ludovina alves portocarrero - laboratorio de polemologia forte de coimbra

7
Laboratório de Polemologia Forte de Coimbra QUARTA-FEIRA, 4 DE NOVEMBRO DE 2015 Forte de Coimbra: Ludovina Alves Portocarrero, heroína do Brasil! Por Luiz Eduardo Silva Parreira Quando a jovem Ludovina Alves de Oliveira casou-se com o 2º Tenente Hermenegildo de Albuquerque Portocarrero, no Rio de Janeiro, no dia de seu aniversário, em 1838, não fazia ideia que 26 anos depois, a 2.000 km a oeste dali, ela entraria para a História do Brasil! Foram dela duas iniciativas que ajudaram na resistência do Forte de Coimbra, em 1864, durante o ataque paraguaio contra o Brasil, primeiro ato da Guerra do Paraguai (1864-1870). Ludovina* nasceu em Montevidéu, República Oriental do Uruguai, em 8 de novembro de 1825. Era filha do português Pedro José Alves de Oliveira, Capitão honorário e comandante do Depósito da Pólvora da Ilha de Sta. Bárbara, e Maria Eugênia Alves de Oliveira. Assumiu o nome de Ludovina Alves Portocarrero depois de casada e teve 15 filhos: Ludovina, Américo, Carlota, Gabriel, Luiz, Hermenegildo, João, Pedro, Manoel, Henrique, Affonso, Antônia, Cândida, Francisco e Anna. No dia do ataque ao forte de Coimbra, pelo menos oito deles estavam lá, sendo o mais novo, Manuel*, com 1 ano e seis meses! Quanto aos filhos, ailás, o casal Portocarrero sofreu a maior dor que uma mãe e um pai podem sofrer em vida: enterrá-los! Ela morreu em 1912*, mas, até lá, viu partir 8 deles: João (1868), Carlota (1870), Francisco (1870), Antônia (1872), Henrique (1885), Affonso (1888) e Cândida (1879) e Gabriel (1912). Em 1861 o casal se mudou para Corumbá, quando o agora Tenente-Coronel Portocarrero assume o Comando do Corpo de Artilharia de Mato Grosso e Distrito Militar do Baixo Paraguai. Com as relações diplomáticas entre o Brasil e o Paraguai se deteriorando, Portocarrero é enviado para inspecionar o Forte de Coimbra, a cerca de 100 km de Corumbá, rio Paraguai abaixo. Como era próximo do Natal de 1864 e no local também havitavam as famílias dos militares que lá serviam, além das famílias civis, ele levou consigo sua esposa e filhos, para confraternizarem com aqueles os festejos natalinos. No dia 27 de dezembro de 1864, aos 39 anos, Ludovina estava no Forte de Coimbra... Corumbá, em meados do século XIX. Cidade onde Dona Ludovina teve seu único filho mato-grossense, Manoel, em 1863. Foto: Blog do Assis Oliveira. SIGA-NOS POR E-MAIL E RECEBA SEMPRE NOSSAS ATUALIZAÇÕES! Submit EDITOR LUIZ EDUARDO SILVA PARREIRA SEGUIDORES 0 mais Próximo blog» [email protected] Nova postagem Design Sair Laboratório de Polemologia Forte de Coimbra: Forte de Coimbr... http://polemologia.blogspot.com.br/2015/11/forte-de-coimbra-l... 1 of 7 08/11/15 00:01

Upload: luiz-eduardo-silva-parreira

Post on 03-Feb-2016

14 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Biografia de Ludovina Alves Portocarrero

TRANSCRIPT

Page 1: Ludovina Alves Portocarrero - Laboratorio de Polemologia Forte de Coimbra

Laboratório de Polemologia Forte de Coimbra

QUARTA-FEIRA, 4 DE NOVEMBRO DE 2015

Forte de Coimbra: Ludovina Alves Portocarrero, heroína do Brasil!

