alerta para novos mtodos de planejar atividades. Lendo, compartilhando e experimentando uma variedade de atividades, tornar-se-o mais ricos em recursos para seu planejamento e ensino.

    EXEMPLOS DE COMO ORGANIZAR ATIVIDADES DE _____________ ENSINO E APRENDIZAGEM_____________

    Todo plano de aula tem comeo, meio e fim. H muitas atividades alternativas para iniciar, desenvolver e terminar a lio. A seguir, eis vrias partes do plano de aula tpico, identificadas especificamente:

    1. Abertura A primeira coisa numa aula uma das mais importantes de todas as atividades a abertura. Pode ser breve, de apenas um minuto, ou longa, de, no mximo, dez minutos.

  • 40 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    2. Apresentao do assunto Antes que os alunos possam se envolver no estudo, bom dar-lhes um pouco de informao bsica relacionada com os conceitos que sero desenvolvidos na aula.

    3. Explorao do assunto Os alunos so mais motivados a aprender, quando podem trabalhar individualmente ou em pequenos grupos para explorar o assunto que ser enfocado na aula.

    4. Reao criativa A aprendizagem melhorada e os alunos podem expressar-se de maneira mais significativa, quando so incentivados a reagir de uma ou mais maneiras criativas.

    5. Encerramento da aula Cada aula deve ter um encerramento adequado a fim de que os alunos sintam que foi completada a seqncia de atividades naquele dia.

    Todos os manuais do professor incluem as cinco partes acima, mesmo que com outros ttulos. Embora haja uma seqncia lgica nestas cinco partes do plano de aula, possvel usar outras combinaes. As atividades de apresentar e explorar podem ocorrer simultaneamente, se os alunos pesquisarem um assunto usando vrios recursos. Tambm explorao e recreao podem ocorrer ao mesmo tempo, se, por exemplo, os alunos escreverem seu prprio roteiro para a gravao de um vdeo.

    H muitas e diferentes atividades que podem ser usadas em cada parte de um plano de aula.

    Algumas maneiras de iniciar a aula Os alunos lem a definio de um conceito e

    acrescentam perguntas.

  • ATIVIDADES DE ENSINO/APRENDIZAGEM 41

    O professor l uma histria ou passagem da Escritura e faz perguntas.

    Os alunos escutam uma gravao: histria, hino, comentrio ou outro material gravado de antemo.

    Os alunos assistem a um filme ou vdeo que aborda o assunto da aula.

    O professor e os alunos olham e discutem uma fotografia ou pintura.

    Os alunos escolhem uma passagem bblica ou um conceito e fazem explorao a respeito.

    O professor faz referncia a um evento recente da escola, da igreja ou da comunidade.

    O professor e os alunos se envolvem numa exploso de idias.

    Os professores envolvem os alunos numa atividade de escolha em que indiquem suas preferncias.

    O professor usa um artigo de jornal ou revista ou uma fotografia.

    (Apresente suas prprias sugestes.)

    Algumas maneiras de abordar um assunto O professor apresenta uma breve preleo. Os alunos lem uma passagem da Bblia ou de outro

    livro de estudo. Os alunos assistem a um filme ou vdeo. Os alunos escutam a gravao de uma histria,

    sermo, poro bblica, comentrio, relatrio, etc. Os alunos apresentam breves relatrios preparados

    de antemo. Um convidado especial ou outra pessoa apresenta

    uma preleo, entrevista, painel ou debate sobre determinado assunto.

    O professor l ou conta uma histria. O professor e os alunos apresentam uma dramatiza

    o com fantoches.

  • O professor envolve os alunos numa estratgia de esclarecimento de valores.

    Os alunos fazem uma visita de observao. (Acrescente suas prprias sugestes.)

    Algumas maneiras de o aluno explorar o assunto Fazem pesquisa na Bblia ou em livros de consulta

    (dicionrio bblico, comentrio, etc). Escrevem argumentos para filmes, dramatizaes

    com fantoches, ou de outro tipo. Usam fotografias ou outros materiais para escolher

    expresses visuais de um conceito. Fazem e gravam entrevistas. Discutem com o professor e colegas. Fazem um estudo dirigido, com perguntas prepa

    radas. Participam de um jogo simulado. Escutam uma fita sobre determinado recurso. Tomam parte numa estratgia de definio de valores. (Acrescente mais algumas idias.)

    Algumas maneiras de reagir criativamente Atividades escritas (cartas, relatrios, poesias,

    jornais, argumentos para dramatizao, etc). Slides, vdeos produzidos pelos alunos. Gravaes de notcias, argumentos, cnticos,

    dramas, entrevistas, etc. Atividades dramatizadas (simulao, fantoches,

    ginstica rtmica, pantomima, etc). Construo de modelos por escala, mapas, objetos

    tridimensionais. Pinturas e desenhos. Fotografias (slides, vdeos, etc). Colagem (com feltro e saco de estopa, materiais da

    natureza, fotografias, sobras de materiais diversos etc).

    M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

  • ATIVIDADES DE ENSINO/APRENDIZAGEM 43

    Atividades usando vrios meios de comunicao (rdio, jornal, televiso, telefone, gravaes, etc).

    (Acrescente mais outras idias.)

