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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Ronaldo Diotto Dias da Costa LOGÍSTICA INTEGRADA APLICADA NA REDUÇÃO DE INVENTÁRIO EM INDÚSTRIA DE MOTORES Taubaté – SP 2007

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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Ronaldo Diotto Dias da Costa

LOGÍSTICA INTEGRADA APLICADA NA REDUÇÃO DE INVENTÁRIO EM INDÚSTRIA DE MOTORES

Taubaté – SP

2007

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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Ronaldo Diotto Dias da Costa

LOGÍSTICA INTEGRADA APLICADA NA REDUÇÃO DE

INVENTÁRIO EM INDÚSTRIA DE MOTORES

Taubaté – SP 2007

Dissertação apresentada para obtenção do Título de Mestre pelo Curso de Engenharia Mecânica do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Taubaté. Área de concentração: Engenharia de Produção Orientador: Prof. Doutor Gilberto Walter Arenas de. Miranda

C837l

Costa, Ronaldo Diotto Dias da. Logística integrada aplicada na redução de inventário em indústria de motores./ Ronaldo Diotto Dias da Costa – Taubaté: Unitau, 2006.

104 f. ;30 cm.

Dissertação (Mestrado) – Universidade de Taubaté. Faculdade de Engenharia Mecânica. Curso de

Engenharia Mecânica. Orientador: Prof. Dr. Gilberto W. A. Miranda

1. Logística. 2. Kanban. 3. Milk Run. I. Universidade de

Taubaté. Departamento de Engenharia Mecânica. II. Título. CDD(21) 658.5

RONALDO DIOTTO DIAS DA COSTA

LOGÍSTICA INTEGRADA APLICADA NA REDUÇÃO DE INVENTÁRIO EM INDÚSTRIA DE MOTORES

Data: _______________ Resultado:___________ BANCA EXAMINADORA Prof. Dr._____________________________________Universidade de Taubaté Assinatura____________________________________ Prof. Dr._____________________________________Universidade__________ Assinatura____________________________________ Prof. Dr._____________________________________Universidade__________ Assinatura____________________________________

Dissertação apresentada para obtenção do Título de Mestre pelo Curso de Engenharia Mecânica do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Taubaté. Área de concentração: Engenharia de Produção Orientador: Prof. Doutor Gilberto Walter Arenas de. Miranda

Dedico em especial a minha mãe, CLEUZA DIOTTO, que sempre foi a grande

incentivadora e contribuiu de forma direta para minha formação e que hoje não nos

acompanha de forma física, porém, onde estiver sei que está com seu doce sorriso ao ver-me

vencendo mais uma etapa de minha vida.

Dedico também a minha companheira, CHARLENE DE ARRUDA COSTA, que me

acompanha em meu dia-a-dia, mesmo com as pedras em nossos caminhos. Ao meu tio

MANUEL DA COSTA FILHO, que se não a maior, mas com certeza uma das pessoas que

por mim mais lutaram pela busca de um futuro melhor. E não poderia deixar de destacar meu

pai, JOSÉ PAULO DIAS DA COSTA , e minha irmã, PRISCILLA DIOTTO DIAS DA

COSTA, que sempre estiveram ao meu lado em todo decorrer de minha vida.

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador o Professor Dr. Gilberto Walter Arenas Miranda, que com toda sua

paciência me conduziu até o término desse desafio, me transmitindo não somente

conhecimentos acadêmicos quanto ensinamentos de postura para a vida.

Ao meu pai José Paulo Costa, que em minha infância me repudiava quando me abstinha das

aulas, formando meu caráter e gosto pela educação.

A minha esposa Charlene de Arruda, que teve paciência não somente durante o período do

mestrado, mas em todo o período de nossa união.

Ao meu grande amigo, Marcos Buri, que acreditou em mim em todos os momentos, e que me

abriu as portas para o sonho de minha vida: lecionar.

Ao meu chefe, Bráulio Gomes, pelo incentivo e paciência nesse período de minha vida.

RESUMO

Na economia globalizada dos dias de hoje, a sobrevivência das organizações depende

de habilidade e rapidez de inovar e efetuar melhorias contínuas. Como resultado, as

organizações vêm buscando incessantemente novas ferramentas de gerenciamento, que as

direcionem para uma competitividade através da qualidade, produtividade, custo, flexibilidade

e velocidade de informação. Este trabalho propõe-se desenvolver e aplicar o conceito de

logística integrada em uma empresa ligada ao setor automobilístico, ou até mesmo empresas

de auto-peças, unindo de uma maneira prática e objetiva, ferramentas e conceitos simples de

controle de estoque, como o kanban e o Just-in-Time, bem como as novas tecnologias que

vêm sendo implantadas no mercado nos últimos anos. De forma particular é abordada a

introdução do sistema Milk-Run. O foco do projeto apresentado neste trabalho é a redução do

inventário e a estruturação da cadeia logística dando ênfase ao abastecimento de uma linha de

produção de motores, onde todas as ferramentas e conceitos aplicados para obtenção da

logística integrada são medidos de forma prática e objetiva, de maneira sincronizada,

mostrando a estruturação da logística integrada utilizada.

Palavras-chave: Logística, Kanban, Milk Run.

ABSTRACT

At present global economy, the survival of the organizations depends on the ability

and speed to innovate and effect continuous improvements. As result, the organizations ae

lookinh for new management, tools that adress them for a competitiveness through the

quality, productivity, cost, flexibility and speed of information. This work propores to develop

and apply the concept of logistic integrated in a linked company the automobile sector, or

even companies of auto-parts, joining, in a practical and objective way, tools and simple

concepts of supply control, as kanban and Just-in-Time, as well as the new technologies that

come in recent years being placed in the market. In particular the introduction of the Milk-

Run system is approached. The focus of the project presented in this work is the reduction of

the inventory and the structure of the logistic chain giving emphasis to the supplying of a line

of production of engines, where all the tools and concepts applied for obtaining of the

integrated measured of practical and objective form, in synchronized way, showing the

structure of the integrated logistic used.

Key-words:Logistics, Kanban, Milk Run.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 13

1.1 Contextualização................................................................................................................ 13

1.2 Objetivos............................................................................................................................. 14

1.3 Justificativa......................................................................................................................... 15

1.4 Delineamento do Trabalho................................................................................................ 16

2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA............................................................................................. 18

2.1 Kanban................................................................................................................................ 18

2.1.1 Origens do kanban.......................................................................................................... 20

2.1.2 Tipos de kanban.............................................................................................................. 21

2.1.3 Funcionamento kanban.................................................................................................. 21

2.1.4 Cálculo do número de cartões kanban.......................................................................... 22

2.2 Just-In-Time....................................................................................................................... 24

2.3 Gerenciamento de estoqes................................................................................................. 25

2.3.1 Produtividade e custos industriais................................................................................. 29

2.3.2 Sistemas de gerenciamento de produção....................................................................... 33

2.4 Sistemas de informação..................................................................................................... 36

2.4.1 O que é EDI ?................................................................................................................... 39

2.4.2 Quais os benefícios do EDI?........................................................................................... 40

2.4.3 ASN................................................................................................................................... 41

2.5 Embalagens retornáveis..................................................................................................... 42

2.5.1 Aquisição.......................................................................................................................... 43

2.5.2 Definição do tipo de embalagem.................................................................................... 44

2.5.3 Condições de manutenção da embalagem..................................................................... 44

2.5.4 Qualificação logística...................................................................................................... 44

2.6 Arranjo Físico..................................................................................................................... 45

2.7 Transportes......................................................................................................................... 49

2.7.1 Relevância do Transporte............................................................................................... 51

2.7.2 Transporte Rodoviário................................................................................................... 52

2.7.3 Rapidez no Transporte e em suas informações............................................................ 55

2.7.4 Milk-Run.......................................................................................................................... 57

3 METODOLOGIA................................................................................................................. 61

3.1 Forma do Estudo................................................................................................................ 61

3.2 Delineamento do projeto.................................................................................................... 61

4 ESTUDO DE CASO.............................................................................................................. 63

4.1 Fornecedores participantes............................................................................................... 66

4.2 Definição do protocolo logístico........................................................................................ 66

4.3 Implantação do kanban..................................................................................................... 67

4.4 Desenvolvimento das embalagens retornáveis................................................................. 67

4.5 Milk-Run............................................................................................................................. 72

4.6 Redução do estoque............................................................................................................ 77

4.7 Estruturação física............................................................................................................. 85

4.8 Abastecimento da produção.............................................................................................. 87

4.8.1 Sistemas de abastecimento.............................................................................................. 91

4.8.2 Problemas com abastecimento....................................................................................... 92

4.8.3 A Matriz Problemas X Causas X Soluções................................................................... 97

6 CONCLUSÃO....................................................................................................................... 99

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................... 101

ANEXO.....................................................................................................................................

LISTA DE TABELAS

Tabela 01. Definição de embalagem.......................................................................................... 67

Tabela 02. Distribuição das responsabilidades.......................................................................... 96

Tabela 03. Matriz Problemas X Causas X Soluções................................................................. 97

LISTA DE FÓRMULAS

Fórmula 01. Determinação do número de cartões..................................................................... 23

Fórmula 02. Formula Índice de Rotatividade............................................................................ 29

Fórmula 03. Formula Índice de Produtividade.......................................................................... 30

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01. Histograma do estoque de Parafuso 2004-2005...................................................... 77

Gráfico 02. Histograma do estoque de Porca 2004-2005........................................................... 77

Gráfico 03. Histograma do estoque de Bujão 2004-2005.......................................................... 78

Gráfico 04. Histograma do estoque de Abraçadeira 2004-2005................................................ 78

Gráfico 05. Histograma do estoque de Engrenagem 2004-2005................................................ 79

Gráfico 06. Histograma do estoque de Virabrequim 2004-2005............................................... 79

Gráfico 07. Histograma do estoque de Eixo-comando 2004-2005............................................ 80

Gráfico 08. Histograma do estoque de Bomba de combustível 2004-2005............................... 80

Gráfico 09. Histograma do estoque de Compressor 2004-2005................................................. 81

Gráfico 10. Histograma do estoque de Volante 2004-2005....................................................... 81

Gráfico 11. Índice de rotatividade de itens de menor porte....................................................... 82

Gráfico 12. Índice de rotatividade de itens de maior porte........................................................ 83

Gráfico 13. Desvio padrão do estoque de itens de menor porte................................................. 84

Gráfico 14. Desvio padrão do estoque de itens de maior porte.................................................. 84

Gráfico 15. Motores que durante a produção foram afetados devido as falhas no processo..... 94

LISTA DE FIGURAS

Figura 01. Ciclo da Administração de Materiais........................................................... 26

Figura 02. Fluxo de funcionamento do EDI.................................................................. 39

Figura 03 Passos da implantação.................................................................................. 62

Figura 04. Fluxo do Processo....................................................................................... 64

Figura 05. Embalagem em papelão (antes)..................................................................... 69

Figura 06. Embalagem de pequenos itens (depois)........................................................ 69

Figura 07. Embalagem para disposição de peças grandes............................................. 07

Figura 08 Rack metálico para disposição de peças grandes.......................................... 08

Figura 09. Embalagem plástica com divisórias internas............................................... 71

Figura 10. Almoxarifado 100% verticalizado............................................................... 86

Figura 11. Almoxarifado 50% horizontalizado............................................................. 87

Figura 12. Abastecimento da produção com caixas KLT............................................... 88

Figura 13. Lay-out da linha de produção e devidas distribuição dos abastecedores...... 89

Figura 14. Rack especial para abastecimento da produção de itens grandes.................. 90

Figura 15. Caçamba especial para abastecimento da produção de itens grandes........... 90

Figura 16. Almoxarifado horizontalizado, projetado para agilizar o processo de coleta dos itens acondicionados em caixas KLT, proporcionando menor tempo de permanência do abastecedor dentro do almoxarifado...................

91 Figura 17.

Trilhos abastecidos com rack´s especiais.....................................................

92

Figura 18.

Fluxograma de Coleta / Abastecimento.......................................................

93

13

1. INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

Com o advento da globalização, racionalizar tempo e custo é primordial para a

sobrevivência das organizações, a fim de manter e/ou aumentar os diferenciais competitivos,

sejam essas de qualquer segmento. A logística quando vista como área importante das

organizações, afeta todos os índices da mesma, seja financeiramente ou até mesmo na

melhoria da cultura gerencial.

Conforme Ballou (2001) a logística se caracteriza como um novo campo de gestão

integrada, comparativamente com as tradicionais finanças, marketing e produção. As

empresas tem focado seus objetivos nas atividades movimentação (tanto interna quanto

externa) e armazenagem. A novidade resulta no conceito de gerenciamento coordenado das

atividades relacionadas (todas as atividades que fazem parte da cadeia logística) ao invés de

gerenciá-las separadamente, tornando a logística uma forma de agregar valor ao produto.

O kanban é um sistema que busca coordenação operacional e mercadológica entre a

indústria e seus fornecedores, de tal forma que os ciclos de produção de uns e outros atinjam a

perfeição de fazer as matérias primas e insumos chegarem à fábrica no momento exato que

serão utilizados na industrialização. Para coordenar o fluxo desses materiais é usada uma série

de mecanismos, como é o caso dos cartões que deram o nome com que este sistema foi

batizado.

Dessa forma, evitam-se altos níveis de estoques, com sensíveis reduções de custos

financeiros e de transportes internos. Elimina-se ainda, a deterioração das matérias primas nos

estoques das fábricas. Além de facilitar a descobrir, em tempo hábil, possíveis defeitos nos

produtos enviados pelos fornecedores, propiciando a imediata correção da sua produção.

14

Entretanto, tem sido muito superficial a abordagem dada ao kanban no ocidente. No

oriente se vem tentando pôr em prática esse sistema como se fosse um mecanismo

administrativo isolado. Faz-se isto especialmente nos EUA e na Europa, a fim de, encontrar

um meio de imitar a eficiência das indústrias japonesas. Ocorre que o kanban pressupõe uma

perfeita intimidade e harmonia entre as várias empresas. No Japão isto é conseguido de

inúmeras maneiras simultâneas.

Conforme Monden (1984), os estoques, fruto de grandes lotes de produção, apenas

ocultam erros e desperdícios do sistema de produção, além de representarem um alto custo

financeiro pelo capital de giro empatado.

Uma definição de desperdício, segundo a Toyota é: “Qualquer quantidade maior do

que o mínimo necessário de equipamento, materiais, componente e tempo de trabalho

essenciais à produção” (SHINGO, 1996).

1.2 Objetivos

O objetivo geral desse trabalho consiste em aplicar as ferramentas da logística

integrada visando a redução dos estoques e a melhoria do atendimento da linha de produção

em montagem de motores. Tal objetivo se desdobra nos seguintes objetivos parciais:

• Redução do lead-time do fornecedor;

• Padronização de embalagens retornáveis;

• Implantação de Just-in-time através do Milk-Run (Sistema de Coleta Programada);

• Planejamento auto-realizável de materiais (ou através do controle do próprio fornecedor);

• Maior velocidade de informação;

• Diminuição da carga de trabalho dos planejadores de material;

• Aumento do giro de estoque;

• Redução do inventário.

15

1.3 Justificativa

Com a globalização tornando a competitividade cada vez mais crescente, as

organizações buscam constantemente padrões de excelência. A busca pelo diferencial

competitivo passou a ser um marco para as organizações se sobressaírem em seus segmentos.

A competitividade depende da capacidade das empresas criar ou renovar vantagens

competitivas. A globalização impõe às empresas a criação e renovação de suas vantagens

competitivas.

Se uma empresa aplicar a metodologia de logística integrada, fundamentada no

sistema kanban e Milk-Run, obterá resultados significativos relacionados ao giro de

inventário, redução de estoque, redução de lead-time, melhora no fluxo de informações,

estreitamento da parceria com os fornecedores, redução de custos operacionais logísticos.

O transporte é elo essencial na logística integrada, afinal interliga fornecedores a

clientes. Por isso, pode influenciar diretamente o resultado financeiro da empresa. No presente

trabalho, não será abordado diretamente os custos da logística integrada, entretanto ressalta-se

os custos proporcionais da área de logística no resultado da empresa. De acordo com

Christopher (1990) os custos logísticos como porcentagem na receita de vendas estão entre

5% e 10%.

Com a implantação de embalagens retornáveis padronizadas, obtem-se uma

significativa melhora na disposição das peças no almoxarifado, facilitando/agilizando o

processo de abastecimento de linhas de produção, reduzindo estoque. Este ganho de tempo

começa no momento da coleta do material no fornecedor, onde as caixas são devidamente

dispostas para o carregamento fazendo cumprir o horário estabelecido para cada coleta nos

fornecedores.

EDI (Eletronic Data Interchange – Intercâmbio Eletrônico de Dados), trata-se de uma

ferramenta eletrônica de troca rápida de informações. O ASN (Advanced Shipping Notes –

16

Notificação Avançada de Embarques), trata-se de uma ferramenta que faz funcionar a

velocidade da troca de informações nos processos de recebimento de notas fiscais.

Empresas que utilizam o sistema de troca de dados via EDI / ASN tem um ganho

enorme relacionado com a agilidade no planejamento de itens e de lançamentos de notas

fiscais, e prevenção de falhas de digitação.

O estudo do presente trabalho se desenvolve a partir das afirmações descritas acima. O

desafio é demonstrar como a união de ferramentas aplicadas para o gerenciamento da logística

pode propiciar resultados não apenas na área de gerenciamento de estoques, mas tabém

através da difusão dos conceitos dentre as outras áreas da empresa em questão estudada.

1.4 Delineamento do Trabalho

O presente trabalho foi organizado sob a forma de capítulos, distribuídos da seguinte

forma:

Capítulo 01 – apresenta a introdução do assunto que será desenvolvido, os objetivos, a

justificativa e sua forma de delineamento.

Capítulo 02 – apresenta a revisão bibliográfica das ferramentas para execução da

logística integrada, tais como: kanban, JIT, Milk-Run, EDI, ASN e os índices de medição de

produtividade: lead-time do fornecedor, giro de estoque, cobertura de estoque, acurácia de

estoque, nível de inventário.

Capítulo 03 – apresenta o procedimento metodológico do estudo.

Capítulo 04 – apresenta detalhes da pesquisa que contribuem para obtenção de um

resultado amplo caracterizado como estudo de caso de uma empresa montadora de motores

diesel. Apresenta a característica da empresa e suas particularidades. Dando ênfase a

mudanças de mix de produção constantes na linha de produção da empresa, destacando a

17

forma de implantação da logística integrada como forma de flexibilizar o atendimento a

montagem de motores.

Capítulo 05 – apresenta as conclusões obtidas decorrente o estudo abordado salientando

recomendações.

18

2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA

Nesse capítulo busca-se analisar trabalhos existentes dentre a área de abordagem desse

trabalho. Analisou-se teses, artigos e diversas literaturas pertinente ao estudo em questão.

2.1 Kanban

Um caminho que tem sido trilhado por muitas empresas no sentido de alcançar

aumento da produtividade é a utilização da filosofia japonesa Just-in-time.

No Brasil, são várias as empresas que têm implantado o JIT, principalmente um dos

seus elementos constituintes: o kanban.

O sistema kanban é definido por diversos autores de diferentes maneiras, porém, o

foco nos níveis de estoque, no fluxo de materiais e na coordenação da produção mostrou ser

um ponto em comum entre as definições encontradas na literatura.

O objetivo principal do sistema kanban é minimizar os estoques de materiais em

processo, produzindo em pequenos lotes somente o necessário, com qualidade, produtividade

e no tempo certo.

O sistema kanban, quando bem implantado, funciona com grande eficiência como um

sistema emissor e seqüenciador de ordens de fabricação e compras.

Kanban é uma técnica de gestão de materiais e de produção no momento exato (JIT),

que é controlado através do movimento do cartão (kanban). O sistema kanban é um método

de “puxar” as necessidades de produtos acabados e, portanto, é oposto aos sistemas de

produção tradicionais (TUBINO, 1997).

No sistema kanban apenas são produzidos os componentes que os clientes internos e

externos solicitam do processo predecessor, antes dessa solicitação, nada é produzido. Desta

forma, quando a empresa determina seu plano de produção, apenas são gerados solicitações

19

de fabricação para o último processo produtivo. Quando forem necessários componentes para

realizar a última operação do processo, o kanban de movimentação de peças será emitido para

o processo predecessor e, consequentemente, este posto de trabalho que forneceu

componentes para o processo posterior, irá repor a quantidade necessária de peças que o

dimensionamento de kanban de estoque solicitou para seu posto. “À medida que o cliente de

um processo necessita de itens, ele recorre aos kanbans em estoque neste processo, acionando

diretamente o processo para que os kanbans dos itens consumidos sejam fabricados e repostos

aos estoques” (TUBINO, 1997).

