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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO

AVALIAÇÃO DE PROTOCOLOS CLÍNICOS PARA A

DESINFECÇÃO DE

APARELHOS ORTODÔNTICOS REMOVÍVEIS

(CULTURA MICROBIANA E MEV)

Iza Teixeira Alves Peixoto

Ribeirão Preto 2007

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IZA TEIXEIRA ALVES PEIXOTO

AVALIAÇÃO DE PROTOCOLOS CLÍNICOS PARA A

DESINFECÇÃO DE

APARELHOS ORTODÔNTICOS REMOVÍVEIS

(CULTURA MICROBIANA E MEV)

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo para a obtenção do grau de Mestre em Odontopediatria.

Orientadora: PROFA. DRA. MÍRIAN AIKO NAKANE MATSUMOTO

Ribeirão Preto - SP

2007

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Peixoto, Iza Teixeira Alves Avaliação de protocolos clínicos para a desinfecção de aparelhos

ortodônticos removíveis (Cultura microbiana e MEV). Ribeirão Preto, 2007. 75p.: il.;30cm Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Odontologia de

Ribeirão Preto/USP – Programa: Odontopediatria. Orientadora: Matsumoto, Mírian Aiko Nakane 1.Aparelhos ortodônticos removíveis. 2.Estreptococos do grupo mutans. 3.Contaminação bacteriana. 4.Desinfecção. 5 Periogard®.

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IZA TEIXEIRA ALVES PEIXOTO

AVALIAÇÃO DE PROTOCOLOS CLÍNICOS PARA A

DESINFECÇÃO DE

APARELHOS ORTODÔNTICOS REMOVÍVEIS

(CULTURA MICROBIANA E MEV)

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo para a obtenção do grau de Mestre em Odontopediatria.

Data da defesa:_____/____/________

Banca Examinadora Prof. Dr._________________________________________________ Julgamento____________________Assinatura_________________ Prof. Dr._________________________________________________ Julgamento____________________Assinatura_________________ Prof. Dr._________________________________________________ Julgamento____________________Assinatura_________________

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DADOS CURRICULARES

IZA TEIXEIRA ALVES PEIXOTO

Nascimento 01/03/1979 – Salvador/BA Filiação: Aníbal Araújo Alves Peixoto

Sônia Maria Teixeira Peixoto 1999-2004 Curso de Graduação

Fundação Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências – FBDC

2004-2005 Atuação profissional no Programa de Saúde da Família –Município

de São Félix – BA Curso de Odontologia Estética - Centro Bahiano de Estudos Odontológicos

2005-2007 Cursos de pós-graduação em Odontopediatria:

Mestrado na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP e Especialização na Associação Odontológica de Ribeirão Preto – AORP.

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“Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma.

Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário, digo apenas que pensar em realizar tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna. Pense no seu País, porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É exatamente isso que está escrito na carta de Laudicéia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não-fazer, o remanso. Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, acomodando-se, a extraordinária oportunidade de ter vivido. Tendo consciência de que cada homem foi feito para fazer história; que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução; que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra. Não use Rider, não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse! Eu sabia! Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem! Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios.

Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama sucesso.” ___________________________________________________________________ Trechos do discurso feito pelo publicitário Nizan Guanaes, como paraninfo de uma turma de formandos em Administração de Empresas da Bahia.

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DEDICO ESTE TRABALHO Aos meus pais Sônia e Aníbal, Que entraram comigo nessa jornada de aprendizado. Em todos os momentos foi muito importante poder contar com as pessoas que me transmitiram todo o seu Amor e Sabedoria ao longo da minha vida. Hoje me inspiram a seguir o caminho do meu coração. “Um ladrão rouba um tesouro, mas não furta a inteligência. Uma crise destrói uma herança, mas não uma profissão. Não importa se você não tem dinheiro...” “Sem dinheiro o ser humano não compra mercadorias, mas sem educação o ser humano não sabe o seu valor, não sabe que a vida e a sabedoria não têm preço”.

Augusto Cury Hoje tudo o que sou, tudo o que valorizo e o pouco que conquistei dedico a vocês! Isso é só o começo! O melhor ainda está por vir!

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS A Deus, Agradeço o Dom da Vida! Por estar presente guiando-me sempre com a Sua luz celeste. Por segurar na minha mão e caminhar ao meu lado. Pela segurança necessária em cada atitude tomada. Pela certeza na realização de um sonho. Pela vitória agora comemorada. Aos meus pais Sônia e Aníbal e Aos meus irmãos Gustavo, Aníbal e Mila, Por mais que estejamos longe fisicamente, nossa união permanece. Sinto-me privilegiada por ter irmãos que são amigos. Aproveito para demonstrar meu eterno carinho e nossa eterna amizade! A Daniel, Com seu Amor, sempre me fez sentir a distância de casa mais curta! Toda sua coragem e profissionalismo me incentivaram muito nessa busca incessante de conhecimento. Com o meu Amor, hoje te agradeço! À Profa. Dra. Mírian Aiko Nakane Matsumoto, Exemplo de profissional clínica e docente. Nessa jornada foram fundamentais a sua cumplicidade e competência, seus conselhos e opiniões. Vou levar a lembrança de sua dedicação e respeito, da sua orientação e incentivo. Foram muitos desafios! Crescemos, nos fortalecemos e enriquecemos nosso Ser! Muito obrigada! Ao Prof. Dr. Paulo Nelson-Filho, Sempre encontrei nele a imagem de um verdadeiro “mestre”. Despertando em mim profunda admiração, ensinou-me a amar a profissão que abraçamos. “Ele é incendiário, agitador e superinteligente. É capaz de despertar os alunos alienados e fazê-los sonhadores. É capaz de contagiar os alunos tímidos e fazê-los intrépidos, corajosos. É também capaz de instigar professores desanimados e fazê-los vendedores de sonhos que viram de cabeça pra baixo a sua escola.”

Augusto Cury À Profa. Dra. Izabel Yoko Ito, Com humildade, é um exemplo de vida, competência e dedicação profissional. Obrigada por me oferecer a honra de sua contribuição nesse trabalho. À amiga Carolina de Souza Guerra, “Muitas pessoas entrarão e sairão de sua vida. Mas apenas os amigos verdadeiros deixarão pegadas em seu coração.” Estarei sempre de portas abertas para você!!!

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AGRADECIMENTOS À Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, no nome da

atual Diretora Profa. Dra. Marisa Semprini e da Vice-Diretora Profa. Dra. Sada Assed.

À Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Odontopediatria da Faculdade de

Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, na pessoa da coordenadora

Profa. Dra. Léa Assed Bezerra da Silva e do vice-coordenador Prof. Dr. Paulo Nelson-Filho,

por terem me concedido a oportunidade e confiado no meu potencial para trilhar o início

da minha carreira neste conceituado Programa de Pós-Graduação.

Aos docentes do Departamento de Clínica Infantil, Odontologia Preventiva e Social da

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP, Profa. Dra. Sada Assed, Profa. Dra.

Aldevina Campos de Freitas, Profa. Dra. Léa Assed Bezerra da Silva, Prof. Dr. Mário

Leonardo, Profa. Dra. Maria Cristina Borsatto, Prof. Dr. Paulo Nelson Filho, Profa.

Alexandra Mussolino de Queiroz, Profa. Dra. Kranya Victoria Díaz-Serrano, Profa. Dra

Maria Conceição Pereira Saraiva, Prof. Dr. Adilson Thomazinho, Profa. Dra. Mírian Aiko

Nakane Matsumoto, Profa. Dra Maria Bernadete Sasso Stuani, Prof. Dr. José Tarcísio Lima

Ferreira e à Gisele Faria, por todos os conhecimentos transmitidos, orientação e

ensinamentos.

Ao grande coleguismo de Cristiane Tomaz Rocha e Patrícia Motta Fernandes, no início

dessa jornada.

Ao grande amigo Francisco Wanderley Garcia de Paula e Silva.

À amiga Profa Maria Olímpia Vilas Boas da Fundação Bahiana para o Desenvolvimento das

Ciências, por se fazer presente em momentos divisores de águas da minha vida com seus

sinceros conselhos.

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À amiga ribeirão-pretana Carla Bertolini Frigori, que sempre esteve pronta para me ajudar

e à amiga bahiana Roberta Tunes, meu apoio em diversos momentos.

Aos pós-graduandos Jaciara Gomes Miranda Souza, Thaís Andreolli do Amaral, Carolina

de Souza Guerra, Patrícia Maria Monteiro, Patrícia Motta Fernandes, Soraya Dibb Sheyer

Gonçalves, Cristiane Tomaz Rocha, Christiane Ristum Bagatin Rossi, Maria Stella Gaspar

Gomes Raffaini, Francisco Wanderley Garcia de Paula e Silva, Adriana Sasso Stuani, Andréa

Soares de Oliveira Ortolan, Raquel Assed Bezerra da Silva e Valéria Pontelli Navarro pelas

experiências compartilhadas ao longo dessa jornada.

À Profa. Carla Enoki, cuja presteza, empenho e dedicação foram fundamentais para a

realização da parte clínica deste trabalho.

Aos técnicos de laboratório de Microscopia Eletrônica de Varredura Cláudia Aparecida

Rodrigues, José Augusto Maulin e Luciano Andrey Montoro.

Ao Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas da Faculdade de

Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP, em especial ao pós-graduando Evandro

Watanabe e à técnica Maraísa Palhão Verri, pela disponibilidade e contribuição no

processamento microbiológico.

À Profa. Dra. Maria Conceição Pereira Saraiva do Departamento de Clínica Infantil,

Odontologia Preventiva e Social da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP,

pelos ensinamentos relativos à análise estatística.

À Isabel Cristina Galino Sola e à Regiane Cristina Moi Sacilotto, funcionárias da Seção de

Pós-Graduação, pela presteza que sempre me dispensaram.

Aos funcionários do Departamento de Clínica Infantil, Odontologia Preventiva e Social da

Faculdade de Odontologia da Ribeirão Preto – USP, Marco Antônio dos Santos, Rejane

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Gomes Cavalheiro Mazer e Carmo Eurípedes Terra Barreto pelas orientações, atenção e boa

vontade.

Aos funcionários Vera Ribeiro do Nascimento, José Aparecido Neves do Nascimento,

Kleber Barbosa Rita, Nilva Aparecida Afonso Ruggiero e Fátima Aparecida Jacinto Daniel,

do Departamento de Clínica Infantil, Odontologia Preventiva e Social da Faculdade de

Odontologia da Ribeirão Preto – USP, pela cordialidade e atenção.