    Algumas maneiras de encerrar a aula Cada aluno compartilha algo criativo. O professor dirige uma discusso em que os alunos

    expressem suas idias. O professor ou os alunos levam o grupo a preparar-

    se para o louvor. O professor faz um resumo do assunto estudado. Os alunos completam frases apresentadas pelo

    professor, conforme o assunto da lio. O professor ou os alunos terminam com orao. Todos cantam um hino ou corinho. A classe fica meditando, em silncio, por um

    minuto. Os alunos dirigem um programa de louvor. Os alunos estudam algum projeto para a semana

    seguinte. (Acrescente suas prprias sugestes.)

    DE ENSINO APRENDIZAGEM

    Os exerccios seguintes o ajudaro no processo de focalizar as atividades de ensino e aprendizagem.

    Atividade 1Examine o manual do professor.Leia todo o material de uma unidade.Escreva todas as atividades sugeridas para essa unidade. Coloque cada atividade conforme as seguintes categorias: Verbal, Visual, Experincia simulada, Experincia real

  • 44 MANUAL DO PROFESSOR EFICAZAtividade 2Acrescente mais um passo atividade acima.Categorize todas as atividades de acordo com as cinco

    partes da lio: Abertura, Apresentao do Assunto, Explorao, Reao e Encerramento.

    Atividade 3Leia novamente as dez sugestes sobre cada parte

    da lio.Na parte em branco, ao lado esquerdo de cada suges

    to, indique com um X as vezes que usou essa atividade nas ltimas seis semanas.

    Se alguma das sugestes tiver trs ou mais X, voc poder estar usando esta atividade com mais freqncia do que deve.

    Atividade 4Novamente, use as dez sugestes das cinco partes da

    lio.No espao em branco, escreva um 0 em cada atividade

    que nunca usou.Se tiver trs ou mais 0 em qualquer parte da lio,

    possvel que esteja omitindo alguma atividade muito valiosa.Algumas das atividades so desenvolvidas com maior

    detalhe neste manual. Se voc marcou as seguintes atividades com 0, ser bom ler mais a respeito delas neste manual ou em outros livros, a fim de ter mais informao e maior segurana no execut-las.

    Uso dos meios de comunicao: slides, vdeos, fitascassete, filmes e retroprojetor.

    Estratgias para esclarecimento de valores. Perguntas e discusso. Atividades criativas.

  • 45

    RECURSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEMAtividades de ensino e aprendizagem so o que os pro

    fessores e alunos fazem dentro e fora da sala de aula, para aplicar e comunicar conceitos especficos. Os recursos se referem ao material que professores e alunos usam no processo de ensino e aprendizagem.

    Os recursos podem ser organizados nas mesmas categorias descritas na seo sobre atividades de ensino e aprendizagem. Alguns exemplos de recursos em cada categoria so:

    Recursos para atividades verbais

    fitas cassete gravador para gravar as afirmaes dos alunos toca-discos lpis, caneta e papel livros para pesquisa, que no contenham mapas,

    gravuras, etc.

    Recursos para atividades visuais

    mapas, grficos, psteres, fotografias vdeos retroprojetor e transparncias filmes e projetores quadro-negro, quadro de avisos, quadro branco livros com fotografias, pinturas, diagramas, mapas gravuras e revistas mquinas fotogrficas, fitas de vdeo, fitas virgens,

    slides, projetores flanelgrafo, quadro magntico

    6

  • 46 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    Recursos para atividades simuladas

    fantoches e palco para peas com fantoches instrues e materiais para jogos simulados enredo, adereos, trajes, etc, para dramatizaes materiais para construo de modelos (miniatura em

    escala) recursos para motivar, apresentar e reagir, de

    maneira que os alunos se identifiquem com pessoas, fatos ou conceitos

    Recursos para atividades de experincias reais

    Todos os recursos acima mencionados podem ajudar o aluno a fazer algo diretamente relacionado com os conceitos-chave que estejam ligados sua prpria experincia vivencial.

    Alm disso, h muitos recursos que podem ajudar os alunos a terem experincias reais de aprendizagem.

    Os professores recolhem recursos em muitos lugares: em casa, nos guarda-roupas e armrios da igreja, nas lojas, nas secretarias denominacionais, nas editoras e at no depsito do lixo.

    Os recursos podem ser caros como um videocassete ou baratos como uma revista.

    Se os alunos forem motivados a se envolver no processo de sua prpria aprendizagem, e se usarem mais do que smbolos verbais para se expressar, ento os professores precisam usar uma maior variedade de recursos.

    Os recursos so to necessrios para o ensino e a aprendizagem como louas e talheres para comer. Voc pode sobreviver sem esses recursos, mas no sem experimentar considervel frustrao.

    Os mesmos critrios que se usam para resolver quais atividades devem ser usadas na sala de aula, podem servir

  • RECURSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM 47

    para resolver que recursos usar.H muitos livros, revistas e artigos que sugerem o uso

    criativo de ampla variedade de recursos, por exemplo, todo professor j usou gravuras no ensino, de um modo ou de outro.

    Muitos professores tm tido experincias bem empolgantes e muito satisfatrias ao se envolverem com outros professores numa exploso de idias sobre maneiras possveis de utilizar um determinado recurso.