Neste trabalho, o enfoque será dado ao kanban externo, que envolve uma forte relação

entre fornecedor e cliente, em busca de redução de inventários, padronização de lotes ou

embalagens e redução de lead-times. O sistema de códigos de barras e o uso do EDI são

ferramentas que serão estudadas e implementadas neste sistema como uma forma de melhoria

de velocidade e segurança das informações trocadas pela parceria formada. Porém, não será

deixado para trás os principais conceitos e fundamentos do funcionamento do kanban interno,

que se torna tão importante para as empresas atualmente.

Quando fala-se em estabilidade de demanda, o conceito utilizado envolve dois fatores:

a) Pequena variação na quantidade: o sistema não funcionará eficientemente se houver

grandes variações na demanda dos itens; mesmo que na soma agregada a demanda não

esteja variando muito.

b) Pequena variação nos produtos consumidos: o kanban não será eficaz se tivermos

variações do tipo:

1) Variação de produto: por exemplo, a empresa possui um mix de produtos bastante

diversificado e vende no mês de janeiro produtos A, B, C e D e, no mês de fevereiro

20

vende produtos A, H, D, F e J. Portanto, não há constância na demanda do tipo de

produto.

2) Variação no projeto do produto: constantes variações no projeto, que alterem o

processo de fabricação do produto.

2.1.1 Origens do Kanban

A indústria de manufatura já há tempo usa cartões de uma forma ou outra, anexados ao

material em processo, pedidos, folhas de roteiro, etiquetas de atividade, etc. No entanto, estes

cartões são usados em sistemas de empurrar, onde o produto é “empurrado” para o centro de

trabalho seguinte assim que o centro de trabalho anterior tenha concluído as operações.

A empresa creditada pelo pioneirismo da idéia do kanban é a Toyota Motor Company

do Japão; ele foi desenvolvido pelo ex-vice-presidente Taiichi Ohno. As idéias de Ohno

sobre o kanban foram inspiradas no supermercado americano, onde as prateleiras eram

reabastecidas quando esvaziadas. Como o espaço de cada um era limitado, somente se

traziam mais itens quando havia necessidade (SHINGO, 1996).

Taiichi Ohno observou que o sistema de produção em massa implantado por Henry

Ford e usado nos EUA era eficiente na redução do custo unitário dos produtos

manufaturados durante períodos de alto crescimento da economia. Mas o sistema estava mal

equipado para os períodos de baixo crescimento. Ao seu ver, o sistema de produção em

massa criou um desperdício, baseado nos excessos de produção inerentes ao próprio

sistema.

21

Elimine os excessos de estoque na fábrica. Quando os problemas ocorrerem,

identifique a causa e corrija-a. O processo de correção determinará a necessidade de encontrar

a causa e não de encobri-la.

O kanban começou na Toyota como um programa para controlar o fluxo de produção

em todo o sistema. O objetivo era melhorar a produtividade e envolver a mão-de-obra.

2.1.2 Tipos de Kanban

O sistema kanban basea-se no uso de sinalizações com o intuito de iniciar a produção

de um item. A sinalização pode ser realizada de diversas maneiras, via cartão, via fax, via e-

mail, ou, até mesmo via EDI que seria a troca de cartões eletronicamente (TUBINO, 1997).

Dependendo da finalidade, os cartões kanban dividem-se em dois grupos: os cartões

de produção e os cartões de movimentação. Os cartões de produção são o meio utilizado para

autorizar a fabricação de um determinado item. Os cartões de movimentação são utilizados

para autorizar a movimentação de um item entre o uma área e outra (essa é a relação entre

cliente e fornecedor).

2.1.3 Funcionamento kanban

Existem algumas condições básicas para que o sistema kanban funcione de maneira tal

a aproveitar o máximo de sua capacidade, exerce a função de controle de estoque e de

produção da empresa.

Deve-se trabalhar com a mínima quantidade de estoque em todo processo, enfocando-

se a melhoria contínua do processo de produção, onde o sistema kanban deve-se adaptar as

flutuações do mercado (TUBINO, 1997).

22

2.1.4 Cálculo do número de cartões kanban

Para determinar o número de cartões kanban necessários é fundamental a consideração

de dois aspectos importantes: o tamanho do lote do item para cada embalagem e cartão e o

número de total de embalagens e cartões por item, desta forma define-se o nível total de

estoques do item (TUBINO, 1997).

A quantidade em estoque de cada peça é igual ao número de cartões kanban

distribuídos para aquela peça vezes o número de peças em cada embalagem padrão (o número

de embalagens padrão é igual ao número de cartões kanban daquela peça).

As variáveis que determinam o número total de kanbans são:

• Demanda média diária/semanal (DMD/DMS)

• Lead-time (LT)

• Estoque de segurança (ES)

• Capacidade padrão da (CPC)

Verifica-se que o dimensionamento do kanban interno será um pouco diferente com

relação ao aplicado no kanban externo (fornecedores). Aplica-se ferramentas estatísticas para

determinação da demanda média semanal. Primeiramente, a demanda média diária é

determinada pela quantidade nivelada por dia, derivada de uma quantidade de demanda

mensal. Quando a demanda mensal é alterada, o número total de kanbans por mês também é

alterado. Imagine que uma célula fabrica vários tipos de peças. Cada tipo de peça tem uma

certa quantidade de kanbans que circulam e cada kanban tem uma certa quantidade de peças

igual total de peças por embalagem. Cada embalagem corresponde a um kanban de

fabricação. Se o tempo de processo para o fornecimento de uma embalagem fosse igual a

zero, o total de kanbans seria decidido pela quantidade em estoque dividida pela quantidade

de peças por embalagem. Como o tempo de processo é maior que zero, a quantidade de

23

kanbans deverá ser maior. O tempo de processo depende do tamanho da fila e do tempo de

fabricação.

A montagem de uma fórmula para determinar o fluxo de material e o kanban, isto é,

determinar a quantidade de kanbans, dependerá do tipo de aplicação.

As variáveis iniciais, utilizadas na determinação do número de cartões foram reunidas

numa fórmula, indicada a seguir:

N = [ D L (1+αααα) ].................................................................01

N = o número de kanbans

D = demanda média diária, expressa em embalagens (demanda média dividida pela

capacidade de embalagem).

L = lead-time – é o tempo necessário para repor uma embalagem deste item em particular,

incluindo o seguinte:

• Tempo de set-up – tempo necessário para preparar e deixar prontos para produção as

máquinas ou os postos de trabalho.

• Tempo de Operação – tempo necessário para produzir um embalagem.

• Tempo de Cura – restrição de tempo antes do item estar disponível para consumo.

• Tempo de Espera – tempo de espera para ser processado e entre processos, incluindo o

tempo de coleta dos kanbans.

αααα - É o fator de segurança, que é definido pelo supervisor da fábrica para tratar da variação e

das anomalias estocásticas.

Exemplo:

D = 40 unidades/dia para 1 turno

L = 4 horas

α = 10%

24

A = 10 unidades por embalagem

N = [ 40/10 x 4/8 (1 + 0,1) ] = [ 2,2 ]

N = 3 cartões

Vale destacar que a quantidade de kanban’s do exemplo acima, foi calculada com

dimensão de um turno de trabalho respresentado pelo lead-time dividido pela duração do

turno.

2.2 Just-In-Time

A Toyota Motor Co., líder japonesa na fabricação de automóveis, foi a empresa

responsável pela concepção do novo modelo que recebeu o nome de produção flexível ou

produção enxuta, segundo Womack et al.(1992).

Com esse modelo foi desenvolvido um novo sistema de gerenciamento do fluxo de peças,

conhecido como JIT (a peça necessária, na quantidade necessária, no tempo e lugar

necessários).

O JIT, segundo Goyal; Deshmukh (1997), é a combinação de compra, controle de

estoque e administração da produção, além de envolver uma efetiva coordenação entre

fabricantes e fornecedores.

O sistema JIT tem como objetivos fundamentais a eliminação de desperdícios e o

melhoramento contínuo do processo produtivo. A perseguição destes objetivos se dá através

de um mecanismo de redução de estoques, buscando, assim, a identificação de problemas que

costumam ficar escondidos atrás dos estoques excessivos (CORRÊA; GIANESI, 1996).

O JIT impõe mudanças na forma de arranjar os recursos produtivos no espaço

disponível da fábrica. O arranjo físico celular é geralmente utilizado nas empresas que adotam

o JIT. O layout celular se apresenta sobre a forma de “U”, ou seja, os postos de trabalho estão

25

bastante próximos uns dos outros, evitando a necessidade de equipamentos caros de

movimentação de materiais, sujeitos a quebras que limitam a flexibilidade das linhas.

Nas empresas que adotam o JIT há em geral a maior participação e envolvimento da

mão-de-obra, já que além de serem multifuncionais, devem controlar a qualidade, fazer

pequenas manutenções e parar a linha de montagem se ocorrer algum problema. Isto é

necessário por não existir estoque de matérias-primas entre as atividades e produtos finais.

Para isso os trabalhadores devem ser incentivados a participarem através de sugestões e

grupos de atividades.

A qualidade se constitui em um dos mais importantes elementos do programa JIT. A

produção flexível promoveu a introdução da gestão da qualidade e do JIT como programas

que tinham o objetivo comum de obter alta qualidade e mantê-la nesse nível, buscando

constantemente o aumento da produtividade.

O JIT enxerga a relação cliente-fornecedor como uma parceria, já que a eficiência do JIT é

primeiramente completada através do suporte e coordenação dos fornecedores. Eles devem estar

do mesmo lado, pois esta parceria traz vantagens para ambos. Vale ressaltar, que é através dessa

parceira que são realizadas as entregas freqüentes, essenciais para o sucesso do JIT.

2.3 Gerenciamento de Estoques

Segundo Slack et al. (2002), estoque é definido como a acumulação armazenada de

recursos materiais em um sistema de transformação. Algumas vezes, estoque também é usado

para descrever qualquer recurso armazenado. Normalmente, é usado o termo estoque para

fazer referência a recursos de entrada a serem transformados. O estoque existirá devido a uma

diferença de ritmo (ou de taxa) entre fornecimento e demanda. As várias razões para o

desequilíbrio entre essas taxas, em diferentes pontos de qualquer operação, levam a diferentes

tipos de estoques: estoque de proteção, de ciclo, de antecipação e de canal. Estoque de

26

proteção é aquele que tem o propósito de compensar as incertezas inerentes a fornecimento e

demanda. O estoque de ciclo ocorre porque um ou mais estágios na operação não podem

fornecer simultaneamente todos os itens que produzem. O estoque de antecipação é usado

para compensar diferenças de ritmo de fornecimento e demanda, é comumente usado quando

as flutuações de demanda são significativas, mas relativamente previsíveis. E estoques no

canal de distribuição existem quando o material não pode ser transportado instantaneamente

entre o ponto de fornecimento e o ponto de demanda.Harding (1989) afirma que o estoque

inclui todos os sortimentos de artigos e materiais que a empresa possui e utiliza no processo

de fabricação ou na prestação de um serviço. Portanto, consistirá dos seguintes itens: matéria-

prima; componentes e peças; produtos em processamento, incluindo sub-montagens; produtos

acabados; fornecimentos para manutenção e conserto e outros fornecimentos para operações.

Entretanto, muitos especialistas incluem todo o equipamento, maquinário, material de

escritório, restaurante e benefícios, ou seja, tudo aquilo que pertence à empresa. Abreu (1998)

afirma que uma das principais funções do planejamento de produção é determinar o nível de

estoque em que deve operar o sistema e que a necessidade desse estoque refere-se a

características internas do sistema de produção e com tudo que está ao seu redor. Segundo

Martins e Laugeni (2003) o ciclo da administração de materiais segue o esquema ilustrado na

figura 01:

Figura 01 – Ciclo da Administração de Materiais. Fonte: Martins e Laugeni, 2003, p.22.

Necessidade do Cliente

LogísticaDistribuição/Entrega

Armazenagem

Recebimento

Reposição dos Materiais

Análise

Necessidade do Cliente

LogísticaDistribuição/Entrega

Armazenagem

Recebimento

Reposição dos Materiais

Análise

27

“A administração de materiais tem impacto direto na lucratividade da empresa e na

qualidade dos produtos, havendo necessidade de uma gestão com o objetivo de reduzir

estoques e manter o cliente satisfeito”. (MARTINS; LAUGENI, 2003, p.23)

Na área de materiais, as atividades devem ser integradas para se facilitar as decisões,

como também, esse setor deve ser organizado de maneira a visar sempre à otimização dos

processos, buscando obter os insumos com rapidez, diminuição dos níveis de estoques e

satisfação dos clientes.

Desde o princípio da industrialização, o homem descobriu a necessidade da

administração de materiais. Sua importância foi percebida quando a linha de montagem

deixava de produzir por falta de algum material ou componente. Nestes momentos a

importância de um simples parafuso passa a ser a mesma de um motor, por exemplo, na

indústria automotiva, pois a falta de qualquer um dos dois tem o poder de interromper a

produção causando consideráveis prejuízos.

Com a produção em larga escala, foi necessário controlar um volume muito grande de

materiais, este controle envolve, dentre outros aspectos, que se determine com precisão, as

quantidades e as datas de entrega dos materiais necessários para a produção.

Para se fazer um gerenciamento de estoques, segundo Martins e Laugeni (2003), o

roteiro de dimensionamento consiste em: elaborar a classificação ABC de Pareto; selecionar o

modelo de gestão do estoque; calcular parâmetros do sistema, os estoques de segurança e os

lotes de reposição; e determinar os valores finais, introduzindo considerações adicionais.

A classificação ABC consiste em ordenar os itens de acordo com um valor financeiro

e dividi-los em três grupos: classe A - é composta por poucos itens de alto valor; classe B - é

composta por um número médio de itens de valor acumulado também médio; e classe C - tem

um grande número de itens de baixo valor de consumo. A partir dessa divisão, se estabelecem

critérios gerais para dimensionamento e controle do estoque. Existe o sistema de reposição

28

contínua e o sistema de reposição periódica, no qual se utiliza o lote econômico. Além destes

tipos, Abreu (1998) afirma que ainda existe um terceiro, seria a combinação dos dois modelos

descritos acima. Os estoques de segurança dependem da variação da demanda e da variação

do tempo de reposição.

Segundo Lara (1990), o estoque de segurança (ou de proteção) é o estoque previsto

para suportar a ocorrência de picos de demanda, evitando que haja paralisações no fluxo

operacional de atividades da empresa. É como se fosse um peso morto com utilização pouco

freqüente. O tamanho do estoque de segurança depende de inúmeros fatores que causam os

picos de demanda, como por exemplo, a mudança repentina no mercado consumidor.

Portanto, o tamanho desse estoque depende fundamentalmente da maior ou menor exatidão

com que se estimam as vendas futuras. Outro fator importante a ser ponderado no

dimensionamento do estoque de segurança é o seu tempo de ressuprimento e a confiabilidade

com que o fornecedor cumpre com os prazos de entrega acordados.

Também é possível se determinar um índice chamado de índice de rotação, que

representa a rotatividade do estoque, onde obteremos com a seguinte formula:

........................Fórmula 02

(LARA, 1990)

Este índice mostra quantas vezes esse estoque se renovou dentro de um determinado

período de tempo em estudo. O índice de rotação é determinado através do consumo de um

item e o estoque médio desse mesmo item.

∑ consumo

µ estoques Índice de rotatividade =

∑ (somatória)

µ (média)

∑ consumo

µ estoques Índice de rotatividade =

∑ (somatória)

µ (média)

29

2.3.1 Produtividade e custos industriais

Há muitos anos, o homem transformava utensílios para seu próprio uso. Com o passar

do tempo, surgiu à produção organizada, onde as pessoas produziam de acordo com a

solicitação de outras pessoas.“A Função produção, entendida como o conjunto de atividades

que levam à transformação de um bem tangível em um outro com maior utilidade, acompanha

o homem desde sua origem” (MARTINS; LAUGENI, 2003).

Até que ocorreu a chamada revolução industrial, onde o trabalho humano foi sendo

substituído pelas máquinas. Nesta época começou a surgir o conceito de padronização. No

final do século XIX, surgiram nos Estados Unidos os trabalhos de quem consideramos o pai

da Administração Científica: Frederick W. Taylor. A partir daí, temos a sistematização do

conceito de produtividade, ou seja, a procura por melhores métodos de trabalho e processos

de produção com o objetivo de se obter melhoria da produtividade com o menor custo

possível. Foi criada a linha de montagem seriada por Henry Ford, trazendo então o conceito

de produção em massa, o que caracteriza um grande volume de produtos padronizados.

Segundo Martins e Laugeni (2003), denominou-se engenharia industrial a busca da

melhoria da produtividade através de novas técnicas. Ainda hoje, as empresas procuram maior

produtividade com menor custo, porém alterando-se as técnicas utilizadas. O controle do

processo produtivo, entre outras funções, inclui o movimento dos materiais dentro das

fábricas.

A produtividade é a relação entre o valor do produto e/ou serviço produzido e o custo

dos insumos para produzi-lo. Já Contador (1998) considera que a produtividade é a

capacidade de produzir ou o estado em que se dá a produção e que ela pode ser medida

através da relação entre o valor do produto e os custos de seus insumos.

Lara (1990) afirma que em 1952 uma equipe de técnicos, procedentes de vários países,

reuniu-se em Genebra e, entre outras coisas, definiu a produtividade como sendo a relação

30

entre a quantidade de bens produzidos e a quantidade de recursos utilizados na sua produção.

Quando a referência é simplesmente a produtividade no trabalho, é utilizada a seguinte

fórmula:

........................Fórmula 03

(LARA, 1990)

Segundo Martins e Laugeni. (2003), produtividade parcial é a relação entre o resultado

da produção (produzido), medido de alguma forma, e o consumido de apenas um dos insumos

(recursos) utilizados. Assim, a produtividade da mão-de-obra, por exemplo, é uma medida de

produtividade parcial. E já a produtividade total é a relação entre os resultados totais da

produção e a soma de todos os recursos produtivos aplicados. Assim, reflete o impacto

conjunto de todos os fatores de input na produção e do output.

Martins e Laugeni (2003, p. 24) destacam que:

A administração da produtividade é um processo formal de gestão, envolvendo todos

os níveis de gerência e colaboradores, com o objetivo último de reduzir custos de

manufatura, distribuição e venda de um produto ou serviço através da integração das

quatro fases do Ciclo da Produtividade, ou seja, medida, avaliação, planejamento e

melhoria.

Segundo Martins e Laugeni (2003), a armazenagem de materiais gera custos fixos e

custos variáveis. Alguns exemplos de custos fixos são: utilização do imóvel e dos

equipamentos; seguros; folha de pagamento; benefícios a funcionários. Já exemplos de custos

variáveis são: manutenção do estoque, de equipamentos e instalações; deteorização e

obsolescência; perdas; operação dos equipamentos; materiais operacionais.

Martins (2003) e Toledo (1998) colocam o conceito desses custos da seguinte maneira:

os custos variáveis são aqueles que variam seu valor de acordo com o volume produzido, em

∑ produção

Total de produção Índice de produtividade =

∑ (somatória)

∑ produção

Total de produção Índice de produtividade =

∑ (somatória)

31

contrapartida, os custos fixos são aqueles que têm um valor determinado e independente das

variações no volume de produção. Seguindo esses conceitos, pode-se dizer que custos diretos

são aqueles que podem ser diretamente apropriados aos produtos e os indiretos, não oferecem

condições de alocação, são geralmente estimados e arbitrários.

Segundo Toledo (1998), é chamado de custo de produção a soma dos custos do

material direto, com os custos de mão-de-obra direta, e com os gastos gerais de fabricação.

Considerando que material direto é todo material necessário para a fabricação do produto;

custos de mão-de-obra direta é o gasto com o trabalho humano diretamente ligado com o

produto; e gastos gerais de fabricação são os custos que não podem ser classificados como

nenhum dos dois tipos descrito acima.

Slack et al (2002) destacam alguns custos de estoque que são relevantes como:

a) Custos de colocação do pedido: cada vez que um pedido é colocado para reabastecer

estoque, são necessárias algumas transações que representam custos para a empresa (tarefas

de escritório para preparo do pedido, documentação, entrega, pagamento do fornecedor, etc.).

b) Custos de desconto de preços: em muitas indústrias, os fornecedores oferecem descontos

sobre o preço normal de compra para grandes quantidades, alternativamente, eles podem

impor custos extras para pequenos pedido s.

c) Custos de falta de estoque: se ocorrer um erro na decisão da quantidade de estoque e

acarretar falta de material, haverão custos devido a falha no fornecimento. Se for

fornecimento externo, o consumidor pode até trocar de fornecedor; e se for interno, trará

ineficiências e tempo ocioso dos funcionários relacionados ao processo atingido.

d) Custos de capital de giro: são fundos para manter o estoque no período entre o pagamento

da compra do insumo e o recebimento da venda do produto ou serviço ao consumidor. Pode-

se dizer que é o capital de giro, necessário para fazer girar o estoque.

