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Tão longe, tão perto Até o terceiro ano de namoro, o empresário Mário Santiago, 26, e a engenheira Maria Laura Rago- ne, 25, estavam acostumados a se ver todos os dias, quando ela se mudou para São Paulo por motivos profissionais. “Não foi uma escolha, a coisa veio e procu- ramos formas de conciliar”, conta. Desde que a mudança se impôs, já foram quase quatro anos e, mesmo nesse período, já houve transformações significantes na forma como eles se comunicam. Logo que ela foi, o WhatsApp ainda não tinha se espalhado, então ainda dependiam muito da telefonia e do Skype. Depois, o próprio WhatsApp passou a enviar áudio e, em seguida, a realizar chamadas sem depen- der de operadora. Tanto é que pouca coisa mudou nos últi- mos dias, que ela tem passado na Tailândia, em férias. “Só tivemos que nos adaptar ao fuso horário”, diz. Apesar de tantos facilitadores, Mário frisa que é preciso ter em vista uma forma de voltarem a viver próximos, e tem planos de “resolver o problema” a curto prazo. “Essas coisas atenuam a distância, mas não substituem o contato direto. Não dá pra ser para o resto da vida”, conclui. Na semana em que conversou com o Pampulha, o publicitá- rio Arthur Guedes Mesquita, 26, enfrentava um problema em seu relacionamento. Não era nenhum tipo de desentendi- mento, mas seu namorado, o também publicitário Raul Ede, 31, estava com o celular que- brado. Não seria um problema da relação, não fosse o fato de que Arthur mora em Belo Hori- zonte e Raul em São Paulo, e o celular ser sua principal forma de contato. Com o aparelho, se comunicam das mais diversas formas possíveis: WhatsApp, Skype, Facebook, Instagram, Twitter. “Esses dias, o contato está mais limitado, preciso esperar que ele me procure”, diz Arthur. Como conseguem se ver prati- camente todo fim de semana, os dois se sentem como casais que vivem na mesma cidade, mas por algum motivo não podem se ver nos dias úteis. “Se não houvesse esses recur- sos, seria muito mais complica- do, porque a relação requer um investimento e uma partici- pação que conseguimos reali- zar à distância”, comenta. No entanto, ele diz que, em seu círculo social, isso tem se tornado cada vez mais co- mum. Inclusive com sua pró- pria mãe, a bancária Regina Smarandescu, 50, e seu padras- to, Eugen Smarandescu Filho. Juntos há 14 anos, eles passa- ram os últimos três com ela aqui e ele em Brasília. “Ele gos- ta muito de cozinhar e sempre manda fotos dos pra mim. O Arthur sempre faz vídeos da gente, do nosso cachorro, para mandar pra ele. E aproveita- mos muito o tempo que passa- mos no trânsito para conver- sar, já que os nossos dois car- ros têm bluetooth”, conta. “Acho que se não pudéssemos ir diluindo a saudade assim, eu já teria dado um jeito de voltar a morar lá”. LONGE DOS OLHOS>Casais contam como superam a distância em seus relacionamentos No próximo sábado (12), a pedagoga Thaisa Gal- vão, 55, e o engenheiro civil Francisco Pimenta, 56, vão vestir as roupas e acessórios mais ina- dequados que conseguirem e, juntos, vão à festa brega que um grupo de amigos promove todos os anos no Dia dos Namorados, para fu- gir do padrão e celebrar a data de forma bem-humora- da. Juntos há quase 30 anos – 27 dos quais, casados –, por muito tempo eles não ti- veram essa oportunidade e a programação da efeméri- de era a mesma de quase to- do o restante do ano: uma conversa pelo telefone ao fim do dia. Poucos meses depois do início do namoro, ele acei- tou uma proposta de traba- lho que envolvia viagens lon- gas e frequentes e ela, por sua vez, preferiu não aban- donar a própria carreira pa- ra acompanhá-lo. O telefo- ne foi a principal forma que usaram pra se comunicar durante as muitas partidas de Francisco até 2011, quan- do ele voltou definitivamen- te para BH. “Por todo esse tempo, ele conseguiu estar sempre aqui em três datas, que considerávamos impor- tantes: Natal, Réveillon e Carnaval. Por conta disso, porém, quase sempre ele perdia meu aniversário, que era no início de dezembro. Tínhamos que comemorar depois”, conta Thaisa. Se Thaisa e Francisco praticamente só puderam contar com o telefone, ca- sais formados mais recente- mente têm nas tecnologias digitais uma gama de alia- dos que se torna maior e mais potente a cada dia. O contato, que para eles se res- tringia a ouvir a voz um do outro uma ou duas vezes por dia, hoje poderia se re- petir de forma incontável e instantânea, inclusive com envio de fotos e vídeos, por meio, por exemplo, de apli- cativos como o WhatsApp. O Skype, com suas chama- das por vídeo, nasceu em 2003 já com vocação para encurtar distâncias, mas es- tendeu ainda mais seu po- der de aproximação depois que o sinal de internet dei- xou de depender de fios e, em seguida, que o software passou a poder ser levado no bolso, em sua versão pa- ra celular. Tanto é que numa pes- quisa conduzida no ano pas- sado pelo Laboratório de Ideias da Microsoft nos EUA e Reino Unido, 96% dos par- ticipantes responderam que as videochamadas os tornam mais próximos de pessoas que amam e estão distantes. Ainda, 61% disseram que a conversa por vídeo melhora seus relacionamentos român- ticos, e 47% dão crédito ao Skype por manter o amor vi- vo, enquanto não estão jun- tos fisicamente. CONFIANÇA A coach afetiva Patrícia Camargo reafirma a impor- tância desses meios para a manutenção desse tipo de re- lação. “Você conversa olho no olho, você faz sexo virtual, se excita, ri, chora. As ferra- mentas tecnológicas aproxi- mam os que estão distantes cada vez com mais qualidade em seus recursos de som e imagem”, diz. Mas ela atenta para o cuidado necessário pa- ra não se mostrar somente seu lado positivo ao outro, criando uma visão idealizada e possivelmente dificultando a convivência quando – o que parece ser um objetivo de to- dos – conseguirem se aproxi- mar geograficamente de ma- neira definitiva. Independentemente de se- rem ou não conectados pelas últimas novidades em teleco- municação, duas condições parecem imprescindíveis para o bom funcionamento dos re- lacionamentos a distância: a confiança e a autonomia de ca- da um. “Seria bem mais fácil se, na nossa época, tivéssemos um tablet ou coisa do tipo e pu- déssemos ter contato mais di- reto, ainda que para coisas ba- nais como escolher juntos um móvel novo para a casa”, diz Thaisa. “Mas o que é impor- tante para dar certo, no fim das contas, é que cada um mantenha seus objetivos, mas também tenham objetivos co- muns. Que haja um encontro entre as metas pessoais e as do casal. Além de confiar no ou- tro, que é o xis da questão”. TECNOLOGIA ATENUA DISTÂNCIA EM FAMÍLIA De BH, Mário mantém contato com Maria Laura, em SP: plano é voltar a viverem próximos LINCON ZARBIETTI Mãe e filho Arthur e a mãe, Regina, usam a tecnologia para manter o relacionamento com seus parceiros que estão longe FOTOS ARQUIVO PESSOAL Jessica Almeida LEO FONTES pampulha jornalpampulha.com.br BELO HORIZONTE 6 a 12 de junho de 2015 reportagem 3