Por Luiz Eduardo Silva Parreira

Quando a jovem Ludovina Alves de Oliveira casou-se como 2º Tenente Hermenegildo de Albuquerque Portocarrero,no Rio de Janeiro, no dia de seu aniversário, em 1838, nãofazia ideia que 26 anos depois, a 2.000 km a oeste dali,ela entraria para a História do Brasil! Foram dela duasiniciativas que ajudaram na resistência do Forte deCoimbra, em 1864, durante o ataque paraguaio contra oBrasil, primeiro ato da Guerra do Paraguai (1864-1870).

Ludovina* nasceu em Montevidéu, República Oriental doUruguai, em 8 de novembro de 1825. Era filha doportuguês Pedro José Alves de Oliveira, Capitão honorárioe comandante do Depósito da Pólvora da Ilha de Sta.Bárbara, e Maria Eugênia Alves de Oliveira. Assumiu onome de Ludovina Alves Portocarrero depois de casada e

teve 15 filhos: Ludovina, Américo, Carlota, Gabriel, Luiz, Hermenegildo, João, Pedro, Manoel, Henrique,Affonso, Antônia, Cândida, Francisco e Anna. No dia do ataque ao forte de Coimbra, pelo menos oito delesestavam lá, sendo o mais novo, Manuel*, com 1 ano e seis meses! Quanto aos filhos, ailás, o casalPortocarrero sofreu a maior dor que uma mãe e um pai podem sofrer em vida: enterrá-los! Ela morreu em1912*, mas, até lá, viu partir 8 deles: João (1868), Carlota (1870), Francisco (1870), Antônia (1872),Henrique (1885), Affonso (1888) e Cândida (1879) e Gabriel (1912).

Em 1861 o casal se mudou para Corumbá, quando o agora Tenente-Coronel Portocarrero assume o Comandodo Corpo de Artilharia de Mato Grosso e Distrito Militar do Baixo Paraguai.

Com as relações diplomáticas entre o Brasil e o Paraguai se deteriorando, Portocarrero é enviado parainspecionar o Forte de Coimbra, a cerca de 100 km de Corumbá, rio Paraguai abaixo. Como era próximo doNatal de 1864 e no local também havitavam as famílias dos militares que lá serviam, além das famílias civis,ele levou consigo sua esposa e filhos, para confraternizarem com aqueles os festejos natalinos.

No dia 27 de dezembro de 1864, aos 39 anos, Ludovina estava no Forte de Coimbra...

Corumbá, em meados do século XIX. Cidade onde Dona Ludovina teve seu único filho mato-grossense, Manoel, em 1863. Foto: Blog do Assis Oliveira.

SIGA-NOS POR E-MAIL E RECEBASEMPRE NOSSAS ATUALIZAÇÕES!

Submit

EDITOR LUIZ EDUARDO SILVA PARREIRA

SEGUIDORES

0 mais Próximo blog» [email protected] Nova postagem Design Sair

Laboratório de Polemologia Forte de Coimbra: Forte de Coimbr... http://polemologia.blogspot.com.br/2015/11/forte-de-coimbra-l...

1 of 7 08/11/15 00:01

Page 2: Ludovina Alves Portocarrero - Laboratorio de Polemologia Forte de Coimbra

Nesse dia, pela manhã, Dona Ludovina cuidava de seus filhos pequenos quando nota uma movimentaçãodiferente no Forte. Com a experiência da vida de caserna, acompanhando seu marido nas infindáveistransferências a serviço, busca junto dele informações. Ele também não sabe. Momentos mais tarde os civisda vila adjacente ao Forte de Coimbra começam a chegar à fortaleza. Ludovina auxilia na organização dasmulheres e crianças que entram, pois os militares iniciaram os preparativos de alerta e a movimentação doscanhões dentro do forte exigia que algumas áreas não poderiam ser invadidas por crianças ou animais, parasua própria segurança.