32

e) Custos de armazenagem: são custos associados à armazenagem física dos bens. Quando são

exigidas condições especiais de armazenagem, esses custos podem ser altos.

f) Custos de obsolescência: quando envolvem pedido s de quantidades muito grandes, em que

o material ficará estocado por longo tempo, existe o risco dos mesmos tornarem-se obsoletos

ou deteriorarem-se com a idade.

g) Custos de ineficiência de produção: altos níveis de estoque impedem de aparecerem a

completa extensão de problemas dentro da produção.

Para muitas empresas, a administração da cadeia de suprimentos refere-se a todas as

funções administrativas relacionadas com o fluxo de materiais dos fornecedores diretos da

empresa até seus clientes diretos, inclusive os departamentos de compras, armazenagem,

inspeção, produção, manuseio de materiais e expedição e distribuição. Em seu sentido mais

amplo, Ghaither e Frazier (2004), afirmam que uma cadeia de suprimentos refere-se a maneira

pela qual os materiais fluem através de diferentes organizações, iniciando com as matérias-

primas e encerrando com os produtos acabados entregues ao consumidor final. À medida que

as organizações se empenham em aumentar sua competitividade por meio da customização e

produtos, da alta qualidade, da redução de custos e da entrega rápida no mercado, maior

ênfase é dada à gestão da cadeia de suprimentos.

Para Ritzman e Krajewski (2004), o gerenciamento da cadeia de suprimentos almeja a

sincronização entre os processos de uma empresa e os de seus fornecedores para

compatibilizar o fluxo de materiais, serviços e informações com a demanda de clientes. O

gerenciamento da cadeia de suprimentos possui implicações estratégicas, porque o sistema de

suprimentos pode ser usado para estabelecer prioridades competitivas importantes, tais como

gerenciar e controlar o inventário e os fluxos de materiais.

33

2.3.2 Sistemas de gerenciamento de produção

Segundo Corrêa e Gianesi (1996), deve-se eliminar os excessos de estoque na fábrica.

Quando os problemas ocorrerem, identifique a causa e corrija-a. O processo de correção

determinará a necessidade de encontrar a causa e não de encobri-la.

O conceito de JIT está relacionado com a identificação e eliminação dos desperdícios.

Considerando-se que qualquer tipo de estoque trata-se de desperdício, o aspecto de maior

realce na empresa, consiste na redução destes níveis próximos do inexistente. Por este motivo

o JIT, em muitos casos, passou a ser sinônimo de “estoque zero”. Mas um conceito que

precisa ficar claro é que o JIT não tem como causa o estoque zero, ele tem como causa a

eliminação dos desperdícios, que só será possível com a implantação de um ambiente de

qualidade total.

Moura (2003) afirma que o JIT é um programa de redução de custos e de aumento de

qualidade. Porém, na busca da eliminação de perdas, ele coloca que perda é tudo aquilo que

não agrega valor ao produto.

Martins e Laugeni (2003) afirmam que quando esse sistema é aplicado adequadamente

pode trazer para a empresa maiores lucros e melhor retorno sobre o capital investido, em

virtude da redução de custos, redução de estoques e melhoria na qualidade. Porém, o JIT deve

apoiar-se em alguns elementos básicos, como:

a) Programa Mestre de Produção: permite que os fornecedores e os postos de trabalho

planejem suas demandas e necessidades. Este plano é balanceado periodicamente.

b) Kanban: é um sistema de controle físico que retira a peça de uma estação de trabalho e a

leva para a próxima estação do processo produtivo.

34

c) Tempos de Preparação (setup): procura-se reduzir ao máximo os tempos de preparação,

sendo viável assim, menores estoques, menores lotes de produção e ciclos mais rápidos,

dando flexibilidade às mudanças de demanda.

d) Colaborador Multifuncional: o JIT requer do funcionário muitas habilidades além de sua

função específica, sem esquecer do espírito de equipe e coordenação.

e) Layout: esse ponto é diferenciado por existirem estoques intermediários no chão da fábrica

entre as estações de trabalho.

f) Qualidade: é essencial neste sistema, já que não existem estoques suficientes para cobrir os

erros.

g) Fornecedores: são vistos como uma extensão da fábrica, já que lhe são solicitadas entregas

freqüentes direto na linha de produção e sendo assim, um item importante é a qualidade do

material, pois ele não sofre inspeções no recebimento e pode causar um problema ou parada

da produção.

Segundo Martins e Laugeni (2003), o JIT afeta praticamente todos os aspectos da

operação de uma fábrica. Esse sistema aborda problemas que podem ser analisados através

das técnicas de melhoria. Todos os colaboradores devem ser envolvidos na procura das

soluções, independente do nível hierárquico. Essa busca é o que chamamos de melhoria

contínua, ou kaizen. Um programa kaizen é formado por um grupo multifuncional composto

por 12 pessoas em média com um líder responsável pelo grupo.

Paladini (1997, p.55) destaca que:

O just in time como filosofia apresenta uma idéia nova em termos de concepção do

processo produtivo. Simultaneamente, gera uma série de ferramentas específicas

para viabilizar a implantação prática destas idéias. O kanban é uma delas –talvez

a mais conhecida (...) o kanban é um modelo típico do sistema JIT. Embora

sobreviva com luz própria, o kanban serve para ilustrar a aplicação da filosofia,

evidenciando sua utilidade, viabilidade e aplicabilidade.

35

Segundo Moura (2003), o kanban é um pré-requisito para a implantação do JIT, porém

também pode ser aplicado isoladamente como uma ferramenta de controle de estoque e

produção.

Moura (2003) também afirma que o kanban começou na Toyota como um programa

para controlar o fluxo de produção em todo o sistema de produção. O objetivo era melhorar a

produtividade e envolver a mão-de-obra. O sistema de cartão e os métodos de controle de

fluxo surgiram a partir do objetivo original.

As idéias de Ohno sobre o kanban foram inspiradas no supermercado americano, onde

as prateleiras eram reabastecidas quando esvaziadas. Como o espaço de cada um era limitado,

somente se traziam mais itens quando havia necessidade.

É importante que se compreenda que são denominados tipos diferentes de atividade

pelo termo kanban:

a) Um sistema de controle de fluxo de material ao nível a fábrica (kanban interno) e que pode-

se estender, em alguns casos, ao controle do material distribuído ou recebido de fornecedores

(kanban externo);

b) Um sistema para melhorar a produtividade, mudando-se o equipamento, os métodos de

trabalho e as práticas de movimentação de material, que usa o sistema de controle de material

por cartões (kanbans) para identificar áreas com problema e avaliar os resultados das

mudanças.

Essa técnica foi desenvolvida para combater o desperdício. Segundo Martins e

Laugeni (2003, p.33):

Toda atividade que consome recursos e não agrega valor ao produto é considerada

um desperdício. Dessa forma, estoques, que custam dinheiro e ocupam espaço,

transporte interno, paradas intermediárias (decorrentes das esperas do processo),

refugos e retrabalhos são formas de desperdício e consequentemente devem ser

eliminadas ou reduzidas ao máximo.

36

2.4 Sistemas de informação

Atualmente as informações podem ser obtidas em tempo real. Portanto a tecnologia de

informação somente poderá exercer seu devido papel de auxílio à área logística, se as

informações que nela circulam sejam confiáveis.

Caso não haja qualidade na informação ocorrerão diversos problemas operacionais,

afetando toda a cadeia de suprimentos, não permitindo a obtenção de diferencial competitivo

tanto para o cliente quanto para o fornecedor (BOWERSOX; CLOSS,1996).

A informação é o ponto base para uma organização ter a informação de quando deve

abastecer seu cliente ou ser abastecida por seu fornecedor, permitindo um fluxo contínuo de

produtos na cadeia logística. Desta forma busca-se a redução dos custos, e consequentemente

a redução do estoque (BALLOU, 1999).

Atualmente existem três razões que justificam a importância de informações precisas

em tempo real para sistemas logísticos eficazes. Os clientes percebem que informações sobre

status do pedido, disponibilidade de produtos, programação de entrega e faturas, são

elementos do serviço total ao cliente. Com a meta de redução do estoque total na cadeia de

suprimento, os executivos percebem que a informação pode reduzir de forma eficaz as

necessidades de estoque e recursos humanos. Em especial, o planejamento de necessidades

que utiliza as informações mais recentes, pode reduzir o estoque, minimizando as incertezas

em torno da demanda. A informação aumenta a flexibilidade permitindo identificar (qual,

quanto, como, quando e onde) os recursos que podem ser utilizados para que se obtenha

vantagem estratégica.

As atividades relacionadas com o planejamento e controle da produção requerem a

interação de diversas funções, entre elas a programação da produção, planejamento de

processos, planejamento dos materiais, controle de estoques, planejamento de ocupação das

máquinas, compras, etc. Convencionalmente todas essas funções trabalham com um grande

37

número de dados e a complexidade do processo produtivo limita procedimentos analíticos

para a otimização do planejamento. Com o objetivo de ajudar na execução destas tarefas, a

automação pode ser entendida como a aplicação de tecnologia de informação e computadores

às atividades de engenharia e fabricação, para maximizar o desempenho das pessoas e

equipamentos. Assim, por exemplo, sistemas de aquisição e visualização automática de dados

podem orientar o planejamento e o processo de produção para um melhor atendimento da

demanda entre os diferentes centros produtivos.

É fundamental que as partes que compõem a cadeia estejam integradas podendo

maximizar seus resultados. O intuito é eliminar qualquer bloqueio existente na comunicação

entre as empresas (ECRBRASIL, 1998).

A automação pode-se justificar economicamente considerando um ou mais dos

seguintes critérios: qualidade, flexibilidade, produtividade e viabilidade técnica. Entre as

vantagens da automação pode-se mencionar que a transmissão eletrônica de dados garante

rapidez na transmissão da informação, ajuda a minimizar os erros cometidos por interpretação

dos dados, permite o acesso à informação adequada a todas as pessoas envolvidas no processo

produtivo, ajuda a visualizar os problemas em equipamentos e processos e,

fundamentalmente, a disponibilidade em tempo real de informação sobre a situação da

produção, estoques e vendas da fábrica.

Considerando-se que na maioria dos projetos de automação os aspectos que realmente

interessam a uma empresa é a redução de custos, trabalho, incremento da produtividade e

qualidade dos produtos, é interessante analisar porque muito dos sistemas informatizados

foram mal sucedidos quando aplicados nos sistemas de produção convencionais. As razões

são várias e complexas, mas pode-se mencionar entre elas rotinas de trabalho complexas que

não foram simplificadas antes da informatização, assim, os sistemas de informações foram

38

instalados sem uma adequada orientação dando-se um crédito exagerado aos benefícios da

informática.

Muito disto é virtualmente eliminado quando se trabalha sobre a base firme da

filosofia JIT, dado que a quantidade de informações envolvidas no processo de produção é

alterada drasticamente. As rotinas de trabalho em uma produção celular de manufatura

permitem eliminar o controle da produção de máquinas individuais. A diminuição dos

estoques reduz o tamanho e complexidade das listas de materiais, dos pedidos de produção

intermediários e do número de registros de controle de entradas/saídas dos materiais, que

podem ser substituídos por um único kanban dando baixa na matéria prima para a quantidade

produzida e incluindo o item terminado na posição de estoque disponível.

A conjugação do conceito de automação do fluxo de informações com o sistema

kanban tradicional pode ser realizada empregando painéis de visualização e/ou terminais

(como dispositivos de entrada/saída de dados) interligados em um sistema integrado de

processamento de informações. Para a visualização da informação, então, podem ser

utilizados painéis eletrônicos mostrando os diferentes produtos elaborados nas células ou

mini-fábricas, os quais são alimentados com dados provenientes do sistema de controle de

vendas e estoque indicando as necessidades, quantidades e tipos de produtos, assim como a

prioridade com a qual estes têm que ser fabricados. Por sua vez, os diferentes centros de

trabalho ingressam no sistema com os dados referentes à produção através de terminais,

teclados ou dispositivos de códigos de barras, informando ao sistema a produção realizada e

indicando aos demais centros produtivos sua disponibilidade. O computador permite uma

rápida realimentação da informação, agilizando o processo de tomada de decisões.

39

2.4.1 O que é EDI ?

Figura 02. Fluxo de funcionamento do EDI

EDI (Eletronic Data Interchange – Intercâmbio Eletrônico de Dados) foi desenvolvido

para atender às necessidades de comunicação eficiente entre parceiros comerciais, usufruindo

das vantagens oferecidas pelas modernas tecnologias de informação.

No mundo dos negócios, a comunicação tradicional ocorre em duas formas: não

estruturada (mensagens, memorandos e cartas) e estruturada (pedido de compras, aviso de

despacho, faturas e pagamentos). O EDI abrange o intercâmbio de mensagens estruturadas

enquanto as aplicações de correio eletrônico tratam das comunicações não-estruturadas.

Em uma mensagem estruturada, tal como um pedido de compra, o dado é formatado

seguindo um padrão preestabelecido, facilitando a transferência eletrônica entre sistemas de

computadores. Freqüentemente denominada como comunicação aplicação-a-aplicação, o

objetivo é de se realizar uma operação automática que possibilite a troca de dados entre

parceiros comerciais.

Segundo Dornier (2000), no início da implementação do EDI foram desenvolvidos

formatos para atender, isoladamente, às necessidades individuais de cada empresa. Em pouco

tempo, os usuários perceberam as limitações desses padrões proprietários. Novos padrões

industriais foram então desenvolvidos para atender às necessidades da ampla comunidade de

40

interesse. Entretanto, as companhias envolvidas em comércio com diversos setores industriais

ainda enfrentavam barreiras e, conseqüentemente, a necessidade de padrões nacionais tornou-

se clara.

Para Graeml (1999) a revolução da informação apresenta impactos marcantes em

todos os aspectos da vida humana. Todos precisam adequar-se à nova realidade, que é

marcada pela constante transformação, mais dos que por qualquer outra característica.

Empresas industriais ou de serviços estão sendo submetida a projetos de total reestruturação,

para manter-se competitivas dentro desse novo cenário.

Para Bio (1996) e Oliveira (1998) informação é todo dado coletado, tratado e

estruturado de forma a gerar algo útil para a tomada de decisão. Mas para gerar uma

informação competitiva é necessário um gerenciamento sistemático e dinâmico da

informação.

Segundo Graeml (2000) TI é “o conjunto de tecnologias resultantes da utilização

simultânea e integrada de informática e telecomunicações”.

Pela citação dos autores, pode-se deduzir que a tecnologia da informação é tudo aquilo

que é utilizado para manipular a informação com o intuito de melhorar a produtividade, a

eficácia e a competitividade das organizações.

2.4.2 Quais os benefícios do EDI?

Os principais objetivos atingidos com a implantação do EDI são:

a) Redução de custo: a redução significativa na operacionalização de informações resulta em

economia imediata em custos administrativos e com o pessoal. O quadro de funcionários pode

ser redirecionado para outras funções com maior valor agregado dentro da organização.

41

b) Agilidade: Grandes volumes de dados comerciais podem ser comunicados de um

computador a outro em questão de minutos, permitindo, por exemplo, reduzir prazos de

entrega e garantindo maior satisfação por parte do cliente.

c) Eliminação de erros: O EDI elimina os inevitáveis erros resultantes da entrada manual dos

dados.

d) Aumento da produtividade: O EDI permite que as companhias controlem e manejem

melhor as necessidades de produção, de compras e de entregas. O EDI é um componente

chave nos elos de ligação entre cliente, fornecedor e transportador na fabricação JIT e na

"quick response", resultando em significativas reduções nos níveis de estoque.

2.4.3 ASN

O ASN (Advanced Shipping Notes – Notificação Avançada de Embarque), do mesmo

modo do EDI, é uma tecnologia da informação em que a velocidade e confiabilidade das

mensagens ajudam nos processos de recebimento e digitação das notas fiscais no recebimento,

atualizando de maneira rápida o estoque das peças recebidas.

O mecanismo de funcionamento é simples: o fornecedor, no momento do faturamento

das peças a serem entregues naquela determinada data, emite uma mensagem eletrônica ao

cliente, adiantando assim as informações que estão contidas dentro da nota fiscal, como por

exemplo:

a) Número do pedido;

b) Número da nota fiscal;

c) Itens faturados;

d) Quantidades;

e) Preços unitários;

f) Etc.

42

Com estas informações em adiantado, tanto o setor de recebimento, quanto o

planejador de material, podem visualizar se os pedidos estão sendo entregues conforme

requisitado anteriormente, atualizando os seus sistemas e fazendo o recebimento parcial da

nota fiscal antes mesmo da chegada do material na empresa.

Se existir divergência em alguma informação, o planejador pode entrar em contato

imediatamente com o fornecedor, corrigindo eventuais falhas de faturamento ou adiantando

reais falhas de entrega do fornecedor.

As divergências de preços deverão ser encaminhadas à área de compras, onde a

mesma pode sustar a coleta do material por motivos comerciais.

Deve existir uma disciplina e comprometimento do fornecedor, a fim de evitar

problemas no processo, como a não entrega de peças devido à falta de embalagem.

2.5 Embalagens retornáveis

Atualmente, a embalagem é tida como um fator de grande importância para o

manuseio, estocagem, apresentação e principalmente na proteção de algum produto.

Segundo Cardoso (2000), as embalagens são de extrema importância para o

gerenciamento logístico.

Cada produto a ser fornecido deve ter a sua embalagem retornável definida. Esta

definição traz muitos ganhos às empresas que a aplicam, tanto aos clientes quanto aos

fornecedores. Entre estes ganhos estão:

a) redução de custo de embalagens não retornáveis;

b) ISO 14000 (norma de qualidade ambiental);

c) padronização de quantidades por embalagem e lotes;

43

d) facilita a organização e empilhamento;

e) facilita paletização para transporte (Milk Run);

f) agilidade no manuseio;

g) melhor apresentação do produto, mantendo a organização.

2.5.1 Aquisição

Para realizar uma boa aquisição de embalagem é importante definir a quantidade de

embalagem retornável no giro, a fim de evitar falta ou sobra da mesma no giro, afetando

possivelmente as entregas.

Para definir a quantidade de embalagens a ser adquirida, deve-se basear na quantidade

de peças por embalagem, a demanda do item e a quantidade total de peças que será mantida

em estoque no fornecedor e no cliente. (BANZATO, 2004).

Outro fator importante na aquisição da embalagem é definir o melhor tipo, como, por

exemplo, plástica, plástica com divisórias internas, racks metálicos, embalagens octagonais,

entre outras. Esta definição do tipo de embalagem visa:

a) o melhor aproveitamento de espaço;

b) facilitar a armazenagem e empilhamento;

c) preservação do produto;

d) a embalagem de ser dimensionada para atender o transporte do fornecedor até a empresa,

para ser estocada e para ser colocada na produção, evitando o transbordo de peças.

O investimento para a aquisição destas embalagens pode ficar por conta do cliente, do

fornecedor ou de ambos, dependendo do acordo entre as empresas.

44

2.5.2 Definição do tipo de embalagem

A definição do tipo de embalagem retornável é definida de acordo com o tipo de item

a ser fornecido, como por exemplo:

a) Itens pequenos, ex. fixadores = embalagens plásticas;

b) Itens pequenos, porém delicados = embalagens plásticas com divisórias;

c) Itens grandes e pesados = racks;

Ou seja, para cada item é possível determinar uma embalagem retornável.

2.5.3 Condições de manutenção da embalagem

O cliente e o fornecedor são responsáveis pela manutenção das embalagens

retornáveis existentes em giro no que diz respeito às quantidades no giro e nas condições de

limpeza e conservação das mesmas. Cada embalagem deve conter uma etiqueta de

identificação do material, que tem como objetivo a rastreabilidade dos componentes, porém

esta etiqueta deve ter um padrão de informações necessárias, e deve ser colocada em local

padrão.

2.5.4 Qualificação logística

Sabe-se que quanto maior a qualificação na escolha dos fornecedores, melhores serão

os resultados da parceria e menores serão os problemas nos processos, como desenvolvimento

de produto, qualidade do produto, entre outros pontos. Para a aplicação de embalagens

retornáveis, também é necessária uma qualificação logística do fornecedor, para um bom

desenvolvimento e manutenção do processo.

A logística envolve a integração de informação, transporte, estoque, armazenagem,

movimentação de materiais e embalagem (BOWERSOX; CLOSS, 1996).