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Page 1: LONGE DOS OLHOS> Tão longe, tão pertocoachingepsicanalise.com.br/wp-content/uploads/2015/07/dia-dos... · Tão longe, tão perto Até o terceiro ano de namoro, o empresário Mário

Tão longe, tão perto

Até o terceiro ano de namoro, oempresário Mário Santiago, 26, ea engenheira Maria Laura Rago-ne, 25, estavam acostumados ase ver todos os dias, quando elase mudou para São Paulo pormotivos profissionais. “Não foiuma escolha, a coisa veio e procu-ramos formas de conciliar”, conta.Desde que a mudança se impôs,já foram quase quatro anos e,mesmo nesse período, já houvetransformações significantes naforma como eles se comunicam.Logo que ela foi, o WhatsAppainda não tinha se espalhado,então ainda dependiam muitoda telefonia e do Skype. Depois,

o próprio WhatsApp passou aenviar áudio e, em seguida, arealizar chamadas sem depen-der de operadora. Tanto é quepouca coisa mudou nos últi-mos dias, que ela tem passadona Tailândia, em férias. “Sótivemos que nos adaptar aofuso horário”, diz.Apesar de tantos facilitadores,Mário frisa que é preciso ter emvista uma forma de voltarem aviver próximos, e tem planos de“resolver o problema” a curtoprazo. “Essas coisas atenuam adistância, mas não substituemo contato direto. Não dá pra serpara o resto da vida”, conclui.