Aos funcionários do “Centro de Formação de Recursos Humanos Especializados no

Atendimento Odontológico de Pacientes Especiais”, Benedita Viana Rodrigues, Fátima

Rizóli, Nadir Felício, Renata Aparecida Fernandes Rodrigues e às queridas Carolina Paes

Torres Mantovani e Gisele Faria.

À Colgate/Palmolive, pelas escovas, dentifrícios e Periogard® cedidos.

Aos alunos do curso de graduação em Odontologia da Faculdade de Odontologia de

Ribeirão Preto – USP, que participaram dessa pesquisa

A vocês, toda a minha gratidão por contribuírem para o aprendizado científico para a

comunidade odontológica.

À CAPES, pela bolsa concedida.

A todas as pessoas que me ajudaram a concretizar esse trabalho.

Vocês são muito especiais para mim!

OBRIGADA DO FUNDO DO CORAÇÃO!!!

“O que vai ficar na fotografia/São os laços invisíveis que havia

As cores, figuras, motivos/O sol passando sobre os amigos Histórias, bebidas, sorrisos/E afeto em frente ao mar.”

(Leoni/Leo Jaime)

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Resumo

RESUMO Peixoto, ITA. Avaliação de protocolos clínicos para a desinfecção de aparelhos ortodônticos removíveis (cultura microbiana e MEV). [dissertação]. Ribeirão Preto: FORP – Univ. de São Paulo; 2007. O objetivo do presente trabalho foi avaliar in vivo, por meio de cultura microbiana e microscopia eletrônica de varredura, a contaminação de aparelhos ortodônticos removíveis por estreptococos do grupo mutans (EGM) e a eficácia de diferentes protocolos domiciliares de desinfecção com gluconato de clorexidina a 0,12% sob a forma de spray, aplicado na superfície acrílica dos aparelhos. Quinze indivíduos voluntários, estudantes de Odontologia da FORP/USP, foram divididos aleatoriamente em 3 grupos, utilizando uma tabela de números randômicos. O estudo constou de 3 etapas, com intervalo de uma semana entre cada uma, de forma que todos os protocolos fossem utilizados em todas as etapas, sob forma de rodízio pelos diferentes grupos. Os aparelhos foram utilizados em período integral, inclusive durante o sono, sendo removidos apenas durante as refeições. Em cada etapa os voluntários receberam um novo aparelho, dentifrício fluoretado e escova dental e foram instruídos individualmente sobre qual dos seguintes protocolos deveriam seguir: Protocolo I- escovação do aparelho à noite seguida de uso de água de torneira esterilizada sob forma de spray, por 7 dias (controle); Protocolo II- escovação do aparelho à noite por 7 dias e, no 7º dia após a instalação do aparelho, uso de Periogard® sob forma de spray; Protocolo III- escovação do aparelho à noite por 7 dias e uso do Periogard® sob forma de spray, no 4º e 7º dias após a instalação do aparelho. Após cada semana de uso, os aparelhos foram recolhidos e submetidos ao processamento microbiológico, em meio de cultura CaSa B, seletivo para EGM, para contagem das unidades formadoras de colônias/biofilmes (ufc) presentes na superfície do acrílico. Três aparelhos representativos dos resultados observados com a utilização de cada protocolo foram encaminhados para processamento e análise em microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados obtidos quanto à contagem das ufc de EGM foram submetidos à análise estatística pelo teste não-paramétrico de Friedman, com nível de significância de 5%. Pôde-se verificar que 100% dos aparelhos do Protocolo I (água de torneira esterilizada) encontraram-se altamente contaminados por EGM. Os protocolos II e III reduziram a formação de colônias/biofilmes na superfície acrílica dos aparelhos ortodônticos, tendo em vista que essas soluções se comportaram de maneira estatisticamente diferente (p<0,05) da água de torneira esterilizada (Protocolo I). Os resultados da cultura microbiana foram confirmados pela MEV. Conclui-se que a desinfecção dos aparelhos ortodônticos removíveis, com spray de gluconato de clorexidina a 0,12%, uma ou duas vezes por semana, apresentaram eficácia na redução de contaminação da superfície de acrílico por EGM, in vivo. Palavras-chave: Aparelhos ortodônticos removíveis, Estreptococos do grupo mutans, Contaminação bacteriana, Desinfecção, Periogard®.

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Abstract

ABSTRACT

Peixoto, ITA. Evaluation of clinical protocols in a decontamination methods of orthodontic removable appliances. (Microbial culture and SEM). [dissertation]. Ribeirão Preto: FORP – Univ. de São Paulo; 2007. The objective of this study was to evaluate, in vivo, through a microbial culture and SEM, the contamination of orthodontic removable appliances by mutans streptococci (MS) and the efficacy of different protocols domiciliary of disinfection with chlorhexidine gluconate 0.12% under the form of spray. Fifteen individuals, dentistry students of the FORP/USP, were divided, using the random numbers table, into 3 groups. The study consisted of 3 stages, with interval of the one week among each one, so that all the protocols could be used in all stages, randomly assigned, by different groups. The orthodontic removable appliances were used throughout day and night, except during meals. In each stage, the students received a new appliance, toothpaste, and toothbrush and were instructed individually on which of the following protocols would have to follow: Protocol I: to brush the appliance and use of the sterilized tap water under form of spray, at night, during 7 days (control); Protocol II: to brush the appliance during 7 days and, in 7º day after the installation of the device, follows the use of Periogard® under form of spray at night; Protocol III: to brush the appliance during 7 days and use of the Periogard® under form of spray, at night, in 4º and 7º days after the installation of the appliance. After each week of use, the appliances were submitted microbiological analysis. Three appliances of each group were submitted to SEM. The results of the number of colony forming units (cfu) of mutans group streptococci were submitted to Friedman statistical test. Based on our results, the orthodontics removable appliance became infected with mutans group streptococci, with the colonies/biofilms development in all the cases, after protocol I. The protocol group II e III statistically reduced the colonies/biofilms formation in the orthodontic removable appliance surface, when compared to sterilized tap water (p<0,005) (Protocol I). SEM confirmed the microbial culture results. The disinfection of orthodontic removable appliances using chorhexidine 0,12% once or twice a week reduced the contamination in the acrylic surface by MS , in vivo. Key Words: Orthodontic removable appliance, mutans streptococci, bacterial contamination, disinfection, Periogard®

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 13

2 PROPOSIÇÃO 17

3 MATERIAL E MÉTODO 19

3.1 SELEÇÃO DA AMOSTRA 20

3.2 DIVISÃO DOS GRUPOS EXPERIMENTAIS 22

3.3 PROCEDIMENTOS CLÍNICOS 24

3.4 PROCESSAMENTO MICROBIOLÓGICO – CULTURA MICROBIANA. 29

3.5 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA. 34

3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA 36

4 RESULTADOS 37

5 DISCUSSÃO 47

6 CONCLUSÃO 60

REFERÊNCIAS 62

APÊNDICES 71

ANEXO 74

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Introdução 14

1 INTRODUÇÃO

O meio bucal apresenta inúmeras espécies de bactérias que se

estabelecem e colonizam as diferentes superfícies, determinando a presença de uma

microbiota residente bastante complexa. Esses microrganismos permanecem em

homeostase, como reflexo de um equilíbrio altamente dinâmico entre a microbiota e

o hospedeiro (Fejerskov e Kidd, 2005). Quando ocorrem alterações no ambiente

bucal como, por exemplo, pela instalação de aparelhos ortodônticos (Jorge et al.,

1987; Jordan e Leblanc, 2002), pode haver uma quebra na homeostase e, como

conseqüência, um aumento da predisposição a doenças (Marsh, 2006), em função do

favorecimento do acúmulo de microrganismos (Batoni et al., 2001).

Após a instalação dos aparelhos ortodônticos na cavidade bucal, há

contaminação microbiana de suas superfícies. Isso pode ser observado em bráquetes

metálicos e cerâmicos (Anhoury et al., 2002; Steinberg e Eyal, 2004; Ahn et al.,

2005; Brêtas et al., 2005; Leung et al., 2006), fios ortodônticos (Diedrich, 1989),

bandas (Anhoury et al., 2002 e Fulford et al., 2003), adesivos ortodônticos (Badawi

et al., 2003; Ahn et al., 2006), molas (Steinberg e Eyal, 2004), elásticos (Benson et

al., 2004; Steinberg e Eyal, 2004; Magno et al., 2007), disjuntores (Martins-Ortiz et

al., 2003) e acrílico (Sreenivasan et al., 2004; Auschill et al., 2005; Lessa et al.,

2007). Além disso, os acessórios do aparelho ortodôntico dificultam a higiene bucal e

formam sítios de retenção microbiana (Batoni et al., 2001).

Esses microrganismos se organizam sob a forma de biofilme, podendo

se aderir aos aparelhos ortodônticos removíveis, particularmente sobre a superfície

de acrílico dos mesmos, a qual apresenta-se com inúmeras porosidades que podem

atuar como nichos para a colonização bacteriana (Morgan e Wilson, 2000; Martins-

Ortiz et al., 2004). Em seu estado maduro, esse biofilme é composto por várias

espécies bacterianas, incluindo microrganismos cariogênicos, como os estreptococos

do grupo mutans (Deng e Ten Cate, 2004; Ferjerskov e Kidd, 2005; Lessa et al.,

2007).

Desde 1924, quando Clarke identificou os Streptococos mutans, estes

microrganismos têm sido intensamente estudados, particularmente em provas

bioquímicas, genéticas e epidemiológicas, em função de serem considerados os

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Introdução 15

agentes etiológicos primários da cárie dental (Ajdic et al., 2002; Berkovitz, 2003;

Mcneil e Hamilton, 2003).

Na literatura específica, diversos autores têm evidenciado o aumento

dos níveis de estreptococos do grupo mutans tanto na saliva quanto no biofilme

dental, após instalação de aparelhos ortodônticos (Mattingly et al., 1983; Anhoury et

al., 2002; Ahn et al., 2002; Jordan e Leblanc, 2002; Leung et al., 2006). O acúmulo

de biofilme cariogênico ocasiona queda do pH, elevando o risco de desmineralização

das estruturas dentárias (Friedman et al., 1985; Ogaard, 1989).

