manual de tecnologias alternativas (ufc-ce)

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Universidade Federal do Ceará – UFC Centro de Ciências Agrárias Departamento de Fitotecnia Setor de Horticultura Núcleo de Agricultura Orgânica - NAO MANUAL DE TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS Org. Erlon Cristiano Lavor Oliveira Agronomia - UFC

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Page 1: Manual de Tecnologias Alternativas (UFC-CE)

Universidade Federal do Ceará – UFCCentro de Ciências AgráriasDepartamento de Fitotecnia

Setor de HorticulturaNúcleo de Agricultura Orgânica - NAO

MANUAL DE TECNOLOGIAS ALTERNATIVAS

Org. Erlon Cristiano Lavor OliveiraAgronomia - UFC

Page 2: Manual de Tecnologias Alternativas (UFC-CE)

ÍNDICE

1. Como Fazer Um Refrigerador de Bambú Pag. 032. Como Fazer Leite de Soja Pag. 053. Como Fazer Iogurte de Soja Pag. 054. Como Fazer Um Secador de Frutas e Hortaliças Pag. 065. Como Fazer Uma Horta Pag. 186. Como Construir Um Aereogerador Doméstico Pag. 327. Como Construir Um Aquecedor Doméstico Pag. 388. Como Construir Uma Bomba d´agua Pag. 699. Como Reciclar Papel Pag. 87

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RERIGERADOR DE BAMBÚ

A maior parte da população rural brasileira não tem a possibilidade de guardar comida perecível por muito tempo. O refrigerador de bambu é uma solução simples e fácil de ser construído, precisando apenas que se tenha acesso à água.

MATERIAIS

1. Uma (01) cesta de bambu com tampa.2. Um (01) saco de sisal ou roupa velha.3. Uma (01) bandeja de metal maior que a cesta4. Pedras ou tijolos

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CONSTRUÇÃO DO REFRIGERADOR

1. Cubra com o saco de sisal ou roupa velha a cesta de bambu. O saco deverá cobrir a cesta totalmente, chegando inclusive a parte de baixo.

2. Coloque quatro (04) ou cinco (05) tijolos ou pedras em circulo abaixo da bandeja.3. Coloque três (03) tijolos ou pedras dentro da bandeja.4. Coloque a cesta em cima das pedras na bandeja.5. Coloque água na bandeja e assegure que os panos ou sacos entrem em contato

com ela.6. Coloque o sistema na sombra, em local aberto, onde ele possa receber bastante

vento.7. Coloque a comida perecível na cesta.

Page 5: Manual de Tecnologias Alternativas (UFC-CE)

8. Feche a cesta com a tampa. Cubra a tampa com um pano molhado.

9. A água evaporará do pano e manterá os conteúdos da cesta frescos. Umedeça-os periodicamente com água.

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COMO FAZER LEITE DE SOJA

1. Deixe de uma (1) a duas (02) xícaras de soja de molho durante a noite em três (03) a cinco (05) xícaras de água.

2. No outro dia pela manhã enxágüe a soja com água limpa.3. Ferva a soja por aproximadamente dez (10) minutos e retire todo o excesso de

água.4. Moa a soja misturando a mesma quantidade de água fervente.5. Passe essa mistura através de um (01) coador de pano limpo ou de uma (01)

peneira limpa para obter o leite de soja.6. Repita essa operação novamente para retirar o restante do leite de soja.7. Aqueça o leite com cuidado.8. Ferva o leite por aproximadamente dez (10) minutos e vá mexendo durante a

fervura.

Os motivos pelos quais se deve ferver o leite de soja são: A diminuição da quantidade de açucares que levam a formação de gases no intestino (flatulência) e a redução do cheiro característico da soja. O restante do material residual do leite de soja (polpa) é altamente nutritivo e pode ser utilizado como ingrediente em diversas receitas enriquecendo-as nutricionalmente.

COMO FAZER IOGURTE DE SOJA

O iogurte de soja é produzido quando algumas bactérias especiais crescem no leite. Elas por sua vez produzem mais proteínas e evitam que possam surgir algumas bactérias malignas no nosso intestino. Outro fator importante que justifica o uso do iogurte na nossa alimentação é que ele permite uma melhor absorção de ferro e fosfato, minerais fundamentais para o desenvolvimento e o crescimento das crianças através do fortalecimento dos ossos e do sangue.

• Ferve o leite de soja e deixe-o esfriar até atingir a temperatura de 30ºC. Caso você não possua um termômetro, basta apenas colocar uma gota sobre a pele e verificar se o leite está mormo.

• Esprema uma (01) banda de limão ou coloque alguns pedaços de miolo de pão no leite. Este procedimento ajudará eficientemente na fermentação.

• Coloque o leite em fermentação em um recipiente limpo de plástico, alumínio ou vidro e deixe descansar por um(1) dia.

• Coma com frutas e/ ou mel, evitando ao máximo o uso de açúcar industrializado.

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SECADOR SOLAR DE BAIXO O CUSTO PARA FRUTAS E HORTALIÇAS

MATERIAL UTILIZADO

• 1 Caixa de madeira (pode-se utilizar caixa de frutas como uva, caqui, etc. ou pode-se construir uma caixa exclusivamente para isso);• 2 m² de plástico de estufa (se você tiver algum outro plástico transparente pode utilizá-lo, lembrando que provavelmente será menos resistente aotempo);• 2 m² de plástico preto resistente;• 1 placa de isopor (se você optar por construir seu secador com este material);• 1 caixinha de percevejos (tachinhas);• Cola de silicone (1 bastão grande ou 2 pequenos);• 0,5 m² tela de malha bem fina de nylon (do tipo utilizado para impedir a entrada de moscas e pernilongos);• 2 m de barbante;• Tinta branca própria para exteriores (o suficiente para se pintar o exterior de uma caixa de frutas);• 1 m² de tela para colocar os alimentos a serem secos (esta tela pode ser igual a de viveiro de passarinho, ou outro tipo que esteja disponível ou ainda pode-ser produzida com hastes de bambu, use sua imaginação);• Cola branca, ou cola para isopor;• Pregos• Parafusos compridos (por volta de 6 cm).

FERRAMENTAS NECESSÁRIAS

• Martelo;• Pistola de cola de silicone;• Furadeira (elétrica ou manual);• Broca de furadeira de 5/8 (1,5 cm de diâmetro ou próximo disso);• Pincel;• Estilete ou tesoura;

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MONTAGEM

1) Lixar e pintar a caixa de madeira. Pintar a parte de fora com tinta branca para exteriores. Isso protegerá parcialmente a caixa dos efeitos do sol e da água. Deve-se pintar apenas a parte de fora da caixa.2) Com furadeira, utilizando-se a broca de 5/8 deve-se fazer orifícios nasextremidades da caixa do seguinte modo:

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Pode-se fazer por volta de 9 orifícios de cada lado. Esses orifícios servem para entrada e saída de ar. O ar entra pelos orifícios na parte inferior da caixa, retira água do alimento que está em processo de secagem e sai pelos orifícios na parte superior da caixa.Deve-se tomar cuidado para que a posição dos orifícios não coincida com a posição da tela que deve ficar mais ou menos no meio da caixa. O ideal é que os orifícios da parte inferior (os de entrada de ar) fiquem posicionados abaixo da tela e que os orifícios da parte superior (os de saída de ar) fiquem posicionados acima da tela. Por exemplo, se a caixa possui 13 cm de profundidade pode-se fazer um traço a 3,5 cm para marcar a linha onde serão feitos os orifícios de baixo e um traço a 9,0 cm para marcar a linha onde serão feitos os orifícios de cima, a tela pode ser fixada a 6 cm, como no desenho abaixo:

3) Depois de feitos os furos na caixa, deve-se fixar uma tira da tela de malha bem fina sobre cada conjunto de furos (superior e inferior) na parte de dentro da caixa. Essas telas protegerão o secador contra a entrada de insetos como abelhas e moscas. Para a fixação da tela podem-se utilizar os percevejos, a cola de silicone ou ambos.

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4) Medir a caixa de madeira a ser utilizada, e cortar a chapa de isopor de modo a forrar a caixa de madeira. Deve-se medir o local correspondente aos orifícios de entrada e saída de ar e cortar o isopor com estilete nessa medida forma a deixar livres a entrada e saída de ar.Exemplo: para uma caixa de uvas com dimensões de 35 cm x 49 cm x 13 cm de profundidade, deve-se cortar 2 pedaços de isopor com 49 cm x 13 cm, um pedaço de 35 cm x 49 cm e dois pedaços de 35 cm x 13 cm. Nesses dois pedaços de 35 cm x 13 cm deve-se medir a área correspondente aos furos na caixa de madeira e cortar com estilete para que não ocorra a obstrução dos orifícios.

5) O plástico preto deve ser colocado por cima do isopor, caso este seja utilizado, ou forrando a caixa e madeira. Pode-se cortar as partes do plástico e colar com cola de silicone ou pregar com percevejos. Obs.: a cola de silicone fixa melhor que percevejos no caso de se usar forro de isopor.

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6) O próximo passo é colocar o plástico de estufa. Para tanto se deve utilizar dois pedaços de madeira com tamanho próximo ao da largura da caixa. Prega-se com os percevejos o plástico de estufa nos pedaços de madeira da seguinte maneira:

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O plástico deve ser duplo, ou seja, colocado nos 2 lados da madeira, assimpode-se aumentar o efeito estufa na caixa.

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7) Fixação da tela - fixar a tela entre orifícios inferiores e superiores da caixa. Deve-se utilizar material que esteja disponível. Como material alternativo pode-se utilizar grade excluidora de colméia de abelhas, chapa de manufatura de moedas, tela de viveiro de passarinhos, etc... O ideal é se adaptar e utilizar o material que estiver disponível. Quanto menor a malha da tela, melhor para secar alimentos pequenos, pois estes quando perdem umidade diminuem de tamanho e podem eventualmente passar pelos orifícios da tela.

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A tela de viveiro de passarinho foi fixada com auxílio de pedaços de madeira que foram parafusados na caixa. Note que a tela foi presa ao pedaço de madeira para ter maior firmeza.

A grade de colméia de abelhas está apenas apoiada sobre os pedaços de madeira que foram parafusados na caixa de madeira. Isso foi possível graças à rigidez da tela.

Dessa maneira o secador está pronto para uso.

POSICIONAMENTO

O secador deve estar voltado para o norte e sua inclinação deve ser 0º no verão. Na primavera e outono deve ser latitude local. No inverno a inclinação deverá ter a latitude local + 10°. Por exemplo, em Miguel Pereira (RJ) a latitude é de 22°, portanto

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a inclinação do secador no verão deve ser de 0°, no outono e primavera deve ser de 22o, e no inverno deve ser de 22° + 10° = 32°.

Outros exemplos de cálculo de inclinação do secador para diferentescidades:

Para se saber onde se encontra o norte basta abrir os braços e apontar a mão direita para onde nasce o sol (este será o leste). A mão esquerda então apontará para o oeste, você estará com o rosto voltado para o norte. Esta é a direção para onde o secador deve apontar.Para manter o secador na inclinação correta pode-se construir um cavalete de madeira ou colocar um caixote de madeira com tijolos até que se alcance a inclinação desejada. A medição da inclinação do secador pode ser feita com um transferidor. Para isso, basta fixar o centro do transferidor na base inferior do secador e erguer o secador até este alcançar a angulação desejada no transferidor.

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DESPESAS

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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES DICAS

• Quando for secar os alimentos é interessante amarrar um barbante ao redor do secador (na parte inferior) para que o vento não levante o plástico.Lembrando que esse plástico é o responsável pelo efeito estufa dentro dacaixa que acarretará na secagem dos alimentos;• Antes de iniciar a secagem deve-se escolher um local de grande insolação;• Ao escolher um local para secagem, deve-se observar se não há formigueiros, ou outro tipo de insetos e animais por perto.

DICAS DE SECAGEM DE ALIMENTOS

Os vegetais devem ser os mais frescos possíveis. Pode-se levar de 3 a 8 dias para secar, dependendo da intensidade a luz, calor e umidade do ar.

Banana – o ideal é que as bananas não estejam verdes e nem muito maduras. Pode-se utilizar a banana inteira, cortar em rodelas ou dividida ao meio.

Maçã – deve-se descascar, cortar em fatias e retirar o miolo. As cascas devem ser secas separadamente e podem ser usadas para fazer chá.

Manga – retirar a casca, cortar a polpa em fatias e colocar para secar.

Abacaxi – descascar, cortar em rodelas com aproximadamente 1 cm de espessura e retirar o miolo.Cada fatia deve ser cortada em 4 partes. O miolo pode ser seco separadamente.

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Caqui - a fruta deve estar semi-madura. Cortar ao meio ou em 4 partes.

Uva – lavar as uvas, retirar do cacho, desinfetar com ½ litro de água com suco de limão e colocar para secar.

Beterraba, cenoura, nabo – descascar e cortar em fatias e colocar para secar.

Jiló, chuchu, pepino, tomate, e berinjela – apenas cortar em fatias e colocar para secar.

Os alimentos secos podem ser utilizados em sopas, transformados em pó, adicionados a caldos e mingaus, pães, bolos, biscoitos, granolas, iogurtes, etc...

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COMO FAZER UMA HORTA

O PAPEL DA HORTA

A Horta é um laboratório vivo para diferentes atividades didáticas. Além disso, o seu preparo oferece várias vantagens para a comunidade. Dentre elas, proporciona uma grande variedade de alimentos a baixo custo, permitindo que toda a comunidade tenha acesso a essa variedade de alimentos através do cultivo, doação ou compra e também se envolva nos programas de alimentação e saúde desenvolvidos pelos governos municipal, estadual e federal. Portanto, o consumo de hortaliças cultivadas em pequenas hortas auxilia na promoção da saúde. Através da horticultura, conscientizaremos a todos da importância da terra ter todos os nutrientes para que a semente se desenvolva em todo o seu potencial, livre de qualquer doença. Essas atividades também asseguram que todos resgatem a cultura alimentar brasileira e, consequentemente, estilos de vida mais saudáveis.

A promoção da saúde permite que as pessoas adquiram maior controle sobre sua própria qualidade de vida, através da adoção de hábitos saudáveis não só os indivíduos, mas também suas famílias e comunidade se apoderam de um bem, um direito e um recurso aplicável à vida cotidiana. A alimentação equilibrada e balanceada é um dos fatores fundamentais para o bom desenvolvimento físico, psíquico e social. A alimentação de todos os indivíduos deve obedecer as “Leis da Nutrição” descritas por Pedro Escudero. Segundo essas leis, devem-se observar a qualidade e a quantidade dos alimentos nas refeições e, além disso, a harmonia entre eles e sua adequação nutricional. Uma alimentação que não cumpra essas leis pode resultar, por exemplo, em aumento de peso e deficiências de vitaminas e minerais (Silva, 1998). Do conjunto de temas que podem compor a Horta, a alimentação tem papel de destaque, pois permite que todas as pessoas tragam as suas experiências particulares e exercitem uma experiência concreta. Além disso, a alimentação é essencial para o bom desenvolvimento humano; dessa forma os estímulos da alimentação saudável irão propiciar um excelente desenvolvimento físico e mental.

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QUEM SÃO OS RESPONSÁVEIS PELA HORTA?

Caso seja possível, o preparo da horta deve ser feito, sob orientação de um agrônomo ou técnico agrícola. Lembre-se que a escolha das hortaliças e todo o processo de planejamento e execução da horta devem ser feitos com a participação de todas as pessoas da comunidade. As pessoas devem podem ter uma escala de preparo, plantio e cuidado dos canteiros. Isso garante que elas se envolvam nos trabalhos e, além de modificar hábitos alimentares, elas também estarão obtendo informações diversas e administrando a horta com responsabilidade. Assim, a participação direta de todos proporciona motivação para o trabalho e para o verdadeiro aprendizado.

PASSOS PARA O PREPARO DA HORTA

1º Passo LOCALIZAÇÃOO local apropriado para o cultivo das hortaliças deve apresentar as seguintes características:Terreno plano;Terra revolvida (“fofa”)Boa luminosidade e voltada para o nascente;Disponibilidade de água para irrigação e sistema de drenagem, por exemplo, canaletas;Longe de sanitários e esgotos;Isolado com pouco trânsito de pessoas e animais.

2º Passo FERRAMENTASAlgumas ferramentas são essenciais para o preparo da terra e plantio das hortaliças:Enxada: é utilizada para capinar, abrir sulcos e misturar adubos e corretivos como serragem à terra.Enxadão: é utilizado para cavar e revolver a terra.Regador: serve para irrigar a horta.Ancinho: é utilizado para remover torrões, pedaços de pedra e outros objetos, além de nivelar o terreno.Sacho: é uma enxada menor que serve para abrir pequenas covas, capinar e afofar a terra.Carrinho-de-mão: é utilizado para transportar terra, adubos e ferramentas.