Na semana em que conversoucom o Pampulha, o publicitá-rio Arthur Guedes Mesquita, 26,enfrentava um problema emseu relacionamento. Não eranenhum tipo de desentendi-mento, mas seu namorado, otambém publicitário Raul Ede,31, estava com o celular que-brado. Não seria um problemada relação, não fosse o fato deque Arthur mora em Belo Hori-zonte e Raul em São Paulo, e ocelular ser sua principal formade contato. Com o aparelho, secomunicam das mais diversasformas possíveis: WhatsApp,Skype, Facebook, Instagram,Twitter. “Esses dias, o contatoestá mais limitado, precisoesperar que ele me procure”,diz Arthur.Como conseguem se ver prati-camente todo fim de semana,os dois se sentem como casaisque vivem na mesma cidade,mas por algum motivo nãopodem se ver nos dias úteis.“Se não houvesse esses recur-sos, seria muito mais complica-do, porque a relação requerum investimento e uma partici-pação que conseguimos reali-zar à distância”, comenta.No entanto, ele diz que, emseu círculo social, isso tem setornado cada vez mais co-mum. Inclusive com sua pró-pria mãe, a bancária ReginaSmarandescu, 50, e seu padras-to, Eugen Smarandescu Filho.Juntos há 14 anos, eles passa-ram os últimos três com elaaqui e ele em Brasília. “Ele gos-ta muito de cozinhar e sempremanda fotos dos pra mim. OArthur sempre faz vídeos dagente, do nosso cachorro, paramandar pra ele. E aproveita-mos muito o tempo que passa-mos no trânsito para conver-sar, já que os nossos dois car-ros têm bluetooth”, conta.“Acho que se não pudéssemosir diluindo a saudade assim, eujá teria dado um jeito de voltara morar lá”.

LONGE DOS OLHOS>Casais contam como superam a distância em seus relacionamentos

No próximosábado (12),a pedagogaThaisa Gal-vão, 55, e o

engenheiro civil FranciscoPimenta, 56, vão vestir asroupas eacessórios mais ina-dequados que conseguireme, juntos, vão à festa bregaque um grupo de amigospromove todos os anos noDiados Namorados, parafu-gir do padrão e celebrar adatade forma bem-humora-da. Juntos há quase 30 anos– 27 dos quais, casados –,por muito tempo eles não ti-veram essa oportunidade ea programação da efeméri-de era a mesma de quase to-do o restante do ano: umaconversa pelo telefone aofim do dia.

Poucos meses depois doinício do namoro, ele acei-tou uma proposta de traba-lhoqueenvolvia viagenslon-gas e frequentes e ela, porsua vez, preferiu não aban-donar a própria carreira pa-ra acompanhá-lo. O telefo-ne foi a principal forma queusaram pra se comunicardurante as muitas partidasdeFrancisco até2011, quan-doele voltou definitivamen-te para BH. “Por todo essetempo, ele conseguiu estarsempre aqui em três datas,que considerávamos impor-tantes: Natal, Réveillon eCarnaval. Por conta disso,porém, quase sempre eleperdia meu aniversário, queera no início de dezembro.Tínhamos que comemorardepois”, conta Thaisa.

Se Thaisa e Franciscopraticamente só puderamcontar com o telefone, ca-sais formados mais recente-mente têm nas tecnologiasdigitais uma gama de alia-dos que se torna maior emais potente a cada dia. Ocontato, que para eles seres-tringia a ouvir a voz um dooutro uma ou duas vezespor dia, hoje poderia se re-petir de forma incontável einstantânea, inclusive comenvio de fotos e vídeos, pormeio, por exemplo, de apli-cativos como o WhatsApp.O Skype, com suas chama-das por vídeo, nasceu em2003 já com vocação paraencurtar distâncias, mas es-tendeu ainda mais seu po-der de aproximação depoisque o sinal de internet dei-xou de depender de fios e,em seguida, que o softwarepassou a poder ser levadono bolso, em sua versão pa-ra celular.

Tanto é que numa pes-quisa conduzida no ano pas-sado pelo Laboratório deIdeias da Microsoft nos EUAeReino Unido, 96% dos par-

ticipantes responderam queas videochamadas os tornammais próximos de pessoasque amam e estão distantes.Ainda, 61% disseram que aconversa por vídeo melhoraseus relacionamentos român-ticos, e 47% dão crédito aoSkype por manter o amor vi-vo, enquanto não estão jun-tos fisicamente.