Às 08:30 chega um emissário paraguaio trazendo uma carta do Coronel VicenteBárrios, que esclarece tudo: a guerra começou! Dizia o ultimatum:

"Viva la República del Paraguay! A bordo del Vapor de Guerra Paraguayo Igurey.Diciembre 27 de 1864. El Coronel Comandante de la División de Operaciones delAlto Paraguay, em virtud de órdenes expressas de su Gobierno, viene a tomarposesion del Fuerte de su mando, y quiriendo dar una prueba de moderacion yhumanidad invita à V. para que dentro de una hora lo rinda, pues que de nohacerlo asi, y cumplindo el plazo señalado, procederá a tomarlo à viva fuerzaquedando la guarnición sugeta à las leyes del caso. Mientras espera su prontarespuesta, queda de V. atento, Vicente Barrios. Al Señor Comandante del Fuertede Coimbra".

Portocarrero responde com outra carta, cujo motto é hoje preservado no Forte de Coimbra:

"Distrito Militar do Baixo-Paraguai, no Forte de Coimbra, 27 de dezembro de1864. O Tenente-Coronel, Comandante deste Distrito Militar, abaixo assinado,respondendo à nota enviada pelo Coronel Vicente Dappy, comandante daDivisão em Operações no Alto-Paraguai, recebida às 8 1/2 horas da manhã, naqual lhe declara que, em virtude de ordens expressas de seu Governo, vemocupar esta fortaleza; e querendo dar uma prova de moderação e humanidadeo intima para que a entregue, dentro do prazo de uma hora, e que, caso não ofaça, passará a tomá-lo à viva força, ficando a guarnição sujeita às leis docaso: - tem a honra de declarar que, segundo os regulamentos e ordens queregem o Exército Brasileiro, a não ser por ordem de autoridade superior, aquem transmite neste momento cópia da nota a que responde - só pela sorte ehonra das armas a entregará; assegurando a S.S. que os mesmos sentimentosde moderação que S.S. nutre, também nutre o abaixo assinado. - Pelo que o mesmo comandante, abaixoassinado, fica aguardando as deliberações de S.S., a quem Deus guarde. Hermenegildo de AlbuquerquePortocarrero, Tenente-Coronel. Ao Sr. Coronel Vicente Dappy, comandante da Divisão em Operações do AltoParaguai".

As sentinelas do Forte de Coimbra avistam as fumaças dos navios paraguaios se aproximando.

Era a manhã de 27/12/1864, primeiro dia de ataque. Montagem: Luiz Eduardo Silva Parreira.

Coronel Vicente Bárrios

Foto: arquivo Luiz Eduardo Silva Parreira

Foto: arquivo Luiz Eduardo Silva Parreira

Participar deste siteGoogle Friend Connect

Membros (38) Mais »

Já é um membro? Fazer login

Pesquisar

PESQUISAR ESTE BLOG

▼ 2015 (2)

▼ Novembro (1)

Forte de Coimbra: Ludovina AlvesPortocarrero, her...

► Maio (1)

► 2014 (2)

► 2013 (3)

► 2012 (13)

► 2011 (118)

ARQUIVO DO BLOG

Luiz Eduardo Silva Parreira

Nos acompanhe pelo Twitter:@EduardoParreira e Facebook: LuizEduardo Silva Parreira. Ou mande-nos ume-mail: [email protected].

Visualizar meu perfil completo

QUEM NÓS SOMOS

NÚMEROS:

9

.:LinkedIn (meu perfil):.

.:Plataforma Lattes (meu currículo):.

.:Política Internacional:.

Alerta Vermelho!

CIA - The world factbook

Cultura FM 103,3 (excelente programaçãomusical!)

Do convés da Balduíno.

Foreign Affairs

Foreign Policy

Gazeta Diplomática

GloboNews Especial

IBM

ICAO

International Institute for Strategic Studies

Lexington Institute

MRE - Notícias nacionais

MRE - notícias internacionais

Meridiano 47

Mundorama

LINKS

7 5 8 5

Laboratório de Polemologia Forte de Coimbra: Forte de Coimbr... http://polemologia.blogspot.com.br/2015/11/forte-de-coimbra-l...