3º Passo PREPARO DO CANTEIROAntes de iniciar a preparação dos canteiros, deve-se limpar o terreno com auxílio de algumas ferramentas como enxada, ancinho e carrinho-de-mão.Com auxílio de uma enxada, revira-se a terra a uns 15 cm de profundidade.Com o ancinho, desmancham-se os torrões, retirando pedras e outros objetos, nivelando o terreno.

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Iniciar a demarcação dos canteiros com auxílio de estacas e cordas com a seguinte dimensão; 1,20m x 2 a 5m e espaçamento de um canteiro a outro de 50 cm.Caso o solo necessite de correção, podem ser utilizadas cal hidratada ou serragem.

4º Passo ADUBAÇÃO DOS CANTEIROS

Resíduos vegetais e animais, tais como palhas, galhos, restos de cultura, cascas e polpas de frutas, pó de café, folhas, esterco e outros, quando acumulados apodrecem e, com o tempo, transformam-se em adubo orgânico ou húmus, também conhecido por composto ou natural. Essa transformação é provocada por microrganismos aeróbicos ( bactérias que necessitam de oxigênio para viver). Eles decompõem a celulose das plantas e quanto mais nitrogênio tiverem à sua disposição, mais rápido atuarão, através do calor que se produzirá no material depositado. Por isso, deve ser fornecido aos microrganismos aquilo de que mais necessitam: ar, umidade e nitrogênio.

PROCEDIMENTOS:

1.Em um espaço fechado, como uma caixa, coloca-se no chão uma fileira de tijolos, cujos intervalos devem ser cobertos por sarrafos, para deixar passar o ar.2.Em seguida, acumulam-se várias camadas( cerca de 20cm cada um), de matéria vegetal, espalhando sobre cada uma delas, uma camada de uréia que contém nitrogênio.3.Mantém-se o composto sempre úmido, sem ensopá-lo, molhando seguidamente comum regador.4.Quando o composto começar a se aquecer, deve ser protegido da chuva, coberto com tábuas velhas ou com plástico.5.Cerca de 1 ou 2 meses mais tarde, o composto deve ser revolvido; as partes que estavam em cima e dos lados devem ser colocados no centro.6.Após 1 ou mais meses, o composto estará pronto para ser usado na horta ou na lavoura, para posteriormente fazer as covas e os canteiros.

5º Passo COVAS E SEU PREPAROAs covas devem ser feitas com antecedência, no mínimo, 18 dias antes do plantio ou transplantio.O espaçamento entre as covas varia de acordo com a hortaliça a ser plantada.As covas deverão ter a seguinte dimensão: 20x20cm ou 30x30cm de largura e 20 a 30cm de profundidade.

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A tabela abaixo oferece algumas informações importantes na hora do preparo das covas:

6º Passo COMO CUIDAR DA HORTAA horta deve ser regada duas vezes ao dia, mas lembre-se que isso varia de região para região, pela diferença de clima entre elas. O solo não pode ficar encharcado para evitar o aparecimento de fungos e consequentemente provocar o estresse da planta deixando-a doente. A cada colheita, deve ser feita a reposição do adubo para garantir a qualidade da terra e das hortaliças.

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Veja agora qual a safra de algumas hortaliças.

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APRENDENDO SOBRE OS NUTRIENTES ENCONTRADOS NOS ALIMENTOS

Após o preparo da horta, é necessário conhecer alguns conceitos relacionados à alimentação e saúde.

O QUE É NUTRIENTE?

Os alimentos possuem substâncias que são essenciais para o desempenho das atividades do dia-a-dia como andar, correr, trabalhar, estudar, etc. Essas substâncias são chamadas de nutrientes. Existem 5 tipos de nutrientes: carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais. Veja abaixo a função de cada um desses nutrientes.

CARBOIDRATOS

Os Carboidratos oferecem energia para nosso corpo sob a forma de açúcares (presente nas frutas e hortaliças) e amido (milho, trigo). Eles são a primeira fonte de energia para o desempenho das nossas atividades diárias. Os carboidratos podem ser encontrados nas frutas, hortaliças, pães, macarrão, arroz, mandioca, batata, milho, entre outros.

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PROTEÍNAS

As proteínas são essenciais para construir e manter nossos músculos, cabelo e tecidos do corpo, principalmente no crescimento durante a infância. Também são importantes na constituição de células, anticorpos, das enzimas presentes no organismo e hormônios. São encontradas nas carnes vermelhas, brancas, no leite e derivados (queijo, requeijão, iogurte), ovos, e nas leguminosas como ervilha, soja e feijão.

GORDURAS

As gorduras são umas fontes de energia que está armazenada no nosso corpo e serve para transportar algumas vitaminas como a vitamina A, fornecer compostos chamados ácidos graxos essenciais que favorecem a manutenção da saúde. Porém, as gorduras têm que ser bem escolhidas na alimentação, pois, em excesso, provoca algumas doenças como a obesidade, hipercolesterolemia, doenças cardiovasculares, em número crescente no país. As fontes de gordura são a margarina, toucinho, e os óleos vegetais (como de canola, milho, soja) e animais como banha de porco.

VITAMINAS

As vitaminas ajudam na manutenção de todas as atividades diárias das crianças. Apesar de não serem fonte de energia, elas estão envolvidas no bom funcionamento dos aparelhos circulatório, respiratório e digestivo e atuam, juntamente com outros nutrientes, para formar enzimas e controlar a queima de açúcares e proteínas dentro das células.As vitaminas estão presentes nas hortaliças e frutas em geral e podem ser classificadas em lipossolúveis (A,D,E e K) e hidrossolúveis (C e complexo B).

MINERAIS

Os minerais são elementos obtidos na alimentação para ajudar na formação de estruturas do corpo, como por exemplo, os ossos. A ausência de alguns minerais na alimentação pode resultar doenças como anemia, osteoporose e bócio. Os minerais também não oferecem energia para o corpo e estão presentes nas carnes, frutas, hortaliças e leite.

HIGIENE É FUNDAMENTAL NO PREPARO DAS HORTALIÇAS

A terra usada no cultivo das hortaliças abriga muitos microorganismos, que se não forem retirados do alimento, podem provocar doenças graves. Para evitar isso, é importante observar algumas regras básicas de higiene, que serão descritas a seguir:

1.As hortaliças, que serão comidas cruas, devem ser lavadas em água filtrada ou fervida e, em seguida, mergulhadas num recipiente com vinagre (1 litro de água para 1 colher de sopa de vinagre) por 15 minutos. Depois de tirá-las do vinagre, lave novamente na água filtrada ou fervida.

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2.Antes de cortar as hortaliças, é necessário que você também lave corretamente as mãos para retirar a sujeira que está nelas, principalmente, entre os dedos e nas unhas.3.As hortaliças devem ser mantidas longe de insetos, animais, poeira e fumaça. Além disso, é importante que elas fiquem longe também dos produtos químicos que podem provocar intoxicação.

4.A manutenção da higiene na cozinha também é importante para evitar a contaminação das hortaliças. Deixe o local sempre limpo, não deixando restos de comida por muito e também esvazie o lixo, sempre. Assim, a cozinha estará limpa e livre de contaminação.

COMO ARMAZENAR E PREPARAR AS HORTALIÇAS?

TUBÉRCULOS E RAÍZES

Os tubérculos e raízes têm muitos nutrientes. É necessário lavá-los muito bem para retirar a sujeira da terra. Estes alimentos são ricos em carboidratos, vitaminas e sais minerais.

BatataComo pode ser feita nas refeições? Assada, cozida, frita.Quais são os seus nutrientes? Carboidratos, vit. C e sais minerais na casca.Quando ele está bom? A casca é lisa, sem brotos nem manchas.Como guardar para não estragar? Em lugar escuro e seco por 15 dias.Dicas para uma alimentação saudável: È proibida a venda de batata verde que esteja germinando

Batata-doceComo pode ser feita nas refeições? Assada, cozida, frita e doces.Quais são os seus nutrientes? Carboidratos, vitaminas e sais minerais.Quando ele está bom? É limpa, firme, sem manchas.Como guardar para não estragar? Em lugar escuro e seco por15 diasDicas para uma alimentação saudável: Aproveite as folhas para saladas e refogados.

BeterrabaComo pode ser feita nas refeições? Vitaminas, sucos, refogada, cozida, frita.Quais são os seus nutrientes? Rica em açúcar, vitaminas, sódio e potássio.Quando ele está bom? A cor é forte, de casca lisa e folhas brilhantes.Como guardar para não estragar? Em lugar escuro e seco por 15 diasDicas para uma alimentação saudável: Use as folhas em ensopados, refogados e saladas.

CenouraComo pode ser feita nas refeições? Crua em saladas, pratos salgados e doces.Quais são os seus nutrientes? Vitamina A e sais mineraisQuando ele está bom? É bem lisa, firme, de cor uniforme.Como guardar para não estragar? Na geladeira por 15 dias.Dicas para uma alimentação saudável: As folhas são ricas em vitamina A e podem ser usadas em bolinhos e saladas

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MandiocaComo pode ser feita nas refeições? Depois de cozida pode ser frita, ensopada ou refogada.Quais são os seus nutrientes? Rica em carboidratos, vitamina B.Quando ele está bom? Estala quando se quebra ao meio e tem polpa sem manchas ou nervuras.Como guardar para não estragar?Em temperatura ambiente por 2 dias.Dicas para uma alimentação saudável: Para durar mais descasque cubra com água e deixe em vasilha tampada até o momento de usar.

MandioquinhaComo pode ser feita nas refeições? Refogados, sopas e purês.Quais são os seus nutrientes? Vitaminas C e B, cálcio e fósforo.Quando ele está bom? É lisa, sem marcas de cor uniforme.Como guardar para não estragar? Em lugar fresco e arejado por 3 diasDicas para uma alimentação saudável: É indicada para alimentação infantil por serEnergética

NaboComo pode ser feita nas refeições? Em saladas, conservas, sopas e purês.Quais são os seus nutrientes? É rico em fibras e cálcioQuando ele está bom? A pele é limpa e branca e fica duro quando maduroComo guardar para não estragar? Na geladeira por 2 semanasDicas para uma alimentação saudável: As folhas têm vitaminas A e C, além de cálcio.Podem ser usadas em saladas e refogados.

RabaneteComo pode ser feita nas refeições? Cru, em saladas e conservas; refogado e ensopado.Quais são os seus nutrientes? Vitaminas B e C, cálcio, fósforo e ferro.Quando ele está bom? Liso, firme, brilhante, sem rachaduras.Como guardar para não estragar? Na geladeira por 1 semanaDicas para uma alimentação saudável: As folhas podem ser usadas em saladas ou refogados.

FOLHAS E TALOS

As folhas e talos devem ser muito bem lavados em água corrente, para eliminar sujeiras e microorganismos. Deve-se deixar de molho numa mistura contendo 1 litro de água e 1 colher de sopa de vinagre por 15 minutos. Estes alimentos são ricos em vitaminas, sais minerais e fibras. Ao comprar escolha sempre folhas novas.

AcelgaComo pode ser feita nas refeições? Saladas e sucos, refogada, gratinada, suflês e bolinhos.Quais são os seus nutrientes? Vitaminas A e C e niacinaQuando ele está bom? A cor é firme, as folhas sem marcas.Como guardar para não estragar? Na geladeira por 5 dias.

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Dicas para uma alimentação saudável: Deve ser lavada com água e vinagre para ser consumida.

AgriãoComo pode ser feita nas refeições? Saladas e sucos.Quais são os seus nutrientes? Vitaminas A, C e do complexo B.Quando ele está bom? Folhas verdes, brilhantes e firmes.Como guardar para não estragar? Na geladeira por 3 dias.Dicas para uma alimentação saudável: Use os talos para fazer bolinhos, omeletes e sopas.

AlfaceComo pode ser feita nas refeições? Saladas e sopas.Quais são os seus nutrientes? Vitaminas A e C e niacina.Quando ele está bom? Firme, de cor definida e sem marcas.Como guardar para não estragar? Na geladeira em saco plástico, por 5 dias.Dicas para uma alimentação saudável: É diurética e refrescante.

AlmeirãoComo pode ser feita nas refeições? Cru em saladas.Quais são os seus nutrientes? Sais minerais, vitaminas A, B2 e niacina.Quando ele está bom? Folhas verdes e firmes;.Como guardar para não estragar? Na geladeira em saco plástico, por 5 dias.Dicas para uma alimentação saudável: Sirva com molho de alho refogado no óleo.

CouveComo pode ser feita nas refeições? Refogada, cozida e sopa.Quais são os seus nutrientes? Cálcio, fósforo e ferro.Quando ele está bom? Folhas verdes e sem marcas.Como guardar para não estragar? Na geladeira por 1 semana.Dicas para uma alimentação saudável: Aproveite os talos para sopas.

EscarolaComo pode ser feita nas refeições? Crua, em saladas e cozida, em recheios de tortas e sopas.Quais são os seus nutrientes? Vitaminas A, B2, niacina e do complexo B.Quando ele está bom? Folhas de cor definida e lisa.Como guardar para não estragar? Na geladeira em saco plástico, por 5 dias.Dicas para uma alimentação saudável: É de fácil digestão.

EspinafreComo pode ser feita nas refeições? Cru, em saladas e cozido, em recheios de tortas e sopas.Quais são os seus nutrientes? Rico em ferro e vitaminas A e do complexo B.Quando ele está bom? Folhas de cor definida e lisa.Como guardar para não estragar? Na geladeira em saco plástico, por 5 dias.

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Dicas para uma alimentação saudável: Use os talos para fazer bolinhos, omeletes e sopas.

RepolhoComo pode ser feita nas refeições? Cru, em saladas e conservas. Cozido e refogadoQuais são os seus nutrientes? Vitaminas A e C.Quando ele está bom? É pesado, firme e claro.Como guardar para não estragar? Na geladeira por 10 a 15 dias.Dicas para uma alimentação saudável: Se for usar uma parte, tire apenas as folhas externas para durar mais.

FLORES

AlcachofraComo pode ser feita nas refeições? Crua, cozida, assada e refogada.Quais são os seus nutrientes? Ferro.Quando ele está bom? Folhas macias e sem marcas.Como guardar para não estragar? Em saco plástico, na geladeira por 3 dias.Dicas para uma alimentação saudável: Para cozinhar, corte o talo na base e as pontas.com uma tesoura. Depois de cozida, abra e tire os espinhos.

BrócolisComo pode ser feita nas refeições? Cozida em água fervente ou no vapor.Quais são os seus nutrientes? Cálcio e ferro.Quando ele está bom? Talos e flores verdes e sem marcas.Como guardar para não estragar? Na geladeira por 1 semana.Dicas para uma alimentação saudável: As folhas e talos são ricos em Vit. A.

Couve-florComo pode ser feita nas refeições? Cozida, em saladas, gratinadas e empanados.Quais são os seus nutrientes? Vitamina A e sais minerais.Quando ele está bom? Folhas em bom estado, talos firmes e brilhantes e o buquê bem cheio e sem manchas.Como guardar para não estragar? Em saco plástico, na geladeira por 5 dias.Dicas para uma alimentação saudável: De fácil digestão.

VEGETAIS COM POLPA E SEMENTES

Os vegetais com polpa e sementes podem ser preparadas nos pratos de todo o dia e até em doces. Ao escolher prefira vegetal com polpas firmes e brilhantes, sem marcas de deterioração.

AbobrinhaComo pode ser feita nas refeições? Saladas, refogados e suflês.Quais são os seus nutrientes? Sais minerais, fibras.Quando ele está bom? Firme, de cor brilhante e sem furos.Como guardar para não estragar? Na geladeira por 5 dias a 1 semana.Dicas para uma alimentação saudável: Cozinhe no máximo por 15 minutos com pouca água.

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AbóboraComo pode ser feita nas refeições? Cozidos, sopas, purês, refogados e em doces.Quais são os seus nutrientes? Vitaminas A e B, cálcio e fósforo.Quando ele está bom? Casca firme e sem partes moles.Como guardar para não estragar? Quando verde em lugar fresco e arejado e maduro na geladeira por até 3 meses.Dicas para uma alimentação saudável: Aproveite as sementes, asse no forno e sirva como aperitivo.

BerinjelaComo pode ser feita nas refeições? Frita, empanada, com molho e à parmegiana.Quais são os seus nutrientes? Sais minerais.Quando ele está bom? Bem firme e pesada, sem furos, de cor roxo-brilhante.Como guardar para não estragar? Na geladeira em saco plástico, por 5 dias.Dicas para uma alimentação saudável:Para tirar o gosto amargo, corte em fatias, polvilhe com sal e deixe escorrer numa peneira até soltar o caldo escuro. Seque com papel toalha.

