livro_patrimônio público, materiais e logística.pdf
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Referências
ABNT. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 5 p.
ABNT. NBR 6023: informação e documentação: elaboração: referências. Rio de Janeiro, 2002. 24 p.
ABNT. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. 6 p.
COMARELLA, Rafaela Lunardi. Educação superior a distância: evasão discente. Florianópolis, 2009. 125 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia e Gestão do Conhecimento) – Centro Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.
DAL MOLIN, Beatriz Helena et al. Mapa referencial para construção de material didático para o Programa e-Tec Brasil. Florianópolis: UFSC, 2008. 73 p.
SOBRENOME, Nome. Título do livro. Cidade: Editora, ano.
SOBRENOME, Nome. Título do artigo: complemento. Nome da Revista, Cidade, v. X, n. X, p. XX-XX, mês ano.
SOBRENOME, Nome. Título do trabalho publicado. In: NOME DO CONGRESSO. Número, ano, cidade onde se realizou o Congresso. Anais ou Proceedings ou Resumos... Local de publicação: Editora: data de publicação. Volume, se houver. Páginas inicial e final do trabalho.
AUTOR. Título. Informações complementares (Coordenação, desenvolvida por, apresenta..., quando houver etc...). Disponível em: <http://www...>. Acesso em: dia mês ano.
Patrimônio Público,Materiais e Logística
Mauro José Kummer
2011Curitiba-PR
PARANÁ
Catalogação na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - Paraná
© INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA - PARANÁ - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAEste Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil - e-Tec Brasil.
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
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Prof. Irineu Mario ColomboReitor
Profª. Mara Christina Vilas BoasChefe de Gabinete
Prof. Ezequiel WestphalPró-Reitoria de Ensino - PROENS
Prof. Gilmar José Ferreira dos SantosPró-Reitoria de Administração - PROAD
Prof. Paulo Tetuo YamamotoPró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação - PROEPI
Neide AlvesPró-Reitoria de Gestão de Pessoas e Assuntos Estudantis - PROGEPE
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Prof. José Carlos CiccarinoDiretor Geral de Educação a Distância
Prof. Ricardo HerreraDiretor de Planejamento e Administração EAD - IFPR
Profª Mércia Freire Rocha Cordeiro MachadoDiretora de Ensino, Pesquisa e Extensão EAD - IFPR
Profª Cristina Maria AyrozaCoordenadora Pedagógica de Educação a Distância
Mercia Denise Gomes Machado CarliniCoordenador do Curso
Adriana Valore de Sousa BelloFábio DeckerKarmel Louise Pombo SchultzKátia Ferreira Suelem Souza Santana de FreitasAssistência Pedagógica
Profª Ester dos Santos OliveiraProfª Linda Abou Rejeili de MarchiIdamara lobo DiasRevisão Editorial
Eduardo Artigas AntoniacomiDiagramação
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Apresentação e-Tec Brasil
Prezado estudante,
Bem-vindo ao e-Tec Brasil!
Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola Técnica
Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro 2007,
com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, na
modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre o
Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distância
(SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e
escolas técnicas estaduais e federais.
A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande
diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao
garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da
formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou
economicamente, dos grandes centros.
O e-Tec Brasil leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de
ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a
concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas
de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo
integrantes das redes públicas municipais e estaduais.
O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, seus
servidores técnicos e professores acreditam que uma educação profissional
qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz
de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com
autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social,
familiar, esportiva, política e ética.
Nós acreditamos em você!
Desejamos sucesso na sua formação profissional!
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Janeiro de 2010
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Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o
assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao
tema estudado.
Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão
utilizada no texto.
Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes
desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos,
filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em
diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa
realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado.
e-Tec Brasil
Sumário
Palavra do Professor-autor 11
Apresentação da Disciplina 13
Aula 1 – Recursos e patrimônio público 151.1 Recursos 15
1.2 Administração de Recursos Patrimoniais 17
Aula 2 – Gestão de materiais na área pública 212.1 A Gestão de Materiais na área Pública 21
2.2 Estoques 22
Aula 3 – Ética na gestão de materiais 253.1 Ética na Gestão de Materiais 25
Aula 4 – Ética nas negociações 314.1 Ética em compras 31
4.2 Sustentabilidade 32
4.3 Responsabilidade social 33
Aula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais 35
5.1 As influências sobre os gestores de Materiais 35
5.2 O que são insumos de produção? 36
5.3 Fatores impactantes nas reduções de preço na compra de produtos 36
Aula 6 – Gestão de compras 416.1 A estrutura organizacional 41
6.2 Fornecedores como fonte de informações 42
6.3 Modismos na gestão de materiais 43
Aula 7 – A evolução da gestão de materiais 457.1 Evolução do pensamento administrativo 45
7.2 O modelo burocrático proposto por Max Weber 46
7.3 A gestão pela qualidade 46
7.4 A gestão estratégica 47
7.5 Custos 47
Aula 8 – Estoques na área pública 498.1 Os diferentes tipos de armazéns e de estoques 49
8.2 Modelo de estoque 51
8.3 Estoques como valor para o beneficiário 53
Aula 9 – Estoques 559.1 O que são estoques? 55
9.2 Tempo, quantidades e controles 57
9.3 Formas de controle de itens em estoque 58
Aula 10 – Custos de estoques e dinâmica de estoques 6110.1 Custos associados aos estoques 61
10.2 Dinâmica dos estoques 63
Aula 11 – Logística e cadeia de suprimentos 6711.1 Logística 67
11.2 Mas o que é cadeia de suprimento? 69
Aula 12 – O renascimento da logística 7112.1 Renascimento da logística 71
12.2 A influência dos sistemas de qualidade na logística 72
12.3 A desregulamentação do setor logístico 73
Aula 13 – A competência logística e o trabalho da logística 7513.1 Competências e habilidades 75
13.2 A divisão do trabalho na logística 76
Aula 14 – Objetivos operacionais 7914.1 Objetivos operacionais X indicadores operacionais 79
e-Tec Brasil
Aula 15 – A incerteza na logística 8315.1 Modais 83
15.2 Incerteza nos processos logísticos 84
Aula 16 – Definição de nível de serviço 8716.1 Nível de serviço 87
16.2 Tipos de níveis de serviço 88
16.3 Aumento das expectativas dos beneficiários 89
Aula 17 – Serviço de atendimento básico e perfeito 9117.1 Percepções sobre serviços 91
17.2 Serviços básicos 92
17.3 Pedido perfeito 93
17.4 Serviço de valor agregado 94
Aula 18 – Gerenciamento de transportes 9518.1 Gerenciamento de transportes 95
18.2 Agências de regulamentação 96
18.3 Sistemas de informação para transportes 97
18.4 Restrições de tráfego 97
Aula 19 – Gerenciamento de depósitos 9919.1 Depósitos 99
19.2 Depósitos e o projeto de rede logístico 99
19.3 Características de armazenagem 100
19.4 Plano de estocagem 101
19.5 Localização 102
Aula 20 – Movimentação de materiais 10320.1 Movimentação de materiais 103
20.2 Ergonomia 103
20.3 Tecnologias de movimentação e manuseio 105
Referências 107
Atividades autoinstrutivas 111
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil11
Palavra do Professor-autor
Prezado aluno, este material de apoio para suas aulas foi desenvolvido com
muito cuidado. Por meio dele você encontrará informações relevantes e atu-
ais sobre as atividades relacionadas aos profissionais que trabalham com a
Gestão de Materiais, Patrimônio e Logística. Esta disciplina está articulada
com a disciplina de Ética, Finanças e Contabilidade. Apenas o texto não é
suficiente para esgotar assuntos tão importantes e cheios de nuances. Assim
incentivo-o a dar continuidade as suas aprendizagens, por meio de pesquisas
em sites e em diferentes materiais. A Formação em áreas associadas à tec-
nologia exige dedicação e interesse. Certamente você o terá. Bons estudos
e bom proveito.