45

2.6 Arranjo Físico

Segundo Oliva (2001), a distribuição física é a parte da logística que é responsável

pela movimentação, estocagem e processamento dos pedidos dos produtos finais da

organização, ou seja, ela se preocupa com os bens semi-acabados a acabados que a

organização oferece para vender. A forma pela qual movimenta-se produtos, componentes ou

materiais no recebimento é fundamental para que haja sucesso em todas as demais operações.

A produtividade operacional de um armazém se inicia pela correta localização dos acessos. A

localização adequada do recebimento e expedição de um armazém pode alterar

significativamente as distâncias percorridas dentro do mesmo, aumentando o custo

operacional. Quando do desenvolvimento do sistema de estocagem, deve-se considerar no

projeto diversos fatores que podem classificar nos principais grupos a seguir:

a) Funcionalidade do sistema de estocagem;

b) Estratégias de estocagem;

c) Ocupação do espaço versus seletividade;

d) Principais sistemas de estocagem;

e) Controle de materiais.

O papel da armazenagem na cadeia de abastecimento está cada vez mais direcionado à

prestação de serviços, visto que a estocagem não agrega valor ao produto. Desta forma, os

armazéns focalizam todos os seus esforços no atendimento às necessidades dos clientes para

agregar valor ao serviço e o processo de separação de pedidos é o que mais afeta o tempo de

atendimento, considerando as operações de armazenagem.

De acordo com Pozo (2001) o processo de armazenagem, manuseio e controle dos

produtos são componentes importantes e essenciais do sistema logístico, pois seus custos

envolvem elevada porcentagem dos custos totais logísticos de uma empresa.

46

Segundo Slack et al. (1996), antes de considerar os vários métodos usados no projeto

detalhado de arranjo físico, é útil definir quais são os objetivos desta atividade. De certa

forma, eles dependerão das circunstâncias específicas, mas há alguns objetivos gerais que são

relevantes para todas as operações:

a) Segurança inerente: todos os processos que podem representar perigo, tanto para a mão de

obra como para clientes, não devem ser claramente sinalizados como acesso desimpedido.

Passagens devem ser claramente marcadas e mantidas livres.

b) Extensão de fluxo: o fluxo de materiais, informações ou clientes deve ser canalizada pelo

arranjo físico de forma a atender aos objetivos da operação. Em muitas operações, isso

significa minimizar distâncias percorridas pelos recursos transformados. Embora não sempre,

supermercados gostariam de garantir que os clientes passassem por

determinados produtos em seu trajeto dentro da loja.

c) Clareza de fluxo: todo o fluxo de materiais e clientes deve ser sinalizado de forma clara e

evidente para clientes e para a mão de obra. Por exemplo, operações de manufatura em geral

têm corredores muito claramente definidos e marcados. Operações de serviços em geral usam

roteiros sinalizados, como, pôr exemplo, alguns hospitais que usam faixas pintadas no chão

com diferentes cores para indicar o roteiro para os diferentes departamentos.

d) Conforto da mão de obra: a mão de obra deve ser alocada para locais distantes de partes

barulhentas ou desagradáveis da operação. O arranjo físico deve prover um ambiente de

trabalho bem ventilado, iluminado e, quando possível, agradável.

e) Coordenação gerencial: supervisão e coordenação devem ser facilitadas pela localização da

mão de obra e dispositivos de comunicação.

f) Acesso: todas as máquinas, equipamentos e instalações devem estar acessíveis para permitir

adequada limpeza e manutenção.

47

g) Uso do espaço: todos os arranjos físicos devem permitir uso adequado do espaço

disponível da operação. Isso, em geral, implica minimizar o espaço utilizado para

determinado propósito, mas, às vezes, pode significar criar uma impressão de espaço luxuoso,

como no lobby de entrada de hotéis de luxo.

h) Flexibilidade de longo prazo: os arranjos físicos devem ser mudados

periodicamente à medida que as necessidades da operação mudam. Um bom arranjo físico

terá sido concebido com as potenciais necessidades futuras da operação em mente. Por

exemplo, se é provável que a demanda cresça para determinado produto ou serviço, o arranjo

físico foi projetado de modo a poder acomodar a futura expansão?

De acordo com Gurgel (1996), o arranjo físico da empresa industrial é a técnica de

converter os elementos complexos e inter-relacionados da organização da manufatura e as

facilidades físicas em uma estrutura capaz de atingir os objetivos da empresa pela otimização

entre a geração de custo e a geração de lucros. Para uma geração de lucros adequados, deve-

se: desenvolver um projeto de produto com uma estrutura de montagem que evite

armazenamento de componentes intermediários; preparar um processo de fabricação que

facilite o aumento da velocidade do fluxo de materiais e mercadorias, velocidade esta que

poderá ser bem estimada quando os armazenamentos forem eliminados; eliminar controles

administrativos que possam reduzir a velocidade destes fluxos. Por exemplo; numa fundição,

pesar todas as peças para avaliar a produção; procurar não mover as mercadorias e possibilitar

que o controle possa ser efetuado movendo-se os papéis e as pessoas.

Segundo Martins (1998), As principais funções da distribuição física são: negociação

de fretes; seleção de rotas e do meio de transporte, incluindo os serviços oferecidos e

sua qualidade; tipo de operação da empresa de transportes; transportes internacionais; O

gerenciador da área também deverá recorrer a modelos matemáticos (algarismo de transporte,

48

modelo de baldeação) e a modelos de simulação que permitam um tratamento objetivo da

questão.

Um conceito importante que se deve observar é o de sistema total, mencionado por

Ballou (1993), que engloba todos os fatores da distribuição. Ele é a soma dos custos de

transporte, estoque e processamento de pedidos. O administrador precisa encontrar um modo

de balancear todos esses custos para uma melhor distribuição.

Para Slack et al. (2002) há uma verdade incontestável em toda e qualquer organização:

os recursos são escassos. Uma vez analisado o capital de uma empresa, vê-se que, via de

regra, grande parte dele é investida em capital de giro e que uma parte significativa deste

capital de giro está investida em estoques. Os estoques se comportam como uma “máscara”,

onde todas as ineficiências estão escondidas. Quando se abaixa o seu nível, os problemas

aparecem. A idéia fundamental é combater os problemas, tão logo estes apareçam. O estoque

reduzido realça as áreas de problemas e mostra a necessidade de uma imediata correção. Além

disso, o espaço de fábrica convencionalmente necessário para a estocagem do material em

trânsito torna-se produtivo. Uma visão atual sobre estoque é manter o mínimo possível

evitando afetar a produção. Porém para atender esta visão, que inicialmente parece simples,

devem ser atendidos diversos aspectos. Os fornecedores devem estar preparados e cientes da

atenção que deve ser mantida proporcionalmente inversa ao estoque desejado, pois quanto

menor o estoque, maior a atenção, comprometimento e organização. As embalagens são

fundamentais na agilidade de transportar, armazenar, abastecer as linhas de produção e por

isso merecem grande importância logística. Porém um ponto muito importante na redução de

estoques é a organização dos almoxarifados. Com a aplicação de embalagens retornáveis, a

criação de uma boa metodologia de funcionamento e fornecedores preparados, é possível

manter-se um baixo nível estoque (Flat Storage), obtendo-se muitos benefícios, tais como:

a) Estoque organizado e prático;

49

b) Localização padrão, fácil de encontrar itens;

c) Facilidade de implantação de FIFO (First In First Out);

d) Facilidade ao abastecimento de linha de produção;

e) Facilita a implantação do kanban;

f) Redução de estoque.

Além de ganhos não mensuráveis, como o bom visual da área, que traz motivação aos

envolvidos.

O estoque é reduzido de forma natural, pois é feito um dimensionamento do estoque

necessário, funcionando como estoque máximo, evitando-se excesso de estoque, solicitando-

se apenas o necessário evitando ultrapassar o limite de espaço.

2.7 Transportes

No mercado altamente competitivo, onde as inovações e as mudanças ocorrem de

forma acelerada, a existência de consumidores exigentes, com diferentes necessidades a serem

atendidas de forma cada vez mais exclusiva, faz com que as empresas busquem novas formas

de gestão de seus negócios em direção à fidelização dos seus clientes. Juntam-se a busca pelo

sucesso do cliente com o retorno satisfatório para o capital investido pelos acionistas. Dessa

forma, a empresa estará aumentando suas chances de se manter no mercado no qual está

inserida, bem como obter melhores condições de enfrentar seus concorrentes.

Para Porter (1989), o gestor no esforço de melhor posicionar a empresa no ambiente,

ou buscando influenciá-lo a favor da organização, deve conhecer e compreender os fatores

ambientais predominantes no contexto. É importante salientar que o mercado não é algo fixo,

mas sim um ambiente onde as mudanças ocorrem de forma rápida, exigindo da empresa

50

estratégias flexíveis para aumentar a possibilidade de alcançar o desempenho esperado.

Atualmente, uma atividade que está em evidência no âmbito empresarial é a do transporte,

que simplificadamente consiste na tarefa de levar mercadorias de um lugar para outro. Esta

atividade é a chave que aproxima indústrias, comerciantes e clientes, envolvendo elementos

importantes como preço do serviço, pontualidade da entrega, condições físicas dos bens

entregues, informações do mercado, entre outros.

No Brasil, observa-se que o mercado de transporte está em pleno processo de

reestruturação em virtude da globalização e da abertura do mercado iniciada na década de 90.

Como conseqüência deste processo, tem-se a chegada de organizações internacionais, que

descobriram no Brasil um potencial enorme para crescer e ampliar os seus negócios, devido

ao enorme território brasileiro e a existência de transportadoras que desempenhavam a função

transporte. Essas organizações iniciaram suas atividades no país impulsionando a implantação

de ferramentas modernas de gerenciamento, agregando valor aos serviços oferecidos aos

clientes, contribuindo assim, para tornar o setor mais dinâmico. Este novo cenário vem

obrigando as organizações locais a redefinirem suas formas de gestão para manterem a

viabilidade de seus negócios. Com todas estas mudanças, os clientes passaram a desfrutar de

serviços alternativos e diferenciados o que, cada vez mais, incitou o aumento de suas

exigências em relação ao nível de serviço oferecido e custos menores. Nesse ponto surge a

logística para agregar e sincronizar todas as operações de uma organização, segundo Ballou

(2001) a logística envolve todas as operações relacionadas com planejamento e controle de

produção, movimentação de materiais, embalagens, armazenagem e expedição, distribuição

física, transporte e sistemas de comunicação que, realizadas de modo sincronizado, podem

fazer com que as organizações agreguem valor aos serviços oferecidos aos clientes, e também

oportunizem um diferencial competitivo perante a concorrência.

51

Para Bowersox e Closs (2001), o objetivo central da logística é o de atingir um nível

de serviço ao cliente pelo menor custo total possível, buscando oferecer capacidades logísticas

alternativas com ênfase na flexibilidade, na agilidade, no controle operacional e no

compromisso de atingir um nível de desempenho que implique um serviço perfeito.

O mercado sofre alterações rápidas e muitas vezes as organizações não estão preparadas para

absorver estas mudanças, dificultando sua adaptação ao novo ambiente de negócios. Portanto,

desenvolver um bom processo de planejamento logístico, é de importância extrema para a

organização, pois um planejamento logístico orientado para atender as necessidades impostas

pelo mercado, faz com que se mantenha o controle da organização.

2.7.1 Relevância do transporte

Transporte barato, com eficiência e eficácia, contribui para redução do preço final do

produto. O custo do transporte está inserido na fase de obtenção do produto, na fase de

transformação do mesmo e na fase de distribuição/vendas, segundo Ballou (1999).

O fator transporte deve manter o equilíbrio entre a qualidade desse serviço e o custo

do mesmo. As características básicas para um serviço de transporte são:

a) preço;

b) tempo médio em transito;

c) variabilidade do tempo em transito;

d) perda ou avaria causada decorrente a operação.

Por sua relevância dentro do processo logístico, o transporte torna-se um ponto de

considerável atenção na fase de gestão de negócios (BALLOU, 1999).

Três fatores ganham grande relevância para mensurar a performance dos transportes

(BOWERSOX; CLOSS, 1996).

52

a) custos: o custo do transporte é o pagamento realizado pelo transporte de bens entre dois

pontos geográficos. Os custos de transporte variam de acordo com o tipo de transporte

realizado. Deve-se analisar criticamente os custos com transporte, pois não necessariamente o

transporte mais barato será o mais econômico dentro da cadeia logística.

b) velocidade: a velocidade do transporte é baseada de acordo com a necessidade do cliente

em obter o produto, mesmo que para isso o custo seja maior que o tradicional. Um fator

importante para o sucesso dessa operação é balancear os fatores “velocidade e custos de

transportes”.

c) Consistência: refere-se às variações de tempo necessário para suprir uma certa necessidade

da demanda, relacionas com um determinado número de expedições solicitadas. Se o

transporte oferece pouca consistência, com certeza será necessário um estoque de segurança

para proteger o sistema, devido ao serviço não prever fatores que podem atrasar o transporte.

2.7.2 Transporte rodoviário

Sendo o transporte rodoviário o modal mais usado, ele está competindo com a ferrovia

em grandes cargas e com o transporte aéreo de pequenas cargas. A competição com o

transporte ferroviário é direta nos trechos de 300 km ou mais. Nos carregamentos que

excedem 50 toneladas, o ferroviário predomina. Tendo em vista serviço de ponto - a - ponto,

considerando qualquer tamanho da carga, numa distancia de aproximadamente 300 km ou

menos, é possível a concorrência entre o aéreo e o rodoviário, em vista de o transportador

rodoviário poder ser mais eficiente nas operações em terminais de coleta e entrega. O setor é

classificado em duas categorias: os que geram a maior parte das receitas, os transportadores

de cargas em geral, e os que geram o restante das receitas os transportadores rodoviários

especializados, estando incluídos neste último os transportes de máquinas pesadas, petróleo

53

líquido, produtos refrigerados, produtos agrícolas, materiais de construção, artigos

domésticos, veículos motorizados e outros itens especializados (LAMBERT, 1998).

Segundo Alvarenga e Novaes (2000), o transporte rodoviário é o tipo de transporte

mais expressivo na movimentação de cargas no Brasil.

Os transportadores rodoviários são mais flexíveis e versáteis, pois transportam cargas

de tamanhos e pesos variados em qualquer distância, oferecendo ao cliente um serviço rápido

e confiável com pouca perda ou dano em trânsito. Muitos transportadores rodoviários,

principalmente aqueles envolvidos em programas JIT, operam com horário programado, isso

resulta em tempos de trânsito muito curtos e confiáveis. Este é o motivo pelo qual o transporte

rodoviário é tão utilizado.

O transporte rodoviário continuará a prosperar em relação aos outros meios de

transportes, enquanto continuar fornecendo serviço rápido e eficiente com tarifas entre as

oferecidas pelas ferrovias e aéreas, complementa Lambert (1998) Em entrevista concedida

Revista Exame, o diretor da Associação Nacional de Transportes de Cargas (NTC). Mira

(1999), discorre sobre o setor de transporte rodoviário, concebendo este modal como um setor

que vive várias transformações, entre elas, mudanças conceituais. Alerta para o crescimento

do país, da combinação transporte/logística, onde os transportadores

estão fechando acordos operacionais com empresas de logística ou criando empresas próprias

nesse segmento. Ele enaltece ainda, como fator marcante no setor, a utilização de tecnologias,

como softwares de gestão empresarial, sistemas de comunicação de dados via satélite, entre

outros.

Com relação as dificuldades que o setor vem enfrentando, Mira (1999) destaca o

crescimento dos custos. Um exemplo é o pedágio, que sofre reajuste percentuais muito acima

da inflação e fretes baixos provocados pelo binômio livre concorrência versus economia

recessiva.

54

Para Handabaka (apud DANESI, 1998), o transporte rodoviário exibe os menores

custos fixos entre todos os modos de transporte pelas seguintes razões:

a) A estrada sobre a qual os transportadores se movimentam não é de sua propriedade

(considerando que impostos, pedágio e reparos estão embutidos no custo do frete);

b) Um caminhão constitui-se numa unidade econômica pequena (quando se tratar de uma

frota, os custo estão sub-alocados de maneira depreciativa);

c) As operações em terminais não exigem equipamentos caros.

No entanto, os custos variáveis tendem a ser altos, sendo que os usuários tendem a

custear impostos, pedágios e taxas. A versatilidade, a acessibilidade e a pontualidade são

vantagens do transporte rodoviário; a desvantagem é caracterizada pela capacidade de

transporte do veículo. O custo de transportes por caminhão, o autor os distribui entre gastos

de terminal e de percurso:

a) Gastos de terminal: entrega, coleta, armazenamento, faturamento, cobrança e manuseio em

plataformas, representando 15% e 25% do custo total, variando de acordo com o segmento.

Estes gastos variam facilmente quando o tamanho do despacho está abaixo de 1.000 a

1.500kg, pois estes custos são calculados sobre o valor por tonelada métrica. Em um despacho

maior de 3.000kg, o custo desce progressivamente.

b) Gastos de percurso: representam do custo total 50% a 60% · Custos totais: de acordo com o

tamanho do envio e a distância, diminuem de forma diretamente proporcional, posto que os

custos por terminal e outros custos fixos, se repartem em mais toneladas por quilômetro.

55

Lambert (1998), afirma que para tomar uma boa decisão em logística é necessária uma

compreensão abrangente do sistema de transportes. Para satisfazer seus clientes e obter

índices aceitáveis de retorno no investimento, é necessário que o transporte, como sendo

essencial para qualquer sistema de logística, seja bem administrado nesse sentido. As

estratégias de decisão eficazes e eficientes são fundamentais tanto para os transportadores,

que fornecem os serviços, como para os embarcadores que os usam.

Segundo Feltrin (2000), a distribuição norte americana possui outra matriz, onde a

distância é o fator predominante. De 88% do transporte realizado até 500 milhas, 94% é

através de vias rodoviárias. No entanto para um transporte com distância superior a 500

milhas, somente 12% é transportado por vias rodoviárias.

2.7.3 Rapidez no transporte e em suas informações

Os clientes, em todos os mercados, estão cada vez mais sensíveis ao tempo. Em outras

palavras, eles o valorizam e isto se reflete em seu comportamento de compras. Por exemplo,

nos mercados de consumo, os clientes decidem sua escolha entre as marcas que estiverem

disponíveis naquele momento. Se a marca preferida não estiver no estoque, é bem provável

que seja adquirida uma outra substituta. No passado, com freqüência, o preço exercia uma

grande influência na decisão da compra. Hoje em dia, ele continua importante, mas um dos

principais determinantes da escolha do fornecedor ou da marca, é o custo do tempo.

Algumas vezes, a velocidade de resposta é o objetivo dominante a ser atingido na empresa.

Por exemplo, a forma pela qual o trabalho do pessoal do depósito é organizado (a gama de

tarefas para as quais eles são treinados, a seqüência de atividades em seus procedimentos, a

autonomia que eles têm para decidir sobre uma ação adequada, e assim por diante).

Segundo Martins (1998, p. 4)

Torna-se necessário que os produtos e / ou serviços estejam à disposição para

serem consumidos, devendo estar próximos ao consumidor. As empresas

necessitam cada vez mais de esquemas de distribuição rápidos e eficazes, com

56

vários depósitos de produtos acabados junto aos consumidores, ou esquemas de

entrega extremamente ágeis, pois o prazo de entrega é fator essencial na decisão

de comprar. A logística empresarial, parte integrante da administração das

operações, constitui um conjunto de técnicas de gestão da distribuição e transporte

dos produtos finais, do transporte e manuseio interno às instalações e do

transporte das matérias-primas necessárias ao processo produtivo.

Dessa forma, as organizações devem estar bem alinhadas com seus objetivos

logísticos.

Segundo Christopher (1999, p. 135)

Reduzir o tempo do canal de suprimentos acarretará muitos benefícios, entre eles:

liberação de capital; benefício contínuo por meio da redução no custo de

financiamento de um canal mais curto; tempos de resposta menores e,

conseqüentemente, níveis de serviço mais altos; menos vulnerabilidade à

volatilidade do mercado; mais flexibilidade para atender às precisas exigências do

cliente por exemplo, opções, tamanhos de , cores, etc.

As organizações devem estar atentas para manutenção de seus objetivos, a fim de

atualizá-los sempre que o mercado externo assim estiver requisitando.

De acordo com Christopher (1997, p. 174)

Nos anos recentes surgiu um crescimento do JIT sob a bandeira da "logística da

resposta rápida". A idéia básica que está por trás da resposta rápida (RR) é que,

para aproveitar as vantagens da competição baseada no tempo, é necessário

desenvolver sistemas que sejam responsivos e rápidos. Daí RR ser a expressão que

serve de "guarda-chuva" para os sistemas de informações e para os sistemas

logísticos do JIT que se combinam para oferecer o "produto certo, no lugar certo,

na hora certa". Essencialmente, a lógica que predomina na RR é que a demanda é

captada em tempo tão próximo quanto possível da realidade e do consumidor final.