    0 PROFESSOR EFICAZ

    A maioria dos professores pode recordar, distintamente, a primeira vez em que teve de enfrentar uma turma de alunos. Para alguns esta experincia foi assustadora. Posso lembrar minha primeira experincia. O pastor auxiliar me recrutou para dar aula a uma classe de adolescentes. Entregou-me um manual do professor, uma revista do aluno, levou-me sala de aula e, mostrando-me o interruptor, disse: Boa sorte!

    Bem depressa descobri que o manual do professor e a revista do aluno no eram suficientes para a tarefa do preparo da aula. Precisava daquilo de que todos os professores precisam uma ampla variedade de recursos e tcnicas para escolher entre eles os mais apropriados a uma determinada aula. Alm de ter os recursos mo, precisava desenvolver os critrios a fim de resolver quais teriam a mais alta prioridade e fossem de maior valor.

    Segue um jogo simulado para ajudar os professores na tarefa de considerar o valor de recursos especficos e de estabelecer prioridades para seu uso. O jogo ser de maior proveito se dele participarem quatro ou mais pessoas.

    PGINA DE EXERCCIOS

    Prepare cpias da folha de exerccios na pgina 48 para cada participante. Observe os imprevistos.

  • 48 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    I i A SITUAO l h

    Voc se mudou para uma rea distante (Qualquer lugar onde se sinta isolado). Uma vizinha descobriu que voc ensinava na Escola Dominical da comunidade de onde veio. Esta nova comunidade, onde voc mora, no tem Escola Dominical e voc solicitado para comear uma. Voc aceita a tarefa, porm reconhece que precisa de alguns recursos para fazer um trabalho eficaz.

    J que um amigo vir fazer-lhe uma visita, voc pede que ele traga os doze itens mencionados na lista abaixo. No caminho, o carro se quebra e ele tem de continuar o percurso de nibus, no podendo, portanto, levar tudo aquilo que voc pediu. Ele liga para dizer que voc tem de determinar, dentro de trs minutos, a ordem prioritria do material da sua lista. Ele poder levar uma parte desse material mas no sabe quanto. Trar o que puder, baseando-se na ordem de prioridade que voc estabeleceu.

    O Professor Eficaz um jogo simulado que pode ser usado por uma ou mais pessoas para destacar o valor relativo que elas colocam numa variedade de recursos de ensino e aprendizagem.

    EXERCCIO PARA 0 PROFESSOR EFICAZ I I

    Em trs minutos classifique, por ordem de importncia, os itens abaixo. O mais importante ser o no 1, e o menos importante o no 12. O resto ser classificado pelos nmeros 2 a 11.

    Cinco exemplares da Bblia Sagrada, Edio Revista e Atualizada no Brasil.

    Um jogo de Atividades Criativas.(Uma caixa de materiais de sua escolha).

    Um jogo completo de livros do Professor e do aluno do currculo de sua escolha.

    Uma cpia do livro O Manual Professor Eficaz Um toca-discos e cinco discos.

    (Pode incluir msicas, cnticos, narraes e histrias.)

  • RECURSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM

    Um jogo de gravuras, psteres, fotografias e mapas qualquer combinao de 20 artigos.

    Um hinrio para crianas e mocidade. Um gravador com cinco fitas virgens de 60 minutos. Uma caixa de revistas velhas, incluindo Veja, Isto

    , Ultimato, etc. Cinco exemplares de edies para crianas de:

    Dicionrio Bblico, Atlas e Enciclopdia Bblica. Um retroprojetor com os materiais necessrios para

    seu uso. Um projetor de slides, slides variados, um videocas

    sete e cinco fitas de vdeo.

    i 1 ALGUNS IMPREVISTOS I ~1

    Este jogo simulado um pequeno vislumbre da realidade. No tente fazer com que cada fator do jogo se enquadre numa situao da vida real. Para participar deste jogo, considere o seguinte:

    1. Voc j tem um exemplar da Bblia.2. Voc estar ensinando esta classe por um tempo

    indeterminado.3. A idade (faixa etria) do grupo voc quem

    resolve.4. Para os fins deste jogo, somente sero usados os

    recursos que lhe forem entregues (voc no pode depender de sair pedindo revistas velhas pelas casas dos vizinhos).

    5. No leve em considerao nem o tamanho nem o peso do material da lista.

    6. Para material como vdeos, discos, materiais para atividades criativas et., voc pode imaginar os ttulos especficos ou os materiais que deseja.

    I 10 PASSO SEGUINTE l

    Aps ter classificado os itens acima, sozinho, voc recebe a notcia de que mais duas pessoas vo lecionar com voc. Por coincidncia, essas duas pessoas esto com voc na hora que o telefone chama. Agora preciso que

  • 50 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    elaborem, com voc, a lista prioritria dos recursos de que vo precisar.

    Trabalhe com duas ou trs pessoas. Vocs devem, em 15 minutos, chegar a uma concluso sobre a lista de prioridades. Algumas sugestes podem lhe ser teis.

    Resolva qual a faixa etria que servir de marco de referncia.

    Pense nos motivos que levaram a outra pessoa a fazer a sua escolha dos itens na ordem em que o fez.

    Seja flexvel e pronto a mudar. Seja positivo na anlise da maneira como efetuou

    classificao dos artigos.