ChuchuComo pode ser feita nas refeições? Refogados, suflês, saladas, pudins e doces.Quais são os seus nutrientes? Vitamina B5, cálcio e fósforo.Quando ele está bom? Firme, sem manchas e de cor verde-claro.Como guardar para não estragar? Na geladeira por 1 semana.Dicas para uma alimentação saudável:Não compre ou use chuchus murchos ou amarelados.

ErvilhaComo pode ser feita nas refeições? Ensopados, cozidos, saladas, risotos e com carnes.Quais são os seus nutrientes? Sais minerais, vitaminas A e B.Quando ele está bom? Vagem lisa, cheia e bem pesada, sem marcas ou manchas.Como guardar para não estragar? Na geladeira em saco plástico, por 2 dias.Dicas para uma alimentação saudável:Se não for época de ervilha fresca, use a conserva.

JilóComo pode ser feita nas refeições? Refogados, frituras e ensopados.Quais são os seus nutrientes? Sais minerais, vitaminas A e B.Quando ele está bom? Não tem marcas e é bem firme.Como guardar para não estragar? Na geladeira por 1 semana.Dicas para uma alimentação saudável:O sabor amargo é diminuído quando o jiló é frito.

Milho-verdeComo pode ser feita nas refeições? Cremes, sopas, refogados, saladas, tortas.Quais são os seus nutrientes? Vitamina B1, sais minerais e carboidratos.Quando ele está bom? Folhas verdes e vivas. Grãos macios.Como guardar para não estragar? Com a palha em temperatura ambiente e sem a

palha na geladeira por 3 dias.

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Dicas para uma alimentação saudável: O milho em conserva mantém o valor nutritivo.

PepinoComo pode ser feita nas refeições? Saladas, conservas e patês.Quais são os seus nutrientes? FlúorQuando ele está bom? Cor verde-escuro e sem machucados.Como guardar para não estragar? Na geladeira por 5 dias.Dicas para uma alimentação saudável: Deve ser comido com casca (bem lavado) pois facilita a digestão.

PimentãoComo pode ser feita nas refeições? Refogados, cozidos, molhos, saladas e patês.Quais são os seus nutrientes? Vitaminas A e C.Quando ele está bom? Firme, de forma regular e cor viva.Como guardar para não estragar? Na geladeira por 3dias.Dicas para uma alimentação saudável: Para descascar mergulhe por 2 minutos em água fervente.

QuiaboComo pode ser feita nas refeições? Refogados, frituras e saladas.Quais são os seus nutrientes? Vitaminas A e B e sais minerais.Quando ele está bom? Cor verde-escuro e a ponta fácil de quebrar.Como guardar para não estragar? Na geladeira por 2 dias.Dicas para uma alimentação saudável: Para não soltar goma pingue limão ao cozinhar.

TomateComo pode ser feita nas refeições? Saladas, molhos e refogados.Quais são os seus nutrientes? Vitaminas A e C.Quando ele está bom? Firme de casca brilhante e lisa.Como guardar para não estragar? O verde, em temperatura ambiente e o maduro, na geladeira por 1 semana sem lavar.Dicas para uma alimentação saudável: Escalde com água fervente e puxe a pele.

VagemComo pode ser feita nas refeições? Cozida em saladas, refogados, gratinados e pudins.Quais são os seus nutrientes? Vitamina A e sais minerais.Quando ele está bom? É firme e de formato uniforme.Como guardar para não estragar? Na geladeira, por 1 semana em saco plástico.Dicas para uma alimentação saudável: Cozinhe com pouca água depois de tirar o fio.

Depois de aprender sobre a importância de uma horta, como plantar as hortaliças e saber quais os nutrientes que elas contêm, você poderá fazer uma horta na sua comunidade ou até mesmo na sua casa. Lembre-se que é sempre bom contar com a ajuda de quem já sabe como o agrônomo ou um líder na sua comunidade.

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A higienização correta das hortaliças garante que as sujeiras da terra saiam das hortaliças e, consequentemente, o risco de diarréia, dores de cabeças e muitas doenças sejam muito menores para todos. Além disso, é importante que todas as dicas de conservação das hortaliças sejam seguidas para que os nutrientes sejam aproveitados para a promoção da sua saúde e de toda a comunidade.

COMO CONSTRUIR UM AEROGERADOR DOMÉSTICO

Este circuito baseia-se num motor de 220 VDC, 5A usado nas passadeiras rolantes de ginástica, pode usar um outro qualquer motor de corrente contínua procedendo aos ajustes necessários para se adaptar ás pás da turbina. Pode usar qualquer outro motor desde que debite pelo menos 1 Volt.

Aerogerador doméstico 100W - Pás

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INTRODUÇÃO

A segurança é mais importante que a eletricidade, execute os circuitos usando o maior cuidado possível. Os geradores eólicos podem ser perigosos quando expostos a ventos fortes as peças móveis podem produzir estragos. Salvaguarde a sua segurança e a segurança do ambiente circundante

FERRAMENTAS

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MATERIAIS PARA O AEROGERADOR

Montagem -Tubo 90Cm, 1" Diâmetro -Centro de parabólica 2''

Motor -260 VDC, 5 A Ex: Motor de uma passadeira rolante -30 - 50 Amp Diodos ou ponte retificadora -2 x 5/16” x ¾” Anilhas -3" X 11" tubo de PVC

Pá de Orientação -1 m2 (aprox.) Plástico Rígido ou Metal -2 X ¾" Parafusos auto-roscantes - P.Porco

Lâminas - Pás -Tubo de 24" por 8" PVC (se for resistente a UV, não necessita pintar)

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PREPARAÇÃO

Cortar as Pás - o tubo permite cortar 5x2 pás.

1. Utilize um tubo de PVC numa superfície lisa e corte tiras retangulares iguais.

2.Entre extremos opostos corte em diagonal deixando 30mm até ao vértice. 3.Verifique a figura.

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CURVATURA DAS PÁS E FIXAÇÃO DAS PÁS.

Verifique a curvatura das futuras lâminas do gerador.

O ângulo de ataque (leading) edge deve ser arredondado de modo a oferecer menor resistência ao ar, o ângulo de saída (tailing) edge wants deve ser agudo

de modo a que o ar possa sair sem dificuldade..

Arestas vivas devem ser removidas

1. O motor deve ser aparafusado ao apoio central e fixo no tubo de suporte, é importante que o eixo do motor esteja perfeitamente equilibrado em relação ás pás.

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COMO CONSTRUIR UM AQUECEDOR DOMÉSTICO

O sistema de aquecimento tem o mesmo princípio de funcionamento do sistema tradicional de aquecimento solar de água, diferenciando-se do mesmo pelo tipo de material utilizado e da possibilidade de autoconstrução.

O seu funcionamento se inicia quando a energia solar irradiante, luz e infravermelho, incide sobre a superfície preta dos coletores. A energia absorvida transforma-se em calor e aquece a água que está no interior dos coletores. A água aquecida diminui a sua densidade e começa a se movimentar em direção à caixa, dando início a um processo natural de circulação da água, chamado de termo-sifão. Para tanto o reservatório deve estar mais alto que os coletores. Esse processo é contínuo, enquanto houver uma boa irradiação solar ou até quando toda água do circuito atingir a mesma temperatura.

A água aquecida fica armazenada num reservatório termicamente isolado que evita perda de calor para o ambiente. No aquecedor o sistema de apoio térmico é formado por um chuveiro elétrico ligado em série com um dimmer (controlador eletrônico de potência de um chuveiro elétrico), que permite um ajuste fino na elevação da temperatura da água do banho. A tubulação que interliga os coletores, o reservatório e o chuveiro elétrico pode ser montada com os tubos tradicionais de PVC utilizados normalmente em instalações hidráulicas residenciais.

A operação do sistema pode ser explicada com maior facilidade se dividirmos todo o sistema em quatro partes fundamentais:

1- Reservatório2- Coletores3- Chuveiro elétrico com misturador e dimmer para apoio térmico4- Sistema geral de tubos

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O Reservatório

Tem a função de armazenar, no decorrer de um dia, a água aquecida pelo coletor solar.

Em seu interior ficam dois componentes típicos do aquecedor; são eles:- Torneira de bóia associada a um tubo vertical. Serve para levar água fria ao fundo da

caixa.- Pescador. Serve para levar ao chuveiro a água que fica na camada de água mais alta e

mais quente dentro da caixa.

Além da caixa de água tradicional, outros recipientes industrializados tais como; o tambor de plástico ou a caixa de EPS (isopor) revestida interiormente com filme plástico pneumático (à prova de vazamento), podem servir como reservatório.

Independente do tipo de recipiente utilizado, todos devem receber um isolamento térmico externo para minimizar as perdas de calor nas laterais e na tampa superior. Mas conhecemos aplicações sem isolamentos, já que isso depende muito das necessidades térmicas do usuário.

O Coletor - o principal componente de um aquecedor solar de água.

O coletor solar tem a função de aquecer água. Com a incidência da luz solar em sua superfície exposta ao sol, a água armazenada em seu interior aquece e diminui de densidade, tornando-se mais leve que a água fria. Assim, a água presente no interior dos coletores se movimenta para o reservatório e simultaneamente a água estocada no reservatório flui em direção ao coletor.

Os coletores do aquecedor são fabricados com placas de forro de PVC. Em breve será oferecida tecnologia semelhante baseada no polipropileno alveolar. Os coletores se diferem dos outros por não utilizarem caixa e cobertura de vidro, que permitem a obtenção do efeito estufa (aquecimento adicional).

A obrigatória ausência da cobertura de vidro não permite que a água aqueça demais, o que afetaria a integridade dos componentes de PVC, que tem limite de temperatura. Isto traz vantagens como: redução do perigo da água quente ferir crianças e a possibilidade do uso de tubos de PVC de água fria, entre outras.

O Misturador de água quente e sistema de apoio térmico

O misturador permite que a água aquecida pela energia solar chegue ao chuveiro. Caso a água aquecida esteja a uma temperatura abaixo do desejado, o usuário complementa o aquecimento por meio do acionamento de um dimmer (controlador da energia fornecida pelo chuveiro elétrico). Nos sistemas tradicionais o apoio térmico normalmente fica instalado no reservatório térmico e o conjunto misturador tradicional necessita de tubulação prévia quente/fria.

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O Sistema hidráulico

A tubulação pode ser feita com tubos comerciais de PVC marrom, considerando a natural limitação térmica do coletor solar. Isto evita a utilização mais complexa e custosa dos tubos de cobre ou da tecnologia CPVC.

O Sistema hidráulico e as geadas

Em regiões sujeitas à incidência de geadas, é possível que ocorra o congelamento da água dentro dos coletores e tubulações expostas durante as madrugadas dos dias mais frios. Com o congelamento, a água sofre uma expansão em seu volume e provoca uma pressão nas paredes internas das placas coletoras e nos tubos de PVC. Felizmente, essa pressão é suportada pelas placas e pelos tubos de PVC, não comprometendo suas estruturas. Estas informações nos foram apresentadas por laboratórios associados a grandes fabricantes de equipamentos de PVC. Para os testes foram usados produtos novos e uma temperatura de -5°C (menos cinco graus centígrados). Em nosso entender, poderemos manter esta boa característica de flexibilidade do PVC até o fim da vida do aquecedor, desde que mantenhamos as placas e tubos sempre protegidos da radiação ultravioleta através da manutenção da qualidade da pintura preta do PVC.

Assim, o único inconveniente que as geadas podem causar é o de impedir a circulação da água nas primeiras horas da manhã. Mas com o aquecimento pelos primeiros raios solares, a água se descongela e volta a circular naturalmente, sem necessidade de nenhuma intervenção humana.

Testamos recentemente nosso coletor com placa modular de 62 por 125 cm e o tubo de 32 mm em PVC da Tigre a uma temperatura de -25 Graus por mais de 24 horas. Ambos aguentaram esta extrema situação térmica.

3. Manufatura dos componentes do sistema de aquecimento

Para montar um aquecedor é necessário manufaturar algumas peças. A equipe da NAO/UFC procurou descrever detalhadamente todos os passos necessários para a montagem dos principais componentes desse sistema, ilustrando com foto cada passo descrito no processo. Siga corretamente a seqüência de montagem para garantir a qualidade na manufatura de seu produto.

3.1 Coletores

Um sistema de aquecimento pode ser projetado para aquecer diferentes volumes de água. Neste manual será demonstrada a montagem de um sistema dimensionado para atender um consumo diário de 200 litros de água quente. A tabela abaixo fornece a quantidade de coletores de acordo com a região onde será instalado o aquecedor.

Região Quant. de coletores (p/200L)Sul / Minas Gerais 3Belo Horizonte 2Outras regiões 2

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Os principais fatores que influenciam na quantidade de coletores a serem instalados são de ordem climática, tais como poluição, umidade, vento e temperatura de cada região. Em alguns estados da região Sul sugere-se colar na superfície inferior do coletor uma placa EPS (isopor), ou manta de polietileno (PE) expandido, elevando-se assim a temperatura da água do reservatório em aproximadamente 3 a 4°C.

Para a necessidade de outros volumes de água, por exemplo, a consumida por uma grande família, mantenha essa mesma relação: 1 coletor ou 1,5 coletor para 100 litros de água, dependendo das condições atmosféricas. Caso tenha excesso de temperatura diminua um coletor, ou se a temperatura estiver baixa aumente mais 1 coletor em seu sistema.

Obs.: o volume do reservatório pode ser calculado, com boa folga, admitindo o consumo de 50 litros de água por pessoa por dia. Exemplo: uma família de cinco pessoas necessitará de uma caixa d’água de 250 litros.

A relação a seguir descreve as peças, as ferramentas e os complementos necessários para a montagem do coletor solar Ao lado de cada item, na coluna finalidade, aparece um número entre parênteses para facilitar a identificação das peças conforme apresentado na figura 2.

Quant. Componentes FinalidadeX Placa de forro de PVC alveolar modular

1,25 x 0,62 mComponente do coletor (1)

2X Tubos de PVC marrom 32 mm (φ ext.) e 700 mm de comprimento (2 por coletor)

Componente do coletor (2)

2X Luvas soldáveis de PVC marrom 32 mm Para fazer a união entre os coletores (3)

01 Adaptador de PVC marrom 32 mm x 1" Escoar a água dos coletores do aquecedor para efeito de manutenção (4)

02 Joelhos 90° de PVC marrom soldável de 32 mm

Unir os coletores aos tubos de PVC (5)

01 Cap PVC branco com rosca de 1" Fechar o adaptador da saída de água de manutenção (6)

03 Caps de PVC marrom de 32 mm Vedar as pontas do coletor no teste de vazamento e fechar definitivamente a ponta superior esquerda do coletor (7)

01 Adesivo (bi-componente) Plexus 310 ou Araldite 24h - 30 gr por placa ou resina isofitálica

Unir a placa ao tubo de 32 mm

01 Esmalte sintético preto fosco (40 ml por coletor). Nunca usar tinta denominada de “imobiliária”.

Pintar as placas do coletor

01 Placa EPS / Manta PE expandido Isolamento térmico e proteção mecânica (8)

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Quant. Lista de ferramentas Finalidade01 Trena ou metro Fazer as medidas de corte na placa e

nos tubos01 Furadeira com broca 3 mm p/ aço Fazer os furos-guia no tubo de PVC

marrom de 32 mm01 Pincel 2" ou rolo de 5 cm Pintar as placas do forro01 Espátula flexível com ponta arredondada,

tipo misturador de café/açúcarAplicar a cola sobre a união tubo PVC e placa de forro

01 Serra de extremidade livre Abrir rasgo nos tubos

Quant. Lista de complementos Finalidade01 Lixa 120 Lixar as rebarbas e superfícies01 Fita crepe Limitar a área de pintura01 Jornal Apoiar a placa sobre a superfície de

trabalho01 Tábua plana de 80 x 15 cm Guia para segurar o tubo durante o

rasgo08 Pregos de 4 cm Pressionar o tubo sobre a guia de

madeira01 Lápis Riscar o tubo de 32 mm antes de

cortá-los01 Régua de 70 cm ou outra estrutura reta Guiar o lápis para fazer o risco no

tubo01 Manual recente "Tigre - Água" Reconhecer as peças de montagem

Figura 2. Visualização das peças utilizadas na montagem de três coletores.

Importante: Caso o Monitor venha a montar coletores para terceiros, leia com muita atenção o Item Especial 11, logo abaixo. Ele trata da forma com que se elimina o fenômeno denominado "Memória de forma" característico de plásticos extrudados como nossa placa alveolar. Este

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tratamento torna o PVC menos suscetível a deformações caso ele seja sujeito a calor excessivo.

Descrição da montagem de um coletor

1. Coloque o tubo de PVC marrom de 70 cm sobre a tábua. Fixe-o com os oito pregos, dando firmeza ao conjunto. Utilizando o lápis e a régua, demarcar a área onde será feito o rasgo de 61 cm de comprimento por 1,1 cm afastamento entre linhas (espessura da placa alveolar). Centralize esse rasgo de forma que as pontas do tubo fiquem com 4,5 cm de comprimento cada.