Professor Mauro José Kummer
e-Tec Brasil13
Apresentação da Disciplina
A administração pública vem se modernizando rapidamente. Estudar admi-
nistração pública em suas diversas áreas se transformou em excelente opor-
tunidade de desenvolvimento. A formação técnica permite ao funcionário
público, apoiado em bases morais e éticas, modificar as realidades locais,
regionais e mesmo nacional. O uso de tecnologias associado às modernas
práticas de gestão rapidamente ganham espaço na realidade que transforma
as organizações públicas. A tendência é tornar as organizações mais desen-
volvidas, posto isto cabe ao administrador buscar novas formas em termos
de resultados para romper com o paradigma estabelecido. A chamada déca-
da da logística moderna se iniciou em 1980. Estamos vivendo um momento
de profundas mudanças. A questão fundamental da moderna logística é
a relação entre o tempo e o custo, o que se traduz pelo nível de serviço a
ser acordado aos beneficiários. A gestão de materiais está profundamente
atrelada a questão logística, tanto que é comum usá-la como sinônimo. É
preciso destacar que o processo de gestão de materiais permite economias
consideráveis às organizações. As mudanças decorrentes dos princípios qua-
litativos também transformaram a gestão de materiais de forma irreversível.
A administração patrimonial envolve a administração de recursos vultosos.
Além da questão financeira do custo dos materiais também é de interesse
que os mesmos sejam cuidados com atenção, pois um item de pequeno va-
lor de custo pode ser de grande preocupação do gestor público.
A logística embora seja vista como responsável pela movimentação dos ma-
teriais também é de interesse da realização das políticas públicas. Outra ca-
racterística importante da moderna logística é o fator tempo. A administra-
ção da logística está diretamente atrelada a esta questão. As três unidades
da disciplina estão interligadas. Quem cuida de patrimônio pode ter entre
suas atribuições a compra de bens. Quem administra materiais, pode ter
entre outras atividades o envio destes materiais para outros lugares assim
como zelar pelo seu retorno. Portanto, falar em Patrimônio, Administração
de Materiais e Logística remete a uma relação entre as áreas e como esta
relação pode ser mais bem aproveitada pelas organizações.
e-Tec Brasil15
Aula 1 – Recursos e patrimônio público
Prezado aluno, nessa aula você encontrará os primeiro termos relaciona-
dos à disciplina. Serão definidos termos, como: Despesa Pública, Patri-
mônio Público, Bens Públicos e recursos.
Objetivos da aula: Proporcionar os primeiros contatos com o tema Re-
cursos e Patrimônio Público
1.1 RecursosToda organização efetua processos de transformação. Objetos e pessoas são
continuamente transformados. Em Administração, a ação de transformar
chama-se processo e já foi sinônimo de produção (Gestão de Processos
Fabris). O termo Produção foi expandido e com o passar do tempo foram
incorporadas atividades relacionadas à área de serviços. O conceito passou
então a chamar-se de operações (Gestão da Produção e de Serviços). Assim
uma organização, seja qual for independente do que ela faça ou proporcio-
ne pode ser entendida sob a visão da Gestão de Operações.
Figura 1.1: Gestão de OperaçõesFonte: Elaborado pelo autor
O processo de transformar pode resultar em saídas tangíveis (produtos) ou
intangíveis (serviços).
Figura 1.2: Transformação de Recursos em Produtos e/ou ServiçosFonte: Elaborado pelo autor
Como nada se cria a partir do nada, para haver uma saída de um processo
deve necessariamente haver uma entrada (recurso). Em uma transformação
existem dois elementos relacionados à entrada de um processo, são eles
elementos a serem transformados e elementos transformadores. Os
elementos a serem transformados são chamados de recursos. São cinco os
tipos de recursos:
Figura 1.3: Tipos de RecursosFonte: Elaborado pelo autor
Então, vamos nos concentrar no estudo sobre recursos e aprofundar a ques-
tão sobre os denominados materiais e patrimoniais, muito embora todos
os tipos de recursos sejam importantes e estejam interligados vamos deixar
para vocês buscarem mais conhecimentos sobre os demais tipos de recursos
classificados como: Capital, Humanos e Tecnológicos.
Não existem recursos infinitos ou renováveis, ou seja, eles sempre são finitos,
portanto cabe à Administração buscar alternativas para mitigar o seu uso e
aproveitá-los melhor.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 16
1.2 Administração de Recursos PatrimoniaisA administração dos recursos patrimoniais trata da sequência de opera-
ções que vão desde a identificação dos fornecedores, passando pela compra
e recebimento do bem, para depois lidar com sua conservação, manutenção
e, quando for o caso, de sua alienação.
Bens são muitas vezes considerados como riqueza e, frequentemente, são
tratados como sinônimos para recursos. Uma ambulância (automóvel) é con-
siderada como um bem (móvel), mas seu uso é tratado como recurso para se
atingir um fim (saúde pública).