A escovação adequada dos aparelhos ortodônticos removíveis pode ser

uma forma de controle do biofilme que se forma sobre sua superfície. No entanto,

em crianças, jovens e idosos, a destreza manual e o cuidado com a higiene, na maior

parte das vezes, são fatores que comprometem esse controle (Dills et al., 1988).

Além disso, segundo Diedrich (1989), a escovação é ineficaz para a remoção de

microrganismos de áreas retentivas dos aparelhos.

Por esses motivos, o uso de agentes antimicrobianos que interferem no

crescimento e metabolismo bacteriano (Twetman, 2004), particularmente dos

estreptococos do grupo mutans, pode auxiliar no controle do biofilme que se

desenvolve na superfície dos aparelhos ortodônticos removíveis (Lessa et al., 2007).

No entanto, os aparelhos ortodônticos removíveis não são

desinfectados sistematicamente na prática clínica. Embora o controle do biofilme

dental dos aparelhos removíveis não seja indicado rotineiramente pelos ortodontistas

e não haja um protocolo clínico específico, Moshrefi (2002) relata que a clorexidina é

considerada o antimicrobiano “padrão ouro”, quando comparada aos demais agentes

disponíveis no mercado especializado. Apesar de Lessa et al. em 2007, terem

evidenciado que o uso da clorexidina pelo pesquisador sob a forma de spray foi

eficaz em desinfecção de placas de resina acrílica, não há estudos avaliando a

eficácia de protocolos domiciliares sistemáticos de uso de clorexidina, com essa

finalidade.

Apesar dos recentes avanços nos materiais e técnicas empregados na

Ortodontia como especialidade, a desinfecção dos aparelhos é um assunto que tem

recebido pouca atenção por parte dos pesquisadores. O rigor no controle dos níveis

dos estreptococos do grupo mutans na cavidade bucal de pacientes sob tratamento

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Introdução 16

ortodôntico é de fundamental relevância para manutenção da saúde bucal, reduzindo

a ocorrência de lesões de manchas brancas ou lesões de cárie com cavitação. Assim,

pesquisas analisando a eficácia de diferentes formas de aplicação de agentes

antimicrobianos, para controle dos microrganismos cariogênicos sobre as estruturas

dentais ou sobre componentes de aparelhos ortodônticos fixos e removíveis, são

necessárias.

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Proposição 18

2 PROPOSIÇÃO

O objetivo do presente estudo foi avaliar in vivo, por meio de estudo clínico

randomizado (cultura microbiana e microscopia eletrônica de varredura):

• a contaminação de aparelhos ortodônticos removíveis por

estreptococos do grupo mutans; e

• a eficácia de diferentes protocolos domiciliares de desinfecção com

gluconato de clorexidina a 0,12%, sob a forma de spray.

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Material e Método

20

3 MATERIAL E MÉTODO 3.1 SELEÇÃO DA AMOSTRA

Após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa

envolvendo seres humanos da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da

Universidade de São Paulo (processo 2006.1.477.58.0 - Anexo A), foi obtido o

consentimento livre e esclarecido de cada participante da pesquisa. Foram

selecionados 150 indivíduos, estudantes do 3º e 4º ano da Faculdade de Odontologia

de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, de ambos gêneros, com idade

variando entre 18 e 25 anos, que se interessaram em participar da pesquisa como

voluntários.

Para a seleção da amostra, foi realizada a anamnese e o exame clínico,

dos 150 indivíduos, incluindo apenas aqueles que apresentam oclusão com

alinhamento dentário favorável e aqueles que apresentam boa saúde geral e que não

estiveram fazendo uso de antibióticos e/ou soluções antimicrobianas por um período

de 3 meses. Foram excluídos os casos de apinhamentos severos, diastemas

acentuados e problemas periodontais. De acordo com esses critérios indicados,

foram selecionados 100 voluntários.

Adicionalmente, a seleção da amostra foi restrita aos indivíduos que

apresentavam estreptococos do grupo mutans na saliva.

Avaliação dos níveis salivares de estreptococos do grupo mutans

Com o objetivo de avaliar se os 100 voluntários apresentavam

estreptococos do grupo mutans (EGM) na saliva, foram colhidos aproximadamente

2,0mL de saliva não estimulada em tubos de ensaio contendo pérolas de vidro. As

amostras, após homogeneização em aparelho Mixtron-Toptronix (São Paulo-SP),

foram submetidas à diluição decimal até 10-4, em solução salina tamponada

fosfatada (PBS), pH 7,0. Alíquotas de 0,05mL da saliva pura e após diluição foram

depositadas em placas de Petri contendo o meio de cultura SB20 modificado

(Azevedo, 1988; Torres et al, 1993), seletivo para estreptococos do grupo mutans, e

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Material e Método

21

semeadas com auxílio de bastão de vidro angulado. Após semeadura, as placas

foram incubadas em microaerofilia, pela técnica da chama de vela, durante 72 horas,

a 37ºC.

Em seguida foi realizada a contagem do número de unidades

formadoras de colônia (ufc) por mL de saliva, com auxílio de microscópio

estereoscópico. Colônias características do grupo mutans foram transferidas para

tubos contendo o meio tioglicolato (Fluid thioglycollate medium w/o glucose or

indicator – Difco), incubados a 37ºC, por 24 horas, para biotipagem. Foram

efetuadas as seguintes provas bioquímicas, de acordo com Shklair e Keene (1974):

fermentação do manitol, sorbitol, rafinose e melibiose, resistência à bacitracina,

hidrólise da esculina e fermentação de peróxido de hidrogênio (Whittenbury, 1964),

segundo modificações propostas por Ito et al. (1993), e hidrólise da arginina.

Observou-se que 51 dos 150 voluntários apresentaram estreptococos

do grupo mutans na saliva, com números de ufc variando de 06 a 3.000.000. Entre

os 51 indivíduos, 100% apresentavam S. mutans, em níveis variando de 06 a

2.720.000 ufc/mL, enquanto que apenas 11,5% apresentaram S. sobrinus, em níveis

variando de 1.800 a 280.000 ufc/mL de saliva (tabela na estatística do texto).

Desta forma, levando-se em conta os critérios de inclusão

estabelecidos, indivíduos com níveis salivares mais elevados de estreptococos do

grupo mutans foram selecionados 21 para participar do estudo.

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Material e Método

22

3.2 DIVISÃO DOS GRUPOS EXPERIMENTAIS (Randomização)

Após a leitura e assinatura do termo de consentimento livre e

esclarecido (Apêndice A) os 21 estudantes foram divididos em 3 grupos de 07

indivíduos por meio de sorteio (aleatorização), usando tabela de números ao acaso e

seguindo o protocolo “cross-over” randômico.

Os protocolos clínicos foram testados, sob a forma de rodízio, pelos

diferentes grupos de estudantes, em 3 etapas, com intervalo de uma semana entre

elas, com objetivo de minimizar a interferência de fatores de confusão nos

resultados. Foram analisados os seguintes protocolos para a desinfecção de

aparelhos ortodônticos:

• Protocolo I: escovação do aparelho por 7 dias (3 vezes ao dia) e uso

de água de torneira esterilizada sob a forma de spray à noite

(controle), por 7 dias.

• Protocolo II: escovação do aparelho por 7 dias (3 vezes ao dia) e uso

de Periogard® sob a forma de spray, à noite, no 7º dia após a

instalação do aparelho.

• Protocolo III: escovação do aparelho por 7 dias (3 vezes ao dia) e

uso de Periogard® sob a forma de spray à noite, no 4º e 7º dias após a

instalação do aparelho.

A tabela 1 apresenta a composição e o fabricante das soluções

empregadas:

Tabela 1 – Composição das soluções utilizadas.

Soluções utilizadas Fabricante Composição

Periogard®

Colgate Palmolive –

Kolynos do Brasil Ltda.

- Gluconato de clorexidina a 0,12% - Água - Glicerina - Etanol - Polisorbato 20 - Composição aromática com sabor de menta - Sacarinato de sódio - Corante FD&Blue nº1

Água de torneira

esterilizada

Laboratório de

Microbiologia/FCFRP/USP

__

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Material e Método

23

Portanto, cada aluno utilizou 3 placas de acrílico, de tal modo que cada

aparelho fosse utilizado durante 7 dias. No 8º dia, os aparelhos foram recolhidos,

pela manhã, para avaliação microbiológica. Para cada aparelho foi utilizado um dos 3

protocolos de desinfecção. A tabela 2 apresenta a randomização dos voluntários nos

3 grupos e nas 3 etapas do estudo.

Tabela 2 – Randomização dos 24 estudantes nos 3 grupos e nas 3 etapas do estudo

Grupos 1ª Etapa 2ª Etapa 3ª Etapa

Grupo 1 - Protocolo I - Protocolo III - Protocolo II

Grupo 2 - Protocolo III - Protocolo II - Protocolo I

Grupo 3 - Protocolo II - Protocolo I - Protocolo III

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Material e Método

24

3.3 PROCEDIMENTOS CLÍNICOS

Confecção dos aparelhos Ortodônticos

Os alunos foram moldados com alginato Jeltrate (Dentsply), utilizando-

se moldeira ortodôntica. Após a desinfecção do molde com spray de hipoclorito de

sódio a 1%, por 10 minutos, e lavagem em água corrente por 30 segundos, o molde

foi vazado com gesso pedra branco tipo alfa especial (Mossoró), para obtenção dos

modelos de gesso.

Para a confecção das placas de acrílico, foi utilizada resina acrílica

autopolimerizável Ortoclass (Artigos Odontológicos Clássicos LTDA.), seguindo a

proporção monômero/polímero recomendada pelo fabricante (figura 1 B).

O modelo de gesso foi isolado com Cel-Lac (SS White Artigos

Odontológicos) (figura 1 A), seguido da colocação do acrílico e remoção dos excessos

(figura 1 C e D). O modelo foi, então, colocado em panela sob pressão (VH Soft Line

– Polimerizador para acrílico) (figura 1 E) durante 15 minutos, para evitar a formação

de bolhas durante a polimerização do acrílico.

Após a polimerização, foi realizado o recorte e o acabamento do

aparelho (figura 1 F), utilizando fresa de tungstênio em motor com peça de mão

para baixa rotação, recortando os contornos em bisel. Para acabamento e

regularização da superfície, foram utilizadas lixas para madeira número 180,

montadas em mandris e motor para baixa rotação em peça de mão (figura 1 G). O

polimento do aparelho foi realizado inicialmente com escova de pêlos em forma de

roda, montada em torno para polimento, utilizando-se baixa velocidade e pasta de

pedra-pomes em pó e água (figura 1 I), seguido de roda de pano (figura 1 H). A

placa de acrílico foi, então, lavada com água e sabão para eliminar o excesso de

pedra-pomes. O acabamento final foi realizado em polidora química (PQ 9000 –

Termotron) (figura 1 J) aumentando, assim, o brilho e a lisura da superfície do

acrílico (figura 1 K).