2. Fazer um rasgo interno à área demarcada, para a introdução da serra de extremidade livre. Este rasgo pode ser feito com o auxílio de uma furadeira, com broca de 3 mm. Caso use um ferro de solda para fazer o início desse rasgo, não respire a fumaça do tubo de PVC, por ser tóxica.

3. Introduzir a ponta da lamina da serra e iniciar o corte. Faça movimentos lentos seguindo a marcação, a fim de não abrir um rasgo maior ou menor do que o necessário. Nas pontas do rasgo, fazer cuidadosamente um corte transversal para poder retirar a tira de PVC.

4. Uma vez realizados os dois cortes e retirada a tira, dar acabamento com a lixa nas superfícies cortadas e arredondar, com lima redonda, as extremidades do rasgo, levando para a largura original da placa alveolar, de 62 cm. Em seguida lixar e limpar com álcool.

Observação: Antes de prosseguir a montagem repita a seqüência de 1 a 4 no outro tubo de PVC 32 mm, medindo 70 cm.

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5. Lixar as extremidades da placa e encaixar 1 cm de placa no rasgo de cada tubo. Limpar com um pano embebido em álcool todas as superfícies que serão coladas, e tomar cuidado para não mais por as mãos nelas.

Observação: No caso de montar dois ou mais coletores fazer 2 gabaritos (ripas de madeira ou tubos de PVC), idênticos, de 123 cm cada e utilizá-los como régua-guia nas laterais de todos os coletores na hora da colagem para garantir a mesma distância entre os tubos de entrada e saída de água, o que permitirá fácil encaixe com luvas de coletor a coletor.

6. Deitar a placa sobre uma camada de 11 mm de jornal apoiada numa superfície horizontal. (Assim se mantém a posição correta dos tubos relativo à placa) Preparar sobre uma chapa limpa uma quantidade adequada do adesivo bi-componente. Se o adesivo for araldite ou resina isofitálica misture talco mineral, permitindo que o adesivo torne-se pastoso.

7. Utilizando a espátula, passar adesivo nas duas linhas ao longo dos 2 contatos tubos/placa do lado superior do coletor. Após 2 horas vire o conjunto tubos/placa e repita a operação de colagem no outro lado. Se estiver usando adesivo araldite ou resina isofitálica repita a operação somente no dia seguinte. No caso do adesivo Plexus pode-se virar a placa praticamente na mesma hora.

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8. Teste de Vazamento: Tampe três extremidades com caps de 32 mm e na outra um joelho de 90° com um tubo de 3 metros de comprimento na vertical (altura ideal). Complete com água e por 15 minutos observar se não há vazamento nas regiões que foram coladas. Se houver, reforçar o adesivo nos locais observados e refazer o teste.

Peso e área do coletor: A área de cada coletor é de 0,78 m2. Cheio de água ele pesa em média 10 kg cada. Essas informações ajudam a prever qual a área necessária para a instalação dos coletores e a carga adicional que o telhado irá suportar. Para efeitos práticos essa carga é muito pequena.

9. Após 24 horas, e após o teste de vazamento, lixar levemente uma das faces do coletor e limpar com pano e álcool. Pintar a face com esmalte sintético preto fosco usando pincel ou rolo, inclusive sobre a área da colagem e parte superior dos tubos. Use a fita crepe nos tubos, para um acabamento limpo; deixar sem tinta apenas 3 cm das pontas dos tubos para futuro encaixe dos componentes de PVC.

10. Cuidados com o coletor vazio exposto ao sol: A eliminação de memória (veja item a seguir) do coletor solar de PVC, não é um processo obrigatório, pois desde que exista a garantia de que o coletor não ficará vazio exposto ao sol, não haverá problema algum. Mas para evitar que os coletores fiquem expostos ao sol no momento da instalação do sistema, poderá ser colocado sobre os coletores uma proteção para que o sol não incida diretamente sobre os mesmos. Assim podendo utilizar materiais como: papelão, tábuas, panos, EPS (isopor), ou qualquer manta que faça uma proteção contra os raios do sol nos coletores.

Um outro processo que ajuda para que os coletores não sofram a ação do sol, seria a pintura dos coletores após tudo instalado e cheio água.

Item especial dirigido ao Monitor:Eliminação da Memória de Forma em coletores destinados a terceiros como alunos,

entidades assistenciais e outros.A placa alveolar de PVC tem uma característica denominada de memória de forma. A

placa quando aquecida, por igual, até uns 75°C reduzirá seu comprimento em 5 a 10 mm. A razão disso é o estiramento que a placa sofre, ainda quente, quando acaba de sair da extrusora. É esse estiramento que leva ao fenômeno da memória de forma.

O projeto do aquecedor familiar prevê a pintura da placa de um lado só. Pintada assim, caso exposta vazia à radiação solar intensa, ela pode entortar ficando feia apesar de operacional. Esse fenômeno pode acontecer com as placas instaladas, não representando nenhum perigo em sua operação.

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Para evitar o processo da deformação, o monitor deverá:

1- Antes de realizar a montagem do coletor (união da placa alveolar ao tubo pré rasgado), item 6 e 7 acima, pintar a placa de preto, frente e verso. Deixar uma lista de 1,5 cm sem pintura nas duas pontas da placa, protegendo-a com fita crepe. Isto é feito para permitir a posterior união placa tubo, evitando lixamento da tinta preta. Deixar a tinta secar conforme instruções do fornecedor. (Semelhante como informado no Item 9 acima)

2- eliminar a memória:Processo de duração máxima de uma hora2.1- expor a placa ao Sol.2.2- quando, após alguns minutos, iniciar uma flexão, virar a placa, expondo o outro lado ao Sol. Iniciar-se-á a contra flexão.2.3- virar novamente.2.4- seguir o processo por mais algumas vezes até a placa ficar insensível ao calor, não flexionando mais. A eliminação da memória pode levar de 20 a 60 minutos2.5 - Retornar ao processo de montagem, item 06 em diante.

3- teste de vazamento/pressão (Item 8 acima):para dar segurança ao monitor e para aquele que receberá o coletor pronto, ele deverá ser testado com uma pressão de 20 mca (dois bar, 30 libras). Para criar esta pressão nada melhor do que encher o coletor de água, completando a pressão com o ar de uma bomba de bicicleta, medindo-a com um manômetro. É o momento da verdade sobre a qualidade do processo da adesão. Por sinal, no laboratório do aquecedor, temos como limite a pressão de 40 mca. O monitor que tiver dúvidas sobre o processo de pressurização, pode falar com a equipe do NAO/UFC.

Seguir adiante, conforme os itens 1 a 9 acima.

Os Reservatórios térmicos

A principal função do reservatório térmico é armazenar água e mantê-la aquecida para ser utilizada no chuveiro. Os reservatórios dos sistemas tradicionais têm formato cilíndrico horizontal e são fabricados em aço inoxidável ou cobre com excelente isolamento térmico, já que a água atinge temperaturas de até 85°C.

A equipe do NAO/UFC considera possível a utilização de outros materiais, além do metal, na manufatura de reservatórios. Nos testes experimentais o aquecdor teve como reservatório: caixa d’água de cimento amianto, caixa termoplástica e as de resina, além de outros tipos de embalagens industriais, que após algumas alterações serviram como reservatório térmico. Caso a caixa utilizada para montar o reservatório seja de EPS (Isopor) recomenda-se impermeabilizar seu interior com filme plástico pneumático, evitando vazamentos, encharcamento do EPS e contaminação da água.

Com base em suas necessidades diárias de água aquecida, espaço disponível e possibilidade financeira, o usuário escolhe qual será o tipo de caixa que irá utilizar na

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montagem de seu reservatório. Ele pode optar em instalar uma nova caixa ou então utilizar a própria caixa d’água e adaptá-la para se tornar um reservatório térmico.

Caso tenha que instalar uma nova caixa, aconselha-se escolher uma com um formato apropriado para o local em que será instalada, observando se conseguirá transportá-la até o lugar onde será instalada. Se optar em utilizar a sua caixa de água fria, ele terá que fazer algumas adaptações para que ela se torne também um reservatório térmico, que passará a ser chamado de caixa mista (quente / fria).

A seguir será descrito o processo para montar um reservatório térmico a partir de uma caixa de cimento amianto. Caso o leitor escolha outra embalagem a descrição da montagem a ser seguida deve ser a mesma.

Descrição da montagem do reservatório térmico integral (só água quente)

A relação a seguir descreve as principais peças e complementos necessários para a montagem de um reservatório térmico. Ao lado de cada item está descrito sua finalidade.

Quant Componentes Finalidade01 Caixa de cimento-amianto, Fiberglass,

EPS, outrosArmazenar a água aquecida

02 Adaptadores soldáveis com flanges e anel de 32 mm

Unir os tubos dos coletores à caixa

03 Conjuntos de adaptadores com flanges de 25 mm

Para a torneira de bóia, pescador e o ladrão

01 Torneira de bóia preferencialmente com saída para mangueira

Repor a água do reservatório

01 Pedaço de tubo branco ou marrom de 7,5 a 10 cm de diâmetro

Reduzir o turbilhonamento da água fornecida pela torneira de bóia

01 Bóia de plástico do pescador Manter a ponta do pescador flutuando na camada mais quente da água

01 Eletrotubo flexível amarelo de aproximadamente 1 m x 25 mm de diâmetro

Componente do pescador que capta a água da camada mais quente. Mais opções de pescadores, logo adiante

XX Material isolamento térmico - serragem, jornal, forração, EPS, grama seca picada, etc.

Isolar as laterais e tampa

01 Rolo de barbante / fitilho / fita adesiva Amarrar o isolamento nas laterais e tampaXX Filme de PVC (lona de caminhão) Proteger o isolamento da caixa quando

estiver exposta ao tempoFerramentas FinalidadeSerra copo com diâmetro de 44mm para flange de 32mm

Fazer os furos na caixa de água para a interligação com os coletores

Serra copo com diâmetro de 36mm para flange de 25mm

Fazer os furos na caixa de água para a torneira de bóia, pescador e o ladrão

Observação sobre a serra copo: Para caixa de plástico usa-se a serra copo comum com dentes; para caixa de cimento amianto usa-se a serra de copo especial para cimento, e deve-se usá-la jogando água na hora do furo para não levantar e não inalar a poeira que é tóxica.

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Escolhido o tipo de reservatório que será utilizado pode-se iniciar o processo de montagem. A manufatura de uma caixa quente se resume em abrir furos nas laterais e instalar os componentes complementares de PVC que controlam a entrada e saída de água do reservatório.

1. Com a caixa vazia e seca fazer dois furos de diâmetro de 32 mm em duas paredes opostas, seguindo os seguintes padrões: o furo do lado esquerdo é a saída de água fria para os coletores e o furo da direita é o retorno da água aquecida. Instalar nesses furos os adaptadores soldáveis com flanges e anel de vedação de 32 mm. A posição do furo da esquerda é a mais baixa possível para que todo o volume de água possa ser aquecido. O furo da direita pode ser realizado até a altura equivalente a metade da altura da caixa, situação que acelera a circulação entre caixa e coletores, melhorando a eficiência térmica do aquecedor. (Veja Anexo 1).

2. Fazer um terceiro furo com diâmetro de 25 mm numa parede perpendicular a dos furos anteriores. O centro desse furo pode estar uma altura máxima da metade da altura total da caixa. Instalar nesse furo o adaptador soldável com flanges de 25 mm pelo qual passará a água da caixa para o chuveiro.

3. Fazer mais dois furos de 25 mm de diâmetro na lateral esquerda e outro na parede oposta. Procure fazer esses furos o mais alto possível, para obter um maior volume de água armazenada no reservatório. Aconselha-se que o centro dos furos mantenha uma distância de aproximadamente 8 cm da margem superior da caixa.

No furo do lado esquerdo, instalar a torneira de bóia e no furo da direita rosquear uma flange de 25 mm para o "ladrão". Conectar um tubo na saída do ladrão direcionado para um lugar onde o vazamento seja rapidamente perceptível pelo usuário, em caso de falha da torneira da bóia.

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A caixa ficará com um total de cinco furos. Os dois superiores são entrada de água da rua e a saída do ladrão. Os três furos inferiores são, entrada e saída para os coletores e a saída para o chuveiro. Não foi mencionado o furo de consumo de água fria, pois esta é uma caixa exclusiva para água quente.

Por último, mas não menos importante, deve ser feito um bom isolamento térmico da tampa e das laterais, do lado externo da caixa. A eficiência do isolamento térmico depende da espessura e da qualidade do material utilizado. A sugestão, sempre visando o baixo custo, é o uso de materiais disponíveis gratuitamente em sua comunidade.

A experiência tem mostrado que na fase da instalação e primeira operação do aquecedor o isolamento ainda não precisa ser aplicado. Quando a operação de aquecimento já for um sucesso pode-se pensar no passo do isolamento.

Montagem do reservatório térmico misto (água simultaneamente quente e fria)

A caixa mista foi desenvolvida para situações onde não é possível a instalação de mais uma caixa, seja por motivos financeiros ou por falta de espaço no forro / telhado. Nesse caso a caixa d’água fria é adaptada para tornar-se o reservatório térmico virtual. Esta opção é destinada a casas que já têm caixas com volume igual ou maior que 500 litros; assim pelo princípio da estratificação a parte superior do volume de água armazenado fica aquecida e o volume inferior se mantém fria, sem a necessidade de nenhuma barreira física para separar a água fria da água quente.

A única diferença deste modelo de reservatório em relação ao descrito anteriormente, o reservatório térmico integral, é a posição do furo de retorno de saída de água para os coletores. Por exemplo, considere uma caixa com formato cilíndrico, retangular ou quadrado. Anote na lateral da caixa o local do nível máximo de sua água (equivale a altura do fundo da bóia da torneira de bóia toda puxada para cima). Essa anotação corresponde ao símbolo H do desenho abaixo. Divida essa altura (H) em 5 partes iguais (H/5); se a caixa for de 500 litros cada uma dessas divisões tem volume de 100 litros e se a caixa for de 1000 litros cada uma dessas divisões terá 200 litros.

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Figura 3 - Posição dos furos no reservatório térmico misto

Tome como referência a linha em negrito tracejado; ela passará a ser o fundo de seu reservatório térmico misto. Assim, faça o centro do furo 1, da lateral esquerda (saída de água fria para os coletores) na altura do próprio negrito tracejado.

Faça o centro do furo 2 na lateral direita (retorno da água aquecida pelos coletores), 5 cm acima do negrito tracejado, permitindo o correto enchimento dos coletores. O furo 3, do pescador (saída de água para o chuveiro), é feito sobre o próprio negrito tracejado.

3.3 Componentes complementares do reservatório térmico

As peças complementares servem para controlar o fluxo de entrada e saída de água que circula no sistema. Elas são montadas a partir de tubos e conexões encontradas em lojas de materiais de construção. Independente do tipo de reservatório utilizado sempre haverá necessidade de instalar as peças complementares para o perfeito funcionamento do sistema.

A primeira é chamada de redutor de turbulência, é um tubo de 7,5 a 10 cm de diâmetro adaptado ao tubo do registro da bóia. A sua função é diminuir o turbilhonamento da água fria que entra, levando-a para o fundo da caixa evitando que a água aquecida armazenada na parte mais alta do reservatório se misture com a água fria que entra como reposição. Seu comprimento deve ser tal que sobre um espaço de 1 cm entre tubo e fundo da caixa.

A Segunda, o pescador, é um conjunto formado por um eletroduto flexível amarelo e uma bóia (flutuador). Esse conjunto é conectado no lado interno do furo 3 e sua finalidade é levar para o chuveiro a água da caixa que estiver com maior temperatura, ou seja, a da parte superior do reservatório.

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O pescador pode ser montado de outras maneiras; veja abaixo algumas alternativas:

Observe, após o enchimento da caixa, se as bóias da torneira de entrada e do pescador estão flutuando livremente. As duas bóias não podem estar se cruzando dentro do reservatório. Elas têm que funcionarem livremente. Caso aconteça esse cruzamento, a bóia do pescador deve ficar embaixo da bóia da torneira de entrada, isso para que o furo do pescador continue captando a água durante o uso. Caso o pescador esteja sobre a bóia da torneira de entrada, ele poderá interromper o fluxo da água entre a caixa e o chuveiro elétrico durante o uso.

Um outro item que auxilia na circulação da água é a válvula de retenção instalada no interior do reservatório no flange de retorno da água quente vinda dos coletores. Essa válvula serve para liberar a entrada de água quente durante o dia, e impedir o retorno dessa água durante a noite, ou quando não tiver insolação sobre os coletores.