    I I DEPOIS DE PARTICIPAR DO J0G 0C Z

    REFLEXO E DISCUSSO

    A seguir, h algumas idias e sugestes para o lder da aula dirigir aos grupos durante um perodo de reflexo e discusso. Os valores primordiais, ao usar este jogo num encontro de treinamento, so derivados da interao dos grupos entre si, com o lder, e com o jogo.

    Quando todos os grupos terminarem de escolher seu material bsico, planeje 20 ou 30 minutos para discusso. medida que cada grupo terminar, tire uns minutos de recreio para um cafezinho. Voc pode tambm colocar numa tabela as escolhas de cada grupo, ou em um grfico grande, numa transparncia para o retroprojetor, ou no qua- dro-negro.

    A primeira pergunta a ser colocada : Que fatores influenciaram as decises que voc tomou quando, sozinho, classificou os artigos?

    Haver variedade de respostas:1. A idade dos alunosAlguns artigos sero mais apropriados para uma faixa

    etria do que para outra. Por exemplo: Atlas Bsico, Dicio

  • RECURSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM 51

    nrio e Enciclopdia no seriam prioritrios para professores de crianas pequenas.

    2. As necessidades do professorFerramentas como Revistas do Professor, O Manual

    do Professor Eficaz e outros livros so classificados em primeiro lugar por pessoas que precisam de sugestes, esboos ou planos de aula.

    3. A versatilidade dos recursosUm gravador, com fitas virgens, oferece mais flexibi

    lidade na sala de aula do que um toca-discos. Uma caixa de revistas velhas pode ser usada de vrias maneiras enquanto um jogo de gravuras ou psteres tem uso mais limitado. Com revistas velhas um professor pode criar seus prprios psteres ou gravuras.

    4. A utilidade para os alunosOs recursos como o jogo de Atividades Criativas, um

    gravador, revistas velhas e uma Bblia podem ser usados pelos alunos na prpria pesquisa, ao expressar o que aprenderam, bem como seus interesses. Estes recursos facilitam bastante o envolvimento dos alunos.

    5. A destreza do professorUm professor que no sabe msica ou que no pode

    reger os cnticos, provavelmente no colocar o hinrio em primeiro lugar na lista de prioridades. De igual modo, o professor que tem bastante habilidade em msica no colocar o hinrio em primeiro lugar, porque tem destreza em ensinar hinos e reger os cnticos sem o hinrio. Outros artigos podem sugerir reaes semelhantes pelos professores com habilidades diferentes.

    6. A experincia do professorAlguns professores tm tido ampla experincia com

  • 52 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    recursos especficos e descoberto o seu valor no ensino. Se um professor tem freqentemente usado com xito um gravador no ensino ele provavelmente o colocaria bem no alto da sua lista de prioridades. Em contrapartida, uma pessoa que nunca o utilizou o colocaria bem no fim da sua lista.

    Temos considerado seis fatores que podem influenciar uma pessoa ao colocar certos artigos em primeiro ou ltimo lugar na sua lista de prioridades. Pode haver outros fatores que surgiro na discusso.

    IMPLICAES PARA 0 PLANEJAMENTO

    Qualquer um pode ver imediatamente que estes fatores sempre influenciam os professores. Ao abordar o planejamento de aulas especficas, os professores usam ou no sugestes do livro do Professor ou, ento, fazem inovaes dos seus prprios recursos, de acordo com suas consideraes conscientes ou no, dos fatores acima mencionados. Pense por um momento sobre a situao de ensinar em equipe a uma determinada classe. Ao reunirem-se dois ou trs professores, levam consigo para o planejamento e ensino, diferentes experincias, necessidades, aptides, atitudes e maneiras de abordar o ensino. Muitos fracassos no processo de ensino por equipe so devidos ao pensamento de que todos compartilham o mesmo ponto de vista, quando, na realidade, h enorme diferena entre eles.

    Talvez, participar de um processo de tomada de decises e de discusso, como no jogo do Professor Eficaz, ajude os professores a reconhecerem suas habilidades e necessidades singulares. Ao enfrentar estas diferenas no incio do ensino por equipe, possvel que se chegue a um acordo sobre o lugar e potencial de cada um no processo de planejamento e de ensino. Freqentemente, quando as pessoas discutem os motivos que as levam a fazer escolhas no jogo mencionado, aprendem algo de outras pessoas que as leva a modificar os artigos na lista de prioridades.

  • RECURSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM 53

    USANDO 0 JOGO DO PROFESSOR EFICAZ

    Ao participar do jogo acima, as pessoas so ajudadas a:1. Considerar uma variedade mais ampla de recursos

    ao invs de limitar-se aos artigos mais conhecidos e usados com maior freqncia.

    2. Pesar o valor de vrios artigos, comparando-os com outros, quando preciso escolher entre eles.

    3. Conhecer o valor atribudo a alguns recursos por pessoas que tm aptides e interesses diferentes.

    4. Participar do processo de decidir e de escolher prioridades com outras pessoas que tenham pontos de vista semelhantes ou diferentes.

    O jogo pode ser usado com xito como experincia inicial de treinamento de um grupo novo de professores. Usando o jogo, as pessoas ficam envolvidas imediatamente no processo. A tarefa de classificar os doze artigos pode ser feita facilmente por professores tanto experientes como inexperientes.