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Figura 1 – Confecção dos aparelhos ortodônticos A. Aplicação do Cel-Lac (SS White Artigos Odontológicos) no modelo de gesso.

B. Manipulação da resina acrílica.

C. e D. Remoção do excesso de resina no modelo de gesso.

E. Colocação do aparelho em panela sob pressão (VH Soft Line).

F. Recorte do parelho utilizando fresa de tungstênio.

G. Acabamento e regularização da superfície utilizando lixas montadas em mandris

em motor de peça de mão para baixa rotação.

H. Polimento com roda de pano montada no torno.

I. Polimento com escova de pêlos em forma de roda montada no torno.

J. Polimento químico (Polidora química PQ 9000 – Termotron).

K. Aspecto final do aparelho.

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Material e Método

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Orientações para a Higienização Bucal e do Aparelho Ortodôntico

Removível

Os alunos foram orientados a realizar a escovação com a técnica de

Bass (figura 2 E), 3 vezes ao dia após as refeições, com a escova dental (Colgate

Professional) (figura 2 B) e dentifrício (Colgate Máxima Proteção Anticáries), (figura 2

C), oferecidos pelos pesquisadores a cada voluntário, além da utilização do fio

dental. Foram instruídos também a higienizar mecanicamente as suas respectivas

placas de acrílico com a mesma freqüência e com a mesma escova dental e

dentifrício, a fim de padronizar a higiene bucal e do aparelho. Para cada aparelho

utilizado foi doada uma escova nova, de modo que cada aluno recebeu 3 escovas

(Colgate Professional) durante o experimento, além de 2 borrifadores de 100mL (IB-

Embalagens – Ribeirão Preto - SP) codificados (figura 2 D), contendo água de

torneira esterilizada e Periogard® (figura 2 A) e uma caixa plástica apropriada para

guardar o aparelho (figuras 2 F e G). As soluções foram acondicionadas nos frascos

individuais de plástico na forma de spray em câmara de fluxo laminar (Veco –

Campinas – SP).

Os aparelhos foram utilizados em tempo integral, inclusive durante o

período noturno, sendo removidos apenas durante as refeições.

Ao realizar a desinfecção de acordo com cada protocolo proposto

(figuras 2 H, I e J), o voluntário foi orientado a segurar o aparelho a uma distância

de no máximo 5 centímetros do frasco e borrifar a solução sobre os dois lados do

aparelho, 3 vezes em cada lado, num total de aproximadamente 2,5mL de solução

por aparelho. A solução deveria ser borrifada em toda a superfície do aparelho,

sendo o excesso da solução removido com o ato de bater a mão que estava

segurando o aparelho sobre a borda da pia sendo o aparelho em seguida recolocado

na cavidade bucal até a próxima higienização, até ser recolhido pelo pesquisador.

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Material e Método

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Transporte dos Aparelhos

No 8º dia pela manhã, após os protocolos serem realizados pelos

alunos, os aparelhos foram acondicionados em coletores universais esterilizados de

80mL (Pleion Indústria e Comércios Plásticos Ltda.) e transportados para o

laboratório de Microbiologia do Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e

Bromatológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto –

Universidade de São Paulo, para processamento microbiológico (figura 2 K).

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Figura 2 – Higienização Bucal e do Aparelho Ortodôntico Removível

A. Solução de gluconato de clorexidina a 0,12% - Periogard®.

B. Escova dental (Colgate Professional) utilizada para higienização mecânica bucal

e dos aparelhos removíveis.

C. Dentifrício (Colgate Máxima Proteção Anticáries) utilizado para higienização

mecânica bucal e dos aparelhos removíveis.

D. Borrifadores de 100mL (IB-Embalagens – Ribeirão Preto - SP) codificados,

contendo água de torneira esterilizada e Periogard®.

E. Técnica de Bass explicada para os indivíduos da pesquisa.

F. Kit com Periogard® distribuído para os alunos.

G. Kit com água de torneira esterilizada distribuída para os alunos.

H. Protocolo I para desinfecção do aparelho – uso de água de torneira

esterilizada, uma vez ao dia, por 7 dias.

I. Protocolo II para desinfecção do aparelho – uso de Periogard® uma vez por

semana.

J. Protocolo III para desinfecção do aparelho – uso de Periogard® duas vezes por

semana.

K. Transporte dos aparelhos.

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Material e Método

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3.4 PROCESSAMENTO MICROBIOLÓGICO – CULTURA MICROBIANA

Preparo do meio de cultura CaSa B (Caldo Sacarose Bacitracina)

O meio de cultura CaSa B, seletivo enriquecedor para estreptococos do

grupo mutans, foi preparado como descrito por Jensen e Brattall (1989), sem azul de

tripan, como sugerido por Cesco et al. (1995).

Meio de cultura CaSa B – Composição

Casitone Difco 15,0g

Extrato de levedura Difco 5,0g

L-Cisteína Merck 0,2g

Sulfito de sódio Merck 0,1g

Acetato de sódio Reagen 20,0g

Sacarose Açúcar cristal 200,0g

Água destilada Qsp 1000,0mL

Os componentes, pesados em balança elétrica (Marte), foram

colocados em balão de Erlenmeyer, onde foram adicionados 1000,0mL de água

destilada. Após homogeinização, o meio foi esterilizado em autoclave a 120ºC, por

20 minutos. Decorrido este período, a autoclave foi aberta cuidadosamente para

resfriamento rápido, evitando a caramelização do açúcar. O meio preparado foi,

então, armazenado à temperatura ambiente. No momento do uso foi adicionado

1,0% da solução de bacitracina (Bacitracina/Sigma: 0,0033g; água destilada

esterilizada: 10,0mL) ao meio, o qual foi homogeneizado e distribuído nos coletores

universais esterilizados de 80,0mL de forma que, quando da colocação do aparelho

ortodôntico nesses coletores, o mesmo ficasse completamente imerso no meio de

cultura. O meio foi conservado em refrigerador, à temperatura de 4ºC, sendo

utilizado no prazo máximo de 7 dias, uma vez que a bacitracina perde a atividade

antimicrobiana após esse período.

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Material e Método

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O meio de cultura seletivo enriquecedor CaSa B foi empregado para

avaliar a formação de biofilme pelos estreptococos do grupo mutans, sobre a

superfície acrílica do aparelho.

Preparo do meio de cultura SB20 (Ágar Sacarose Bacitracina) modificado

O meio de cultura SB20 modificado, seletivo para estreptococos do

grupo mutans, foi preparado como preconizado por Azevedo (1988) e Torres et al.

(1993).

Meio de cultura SB20 – Composição

Casitone Difco 15,0g

Extrato de levedura Difco 5,0g

L-Cisteína Merck 0,2g

Sulfito de sódio Merck 0,1g

Acetato de sódio Reagen 20,0g

Sacarose Açúcar cristal 200,0g

Agar-ágar Difco 15,0g

Água destilada Qsp 1000,0mL

Por meio da utilização de uma balança elétrica (Marte), com exceção

do ágar e da sacarose, os componentes foram pesados e colocados em um cálice

com 1000,0mL de água destilada, sendo dissolvidos com auxílio de bastão de vidro.

Ao ágar e à sacarose, pesados e colocados em balão de Erlenmeyer, foi adicionada a

solução obtida, lavando-se as paredes do balão. A seguir, os balões foram

tamponados com algodão, identificados e autoclavados por 20 minutos, a 120ºC.

Após o resfriamento até cerca de 50ºC, 1,0% da solução de bacitracina foi

adicionada e homogeneizada. Assepticamente, o meio obtido foi vertido em placas

de Petri de 20x100mm esterilizadas, em volumes de 20,0mL. Após a solidificação, as

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Material e Método

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placas foram mantidas em refrigerador, a 4ºC, sendo utilizadas no período máximo

de 7 dias.

Este meio de cultura seletivo foi utilizado para confirmar se os

microrganismos que se desenvolveram sobre a superfície acrílica do aparelho

ortodôntico removível, sob a forma de colônias/biofilmes, realmente eram

pertencentes ao grupo mutans.

Semeadura e Incubação

Após serem imersos nos coletores universais contendo o meio de

cultura CaSa B, os aparelhos foram incubados por 3 ou 4 dias, a 37ºC. Decorrido o

tempo de incubação, os aparelhos foram submetidos à agitação manual no próprio

meio de cultura e retirados, cuidadosamente, dos coletores.

Contagem das Colônias/Biofilmes de Estrepcocos do Grupo Mutans

A seguir, os aparelhos de cada grupo foram analisados quanto à

presença ou não de desenvolvimento de biofilme sobre a superfície do acrílico, com o

auxílio de microscópio estereoscópico (Nikon – Japão), sob luz refletida, sendo

efetuada a contagem das colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans

aderidas ao acrílico.

Como sugerido por Barbosa (2003), Pereira (2004), Nelson-Filho et al.

(2006) e Lessa et al. (2007) o número de colônias foi expresso tendo como base os

seguintes parâmetros:

• 0: ausência de biofilme;

• 1 a 100: quando foi possível efetuar a contagem exata do número de

unidades formadoras de colônia presentes;

• Incontável: contagem de valores superiores a 100 colônias ou quando

o desenvolvimento bacteriano foi tão intenso, inclusive com colônias

confluentes, impossibilitando a contagem exata do número de unidades

formadoras de colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans.

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Confirmação da Identidade Microbiana

A confirmação de que os microrganismos presentes nos aparelhos,

contados sob a forma de colônias/biofilmes, realmente eram pertencentes ao grupo

mutans, foi realizada transferindo-se algumas colônias/biofilmes presentes nos

aparelhos para tubos contendo pérolas de vidro e 2,0mL de Tampão Fosfato

Sorensen (PBS), preparado segundo Sober e Harte (1968). Após agitação em

aparelho Mixtron-Toptronix (São Paulo – SP), em velocidade 4 por 2 minutos, foi

efetuada a semeadura de alíquotas da suspensão resultante do meio de cultura SB20

modificado, seletivo para estreptococos do grupo mutans. Decorridas 72 horas de

incubação em microaerofilia, a 37ºC, foi verificado o desenvolvimento de unidades

formadoras de colônia, efetuando-se a identificação bioquímica de acordo com

Shklair e Keene (1974), com modificações propostas por Ito et al., (1993).