Ela é feita com um pedaço de filme de PVC cortado em círculo um pouco maior que a boca do flange, e colado apenas em um ponto, lateralmente. Nem em cima e nem em baixo. O filme (equivalente ao êmbolo de uma válvula de retenção) deve abrir como uma porta. Lateralmente. Veja detalhes nas figuras abaixo:

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Obs.: exemplo de filme de PVC é a capa transparente de PVC usada para encadernações.

Instalação do sistema de aquecimento

Interligação dos coletores

Após a montagem dos coletores e do reservatório, o usuário deverá fazer a interligação entre eles por meio da tubulação de PVC. Em instalações residenciais, usuários do aquecedor informaram que não utilizaram a cola de PVC em tubos e componentes, e sim a fita veda rosca - sempre com bons resultados. A ausência da cola permite que sejam feitas as adequações iniciais necessárias. Após todos os testes, as conexões do aquecedor podem ser coladas definitivamente, caso o montador assim o deseje.

Em sistemas residenciais, os coletores sempre devem ser ligados em paralelo, o que significa uma interligação contínua dos tubos de baixo, assim como a dos tubos de cima. As conexões entre os coletores devem ser feitas, pelo menos na fase inicial, sem o uso de adesivo. As opções de como fazer as conexões podem ser resumidas na tabela 3.

Tabela 3 - Formas de interligação das conexões

Conexão com camada de fita de teflon (fita veda rosca)

Facilita a montagem e desmontagem

Conexão a seco e sem adesivo Maior esforço para montar e desmontar, resultando uma conexão mais firme

Conexão com adesivo Tigre Menor esforço e montagem definitiva, padrão PVC

Após a conexão dos coletores, irão restar quatro "pontas". Duas delas servirão para a circulação de água; uma para a entrada de água fria pelo tubo inferior (furo 1 do reservatório), e a outra, diametralmente oposta no tubo superior, para o retorno de água aquecida (furo 2 do reservatório). Nestas duas pontas devem ser colados os joelhos 90º. As outras duas serão seladas, sendo que na ponta inferior, selar com um adaptador bolsa/rosca e cap com rosca e na outra ponta, no tubo superior, fechar com cap colado.

Fixação e inclinação dos coletores

Determinada a posição dos coletores no telhado, se possível direcionados para o norte geográfico e sempre respeitando as alturas relativas entre caixa d’água e coletores, o usuário

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fixará os coletores na estrutura de madeira do próprio telhado. Essa fixação deve ser feita com fios de cobre rígidos de longa vida no ambiente externo, evitando abraçadeiras plásticas de correr, que sofrem rapidamente a ação do tempo. (Leia com atenção os Anexos 1 e 2 desse manual).

Caso os coletores sejam instalados em uma laje, deve-se considerar como inclinação ótima, a latitude do local acrescida de 10 graus. Por exemplo, em São Paulo a latitude é 23°, portanto a inclinação deve ser 33°. No caso de residências com telhados que não atingem a inclinação sugerida (latitude + 10°), pode-se compensar essa diferença com o acréscimo de mais um coletor, caso a temperatura da água do banho no inverno esteja abaixo do esperado.

Antes de fixar os coletores definitivamente, é necessário manter uma pequena inclinação lateral no conjunto para facilitar a eliminação de bolhas de ar dos coletores e tubulações, permitindo que elas subam naturalmente até o reservatório, saindo pelo ladrão. Ensaios em laboratório indicam que para cada 1 m de coletor 2 cm de inclinação lateral são suficientes para garantir a movimentação das bolhas de ar da tubulação. Resumindo, o lado da saída da água quente dos coletores deve ser o ponto mais alto do conjunto.

Interligação coletores com reservatório

Após a fixação dos coletores na posição definitiva faça a interligação dos coletores com o reservatório. O reservatório deve estar acima do nível das placas, e quanto maior este desnível, melhor a circulação de água entre os coletores e o reservatório. Assim, é necessário que a cota inferior do reservatório (fundo) esteja pelo menos na cota superior dos coletores (tubo superior), ou então, seguindo as informações do anexo 1.

Portanto quanto mais próximo o reservatório estiver da cumeeira e o coletor próximo da borda externa de uma das águas do telhado, melhor será a circulação de água no sistema. Este desnível, porém, não deve ser maior do que 3 metros, dadas as limitações de pressão nos coletores plásticos do aquecedor.

Na eventualidade de que seja impossível manter os coletores abaixo do fundo da caixa, isto é, instalando-os na altura da própria caixa.

A válvula apresentada nesse trabalho foi recentemente aprimorada, sendo apresentada no item 3.3, acima.

Principal cuidado com os coletores instalados à altura do reservatório: o tubo superior dos coletores deve estar pelo menos 5 cm abaixo do nível máximo (usual) da água dentro do reservatório.

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As interligações devem ser feitas com tubos e conexões de 32 mm. Aconselha-se nessa fase experimental da montagem utilizar duas voltas de fita veda rosca (teflon) para facilitar o encaixe e desencaixe das conexões. Inicie as interligações conectando o tubo que sai do furo 1 da caixa com o joelho inferior esquerdo dos coletores. O tubo de retorno de água quente sai do joelho superior dos coletores, no lado oposto da entrada de água fria, e é conectado no furo 2 do reservatório, por meio de um adaptador com flange anel de 32 mm.

Observação: no caso da necessidade de uso da válvula light, sua flange deverá estar um pouco acima do tubo superior dos coletores, acelerando, por pouco que seja, a circulação natural entre reservatório e coletores.

A instalação dos coletores à altura do reservatório, traz, além de uma redução de eficiência térmica do aquecedor, pela redução da velocidade de circulação da água, a possibilidade de sua interrupção. Ela acontece como resultado de uma ausência momentânea de água da rede pública, baixando o nível na caixa, expondo a flange de retorno e bloqueando assim toda a circulação solar da água.

Figura 04: interrupção da circulação por falta de água da rede.

Formação de gases no aquecedor e sua eliminação

É importante que a tubulação de retorno da água dos coletores tenha uma inclinação sempre crescente em direção ao reservatório. Os gases liberados pela água durante seu aquecimento nos coletores, devem escoar até o reservatório. Se houver algum ponto alto no meio do caminho (uma inflexão), poderá ocorrer acúmulo de ar, interrompendo a circulação natural da água.

Se for impossível evitar a inflexão, instale neste ponto alto do tubo de retorno, um respiro (tubo vertical partindo do ponto alto do retorno), cuja ponta deve estar 10 cm mais alta do que o nível máximo de água na caixa. O respiro pode ser um tubo de alumínio, tipo antena de TV, um tubo de PVC de 20 mm ou outro meio que o montador achar adequado.

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Figura 05: exemplo conceitual de um respiro.

Depois de concluída a instalação é conveniente pintar toda tubulação exposta ao sol com esmalte sintético preto fosco para aumentar sua vida útil. Se desejar este é o momento de interligar com adesivos os componentes de PVC.

Isolamento dos tubos de interligação

A experiência demonstra que tubulações com mais de 3 metros devem ser termicamente isoladas para minimizar perdas. Aconselha-se proteger a camada de material isolante (escolhido a gosto do instalador), com uma chapa fina de alumino. Quando o tubo estiver abaixo do telhado a proteção do alumínio torna-se desnecessária, pela ausência de chuva e da radiação ultra violeta. Na ausência de chapa de alumínio, usar chapa de lata de tinta de 18 litros.

Proteção dos coletores solares antes do enchimento com água

A presença da irradiação solar de verão sobre os coletores antes de estarem cheios de água pode afetar definitivamente suas características mecânicas. Aconselha-se enfaticamente que enquanto o sistema não estiver completamente cheio de água, e circulando, os coletores solares sejam cobertos (exemplo: papelão, folhagens, jornal, etc.).

Interligação entre o reservatório e o chuveiro elétrico

Ainda falta a interligação do reservatório ao chuveiro. Essa tubulação pode ser feita com um tubo PVC marrom soldável de 20 mm, porém recomenda-se que a tubulação, caso embutida, seja de cobre, CPVC ou outros especiais para altas temperaturas. A utilização de tubos especiais evitará a troca da tubulação caso o usuário deseje substituir o aquecedor por outro sistema de aquecimento que forneça água a uma temperatura muito superior ao do aquecedor. A distância entre o reservatório térmico e o chuveiro elétrico deve ser a menor

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possível, a fim de minimizar as perdas térmicas e reduzir o tempo de espera de chegada da água quente.

Configurações da interligação

Existem 3 configurações possíveis para a interligação da tubulação do reservatório térmico para o chuveiro elétrico. O usuário deve escolher a que melhor se adaptar à sua residência.

A primeira, de melhor estética, é embutir a tubulação de água quente na parede do banheiro. A tubulação que vem do reservatório térmico é interligada nessa tubulação usualmente por intermédio de um nipel, e normalmente dentro do forro da casa. A tubulação que ficar embutida deve ser do tipo usada em qualquer sistema profissional de aquecimento. Os tubos devem ser resistentes a altas temperaturas como tubos de cobre, CPVC, polipropileno, polietileno, etc. Nessa configuração vão ficar aparente apenas os registros para água quente e fria. Dentro da parede deve haver um Tê de 90° (próprio para água quente) com rosca para ligação das tubulações "quente - fria", constituindo-se assim o misturador (ver mais detalhes nesse manual no Anexo 1 o tópico 2). Saindo deste Tê, segue apenas um tubo (próprio para água quente) que leva a água já misturada até o chuveiro. As normas internacionais indicam que o registro de água quente fique do lado esquerdo do registro de água fria.

Para as configurações 2 e 3 - o tubo de PVC marrom, aquele que a gente usa normalmente, não deve ser embutido. Se houver real desejo de embutir por motivos estéticos, siga as orientações da primeira configuração.

A segunda configuração possível é muito semelhante à primeira, sendo que a tubulação, vinda do teto, ficará aparente, descendo até a uma altura desejada, (por exemplo, a do registro de água fria pré existente), onde será instalado o registro da água quente, subindo o tubo depois do registro em direção ao chuveiro. No tubo de alimentação do chuveiro deve ser instalado um "Tê", entre a saída da tubulação de água fria da parede e o tubo de alumínio que leva ao chuveiro. A tubulação aparente de água quente deve entrar na bolsa central deste Tê, configurando-se assim o misturador. No sistema ao lado ainda não foi instalado o dimmer.

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A terceira opção é um meio termo entre as duas primeiras, com menos "quebradeira" que a primeira e de melhor estética que a segunda, além de mais econômica. Será necessário apenas um furo na laje, para a descida vertical do tubo que carrega a água quente, e um registro de esfera de 20 mm soldável com borboleta. Utilizando o mesmo Tê da segunda opção, ligar na bolsa central a tubulação da água aquecida que vem do reservatório térmico; em uma das entradas do Tê ligar o chuveiro e na outra a tubulação de água fria. Para acionar o registro de esfera é necessário fazer uma haste adaptando uma extensão na manopla (borboleta) do registro, levando o comando até a altura da mão do usuário. Convém que a extensão não seja muito comprida para evitar que crianças se pendurem nela.

Como manter a temperatura da água para um melhor banho matinal

Em residências onde se deseje tomar um banho matinal utilizando a água aquecida pelo aqucedor é necessário manter o volume de água armazenado na máxima temperatura. Para isso é necessário garantir que parte do volume de água aquecida no dia anterior se mantenha quente para ser utilizado na manhã seguinte. Assim recomenda-se que a torneira de bóia não complete a água do reservatório com água fria, durante a seqüência dos banhos noturnos.

Para isso é necessário instalar um registro que interrompa a alimentação do reservatório quando iniciar os banhos noturnos. Esse registro pode ser instalado no interior do banheiro. Será fechado antes do primeiro banho e só será aberto após o último banho matinal. Na manhã seguinte, após os banhos matinais, o reservatório começa a encher novamente e permite que a água se aqueça pela energia solar.

Ligação do dimmer ao chuveiro

Em dias nublados ou chuvosos, a temperatura da água poderá ficar inferior ao valor desejado. Assim, para elevar a temperatura a um valor confortável, instala-se um controlador de potência do tipo dimmer em série com os fios de alimentação do chuveiro elétrico. O dimmer permite que se utilize somente a potência necessária para elevar a temperatura, evitando o superaquecimento da água do banho. Antes de instalar o dimmer, leia com muita atenção as instruções do fabricante.

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O boiler pré-existente

Para evitar despesas desnecessárias de energia, sugere-se desativar o boiler fazendo uma ligação direta entre saída quente do aquecedor com o tubo que já acessava o chuveiro ou ducha. Com a eliminação da função de aquecimento do boiler (disponibilizando-o para possível uso futuro) torna-se necessário substituir a ducha por um chuveiro elétrico com dimmer ou eletrônico. Caso o instalador deseje manter o boiler na função de aquecedor de apoio, o NAO/UFC pode apresentar detalhes de como isso poderia ser realizado. Porém essa opção consome muito mais energia elétrica.

Peças e complementos de interligação

A relação a seguir descreve as principais peças e complementos necessários para a interligação de coletores, reservatório e o chuveiro elétrico.

Quant Peças FinalidadeCaixa – Chuveiro

01 Dimmer eletrônico Controlar a potência do chuveiro01 Tê de 90° com rosca de ½" Unir a entrada de água fria com a entrada

de água aquecida e enviar para o chuveiro.01 Nipel roscável de ½" Interligar o dimmer à rosca de encaixe do

chuveiro (água fria)01 Registro esfera com borboleta de ½" Controla o fluxo de água aquecida no

chuveiro01 Tubo de PVC 25 mm,

aproximadamente 1 metroMontagem da haste de acionamento

01 Cap marrom soldável 25 mm Componente da haste de acionamento01 Joelho 90° marrom soldável 25 mm Componente da haste de acionamento

Coletores – Caixaxx Tubo de 32 mm PVC rígido e

possíveis componentesInterligar o sistema de coletores ao reservatório

Fio de cobre rígido 2,5 mm, arame galvanizado, abraçadeira

Fixar os coletores no telhado

Fita veda rosca (fita teflon) Vedar roscas e facilitar os encaixesMaterial isolante - jornal, carpete, EPS, etc.

Isolar termicamente a tubulação

Chapa de alumínio ou de lata de óleo Proteção dos isolamentos da ação do Sol e da chuva

O Enchimento do aquecedor

Abrir a tampa do reservatório e acionar o registro que controla a torneira de bóia. A água ao subir vai fluir pelo tubo de 32 mm de saída de água fria iniciando o enchimento dos coletores. Passados alguns minutos, os coletores estarão cheios e a água estará chegando à caixa pelo tubo de retorno dos coletores.

Cuidado: Nunca permita que no enchimento os coletores recebam água vinda do lado direito da caixa (retorno). O enchimento simultâneo dos coletores leva à criação de grandes bolhas de ar que vão impedir a circulação natural entre coletores e caixa.

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Caso isso aconteça, facilmente verificável pelo toque da palma da mão sobre a superfície dos coletores confirmando presença de áreas mais quentes, as seguintes medidas podem ser tomadas:

Inserir o esguicho de água no tubo de saída do aquecedor (dentro da caixa). Abrir a torneira cuidadosamente até verificar que grandes bolhas de ar estão saindo do lado do retorno. Fechar a torneira e retirar o esguicho.

Na inexistência do esguicho, abrir o cap branco com rosca, deixando a água escapar até secar os coletores. Fechar a saída com o cap e reiniciar o enchimento da caixa com os devidos cuidados. Caso o retorno se situe no mesmo nível ou abaixo da flange de saída para os coletores, existe um método simples para evitar que a água entre pela flange de retorno, sem que se impeça o escape do ar proveniente dos coletores que estão sendo inundados internamente.

Isso se faz com 5 cm de tubo de 32 mm, um joelho de 90º e outro pedaço de tubo de 32 mm com aproximadamente 20 cm de comprimento. Veja a figura ao lado.

Reforçando: Evite que água entre simultaneamente pelos tubos que acessam os coletores (saída e retorno), pois nesse caso poderá ocorrer uma retenção de ar nas placas gerando grandes bolhas que impedirão a circulação natural da água aquecida.

Enquanto o reservatório enche, retire a proteção de sombreamento que cobria os coletores e verifique se há vazamentos em qualquer lugar dos tubos e dos coletores. Controle o nível da água na caixa entortando adequadamente a haste da torneira de bóia.

O Primeiro acionamento do sistema

Aconselha-se que o usuário sempre acione em primeiro lugar o registro de água quente. Caso a temperatura da água aquecida esteja abaixo do esperado, o usuário pode complementar o aquecimento acionando o ajuste fino do dimmer, fixado próximo ao chuveiro elétrico, que elevará a temperatura da água somente o necessário. Caso a água esteja a uma temperatura agradável ele não precisa acionar o dimmer. O registro de água fria só será utilizado quando o usuário sentir necessidade de diminuir a temperatura da água aquecida pelo sol ou então quando quiser tomar um banho frio.