    Como resultado das decises e da discusso sobre as implicaes, os professores enfrentam rapidamente alguns dos fatores preponderantes que fazem parte do planejar e ensinar. A experincia de participar do jogo do Professor Eficaz pode ser seguida por uma srie de treinamentos que focalizaro mais especificamente os mtodos de planejamento, a implementao dos recursos, as tcnicas de interao na sala de aula e o contedo da aula.

    Os que usam o jogo apenas numa igreja devem desenvolver suas prprias listas de recursos, incluindo aqueles artigos que so obtidos com facilidade em determinada igreja ou localidade; tambm podem ser recursos que o grupo de planejamento quer apresentar aos participantes.

  • 1 0 JOGO DA RECICLAGEM

    O que se segue foi planejado originalmente para a preparao de professores. No entanto, o conceito de reciclagem de recursos materiais muito importante para ser considerado pelos professores. Por isso sugerimos a voc, que est lendo este livro sozinho, que planeje fazer este jogo ou partes dele com trs ou mais pessoas.

    Por muito tempo, as pessoas tm feito reciclagem de materiais disponveis para o ensino na igreja. Quando Jesus focalizou a ateno do povo nas ovelhas, em um pai e seus dois filhos, numa casa construda na rocha e em outras coisas familiares, estava reciclando recursos disponveis para comunicar algo que ele compreendia acerca da vida, do homem e de Deus. Reciclar alguma coisa us-la de novo, de modo diferente, para servir a outros fins que no aquele para o qual se destinava originalmente.

    A reciclagem est na moda hoje em dia, com nfase em salvar o meio ambiente. Quanto mais considero o conceito reciclagem, e tento reciclar alguns recursos, tanto mais fico persuadido de que os professores, na igreja, precisam desenvolver uma atitude que os anime a utilizar o processo de reciclagem no seu planejamento. Como resultado deste interesse, desenvolvi um plano de encontro que envolve os professores na experincia da reciclagem.

    Primeiro Passo Aborde o conceito de reciclagem com alguns exemplos e ilustraes.

    Segundo Passo Divida os participantes em pequenos grupos de trs a seis pessoas. D a cada grupo um dos seguintes artigos ou deixe que escolham.

    Uma fruteira com vrias frutas Um po inteiro Uma garrafa de gua

    54 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

  • RECURSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM 55

    Um pacote de bolachas, cereal, batata frita etc. Um saquinho cheio de confeitos sortidos Um saquinho de gros de milho, de feijo e um

    pouco de macarro de conchinhas

    Deixe que o grupo pense, por quinze minutos, sobre uma ou mais maneiras de usar o recurso para ajudar os alunos a focalizarem um conceito bblico-teolgico.

    Os grupos devem preparar-se para apresentar suas idias to depressa quanto possvel.

    Tome quanto tempo for preciso para ouvir o relatrio de cada grupo. Pode ser que os grupos tambm queiram envolver os outros na experincia que planejam.

    Terceiro Passo Repita o processo acima, apenas mudando o material, o qual pode incluir:

    Jogo para crianas Brinquedo Revista Jornal Bola de futebol Carteira masculina ou bolsa Caixas de papelo de vrios tamanhos Mala Catlogo de mercadorias diversas Relgio de puiso ou despertador

    Durante este perodo, as pessoas tm at meia hora para preparar um modo de usar o recurso escolhido como parte de uma estratgia maior.

    Quarto Passo Distribua exemplares da Bblia. Tenha algumas Concordncias disponveis tambm.

    Pea que as pessoas passem cinco a dez minutos localizando um versculo ou uma passagem que ilustre o conceito de reciclagem.

    Cada pessoa compartilha a passagem com o grupo todo ou com um grupo pequeno.

  • 56 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    Quinto Passo Este ser o encerramento do encontro. Incentive as pessoas a completarem a frase Reciclagem ..., Estas afirmaes, ento, podem fazer parte de uma litania. Aps cada afirmao, o grupo todo responde com Graas , Senhor, por teu Esprito criativo.

    MINI "CONVENES DE MEIOS DE ___________COMUNICAO NA SUA CIDADE___________

    Se voc est interessado em comunicaes, nos recursos disponveis, em comprar os vrios tipos e marcas de projetores, gravadores, telas etc., no uso de meios de comunicao na sala de aula, ento, h coisas que voc pode fazer em sua cidade para receber alguns dos benefcios de uma conveno.

    1. H no Brasil a COMEV (Comunicaes Evanglicas) que produz materiais audiovisuais e pode orient-lo. Ela pode ser localizada atravs das grandes revistas evanglicas.

    2. Seria interessante se vrias igrejas, da mesma cidade ou denominao, se unissem para comprar projetores e filmes, e tivessem um centro onde os professores da Escola Dominical, ou lderes das sociedades da igreja, pudessem tomar emprestado esses equipamentos para uso nas classes e reunies, como se emprestam livros em uma biblioteca. Possivelmente, haja na sua cidade alguma escola ou repartio pblica disposta a emprestar equipamentos audiovisuais.

    3. Os professores de vrias igrejas poderiam organizar uma mini-conveno, visando aprender mais sobre audiovisuais.

  • RECURSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM 57

    4. Outra mini-conveno poderia ter por finalidade compartilhar livros e fitas cassete para o ensino. Cada participante pode trazer dois livros e falar sobre eles; duas fitas; e duas atividades de que os alunos gostem.