A figura 3 apresenta o fluxograma da metodologia empregada no

processamento microbiológico.

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3.5 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA

Após a realização do processamento microbiológico e contagem das

colônias/biofilmes, 3 aparelhos representativos dos resultados observados em cada

protocolo (I, II e III) foram seccionados com alicate e colocados em solução fixadora

de cacodilato de sódio a 0,1M e glutaraldeído a 3%. Em seguida, foram

transportados ao laboratório de microscopia da Faculdade de Ciências Agrárias e

Veterinárias de Jaboticabal (Universidade Estadual Paulista), para processamento e

análise em microscopia eletrônica de varredura (MEV).

Decorridas 48 horas de permanência no glutaraldeído, os aparelhos

foram lavados com água destilada e colocados em frascos contendo álcool em

diferentes concentrações (30, 50, 70, 80, 90 e 100%), seqüencialmente, por um

período de 10 minutos em cada frasco.

Para análise em microscópio eletrônico, os aparelhos foram submetidos

à secagem com CO2, no ponto crítico, em aparelho EMS 850, e montados em “stubs”

metálicos com fita adesiva e cola de prata condutora. A seguir, foram submetidos ao

processo de metalização em ouro sob vácuo em aparelho Delton Vacuum Desk II,

durante 60 segundos. A análise foi efetuada em microscópio eletrônico (Zeiss EVO-

50), a 15KV. Para evidenciar a presença ou ausência de biofilme bacteriano, foram

efetuadas eletromicrografias dos aparelhos, com aumentos variando entre 800 a

40.000 vezes.

A figura 4 representa o fluxograma da metodologia empregada no

processamento para a microscopia eletrônica de varredura.

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Material e Método

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3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para a realização da análise estatística com relação à presença ou

ausência de colônias/biofilmes sobre a superfície acrílica dos aparelhos após cultura

microbiana, os números de colônias/biofilmes foram convertidos em escores, tendo

como base os seguintes parâmetros:

Escore 0: aparelhos com ausência de colônias/biofilmes;

Escore 1: de 1 a 50 colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans;

Escore 2: de 50 a 100 colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans;

Escore 3: mais de 100 colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans.

O programa estatístico SAS (Statistical Analyses System - SAS) foi

empregado para realização da análise estatística.

Uma vez que a variável “unidade formadora de colônia” não seguia a

distribuição normal, optou-se por um teste de distribuição livre ou não paramétrico.

O teste estatístico de Friedman para amostras vinculadas foi aplicado para

verificação de possíveis diferenças entre os protocolos estudados, com relação à

inibição ou não da formação do biofilme microbiano sobre a superfície dos aparelhos

ortodônticos. O nível de significância adotado foi de 5%.

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Resultados

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4 RESULTADOS

Da cultura microbiana

Dos 21 alunos selecionados para este estudo, apenas 15 (71,42%)

foram incluídos, uma vez que 3 alunos tomaram antibiótico após ter iniciado o

estudo, 2 não compareceram às etapas nos dias das coletas e 1 indivíduo perdeu um

aparelho sendo, portanto, excluídos do estudo. Os resultados microbiológicos,

relativos ao número de colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans

evidenciado na superfície acrílica dos aparelhos ortodônticos, após seguir os

diferentes protocolos (figuras 5A, 6A e 7A) estão apresentados na Tabela 3. As

colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans estavam presentes em todos os

aparelhos ortodônticos (100%) do grupo controle (Protocolo I – borrifados com água

de torneira esterilizada), com número de colônias/biofilmes variando de 28 a

incontável. Dos 15 casos desse grupo, 11 apresentaram intensa contaminação

microbiana, com número incontável de colônias/biofilmes (figuras 5B a E).

Já nos grupos onde foram utilizados os Protocolos II (Periogard® 1 vez

por semana) e III (Periogard® 2 vezes por semana) observou-se 80 e 60% de

contaminação por estreptococos do grupo mutans, respectivamente, com número de

colônias variando de 0 a incontável no Protocolo II (figuras 6B a E) e no Protocolo III

(figuras 7B a E). Em 7 aparelhos do protocolo II e em 4 do protocolo III observou-se

número incontável de colônias/biofilmes. Um total de 6 aparelhos do protocolo III

(40%) e 3 aparelhos do protocolo II (20%) apresentaram ausência de

colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans (figuras 6 C e E; 7 B e C).

Comparativamente ao uso da água de torneira esterilizada, houve

redução numérica da contagem de colônias/biofilmes de estreptococos do grupo

mutans na superfície acrílica dos aparelhos ortodônticos em 7 casos (46,6%), após o

uso do Protocolo II, e em 11 casos (73,3%) após o uso do Protocolo III.

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Resultados

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Tabela 3 - Número de colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans na superfície acrílica dos aparelhos ortodônticos, após o uso dos diferentes protocolos (protocolo I: água de torneira esterilizada; protocolo II: Periogard® no 7º dia; e protocolo III: Periogard® no 4º e no 7º dias), sob forma de spray.

Caso PROTOCOLO I PROTOCOLO II PROTOCOLO III

1 64 45 0 2 66 Inc Inc 3 Inc 1 0 4 Inc Inc 10 5 Inc Inc 0 6 Inc 0 5 7 95 0 9 8 Inc Inc 36 9 Inc 96 0 10 28 57 9 11 Inc Inc Inc 12 Inc Inc Inc 13 Inc 0 0 14 Inc Inc Inc 15 Inc 24 0

Número total de casos positivos para

estreptococos do grupo mutans

15 (100%)

12 (80%)

9 (60,0%)

Inc: incontável; 0: ausência de colônias/biofilmes.

Da confirmação da identidade microbiana

A semeadura de colônias com morfologia macro e microscópica

característica, no meio de cultura SB20 modificado, confirmou que as colônias que se

desenvolveram na superfície acrílica dos aparelhos eram realmente pertencentes ao

grupo mutans.

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Resultados

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Da Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

Após cultura microbiana, a análise em microscópio eletrônico de

varredura de 3 aparelhos ortodônticos representativos de cada grupo (Protocolos I,

II e III), evidenciou que:

Quando a cultura microbiana foi positiva, com evidenciação de

colônias/biofilmes ao microscópio estereoscópico, observou-se também a

formação de biofilme bacteriano na superfície dos aparelhos, em MEV

(figuras 5F, G, H, I e J; 6G e H; 7G e H).

Nos casos onde não houve formação de colônias/biofilmes ao microscópio

estereoscópico, observou-se na MEV a ausência de microrganismos

(Protocolos II e III) ou, em alguns casos do protocolo II, apenas a

presença de microrganismos esparsos após a utilização do Periogard®

(figuras 6F e 7F).

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Figura 5 – Protocolo I - Água de torneira esterilizada

Solução sendo borrifada sobre o aparelho.

Intenso número de colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans

sobre a superfície acrílica dos aparelhos ortodônticos removíveis, após

cultura microbiana.

Eletromicrografias evidenciando a formação de colônias/biofilmes em

aumentos de 1000 a 20000x.

A.

B a E.

F a J.

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Figura 6 – Protocolo II - Periogard® 1 vez por semana

Solução sendo borrifada sobre o aparelho.

Formação de colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans sobre

a superfície acrílica dos aparelhos ortodônticos removíveis, após cultura

microbiana.

Eletromicrografias evidenciando a formação de colônias/biofilmes em

aumentos de 2000 a 20000x.

A.

B a E.

F a H.

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Figura 7 – Protocolo III - Periogard® 2 vezes por semana

Solução sendo borrifada sobre o aparelho.

Formação de colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans sobre

a superfície acrílica dos aparelhos ortodônticos removíveis, após cultura

microbiana.

Eletromicrografias evidenciando a formação de colônias/biofilmes em

aumentos de 800 a 40000x.

B a E.

A.

F a H.

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Resultados

44

Da análise estatística

A tabela 4 apresenta os resultados em escores do número de

colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans presentes na superfície

acrílica dos aparelhos ortodônticos, após o uso dos diferentes protocolos, sob a

forma de spray, submetidos à análise no programa estatístico SAS.

Tabela 4 – Escores do número de colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans na superfície acrílica dos aparelhos ortodônticos, após o uso dos diferentes protocolos (protocolo I: água de torneira esterilizada; protocolo II: Periogard® no 7º dia e protocolo III: Periogard® no 4º e no 7º dias), sob a forma de spray.

Caso PROTOCOLO I PROTOCOLO II PROTOCOLO III

1 2 1 0 2 2 3 3 3 3 1 0 4 3 3 1 5 3 3 0 6 3 0 1 7 2 0 1 8 3 3 1 9 3 2 0 10 1 2 1 11 3 3 3 12 3 3 3 13 3 0 0 14 3 3 3 15 3 1 0

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Resultados

45

A figura 8 apresenta os resultados, em escores, obtidos com o uso dos

diferentes protocolos, em relação à formação ou não de colônias/biofilmes sobre a

superfície acrílica dos aparelhos ortodônticos.

Figura 8 – Resultados em escores da formação ou não de colônias/biofilmes sobre a superfície dos aparelhos ortodônticos removíveis, após o uso dos diferentes protocolos.

Os dados obtidos foram confrontados dois a dois por meio do teste de

Friedman. De acordo com os resultados dessa comparação entre os protocolos dois a

dois (Apêndice B), pôde-se evidenciar que houve diferença estatisticamente

significante entre os protocolos.

De acordo com os resultados numéricos obtidos, pôde-se verificar que

os Protocolos II (Periogard® 1 vez por semana) e III (Periogard® 2 vezes por

semana) reduziram a formação de colônias/biofilmes na superfície dos aparelhos

ortodônticos. Entretanto apenas o protocolo III se comportou de maneira

estatisticamente diferente (p<0,05) da água de torneira esterilizada (Protocolo I).

Embora o Protocolo III tenha apresentado maior redução numérica na contagem de

colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans na superfície dos aparelhos

I II III

0

1

2

3

Protocolos

Esco

res

Água

Periogard® 1x/semana

Periogard® 2x/semana

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Resultados

46

ortodônticos (80% dos casos), que o Protocolo II (60%), quando comparados, não

apresentaram diferença estatisticamente significante entre si (p>0,05).