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Comentários finais

Potabilidade da água fornecida pelo aquecedor

As placas de forro alveolares de PVC têm em sua formulação aditivos que podem alterar a potabilidade da água. Com base em testes realizados no laboratório de análise química do NUTEC, a presença de aditivos na água, acima dos parâmetros legais, é observada somente nas primeiras semanas de circulação da água pelos coletores (não mais do que quatro). Nas semanas seguintes a água já entra em regime de potabilidade, apresentando somente traços destes aditivos. Assim a NAO/UFC recomenda que o usuário, nas primeiras semanas de uso, não a utilize para cozinhar e nem para beber. Além desse cuidado inicial, aconselha-se que sempre que o sistema ficar inativo por sete dias ou mais (ausência de moradores, férias, etc) toda a água do reservatório seja trocada. A água parada em um ambiente, mesmo que escuro e quente, apresenta condições para o desenvolvimento de microorganismos.

Os cuidados na operação

Por sua natureza, o aquecedor ainda é um produto experimental. Diariamente chegam sugestões de montadores de todo o Brasil, sugerindo novas idéias que podem facilitar a manufatura das peças e montagem do sistema. Sinta-se à vontade para enviar sugestões e comentários que possam resultar numa melhora da eficiência do equipamento.

Por outro lado existem também aqueles montadores que por dificuldade de interpretação do manual ou outros problemas, não ficam satisfeitos com o aquecimento fornecido pelo sistema. Para esses, sugerimos que antes de desistirem de colocar o sistema em operação definitiva, atentem às sugestões a seguir:

• Analisar a existência de vazamento na tubulação e coletores.• Analisar se o coletor está muito quente uniformemente. Nesse caso pode haver bolhas

de ar no sistema placas/tubos, impedindo a circulação da água.• Analisar se os tubos de circulação não estão entupidos com jornal ou panos.• Rever a inclinação dos coletores e dos tubos de retorno.

A Manutenção

O aquecedor é um equipamento que não necessita de manutenção e reparos constantes. Entretanto recomendam-se atenções no decorrer de sua utilização.

Coletores

Inspeção visual: Uma vez por ano analise a superfície negra e a região colada, porém sem forçá-los. Procure rachaduras ou descolamentos nessas regiões.

Superfície Negra: Os coletores deverão ser repintados de tempos em tempos, dependendo da região do Brasil e de sua insolação. A tinta preta fosca sintética pode operar bem até cerca de 3 anos quando totalmente exposta às intempéries.

Limpeza interna do sistema: Uma vez ao ano sugere-se desatarraxar o Cap com rosca 1" (branco) do sistema de coletores. A água do reservatório térmico esvaziar-se-á pela nova abertura. Observar a cor da água. De início marrom, devido aos depósitos de barro e outros

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materiais dentro dos tubos de PVC. Pouco tempo depois ela clareará e o Cap já poderá ser recolocado e reapertado. Não esquecer de passar veda rosca para evitar pequenos vazamentos neste local.

Excesso de torção no manuseio do Cap: Lembrar que ao desatarraxar e reapertar o Cap, sempre prender o tubo de PVC com alicate ou com uma mão firme para evitar que a torção desta operação force o coletor solar, nas linhas de colagem entre placa / tubo.

Reservatório térmico - Leia com muita atenção !!!

Inspeção visual externa: A cada seis meses faça uma verificação cuidadosa do seu estado, incluindo vazamentos.

Esta operação de limpeza é obrigatória para qualquer tipo de caixa de água. No caso de aquecedores solares esta limpeza é ainda mais importante diante da

potencial facilidade com que algas e bactérias se multiplicam em ambientes mornos a quentes.

Se o reservatório térmico for de EPS (Isopor) e se ele estiver exposto à luz solar e ao tempo sem proteção especial, ele pode sofrer rápido desgaste e deformidade em seu formato.

Verifique também a qualidade do filme plástico ou cobertura interna de proteção contra vazamentos. Uma excelente forma de verificar se houve vazamento é a de tentar levantar o reservatório vazio. Se ele estiver muito mais pesado do que a caixa quando nova, esta caixa já vazou e perdeu sua capacidade de isolamento térmico.

Inspeção visual interna do reservatório térmico: Observe o funcionamento das peças complementares.

MINUTA DE NORMA TÉCNICA

AQUECEDORES SOLARES EM HABITAÇÕES POPULARES

Generalidades:

O Aquecedor Solar monofamiliar, quando do tipo de Baixo Custo (ou tradicional), compõe-se de:

• Dois a três coletores solares, em plástico preto (ou metálicos com cobertura de vidro), expostos ao sol, pelos quais circula a água a ser aquecida;

• Um reservatório térmico de água de até 300 litros;• Um sistema de circulação e distribuição de água quente de PVC marrom (ou tubos de

cobre isolados e/ou de CPVC e/ou de Polietileno ou Polipropileno);• Um chuveiro elétrico que fornece água fria e água quente solar, cuja potência é

controlada por um controlador de energia (dimmer), acionado em dias em que o aquecimento não foi suficiente (ou sem o chuveiro elétrico, já que o reservatório térmico tradicional utiliza resistência elétrica interna);

• Um sistema de mistura das águas quente e fria para o chuveiro.

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A área dos coletores é de cerca de 1,5 a 2,5 m2, com peso total de cerca de 15 a 40 kg/m² dependendo do tipo de coletor. Eles são usualmente apoiados sobre uma das águas (quedas) do telhado.

Aspectos Arquitetônicos

Direção e inclinação do telhado

Uma das águas do telhado deve, sempre que possível, estar direcionada ao Norte Verdadeiro, com desvio máximo, seja à direita ou à esquerda (leste ou oeste), de 45 graus, conforme figura 01.

A inclinação do telhado deveria ser próxima à da latitude local. Pode-se superar esta inclinação em até 10 graus, melhorando a eficiência do equipamento no período de inverno. Vide figura 02.

Por exemplo, em São Paulo - Capital, a latitude é de 23º. Assim o ângulo de inclinação com a horizontal pode variar de 23 a 33 graus.

No caso de casas com laje ao invés de telhado, pode-se montar uma estrutura leve de ripas, para obtenção da correta inclinação e direção.

Figura 01: Direção de uma das águas do telhadoFigura 02: Inclinação do telhado

Posição relativa entre coletores solares e reservatórios

Para a obtenção de uma boa circulação natural da água no circuito coletores - reservatório térmico (evitando-se o uso de custosa moto-bomba), o reservatório deve estar acima do nível das placas. Quanto maior este desnível e atendendo à restrição abaixo, maior a velocidade de circulação, melhorando a eficiência térmica do sistema.

A exigência é que a diferença de altura das cotas caracterizadas pelo ponto de retorno (entrada quente no reservatório) e a linha horizontal que divide o coletor ao meio, seja igual ou

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superior a 50 cm (figura 03a). Se houver escolha da caixa de água mista quente/fria, a diferença das cotas caracterizadas pelo ponto de retorno (entrada quente no reservatório) e a linha horizontal que divide o coletor ao meio, deverá ser igual ou superior a 60 cm (figura 03b). Restrição: A diferença de altura das cotas não deve ultrapassar 3 metros no caso dos coletores termoplásticos.

Figura 03a: Desnível Coletor-Reservatório de Água Quente.

Figura 03b: Desnível Coletor-Reservatório Misto.

Quanto mais próximo da borda do telhado estiverem os coletores, mais fácil será o cumprimento destas exigências.

Caso o arquiteto esteja planejando uma casa mais luxuosa, mantendo eventualmente tecnologia do aquecedor, o desnível entre o ponto de retorno da água e a linha média dos coletores termoplásticos não deve superar os 3 metros, face às limitações mecânicas dos coletores de baixo custo. Este desnível, no caso de coletores metálicos tradicionais, pode ser muito maior.

Localização do reservatório térmico

O reservatório de água quente deve estar o mais próximo possível do ponto de uso, o chuveiro elétrico (ducha). Caso haja mais de um ponto, o reservatório deverá estar a uma distância mediana dos mesmos, equilibrando o tempo de chegada da água quente aos pontos de uso.

Caso a habitação popular, por motivos de espaço ou outros, não permita a instalação de uma caixa de água adicional, o projetista poderá fazer uso da técnica da caixa de água mista quente/fria, que combina num mesmo reservatório (o de água fria), tanto a água quente quanto a própria água fria. A técnica é simples, com a aplicação do princípio da estratificação térmica (água quente flutuando por cima da água fria da caixa, sem uso de separadores mecânicos). Detalhes podem ser encontrados no presente manual de manufatura dos Aquecedores Solares de Baixo Custo.

Caixa de água externa

O projetista deve manter as relações de altura acima apresentadas. Se for possível, ampliar o espaço para a instalação de um reservatório térmico ao lado da caixa de água fria.

No caso da inviabilidade da extensão da laje da caixa de água, aplicar o processo da caixa de água quente mista, explicitado acima.

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Aspectos HidráulicosTendo em vista a provável instalação do aquecedor solar, seja pelo construtor, pela

cooperativa, pelo mutirão ou então pelo próprio usuário, o projetista da habitação deverá prever um misturador tradicional de água quente e fria para o chuveiro elétrico. Equivale à adição de tubos de água quente ao sistema:

• Um tubo de descida proveniente do forro;• Um novo registro;• Um "T" para a união das águas fria e quente;• Um tubo de subida do "T" ao chuveiro elétrico ou ducha.

Para que água, a qualquer temperatura, possa ser enviada à ducha, os dois tubos mencionados devem ser especiais para água quente (cobre, CPVC, PP ou PE).

Pelo baixo fluxo de água que passa pelos tubos de água quente, estes podem ser, sem perda de vazão, de diâmetro de 20 mm ou de ¾ de polegada.

A bitola menor traz a vantagem de reduzir perdas térmicas, além de acelerar a chegada da água quente, reduzindo custos de água e de energia. Veja figura 04.

Figura 04: Tubulação de espera para água quente.

Aspectos Elétricos

Todas as normas que visam a segurança e boa operação do chuveiro elétrico em habitações populares devem ser mantidas, mesmo estando a habitação preparada para receber aquecedores solares.

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Observações sobre a manutenção no forro: O Alçapão

Historicamente o alçapão de acesso ao forro de uma casa é projetado com dimensões mínimas, o suficiente para a passagem de uma pessoa magra. Com o envelhecimento da casa, trabalhos de manutenção no forro e telhado se tornam necessários.

Se for necessária uma troca de reservatório, o proprietário ou amplia o alçapão, ou introduz o mesmo pelo madeirame do telhado, serrando suas ripas e caibros, enfraquecendo sua estrutura de madeira.

Sugestão: Projetar as dimensões do alçapão com dimensões suficientes para a passagem de grandes objetos, como por exemplo, caixas de água de 500 litros, facilitando futuras manutenções.

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ANEXO 2

TABELA DE EQUIVALÊNCIA ENTRE GRAUS (ÂNGULO) E ELEVAÇÃO PORCENTUAL DA INCLINAÇÃO DO COLETOR

Nem sempre o montador de um aquecedor solar tem um medidor de graus (inclinômetro) à mão para regular/medir a inclinação de um coletor.

Para facilitar, incluímos neste trabalho uma tabela que permite definir o grau desejado com facilidade.

Graus Elev% Graus Elev% Graus Elev%1 1,75 16 28,67 31 60,092 3,49 17 30,57 32 62,493 5,24 18 32,49 33 64,944 6,99 19 34,43 34 67,455 8,75 20 36,40 35 70,026 10,51 21 38,39 36 72,657 12,28 22 40,40 37 75,368 14,05 23 42,45 38 78,139 15,84 24 44,52 39 80,9810 17,63 25 46,63 40 83,9111 19,44 26 48,77 41 86,9312 21,26 27 50,95 42 90,0413 23,09 28 53,17 43 93,2514 24,93 29 55,43 44 96,5715 26,79 30 57,74 45 100,00

Exemplo: Desejamos inclinar o coletor em 25 graus, mas não dispomos de transferidor. Na tabela verificamos que 25 graus equivalem a 46,63 % de inclinação.

Agora é só desenhar horizontalmente uma linha de 1 metro (100 centímetros). No final desta linha, uma outra, a 90 graus (no esquadro) de 46,63 cm.

Unir a ponta superior da vertical ao início da linha de 100cm.

O ângulo neste início terá 25 graus. A forma mais fácil de levar esta inclinação ao telhado será a de desenhar o grau sobre folha de jornal ou sobre cartolina. Então é só recortar, levar e aplicar.

Outra simples aplicação: Qual será a inclinação, em graus, do meu telhado?

Basta medir a largura da água do telhado na base do seu forro, (por exemplo, 3,40 metros) e a altura máxima desta água partindo do forro até as telhas, (por exemplo, 1,40 metros).

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Divida 1,40 por 3,40. Resultado: 0,41. Para transformar em porcentagem, é só multiplicar por 100 = 41,00

Entrando na tabela, verificamos que 41,00% = +/- 22 graus.

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COMO CONSTRUIR UMA BOMBA D´AGUA MANUAL

Na figura ao lado encontra-se ilustrada a Bomba com todos os seus componentes básicos.

Ela é construída com uma corda, tubos de PVC, pistões (passantes de plástico - ver mais detalhes logo a seguir) e uma roda de bicicleta ou moto fixada em um suporte e acoplada a uma manivela. No fundo do poço fica um mecanismo construído com tubos de PVC e uma roldana de louça que servirá para captar a água o permitir retorno da corda.

Essa bomba é construída com materiais de fácil aquisição. A maior parte desses materiais, podem ser encontrados em lojas de materiais para construção. A roda de bicicleta ou moto e o suporte da roda pode ser encontrada em ferro velho ou em bicicletaria (sempre poderá ter uma sucata que poderá aproveitar). Veja mais opções em "Dicas de montagens".

Os pistões são feitos com roldanas (passantes) de plástico (ótima eficiência e higiene), usadas em instalação elétrica de casas com forro ou armação do telhado de madeira. Como existe vários modelos (fabricantes) dessas roldanas, você deverá tomar alguns cuidados antes de comprá-las.

Leve um pedaço do tubo que irá usar para a subida da água do poço (ver tópico 4. ESCOLHENDO OS COMPONENTES PARA PROJETAR A SUA BOMBA) e faça o teste sugerido a seguir para saber se o passante servirá ou não para sua Bomba.

O ideal é que o passante tenha um formato um pouco cônico, e que fique só a borda maior desse passante um pouquinho maior que o diâmetro interno do tubo. Ou seja, o passante irá encaixar quase todo dentro do tubo, ficando apenas uma pequena borda para fora.

Veja foto ao lado =>

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Depois será só cortar ou serrar essa borda do passante com um estilete ou serrinha de ferro, para permitir que o passante entre no interior do tubo deslizando. Veja mais detalhes a seguir.

Veja foto ao lado =>

IMPORTANTE - faça um bom acabamento nesses passantes. Isso será fundamental para obter o máximo rendimento dessa Bomba.

Para isso use um pedaço do tubo que irá usar para a subida da água, para servir de guia, testando o encaixe do passante nesse pedaço de tubo enquanto estiver modelando (ajustando) o diâmetro externo do passante com um estilete ou uma lixa bem fina.

Faça com que o passante passe deslizando internamente pelo tubo. Evite desgastar muito a borda do passante, para não deixar que fique algum vão entre o passante e o tubo. Isso poderá gerar perda de eficiência da Bomba.

Faça esse trabalho com calma e procure caprichar bastante.A escolha desses passantes é muito importante porque quanto mais maleáveis forem, melhor será a sua eficiência. Isso porque você poderá deixar levemente um pouquinho maior que o diâmetro interno do tubo, que mesmo assim ele irá deslizar bem se ajustando as leves variações que poderá ter no diâmetro interno do tubo de subida da água.

Depois será só aumentar o furo central (por onde passava o prego) para passar uma corda de Ø (diâmetro) de ±5mm.

Os pistões (roldanas ou passantes) são montados na corda através de nós a uma distância de mais ou menos 1m a 1,5m entre um pistão e outro.

Caso não encontre essas roldanas (passantes) de plástico para fazer os pistõezinhos, você poderá adaptar algum outro material. COMO FUNCIONA

O funcionamento dessa bomba é bem simples. O usuário devera girar a manivela em um único sentido (normalmente horário) para puxar a água do fundo do poço. Esse movimento fará circular uma corda com alguns pistões (roldanas - passantes) presos em nós, que servirão para

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sugar e empurrar a água (em gomos) do fundo do poço pelo interior de um tubo até a superfície.

As figuras a seguir ilustram as etapas do funcionamento dessa Bomba Manual.

Obs.: Como exemplo, descreveremos nesse manual uma Bomba Manual de Corda que puxa 15 litros em 17 voltas com roda de 18”, com a profundidade média da água de dentro do poço a 5 metros, com suporte da roda montado sobre a tampa do poço e com tubo de subida da água de 32mm de Ø diâmetro.