Figura 1.4: Ambulância SAMUFonte: http://www.es.gov.br
1.2.1 O que é despesa pública?São gastos fixados em lei orçamentária ou em leis especiais destinadas a execução
de serviços públicos e dos aumentos patrimoniais. São divididas em dois grupos,
a saber: Despesa Orçamentária e Despesa Extra-orçamentária. Despesa
orçamentária é aquela que depende de autorização legislativa e é fixada no
orçamento público. Despesa extra-orçamentária é aquela paga à margem da lei
orçamentária, não depende de autorização legislativa, mas depende de receitas
extra-orçamentárias.Figura 1.5: Gastos PúblicosFonte:www.shutterstock.com
e-Tec BrasilAula 1 – Recursos e patrimônio público 17
1.2.2 O que é Patrimônio Público?Corresponde ao conjunto de bens, direitos e obrigações avaliáveis em moeda
corrente, das entidades que compõem a Administração Pública. O Código
Civil Brasileiro, em seu artigo 65, determina que “são públicos os bens de
domínio nacional pertencentes à União, aos Estados, ou aos Municípios”.
Todos os outros são particulares, seja qual for à pessoa a quem pertencem.
Os bens públicos são:
De uso comum do povo como mares, rios, estradas, ruas e praças.
Figura 1.6: Patrimônio de uso comumFonte: www.shutterstock.com
De uso especial como edifícios ou terrenos aplicados a serviço ou
estabelecimentos federais, estaduais ou municipais.
Aproveite e faça uma visita virtual ao palácio Iguaçu,
sede do governo do Estado do Paraná, no
link: http://www.casacivil.pr.gov.br/ipix/vis_index.php.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 18
Dominicais, isto é que constituem o patrimônio da União, dos Estados, ou
dos Municípios, como objeto de direito pessoal, ou real de cada uma dessas
entidades. (artigo 66). Bens Dominicais: constituem o patrimônio público, e
são considerados para efeito de escrituração e de registro contábil.
Bens Patrimoniais são recursos das organizações.
1.2.3 O que é Patrimônio?Patrimônio pode ser conceituado como um conjunto de bens, valores, direi-
tos e obrigações de uma pessoa ou organização seja ela pública ou privada.
Administrar o patrimônio significa gerir direitos e obrigações.
Bens patrimoniais podem ser entendidos como instalações, prédios, terrenos,
equipamentos e veículos das organizações.
ResumoNessa aula você aprendeu o que são recursos organizacionais, estudou o
conceito ampliado de operações, iniciou a compreensão sobre a importância
da administração patrimonial, estabeleceu uma associação entre recursos e
despesa pública e o que é patrimônio público.
Atividades de aprendizagem• Pesquise sobre como é elaborado o orçamento público em seu município
e se isto não for possível pesquise como é feito no seu lugar de trabalho.
e-Tec BrasilAula 1 – Recursos e patrimônio público 19
e-Tec Brasil21
Aula 2 – Gestão de materiais na área pública
Nesta aula você conhecerá um pouco mais sobre o que é Gestão de Ma-
teriais e o que são estoques.
Objetivos da aula: Estudar e aprender sobre a Gestão de Materiais na
área Pública e sobre os estoques.
2.1 A Gestão de Materiais na área PúblicaVamos relacionar estes processos de Gestão de materiais às suas causas ge-
radoras, representadas pelo desequilíbrio que existe entre a necessidade de consumo e a necessidade de fornecimento.
A Gestão de materiais é a etapa seguinte a da adjudicação da licitação. O
combate ao desperdício, amplamente defendido pela população brasileira, a
globalização da economia, a diminuição das barreiras comerciais são fatores
impulsionadores da chamada “compra correta”.
Compra correta é um conceito complexo que envolve quantidade, qualidade, custos e prazos.
O conceito de compra correta terá um significado mais claro ao decorrer
dos estudos nas próximas aulas. Para iniciarmos a defesa das razões e da
importância da gestão de materiais para as organizações públicas, vamos
recorrer ao exemplo simples representado pela caixa de água. Em uma caixa
d’água existe uma entrada (a fonte de suprimento). A entrada de água pode
se apresentar de forma variável, como nas nossas residências, em algumas
horas do dia a água está disponível e em outras pode ocorrer à falta em
determinados períodos (curtos ou longos) ou mesmo a interrupção total dos
serviços. Isto representa a chamada imprevisibilidade e o fator de risco do abastecimento. Como imprevisibilidade, teremos todos os fatores in-
ternos e externos que contribuirão negativamente para que ocorra falta de
itens em estoque. O risco está associado à imprevisibilidade e é objeto de
preocupação dos gestores. Ações para minimização de riscos fazem parte
das tarefas dos gestores. A imprevisibilidade e o risco são motivos da exis-
tência da caixa de água. Se existisse contínuo abastecimento de água, na
quantidade necessária, não haveria necessidade da caixa d’água, certo?
Adjudicação s.f. Direito Ato, judicial ou administrativo, que dá a alguém a posse de determinados bens. Atribuição do objeto adjudicado ao adjudicatário.
Analisando o tamanho do orçamento da estrutura pública como uma orga-
nização, pode-se ter uma ideia da dimensão da importância que a gestão
de materiais tem, seus efeitos internos sobre a organização estatal, seus
beneficiários assim como seus efeitos sobre seus fornecedores e a socieda-
de. Quando o governo estabelece um processo de compras ocorre intensa
mobilização na economia, pois os valores envolvidos são muitas vezes signi-
ficativamente elevados e em grandes quantidades.
Entender a dinâmica das compras (além do processo de licitação), posiciona-
ram-se a frente das situações emergenciais, ter estoques para poder fazer a
máquina pública continuar em movimento, tudo isto dentro de um padrão
ético e sob constante vigilância formam o conjunto de desafios da gestão de
materiais na administração pública.
Figura 2.1: Atendimento médicoFonte:www.shutterstock.com
2.2 EstoquesTodas as organizações têm estoques e que de acordo com as políticas públicas e dos modelos de gestão praticados, estes estoques poderão ser
maiores ou menores. É importante diferenciar estoques de armazenagem.
Quando falamos em estoques nos referimos a coisas tangíveis, ou seja, ao
dinheiro público armazenado sobre a forma de produtos. Armazém se refere
à estrutura física e operacional para conter, proteger, manter e disponibi-
lizar estes estoques. Armazenagem é o ato de guardar coisas em armazéns.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 22
Figura 2.2: EstoqueFonte:www.shutterstock.com
O armazém, assim como as pessoas que nele trabalham, normalmente não
é percebido no dia a dia das organizações públicas. São consideradas estru-
turas de apoio para atividades meio e não atividades fim. Essas represen-
tam as pessoas e equipamentos que estão por trás das paredes realizando
um serviço importante, mas longe dos olhos dos demais.
ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão do
Patrimônio Público e algumas de suas implicações. Além disso, você teve
contato com o elemento de ligação desta aula com a próxima, que vai apro-
fundar o tema sobre materiais. Lembre-se que os temas são relacionados,
quem cuida do patrimônio acaba se envolvendo com a administração de
materiais.