A resposta da logística acontece diretamente como resultado desta informação. O

sistema de RR é obviamente um exemplo clássico de substituição dos estoques pela

informação.

Nesse ponto a tecnologia da informação proporciona base estrutural para as

organizações se auto-monitorarem.

De acordo com Gurgel (1996), "a empresa, em sua dinâmica, não deve ser vista como

um sistema de estoques, mas, antes de mais nada, um sistema de fluxos. A visão de estoque é

uma visão estática, enquanto a de fluxos é uma visão dinâmica".

57

2.7.4 Milk-Run

Grandes empresas sempre estiveram na busca de métodos e práticas operacionais e

ditaram as regras de trabalho para as empresas que queriam prestar serviços para elas.

A Toyota, que foi a responsável pela implementação do JIT, criou este sistema e o

impôs para quem quisesse trabalhar em parceria. Com isso, diminuiu muito seu estoque,

passando a responsabilidade e o comprometimento de não parar sua produção para seus

terceirizados (WOMACK,1992).

As empresas inovaram para não terem que depender das entregas dos fornecedores,

começou-se a adotar o sistema Milk-Run, que consiste em buscar seus produtos nos

fornecedores. Para isso marca-se o dia, o horário, e as peças e quantidades desejadas.

Fazendo-se uma seqüência de retiradas em seus fornecedores. Se as peças não estão

disponíveis no horário marcado, pode cobrar multa, o fornecedor perderá pontuação na

avaliação de entrega e ainda deverá levar em seguida as peças até a empresa.

Este sistema foi adotado, porque as grandes empresas já tinham operadores logísticos

trabalhando para elas, onde o item transporte era confiável e muito satisfatório.

Em vez de esperar cada fornecedor chegar a este estágio de evolução, foi mais fácil

tomar a iniciativa e não mais arriscar-se quanto a falta de peças, em se tratando ao setor de

recebimento, as filas de caminhões para entregas diminuiu drasticamente.

Na sistemática de funcionamento, o fornecedor é responsável pelo carregamento de

peças e descarregamento de embalagens nos caminhões disponibilizados pelo cliente, em suas

dependências e disponibilizará os meios necessários para as operações de carregamento e

descarregamento, como operadores e equipamentos, dentro do horário previsto para a coleta.

O transporte deve ser feito sempre em caminhões que agilizam o carregamento e

descarregamento dos componentes, como exemplo caminhões do tipo Sider (com abertura

lateral para movimentação de carga), (MOURA, 1998).

58

Na implantação de um sistema de Milk-Run e até mesmo com os fornecedores

entregando em seus clientes, muitas vezes são entregues itens indesejados, o que vai de

encontro com a busca incessante por redução de estoques.

Para isso, é importante que o motorista tenha a informação correta de quais produtos e

quantidades podem e devem ser retirados nos fornecedores. Os motoristas devem receber da

empresa uma autorização de retirada, que é um documento da empresa que contem estas

informações.

Este documento cria um melhor controle sobre as entregas e cria uma disciplina nos

fornecedores, que irão enviar apenas os itens solicitados.

Com este controle sobre as entregas, é possível também avaliar as entregas dos

motoristas, analisando o que foi solicitado com o que foi entregue, obtendo-se assim o IEF

(Índice de entrega do fornecedor).

A estrutura base do Milk-Run é a definição das rotas de coleta. O trabalho de

dimensionamento e definição das rotas deve ser elaborado por um grupo de pessoas

envolvidas na área de logística, com conhecimento em operações de transporte e

conhecimento dos fornecedores.

Para definir o dimensionamento das rotas, é importante analisar o porte da empresa

que irá aplicar o sistema. Nesta análise, avalia-se o número de fornecedores que farão parte do

sistema, a qualificação e preparação dos mesmos em aspectos logísticos. Nesta fase é definido

se os caminhões a serem utilizados pela empresa serão de propriedade da mesma ou sub-

contratados. Na definição das rotas, o cliente define o circuito de coleta e o horário de retirada

em cada fornecedor, de acordo com suas necessidades e as possibilidades dos fornecedores.

Esta definição é elaborada como um mapa, onde são traçados os caminhos a serem

percorridos pelos caminhões, as distâncias, o tipo de caminhão, etc.

Para esta definição, vários fatores são levados em consideração, como:

59

a) Localização do fornecedor;

b) Quantidade, peso e tamanho dos itens fornecidos;

c) Giro dos itens fornecidos;

d) Classificação ABC dos itens do fornecedor.

Baseado nestas informações é possível traçar um mapeamento das rotas, definir os

horários, os tipos e porte dos caminhões.

A sistemática aplicada deve ser bem difundida aos fornecedores, evitando-se

problemas futuros como o não cumprimento dos horários ou a não entrega das peças

solicitadas.

Deve-se buscar desenvolver fornecedores que já conheçam a sistemática ou com

potencial, buscando-se uma maior parceria.

Muitos ganhos resultam da aplicação da sistemática de Milk-Run. Muitos deles difíceis

de contabilizar e, às vezes por isso, podem cair em descrédito quanto a sua aplicação.

Os motoristas funcionam como uma extensão do cliente no fornecedor, pois agregaram

maior responsabilidade do que simplesmente transportar material, como por exemplo:

a) Informar caso algum item solicitado não foi retirado no fornecedor, agilizando e dando

credibilidade a informação no setor de planejamento de materiais;

b) Conferência do código do item mencionado na etiqueta do produto com a nota fiscal;

c) Conferência da quantidade de volumes mencionada na nota fiscal com a quantidade

mencionada na etiqueta de cada embalagem;

d) As condições gerais da embalagem;

e) As quantidades a serem retiradas com a quantidade solicitada pelo cliente.

60

Os motoristas contratados para a aplicação do Milk-Run devem portar meio de

comunicação eficiente e rápido como celular, rádio, etc, para informar eventuais problemas,

como a quebra de veículo, dificuldades no trânsito, acidentes, etc.

Com isso, as empresas que aplicam este sistema, têm muitos benefícios:

a) Informação mais precisa e confiável junto ao motorista;

b) Maior precisão no horário da chegada do material na empresa;

c) Cria maior disciplina e comprometimento dos fornecedores;

d) Consegue-se balancear a mão-de-obra e a freqüência de recebimentos na empresa;

e) Evita-se o envio de materiais não solicitados;

f) Garantia da correta aplicação das embalagens retornáveis.

61

3 METODOLOGIA

3.1 Forma do Estudo

Esta pesquisa, do ponto de vista dos procedimentos técnicos, enquadra-se no método

de estudo de caso, visto que este proporciona condições de reunir detalhes, contribuindo para

que se obtenha um resultado amplo do assunto. Muito aplicável em estudos exploratórios ou

descritivos, pois tem como finalidade compreender melhor a manifestação geral do problema.

De acordo com Gil (1999), o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e

exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permite o seu amplo e detalhado

conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros delineamentos

considerados.

A grande vantagem oferecida pelo método de estudo de caso está relacionada ao fato

de que trabalha com situações concretas, como também a vantagem de mesclar a pesquisa

bibliográfica com a pesquisa de campo. Segundo Gil (1999) o estudo de caso tem sido

utilizado com uma freqüência cada vez maior pelos pesquisadores, com diferentes propósitos:

a) explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos;

b) descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação; e

c) explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito complexas que

não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos.

3.2 Delineamento do projeto

O presente trabalho trata-se da apresentação da implantação da logística integrada em

uma empresa montadora de motores diesel. Essa implantação seguiu os passos demonstrados

na figura 03:

62

Figura 03. Passos da implantação

Para essa implantação, foi selecionado um grupo de pessoas distribuídos em equipes

por competência. Cada equipe teve sua responsabilidade definida no projeto.

A participação do autor desse trabalho ateve-se a definição das embalagens e o novo

procedimento de abastecimento a produção.

Contato com FornecedoresExposição do projeto e as melhorias obtidas

Demonstração das regras do projeto: direitos e deveres do fornecedor e do cliente (CUMMINS)

Definição doProtocólo logístico

Implantação simultânea

-Kanban-Milk-Run-Embalagens retornáveis-Flat Storage

Abastecimento a produçãodinâmico

-Definição da quantidade de cartões por item;

-Definição das rotas e coletas nos fornecedores;

-Definição do tipo de embalagem para cada item;

-Redução do estoque para adequação as prateleiras de estocagem.

Novos procedimentos de abastecimento de itens na linha de produção de motores

Contato com FornecedoresExposição do projeto e as melhorias obtidas

Demonstração das regras do projeto: direitos e deveres do fornecedor e do cliente (CUMMINS)

Definição doProtocólo logístico

Implantação simultânea

-Kanban-Milk-Run-Embalagens retornáveis-Flat Storage

Abastecimento a produçãodinâmico

-Definição da quantidade de cartões por item;

-Definição das rotas e coletas nos fornecedores;

-Definição do tipo de embalagem para cada item;

-Redução do estoque para adequação as prateleiras de estocagem.

Novos procedimentos de abastecimento de itens na linha de produção de motores

63

4 ESTUDO DE CASO

A empresa estudada no presente trabalho, é uma empresa de origem norte-americana

montadora de motores diesel para o ramo automotivo e agrícola-industrial, tendo espalhadas

pelo mundo mais de 70 plantas. Sua filial no Brasil está situada no município de Guarulhos,

São Paulo, onde produz aproximadamente 270 motores por dia. Possuindo como principais

clientes no Brasil, a Volkswagen, a Ford (ambas no ramo de caminhões), a CNH, a Komatsu

(no ramo de tratores e colheitadeiras), e a Dynapac (compactadora de asfalto).

A área de suprimentos da empresa iniciou o projeto de implantação de uma nova

logística com os fornecedores, quando constatou que a área de planejamento de materiais

estava com diversos problemas de fornecimento, nacionais ou de importação. A excessiva

preocupação em fazer follow-ups constantemente, visto que não se tinha a garantia de que o

fornecedor viesse a entregar as peças na data, e na quantidade prometidas, tendo-se como

conseqüência o aumento considerável de relatórios de reprogramação. Esses fatores vieram de

encontro com o aumento significativo da demanda, provocada pelo mercado de caminhões,

impulsionando uma decisão rápida da diretoria de implantar um novo projeto que conseguisse

simplificar o planejamento de materiais, e ao mesmo tempo, fazer com que o inventário fosse

reduzido drásticamente.

64

. Figura 04. Fluxo do Processo

A Figura 04 ilustra as ações de cada área da logística integrada. Ações essas

decorrentes as causas pertinentes ao incremento contínuo da produção.

A maior preocupação da empresa, naquele momento, era investir em mão-de-obra e

tecnologia para desenvolvimento de novos projetos de redução de inventário. O valor do

inventário era catastrófico, aproximadamente 16 milhões de dólares em Janeiro de 2003. Um

completo absurdo, visto que o objetivo da companhia era de 9 milhões de dólares.

Com a implantação do kanban e Milk-Run e a padronização do relacionamento com os

fornecedores, conseguiu-se com que a diretoria visualizasse os principais objetivos deste

projeto, a saber:

• Redução do lead-time do fornecedor;

• Padronização de embalagens retornáveis;

• Implantação de JIT através do Milk-Run (Sistema de Coleta Programada);

Planejamento

Fornecedor

Recebimento / Conferência

Estocagem

Transporte Interno

ATIVAÇÃO da Produção

Incr

emen

toco

ntín

uo d

e P

RO

DU

ÇÃ

O

Ações/ causas

* Implantação do KANBAN

-Aumento da quantidade de itens;

-Aumento da quantidade de vezes de planejamento do mesmo item.

* Implantação do MILK RUN

-Aumento da quantidade de caminhões para descarga;

* Implantação da EMBALAGEM RETORNÁVEL

-Aumento da quantidade de caminhões para descarga;

* Implantação do FLAT STORAGE

-Aumento da quantidade de itens

* Implantação dos CARROS REBOCADORES

-Aumento do número de viagens entre o Almoxarifado e a linha de Produção

FO

CO

DO

PR

OJE

TO

65

• Planejamento auto-realizável de materiais (ou através do controle do próprio fornecedor);

• Velocidade de informação;

• Diminuição da carga de trabalho dos planejadores de material;

• Aumento do giro de estoque;

• Maior acurácia do estoque;

• Redução do inventário.

Algumas ferramentas foram extremamente necessárias para se alcançar tais objetivos,

como por exemplo:

• EDI (Eletronic Data Interchange – Troca Eletrônica de Dados);

• ASN (Advanced Shipping Notes – Notificação Avançada de Embarque);

• Sistema Oracle Applications;

• Relatórios para visualização da demanda histórica dos itens kanban;

• Softwares de análises estatísticas (Ex: MiniTab);

• Capacitação das pessoas para dimensionamento, cadastro e controle dos itens kanban;

Cabe ressaltar que o comprometimento de ambas as partes – empresa e fornecedor –

foi essencial para o sucesso do sistema, bem como a conscientização do alto nível da empresa,

que deu total apoio aos funcionários da área operacional e logística da.

66

4.1 Fornecedores participantes

Dentre os fornecedores da empresa, foi necessário definir quais estariam aptos para

participar do projeto. Seus itens devem possuir demanda estável e alto volume de produção.

A ciência da importância do seu desempenho, o conhecimento amplo de como funciona o

sistema de que ele faz parte, a pontualidade nas entregas é um dos fatores que o diferenciam,

conhecer como seu material é recebido, conferido, estocado e ativado, bem como sua

aplicação.

O fornecedor deve ficar ciente e estar de acordo com a redução do seu lead-time.

Geralmente, para fornecedores nacionais, o lead-time gira em torno de 15 a 20 dias (desde a

geração do pedido até a entrega do material ao seu cliente). Com a implantação do kanban,

este lead-time deve diminuir. Foi estipulado um lead-time máximo de 5 dias para qualquer

fornecedor de itens kanban. Isto porque o fornecedor deve manter um estoque de segurança

em seu almoxarifado, em virtude de flutuações de demanda que eventualmente possam

ocorrer, bem como entregas JIT, com pedidos eletrônicos emitidos on-line via EDI.

4.2 Definição do protocolo logístico

Normalmente, a definição dos assuntos logísticos entre cliente e seus fornecedores não

é formalizada, ocasionando dúvidas quanto a responsabilidade do transporte, tipo de

embalagem, quantidade de peças por embalagem, a sistemática de planejamento de entrega,

incidentes logísticos, etc.

O protocolo logístico é um documento que determina e formaliza as condições

logísticas entre o cliente e seus fornecedores. Tem como objetivos identificar e acompanhar

os fluxos utilizados e os modos gerais de funcionamento dos abastecimentos de componentes,

buscando uma relação transparente, um trabalho em conjunto de ações preventivas e

67

corretivas necessárias para a melhoria contínua dos processos logísticos (detalhes no anexo

01).

4.3 Implantação do kanban

No presente trabalho, é apresentada uma análise sobre os resultados obtidos com a

implantação desse sistema. Como base na foram utilizadas três parâmetros: o volume em

quantidade de peças, o giro de estoque e o desvio padrão em quantidade de peças.

Escolheram-se para o estudo dez itens constituintes de um determinado motor

fabricado pela empresa. Através do banco de dados do sistema de informação integrado da

empresa, levantou-se o histórico do consumo e do estoque desses dez itens em dois períodos

distintos. O primeiro período estudado foi de janeiro a julho de 2004, antes da implantação do

sistema kanban. O segundo período foi de janeiro a julho de 2005, quando já estava

implantado o sistema. Os itens foram divididos em dois grupos, sendo o primeiro grupo

denominado itens de menor porte, onde foram considerados itens com a estrutura física menos

volumétrica. Enquanto o segundo grupo foi denominado itens de maior porte, onde

considerou-se itens com a estrutura física mais volumétrica.

Os itens em questão, representam na média trinta porcento da produção mensal de

motores da empresa, produção essa quantitativa.

4.4 Desenvolvimento das embalagens retornáveis

Conforme descrito na revisão bibliográfica na página 31 com citação de Cardoso (2000),

as embalagens são de extrema importância no gerenciamento logístico. O novo conceito de

armazenamento de material está totalmente ligado a embalagem do item, uma vez que o tipo

de embalagem é que conduz a velocidade de deslocamento do item até o abastecimento da

produção. Uma maneira mais clara de visualizar esse fator são os processos através dos quais

68

o material embalado passa até sua chegada na produção. A embalagem vai para o fornecedor,

onde o fornecedor embala o item e o envia para empresa, que por sua vez no ato de

conferência identifica o material e já o disponibiliza para o almoxarifado, ficando assim à

disposição do abastecedor de produção.

O conceito da definição da embalagem é comum para todos os tipos, ou seja, a

quantidade de peças por embalagem deve atender os requisitos estipulados:

• peso máximo por plástica (acesso manual) = 18,5 quilos;

• conter peças em número múltiplo.

Tabela 01. Definição de embagem

Item Total do kanban

Embalagem Qtde por

embalagem Qtde de

embalagens GIRO COBERTURA

Qtde de emb. em estoque

Parafuso 25000 cx 2001 100 250 22 10 80

Porca 15000 cx 2001 100 150 21 10 50

Bujão 8000 cx 2001 50 160 23 9 49

Abraçadeira 9000 cx 2002 25 360 22 10 115

Engrenagem 4500 cx 2005 20 225 23 9 68

A tabela acima demonstra que uma vez definido o tipo de embalagem do material,

defini-se a quantidade necessária de embalagens para cada item, levando-se em consideração

o giro de estoque que será proporcional à cobertura do estoque (tempo de permanência do

item em estoque).

As dimensões da embalagem são proporcionais a demanda de cada item, a estrutura

física do item e ao local de armazenamento.

69

Foram desenvolvidos os seguintes tipos de embalagens retornáveis com os

fornecedores para adequação a este projeto:

a) Caixas plásticas tipo KLT – modelos 2001, 2002, 2003, 2005 e

1063 - para fornecedores de parafusos, arruelas, porcas, pequenos

estampados, abraçadeiras ver figura abaixo.

Figura 05. Embalagem em papelão (antes)

Figura 06. Embalagem de pequenos itens (depois)

• Não padronizada; • Qualidade do item ameaçada; • Aspecto visual ruim.

• E quantidade padronizada; • Qualidade do item assegurada; • Boa organização; • Ótimo aspecto visual.

70

b) Racks metálicos para disposição de virabrequins, volantes,

carcaças de volante, eixo comando, bombas injetoras, compressores

de ar, etc, ver figura abaixo.

Figura 07. Embalagem para disposição de peças grandes

Figura 08. Rack metálico para disposição de peças grandes

• Alto volume de material; • Desrespeito ao sistema FIFO; • Dificuldade para acesso rápido.

• Distribuição do volume de material; • Respeito ao sistema FIFO; • Acesso rápido ao material.

71

c) Embalagens plásticas com divisórias para materiais que não podem

sofrer contato direto entre si, como válvulas, balancins, resfriadores

de óleo, etc.

Figura 05. Embalagem em papelão (antes)

Figura 09. Embalagem plástica com divisórias internas

• Não padronizada; • Qualidade do item ameaçada; • Aspecto visual ruim.

• E quantidade padronizada; • Qualidade do item assegurada; • Boa organização; • Ótimo aspecto visual.

72

Atualmente, a embalagem é tida como um fator de grande importância para o

manuseio, estocagem, apresentação e principalmente na proteção de algum produto. Cada

produto a ser fornecido deve ter a sua embalagem retornável definida. É definida de acordo

com o tipo de item a ser fornecido.

Cabe lembrar que cada fornecedor participa diretamente do projeto de

desenvolvimento das embalagens retornáveis, agregando assim maior valor ao produto final.

4.5 Milk-Run

A responsabilidade do transporte de peças é da empresa, a qual sub-contrata uma

transportadora para realizar a coleta no fornecedor, definindo o circuito de coleta e o horário

de retirada em cada fornecedor.

O fornecedor será responsável pelo descarregamento das embalagens dos caminhões

disponibilizados pela empresa em suas dependências, carregamento de peças nas embalagens

e carregamento das embalagens com peças disponibilizando os meios necessários para as

operações dentro do horário previsto para a coleta.

O transporte deverá ser feito em caminhões do tipo Sider (com abertura lateral para

movimentação de carga), evitando-se a utilização de carretas. Excepcionalmente poderá ser

utilizado outro tipo de caminhão, com aval prévio do setor de recebimento ou ao planejador

de materiais.

Em qualquer tipo de transporte utilizado, o motorista do veículo deverá portar meio de

comunicação eficiente e rápido (celular, rádio, etc).