Assim, estatisticamente os protocolos II e III apresentaram eficácia. No

entanto, numericamente pode-se inferir que o Protocolo III apresentou melhores

resultados.

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Discussão 48

5 DISCUSSÃO

5.1 DA METODOLOGIA

O presente estudo microbiológico e em microscopia eletrônica de

varredura foi randomizado, com o objetivo de minimizar a incorporação de vieses,

os quais poderiam interferir nos resultados obtidos com o uso das diferentes

soluções. Optou-se pela realização de um estudo clínico randomizado, pois esse

representa o “padrão ouro” (delineamento ideal) das pesquisas que avaliam a

eficácia clínica de materiais e técnicas de tratamento (Fletcher et al., 2002).

A cavidade bucal apresenta inúmeras espécies de microrganismos

presentes na saliva ou colonizando suas diferentes superfícies, sob a forma de

biofilme (Fejerskov e Kidd, 2005). Embora os aparelhos ortodônticos, após sua

utilização, possam ser contaminados por diferentes bactérias, vírus e fungos

presentes nesse ambiente, avaliamos apenas a presença de estreptococos do

grupo mutans, em função desses serem considerados os agentes etiológicos

primários da cárie dental (Ajdic et al., 2002; Berkowitz, 2003; Fejerskov e Kidd,

2005) e de serem os microrganismos que mais comumente contaminam os

aparelhos ortodônticos (Sreenivasan et al., 2004).

A contaminação microbiana dos aparelhos ortodônticos pode, à

semelhança do que ocorre com as escovas dentais, sofrer a influência do tipo de

dentifrício utilizado. Quando o dentifrício apresenta agentes antimicrobianos como

o triclosan em sua composição, há uma redução desta contaminação (Sreenivasan

et al., 2004; Nelson-Filho et al., 2004). Tendo em vista que o objetivo do presente

estudo foi avaliar a contaminação da superfície acrílica de aparelhos ortodônticos

por estreptococos do grupo mutans e a eficácia de protocolos para a sua

desinfecção, foi utilizado dentifrício contendo apenas flúor durante a escovação, a

fim de que não houvesse interferências nos resultados. Além disso, os voluntários

foram orientados a efetuar um enxágüe vigoroso dos aparelhos, após escovação,

pois, apesar da ausência de consenso (Kolahi e Soolari, 2006), alguns autores

(Jones, 1997; Kolahi e Soolari, 2006) relataram que o lauril sulfato de sódio e o

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Discussão 49

monofluorfosfato de sódio, presente nos dentifrícios são incompatíveis com a

clorexidina.

Os aparelhos ortodônticos removíveis são confeccionados utilizando

resina acrílica à base de polimetacrilato de metila, que sofre auto-polimerização

por meio de reações entre o monômero e o polímero. Falhas nessa mistura podem

favorecer o aparecimento de porosidades que, quando presentes na superfície do

aparelho, dificultam ou impossibilitam seu polimento e sua limpeza diária

adequada, permitindo a retenção/adesão de microrganismos. Quanto maior for a

quantidade de polímero, menor a contração da resina. No entanto, deve-se

empregar uma quantidade suficiente de monômero para umedecer cada pérola de

polímero (Philips, 1993). Independentemente do tipo de acabamento utilizado, os

microrganismos podem penetrar e se manter viáveis a uma profundidade que

varia de 1 a 2 micrometros (Davenport, 1972).

A confecção das placas de resina acrílica empregadas nesse trabalho

foi padronizada, como descrito nos estudos de Sreenivasan et al. (2004) e Auschill

et al. (2005), diminuindo a influência da energia de superfície e rugosidade na

formação do biofilme dental. O acrílico do aparelho ortodôntico deve ser polido

para obter lisura superficial (Bollen et al., 1997), reduzindo a presença de

microrganismos que podem penetrar no interior da resina (Chau et al., 1995; Lin

et al., 1999). Martins-Ortiz et al. (2004) evidenciaram, em microscopia eletrônica

de varredura, que o acrílico dos aparelhos ortodônticos se comporta como uma

esponja, com inúmeras porosidades que possibilitam grande retenção de resíduos

e microrganismos. Com o objetivo de reduzir as irregularidades e porosidades da

resina acrílica, realizamos o polimento químico, a fim de tornar a superfície do

aparelho menos susceptível à retenção/adesão de microrganismos.

No presente estudo clínico randomizado, foi avaliada a eficácia de 2

protocolos clínicos domiciliares para a desinfecção de placas de acrílico

empregadas na confecção de aparelhos ortodônticos removíveis (protocolos

experimentais), tendo a água de torneira esterilizada como controle. A fim de

oferecer respaldo para a adoção de um protocolo eficaz do ponto de vista clínico a

ser indicado pelos ortodontistas e odontopediatras, delineamos um estudo in vivo

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Discussão 50

que simulasse e refletisse a prática clínica diária. Assim, após a instalação dos

aparelhos, o material para higiene e desinfecção foi entregue aos voluntários, que

receberam as orientações com relação à maneira e freqüência de desinfecção dos

aparelhos, de acordo com cada protocolo. Acreditamos que, assim como em

qualquer pesquisa clínica, alguns fatores inerentes à colaboração e dedicação por

parte dos indivíduos que participaram do estudo possam ter apresentado alguma

influência nos resultados.

Nos 2 protocolos experimentais foi empregado o Periogard®, que é uma

solução à base de gluconato de clorexidina a 0,12% disponível no comércio e

amplamente utilizada na prática odontológica, com finalidades diversas (Denton,

1991).

Os métodos de desinfecção de aparelhos acrílicos devem ser capazes

de promover a inativação rápida dos microrganismos patogênicos, sem causar

efeitos adversos à estrutura do aparelho (Pavarina et al., 2003a). A desinfecção

por imersão em soluções químicas pode predispor a resina acrílica ao

comprometimento da sua estrutura, devido a sua propriedade de absorção de

moléculas de água. Atentos a esse problema, Asad et al. (1992) relataram que a

clorexidina a 0,5% não afetou a estrutura do acrílico significativamente após 5

dias de imersão. Entretanto, quando mantidos em soluções desinfetantes a base

de álcool e fenol, pelo mesmo período de 7 dias, esses atuaram como solventes,

tornando os aparelhos mais susceptíveis a fraturas ao redor das linhas de

rachaduras (Shen et al., 1989; Ma et al., 1997).

Nos diferentes protocolos experimentais (Protocolos I, II e III) as

soluções foram aplicadas sob a forma de spray, como descrito por Meier et al.

(1996), Sato et al. (2005), Nelson-Filho et al. (2006) e Lessa et al. (2007). Embora

os ortodontistas e protesistas, na prática clínica, geralmente recomendem

desinfetar os parelhos ortodônticos e próteses mergulhando-os em diferentes

agentes antimicrobianos, por determinados períodos de tempo (Dills et al., 1988;

Morgan e Wilson, 2000; Pavarina et al., 2003b; Pavarina et al., 2003a), a

aplicação dessas substâncias, sob a forma de spray é mais prática e econômica

(Sato et al., 2005; Nelson-Filho et al., 2006; Lessa et al., 2007).

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Discussão 51

Para a avaliação microbiológica, em nosso estudo, não foi empregada a

técnica de diluição, onde os aparatos são submetidos à agitação mecânica ou

ultra-sônica para dessorção dos microrganismos, sendo as suspensões resultantes

diluídas e semeadas em meio de cultura sólido. Os aparelhos foram incubados

diretamente no meio de cultura líquido pois, além de avaliar a contaminação

microbiana, objetivamos evidenciar a formação do biofilme in situ, sobre a

superfície acrílica dos aparelhos.

Diferentes meios de cultura sólidos têm sido empregados para a

detecção de estreptococos do grupo mutans, tais como o ágar Mitis Salivarius

Bacitracina – MSB (Gold et al., 1973; Tedjosasongko e Kozai, 2002), o ágar

Sacarose-Bacitracina – SB20 (Davey e Rogers, 1984; Sanches et al., 2001), o ágar

Sacarose-Bacitracina modificado (Azevedo, 1988; Torres et al., 1993) e o

Tryptone-Yeast extract-Cysteine-Sucrose-Bacitracin – TYCSB (Wan et al., 2003).

Utilizamos o Caldo Sacarose Bacitracina (CaSa B), já empregado nos trabalhos de

Louvain (2002), Macari (2002), Barbosa (2003), Pereira (2004), Sato et al. (2005),

Nelson-Filho et al. (2006), Lessa et al. (2007) e Magno et al. (2007), por ser este

um meio de cultura líquido, seletivo enriquecedor, o qual possibilita o

desenvolvimento do biofilme bacteriano diretamente sobre a superfície acrílica dos

aparelhos ortodônticos. Este meio de cultura serve de substrato para os

estreptococos do grupo mutans e limita o crescimento de outros tipos de

microrganismos, em função da presença da sacarose e da bacitracina (antibiótico),

em sua composição.

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Discussão 52

5.2 DOS RESULTADOS

Do Protocolo I (uso de água de torneira esterilizada, sob a forma de spray, 1 vez

ao dia, por 7 dias)

Os usuários de aparelhos ortodônticos apresentam níveis elevados

de estreptococos do grupo mutans e lactobacilos na saliva e no biofilme dental

(Mattingly et al., 1983; Anhoury et al., 2002; Ahn et al., 2002; Jordan e Leblanc,

2002; Leung et al., 2006).

Pacientes portadores de aparelhos ortodônticos removíveis também

exibem maior tendência ao desenvolvimento de lesões de cárie, uma vez que

esses proporcionam maior acúmulo de biofilme dental e, consequentemente,

maiores níveis de estreptococos do grupo mutans (Bjerklin et al., 1983; Friedman

et al., 1985; Mathperson et al., 1990; Amitha e Munshi, 1995; Batoni et al., 2001;

Glass, 2001; Martins-Ortiz et al., 2004; Auschill et al., 2005; Lessa et al., 2007).

Além disso, a superfície de acrílico do aparelho, mesmo quando adequadamente

polida, atua como uma superfície rígida não-descamativa, propícia à adesão

microbiana e formação de biofilme. Na literatura específica, observa-se que a

contaminação da resina acrílica pode ser considerada como fator adicional para

aquisição de estomatites, como infecções fúngicas na mucosa oral (van Reenen,

1973; Jorge et al., 1987).