    Sero momentos muito felizes que voc passar com professores crentes, ao participar de uma mini-conveno.

    No espere que outra pessoa comece. Voc pode ser o primeiro a organizar este encontro. Escreva-nos sobre os resultados.

    ___________ 0 USO CRIATIVO DE RECURSOS___________

    Os professores so vtimas dos especialistas em novidades educacionais, tanto quanto as crianas so vtimas dos fabricantes de brinquedos. H sempre algo novo sendo promovido como o mais novo, melhor e mais fcil, que permitir maior xito, seja qual for o produto. Como temos um desejo forte de motivar os alunos e de aumentar nossa eficincia, no surpreende que acabemos comprando a mais recente bugiganga ou truque (Tenho um armrio cheio dessas compras). Porm precisamos pensar muito antes de comprar ou usar um recurso, tcnica ou equipamento novo.

    1. Poderei usar este recurso, esta tcnica ou equipamento mais de uma vez? O dinheiro que temos no permite que adquiramos algo que s poderemos usar uma vez. Tem mais valor o material que pode ser usado vrias vezes e de muitas maneiras.

    2. Esses recursos suplementaro o currculo que estou usando, ou terei que dispensar o currculo? Um recurso ser de muito maior valor se suplementar o currculo em uso.

  • 58 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    3. O recurso especialmente para mim, ou para o aluno? Geralmente, o recurso tem mais valor se atrair o interesse e envolvimento do aluno. Naturalmente, eu preciso de recursos, porm, se tiver de escolher entre eu e os alunos, poucas vezes errarei se escolher em favor dos alunos.

    4. O recurso vem com um manual, guia, esboo ou sugestes para seu uso? Certamente o recurso ser usado com mais freqncia se os fabricantes ou autores fornecerem uma lista de sugestes prticas e fceis.

    5. O recurso incentiva o aluno investigao, envolvimento e criatividade? Se os alunos se mantm passivos ao usar o recurso, ento, ele no de tanto valor como aquele em que os alunos se envolvem.

    Se considerarmos estas e outras perguntas, evitaremos comprar truques e bugigangas atraentes e prometedoras, mas que acabam sendo um desapontamento. Quando avaliamos cuidadosamente um novo recurso, tcnica ou equipamento, e consideramos as muitas maneiras como pode ser usado eficazmente, como parte de nosso ensino, ento ele se torna um recurso criativo, de valor, que merece ser adquirido, qualquer que seja o seu preo.

    No questo de usar ou no os meios aud iovisuais, antes, preciso esco lher.

    A preleo um meio e a visita de observao outro. Ler a respeito de Jerusalm um meio, usando a palavra impressa; ver um filme ou vdeo sobre Jerusalm um meio visual; entrevistar uma pessoa que visitou Jerusalm um modo mais pessoal de descobrir essa cidade.

  • RECURSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM 59

    OS PROFESSORES SO O RECURSO MAIS VALIOSO

    Quando dispomos de fundos para educao crist, construmos salas de aula, compramos equipamentos, selecionamos o currculo e preparamos o horrio; temos contribudo muito para criar um programa eficaz de educao. Contudo, o recurso mais valioso para o ensino ainda no foi mencionado o professor. No importa muito qual seja o currculo, quantos vdeos ou quantos metros quadrados de espao temos para cada aluno, se no reconhecermos que o fator mais importante a determinar o xito do ensino o professor. Os professores fazem o que nenhum currculo ou recurso audiovisual pode fazer sorrir, rir, relacionar-se, mostrar interesse e surpresa, amar, perdoar, tocar, chorar, orar, gritar, cochichar...

  • 61

    O PROCESSO DE PLANEJAMENTOEm quatro captulos anteriores, discutimos quatro com

    ponentes essenciais do processo de planejamento.

    Primeiro, consideramos os conceitos-chave a serem focalizados em uma aula ou unidade. Esta uma maneira de responder pergunta: O que vou ensinar?

    Segundo, comparando as diferenas entre alvos gerais e objetivos especficos, conclumos que determinar objetivos decisivo para o planejamento. Esta uma maneira de responder pergunta: O que os alunos vo aprender?

    Terceiro, focalizamos quatro diferentes nveis de atividades de ensino, com a observao de que h muitas e diferentes atividades que podem ser selecionadas para envolver os alunos. Neste captulo, respondemos pergunta: Que atividades de ensino vou planejar para a aula ?

    Quarto, identificamos uma ampla variedade de recursos acessveis que podem ser usados pelo professor e pelos alunos, e fazer do ensino e aprendizagem uma experincia muito envolvente e interessante. A pergunta Que recursos usaremos na sala de aula? foi considerada neste captulo. Quando juntamos tudo isto, como se construssemos uma ponte. ___

    7

  • 62 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    As atividades e recursos de ensino, se no esto diretamente relacionadas ao conceito que queremos comunicar e aos objetivos que queremos alcanar, sero um passatempo.