Atividades de aprendizagem• Aproveite e pesquise onde se localiza o armazém que abastece o seu
local de trabalho. Descubra também quem são as pessoas que lá traba-
lham. Isto é importante, pois você fará um estudo deste lugar e sobre as
atividades destas pessoas. Anote!
e-Tec BrasilAula 2 – Gestão de materiais na área pública 23
e-Tec Brasil25
Aula 3 – Ética na gestão de materiais
Nesta aula você estudará a relação entre a ética e a gestão de materiais
e a formulação de códigos de ética.
Objetivos da aula: Compreender a relação da ética envolvida na questão
da gestão de materiais e a aplicação de um código de ética pública.
3.1 Ética na Gestão de MateriaisAntes de entrarmos na parte técnica do assunto de Gestão de Materiais,
Patrimônio Público e Logística é preciso estudar a questão da ética e da
moral em Gestão de Materiais. A gestão de materiais e bens patrimoniais
necessariamente passa pela compra, armazenagem e destinação de produ-
tos e serviços. Assim é preciso conceituar alguns termos para evitar má inter-
pretação. Primeiramente volte nos seus estudos e reveja a parte já estudada
sobre ética. O ponto de partida é que existe certa confusão entre o que vem
a ser moral e o que vem a ser ética. Vamos rever as definições que você já
aprendeu, mas agora com ênfase em Gestão de Patrimônio:
Definição de Moral: você poderá pesquisar e comprovar que existem
diversas definições para o termo, uma delas, segundo o Moderno Dicio-
nário da Língua Portuguesa é: “Parte da filosofia que trata dos atos hu-
manos, dos bons costumes e deveres do homem em sociedade e perante
os de sua classe” (MICHAELIS, 1998).
Definição de Ética: Da mesma forma que para moral, existem diversas
definições para ética. Novamente do dicionário vamos buscar “Parte da
filosofia que estuda os valores morais e princípios ideais de conduta hu-
mana”. (MICHAELIS,1998)
De certa forma a moral está fora do homem e a ética dentro do homem, ou
seja cada um de nós sabe extamante o que é certo e o que é errado. Isto está
dentro de nós, portanto é ética. Outra forma de ver a questão é aceitar a
ética como o julgamento da moral. A moral é do grupo, dos outros, você e
eu como indivíduos podemos querer fazer parte de um grupo, ou seja moral
é um conjunto de atos e pensamentos, praticados e aceitos por determinado
grupo de pessoas, portanto como existem diversos grupos, existem diversas
morais, mas a ética é apenas nossa, portanto é única.
3.1.1 Aética e antiética: o que significam? Aética é uma palavra formada pelo sufixo “a” mais a palavra ética. O “a”
significa a não existência de discussão e da necessária compreensão para
determinada situação, é como se o campo do conhecimento ainda não ti-
vesse sido suficientemente estudado e discutido e portanto não alcançado
uma clarificação, limite no qual não existe uma opinião formada sobre algo.
Antiética, da mesma forma é uma palavra formada pelo sufixo “anti” e a
palavra ética. Neste caso “anti” significa a negação de algo, ou seja a nega-
ção da ética. É assim que se descreve um comportamento contrário ao que
a ética afirma ser o certo.
Uma outra maneira de se ver a relação entre moral e ética é que a ética é o julgamento da moral.
Bom, então por que se estuda ética em administração de materiais?
Esta é uma resposta simples e ao mesmo tempo complexa. Uma delas é
porque os profissionais de compras trabalham com a saída de dinheiro
das instituições e por esta razão são alvo de pessoas inescrupulosas, que
querem amealhar parte do dinheiro público de forma ilícita. A outra é transcendente, justifica-se pela nossa imperfeição como criatura e a nossa
continua busca por sermos melhores.
Não basta ser ético e honesto, é essencial parecer como tal.
Você já deve ter aprendido que o desvio do dinheiro se dá tanto pela saída
do caixa, por meio dos pagamentos efetuados, mas há outra forma de se
desviar dinheiro das instituições públicas se dá pela entrada de dinheiro, ou
seja, pela arrecadação.
Outra questão que envolve a ética se dá sobre o comportamento de
funcionários públicos inescrupulosos que criam dificuldades operacionais aos
beneficiários (clientes) e fornecedores e exigem benesses em contrapartida.
Está é a chamada disfunção maxweberiana (Max Weber).
Transcendental adj. Filosofia. Que pertence
à razão pura, a priori, anteriormente a qualquer
experiência, e que constitui uma condição prévia dessa experiência: segundo Kant,
o espaço e o tempo são dois conceitos transcendentais.
Pesquise as chamadas disfunções da burocracia apontadas por
Max Weber no livro: “Introdução a Administração” de Antonio
Cesar Amaru Maximiniano.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 26
A legislação pública se vale de dispositivos legais, que punem os funcionários que agem de má fé contra a gestão dos recursos pú-blicos.ética é o julgamento da moral.
3.2 Código de ética em compras
É importante que as empresas públicas além das questões legais pertinentes,
desenvolvam um código de ética no intuito de estabelecer um conjunto
de procedimentos a serem observados e seguidos pelos negociadores
profissionais e que leve em consideração, entre outros, os seguintes temas:
a) Integridade pessoal dentro e fora da organização;
b) Competência pessoal;
c) Cumprimento das legislações que afetam os negócios;
d) Conflito de interesses;
e) Manifestações de hospitalidade e presentes;
f) Confidencialidade de informações empresariais;
g) Comportamento nas negociações;
h) Sustentatbilidade;
i) Responsabilidade social.
As organizações devem criar seus códigos de ética tanto para a área de compras, quanto para a área de entrega (vendas) de pro-dutos e serviços.
3.2.1 O que é conflito de interesses? É desejável que o funcionário tenha em sua pasta funcional uma declaração
assinada sobre a aceitação das consequências de seus atos e sobre atividades
que não possam ser desenvolvidas durante o exercício de sua função que
deva ser seguido, sob pena de demissão por justa causa. Por exemplo, um
comprador de órgão público não pode ser sócio de empresa privada que
venda produtos e serviços ao governo, pior ainda se a venda for feita para
o próprio setor no qual o funcionário é o comprador. Cabe ao negociador
perceber que seus interesses pessoais poderão conflitar ou possam ser vistos
Analise o código de ética do Conselho Brasileiro dos Executivos de Compras, para tanto visite o site http://www.cbec.org.br você poderia aplicá-lo em sua organização?
e-Tec BrasilAula 3 – Ética na gestão de materiais 27
como passíveis de afetar sua imparcialidade no julgamento dos processos,
no decorrer da atividade negocial, ele deve informar sua supervisão para que
esta julgue sobre o eventual conflito de interesses.