Em humanos, a colonização por bactérias é conseqüência de

interações no biofilme bucal, cujo entendimento torna-se imprescindível para o

entendimento da doença cárie (Beighton, 2005). O biofilme, segundo Costerton e

Lashen (1984), é produto do crescimento natural das bactérias em superfícies

sólidas, em ecossistemas que contêm líquido. É uma comunidade/consórcio

microbiano, embutida na matriz de polissacarídeo extracelular, resultante da

aderência, multiplicação e desenvolvimento de microrganismos sobre superfícies

sólidas (substrato), em ambiente líquido. Os microrganismos formam o biofilme

como “estratégia universal” para otimizar sua sobrevivência, ou seja, para a

perpetuação da espécie (Kolenbrander e London, 1993; Costerton et al., 1995;

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Discussão 53

Marsh, 2003), sendo constituídos por microrganismos de uma única ou de diversas

espécies (Costerton et al., 1995). O biofilme cariogênico tem como

microrganismos pioneiros os estreptococos do grupo mutans, os quais apresentam

a característica de se aderirem a superfícies duras, por interações físico-químicas

(Kolenbrander e London, 1993).

O difícil controle do acúmulo de bactérias e fungos na superfície dos

aparelhos favorece a instalação de um foco de infecção intrabucal iatrogênico, que

não pode ser ignorado. Deve-se ressaltar que nunca houve uma análise a respeito

das conseqüências sistêmicas do uso de aparelhos contaminados, por longos

períodos de tempo. Na verdade, sequer valoriza-se, registra-se ou mensura-se a

maior ocorrência primária ou recorrente de gripes, resfriados, candidoses,

irritações na mucosa, amidalites e outras infecções oportunistas, durante o

tratamento ortodôntico (Martins-Ortiz et al., 2004).

De acordo com os resultados obtidos no presente estudo, observou-

se a formação de biofilme em 100% dos casos em que as placas de acrílico foram

borrifadas apenas com a água de torneira esterilizada. Estes resultados estão de

acordo com Auschill et al. (2005) que, avaliaram in vivo a formação de biofilme

inespecífico em placas de acrílico observando, também, elevados níveis de

contaminação.

No entanto, a contaminação in situ de placas de resina acrílica, sob a

forma de colônias/biofilmes especificamente de estreptococos do grupo mutans,

foi avaliada apenas nos trabalhos de Morgan e Wilson (2000), Sreenivasan et al.

(2004) e Lessa et al. (2007).

Os resultados do presente estudo também foram semelhantes aos

obtidos por Lessa et al. (2007) que, trabalhando com crianças de 6 a 12 anos,

observaram 100% de contaminação por níveis extremamente elevados de

colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans, com número de

colônias/biofilmes variando de 21 a incontável, nos aparelhos borrifados pelo

pesquisador com água de torneira esterilizada.

Assim, observou-se que após uma semana da instalação dos

aparelhos na cavidade bucal, os aparelhos pertencentes ao Protocolo I

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Discussão 54

apresentaram intensa contaminação bacteriana (p<0,05), com números de

colônias/biofilmes variando de 28 a incontável o que, a nosso ver, justifica a

necessidade da implementação de protocolos para sua desinfecção, após sua

limpeza mecânica.

À semelhança do que ocorre com escovas dentais (Pereira, 2004;

Sato et al., 2005; Nelson-Filho et al., 2006), chupetas (Louvain, 2002), próteses

totais e próteses removíveis (Dills et al., 1988; Glass, 2001; Pavarina et al.,

2003a), o controle da contaminação microbiana dos aparelhos ortodônticos

removíveis por meio da desinfecção dos mesmos é de fundamental importância,

não apenas para diminuir o risco à cárie, mas também para preservar a saúde

geral do paciente, uma vez que no consultório odontológico não são tratados

apenas pacientes saudáveis, mas também cardiopatas, diabéticos,

imunodeprimidos e pacientes com outras alterações sistêmicas. Esses pacientes

necessitam de cuidados adicionais, uma vez que há possibilidade de ocorrência de

bacteriemias e infecções indesejáveis (Martins-Ortiz et al., 2004).

Dos Protocolos II (uso de gluconato de clorexidina a 0,12%, sob a forma de spray,

1 vez por semana) e III (uso de gluconato de clorexidina a 0,12%, sob a forma de

spray, 2 vezes por semana)

A ciência e tecnologia não têm produzido protocolos práticos

domiciliares preventivos capazes de erradicar a cárie dental (Bryers e Ratner,

2006). Entretanto, o aumento crescente das pesquisas científicas sobre a

formação do biofilme na cavidade bucal tem comprovado a grande possibilidade

de controle dessa doença, por meio da aplicação de estratégias preventivas em

populações suscetíveis (Bryers e Ratner, 2006; Slayton et al., 2006).

A desinfecção de aparelhos ortodônticos removíveis é um assunto

que tem recebido pouca atenção por parte dos pesquisadores. Apesar de saber

que os mesmos podem estar contaminados por microrganismos associados a

doenças bacterianas e fúngicas na cavidade bucal (Bjerklin et al., 1983; Friedman

et al., 1985; Jorge et al., 1987; Mathperson et al., 1990; Batoni et al., 2001;

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Discussão 55

Glass, 2001; Martins-Ortiz et al., 2004; Auschill et al., 2005; Lessa et al., 2007)

poucos autores têm se preocupado em avaliar sua contaminação microbiana,

propondo métodos de desinfecção aplicáveis, do ponto de vista clínico (Morgan e

Wilson, 2000; Sreenivan et al., 2004; Auschill et al., 2005; Lessa et al., 2007).

Assim como as escovas dentais, os aparelhos ortodônticos podem

servir como fonte de inoculação e reinoculação de microrganismos na cavidade

bucal (Nelson-Filho et al., 2004), sendo esse acúmulo um foco em potencial de

infecção (Glass, 2001; Martins-Ortiz et al., 2004). Dessa forma, medidas

domiciliares adicionais para o controle do biofilme são necessárias (Slayton et al.,

2006) já que, quando instruções preventivas diversas são implementadas, o

paciente pode apresentar menor risco para o desenvolvimento de lesões de cárie

que aqueles não tratados ortodonticamente (Wisth e Nord, 1977; Ulukapi et al.,

1997).

Pelo exposto, um dos objetivos do presente trabalho foi elaborar e

avaliar protocolos domiciliares de fácil execução, com o objetivo de desinfetar

aparelhos ortodônticos removíveis, diminuindo o nível de estreptococos do grupo

mutans e, assim, o risco à cárie nesse grupo de pacientes.

A substância ideal para desinfecção de aparelhos ortodônticos

removíveis deveria ser bactericida e possuir um amplo espectro de ação, ser

atóxica, não carcinogênica e não irritante. Além disso, devem ser de fácil uso,

efetiva na remoção do biofilme sem provocar danos ao aparelho, quimicamente

estável, não devem conter álcool e devem apresentar baixo custo (Kolstad e Petit,

1983; Abelson, 1985). Com essa finalidade, no presente estudo foi utilizado o

Periogard® (gluconato de Clorexidina a 0,12%) após a escovação do aparelho,

para sua desinfecção. Tendo em vista que não há um agente antimicrobiano que

reúna todos os requisitos da substância ideal, concordamos com Moshrefi (2002)

quando relata que a clorexidina ainda é considerada o antimicrobiano “padrão

ouro”, quando comparada aos demais agentes utilizados para controle do biofilme

dental.

A clorexidina é uma biguanida (Hidalgo e Dominguez, 2001),

descoberta na década de 40 por pesquisadores que buscavam desenvolver

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Discussão 56

agentes antimalária (Parson, 1974). Embora nunca tenha sido utilizada no

tratamento da malária, este agente antimicrobiano é amplamente utilizado na área

médica, para o tratamento de queimaduras e anti-sepsia da pele, mãos e braços

(Hidalgo e Dominguez, 2001), entre outras utilizações, desde 1950 (Lopes et al.,

1992). A clorexidina tem sido empregada topicamente para o controle do biofilme

dental desde 1959, porém foi a partir do estudo clássico de Loe et al., em 1976,

que o seu uso se popularizou, na Odontologia, particularmente em função do seu

amplo espectro de ação, ou seja, sua eficácia contra microrganismos gram-

positivos, gram-negativos, aeróbios, anaeróbios facultativos, leveduras e vírus

(Hidalgo e Dominguez, 2001).

A atividade antimicrobiana da clorexidina origina-se de sua carga

positiva em pH fisiológico, facilitando sua adesão de forma não específica à parede

bacteriana, carregada negativamente. Esta interação ocasiona uma alteração no

equilíbrio osmótico bacteriano, com extravasamento de potássio e fósforo e

precipitação do citoplasma, com conseqüente morte da bactéria (Hidalgo e

Dominguez, 2001). Adicionalmente, a adesão deste agente antimicrobiano à

bactéria e às glicoproteínas salivares interfere na formação da película e na

adsorção bacteriana ao dente (Rolla e Melsen, 1975).

A atividade antimicrobiana da clorexidina, in vivo, em parte é

decorrente do seu efeito prolongado (substantividade), que é a propriedade de se

adsorver, reversivelmente, à mucosa bucal, película dentária, proteínas salivares e

hidroxiapatita (Rolla et al., 1971), sendo lentamente liberada na cavidade bucal

por até 24 horas (Gjermo et al., 1974). Quando utilizada topicamente, a

clorexidina é uma substância segura, com baixo potencial de toxicidade (Loe et

al., 1976; Fardal e Turnbull, 1986; Thylstrup e Fejerskov, 2001), não ocasionando

alterações nas bactérias nem induzindo a seleção de cepas mutantes resistentes

(Sreenivasan e Gaffar, 2002).

O uso prolongado da clorexidina pode ocasionar efeitos colaterais,

como pigmentação marrom-amarelada, alterações na sensação gustativa (Fardal e

Turnbull, 1986), sabor amargo e pigmentação da língua, entre outros (Fardal e

Turnbull, 1986; Thylstrup e Fejerskov, 2001). No presente estudo, não foram

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Discussão 57

observados casos de manchamento das placas de acrílico, mesmo após a

utilização do protocolo III (uso do gluconato de clorexidina a 0,12%, 2 vezes por

semana). Possivelmente, isso ocorreu em função da baixa concentração, da

pequena freqüência e do curto período de tempo de uso da clorexidina. Estudos

adicionais são necessários, a fim de avaliar se o uso desse protocolo, por longos

períodos, não ocasionaria manchamento na estrutura da placa de acrílico.