    Para pr em prtica este planejamento, os professores so encorajados a usar os materiais descritos nas pginas seguintes. H instrues para cada passo e espao para as tarefas. Ser melhor praticar esta atividade com, pelo menos, uma outra pessoa. As instrues sugerem planejamento para apenas uma aula. Contudo, se tiver tempo, planeje duas ou trs aulas para completar a unidade.

    PRATIQUE 0 PLANEJAMENTO

    Introduo Voc professor de uma classe. Identifique a idade dos alunos. Voc tem uma hora por semana com eles. Na prxima semana, a lio apresenta uma nova unidade sobre Os Discpulos de Jesus Antigamente e Hoje. A seguir, voc ver muitas sugestes que pode usar no ensino. Voc no pode ensinar tudo; ter de comear de algum lugar. Assim sendo, escolha o que vai querer ensinar na primeira aula.

    Passo Um Escolha as idias principais que vai focalizar na primeira aula e faa um esboo, conforme as indicaes na pgina 66.

    A. Jesus chamou doze homens para serem seus apstolos.B. Outras pessoas que aprendiam de Jesus e o seguiam

    eram chamados discpulos.C. Discpulo uma pessoa que segue algum e apren

    de com ele. A palavra usada no Novo Testamento para os seguidores de Jesus.

    D. Pedro, Andr, Tiago, Joo, Tom, Mateus, Judas e mais outros cinco homens eram os doze apstolos.

    E. Os apstolos continuaram o ministrio de Jesus aps a sua morte.

  • O PROCESSO DE PLANEJAMENTO 63

    F. No livro dos Atos h muitos relatos do trabalho deles, visando estabelecer a Igreja.

    G. Tiveram dificuldade em compreender a obra e os ensinos de Jesus e, muitas vezes, faziam perguntas, eram infiis em segui-lo, ou brigavam entre si.

    H. Os apstolos eram entusiastas e dedicados ao trabalho que Jesus lhes deu para fazer; muitas vezes falavam e agiam sem temor.

    I. Jesus quer discpulos para servi-lo hoje, para falar e agir no mundo, levando amor, paz, justia e sade humanidade.

    J. H pessoas hoje que esto vivendo como os discpulos da igreja primitiva.

    L. Os problemas e circunstncias de hoje so semelhantes, de muitas maneiras, aos problemas dos dias dos primeiros discpulos.

    M. (Escreva sua prpria sugesto.)

    Passo Dois Selecione os objetivos apropriados s idias centrais que voc j escolheu. Escreva-os na pgina 66.

    Ao terminar a aula, os alunos podero:

    A. Definir com suas prprias palavras o significado de discpulo, apstolo, chamado, aprender e seguir.

    B. Nomear os doze apstolos que Jesus escolheu.C. Identificar quatro dos apstolos e descrever

    algumas caractersticas ou aes de cada um.D. Explicar a diferena entre discpulo e apstolo.E. Localizar trs passagens do Novo Testamento onde

    aparece a lista dos doze apstolos.F. Localizar, no mnimo, seis passagens bblicas que

    descrevem algumas das aes dos apstolos e discpulos.

  • 64 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    G. Descrever alguns dos problemas que os discpulos enfrentaram ao seguir Jesus.

    H. Identificar os sentimentos dos discpulos ao saberem que Jesus fora crucificado.

    I. Sugerir alguns exemplos de pessoas que hoje agem e falam como discpulos.

    J. Aplicar o significado de discipulado, conforme se encontra no Novo Testamento, s necessidades do mundo de hoje.

    L. Decidir maneiras como os alunos podem ser discpulos no lar, na. escola e na vizinhana.

    M. (Escreva seus prprios objetivos.)

    Passo Trs Selecione as atividades de ensino que ajudaro a comunicar as idias centrais e a atingir os objetivos. Escolha pelo menos uma atividade para cada uma das cinco partes da aula: Abertura, Apresentao, Explorao, Reao e Encerramento. Escreva na pgina 66.

    A. Formular perguntas sobre os conceitos-chave e pesquisar as respostas no Novo Testamento e em outros livros.

    B. Pesquisar sobre uma ou mais chaves, lendo as passagens bblicas ou outros livros, por exemplo, um dicionrio bblico.

    C. Assistir a um vdeo sobre os doze apstolos e observar os acontecimentos importantes, seu relacionamento com Jesus e experincias e caractersticas pessoais.

    D. Fazer desenhos para ilustrar uma histria sobre Jesus e os apstolos.

    E. Escutar ou ler uma histria sobre Jesus e os seus discpulos, na antigidade, e outra sobre seus discpulos hoje.

    F. Escrever uma histria sobre experincias que as pessoas tm ao tentar seguir Jesus.

  • O PROCESSO DE PLANEJAMENTO 65

    G. Procurar em revistas ou jornais exemplos de discpulos atuais de Jesus.

    H. Fazer uma estratgia e escolha de definio de valores por ordem de importncia, ou uma srie contnua de valores focalizando discpulos e discipulado.

    I. Usar recortes de revistas para fazer colagem ou montagem de gravuras para uso em aula, ou para fazer slides.

    J. Apresentar um drama informal ou formal sobre os discpulos.

    L. Discutir situaes nas quais os discpulos seriam teis hoje e resolver de que maneira agiriam.

    M. (Pense em outras atividades que voc gostaria de usar.)

    Passo Quatro Selecione os recursos necessrios para as atividades planejadas. Coloque a lista de recursos de sua escolha na pgina 66.