2 of 7 08/11/15 00:01

Page 3: Ludovina Alves Portocarrero - Laboratorio de Polemologia Forte de Coimbra

Interessante destacar que 12 anos antes, em 1852, o casal Portocarrero se encontrava no Paraguai.Hermenegildo foi enviado ao país vizinho para ser instrutor de artilharia junto ao exército daquele país. Porser um artilheiro de escol, impressionou os militares paraguaios, inclusive o presidente Solano Lopes e seucunhado, Coronel Vicente Bárrios, o mesmo que agora lhe envia o ultimatum para deixar o Forte. Bárrios"caprichou" tanto na assinatura que Portocarrero não a entedeu e confundiu Bárrios com Dappy (imaginemo garrancho! Bárrios deve ter escrito seu nome com o pé!). Mas Bárrios leu o nome do ex-instrutor brasileirona carta-resposta e sabia que se manobrasse seus 10 navios dentro da linha de tiro do Forte de Coimbra,eles seriam certamente alvejados! No Paraguai, o ajudante de Portocarrero era o então Tenente João CarlosVillagran Cabrita, mais tarde escolhido para ser o Patrono da Arma de Engenharia do Exército Brasileiro.*

Se por rio os paraguaios temiam ser alvejados, por terra elesacreditavam que a história era outra! As letras da mensagemguarani eram suportadas por - além dos dez navios de guerra -cerca de 3.200 homens: uma força quase 30 vezes superior aocontingente do Forte de Coimbra, naquela data.

Terminado o prazo dado por Bárrios, uma chuva de balas decanhão caiu sobre o Forte. Em seguida, 700 infantesparaguaios avançaram contra as muralhas de Coimbra, sendobarrados pelas balas dos fuzis e baionetas brasileiras, sob ocomando do Tenente João de Oliveira Mello. Os detalhes doscombates pode ser lidos no post 150 anos do ataque paraguaioao Forte de Coimbra.

Concomitantemente, Portocarrero e o Capitão Benedito Jorgede Faria, Comandante do Forte, lideravam o contra-ataqueartilheiro, evitando que mais tropas paraguaias pudessemchegar perto das muralhas e dando cobertura às investidas dacanhoneira Anhambaí, da Marinha, contra outros pontos defogo guarani. A Anhambaí era comandada pelo bravo edestemido Tenente Balduíno José Ferreira de Aguiar, daMarinha do Brasil.

No final do dia entra em cena a liderança de Dona Ludovina junto às mulheres. Segue a parte do Tenente-Coronel Portocarrero: "Terminada a mais vigorosa resistência de que venho a falar, aos ataques de escaladado dia 27, reconheci só existirem cerca de 2.500 cartuxos; tornou-se por tanto mister que todas as mulheresque se achavam homisiadas no interior do forte, em número de 70, fabricassem cartuxame para ainfantaria, durante toda a noite, sem dormirem um só instante, visto não poderem os soldados deixar porum momento os parapeitos. Assim consegui para opor aos novos ataques do dia seguinte 6.000 e tantoscartuxos, tendo-se tornado preciso transformar as balas de ardarme 17 (um tipo de calibre de arma defogo), machucando-se com pedras e pequenos cilindros, para se acomodarem às espingardas Minié".

No mundo corporativo de hoje, competências como teamwork, ownership e leadership são fundamentais! Equem lida com times para que entreguem resultados, num ambiente competitivo e estressante, consegueentender o valor que Dona Ludovina teve nesse momento. Sua motivação, garra e senso de devercontagiaram as mulheres ali presentes, que, reforça-se, fizeram em uma noite, 6.000 cartuchos! E foi essamunição que suportou o segundo dia de batalha. Dia este em que mais uma vez a presença de Ludovina foifundamental!

No dia 28, os paraguaios voltam a atacar e aos poucos conseguem ir galgando a parte mais baixa damuralha, usando os corpos de seus companheiros mortos como apoio.