Toda necessidade de transporte especial que não for de responsabilidade da empresa

deverá ser coordenada e realizada pelo fornecedor, com custos por sua conta. Caso a empresa

realize o transporte, o mesmo será debitado integralmente do fornecedor.

73

O tempo padrão de trânsito entre o fornecedor e a empresa é de 2,0 horas. Caso haja

alguma variação imprevista (congestionamento, enchente, etc), o transportador deverá

comunicar imediatamente à empresa.

Para cada fornecedor existe um horário de coleta estabelecido, o caminhão do Milk-

Run tem quinze minutos de tolerância após o horário previsto. Caso ocorra qualquer problema

excepcional no percurso e o veículo atrase na chegada para a retirada prevista no Milk-Run, a

coleta deverá ser cumprido em uma hora após a chegada do veículo no fornecedor e também

com a tolerância de quinze minutos no horário final para a saída.

O horário de funcionamento do recebimento empresa é de segunda-feira a sexta-feira

das 07:00 horas às 22:30 horas. Recebimentos fora do horário poderão ser feitos somente

mediante solicitação formal do fornecedor ao setor de recebimento ou ao planejador da

empresa.

O motorista tem como responsabilidade:

• Simples conferência do código do item mencionado na etiqueta do produto e na nota

fiscal;

• Simples conferência da quantidade de volumes mencionada na nota fiscal com a

quantidade mencionada na etiqueta de cada embalagem;

• As condições gerais da embalagem;

• As quantidades a serem retiradas com a quantidade mencionada no documento de

autorização de retirada de material a ser emitido pelo planejador de materiais.

A empresa permite-se o direito de realizar conferência de 100% dos itens que entram

na fábrica, no que diz respeito a quantidades física e a indicada na nota fiscal. Quando forem

constatadas divergências, será enviado comunicado ao setor financeiro, que tomará as

74

providências necessárias para cada caso (débito do fornecedor caso se encontrem menos peças

físicas do que mostra a nota fiscal, ou nota fiscal complementar no caso contrário).

Cada componente fornecido à empresa deve ter definido na sua embalagem. Para estas

embalagens o fornecedor deverá fazer um acompanhamento em relação às quantidades e

estado físico, como limpeza e conservação. Deve-se assegurar que qualquer eventual desvio

em relação aos fornecimentos não se deve à falta de embalagens disponíveis.

No caso de uma falta de embalagem pré-determinada, o fornecedor deverá entrar em

contato com antecedência com o seu correspondente na empresa para que após negociação,

determine-se uma embalagem provisória.

As embalagens retornáveis em giro devem ser suficientes para atender ao seguinte

estoque:

• 5 dias na Empresa (cheia de peças);

• 5 dias no fornecedor (cheia de peças);

• 2 dias de trânsito + embalagens vazias (1 de ida e 1 de volta);

• +10% sobre o total acima.

A empresa é responsável pela manutenção das embalagens retornáveis existentes em

giro. Irá avaliar as condições das embalagens no retorno, e a responsabilidade de qualquer

dano ou excesso de sujeira, terá os custos repassados para o fornecedor, salvo se a mesma

detectar qualquer problema no momento do recebimento das embalagens em sua empresa, ou

seja, nos casos em que a empresa não for avisada no momento do desembarque das

embalagens no fornecedor, a empresa considera que o problema foi ocasionado no processo

interno de embalagem ou no armazenamento das embalagens, assim todos os custos serão de

responsabilidade do fornecedor.

75

Cada embalagem deverá conter uma etiqueta de identificação do material, que tem

como objetivo a rastreabilidade dos componentes.

Está proibido o uso de etiquetas adesivas nas embalagens retornáveis, e nos casos que

não possuem alternativa de fixação, a etiqueta adesiva poderá ser utilizada em metade de sua

área, ou seja, colar metade da etiqueta e na outra metade não colar na embalagem. Para

facilitar a retirada da mesma.

A etiqueta do material deve conter como informação básica:

• Código Empresa estudada;

• Quantidade enviada;

• Data.

Os casos em que o recebimento detectar etiquetas nas quais não constam as

informações necessárias e/ou não apresentarem etiqueta o material será devolvido por conta e

custo do fornecedor e qualquer eventual parada de linha será responsabilidade do fornecedor e

os custos repassados para o mesmo.

No caso entrega de peças dentro do horário, porém em quantidade menor do que o

previsto, a empresa permite-se ao direito, quando necessário, de ir retirar as peças faltantes, e

posteriormente debitar este frete do fornecedor.

No caso de entrega de peças que apresentem problema de qualidade e seu uso seja

bloqueado pela empresa, o fornecedor deverá repor imediatamente o estoque na mesma

quantidade dos itens que apresentaram problemas, e com fretes por sua conta e custo.

Peça não disponibilizada para entrega pelo fornecedor seja na quantidade seja no prazo

determinado, e que gerem comprovadamente paralisações das linhas produtivas, ou a

necessidade de alteração de mix produtivo da empresa terão os custos repassados para a

mesma, da seguinte maneira:

76

• Custo de linha paralisada: R$ 20,00 por minuto;

• Custo por motor incompleto: R$ 50,00 por motor;

• Custo de alteração de mix produtivo da empresa: R$ 200,00 por set-up;

• ASN não enviado ou enviado incorretamente: R$ 50,00 por ocorrência.

Para penalidades de valores de responsabilidade do fornecedor, a empresa não irá

realizar nenhuma cobrança antes de acordo formal com os responsáveis do fornecedor. Essa

formalidade é o registro em ata de reunião ou em formulário específico entre as logísticas de

ambas as empresas, e em seguida o envio de cópia ao setor financeiro da empresa para a

realização do débito. Qualquer cobrança sem a autorização do fornecedor não será válido.

Após a definição da gama de fornecedores que foram inseridos neste projeto, o

próximo passo foi verificar o melhor dimensionamento das rotas para coleta do material.

Para tal definição, considerou-se a região geográfica, o volume de peças, a dimensão

das peças, o tipo de embalagem e a freqüência de retirada.

No estudo em questão, criaram-se 21 rotas diferentes. Devendo os fornecedores

cumprir rigorosamente a janela de retirada, que é o horário de chegada do caminhão na sua

expedição somado ao o tempo de conferência das notas fiscais, e o tempo de carregamento no

caminhão.

O tempo total da janela de retirada gira em torno de 1 hora por fornecedor. Este não

pode falhar, pois um pequeno atraso nesta operação prejudica as coletas dos demais materiais

em outros fornecedores da mesma rota.

77

4.6 Redução do estoque

O intuito principal deste projeto foi a redução do estoque. O incremento da produção

chegou a 52,28 porcento para os dez itens constituintes desse estudo. Com a implantação do

kanban e do Milk-Run, o estoque foi reduzido como mostrado nos gráficos a seguir:

Gráfico 01. Histogramas do estoque de PARAFUSO 2004-2005.

Redução de estoque: 44,84%

Gráfico 02. Histogramas do estoque de PORCA 2004-2005.

Redução de estoque: 50,77%

Média de estoque: 6.888 Estoque Mínimo: 5.613 Estoque Máximo: 8.554

Média de estoque: 3.799 Estoque Mínimo: 3.564 Estoque Máximo: 4.063

Média de estoque: 4.158 Estoque Mínimo: 2.994 Estoque Máximo: 6.000

Média de estoque: 2.055 Estoque Mínimo: 1.782 Estoque Máximo: 2.940

78

Gráfico 03. Histogramas do estoque de BUJÃO 2004-2005.

Redução de estoque: 35,82%

Gráfico 04. Histogramas do estoque de ABRAÇADEIRA 2004-2005.

Redução de estoque: 13,27%

Média de estoque: 1.951 Estoque Mínimo: 1.738 Estoque Máximo: 2.178

Média de estoque: 1.252 Estoque Mínimo: 998 Estoque Máximo: 1.426

Média de estoque: 1.506 Estoque Mínimo: 1.351 Estoque Máximo: 1.734

Média de estoque: 1.306 Estoque Mínimo: 1.224 Estoque Máximo: 1.500

79

Gráfico 05. Histogramas do estoque de ENGRENAGEM 2004-2005.

Redução de estoque: 09,54%

Gráfico 06. Histogramas do estoque de VIRABREQUIM 2004-2005.

Redução de estoque: 313,29%

Média de estoque: 698 Estoque Mínimo: 594 Estoque Máximo: 857

Média de estoque: 631 Estoque Mínimo: 594 Estoque Máximo: 677

Média de estoque: 868 Estoque Mínimo: 700 Estoque Máximo: 977

Média de estoque: 251 Estoque Mínimo: 238 Estoque Máximo: 271

80

Gráfico 07. Histogramas do estoque de EIXO-COMANDO 2004-2005.

Redução de estoque: 322,55%

Gráfico 08. Histogramas do estoque de BOMBA DE COMBUSTÍVEL 2004-2005.

Redução de estoque: 307,49%

Média de estoque: 927 Estoque Mínimo: 748 Estoque Máximo: 1059

Média de estoque: 239 Estoque Mínimo: 136 Estoque Máximo: 392

Média de estoque: 704 Estoque Mínimo: 586 Estoque Máximo: 819

Média de estoque: 217 Estoque Mínimo: 171 Estoque Máximo: 392

81

Gráfico 09. Histogramas do estoque de COMPRESSOR 2004-2005.

Redução de estoque: 710,46%

Gráfico 10. Histogramas do estoque de VOLANTE 2004-2005.

Redução de estoque: 303,52%

Média de estoque: 946 Estoque Mínimo: 758 Estoque Máximo: 1407

Média de estoque: 121 Estoque Mínimo: 110 Estoque Máximo: 150

Média de estoque: 737 Estoque Mínimo: 502 Estoque Máximo: 890

Média de estoque: 237 Estoque Mínimo: 222 Estoque Máximo: 253

82

Outro ponto fundamental no gerenciamento de materiais é o giro de estoque, que

demonstra a freqüência com que o material está entrando e saindo dos estoques da empresa.

O gráfico 11 apresenta o índice de rotatividade dos itens de menor porte, enquanto o

gráfico 12 apresenta o índice de rotatividade dos itens maior porte, referentes aos anos de

2004 e 2005 (no período de janeiro a julho de cada ano).

Comparando os dados de 2004 e 2005, através dos gráficos 11e 12, dos dez itens em

estudo que estão sendo gerenciados pelo sistema kanban, tem-se um aumento no giro de

estoque e uma diminuição da quantidade de peças mantidas em estoque. Desta maneira, torna-

se visível que a cobertura de estoque baixou, ou seja, o material encontra-se armazenado

internamente por menos tempo, proporcionando assim um melhor aproveitamento dos

espaços físicos da empresa, maior utilização do FIFO, menor risco de obsolescência do

material e menor investimento retido.

Gráfico 11. Índice de Rotatividade de itens de menor porte.

8

22

7

21

10

23

12

22

13

23

0

5

10

15

20

25

Parafuso Porca Bujão Abraçadeira Engrenagem

COMPARAÇÃO GIRO DE ESTOQUE ENTRE PERÍODOS

giro 2004 giro 2005

2,75x 3,0x 2,2x 1,83x 1,69x

83

Gráfico12. Índice de Rotatividade de itens de maior porte.

O gráfico 13 apresenta o desvio padrão em relação ao estoque dos itens de menor

porte, enquanto o gráfico 14 apresenta o desvio padrão em relação ao estoque dos itens maior

porte, referentes aos anos de 2004 e 2005 (no período de janeiro a julho de cada ano).

Comparando os dados de 2004 e 2005, através dos gráficos 13 e 14, afirmar-se que o

desvio padrão é proveniente das sazonilidades do nível do estoque, uma vez que o processo

passou a ser dirigido através do sistema kanban, essa sazonalidade foi diminuída, tornando o

estoque mediano.

11

57

10

59

13

66

10

117

13

60

0

20

40

60

80

100

120

Virabrequim Eixo Comando Bomba Comb. Compressor Volante

COMPARAÇÃO GIRO DE ESTOQUE ENTRE PERÍODOS

giro 2004 giro 2005

5,18x 5,90x 5,07x 11,70x 4,61x

84

Gráfico 13. Desvio Padrão do estoque de itens de menor porte.

Gráfico 14. Desvio Padrão do estoque de itens de maior porte.

1192

177

1029

401

165 148 12796 95

27

0

200

400

600

800

1000

1200

Parafuso Porca Bujão Abraçadeira Engrenagem

COMPARAÇÃO DESVIO PADRÃO ENTRE PERÍODOS

desvio 2004 desvio 2005

116

10

128

82 80 81

217

14

152

11

0

50

100

150

200

250

Virabrequim Eixo Comando Bomba Comb. Compressor Volante

COMPARAÇÃO DESVIO PADRÃO ENTRE PERÍODOS

desvio 2004 desvio 2005

85

4.7 Estruturação Física

O intuito das empresas, sempre foi a otimização dos espaços. Sendo assim a técnica de

verticalização física dos locais de armazenamento tem se expandindo dentre as empresas. Esse

conceito aplicado para o maior aproveitamento dos espaços, em contra partida, possibilita grande

número de materiais estocados dentro do armazém. Conforme descrito na revisão bibliográfica

página 34 com citação de Slack et al (2002)

Analisando o conceito de Taiichi Ohno, onde as prateleiras de supermercados

funcionam como controladores do estoque, e cada item possui seu espaço físico definido, não

permitindo estocagem acima da capacidade e identificando de maneira visual a necessidade

de reposição (SHINGO, 2004), teve início a estruturação física do almoxarifado. Pontos

relevantes foram estudados para sua aplicação no trabalho a ser desenvolvido, foram eles:

• Quantidade de locações de pallet´s no almoxarifado;

• Percentual de aproveitamento de área (área vezes altura igual volume de armazenagem);

A reestruturação física foi dividida em duas etapas, uma vez que reestruturar um

almoxarifado produtivo de uma só vez, acarretaria impactos negativos para o atendimento a

produção.

Com a técnica do kanban implantada, os níveis de estoques começaram a ser

reduzidos, aumentando-se o giro de estoque. Conseqüentemente os espaços de alocação de

materiais foram ficando vazios. A partir desse ponto, a primeira etapa da reestruturação teve

início com a implantação de um novo modelo de armazenagem, conhecido como flat storage,

(armazenamento horizontalizado). Considerando-se o volume total de armazenamento era de

15.000m³ e que o projeto contemplava a redução para 9.000 m³, sendo 50% (cinqüenta

porcento) do volume do almoxarifado reservado para materiais de grande porte, enquanto

outros 50% (cinqüenta porcento) do volume para materiais de porte menor. Foi escolhido para

86

se realizar a mudança um final de semana prolongado (04 dias), sendo selecionada uma

equipe e equipamentos de movimentação necessários para o trabalho.

Os materiais de menor porte foram retirados das estruturas metálicas verticalizadas, as

quais foram desmontadas e retiradas de empresa, sendo instaladas em seu lugar os rack´s

metálicos horizontais (flat storage). Os materiais de menor porte ficaram dispostos em um

layout provisório aguardando a definição da sua devida alocação.

Deu-se então início a segunda etapa do projeto, ocasião em que cada material teve seu

espaço definido, não podendo exceder esse espaço. De acordo com os cartões kanban, os itens

foram sendo estocados na nova estrutura.

Figura 10. Almoxarifado 100% verticalizado

87

Figura 05. Almoxarifado 50% horizontalizado

4.8 Abastecimento da Produção

Na linha de montagem de motores da empresa, o abastecimento da produção é

realizado através do sistema kanban. Na linha de montagem existem prateleiras (ver figura

12) onde são alocados os itens de menor porte em caixa KLT, um modelo de abastecimento

mais conhecido como “duas gavetas”. Neste modelo, quando chega ao fim às peças da

primeira caixa, é disparado a necessidade de reposição. Tornando assim um estoque máximo

de duas caixas e mínimo de uma caixa.

88

O abastecimento é realizado através de 10 (dez) abastecedores, onde cada um deles

possui sua responsabilidade por determinado ponto da linha de produção (ver figura 16). Cada

um dos abastecedores está equipado com veículo de movimentação interna, determinado

como rebocador elétrico (troley) e 02 vagões onde são colocadas as caixas que são

movimentadas entre o almoxarifado e a linha de produção.

Além de cada abastecedor possuir sua responsabilidade por determinado ponto de

abastecimento na linha de produção, esses pontos são numerados e quantificados pela

quantidade total de itens para abastecimento e suas formas de abastecimento. A linha de

produção não é apenas abastecida com caixas KLT, mas também com rack´s especiais que

auxiliam a movimentação de itens de maior volume, como mostrado nas figuras 14e 15.

Figura 12. Abastecimento da produção com caixas KLT

89

Figura 13. Lay-out da linha de produção e devidas distribuição dos abastecedores

Acabamento

Tubulação

Carcaça repto

PU

LMÃ

O

Eixo com

ando

BA

NC

O D

E

CA

BE

ÇO

TES

Biela

compressor

pistãoV

IRA

BR

EQ

UIM

Carcaça de

engrenagem

Tampa de

engrenagem

CA

BE

ÇO

TES

Coletor

Turbina

BO

MB

AC

OM

PR

ES

SO

R

Carcaça dos Balanceiros

Cabeçote de Filtro

Bom

ba d’águaC

amisa

VIR

AB

RE

QU

IM

BLO

CO

S

Bom

ba de óleoC

arcaça de engrenagem

Eixo com

andoC

arcaça de engrenagem

(eletrônico)

Bom

ba

Com

pressor

Cabeçote

(conjunto)

32

Biela C

(usin)Tp

de tucho

Cab. P

ré-m

ontado

camisa

MIS

CE

LÂN

EO

S

Em

balagem de

cabeçotes

Tampa de tucho

Módulo C

abeçote de filtro

bomba

buffer

miscelâneos

MIS

CE

LÂN

EO

S

Tampa de válvula

Carcaça

termostática

Tubulação

miscelâneos

bomba d’áuga

conexões

BO

MB

A D

’ÁG

UA

CO

NE

ES

Turbina holset

Turbina holset

Todos itens caixinha

Todos itens caixinha

ALTE

RN

AD

OR

Todos itens caixinha

Todos itens caixinha

Todos itens caixinha

Todos itens caixinha

Filtro pré

Tampa de válvula

Tubulação

Carcaça dos

Balanceiros

Carcaça

termostática

Carcaça repto

INJE

TOR

Injetor

miscelâneos

Suporte frontal

Suporte frontal

Carter

Bad

plate

Carcaça

Volante

Dam

per

Cabeçote de Filtro

Todos itens caixinha

Filtros e caixinhas

Gilm

arLucianoR

aimundo

PetronioC

iroO

rlandoD

a Hora Jr.

Elias

Gilberto

Ricardo

Acabamento

Tubulação

Carcaça repto

PU

LMÃ

O

Eixo com

ando

BA

NC

O D

E

CA

BE

ÇO

TES

Biela

compressor

pistãoV

IRA

BR

EQ

UIM

Carcaça de

engrenagem

Tampa de

engrenagem

CA

BE

ÇO

TES

Coletor

Turbina

BO

MB

AC

OM

PR

ES

SO

R

Carcaça dos Balanceiros

Cabeçote de Filtro

Bom

ba d’águaC

amisa

VIR

AB

RE

QU

IM

BLO

CO

S

Bom

ba de óleoC

arcaça de engrenagem

Eixo com

andoC

arcaça de engrenagem

(eletrônico)

Bom

ba

Com

pressor

Cabeçote

(conjunto)

32

Biela C

(usin)Tp

de tucho

Cab. P

ré-m

ontado

camisa

MIS

CE

LÂN

EO

S

Em

balagem de

cabeçotes

Tampa de tucho

Módulo C

abeçote de filtro

bomba

buffer

miscelâneos

MIS

CE

LÂN

EO

S

Tampa de válvula

Carcaça

termostática

Tubulação

miscelâneos

bomba d’áuga

conexões

BO

MB

A D

’ÁG

UA

CO

NE

ES

Turbina holset

Turbina holset

Todos itens caixinha

Todos itens caixinha

ALTE

RN

AD

OR

Todos itens caixinha

Todos itens caixinha

Todos itens caixinha

Todos itens caixinha

Filtro pré

Tampa de válvula

Tubulação

Carcaça dos

Balanceiros

Carcaça

termostática

Carcaça repto

INJE

TOR

Injetor

miscelâneos

Suporte frontal

Suporte frontal

Carter

Bad

plate

Carcaça

Volante

Dam

per

Cabeçote de Filtro

Todos itens caixinha

Filtros e caixinhas

Gilm

arLucianoR

aimundo

PetronioC

iroO

rlandoD

a Hora Jr.