O comprador não pode ter conflitos de interesse com a organização
3.2.2 O que são manifestações de hospitalidade e presentes?
Fornecedores podem usar, intencionalmente e com frequência, de técnicas
para agradar aos clientes. Isto pode ser feito de diversas maneiras. Um sim-
ples “brinde” como uma caneta, uma agenda, ou mesmo uma refeição ou
ainda viagens com hospedagens e diárias pagas. As organizações devem
explicitar o que é permitido ao funcionário público e o que não é.
Discuta com seus colegas sobre as diferenças de percepção sobre o valor
que uma pessoa atribui a um presente serem totalmente diferentes daqueles
percebidos por outra pessoa. Ou seja, a mesma ética aplicada em compras
deve ser seguida em vendas (ou entrega dos produtos e serviços). Lembre-se
que existem organizações públicas que vendem produtos e serviços.
Nas manifestações de hospitalidade como convites para “almoços de negó-
cio”, a boa prática é que o comprador pague suas despesas normalmente,
não aceitando que os fornecedores as paguem.
Em caso de eventos como feiras, simpósios, congressos e atividades similares
proporcionadas por fornecedores e que normalmente são realizadas para
lançamento de produtos, a frequência, dimensão e facilidades colocadas
para o convidado devem ser observadas com cuidado para que não sejam
excessivas e venham a exercer impacto na cooptação do comprador pelo
excessos de “bondades”.
O servidor público deve cuidar para não aceitar brindes que comprometam sua capacidade de discernimento
3.2.3 O que é a confidencialidade de informações empresariais?
O tema da confidencialidade de informações pode ser visto sob dois ângu-
los diferentes; um relativa às informações internas da organização pública
e outro relativo a dos fornecedores com os quais desenvolve os contatos
comerciais.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 28
Informações da organização pública: Por sua atuação profissional, o compra-
dor participa dos processos de discussão internos e toma conhecimento de
dados de sua organização e, alguns, particularmente de grande necessidade
de sigilo.
Nas relações e contratações com os fornecedores, o comprador deve ater-se
ao estrito limite do uso das informações relativas aos produtos e serviços,
objetos da negociação e, caso seja necessário o fornecimento de informa-
ções consideradas sigilosas aos fornecedores; deve obter dos mesmos, por
escrito, mediante contrato de confidencialidade, declaração ou declarações
de manutenção do sigilo sobre as mesmas.
A organização e o fornecedor quando necessário devem estabelecer contratos de confidencialidade de informações para evitar transtornos e possíveis processos jurídicos.
Os compradores das organizações públicas devem deixar claro em seus con-
tratos com fornecedores que estes não poderão, salvo após autorização es-
crita e expressa, utilizar em suas peças promocionais o nome ou marcas da
empresa contratante.
3.2.4 O que são informações dos fornecedores? O comprador toma conhecimento de informações de seus fornecedores so-
bre preços, capacidades, condições comerciais, aspectos societários e cadas-
trais, etc. Tais informações devem ser utilizadas exclusivamente para o pro-
cesso negocial com seu fornecedor, não devendo nunca ser divulgadas para
terceiras partes, não importando se para obter vantagens em negociações
com terceiros ou não.
Um cuidado especial ocorre nos processos licitatórios nos quais são abertas
as propostas comerciais, dos diversos pretensos fornecedores de produtos e
serviços. Neste momento é permitido a apresentação de recursos de parte de
fornecedores, contra outros fornecedores concorrentes, por entender haver
prejuízo na disputa.
ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre as relações
entre a ética e a gestão de compras de materiais e de patrimônio público
e algumas de suas implicações. Lembre-se que quem cuida de patrimônio
acaba se envolvendo com a administração de materiais e com as compras.
e-Tec BrasilAula 3 – Ética na gestão de materiais 29
Atividades de aprendizagem• Para ser um bom profissional você precisará desenvolver a linguagem
técnica pertinente. Aproveite e pesquise em livros ou em sites confiáveis
definições para: superfaturamento e subfaturamento.
Anotações
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 30
e-Tec Brasil31
Aula 4 – Ética nas negociações
Nesta aula você fará um aprofundamento na questão da ética relacio-
nada com as compras públicas, estudará a emergente preocupação das
compras com a sustentabilidade e com a responsabilidade social.
Objetivos da aula: Estabelecer a relação entre a ética e a atividade de compras
públicas sob uma nova óptica sustentável e socialmente responsável.
4.1 Ética em comprasComo vocês já puderam verificar na aula anterior é mais do que justificado
o estudo da ética na administração de materiais. Como a área de materiais
é bastante ampla, vamos aprofundar um pouco mais a questão e explorar o
julgamento ético nas negociações.
Durante uma negociação existem vários aspectos a serem observados. For-
necedores concorrentes poderão usar de todos os tipos de instrumentos e
informações que obtenham para tentar alcançar os melhores resultados em
uma negociação, inclusive transgredindo o limite ético. A Lei 8.666 é um
claro exemplo do cuidado da coisa pública com esta questão, pois estabelece
uma série de cuidados.
Do lado do comprador o mesmo pode exagerar sobre volumes de compras
para com isso tentar obter preços menores. Isto não é barganha. Esta é uma
atitude desonesta para com seu fornecedor. O fornecedor estará se basean-
do em uma possível promessa de compra, que no futuro não se realizará e
então, posteriormente deixará de confiar em suas informações.
Outro cuidado é o de não deixar de mencionar aspectos do projeto ou dos
produtos e serviços, que no futuro impactarão os custos adicionais ou em
nível de serviço adicional por parte do fornecedor. Trata-se de potencializar
futuros conflitos pela não informação de um fato relevante. A omissão deli-
berada também é um atentado contra a ética.
Outro aspecto a se observar é a prática de negociar com o ganhador de
uma concorrência. Negociar com segundos ou terceiros colocados é atitude
que depõe contra a imagem do comprador e da empresa, gerando sempre
desconfiança por parte dos fornecedores, pela falta de respeito com suas
propostas.
Considera-se que as negociações de itens de consumo frequente devem ser
feitas com a intenção de manter contratos de fornecimento por períodos o
mais longos possíveis, procurando formar parcerias, mantendo sempre o cui-
dado de auditar periodicamente se as condições de fornecimento se mantém
competitivas. Tais negociações devem ser conduzidas dentro dos princípios
“ganha-ganha”, assegurando o equilíbrio financeiro dos contratos para
ambas as partes. Afinal, ninguém quer acabar com um bom fornecedor.