A oração escrita nas muralhas internas do Forte de Coimbra foram extraídas da resposta ao ultimatum

recebido pelas forças invasoras paraguaias. Foto: Luiz Eduardo Silva Parreira.

Tropas paraguaias. Fonte: Osprey Publishing

Olavo de Carvalho

RelNet

Sem Fronteiras

UN/ONU

World Affairs

PÁGINAS

1ª/6º GACOs Forte deCoimbra Artilharia ExércitoBrasileiro FEB Forte Coimbra ForçaExpedicionária Brasileira Pantanal

MARCADORES

Laboratório de Polemologia Forte de Coimbra: Forte de Coimbr... http://polemologia.blogspot.com.br/2015/11/forte-de-coimbra-l...

3 of 7 08/11/15 00:01

Page 4: Ludovina Alves Portocarrero - Laboratorio de Polemologia Forte de Coimbra

À tarde, por volta das quatorze horas, quando o assalto pareciaiminente, Dona Ludovina Portocarrero pede ao músico Verdeixas quepegue a imagem de Nossa Senhora do Carmo, que ela havia singidocom a banda (vermelha) de Comandante, e a erga sobre as muralhas.E ele grita: Viva Nossa Senhora do Carmo! E todos os combatentes –brasileiros e paraguaios – respondem: Viva! Interrompe-se ocombate! Por um momento, os dois povos voltam a ser irmãos emCristo pela intercessão de sua Mãe, a Virgem Maria, ali invocada sobo título de Nossa Senhora do Carmo!

Quando o combate reinicia, já a fúria do atacante havia sido acalmada. Chegada a noite, cessa o ataquedaquele dia. E outra vez os defensores do Forte de Coimbra se veem sem munição. As mulheres seapresentaram, mas Portocarrero as dispensou. Ele escreveu:"(...) nos restava para colher-nos novos louros(...) que talvez não excedesse, 1.000, pois que cinco mil e tantos se haviam gasto naquela última tarde (dodia 28) e estes dos feitos pelas mulheres. Estas mulheres que já há dois dias, como todos nós, não comiam,nem dormiam, não podiam fazer novo cartuxame, por ser isto um esforço sobrenatural e mesmoinvencível".

Portocarrero reúne os Oficiais em Conselho de Guerra e por falta de munição de fuzil, decidem deixar oForte de Coimbra. A resistência seria inútil e a tropa defensora teria mais valor noutros momentos daguerra. Deixam o Forte às 23:00 horas, sem terem sido notados pelos paraguaios. Na saída, a imagem élevada pela filha do casal Portocarrero, Carlota, com 13 anos. Os detalhes da retirada podem ser lidos nonosso blog em o loca onde a imagem de Nossa Senhora do Carmo foi erguida. Por ter um filho ainda bebê,acredita-se que Ludovina não levou a imagem para poder cuidar do embarque dos seus outros filhos.

A imagem de Nossa Senhora do Carmo por cima das muralhas! Um texto mais detalhado sobre esse ocorrido pode ser lido no nosso blog: link. Montagem: Luiz

Eduardo Silva Parreira.

Imagem de Nossa Senhora do Carmo de Forte de Coimbra com a medalha entregue pelo Imperador Dom Pedro II aos defensores do ataque paraguaio de 1864.

Imagem: Luiz Eduardo Silva Parreira

Laboratório de Polemologia Forte de Coimbra: Forte de Coimbr... http://polemologia.blogspot.com.br/2015/11/forte-de-coimbra-l...