Primeiro o usuário deve girar a manivela no sentido horário para iniciar a circulação da corda com os pistões.

No fundo do poço é colocado um pequeno mecanismo que servirá para fazer a volta e o retorno da corda.Na subida da corda pelo tubo de 32mm de diâmetro, os pistões presos nos nós da corda arrastarão a água empurrando-a para cima e sugando a água abaixo do pistão. Assim teremos vários gomos de água subindo pelo tubo de 32mm de diâmetro. Esses gomos serão os espaços entre um pistão e outro.Uma pequena perda pode acontecer pelas laterais dos pistões, mas com o movimento continuo da manivela essa perda não será percebida.

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Quando a água que está sendo empurrada para cima chegar no Tê de 40mm, encontrará uma saída oferecida por esse Tê que servirá de ladrão.Desse ladrão a água vai escoar por um tubo de 40mm de diâmetro até o joelho de 90° que será a torneira de saída da Bomba.

IMPORTANTE! Se a água de seu poço for realmente boa (potável), é hora de começar a construção da bomba. Caso você não tenha certeza da potabilidade da água, procure um laboratório de confiança e mande fazer uma análise. Para muitos casos será indicado o uso de cloro orgânico. Procure orientação no laboratório, prefeitura e empresas responsáveis pelo meio ambiente e a água de sua região.

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ESCOLHENDO OS COMPONENTES PARA PROJETAR A SUA BOMBA

A sua bomba deve ser projetada levando em consideração os seguintes itens:

1°) a profundidade média do nível superior da água de dentro do poço.

Com essa medida poderá calcular qual será o melhor diâmetro para o tubo de subida da água. A escolha do diâmetro desse tubo será baseada no resultado que irá calcular para saber qual será peso que terá que puxar quando girar a manivela da Bomba.

Para fazer esse cálculo, use a tabela ao lado.É só multiplicar a altura média do nível superior da água do seu poço pelo valor de Litros por metro (L/m), que será igual ao peso por metro (Kg/m).

tubo de 32mm = 0,607L/mtubo de 25mm = 0,366L/mtubo de 20mm = 0,227L/m

Exemplo: nível médio da água do poço = 5m.Então,se usar o tubo de 32mm, terá 5m X 0,607L/m = 3,035 Litros = 3,035 Kgse usar o tubo de 25mm, terá 5m X 0,366L/m = 1,830 Litros = 1,830 Kgse usar o tubo de 20mm, terá 5m X 0,227L/m = 1,135 Litros = 1,135 Kg

Com esses resultados, você pode escolher qual será o tubo ideal para a sua Bomba.

Para o exemplo foi escolhido o tubo de 32mm, porque os 3,035 litros que é igual a 3,035 Kg não vão representar muito peso ao girar a manivela fazendo com que a roda gire puxando a corda que irá trazer junto os gomos de água que terão os 3,035 Kg.

IMPORTANTE - a medida de 5m no exemplo acima é só para o cálculo médio da profundidade do poço. Mas para o tamanho do tubo de subida deverá ser o tamanho da profundidade total do poço, ficando acima do fundo apenas alguns centímetros (+/- 30 a 40 cm). Isso é importante para não faltar água nos períodos de poucas chuvas.

Obs.: Quanto mais vazio estiver o poço mais força será necessário para virar a manivela, porque terá que puxar alguns metros a mais de água e conseqüentemente poderá haver uma perda de rendimento.Então, se o seu poço for muito fundo use tubos de diâmetro menor. Mas lembre-se que nesse caso todas as conexões deverão ser de diâmetro menor também.

2°) a escolha de qual será o perímetro mais indicado para a roda.

O tamanho da roda será importante para ter mais ou menos contato da corda no perímetro da roda. Esse contato será importante para evitar que a corda escorregue (patine) dentro da cavidade da roda por onde irá passar a corda. Isso pode acontecer se o peso da água que estiver sendo puxada for muito grande. Para ter um bom rendimento, terá que fazer a manivela do mesmo tamanho do raio da corda. Assim a força aplicada na manivela será proporcional ao diâmetro da roda.

No exemplo a roda é de aro 20", mas essa medida é com o pneu, sem o pneu a medida da roda pode variar de 16" a 18" que será igual a +/- 43cm e +/- 1,35m de perímetro. Assim cada volta

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completa que fizer com a manivela estará puxando a corda 1,35m. Se considerarmos que a corda não está escorregando (patinando) na roda, que a cada 1,35m tem um pistãozinho e que não está tendo perda na subida pelo tubo de 32mm (0,607L/m), teremos 0,82 litros por volta.

3°) que tipo de suporte vai adotar para sua Bomba.

No exemplo o suporte foi montado sobre a tampa do poço porque a alvenaria desse poço já estava +/- uns 50cm acima do nível do chão (condição ideal para um poço ou uma cisterna - isso evita que entre bichos pela boca do poço contaminando a água). No final desse manual você pode encontrar mais algumas opções para construir o suporte da Bomba. Ver em 8.2. Dicas de diferentes montagens para o suporte da roda.

Sugestão: para opções de profundidades diferentes, poderá usar tubos e rodas com diâmetros diferentes. Por exemplo se o poço ficar com nível perto de 10m de profundidade, você poderia usar 3 barras de tubo 25mm de diâmetro, com este mesmo diâmetro da roda. Também pode reduzir ou aumentar o diâmetro da roda para mudanças mais sensíveis. Quanto maior a roda, mais água vai puxar e mais força terá que fazer, quanto menor a roda, menos água e menos força terá que fazer.

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MONTAGEM DA PARTE INFERIOR

A parte inferior dessa bomba é um conjunto guia montado com tubos e conexões de PVC e com uma roldana de porcelana, que ficam submersos no final do tubo de 32mm de diâmetro a pelo menos 1,5m abaixo do nível médio de água dentro do poço (profundidade operacional ideal).

Para a construção desse conjunto, primeiro corte um pedaço de 30cm de tubo de 100mm de diâmetro (tubo branco usado para esgoto).

Faça um buraco oval de 7cm x 20cm iniciando uns 5cm de uma das pontas desse tubo. Ver figura 1. Esse buraco servirá para a entrada e o retorno da corda.

Em seguida faça um buraco de 20mm de diâmetro, um de cada lado desse tubo. Por esses dois buracos será transpassado um pedaço de tubo de 20mm de diâmetro por uns 15cm de comprimento que servirá de eixo para a roldana de porcelana (ver detalhes dessa roldana em LISTA DE MATERIAIS). Use um cap de 20mm de cada lado desse tubo de 15cm para fixá-lo. Ver figura 1. Figura 1.

Conjunto visto de frenteNa parte superior desse tubo use uma redução excêntrica de 100mm x 50mm. Essa redução pode ser presa no tubo de 100mm usando uma luva de correr com anéis de borracha ou cola de PVC, ou para ser mais econômico, molde a boca de 100mm da redução excêntrica no fogo da boca do fogão, fazendo uma bolsa para encaixar no tubo de 100mm, dispensando a luva de correr (ver em DICAS DE MONTAGENS como moldar o PVC no fogo da boca de um fogão).Cole a redução excêntrica com o lado da boca de 50mm exatamente do lado oposto ao buraco oval de 7cm x 20cm. Ver figura 2.Na boca de 50mm de diâmetro dessa redução excêntrica, use uma bucha de redução soldável longa de 50mm x 32mm. Nessa redução será colado o tubo de 32mm de diâmetro que vem da parte superior dessa bomba (de cima do poço).Dica: para ter uma boa orientação de direção desse conjunto, cole os "X" tubos de 32mm sempre seguindo o mesmo alinhamento. Para isso use os dizeres que vem impressos nos tubos formando uma única linha.

Figura 2.Conjunto visto de lado

Detalhe: pode ser que no interior da bucha de redução de 50mm para 32mm não tenha essa redução em forma de funil, ou seja, a redução forma um ângulo muito reto e vai dificultar a entrada dos pistõezinhos.

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Nesse caso faça o tubo de 32mm ultrapassar essa redução (de 50mm para 32mm) desgastando o ressalto interior dessa redução. Para isso pode usar uma lima com formato de meia-cana ou uma lixa grossa enrolada (com o lado da lixa para fora) num pedaço de madeira tipo cabo de vassoura. Depois, faça um funil modelando e alargando a boca do tubo de 32mm (ideal que seja na boca do fogo de um fogão) para servir de guia (escorregador) para a entrada dos pistõezinhos. Se achar dificuldade em modelar essa boca do tubo, faça alguns cortes longitudinais na ponta desse tubo e depois esquentando no fogo (de longe) abra as tiras levemente como se fosse forma uma flôr, mas, cuidado para não abrir de mais essas tiras. Isso porque a corda poderá entrar no vão das tiras e travar todo o mecanismo. É importante que os pistõezinhos entre no tubo com suavidade, sem ficar dando soquinhos (enroscando) a cada pistão que for entrar no tubo. Ver figura 3 ao lado.

Figura 3

IMPORTANTE! Antes de colar o tubo de 32mm na redução, primeiro deixe a ponta do tubo de 32mm afastada da roldana de porcelana ± uns 10 a 15cm, e segundo direcione a linha dos dizeres impressos no tubo de 32mm para um lado que você possa saber quando estiver vendo a ponta desse tubo de cima da tampa do poço, saber de que lado o mecanismo inferior está virado. Ver figura 3 ao lado.

CUIDADO: tome muito cuidado para não deixar cair o conjunto da parte inferior junto com o tubo de 32mm dentro do poço. Para evitar isso, antes de descer todo o conjunto para dentro do poço, passe a corda já com os pistõezinhos pelo mecanismo inferior e pelo tubo de 32mm (que deverá ter o comprimento um pouco maior que o fundo do poço até a tampa do poço).Lembre-se:Os pistões são montados na corda através de nós a uma distância de mais ou menos 1m a 1,5m.

Dica: para facilitar a passagem da corda por dentro do tubo de X metros, você pode usar uma linha de pesca ou linha forte de costura com um chumbinho ou pedrinha amarrada na ponta. Jogue o chumbinho dentro do tubo e depois incline-o até que o chumbinho saia pelo outro lado. Depois amarre essa linha na ponta da corda e puxe de volta a linha, agora com a corda e os pistõezinhos. Depois dê um nó fraco juntando as duas pontas da corda (a que sair do tubo e a que ficará fora do tubo), para que mais no final da montagem possa soltar esse nó e começar a montagem da parte superior da Bomba.

Depois com ajuda de uma ou mais pessoas, desça o mecanismo e o tubo de X metros (com os dizeres sempre para o mesmo lado) para dentro do poço.

MONTAGEM DA PARTE SUPERIOR

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Para a construção da parte superior dessa bomba, você poderá fazer de várias formas. Veja em DICAS DE MONTAGEM algumas opções diferentes para a construção dessa parte superior da bomba.

A seguir vamos demonstrar um exemplo dessa construção.

Certifique-se de que está com todo o material necessário antes de começar as montagens (ver lista de materiais).

Comece calculando a que altura deverá ficar a manivela. Lembre-se que essa manivela deve ficar em uma altura confortável para movê-la (não deve forçar a coluna; deverá forçar apenas os músculos do braço).

Para o suporte da roda e a roda, você pode utilizar material encontrado em uma oficina de bicicletas ou motos. É comum o quadro de uma bicicleta ou de moto rachar ou quebrar. Na maioria dos casos esse quadro é substituído por um novo, e o velho vira sucata. Mas, para a nossa Bomba poderá servir para a construção do suporte da roda, que também poderá achar na sucata da oficina. Se conseguir esse material com sucata de moto será ainda melhor porque a roda de moto é mais larga. Assim quando a corda for entrar no sulco da roda (na subida), vai ficar mais fácil o encaixe da corda na roda. Se o material for de bicicleta, terá que fazer um suporte bem firme para a roda. Isso porque quando estiver girando a manivela poderá balançar a roda e a corda pode sair do alinhamento se soltando da roda.

Em qualquer um dos casos poderá precisar fazer alguns cortes e algumas soldagens para acertar a altura ideal para a roda. Isso você pode conseguir na própria oficina onde conseguiu a sucata. Lembre-se de que esse suporte deve ser fixado sobre a tampa da abertura do poço, portanto os pontos de fixação desse suporte não podem atrapalhar o correto fechamento da tampa sobre o poço. Ver mais opções em DICAS DE MONTAGEM.

Enquanto estiver calculando a altura da roda, será importante manter o alinhamento “A”.

Veja figura ao lado =>

Os pistões deverão sair do tubo de 40mm de diâmetro direto para o centro do perímetro da roda. Por isso é aconselhável que procure uma roda com esse centro bem largo. Assim irá evitar que a corda escape da roda quando estiver girando a manivela.

Montagem da tampa do poço

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Após ter definido como deverá ficar o suporte da roda, comece a construção da tampa de poço.

Obs.: Não é recomendado querer aproveitar tampa antiga da abertura do poço, porque para fazer os furos necessários poderá enfraquecer essa tampa criando pequenas rachaduras, e isso com o tempo de uso pode provocar um acidente. Com o uso e as vibrações mecânicas, as pequenas rachaduras poderão aumentar ao ponto de fazer sua bomba cair dentro do poço.

Essa tampa deverá ser de concreto e deverá fixar bem sobre a abertura do poço. Para isso, é aconselhável fazer uma armação (caixa) com madeiras e se possível usar ferragens para fortalecer ainda mais o concreto. IMPORTANTE, tome muito cuidado para não colocar a ferragem nos pontos que deverão transpassar os tubos e parafusos.

Na nova tampa deverá ter as devidas passagens: um tubo de 32mm de diâmetro (marrom) para subida da corda, outro de 40mm de diâmetro (branco) para descida da corda, distantes entre centros 30cm e os quatro (ou mais) furos pequenos que servirão para fixar a base do suporte da roda.

Obs.: o suporte para a roda poderá ser com diferentes formatos e materiais. Por tanto, cada suporte terá seus pontos próprios de fixação. Na figura ao lado estamos demonstrando os furos do tipo de suporte usado na bomba demonstrada nesse manual.

Na foto ao lado foi usado para servir de molde o próprio buraco da abertura do poço. Nesse buraco foi colocado um compensado para suportar o concreto e foi usado um plástico resistente para impedir que a nova tampa grude na base do poço e evitar que caia cimento dentro do poço.

Page 79: Manual de Tecnologias Alternativas (UFC-CE)

Antes de jogar a massa do concreto, certifique-se de que os pedaços de tubos (um de 32mm de diâmetro e outro de 40mm de diâmetro) estejam bem fixos no compensado. Para isso, faça dois furos bem próximos no centro do diâmetro de cada tubo e use um pedaço de arame com um pedacinho de madeira para torcer o arame forçando o pedaço do tubo contra o compensado. Marque os quatro (ou mais) furos dos pedestais do suporte da roda no compensado e faça os furos com o diâmetro suficiente para passar os parafusos (barra roscada). Revista os dois pedaços de tubos e os parafusos com jornal ou lixa. Isso irá facilitar a remoção desses pedaços de tubos e parafusos após a secagem do concreto.

Montagem das passagens dos tubos e parafusos pela tampa do poço

Depois que secar o concreto, será a hora de montar o mecanismo da parte superior dessa bomba. Veja nas fotos a seguir alguns detalhes da montagem.

O tubo de 40mm de diâmetro fixo na tampa do poço, não tem mais que meio metro. É somente para servir de guia na entrada dos pistões de plástico para a descida da corda, que após passar a tampa do poço segue solta até a entrada lá no fundo do poço no conjunto guia com a roldana de porcelana. Importante: na boca desse tubo de entrada dos pistõezinhos é necessário fazer um chanfro alargando bem essa entrada para facilitar a entrada dos pistõezinhos. Ver foto ao lado =>

Utilize barra roscada com rosca M8 (barra de metal com rosca - veja foto a seguir) para fixar o suporte da roda através da tampa do poço. Obs.: essa barra de metal com rosca é comprada por metro - porcas e arruelas deverão ser compradas conforme a necessidade. Após a montagem pinte todas as partes de ferro expostas com tinta contra ferrugem (tipo zarcão).

Para cortar os pedaços necessários, use serra para cortar metal (serra de arco).Dicas:- Caso o início da rosca não permita o encaixe da porca, use uma lima para desgastar um pouco o início da rosca, depois tente colocar a porca novamente. Faça isso até que a porca entre com facilidade.- Quando serrar a barra e não tiver lima para arrumar a entrada da rosca basta colocar uma ou duas porcas antes de serrar, após serrar retirar as porcas, automaticamente as porcas arrumam a entrada da rosca.

Use tocos de madeira entre o suporte metálico da roda e da tampa do poço para corrigir e ajustar melhor a altura da roda. Esses pedaços de madeira também servirão para amortecer levemente as vibrações do mecanismo.