Negociações envolvendo itens de consumo esporádico não necessitam ser
realizadas dentro do princípio da busca por parceria. Tais contratações devem
ser realizadas buscando-se o preço mais favorável para o comprador, dentro
das especificações. Neste tipo de aquisição o conceito “ganha-ganha” não
se aplica ao processo de negociação.
A reciprocidade nos negócios que limitar a competitividade e a própria atu-
ação do profissional de compras deve ser evitada. Em sendo a reciprocidade
o resultado de orientação superior, esta condição deverá ser documentada
no processo de compra.
Os profissionais de compras estão em permanente contato com fornece-
dores, por meio de visitas ou de reuniões de apresentações técnicas, como
forma de se manterem atualizados com o mercado ou no desempenho de
suas atribuições normais. Estes contatos deverão ser realizados sempre com
a participação mínima de dois funcionários da organização da qual são fun-
cionários.
4.2 Sustentabilidade Não se pode mais deixar de considerar como um problema ético a preocu-
pação com os aspectos que envolvem nossas atitudes em relação ao meio ambiente. A meta é produzir com mais valor e menos impacto ambiental!
Mas o que é sustentabilidade? A questão da sustentabilidade é um concei-
to recente para os gestores brasileiros. As escolhas feitas na década de 1950
implicaram em ações desenvolvementistas. Até 1980 desenvolvimento era
sinônimo de poluição. Sendo a poluição o preço a ser pago para atingirmos
o desenvolvimento. Desenvolvimento significava riqueza. Precisávamos ser
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 32
um país rico. Em 1972, em Estocolmo, ocorreu a primeira grande conferên-
cia para discutir sobre os rumos que os governos estavam imprimindo ao
planeta. Em 1992 na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente,
a chamada Rio 92, houve forte mobilização para se incluir nas agendas dos
paises ações concretas quanto ao meio ambiente.
Existem diversas leis brasileiras recentemente publicadas sobre o tema e que
ainda não são de amplo conhecimento. Esta é uma nova preocupação para
os profissionais de compras, que devem estar atentos para que seus forne-
cedores tenham processos produtivos que:
• Reduzam a intensidade no uso de materiais;
• Reduzam a intensidade no uso de energias;
• Reduzam a dispersão de substâncias tóxicas;
• Aumentem a reciclabilidade e reusabilidade dos componentes e mesmo
dos produtos finais;
• Otimizem o uso de materiais não renováveis;
• Prolonguem o ciclo de vida dos produtos;
• Aumentem a intensidade de serviços prestados pelo produto.
4.3 Responsabilidade social Na atividade de compras, profissionais da área têm grande influência em fazer
com que seus fornecedores adotem posturas de responsabilidade social importantes.
Ao elaborar contratos de fornecimento com seus fornecedores, devemos
deixar claro que não são tolerados:
• Que os fornecedores contratem funcionários abaixo dos limites de idade
ou sujeitos a trabalhos inadequados a sua idade, como estabelecidos
pela legislação do país;
• Que os fornecedores mantenham seus funcionários em situações de bai-
xo nível de segurança, higiene ou em condições de restrição de liberdade;
e-Tec BrasilAula 4 – Ética nas negociações 33
• Que os fornecedores pratiquem discriminação na contratação de seu
pessoal, como de sexo, raça, religião, opção sexual, idade, convicção fi-
losófica, estado civil, deficiências físicas etc.
Os critérios de compras devem ser compatibilizados e de conhecimentos de todos os funcionários.
O problema ético de compras não se restringe aos compradores, mas tam-
bém aos funcionários das áreas técnicas, que normalmente especificam
um bem ou serviço a ser comprado. É normal encontrarmos especificações
tão detalhadas, e muitas vezes mandatórias, que praticamente restringem o
fornecedor a uma única empresa.
Em licitações isto é chamado de licitação dirigida ou viciada. E o comprador,
nesse caso, o que pode fazer? Cabe à gerência e à alta direção da organização
ficarem atentas a todos esses aspectos, questionando sempre a validade das
especificações e a sua justificativa e em se comprovando tal prática suspender
a licitação e emitir novo edital.
Os temas sustentabilidade e responsabilidade social são novos para os atuais
gestores, formados ainda dentro do paradigma desenvolvimentista que não
conhecem amplamente suas implicações. Ainda demorará algum tempo até
que os novos gestores, conhecedores destas questões, possam imprimir um
modelo de gestão mais adequado.
ResumoNesta terceira aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo da ética em
compras e sustentabilidade e da responsabilidade social associadas às compras.
Atividades de aprendizagem• Pesquise em livros ou em sites confiáveis duas definições sobre o signifi-
cado da palavra meio ambiente.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 34
e-Tec Brasil35
Aula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais
Nesta aula você encontrará esclarecimentos sobre as influências que
existem sobre os gestores para a obtenção de materiais; encontrará os
fatores presentes na composição de preços dos produtos e também de
que alternativas os fornecedores dispõe para reduzir os seus preços.
Objetivos da aula: fornecer informações para os gestores poderem
negociar com seus fornecedores melhores preços.
5.1 As influências sobre os gestores de Materiais
Nem sempre é fácil gerir o setor responsável pelos materiais, pois cada vez
mais os beneficiários dos serviços públicos se tornam exigentes, querem
produtos e serviços superiores, tempos reduzidos de entregas e inovações.
Os produtos mudam por que existe uma pressão para que o ciclo de vida
seja encurtado constantemente e contínuamente. Esta pressão é causa das
substituições frequentes de equipamentos a título de subjetivismos (carroça)
de desempenho superiores aos necessários (avião) e modismos. Isto significa
que se os custos na administração pública estão em patamares contínuos de
crescimento, a sua margem para outras despesas tenderá a diminuir, cau-
sando a asfixias dos serviços públicos. Para fugir desta situação é preciso
diminuir os custos de compras dos bens continuamente.
Custo fixo mata!
Você deve saber que na composição de custos em bens manufaturados as
matérias-primas podem variar entre 20% e 80% do custo final do produ-
to. Fica evidente que quaisquer ganhos nos processos de compras públicas
podem trazer resultados expressivos para a organização. Autores defendem
que o peso dos insumos de produção em média corresponde a 50% do
custo dos produtos manufaturados. Ou seja, os outros 50% correspondem
aos encargos e custos da mão de obra a grosso modo.
5.2 O que são insumos de produção?São considerados insumos de produção, materiais a serem consumidos
no ato de transformação de um produto. Podem ser dividios em materiais auxiliares e matéria-prima.