Microrganismos Gram-positivos são mais sensíveis à clorexidina que os

Gram-negativos (Hennessey, 1973; Thylstrup e Fejerskov, 2001), enquanto que os

estreptococos são mais sensíveis que os estafilococos (Hennessey, 1973). Como

relatado por Emilson (1977), Kara et al. (2006) e Featherstone (2006), os S.

mutans são altamente sensíveis à clorexidina, podendo esta ser usada para

reduzir a quantidade desses microrganismos na cavidade bucal (Maltz et al.,1981;

Amitha e Munshi, 1995; Menendez et al., 2005), ocasionando uma redução na

incidência de lesões de cárie (Bjerklin et al., 1983; Friedman et al., 1985;

Macpherson et al., 1990; Batoni et al., 2001; Glass, 2001, Auschill et al., 2005;

Lessa et al., 2007). De acordo com os resultados do presente estudo, observamos

que o gluconato de clorexidina a 0,12% apresentou eficácia de 46,6% no

Protocolo II e de 73,3% no Protocolo III, no controle da contaminação por

estreptococos do grupo mutans. Segundo Featherstone (2006), com o uso da

clorexidina as bactérias podem não ser eliminadas, mas sim reduzidas,

confirmando os resultados desse estudo.

Além disso, a eficácia do uso domiciliar da clorexidina pode ter seu

potencial subestimado, tendo em vista a necessidade da colaboração do paciente,

para obter o resultado esperado (Featherstone 2006). Essa afirmativa pode

explicar a observação, no presente estudo, de níveis incontáveis de estreptococos

do grupo mutans em 7 e em 4 aparelhos submetidos aos Protocolos II e III,

respectivamente, e a ocorrência de um número menor de colônias/biofilmes no

Protocolo I, em 2 casos (Tabela 3).

Diferentemente da metodologia empregada por Lessa et al. (2007),

onde os aparelhos ortodônticos foram borrifados com clorexidina pelo próprio

pesquisador, no presente trabalho os aparelhos foram borrifados pelos próprios

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Discussão 58

alunos voluntários, nos seus domicílios, simulando a situação da prática domiciliar

de desinfecção. Esse fato possivelmente explica as diferenças na eficácia da

clorexidina obtida por esses autores (35,3%), com as obtidas no presente estudo

(20% para o Protocolo II).

Ainda que a susceptibilidade individual de diversos microrganismos a

essa solução tenha sido comprovada por vários estudos (Emilson, 1977; Fardal e

Turnbull, 1986; Featherstone, 2006; Nelson-Filho et al., 2006), há dificuldades na

predição do efeito de agentes antimicrobianos sobre o biofilme dental (Emilson,

1977). Essa afirmativa pode também explicar os resultados do presente trabalho,

onde, em alguns casos, a contaminação dos aparelhos não foi proporcional á

freqüência de uso da clorexidina, ou seja, níveis mais elevados de estreptococos

do grupo mutans no protocolo III (2 casos) em comparação ao protocolo II, além

de casos em que os estreptococos permaneceram incontáveis no protocolo III (4

casos). Mais estudos sobre o consórcio microbiano do biofilme dental devem ser

realizados, já que o potencial metabólico de comunidades é maior do que o

individual. Nos estudos de Friedman et al. (1985) e Menendez et al. (2005) os

resultados também apontam para a falta de reprodutibilidade de estudos clínicos

com a clorexidina a 0,12%. No estudo de Menendez et al. (2005), houve uma

significante variabilidade de S. mutans no grupo que fez uso de clorexidina. No 7º

dia de uso da solução para bochecho a contaminação bucal foi menor que no 21º

dia. Já no grupo controle, o qual recebeu placebo, obteve maior contaminação no

7º dia, em relação ao 21º dia. Os autores atribuem que fatores não identificados

possam ter interferido, como mudanças na dieta e/ou variação na técnica de

higiene bucal.

Embora Lessa et al. (2007) tenham avaliado a eficácia de uma única

aplicação de clorexidina, pelo pesquisador, na desinfecção de aparelhos

ortodônticos, nenhum estudo avaliando a eficácia de protocolos domiciliares de

spray de clorexidina foi publicado com essa finalidade. Nesse estudo, o uso de

Periogard® aplicado uma única vez pelo próprio pesquisador sob a forma de spray,

atingiu nível de eficácia (35,34%) similar ao protocolo II do presente trabalho

(46,6%).

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Discussão 59

O estudo de Lessa et al. (2007) também demonstrou eficácia

antimicrobiana com a utilização dessa substância em aparelhos ortodônticos

removíveis, sob a forma de spray, havendo redução numérica de contagem de

colônias/biofilmes de estreptococos do grupo mutans em 100% dos casos, quando

comparados ao uso de água de torneira esterilizada.

Adicionalmente, a análise macro e microscópica das placas de acrílico

com cultura microbiana positiva, efetuada no presente estudo, permitiu evidenciar

a formação do biofilme bacteriano cariogênico, aderido a sua superfície após

microscopia eletrônica de varredura, como já relatado por Lessa et al. (2007).

Finalizando, a análise dos resultados obtidos no presente estudo nos

permitiu verificar que, embora o protocolo III tenha apresentado maior redução

numérica dos estreptococos do grupo mutans, os protocolos II e III foram

estatisticamente iguais entre si, podendo, assim, ambos serem indicados como

protocolos domiciliares de desinfecção. Deve ser ressaltado que enfocamos

basicamente os estreptococos do grupo mutans. Assim, é imprescindível que se

realize estudos, avaliando a contaminação dos aparelhos ortodônticos removíveis

por diferentes tipos de vírus, fungos e outras bactérias patogênicas.

Desta forma, deve-se promover uma maior divulgação sobre a maneira

adequada de higienizar e desinfectar os aparelhos ortodônticos removíveis, após

sua utilização, como um hábito de higiene pessoal rotineiro, entre alunos de

graduação e cirurgiões-dentistas, para que esses possam assimilar esses

conhecimentos e orientar seus pacientes.

Vale ressaltar que o impacto dessas medidas sobre a saúde bucal, a

longo prazo, permanece desconhecido, justificando, mais uma vez, a necessidade

de estudos adicionais.

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Conclusões 61

6 CONCLUSÕES

De acordo com as condições específicas desse trabalho, e tendo como base

os resultados deste estudo clínico randomizado (cultura microbiana e microscopia

eletrônica de varredura), pôde-se concluir que:

A superfície acrílica dos aparelhos ortodônticos removíveis tornaram-se

contaminadas por estreptococos do grupo mutans em 100% dos casos, após

1 semana de uso.

Conclui-se que a desinfecção dos aparelhos ortodônticos removíveis, com

spray de gluconato de clorexidina a 0,12%, uma ou duas vezes por semana,

apresentam eficácia na redução de contaminação da superfície de acrílico

por estreptococos do grupo mutans, in vivo.

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Referências

70

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Apêndices 72

APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO

Eu,..................................................................., CPF........................., aceito participar da pesquisa:

“Avaliação de protocolos clínicos para a desinfecção de aparelhos ortodônticos removíveis (Cultura microbiana e

MEV)”, conduzida pela pós-graduanda Iza Teixeira Alves Peixoto – Área de Odontopediatria da Faculdade de

Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, sob orientação da Profa. Dra. Mírian Aiko Nakane

Matsumoto.O propósito do estudo será estabelecer um protocolo de desinfecção para aparelhos ortodônticos

removíveis por meio da avaliação in vivo da contaminação desses aparelhos por estreptococos do grupo mutans e

a eficácia de diferentes protocolos de desinfecção com Periogard® sob a forma de spray, pelas técnicas de meio

de cultura microbiana e microscopia eletrônica de varredura. Estou ciente de que esta pesquisa é científica e

poderá ser publicada em jornais, revistas e/ou congressos científicos no país e no exterior, mantendo-se o sigilo.

Declaro que fui devidamente esclarecido(a), de forma oral e escrita que:

1)O estudo tem por objetivo estabelecer um protocolo de desinfecção para aparelhos ortodônticos removíveis.

2)A pesquisa não irá ocasionar nenhum prejuízo físico ou moral, e não causará desconforto ou risco;

3)Foi-me assegurado sigilo da minha privacidade.

4)Tenho plena liberdade de recusar-me a participar desta pesquisa, assim como tenho liberdade de retirar-me a

qualquer momento, sem penalização alguma e sem prejuízo do atendimento;

5)Os pesquisadores se comprometem a prestar assistência, caso ocorra algum problema relacionado à execução

da parte clínica do projeto (Pós-Graduanda Iza Teixeira Alves Peixoto - Av. do Café S/N - Departamento de Clínica

Infantil, Odontologia Preventiva e Social, FORP-USP, Telefones: 3602 3995 ou 3602-4115 e Profa. Dra. Mírian

Aiko Nakane Matsumoto – Av. do Café s/N - Departamento de Clínica Infantil, Odontologia Preventiva e Social,

FORP-USP, Telefone: 3602 3992).

- Não é previsto o pagamento de despesas ou indenizações, já que os procedimentos já descritos não

são agressivos à saúde física ou moral.

- Estou ciente de que esta pesquisa tem como responsável a Profa. Dra. Mírian Aiko Nakane Matsumoto

e a pós-graduanda Iza Teixeira Alves Peixoto. Assino este documento de livre e espontânea vontade, estando

ciente do seu conteúdo.

Ribeirão Preto, ___ de ____________ de 2006.

___________________________

Assinatura do aluno voluntário

___________________________________ ______________________

Profa. Dra. Mírian Aiko Nakane Matsumoto PG. Iza Teixeira Alves Peixoto

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Apêndices 73

APÊNDICE B – Resultados da análise estatística Tabela 5 – Comparação entre os Protocolos I, II e III, dois a dois, de acordo com o teste de Friedman.

Comparação dos Protocolos

Valor do teste Valor de p

Protocolos I e II 2,77 p = 0,0956

Protocolos I e III 7,36 p = 0,0067

Protocolos II e III 3,60 p = 0,00578

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Anexo 75

ANEXO A

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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AUTORIZAÇÃO PARA REPRODUÇÃO

Autorizo a reprodução e/ou divulgação total ou parcial

da presente obra, por qualquer meio convencional ou

eletrônico, desde que citada a fonte.

Iza Teixeira Alves Peixoto

Universidade de São Paulo Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto Departamento de Clínica Infantil, Odontologia Preventiva e Social Ribeirão Preto/Fevereiro de 2007 Avenida do Café s/n CEP 14040-904 e-mail: [email protected]

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