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Montagem da roda e da manivela

Para essa montagem, serão muitas as alternativas, portanto vamos citar apenas a montagem da bomba que foi usada de exemplo. Porém, estarão sempre abertas as adaptações com o material que estiver ao seu alcance.

Na foto ao lado, temos um detalhe do eixo feito com barra roscada, parafusado ao cubo com arruelas e posteriormente soldado.Porca e contra-porca na ponta em que é rosqueado a manivela. Assim quando girar a manivela vai girar todo o conjunto e estará forçando o braço da manivela contra a barra roscável deixando-a mais firme nesse eixo.Note que muitas dessas peças foram soldadas, portanto o auxilio da oficina de bicicletas ou motos poderá ser imprescindível.

Veja mais detalhes técnicos dessa montagem nas figuras a seguir. Os espaços nomeados com as letras "A" e "B", serão os espaços que ficarão dentro do suporte feito com barra quadrada de ferro. Esses espaços servirão de fixação do eixo no suporte e ao mesmo tempo farão o papel de rolamentos.

Page 81: Manual de Tecnologias Alternativas (UFC-CE)

Obs.: se não quiser que a rosca tenha contato direto com a passagem do suporte (pontos "A" e "B"), e evitar que provoque pequenos soquinhos ao girar a manivela, utilize um cano de metal que tenha uma espessura grossa para cobrir a rosca da barra roscável. Use porca e contra-porca para fixar esse pedaço de caninho contra a porca soldada no cubo. Assim ao girar a manivela, irá girar esse cano junto com todo o conjunto e evitará que a rosca do eixo se desgaste. Conforme sua montagem, você pode usar rolamentos ao invés do caninho sobre o eixo.

Colocação da tampa do poço no lugar

Depois de ter montado o mecanismo superior da bomba na tampa do poço, será o hora de colocar a tampa no lugar definitivo, ou seja tampando o poço.Para isso, desamarre o nó da corda com cuidado para não deixar escapar e cair dentro do poço. Peça ajuda de outra pessoa para essa operação.Uma ponta, a que vem do tubo de 32mm, passe pelo furo que for entrar esse tubo. Amarre um pedaço de madeira na ponta da corda para não deixar ela voltar por esse furo.A outra ponta, a que vai descer para o fundo do poço, terá que passar pelo outro furo; o furo que vai ficar o pedaço de tubo de 40mm com a boca alargada para a entrada dos pistõezinhos. Depois amarre um pedaço de madeira nessa ponta da corda impedindo de escapar para dentro do poço.

Coloque a tampa no lugar, e certifique que está do lado correto e bem encaixada. Depois puxando a corda que vem do tubo de 32mm, faça com que esse tubo passe pela tampa e fique alguns centímetros para cima da tampa.

Altura do conjunto do Tê e tubulação de saída

Para determinar a altura do tubo de 32mm que interliga o Tê (que será a altura da saída da água para o consumo) ao mecanismo no fundo do poço, você poderá fazer de algumas maneiras:

1ª utilize uma luva 32mm com ressalto interno retirado com lima, permitindo que essa luva corra livremente pelo tubo de 32mm. Depois faça dois cortes longitudinais bem próximos, para transformar essa luva em uma abraçadeira. Ver imagens a seguir.

Page 82: Manual de Tecnologias Alternativas (UFC-CE)

<=Ver figura ao lado

Ver foto ao lado=>

Depois, enlaçando essa luva com umas duas voltas de arame um pouco grosso (resistente) reduza o diâmetro interno da luva torcendo as pontas desse arame e fixando-a no tubo de 32mm. Assim a ponta do tubo de 32mm ficará na altura que desejar que fique o Tê de 40mm fique, determinando a altura da saída da água da bomba pelo tubo (horizontal branco) de 40mm.

Ver foto ao lado =>

Lembre-se: essa luva de 32mm, deverá ser colocada antes de colocar o Tê no tubo de 32mm.

2ª determinar a altura desejada e colar uma luva de 32mm entre o tubo que vai até o fundo do poço e um pedaço de tubo de 32mm que vai ficar entre a luva e o Tê.

3ª montar um apoio para o Tê e prender nos pedaços de madeira que estão servindo para o suporte da roda, etc.

Nota: é importante que a passagem do tubo de 32mm pela tampa do poço seja bem justa. Isso é importante porque a luva de 32mm não pode passar por esse furo.

A figura ao lado ilustra a importância do ajuste da altura desse conjunto de peças (Tê, luva e os tubos brancos). Além de determinar a altura da saída da água da bomba, poderá também afrouxar ou esticar a corda levantando ou abaixando todo esse conjunto. Isso ajudará para fazer o ajuste correto do tamanho da corda no final da montagem, nem frouxa e nem esticada de mais.

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Depois de prender a luva de 32mm, use uma bucha de redução soldável curta de 40 para 32mm (marrom) para unir o Tê de 40mm a ponta do tubo de 32mm.

Dica: depois que colocou a luva de 32mm (com o ressalto interno retirado), no tubo de 32mm, cole essa bucha de redução na ponta do tubo. Nas outras peças (Tê e tubos de 40mm) use apenas fita veda rosca para os encaixes. Assim, caso tenha que fazer alguma alteração no futuro, poderá reutilizar essas peças.

Antes de colar (ou melhor, prender com fita veda rosca) o Tê, retire o ressalto interno do Tê com lima ou lixa apoiada em um pedaço de madeira (tipo cabo de vassoura) para que o pistão não enrosque durante a sua passagem.Esse ressalto fica exatamente no meio do Tê, é um ressalto que parece com uma emenda no fundo desse Tê quando visto de frente, igual a posição da foto ao lado.

Revestimento da canaleta da roda

O material amarelo visto na roda é uma tira de espuma E.V.A. que foi amarrado com corda com muitos nós para ajudar a puxar a corda, impedindo-a de escorregar (patinar).Esse revestimento poderá ser feito com diferentes tipos de materiais, inclusive pode ser com o pneu cortado formando uma meia-cana e preso da mesma forma como indicado acima.Mas lembre-se: sempre ter a preocupação de manter uma boa higiene por onde passar a corda.

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LISTA DE MATERIAISParte inferior da bomba:

Descrição do material Quantidadebucha de redução soldável longa de 50mm para 32mm (marrom) 1redução excêntrica de 100mm para 50mm (linha esgoto - branca) 1tubo esgoto 100mm de diâmetro (branco) 30cm tubo 20mm de diâmetro (marrom para eixo da polia) 20cm caps 20mm p/ fixar eixo da polia 2 roldana ou polia de louça usada em instalações elétricas com diâmetro interno de ±21mm e com o tamanho externo que caiba com um pouco de folga dentro do cano de 100mm. Ver mais detalhes em MONTAGEM DA PARTE INFERIOR DA BOMBA.Obs.: quando for comprar essa roldana, é aconselhável que já esteja com a peça do conjunto inferior pré-montada para levar até a loja e testar se o tubo de 20mm entra na roldana e se a roldana encaixa dentro do tubo de 100mm de diâmetro.

1

Parte superior da bomba:Descrição dos materiais (usados no modelo de exemplo desse

manual) Quantidade

corda diâmetro ±6mm (procurar uma corda durável - talvez material sintético - cordas usadas em embarcações)IMPORTANTE! é bom fazer a troca da corda antes que ela se rompa, se ela arrebentar o trabalho será grande, então se perceber que está tendo muito desgaste na corda, efetue logo a substituição. O tempo de troca vai variar com a freqüência de uso, exposição ao sol e qualidade da corda.

26m

roldanas de plástico (pistões - passante de fio elétrico) 16 roda de bicicleta ou moto 1suporte para a roda (quadro de bicicleta adaptado ou barras de ferro) Ver mais detalhes em DICAS DE MONTAGEM. 1

manivela 1barra roscada de 1m X M8 1porcas M8 6 arruelas 8mm 4tubo esgoto 40mm de diâmetro (branco) 1,5m joelho 90° 40mm (branco) 1 Tê 40 mm (marrom) 1bucha de redução soldável curta de 40 para 32mm (marrom) 1

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DICAS DE MONTAGENS DA BOMBA MANUAL DE CORDA

Dicas de diferentes materiais para construir os pistõezinhos.

Caso não encontre as roldanas de plástico, poderá adaptar algum outro material como peças de PVC, tampas de plástico em formato cilíndrico (ideal se forem um pouco cônicas), várias arruelas de plástico formando um cilindro, peças modeladas de plástico, de borracha, de madeira (bem dura que não incha na água), de cerâmica, etc.

Na figura ao lado é mostrado uma opção de pistão feito com um "cap" de 20mm de PVC (linha soldável) para servir de pistãozinho para o tubo de 32mm (tubo de subida da água do poço).

Para confeccionar esse pistãozinho, será necessário usar uma lima grossa, ou uma lixa n° 60 para desgastar uma boa parte do ressalto exterior desse cap e depois fazer o acabamento com uma lixa mais fina como por exemplo n° 220.

Esse trabalho fica mais fácil usando um pedaço de tubo de 20mm para encaixar o cap enquanto realiza a modelagem. Segurando pelo tubo, desgaste uma boa parte do ressalto externo do cap com a lima ou a lixa grosa. MAS CUIDADO, não desgaste mais do que o necessário. O ideal é fazer com que o cap corra o mais rente possível pelo interior do tubo de 32mm sem que fique prendendo ou enroscando durante o trajeto. Para isso, use um pedaço de tubo de 32mm para testar o encaixe do cap no interior desse tubo. Depois, quando achar que já deixou o cap na medida ideal, é recomendável testar esse mesmo cap e uma barra inteira de tubo de 32mm. Para isso use uma cordinha passada pelo interior desse tubo, prenda o cap e puxando essa cordinha faça o cap percorrer todo interior do tubo de 32mm. Assim você terá certeza do melhor ajuste desse cap. Esse teste será necessário fazer para qualquer peça de material muito duro como por exemplo o cap modelado de PVC. Isso porque o tubo de 32mm pode ter pequenas variações no seu Ø interno, comprometendo o funcionamento da Bomba.

Com uma lixa grossa na palma de uma mão, apóie o cap seguro pelo pedaço de tubo de 20mm, depois feche a mão e fique girando o cap sobre a lixa para fazer um bom acabamento. Use um pedaço de tubo de 32mm para ficar experimentando o encaixe do cap no interior desse tubo. Faça isso até que o cap corra livremente no interior do tubo de 32mm. Sem muita folga, só o suficiente para o cap correr livremente.

Depois, faça um furo de 0,5cm no centro do cap para passar a corda. Ver foto acima onde é mostrado o ponto preto.

Dicas de diferentes montagens para o suporte da roda.

O suporte para a roda você poderá fazer de inúmeras formas, basta ver as condições físicas do seu poço e associar com os materiais que conseguir em uma sucata de oficina de motos ou bicicletas.

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A seguir mais algumas idéias de como podem ser esses suportes:

No exemplo da figura ao lado, está sendo mostrado um suporte fixo na tampa do poço que fica no nível do chão, e a roda com a manivela um pouco acima da cintura o usuário.

Muitos poços são construídos com a tampa rente ao chão, por isso estamos dando esse exemplo, mas o correto é elevar a construção da boca do poço pelo menos meio metro do nível do chão, e fazer uma calçada ao redor da boca do poço. Isso é aconselhável para evitar a entrada de bichos e insetos.

Lembre-se que estamos lidando com água potável, portanto todo cuidado é pouco.

Uma outra forma de construir o suporte da roda é aproveitando o mecanismo de uma bicicleta. Nesse caso irá construir o suporte usando os pedais como manivelas, que vão girar a roda através da corrente.

Tamanhos diferentes de coroa ou de catracas poderão ser usadas. Mudando esses tamanhos você poderá dosar melhor a força que será necessária para mover a roda. Quanto maior a catraca, menos força fará (fica mais leve para girar os pedais), porém, mais voltas nos pedais será necessário para girar a roda. Faça alguns testes com diferentes tamanhos de catracas para descobrir qual será o melhor tamanho para a sua bomba manual.

Importante: Se usar corrente de bicicleta na bomba, evite utilizar óleo grosso para lubrificar a corrente. Isso porque pode espirrar e cair dentro do poço ou na água. Use apenas o óleo fino e em pouca quantidade, não deixe espirrar esse óleo. Pode usar um pano velho para secar o excesso do óleo na hora da lubrificação.

Page 87: Manual de Tecnologias Alternativas (UFC-CE)

Como moldar um tubo de PVC no fogo da boca do fogão?

Para fazer esse processo, se você não tiver prática, faça antes uns testes com pedaços de tubos de PVC. Para amolecer o PVC, não deixe que o fogo encoste no tubo; simplesmente posicione a parte que deverá amolecer sobre uma distância de uns 10cm do fogo e fique girando para melhor distribuir o calor. Não tenha pressa, o PVC amolece facilmente sobre alta temperatura, e depois terá tempo suficiente para encaixar um pedaço no outro pedaço. Caso não tenha conseguido, repita o processo de esquentar e tente o encaixe novamente. Faça isso até que tenha ficado bem moldado um sobre o outro para depois que esfriar poder fazer a colagem com adesivo plástico para tubos e conexões soldáveis de PVC rígido, ou usar fita veda rosca se for apenas para fazer um encaixe temporário.

Se desejar um encaixe com mais folga, use um saco desses de supermercado sobre o pedaço que irá introduzir no outro. Depois do tubo amolecido encaixe o pedaço com o saco coberto e fique girando um pouco até quase esfriar, aí retire o pedaço introduzido e deixe esfriar normalmente. Depois de frio, confira para ver se ficou bom o encaixe.

COMO RECICLAR PAPEL

Material necessário:

- papel de jornal

- garfo grande ou batedeira

- recipiente (balde ou bacia)

- moldura com rede fina

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Experiência:

1. Rasgue o papel em pedacinhos pequenos para dentro do recipiente.

2. Adicione água e deixe de molho de um dia para o outro.

3. Misture e amasse bem usando o garfo ou a batedeira

4. Coloque a mistura sobre uma rede e pressione ligeiramente com as mãos ou um rolo.

5. Deixe secar em local aberto.

NOTA: Se não arranjar a moldura com a rede, você pode fazer o mesmo utilizando dois panos, por exemplo, o de cozinha. Coloque a mistura sobre um dos panos, depois de espalhada cobra com o outro e ponha o peso por cima (por exemplo, uma pilha de livros)

Se você quiser pode ainda incorporar ao papel que vai fazer: folhas secas, pequenas lascas de madeira, pedaços de corda, etc.

Como isso você fará bonitos cartões decorativos ou postais para oferecer aos amigos e familiares.

- recipiente (balde ou bacia)

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RECICLAR PAPEL

É preciso:

• Papel usado (jornais velhos, papel de embrulho, cartolina, etc. Atenção: nada de papel plastificado, metalizado ou encerado)

• Água • 1 balde • 1 liquidificador / varinha mágica (se

houver um/a velho/a, melhor) • Panos de cozinha absorventes • 1 esponja • 1 recipiente de plástico quadrado • 2 tábuas

• 1 caixilho com rede

papel

balde liquidificador

esponja alguidar

tábuas caixilho com rede

Como fazer:

1 – Rasgue o papel em tirinhas pequenas, depois em pedacinhos pequenos.

2 - Coloque os pedacinhos de papel dentro do balde com água durante um dia (ou mais).

3 - A seguir, ponha um bocado de papel no liquidificador (tens que pôr 3 partes de água para 1 de papel).

4 - Bata durante 10 segundos, espere 2 minutos e bata novamente mais 10 segundos.

5 – Faça o mesmo com o resto do papel (nunca encha demasiado o liquidificador para não o avariar).

6 – Vá despejando a pasta de papel no recipiente plástico quadrado (convém que este seja maior do que o caixilho).

7 - Mergulhe o caixilho na vertical e deite-o no fundo do recipiente plástico (como no desenho) para o molde ficar com pasta de papel.

8 - Retire o molde na horizontal, e deixe-o escorrer um bocadinho.

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9 - Retire a moldura

10 - Vira a rede com a pasta para baixo sobre um pano de cozinha absorvente com uma das tábuas por baixo.

11 - Tire o excesso da água com a ajuda da esponja.

12 - Levante a moldura com muito cuidado, deixando a folha de papel sobre o pano.

13 - Coloca outro pano absorvente sobre a tua folha.

14 - Faça mais folhas de papel e vá empilhando sobre a que já fez, alternando com panos secos.

15 - Quando tiver uma pilha de 12 folhas de papel, coloque a outra tábua por cima e faça pressão.

16 - Agora é só pendurar cada um dos panos com o papel, num local em que não haja Sol e espere até que sequem.

Variações:

- Para ficar mais colorido misture na pasta de papel linhas ou fios de lã coloridos, cascas de cebola ou alho, chá ou pétalas de folhas.-Coloque sobe a folha de papel ainda molhada folhas de árvore e florzinhas pequeninas.- Papel de outras cores:Mistura papel crepe no liquidificador ou então tintas de guache.

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