CONFIANÇAA coach afetiva Patrícia

Camargo reafirma a impor-tância desses meios para amanutenção desse tipo de re-lação. “Você conversa olhono olho, você faz sexo virtual,se excita, ri, chora. As ferra-mentas tecnológicas aproxi-mam os que estão distantescada vez com mais qualidadeem seus recursos de som eimagem”, diz. Mas ela atentapara o cuidado necessário pa-ra não se mostrar somenteseu lado positivo ao outro,criando uma visão idealizadae possivelmente dificultandoa convivência quando – o queparece ser um objetivo de to-dos – conseguirem se aproxi-mar geograficamente de ma-neira definitiva.

Independentementedese-rem ou não conectados pelasúltimas novidades em teleco-municação, duas condiçõesparecemimprescindíveis parao bom funcionamento dos re-lacionamentos a distância: aconfiançaeaautonomiadeca-da um. “Seria bem mais fácilse,nanossaépoca,tivéssemosumtabletoucoisadotipoepu-déssemos ter contato mais di-reto, ainda que para coisas ba-nais como escolher juntos ummóvel novo para a casa”, dizThaisa. “Mas o que é impor-tante para dar certo, no fimdas contas, é que cada ummantenha seus objetivos, mastambém tenham objetivos co-muns. Que haja um encontroentreasmetaspessoaiseasdocasal. Além de confiar no ou-tro, que é o xis da questão”.

TECNOLOGIA ATENUA DISTÂNCIA

EM FAMÍLIA

De BH, Mário mantém contato com Maria Laura, em SP: plano é voltar a viverem próximos

LINCON ZARBIETTI

Mãe e filhoArthur e a mãe, Regina,usam a tecnologia paramanter o relacionamentocom seus parceirosque estão longe

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

JessicaAlmeida

LEO FONTES

pampulha jornalpampulha.com.brBELO HORIZONTE 6 a 12 de junho de 2015 reportagem 3

Patricia
Realce
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Distância tem lado positivo

PERTO DO CORAÇÃO>Comunicação é mais aberta e discussões triviais acontecem menos

Embora mui-ta gente nãoleve muita fénesse tipo derelação,umle-

vantamentodoCentrodeEs-tudos das Relações de LongaDistância, nos Estados Uni-dos, constatou que as chan-ces de um casal que namoraa distância terminar nos pri-meiros seis meses é de 27%,enquanto para os que têmcontato presencial frequenteo número é 30%. Ou seja,empate técnico com ligeiravantagem para os que estãolonge um do outro.

Ao contrário da crençapopular, inclusive, relaçõesa distância tendem a sermais estáveis do que aquelasem que os parceiros estãogeograficamente próximos.É isso o que atesta a psicólo-ga e pesquisadora de rela-ções românticas da PurdueUniversity(EUA)MaryCaro-lePistole.“Nasrelaçõesalon-ga distância, a comunicaçãoé mais aberta, os parceirosconversammaissobreorela-cionamento,separamohorá-rio de trabalho do de namo-ro,discussõestriviaisaconte-cem menos e eles passammais tempo de qualidadejuntos, o que pode criar umaproximidade maior do queentreaquelesqueseveemto-dos os dias”, comenta.

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

“NÃO AGUENTO MAIS WHATSAPP, SKYPE, FACETIME...”

COMEMORE EM BH!

ARQUIVO PESSOAL

INTERNET, A MELHOR AMIGA

Foi justamente por conheceremmuito bem a rotina um do outroe se falarem várias vezes ao diaque o engenheiro eletricista suíçoMarco Lötscher, 32, conseguiufazer uma grande surpresa parasua namorada belo-horizontina,a jornalista Aline Soares, 28. Navéspera do aniversário dela, emdezembro do ano passado, eledisse que teria de ir para umabase militar trabalhar por algu-mas horas e ficaria incomunicá-vel. “Respondi que tudo bem efui dormir. Na manhã seguinte,

acordei com uma foto dele mos-trando a neve na janela de casa.Mas à noite, enquanto estavanum bar comemorando commeus amigos, ele apareceu! Foi amelhor surpresa que já tive navida e eu jamais desconfiaria,afinal estávamos nos falandocomo fazemos todos os dias”,conta. Os dois usam e abusamdas possibilidades que a tecnolo-gia proporciona. “Às vezes, quan-do acontecem churrascos lá emcasa, eu desço com ele no tablet,ponho para conversar com a

família toda. Eu gosto muito detênis, então, às vezes assistimosa partidas juntos, ele de lá e eude cá. Tentamos fazer com queum entre na rotina do outro”, diz.Aline ainda usa o Instagram paracontar um pouco sobre como asdiferenças culturais influenciam orelacionamento, como quandoele disse para ela, em português,“Você é um presente de Deus”, edepois contou que tinha lido afrase na traseira de um cami-nhão. A relação ainda a aproxi-mou de uma conhecida, que aca-