Materiais auxiliares são aqueles que apenas permitem que o processo acon-
teça tais como material de limpeza ou de lubrificação e os materiais dire-
tamente aplicados, ou seja, aqueles que vão com o produto, por exemplo,
uma mesa. Materiais auxiliares estão conectados as atividades meio das or-
ganizações.
Matéria-prima é aquela consumida no processo de transformação e é perce-
bida no produto final. Está ligada a atividade final da organização.
O peso dos insumos produtivos pode ter um impacto muito significativo no custo final dos produtos, o que deve ser repassado aos seus clientes compradores, no caso os orgãos públicos.
5.3 Fatores impactantes nas reduções de preço na compra de produtos
O comprador de um produto na verdade compra o preço e não o custo do
produto. Isto está bem claro nos processos licitatórios. Porém o que está por
trás da redução de preços? Para formar o preço de um produto os fornece-
dores utilizam vários modelos. Não vamos discutir as formas de precificação
de produtos e serviços.
Se considerarmos que no preço estão inseridas quatro partes principais já
mencionadas, o custo das matérias primas, custos da mão de obra, os im-
postos e o lucro e que destas quatro partes, duas são possíveis de se traba-
lhar, o lucro e os custos das matérias primas, pois não é possível alterar os
impostos e nem reduzir o salário dos trabalhadores. O fornecedor tem então
duas alternativas para concorrer e ter chances de fornecer. Uma é abrir mão
do lucro esperado e a outra é trabalhar nos componentes dos custos da
matéria-prima. A alternativa de reduzir o lucro do fornecedor é limitada. As
empresas fornecedoras precisam realizar o lucro para poderem sobreviver.
Uma organização que não produz lucros não tem como re-investir na produção de novos produtos
Estudar sobre as diferentes formas de precificar produtos
e serviços que as organizações fornecedoras utilizam. Uma boa referência está no livro
“Vantagem Competitiva” escrito por Michael Porter, editora
Campus, 2004.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 36
O lucro é uma espécie de garantia de um futuro para as organizações. Como
todo empreendedor tem uma relação pessoal com seu empreendimento ele
aceitará negociar a redução do lucro até certo limite. A partir deste limite
ele abandonará a negociação. Isto é ruim para a barganha. Resta então ao
fornecedor trabalhar para reduzir os custos das matérias primas. Esta não
é uma tarefa para amadores. Alterar processos produtivos para poder usar
novas matérias primas para produzir produtos e serviços a custos menores
exige muito conhecimento técnico.
Quando um edital de compras não é suficientemente claro, maus gestores
poderão usar esta oportunidade para aumentar o seu lucro ao invés de pro-
duzir de forma mais econômica. Bons gestores poderão alterar a composição
de seus produtos e serviços, mantendo a qualidade exigida e praticando
preços menores. Este é o caminho a ser trilhado. Vamos compreender como
isto funciona?
Considere que na compra de um bem para a Administração Pública a com-
posição de preço do produto, na figura 5.2 a margem de lucro é de 10% e
que as matérias-primas tem impacto de 60% do valor total.
Vamos considerar que, você atue como comprador público, e precisa de
uma redução de preços totais do produto objeto da compra da ordem de
5% (figura 5.1).
O seu fornecedor pode diminuir o preço concedendo 5% de desconto, mas
para isto ele precisa de redução dos custos da matéria-prima por ele empregada.
Figura 5.1: Redução de preçosFonte: Elaborado pelo autor
e-Tec BrasilAula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais 37
Portanto é necessário que a matéria prima seja alterada ou substituida e
que o peso da mesma no preço seja reduzido dos atuais 60% para 55%.
Isto significa que o fornecedor precisa alterar o seu produto para obter uma
redução 5/60 = 8,33%, desta forma ficam mantidas as demais condições.
Perceba que quanto maior a composição da matéria prima na formação dos
custos, mais fácil é a redução, sem implicar em outras questões.
Figura 5.2: Composição de preço de um produtoFonte: Elaborado pelo autor
Vamos analisar a mesma questão, mas agora considerando que não é pos-
sível alterar o custo da matéria prima. Neste caso resta ao fornecedor optar
por demitir trabalhadores. Se o objetivo é obter os mesmos 5% de redução
no preço, considerando que os impostos e o lucro são de 10% e a mão de
obra corresponde a 20%, para se obter os 5% o peso da mão de obra na
composição final do preço deveria passar de 20% para 15%. Isto significa
uma redução de ¼ ou 25%. Um fornecedor terá muita dificuldade em fazer
um corte desta magnitude. No caso de negociações se o fornecedor se uti-
lizar, como forma de pressão, ameaças de demissão de trabalhadores você
saberá que não é tão fácil assim de se fazer e poderá contestar o blefe!
Para produtos com alta contribuição de custos da matéria prima na forma-
ção do preço, as reduções de pessoal precisam ser muito significaticas para
poder provocar algum efeito perceptível, isto pode ser observado em produ-
tos que agregam alta tecnologia e empregam pouca mão de obra.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 38
É muito mais fácil obter reduções de custo na obtenção da matéria prima do que mexer com o custo da mão de obra.
A obtenção de reduções de custo nos preços dos insumos significa transferir
ao seu fornecedor o ônus da produtividade. Não se deve estabelecer com
o fornecedor uma relação de desconfiança; a moderna gestão de materiais
defende uma relação entre governo e fornecedor que não se baseie no pres-
suposto de que alguém tem de perder para que alguém ganhe. É preciso
criar e construir uma nova relação entre governo e fornecedores.
ResumoNesta aula você encontrou esclarecimentos sobre as influências que existem
na composição de preços e também de que alternativas os fornecedores
dispõe para reduzir os seus preços.
Atividades de aprendizagem• Pesquise o significado de Mark up e qual é a função deste conceito. Cite
um exemplo de Mark up.
e-Tec BrasilAula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais 39
e-Tec Brasil41
Aula 6 – Gestão de compras
Nesta aula você encontrará aspectos ligados a Gestão de Materiais e
algumas preocupações dos gestores e funcionários desta área.
Objetivos da aula: estudar e compreender a estrutura organizacional
da área de gestão de materiais (compras), o papel dos fornecedores
como fonte de informações e dos modismos administrativos aplicados
na gestão de materiais.