4 of 7 08/11/15 00:01

Page 5: Ludovina Alves Portocarrero - Laboratorio de Polemologia Forte de Coimbra

Para demonstrar o valor dos defensores de Coimbra, eis que em 1882, o naturalista norte-americano HerbertH. Smith assim descreveu o Forte:"(...) passamos o Forte de Coimbra, defesa principal de Mato Grosso. Étalvez este o forte mais indefensável que jamais se edificou. A fortaleza está construída no lado íngreme deum morro, à margem oriental de um rio, e dominado por outro morro na margem ocidetantal, e mesmo decoberta do nosso vapor podíamos devassar-lhe todo o interior. Suponho que as canhoneiras de uma frotainimiga colheriam vista igualmente interessante do interior do forte, e a ideia de atirar metralhas, para nãodizer granadas de mão, se antolharia imediatamente". E mesmo assim, os bravos de Coimbra suportaram oataque de mais de 3.000 homens!

Deixando o Forte de Coimbra, os defensores de Coimbra chegam a Corumbá e depois rumam para Cuiabá, deonde se planeja o contra-ataque à invasão, bem como, a defesa da cidade. Hermenegildo Portocarreroainda recebe atribuições no Mato Grosso até 1868, sendo designado para Assunção. Em razão disso, crê-seque Dona Ludovida tenha ficado em Cuiabá até meados de 1868*, voltando para o Rio de Janeiro. No MatoGrosso ela não possuía nenhum parente, ao reverso da corte, onde residia sua família.

Pelas alterações de Portocarrero, vê-se que a família viajou ainda paramuitos lugares, depois da guerra: Em setembro de 1872 foi nomeado inspetordos corpos estacionados em Santa Catarina, São Paulo e Espírito Santo. Pordecreto de 5 de maio de 1873 passou a exercer o cargo de comandante dasArmas da Província do Amazonas, deixando-o a 17 de abril de 1874, parainspecionar o Depósito de Aprendizes Artilheiros. Assumiu o comando interinodo Corpo de Engenheiros e a Direção do Arquivo Militar a 18 de junho de1876. Comandando as Armas da Província de Pernambuco, de 2 de março de1878 até 28 de abril de 1879, foi louvado pelos serviços ali prestados. Foinomeado para inspecionar os corpos da Província da Bahia e de Sergipe a 23de março de 1880 e os do Mato Grosso a 6 de dezembro. Assumindo a 21 demaio de 1881 as Armas do Amazonas, foi exonerado a 16 de dezembro de1882. Mandado substituir o Brigadeiro Manoel Deodoro da Fonseca nainspeção de corpos em 1883 e servir na comissão de promoções a 28 de

outubro, foi dispensado a 26 de março de 1888. Passou a inspecionar o Arsenal de Guerra da Corte a 31 dejaneiro de 1889 e em 13 de julho do mesmo ano, foi agraciado com a medalha concedida a guarnição doForte de Coimbra, a geral da Campanha do Paraguai com passador de ouro n.º 5 e o titulo de Barão doForte de Coimbra.

Dona Ludovina recebe o título de Baronesa do Forte de Coimbra.

Fica viúva aos 68 anos de idade (1893) e falece no Rio de Janeiro aos 87, em 1912.

Hoje, sua memória é mantida pela Escola Municipal Ludovina Portocarrero, que fica no distrito corumbaensede Coimbra, na vila adjacente ao Forte de Coimbra. Um pouco de sua história pode ser lida em o parquinhoinfantil da Escola Ludovina Portocarrero.

O atual brasão da unidade militar que guarda o Forte de Coimbra. As cores ouro e azul são em virtude das cores da família Portocarrero. Sua descrição pode

ser lida no nosso blog em Forte de Coimbra: seus brasões e estandartes. Imagem: arquivo Luiz Eduardo Silva Parreira.

Laboratório de Polemologia Forte de Coimbra: Forte de Coimbr... http://polemologia.blogspot.com.br/2015/11/forte-de-coimbra-l...

5 of 7 08/11/15 00:01

Page 6: Ludovina Alves Portocarrero - Laboratorio de Polemologia Forte de Coimbra

Todos os anos os seus alunos revivem - com roupas que representam os personagens históricos - os feitosque ocorreram durante a guerra do Paraguai. Da maesma maneira, cantam o Hino da escola, composto porJosé Lourenço Parreira, resumindo em bela melodia, os feitos daqueles dias.