bou se tornando amiga, por vive-rem a mesma situação. “A primei-ra vez que saímos juntas, foramquase quatro horas falando sódesse assunto. Os amigos às ve-zes não entendem muito bem,com ela é mais fácil comparti-lhar”, lembra. Juntas, as duastêm o plano de criar uma páginana internet para falar da experiên-cia cultural e dar dicas, tentarajudar pessoas na mesma situa-ção. O nome: “Marca Saudade”.Essa última, uma das primeiraspalavras que ensinaram a eles.

Pra quem for curtir o Diados Namorados acompa-nhado A dica é o menu espe-cial para a data do EphigêniaBistrô com entrada, pratoprincipal e sobremesa harmo-nizados com bons vinhos.Quanto R$ 175 (individualcom uma opção de vinhopara harmonizar) Onde Ephi-gênia Bistrô (r. Grão Pará 20,Santa Efigênia). Reservas:(31) 2535-3065

Pra quem for curtir solteiroAproveite mais uma ediçãoda festa “Eu não presto,mas eu te amo”, na sexta-feira (12), às 22h, com osDJs Capitão Ingrato, Ham-búrguer Leviano & Lobo Soli-tário, Kemille Lorraine e In-grid Gabrielle. A ideia é jun-tar casais durante a noitecom brincadeiras de correio-elegante e “dedique umacanção pra quem vocêama”. Quanto R$ 25 OndeBAIXO Centro Cultural (r.Aarão Reis, 554)

Pra quem está longe doamor e quer curtir com osamigos O Espaço Degraus,na Pampulha, preparou ummenu degustação que podeagradar tanto aos casaisquanto a grupos de amigos,já que terá cobrança indivi-dual. Quanto R$ 90 (entra-da, prato principal e sobreme-sa) Onde (av. Guarapari, 176,Santa Amélia, 3267-6337)

Pelo mundoAline e Marco emencontro na Suíça (esq.),em BH (dir. acima) e noSkype, comemorandoalguma data especialcom a caneca de cervejaque compraram paraesses momentos

Além dos recursos de comu-nicação instantânea, a psicó-loga e pesquisadora JanaínaCampos, 28, e o consultorde recrutamento holandêsRick Breugelmans, 28, seunamorado há três anos, sevalem também de outrasferramentas.No período de seis mesesque passou aqui, em 2012,ele usava a plataforma cola-borativa de ensino de idio-mas Live Mocha para apren-der português.“Skyscanner e Drungli, emque busco passagens aéreasbaratas, e o blog MelhoresDestinos, que divulga promo-ções, estão nos meus favori-tos”, conta Janaína, que des-de quando se conheceram,em seu intercâmbio em Por-

tugal, já voltou à Europa qua-tro vezes e o recebeu aquitrês.Embora tenham sido funda-mentais para a longevidadedo relacionamento, que jádura três anos e meio, Janaínaconta que, a essa altura, suasconversas são recheadas dereclamações do tipo “nãoaguento mais WhatsApp,Skype, Facetime” e os doisdecidiram que, até o final doano, vão encontrar um jeitode ficarem juntos. Provavel-mente, ele vem pra cá. “É ma-ravilhoso poder contar comisso, mas é um acesso limita-do. Você vê, você ouve, masaquela não é a pessoa, elanão está ali de verdade. Seum dia inventarem o teletrans-porte, aí sim não haverá mais

problema”, brinca.Comparando com relaciona-mentos passados, ela conse-gue ver que hoje é uma pes-soa muito mais confiante eautônoma. “É um exercício deautocontrole muito grande,porque não dá pra ficar surtan-do, com neurose de saber oque o outro está fazendo sem-pre. Só funciona se a liberda-de de cada um não for limita-da”, diz.Mas ela ressalta que esse as-pecto é tudo o que há de posi-tivo. “Tem gente que brinca,fala que deve ser bom por nãoter que conviver com a sogra.A minha é ótima e isso não seaplica. Mas mesmo se ela fos-se a pessoa mais chata domundo, eu não diria que é pre-ferível namorar a distancia”

“Nas relaçõesa longadistância, acomunicaçãoé mais abertaMary Carole Pistole,pesquisadora

JessicaAlmeida

4 reportagem pampulha jornalpampulha.com.brBELO HORIZONTE 6 a 12 de junho de 2015