Elias

Gilberto

Ricardo

90

Figura 14. Rack especial para abastecimento da produção de itens grandes

Figura 15. Caçamba especial para abastecimento da produção de itens grandes

91

4.8.1 Sistema de Abastecimento

Os abastecedores têm como ponto de inicial de trabalho, identificar a necessidade de

itens na linha de produção. Para tal função, utilizam como instrumento de trabalho o coletor

de rádio freqüência, mais conhecido como coletor de dados. O abastecedor percorre a área de

sua responsabilidade de abastecimento, identificando através do coletor de dados os itens

necessários para produção, gerando assim uma lista de necessidade, que pode-se chamar de

picking list. Uma vez gerado o picking list, o abastecedor identifica quais itens correspondem

a caixas KLT e quais correspondem a rack´s especiais. Após, locomove-se até o almoxarifado

produtivo para coletas dos itens. Quando o item for acondicionado em caixa KLT, efetua a

coleta nos chamados rack´s baixos quando não, a coleta é realizada nos trilhos kanban.

Figura 16. Almoxarifado horizontalizado, projetado para agilizar o processo de coleta dos itens acondicionados em caixas KLT, proporcionando menor tempo de permanência do abastecedor dentro do almoxarifado.

92

Figura 17. Trilhos abastecidos com rack´s especiais.

A figura acima demonstra que o abastecedor “engata” os rack´s no rebocador para

abastecer a linha de produção. Os trilhos proporcionam a aplicação do FIFO (First in First

Out) e agilizam tanto a entrada quanto a saída do material.

4.8.2 Problemas com Abastecimento

O antigo processo de abastecimento era realizado de maneira não padronizada entre os

abastecedores e tão pouco entre os três diferentes turnos de produção. Cada abastecedor

possuia sua metodologia de abastecimento, seja ela correta ou não. O processo básico de

abastecimento é mostrado na Figura 18, porém dentro desse processo, existem “n” variáveis

que interferem na produtividade final do abastecimento.

93

Figura 18. Fluxograma de Coleta / Abastecimento

Verificar necessidade de Itens na linha de produção

Imprimir roteiro de separaçãoPicking list

Ferramenta

* Coletor de rádio de freqüência

Ferramenta

* Impressora a laser

Locomover-se ao Almoxarifado

Ferramenta

* Rebocador elétrico (troley)

Identificar o tipo deAcondicionamento do item

Ferramenta

* Roteiro picking list

Iniciar a coleta dos itens

Para cada item coletado,efetuar a transferência

no sistema

Ferramenta

* Coletor de rádio de freqüência

Locomover-se a linha deprodução e efetuar o

abastecimento dos itens

Ferramenta

* Rebocador elétrico (troley)

Verificar necessidade de Itens na linha de produção

Imprimir roteiro de separaçãoPicking list

Ferramenta

* Coletor de rádio de freqüência

Ferramenta

* Impressora a laser

Locomover-se ao Almoxarifado

Ferramenta

* Rebocador elétrico (troley)

Identificar o tipo deAcondicionamento do item

Ferramenta

* Roteiro picking list

Iniciar a coleta dos itens

Para cada item coletado,efetuar a transferência

no sistema

Ferramenta

* Coletor de rádio de freqüência

Locomover-se a linha deprodução e efetuar o

abastecimento dos itens

Ferramenta

* Rebocador elétrico (troley)

94

Durante análises de performance dos abastecedores e da produtividade da linha de

produção, foram constatados os problemas mais impactantes no processo como mostrado no

gráfico de um dos meses do ano de 2006 que está expresso abaixo.

Gráfico 15. Motores que durante a produção foram afetados devido as falhas no processo.

Quando analisa-se mais friamente os dados expressos no gráfico acima, podemos

destacar as causas da não produtividade:

Núm

ero

de m

otor

es

95

a) Falta de material nacional / importado: a falta de peças pode ocorrer devido a uma falha de

planejamento ou atraso do fornecedor.

b) Falta de abastecimento: a falta de abastecimento pode ocorrer devido à inexperiência do

abastecedor ou descumprimento do processo.

c) Falta de material pré-montado: a falta de material pré-montado pode ocorrer devido à

incapacidade produtiva da célula de pré-montagem ou mudança repentina do mix de

produção.

d) Falta de material usinado: a falta de material usinado pode ocorrer devido à incapacidade

produtiva da máquina, falha do operador de usinagem ou falta de planejamento.

e) Falta de material com qualidade: a falta de material com qualidade pode ocorrer devido a

um erro do fornecedor, porém, noventa e nove por cento dos fornecedores da empresa

estudada possuem o certificado de qualidade assegurada.

f) Falta de turbinas para os motores: a falta de turbinas pode ocorrer devido à incapacidade

produtiva da célula de montagem de turbinas ou mudança repentina do mix de produção.

g) Falta de montagem: a falta de montagem pode ocorrer devido à incapacidade produtiva do

montador.

h) Falta de material devido ao mesmo estar fisicamente na área de conferência: a falta de

material pode ocorrer devido ao lead-time de conferência do item não ter sido respeitado, uma

vez que o item deve chegar na empresa e passar pelos processos de recebimento, conferência,

identificação e estocagem em um período máximo de vinte e quatro horas.

96

i) Falta de material devido falta de acurácia: a falta de material pode ocorrer devido a saldo

sistêmico do item não coincidir com seu saldo físico, impossibilitando seu correto

planejamento e conseqüentemente sua não localização dentro do almoxarifado produtivo.

j) Falta de Material devido à Mudança de Mix: a falta de material pode ocorrer devido a

mudanças repentinas no mix de produção, impossibilitando a reação por parte de toda a

“cadeia” de abastecimento da linha de produção.

Após análise dos problemas com abastecimento, pode-se classificar os problemas da

falta de produção em duas categorias:

• decorrente abastecedor (operador de carro elétrico, cujo função é movimentar material do

almoxarifado até a linha de produção);

• não decorrente do abastecedor.

Tabela 02. Distribuição das responsabilidades

Decorrente do abastecedor Não decorrente do abastecedor

Parada do abastecimento Parada do abastecimento

Coleta da necessidade de abastecimento

Demora no abastecimento

Esquecimento no ato do abastecimento

Excesso na material na linha de montagem

Falta de material (diversos motivos, como

apresentado no gráfico).

97

4.8.3 A Matriz Problemas X Causas X Soluções

A Matriz Problemas X Causas X Soluções (PCS), segundo Correia (2003), auxilia no

processo analítico por permitir meios para se identificar informações relevantes aos problemas

em questão. Para uma melhor visualização dos problemas, causas e proposição de soluções,

montou-se a matriz PCS abaixo.

Tabela 03. Matriz Problemas X Causas X Soluções

PROBLEMAS CAUSAS PROVÁVEIS SOLUÇÕES PROVÁVEIS

Atraso de entrega por parte do

Fornecedor

Trabalhar em parceria com o

Fornecedor a fim de melhorar o serviço.

Notificação de necessidade de

peça com atraso

Estabelecer horários para envio da

notificação de necessidade.

Notificação de necessidade de

peça de maneira erronia

Melhorar organização do estoque

para facilitar o acionamento.

Variação do Mix de produção,

excedendo a capacidade do

KANBAN

Definir regras par alteração do Mix

e estudar os motivos a fim de

reduzir a alteração.

Devolução de peças ao

fornecedor devido a problemas

de qualidade

Trabalhar em parceria com

fornecedor a fim de desenvolver

técnicas que garantam sua

qualidade.

1-Falta de peças no

estoque

O fornecedor não disponibiliza a

peça no horário da coleta (milk run)

Comprometer e motivar o

fornecedor.

98

PROBLEMAS CAUSAS PROVÁVEIS SOLUÇÕES PROVÁVEIS

2-Dificuldade para

encontrar peça no estoque

Deficiência na organização do

estoque

Treinar e disciplinar os

funcionários, visto que o layout

encontra-se totalmente definido de

maneira eficaz.

3-Atraso no

abastecimento

(Fornecedor – Cliente)

Balanceamento inadequado dos

níveis do KANBAN

Revisão mensal da demanda de

cada tipo de peças (KANBAN).

O rack que comporta a peça

permite uma quantidade limite

(estoque visual) que foi

ultrapassada na notificação do

KANBAN

Verificar revisão mensal de cada

tipo de peça.

Balanceamento inadequado dos

níveis do KANBAN

Revisão mensal da demanda de

cada tipo de peças (KANBAN)

4-Excesso de peças

no almoxarifado

Variação do Mix de produção,

excedendo a capacidade do

KANBAN

Definir regras par alteração do Mix e

estudar os motivos a fim de reduzir a

alteração.

Falta de peças no estoque Rever item 1.

-Dificuldade para encontrar

peça no estoque Rever item 2.

Atraso no abastecimento

(Fornecedor – Cliente) Rever item 3.

5-Parada de linha de

Produção

Peça identificada de maneira

errônea

Treinar funcionários do recebimento

quanto à identificação e conferência.

99

5 CONCLUSÕES O foco era de reduzir o CUSTO DE INVENTÁRIO, entretanto acabou-se conseguindo

mais outras melhorias. Para chegar-se no foco principal, teve-se que estruturar toda cadeia

logística, onde os processos foram implantados e as pessoas treinadas nas filosofias do

KANBAN E MILK RUN. A organização tornou-se ferramenta principal nesse projeto e as

cobranças mútuas das áreas envolvidas colaboraram para a boa implantação do mesmo.

Pontos importantes foram selecionados para serem utilizados como “guias” de

trabalho, onde qualquer atividade envolvida tem influência nos medidores de performance.

Resultados mensuráveis ANTES DEPOIS

Itens em Milk Run Zero Mais de 4.000

Redução do custo do material Zero

2% (dois porcento) (devido a implantação do Milk Run e

embalgens retornáveis, os fornecedores abaixaram os preços do

material).

Giro de Estoque 16 34

Custo de Inventário U$ 16 milhões 11 milhões

Demanda Mês 13.710 unidades 26.000 unidades

Quantidade de itens abastecidos por dia na linha de produção

150 280

Resultados não mensuráveis

• Otimização e equalização da mão-de-obra;

• Redução de transbordos e manuseio de peça;

• Padronização;

• Redução de peças faltantes na produção;

100

• Melhoria na acurácia de estoque;

• Facilidade de auto-gerenciamento (locações padrões de todos itens, estoque visual);

• Menor tempo entre o Recebimento e o Almoxarifado (peças estocadas após

recebidas).

• Foi necessário para o exito da implantação da logística integrada a participação e

patrocínio da alto gerência da empresa.

• Foi conseguida confiabilidade na entrega dos pedidos por parte dos fornecedores

selecionados.

• O custo do inventário foi drásticamente reduzido.

• Verificou-se um aumento do giro de estoque de até 11,7 vezes para para o caso do

item compressor.

• A padronização das embalagens foi essencial na nova organização do almoxarifado na

coleta e na sua alocação.

• O sistema Milk-Run possibilitou redução de custo de fretes e de estoques.

• A implantação da logística integrada é de baixo custo e o principio é a simplicidade do

kanban.

• O relacionamento cliente-fornecedor foi melhorado no sentido de uma parceria

proporcionando ganhos para ambos.

• O retorno que o sistema da logística integrada proporcionou à empresa o torna

confiável e produtivo em um curto período.

101

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, L. F. Gestão de Estoque. 2ª edição. São Paulo. Edgard Blucher Ltda, 1998.

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WOMACK, J. P., JONES, D. T., ROSS, D. A máquina que mudou o mundo. Rio de Janeiro. Campus, 1992.

ANEXO

Anexo 1 – Protocolo logístico entre empresa e fornecedores

Este protocolo logístico busca abranger todos os pontos logísticos, para formalizar,

definir e acordar os processos e responsabilidades do fornecedor e do cliente.

Ambas as partes, empresa e fornecedor, estão comprometidas com o respeito integral

das regras aqui estabelecidas, assim como com a troca confiável de dados.

O programa de fornecimento de material será enviado semanalmente aos sábados pela

empresa ao fornecedor, respeitando o seguinte critério:

• O programa enviado é o documento formal de pedido entre a empresa e fornecedor com

necessidades geradas baseadas no release (pedido) de nossos clientes e pela previsão baseadas

no lead-time de cada item.

• A denominação de itens programa e itens kanban é referente ao sistema de

disponibilização dos itens para empresa, ou seja, os itens programa são itens que respeitam a

data e quantidade semanal informada na programação e a denominação itens kanban é

referente a uma freqüência de retirada, com 24hs de antecedência pelo fax kanban (meio de

comunicação entre empresa e fornecedor), conforme consumo do cliente final, considerando

como base a programação enviada.

Itens programa são disponibilizados conforme quantidade nas datas programadas, que

não constam no fax kanban. Para esses itens a definição do período firme para 2 semanas, ou

seja, envio da programação até a segunda-feira, com as duas semanas subseqüentes firmes

(S+0, S+1 e S+2) com variação permitida:

• Semana S+0 = +/- 0%

• Semana S+1 = + 10% e - 0%

• Semana S+2 = + 30% e - 20%

Estas variações são acumulativas.

A empresa preserva o direito de corte da programação para os itens programa com

atraso de entrega superior de 5 dias úteis.

Itens kanban são disponibilizados conforme quantidade e datas acordadas no fax de

kanban (enviado com 24hs de antecedência). A variação permitida para os itens kanban é

avaliada no período mensal, definida em 30% (trinta porcento).

A variação semanal das puxadas do fax kanban é livre, respeitando a variação mensal

definida acima.

Segue exemplo para uma variação de +/- 30% para um item:

Total de programa para o mês 4000 pçs

Total de puxada do kanban durante o mês 2000 pçs

Saldo de programa 2000 pcs

Variação de 30% 1200 pcs (sobre o programa mensal)

Saldo a ser puxado no final do mês 0800 pcs

Todos os programas são enviados semanalmente. Caso o fornecedor não concorde

com o programa proposto, este deverá enviar comunicação formal a empresa (fax, e-mail, etc)

dentro do prazo de setenta e duas horas (3 dias úteis). Caso o fornecedor não reclame dentro

do prazo, a empresa entenderá que o programa proposto foi aceito pelo fornecedor.

Em caso do não recebimento do programa semanal até o primeiro dia útil após a

segunda-feira, o fornecedor informará ao correspondente da empresa para que o mesmo seja

retransmitido.

O fax kanban identifica quais os itens são kanban. Todos os itens constam no EDI

enviado, no entanto os itens do fax kanban são coletados conforme solicitação do fax (ver

modelo no anexo). O fax é enviado até às dez horas do dia útil anterior à retirada no

fornecedor. A quantidade total do kanban é identificada no fax de kanban; o estoque da

empresa terá a quantidade máxima não superior ao kanban cheio (estoque total empresa é

igual total de cartões vezes a quantidade de peças por cartão), solicita-se que o fornecedor

também mantenha no mínimo o volume do kanban cheio na expedição, ou o programa

semanal disponível na expedição.

Após o recebimento do fax kanban, o fornecedor poderá negociar o item que tenha

dificuldade em atender a quantidade total solicitada, com o responsável de empresa até às

treze horas da data do envio do fax. A recíproca é verdadeira para alterações solicitadas pela

empresa.

O fax enviado às treze horas substitui o fax anterior, e não tem efeito acumulativo.

Para o kanban não atendido em solicitações anteriores também não tem efeito acumulativo.

A empresa quando solicitada irá avaliar a possibilidade de alterar a solicitação do

kanban, reduzindo a quantidade de cartões solicitada conforme disponibilidade do estoque,

isso deverá acontecer conforme negociação entre o planejamento da empresa e fornecedor. A

negociação deve ser acompanhada de prudência, confiabilidade e reação quanto aos eventuais

problemas no atendimento, assim a negociação será realizada para casos isolados e em

conformidade a eventualidades ocorridas na produção do item, ou seja, pedidos de alteração

na solicitação do fax kanban feitos rotineiramente não serão aceitos.

Buscando maior flexibilidade para com os clientes da empresa e também devido a

imprevistos diversos, deve-se prever a ocorrência de pedidos de entrega excepcional, de

quantidades suplementares às variações permitidas dentro do período firme. Para isso existe o

seguinte procedimento:

• A empresa entrará em contato com o fornecedor (via fone ou e-mail), que deverá analisar

se poderá atender ao pedido excepcional, informando até o primeiro dia útil após o

comunicado do pedido excepcional. O fornecedor deverá informar sua real situação e seu

melhor prazo no atendimento a solicitação.

• Após a resposta do fornecedor, a empresa confirmará formalmente o pedido excepcional

de acordo com o negociado. Com o prazo e as quantidades definidos atualizando

imediatamente o plano de entregas.

• A partir da confirmação do pedido de entrega excepcional pelo fornecedor, este se

responsabiliza pela disponibilização do item no prazo e na quantidade combinada, e se não

houver manifestação em vinte e quatro horas, entende-se como sendo aceito, e sujeito às

mesmas regras para a programação normal.

A empresa está preparada para a troca de dados eletrônica com seus fornecedores

(EDI), operando através do sistema STM400 da Embratel. O fornecedor receberá via EDI a

programação de entrega semanal. Caso o fornecedor não retire o EDI da caixa postal, toda a

informação enviada será considerada como recebida.

O não acesso da caixa postal pelo fornecedor no sistema EDI ou qualquer problema de

extravio interno do fax da programação, não será de responsabilidade da empresa.

Caso detectado o não recebimento da programação semanal até dois dias úteis, e não

houver manifestação do fornecedor a empresa considerará como enviado. Para todos os casos

de cadastro e uso do STM 400 no envio de informações da empresa para com o fornecedor, a

mesma tem a responsabilidade do envio do ASN (aviso de embarque) para a empresa.

A empresa deve informar formalmente o fornecedor com uma semana de antecedência

no caso de um dia não trabalhado e não previsto; com três dias de antecedência no caso de um

dia adicional de trabalho e com 15 dias de antecedência no caso de férias coletivas. O

fornecedor tem as mesmas obrigações de fazer um aviso prévio formal.

Nos dias não trabalhados sem recepção, o fornecedor deve entregar os itens

correspondentes àquele dia, no dia de trabalho precedente.

No caso de um dia adicional, se for previsto, as quantidades adicionais devem ser

entregues juntamente com as quantidades da entrega precedente; se não for previsto, a

Empresa estudada enviará um pedido de entrega excepcional e os itens deverão estar

disponíveis e entregues pelo fornecedor na data combinada.

A notificação de incidente logístico é uma ferramenta muito importante a ser aplicada

na relação entre cliente e fornecedor. Normalmente é expressa na forma de um formulário

padronizado e de conhecimento dos fornecedores.

Através desta ferramenta, é possível informar todos os problemas logísticos que são

encontrados, buscando uma solução.

Esta notificação é dividida em níveis, para facilitar a visualização e importância do

problema encontrado, como por exemplo:

• Nível 1 - É o nível mais crítico, em que foi detectada a parada de linha de produção.

• Nível 2 - É um nível médio de importância, pois foi detectado o não atendimento dos itens

conforme programa ou kanban ou até mesmo o não cumprimento do horário de coleta dos

materiais.

• Nível 3 - Apresenta o nível menos crítico, mas não por isso sem importância, pois

ocorreram problemas como divergências de quantidades na entrega e na identificação dos

itens, não utilização de sistema de troca de informações EDI e ASN, problemas que causam

transtornos e lentidão nos processos internos.

Os incidentes logísticos devem ser enviados no ato da ocorrência dos mesmos e sendo

solicitado um plano de ação do fornecedor para evitar que este problema se repita no futuro.

Em todo e qualquer processo logístico são necessários indicadores que possam guiar e

corrigir algo que está errado ou que está fugindo do caminho normal.

Para isso, existem dois indicadores que são essenciais quando se lida diretamente com

fornecedores, responsáveis pelo abastecimento da linha de produção, no momento certo, da

maneira certa, na velocidade requerida, e, principalmente, com qualidade: o IEF (Índice de

Entrega do Fornecedor) e o IQF (Índice de Qualidade do Fornecedor).

O IEF efetua a medição da performance de entrega do fornecedor. É com ele que

podemos analisar se o fornecedor está entregando o material, previamente requisitado, seja

por kanban ou programa, conforme a necessidade da empresa. Esta nota varia de 0 a 100% e

deve ser consolidada ao final de cada mês, e divulgada ao fornecedor para devidas análises e

ações.

Este indicador é medido dividindo a quantidade total de peças recebidas pela

quantidade total de peças solicitadas.

Para os itens programa o indicador é medido “linha a linha”, ou seja, para cada item é

verificada a data do pedido e a quantidade para cada data, assim será medido o atendimento,

da quantidade entregue na data do pedido, atraso ou antecipações terão a pontuação zerada

para aquele dia (zerando a pontuação para aquele pedido).