Hino Escola Ludovina P...

Sobre a Guerra do Paraguai, um excelente documentário é o 150 anos da Guerra do Paraguai, produzidopelo Canal Brasil.

Guerra do Paraguai – 1...

Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!

------------------------------------------------------------Caro leitor, Caso tenhas alguma foto ou história sobre o Forte de Coimbra. Ou então reconheça alguém

numa fotografia; até mesmo credes que há algum dado que deva ser corrigido, por favor, nos contate! Nosescreva e cite este update para que possamos manter viva a história contemporânea do Forte de

Coimbra. Envie para [email protected].@eduardoparreira (twitter).

Luiz Eduardo Silva Parreira (facebook).------------------------------------------------------------

*Nas referências históricas também se encotrão as grafias Porto Carrero, Porto Carreiro e Portocarreiro. Mas nos documentos da época, a grafia do sobrenome do

Barão do Forte de Coimbra é PORTOCARRERO.

*Dr. Manoel de Albuquerque Portocarrero, o único dos filhos do Barão nascido em Mato Grosso, na cidade de Corumbá; a 19 de junho de 1863.

*Cruzando-se os dados do nascimento dos filhos e da ida do seu esposo para o território paraguaio.

*O Marechal Hermenegildo de Albuquerque Portocarrero morreu em 12 de setembro de 1893.

*As notas de Rio Branco não deixam dúvidas quanto a isso.

===================================================================Sugestão de leitura complementar:

História do Forte de Coimbra, de Raul Silveira de Mello e relançadas pelo Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul. Interessados em comprar a obra

Laboratório de Polemologia Forte de Coimbra: Forte de Coimbr... http://polemologia.blogspot.com.br/2015/11/forte-de-coimbra-l...

6 of 7 08/11/15 00:01

Page 7: Ludovina Alves Portocarrero - Laboratorio de Polemologia Forte de Coimbra

Postagem mais antigaPágina inicial

Assinar: Postar comentários (Atom)

Postado por Luiz Eduardo Silva Parreira às quarta-feira, novembro 04, 2015

podem entrar em contato por este link.

O Forte de Coimbra, Carlos Francisco Moura.

A Guerra do Paraguai, L. Schneider - Tomo I.

Genealogia Matogrossense: http://bit.ly/1NmA8Iv

Biblioteca digital do Museu Histórico Nacional: http://bit.ly/1RqawK8 - Escreve Porto Carrero e erra no número de mulheres que participaram da iniciativa de

Ludovina. Diz serem 50, mas eram 70.

Decreto n.º 576, de 06/07/1899 - (D.O.U. 31/12/1899): http://bit.ly/20oKCwg - Concede a D. Ludovina Alves Portecarrero, viúva do marechal Hermenegildo de

Albuquerque Portocarrero, uma pensão igual ao meio soldo que percebe.

Mulheres na Guerra do Paraguai: http://bit.ly/1NNnYH2

Blog do Antônio Carlos Mesquita Amaral, que disponibiliza o livro Velhos Comandantes do Regimento Mallet: http://arquivodiversificado.blogspot.com.br

/2010_12_01_archive.html

Blog do Assis Oliveira: http://blogdecorumba.blogspot.com.br/2015/01/corumba-de-antigamente.html, que mostra a foto antiga do porto da cidade de

Corumbá.

Armas online: http://bit.ly/1GIHhBO

Recomende isto no Google

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Sair

Notifique-me

Comentar como: Luiz Eduardo Silva Parreira (Google)

PublicarPublicar VisualizarVisualizar

Nenhum comentário:

Postar um comentário

tecnologia

POLEMOLOGIA AT YOUTUBE

(c) Luiz Eduardo Silva Parreira. Modelo Picture Window. Tecnologia do Blogger.

Laboratório de Polemologia Forte de Coimbra: Forte de Coimbr... http://polemologia.blogspot.com.br/2015/11/forte-de-coimbra-l...

7 of 7 08/11/15 00:01