    A. Um exemplar do Novo Testamento para cada aluno.B. Revistas de Escola Dominical, Dicionrio Bblico,

    Concordncia Bblica e Atlas Bblico. Ser bom ter vrios exemplares de cada, pelo menos das revistas, conforme o nmero de alunos.

    C. Vdeos sobre a vida dos apstolos.D. Retroprojetor, com todos os materiais necessrios, e

    uma tela.E. Cassetes, gravador, fitas virgens.F. Jornais, revistas, tesours, cola e papel colorido.G. Papel jornal para desenhar, canetas, pincis atmi

    cos, lpis comum.H. Fitas cassete sobre os discpulos.I. Gravuras sobre cenas bblicas com os Apstolos.J. Material para fazer fantoches.L. (Adicione outros recursos de sua escolha.)

  • PLANEJAMENTO

    Tarefa(Ver orientao nas pginas 62, 63, 64 e 65).

    Passo 1 - (Anote aqui as idias principais para a primeira aula.)

    Passo 2 -No final da aula, os alunos sero capazes de (anote aqui os objetivos):

    66 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    PASSO 3 PASSO 4TEMPO ATIVIDADES DE ENSINO RECURSOSAbertura

    Apresentao

    Explorao

    Reao Criativa

    Encerramento

    ] EXEMPLO DE UM PLANO DE AULA [

    H muitas, muitas maneiras de planejar para ensinar. Compare este plano de aula com o que voc preparou. Use os critrios esboados no prximo captulo para avaliar tanto o seu plano de aula como este exemplo. Compare as semelhanas e diferenas entre os dois.

    A idia centra!As pessoas so chamadas por Jesus para se tor

    narem seus discpulos. Doze dos discpulos originais de Jesus so identificados como apstolos. Os doze apstolos seguiram Jesus e aprenderam com ele. Cada um deles era uma pessoa diferente.

    O bje tivosAo te rm inar esta aula, os a lunos sero ca p a

    zes de:1. Dar, com suas prprias palavras, uma defini

    o de discpulo e apstolo.

  • 2. Localizar nos Evangelhos trs listas dos dozes apstolos.

    3. Descrever uma caracterstica especial e algumas aes de um apstolo.

    4. Expressar, de forma criativa, sua prpria opinio sobre um dos apstolos e sua identificao com ele.

    O PROCESSO DE PLANEJAM ENTO 67

    TEMPO ATIVIDADES DE ENSINO RECURSOSAbertura

    5 minutos

    Os alunos lem as definies das palavras discpulo e apstolo em um Dicionrio Bblico.

    Bblias ou Novos Testamentos

    Enciclopdia Bblica

    Escrever uma lista de terminaes frase:

    TEMPO ATIVIDADES DE ENSINO RECURSOSUm discpulo ... Ou

    Um apstolo ...

    Apresentando o Assunto

    10 Minutos

    Perguntar: Quem foram os doze discpulos escolhidos especialmente por Jesus?

    Escrever todos os nomes.

    Aceite todos os nomes sugeridos. Avalie depois.

    Use o Dicionrio Bblico ou a Enciclopdia Bblica para encontrar as passagens onde aparecem as listas dos discpulos. Compare com as listas que os alunos fizeram.

    Compare as trs listas e discuta as semelhanas e diferenas.

    Papel jornal e pincis atm icos.

    Cpias das trs listas como se encontram nos Evangelhos.

    Explorando o Assunto

    Escolha um discpulo e use os recursos para pesquisar sobre ele. Responda s perguntas:

    Bblias ou Novos Testamentos, Dicionrios

  • 68 M A N U A L DO PROFESSOR EFICAZ

    15 minutos

    1. Que significa o nome do discpulo que escolheu?

    2. Como foi que ele encontrou Jesus?

    3. Que coisas especiais ele fez?

    4. Que tipo de pessoa ele era?

    5. Que tipo de relacionamento tinha ele com Jesus?

    Bblicos ou Encic lopdias B b licas (Lista de perguntas)

    Reagindocriativamente

    15 minutos

    Os alunos escolhem uma das trs atividades para expressar suas impresses e o que aprenderam sobre o discpulo que pesquisaram.

    1. Escreva uma carta breve, apresentando-se a si mesmo como um discpulo. Escreva a carta na primeira pessoa, fazendo o papel do discpulo.

    Papel e lpis

    2. Faa desenhos para ilustrar algumas das caractersticas notveis do discpulo que voc escolheu ou alguns dos fatos mais importantes de sua vida.

    Papis, lpis, canetas hidro- cor, lpis de cor

    3. Trabalhe com outro aluno criando e gravando uma entrevista com seu discpulo.

    Gravador e fita virgem

    Encerramento

    10 minutos

    Compartilhe as cartas, os desenhos e as gravaes com a turma toda.

    Complete a frase: "Os discpulos so: ...

    Use as frases completadas pelos alunos como litania. A resposta do grupo pode ser: Ajuda- nos, Senhor, a seguir Jesus e a servir ao prximo.

  • 69

    CRITRIOS PARA AVALIAR OS PLANOS DE AULA

    Aps ter preparado seu plano de aula, ou qualquer outro plano que pretenda usar com os alunos observando os requisitos