Exemplo: Parafuso Programa 10/Jul - 1000pçs entregue - 800pçs

Programa 17/Jul - 500pçs entregue - 600pçs

Programa 24/Jul - 0pçs entregue - 200pçs

Programa 29/Jul - 300pçs entregue - 300pçs

IEF = (1entrega correta / 4 pedidos) = 25%

Para os itens kanban, será medido a “linha”, ou seja, item a item do fax, e verificado o

atendimento na quantidade correta do solicitado, sendo “zerado” a quantidade a maior ou a

menor entregue, assim para cada fax são verificadas a quantidade de itens solicitados e a

quantidade de itens atendidos corretamente (total de itens atendidos corretamente dividido

pelo total de itens solicitados no kanban).

Ex: Virabrequim Kanban 10/Jul - 1000pçs entregue - 800pçs

Kanban 17/Jul - 500pçs entregue - 600pçs

Kanban 24/Jul - 0pçs entregue - 200pçs

Kanban 29/ Jul - 300pçs entregue - 300pçs

IEF = (1 entrega correta / 4 pedidos ) = 25%

Obviamente, o objetivo de qualquer empresa é sempre obter a pontuação máxima, ou

seja, IEF = 100%. Com o objetivo de monitorar a evolução do índice global dos fornecedores

com 100% de entrega, será calculado o percentual de fornecedores nesta condição ideal

dentro do trimestre, período definido para a notificação dos fornecedores quanto ao IEF.

Este indicador possibilita que a empresa cobre de seus fornecedores planos de ação

para melhoria da performance de entrega, identifique pontos falhos em sua cadeia de

suprimentos, revise a sua capacidade de produção, promova melhorias e mudanças internas,

bem como a adequação a um eventual aumento de demanda.

Para o setor de compras da empresa, este índice pode ajudar também nas negociações

de reajustes de preços, evidenciando:

• Não cumprimento das regras pré-estabelecidas entre cliente e fornecedor;

• Solicitações de fretes extras;

• Eventuais paradas de linha;

• Montagens fora do estágio, comprometendo a qualidade do produto;

• Horas extras.

Todos estes fatores acabam gerando custos adicionais no processo de fabricação do

produto acabado, afetando a margem de lucro e a qualidade final do mesmo.

Os índices de qualidade dos fornecedores serão de responsabilidade da área de

qualidade. O IQF (Índice de Qualidade do Fornecedor) é definido através da seguinte

formulação matemática:

Fórmula 04 – Índice de Qualidade do Fornecedor

IQF = (IQI x FSQ) – (n x FFE)

Onde:

• IQI - Índice de Qualidade Interno - expressa, percentualmente, a quantidade de peças

conformes recebidas no mês. Este indicado é medido dividindo o total de peças recebidas no

mês menos o total de peças com não conformidades pelo total de peças recebidas no mês.

• FSQ - Fator de Sistema da Qualidade - expressa o status de certificação do sistema interno

de qualidade do fornecedor, sendo automaticamente ajustado na medida em que melhorias/

certificações forem alcançadas.

FSQ Status de Certificação

• Certificação ISO TS 16949:2002

• Certificação ISO 9001:2000

• QS 9000 ou ISO TS 16949:1999

• ISO 9000:94

• Sistema de Qualidade não certificado

• FFE - Fator de Falha Externa – expressa o impacto sobre o cliente dos problemas de

qualidade causados por falhas do fornecedor, esse fator está relacionado ao modo de falha.

• Não há falha - FFE = 100% = 1

• Falha BIS ou IS - FFE = 5% = 0,05

• N = número de modos de falhas (BIS ou IS)

• Falha BIS (Before In Service) – falha que ocorre no cliente OEM

(Original Equipment Manufacturer).

• Falha IS (In Service) - falha de campo, quando o produto está em uso na

sua aplicação.

A empresa efetua o monitoramento de todos os índices apresentados, utilizando os

seguintes critérios:

• Monitorar mensalmente o número de falhas BIS e IS identificando aquelas que são

comprovadamente ocasionadas por falha de item comprado.

• Gerar gráficos mensais por fornecedor que indiquem o número de falhas totais, BIS mais

IS, ocorridas no período. Esses gráficos devem indicar qual o cliente OEM afetado pelas

falhas do fornecedor.

• Disponibilizar mensalmente esses gráficos para consulta das áreas interessadas (compras,

qualidade, materiais, etc).

A empresa controla as notificações dos clientes OEM com relação a situações

especiais relacionadas às questões de qualidade geradas por falhas do fornecedor. Controla

também as notificações dos clientes OEM com relação a situações especiais relacionadas as

entregas da empresa que foram afetadas por falhas dos fornecedores.

A cada seis meses, com base no IQF, cinco fornecedores devem ser avaliados. E

outros cinco com base no IEF sobre os quais devem ser desenvolvidos trabalhos sobre

problemas sistêmicos.

Fornecedor:

fornecedor

Responsáveis da Empresa Assinatura

Diretor Industrial:

Gerente de Logística:

Gerente de Compras:

Responsáveis do Fornecedor Assinatura

Diretor Industrial:

Gerente de Logística:

Gerente de Compras:

*Este Protocolo é assinado em 2 cópias

(uma via da empresa e uma via do fornecedor)

Anexo 2 – Fax Kanban

A/C:

M od elo da em bal.

Pçs p / em bal.

LocaçãoFam ília de

m otoresEstoque Acionados Receb id os

FO R N EC ED O R

C um m ins Latin Am erica

Solic itação de Entrega Kanban

Referência Cum m ins

Dados In ternos Cum m in s

Q tde de Pçs p or Cartão

Fax K anban

Q tde de Cartões

Fax: / Fone:

Referência Fo rnecedor

Visto

Tem po de entrega das referências na C um m ins : 24 hs

Planner W ilson (011) 6465-9994 / Fo llow -up E liseu ou Ronaldo (011) 6465-9738

Q ualquer previsão de anorm alidade nas entregas, favor entrar em contato im ediatam ente com :

Data da So licitação D ata de Entrega

Anexo 3 – Notificação de Incidente Logístico

N.º

Para ser enviado ao fornecedor:

Nome: Cod. Forn.: Contato: Fone: Fax:

Para ser preenchido pelo responsável pela identificação do problema:

Planta Afetada:

( X ) Parada de linha (falta de material) ( ) Não atendimento do Kanban ( ) Embalagem em más condições

( ) Não cumprimento do horário de janela do Collect Run ( ) Entrega de quantidade divergente com pedido

( ) Atraso na entrega da programação ( ) Entrega de quantidade divergente físico X nota fiscal

( ) Etiqueta de identificação colada na embalagem

( ) Etiqueta de identificação com informações faltantes

( ) Etiqueta de identificação faltante na embalagem

( ) Não utilização da embalagem padrão Cummins

( ) Utilização da embalagem padrão errada

( ) Não utilização do sistema ASN

( ) Utilização inadequada do sistema de comunicação EDI

Referências:Problema

Wilson Departamento: Logística Fone: Fax:

com cópia para departamento de Compras

Valores de débitos a serem realizados:

Parada de linhaR$ 20,00 / minuto Etiqueta e embalagem com problema

Set Up extra R$ 200,00 / set up Uso inadequado do EDI / ASN

Caso não seja respondido no prazo de 3 dias úteis, a Cummins considera como ACEITO o demérito e realizará o débito correspondente.

___________________________________________________________________________________________________

Notificação de Incidentes Logísticos

___________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________

Nível III

el pela identificação do problema:

Nível I Nível II

Comentários / Ações Corretivas

___________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________

R$ 500,00

___________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________

R$ 100,00

___________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________________________

Anexo 4 – Autorização de Retirada

ReferênciaQtde

solicitadaQtde

entregueEmbalagem

Qtde por embalagem

Qtde solicitada

Qtde entregue

EmbalagemQtde por

embalagem

1 3937342 0 2003 20 1 30 2001 102 3928423 0 2002 20 2 30 0 03 3922667 0 1063 40 3 20 2002 204 3920595 0 1063 50 4 25 1063 2505 3918640 0 2003 50 5 258 0 06 3918539 0 2002 30 6 40 0 07 3909554 0 2001 30 7 1 0 108 3909552 0 2001 250 8 10 0 09 3906790 0 2003 30 9 70 0 0

10 3357731 0 2001 60 10 45 0 011 3357360 0 2002 40 11 100 2002 1012 3357310 0 2003 30 12 60 0 013 3357189 0 2003 30 13 10 2001 25014 3357073 0 2001 20 14 245 0 015 3356940 0 2001 100 15 30 0 016 3356898 0 2001 30 16 90 0 017 3356890 0 2003 30 17 40 0 018 3356876 0 1063 50 18 50 0 019 3356673 0 2002 100 19 20 0 020 3356445 0 2003 10 20 10 2001 2021 3356405 0 2002 20 21 40 Saco plástico 2022 3356276 0 2002 50 22 40 1063 2023 3356196 0 1063 30 23 30 2003 1024 3356195 0 2003 30 24 10 1063 3025 3356194 0 2003 30 25 40 2003 2026 3356192 0 2003 30 26 40 2003 2027 3356191 0 2003 30 27 30 0 028 3356190 0 2003 30 28 30 2003 1029 3355995 0 2002 20 29 20 2003 3030 3355843 0 2003 10 30 30 0 031 3354928 0 2003 10 31 30 0 032 3354921 0 2003 10 32 30 2003 2033 3354920 0 2003 10 33 30 2001 2034 3354919 0 2003 10 34 50 2001 1235 3354917 0 2003 10 35 20 2001 2036 3354916 0 2003 10 36 20 2001 1037 3354915 0 2003 10 37 90 2002 1038 3287106 0 2001 10 38 10 0 039 3087786 0 2002 10 39 10 2003 1040 3087784 0 1063 20 40 40 0 041 3087766 0 2001 20 41 60 2001 1042 3082557 0 2003 10 42 30 2003 1043 3038028 0 1063 20 43 40 2001 2044 3010755 0 2001 10 44 20 2003 5045 45 20 1063 1046 46 50 1063 1047 47 20 0 0

3356869

3354594S

3355998 3355844 3355530 3355273

3965277

3906783

3910521 3910693

3906784

3357898

3864301 3863498 3863306 3863188

3357352 3357350 3357072 3357071

Vladmir / Valter

4063840

Referência

3920238DX

3965275 3965255 3964349 3930697 3921652

4063825

AUTORIZAÇÃO DE RETIRADA NO FORNECEDORRota 04 / 05

272-9244

3970328 3967639 3967039 3966369

3906785 3906787

3910697 3910695

3911228

3906788

3911226

Itens Kanban Itens de ProgramaCartec

Fornecedor Fone

CUMMINS BRASIL LTDA

Contato

3920235DX

3911230 3918167

3920234DX 3920233DX

3920237DX

4063725 4063217

Anexo 5 – Rotas de Milk-Run

Motorista : IVANContato Cel : 8194-9975

Contatos Cummins

Fone Observações gerais : CARREGAR EMBALAGENS PARA FORNECEDORES

Eliseu 6465-9711 Segunda-feira para os de Terça-feiraRonaldo 6465-9738 Terça-feira para os de Quarta-feiraMauro 6465-9821 Quarta-feira para os de Quinta-feira

Wilham 6465-9732 Quinta-feira para os de Sexta-feiraWilson 6465-9994 Sexta-feira para os de Segunda-feiraGláucio 6465-0207

Antonio Bento 6412-5588

Fonecedores LocalHorário

ChegadaHorário Saída

Km Planner seg ter qua qui sexContato

FornecedorFone

Itens Kanban

S/N

Embagem Retornável

S/N

Embagem de Propriedade

MARLEX / ALCA Itapira 08:00 08:30 190 Wilhan X Jesuabe (19) 3843-7300 S S CumminsMAHLE MMG Mogi Guaçu 09:30 10:30 36 Mauro X Rafael (19) 3861-9546 S N FornecedorONÇA Valinhos 11:30 11:45 91 Wilhan X Otávio / Valdemir (19) 3881-1799 r.244 S S CumminsDODI Jundiai 13:00 14:00 56 Eliseu X Rodrigo 4585-2518 N N FornecedorKAISER Osasco 15:00 15:45 69 Wilham X Ronaldo 3601-5388 / 0593 N S CumminsCUMMINS Guarulhos 17:15 39

Fonecedores LocalHorário

ChegadaHorário Saída

Km Planner seg ter qua qui sexContato

FornecedorFone

Itens Kanban

S/N

Embagem Retornável

S/N

Embagem de Propriedade

MARLEX / ALCA Itapira 08:00 08:30 190 Wilhan X X Jesuabe (19) 3843-7300 S S CumminsMAHLE MMG Mogi Guaçu 09:30 10:30 36 Mauro X X Rafael (19) 3861-9546 S N FornecedorONÇA Valinhos 11:30 11:45 91 Wilhan X X Otávio / Valdemir (19) 3881-1799 r.244 S S CumminsKAISER Osasco 14:30 15:00 69 Wilham X X Ronaldo 3601-5388 / 0593 N S CumminsCUMMINS Guarulhos 16:45 39

Fonecedores LocalHorário

ChegadaHorário Saída

Km Planner seg ter qua qui sexContato

FornecedorFone

Itens Kanban

S/N

Embagem Retornável

S/N

Embagem de Propriedade

KAISER Osasco 09:15 10:00 Wilham X Ronaldo 3601-5388 / 0593 N S CumminsSPIRAFLEX Osasco 10:15 11:15 Wilson X Patricia / Luís 4772-7523 S S CumminsSKF Barueri 13:00 13:30 Wilson X Alexandre Colodo 4448-8618 N N FornecedorCUMMINS Guarulhos 15:00

Fonecedores LocalHorário

ChegadaHorário Saída

Km Planner seg ter qua qui sexContato

FornecedorFone

Itens Kanban

S/N

Embagem Retornável

S/N

Embagem de Propriedade

MTU Vl Silvia 07:50 08:00 Wilson X Maurilio 6621-5863/2561 N N FornecedorKAISER Osasco 09:30 10:15 Wilham X Ronaldo 3601-5388 / 0593 N S CumminsSPIRAFLEX Osasco 10:30 11:30 Wilson X Patricia / Luís 4772-7523 S S CumminsSKF Barueri 13:00 13:30 Wilson X Alexandre Colodo 4448-8618 N N FornecedorMfabril Pres.Altino 14:00 14:30 Wilham X Murilo 3683-5966 N S CumminsCUMMINS Guarulhos 16:30

(11) 8194-9946

ROTA 01

ROTA 02

ROTA 02 - A

ROTA 01 - A

(15) 9702-8454

(11) 9126-9812(11) 9352-9022(19) 9611-6130

(11) 9756-6266(11) 9796-9589

Celular

Anexo 6 – Tabelas de Estoque e Consumo 2004, 2005

Quantidade Consumida no período em 2004 de itens de menor porte.

Quantidade Consumida (unidades) Meses

Parafuso (06) Porca (03) Bujão (02) Abraçadeira

(02) Engrenagem

(01)

jan/04 7128 3564 2376 2376 1188

fev/04 7841 3920 2614 2614 1307

mar/04 7484 3742 2495 2495 1247

abr/04 7627 3813 2542 2542 1271

mai/04 8625 4312 2875 2875 1437

jun/04 7342 3671 2447 2447 1224

jul/04 10050 5025 3350 3350 1675

Total 56097 28049 18699 18699 9350

média 8014 4007 2671 2671 1336

Dev. Padrão

1018 509 339 339 170

Quantidade Consumida no período em 2004 de itens de maior porte.

Quantidade Consumida (unidades) Meses

Virabrequim Eixo Comando

Bomba Comb. Compressor Volante

jan/04 1188 1188 1188 1188 1188

fev/04 1307 1307 1307 1307 1307

mar/04 1247 1247 1247 1247 1247

abr/04 1271 1271 1271 1271 1271

mai/04 1437 1437 1437 1437 1437

jun/04 1224 1224 1224 1224 1224

jul/04 1675 1675 1675 1675 1675

Total 9350 9350 9350 9350 9350

média 1336 1336 1336 1336 1336

Desvio Padrão

170 170 170 170 170

Quantidade no Estoque no período em 2004 de itens de menor porte

Quantidade Estoque (unidades) Meses

Parafuso (06)

Porca (03) Bujão (02) Abraçadeira (02)

Engrenagem (01)

jan/04 8554 6000 2067 1734 594

fev/04 6273 3685 1856 1516 784

mar/04 5613 2994 1771 1447 624

abr/04 6102 3356 2008 1475 636

mai/04 7762 4054 2041 1351 719

jun/04 5873 5000 1738 1419 857

jul/04 8040 4020 2178 1600 670

Total 48217 29109 13659 10543 4883

média 6888 4158 1951 1506 698

Dev. Padrão

1192 1029 165 127 95

Quantidade Estoque no período em 2004 de itens de maior porte

Quantidade Estoque (unidades)

Meses Virabrequim Eixo

Comando Bomba Comb. Compressor Volante

jan/04 962 897 677 820 606

fev/04 915 1059 745 758 876

mar/04 700 748 586 861 736

abr/04 750 763 725 941 890

mai/04 977 1035 819 992 877

jun/04 800 985 624 844 502

jul/04 972 1005 750 1407 670

Total 6076 6492 4926 6622 5156

média 868 927 704 946 737

Desvio Padrão

116 128 80 217 152

Quantidade Consumida no período em 2005 de itens de menor porte

Quantidade Consumida (unidades) Meses

Parafuso (06)

Porca (03) Bujão (02) Abraçadeira (02)

Engrenagem (01)

jan/05 10692 5346 3564 3564 1782

fev/05 11227 5613 3742 3742 1871

mar/05 11227 5613 3742 3742 1871

abr/05 11440 5720 3813 3813 1907

mai/05 12189 6094 4063 4063 2031

jun/05 11013 5506 3671 3671 1835

jul/05 17642 8821 5881 5881 2940

Total 85429 42715 28476 28476 14238

média 12204 6102 4068 4068 2034

Dev. Padrão

2442 1221 814 814 407

Quantidade Consumida no período em 2005 de itens de maior porte.

Quantidade Consumida (unidades) Meses

Virabrequim Eixo Comando

Bomba Comb.

Compressor Volante

jan/05 1782 1782 1782 1782 1782

fev/05 1871 1871 1871 1871 1871

mar/05 1871 1871 1871 1871 1871

abr/05 1907 1907 1907 1907 1907

mai/05 2031 2031 2031 2031 2031

jun/05 1835 1835 1835 1835 1835

jul/05 2940 2940 2940 2940 2940

Total 14238 14238 14238 14238 14238

média 2034 2034 2034 2034 2034

Desvio Padrão

407 407 407 407 407

Anexo 7 – Gráficos de Consumo X Estoque 2004, 2005

Consumo x estoque de parafuso 2005-2006.

Consumo x estoque de porca 2005-2006.

RELAÇÃO DE CONSUMO X ESTOQUE EM PERÍODOS

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

10000

jan fev mar abr mai jun jul

consumo 2004 consumo 2005 estoque 2004 estoque 2005

RELAÇÃO DE CONSUMO X ESTOQUE EM PERÍODOS

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

20000

janeiro fevereiro março abril maio junho julho

consumo 2004 consumo 2005 estoque 2004 estoque 2005

Consumo x estoque de bujão 2005-2006.

Consumo x estoque de abraçadeira 2005-2006.

RELAÇÃO DE CONSUMO X ESTOQUE EM PERÍODOS

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consumo 2004 consumo 2005 estoque 2004 estoque 2005

RELAÇÃO DE CONSUMO X ESTOQUE EM PERÍODOS

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consumo 2004 consumo 2005 estoque 2004 estoque 2005

Consumo x estoque de engrenagem 2005-2006.

Consumo x estoque de virabrequim 2005-2006.

RELAÇÃO DE CONSUMO X ESTOQUE EM PERÍODOS

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consumo 2004 consumo 2005 estoque 2004 estoque 2005

RELAÇÃO DE CONSUMO X ESTOQUE EM PERÍODOS

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consumo 2004 consumo 2005 estoque 2004 estoque 2005

Consumo x estoque de eixo-comando 2005-2006.

Consumo x estoque de bomba de combustível 2005-2006.

RELAÇÃO DE CONSUMO X ESTOQUE EM PERÍODOS

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consumo 2004 consumo 2005 estoque 2004 estoque 2005

RELAÇÃO DE CONSUMO X ESTOQUE EM PERÍODOS

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consumo 2004 consumo 2005 estoque 2004 estoque 2005

Consumo x estoque de compressor 2005-2006.

Consumo x estoque de volante 2005-2006.

RELAÇÃO DE CONSUMO X ESTOQUE EM PERÍODOS

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consumo 2004 consumo 2005 estoque 2004 estoque 2005

RELAÇÃO DE CONSUMO X ESTOQUE EM PERÍODOS

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consumo 2004 consumo 2005 estoque 2004 estoque 2005

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