6.1 A estrutura organizacionalA estrutura das organizações pode ser interpretada como uma extensão físi-
ca do pensamento do gestor que se manifesta fisicamente por uma relação
de poderes e atribuições. Pessoas são colocadas para trabalhar juntas por
diversos motivos. A representação física das relações de poder e de depen-
dência entre estas pessoas é chamada de organograma. Nas organizações
públicas encontramos formas diferentes de nomear os departamentos res-
ponsáveis pelas atividades de compras e de gestão de materiais, tais como
departamento de compras, engenharia de compras, central de compras,
gestão de materiais, departamento de logística e por aí afora. Estas diferen-
tes formas de nomear representam a diversidade do pensamento adminis-
trativo (teorias da administração).
Figura 6.1: TrabalhoFonte: www.shutterstock.com
Vamos simplificar a questão e chamar simplesmente de gestão de compras. A
gestão de compras pode ser descrita, de forma simples, como sendo a interface
entre a unidade pública e seus fornecedores, para obter informações, produtos
e serviços. Esta definição coloca a função compras como atividade meio e não
como atividade fim. Isto pode desagradar profissionais da área que gostariam
de ver o seu departamento como o mais importante da organização pública.
A organização pública deve ser vista como um sistema, onde não existe nenhum departamento mais importante do que o outro.
Uma primeira atividade da gestão de compras é de estabelecer os contatos
com os fornecedores.
6.2 Fornecedores como fonte de informações O profissional da gestão de compras tem suas atividades facilitadas pelos
próprios fornecedores, pois em muitos casos são eles que normalmente
procuram as organizações públicas e oferecem produtos, serviços e
informação. Esta forma reativa de trabalhar pode levar os profissionais
da gestão de compras a um acomodamento. Você deve investigar novos
fornecedores potenciais, na busca constante por fornecedores de tecnologias
emergentes. Você deve manter-se pró-ativo para não cair nas armadilhas
da passividade.
A gestão de compras deve fornecer suporte técnico às operações
governamentais, pois vivemos na era da informação e os próprios
fornecedores são fontes valiosas de conhecimento. As operações precisam
ser continuamente realimentadas por informações sobre os insumos,
recursos transformadores, também chamados de matérias-primas e
recursos auxiliares, também chamados de materiais auxiliares.
6.2.1 O que são materiais auxiliares?São aqueles empregados nos processos, mas que efetivamente não são
entregues ao beneficiário. Um médico pode medir a temperatura do
paciente, mas não precisa entregar o termômetro ao mesmo. A gestão de
compras deve abrir canais de comunicação, por meio de solicitações de
demonstrações, visitas a feiras nacionais e internacionais e atuar no
desenvolvimento dos fornecedores.
Figura 6.2: ConectadosFonte: www.shutterstock.com
Pró-ativo adj. Que pensa e age
antecipadamente. Que, por antecipação, adota medidas
para evitar ou resolver futuros problemas.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 42
O gestor deve ter sempre em mente que o ciclo de vida dos produtos interfere na decisão de compras.
Figura 6.3: Feira InternacionalFonte: www.shutterstock.com
6.3 Modismos na gestão de materiaisExiste certo “modismo” atualmente em se terceirizar, de remeter tudo
quanto possível à organização para ser feito fora, por outras pessoas, sem
refletir muito sobre a questão. A linha de defesa desta forma imediatista de
pensamento adiminstrativo é a de que é preciso concentrar o esforço no
foco principal da organização. É bom frisar que este tipo de raciocínio levou
as organizações a terceirizar processos e que depois tiveram de voltar atrás.
Outra crítica feita neste caso é a falsa ideia de se utilizar a terceirização como
alternativa para fugir da lei de responsabilidade fiscal.
Em primeiro lugar se deve analisar a possibilidade de se fazer a atividade internamente e só depois de se comprar externamente.existe nenhum departamento mais importante do que o outro.
A decisão de se fazer externamente deve ser considerada, quando não
haja capacidade marginal disponível. Os fatores, custo, qualidade, rapidez,
confiabilidade e flexibilidade servem de parâmetro para apoiar a escolha da
decisão.
A decisão de fazer ou comprar deve ser estrategicamente ponderada!
ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão Pa-
trimônio Público e algumas de suas implicações.
e-Tec BrasilAula 6 – Gestão de compras 43
Atividades de aprendizagem• Pesquise quais são os limites impostos pela lei de responsabilidade fiscal,
no que se refere a gastos para pagamento de funcionalismo. Se você fos-
se o gestor responsável como resolveria uma situação hipotética na qual
você estaria acima do limite permitido.
Anotações
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 44
e-Tec Brasil45
Aula 7 – A evolução da gestão de materiais
Nesta aula você aprenderá sobre a evolução do pensamento
administrativo, aplicado a gestão de materiais, compreenderá o que
vem a ser burocracia e seus desvios. Como a gestão pela qualidade e
o pensamento estratégico afetam a gestão pública e por que os custos
são importantes.
Objetivos da aula: Compreender a relação sistêmica e holística da
administração de materiais nas organizações públicas.
7.1 Evolução do pensamento administrativoQuando Henry Ford iniciou a “Ford Company”, tinha como objetivo ganhar
em todas as etapas do processo de fabricação. Pensava em fazer tudo para
sua atividade fim, queria ser autossuficiente e independente. Afinal para que
trabalhar com fornecedores e gerar lucro para os outros se ele poderia fazer
por si? Seria ótimo ficar com esta parcela dos lucros. Enquanto organizações
como a Ford pensavam na sua autossuficiência como alternativa, organiza-
ções como a General Motors - GM pensavam de forma diferente, na medida
em que compravam outras organizações fabricantes de veículos, mantinham
a independência destes, e isto contribuia para uma pluralidade de ações, na
competição entre elas no tocante a usar componentes comuns.
No caso da Ford a gestão de compras não se desenvolveria tanto quanto
na GM. Nesta época, e até os dias de hoje, o pensamento dominante é de
que a relação entre comprador e fornecedor pendia para a relação ganha-
-perde, ou seja, enquanto alguém ganha o outro perde, seja o estado seja
o fornecedor.
Após a reconstrução dos países arrasados pela segunda guerra mundial, a
relação entre oferta e demanda se alterou drasticamente. Na medida em
que as organizações públicas assumiam características de um estado centra-
lizador, percebiam que seus resultados deixavam de ser suficientes para se
concentrar no processos internos, na busca de eficiência e eficácia.
O fordismo é um sistema de produção, criado pelo empresário norte-americano Henry Ford. Sua principal característica é a fabricação em massa. Ford inventou este sistema em 1914, para sua indústria de automóveis projetando um sistema baseado numa linha de montagem. Fonte: Ataptado de http://www.infoescola.com/economia/fordismo/
Um filme interessante que aborda o taylorismo e o fordismo é “Tempos Modernos” (1936), produzido e estrelado por Charles Chaplin. O filme faz uma crítica ao sistema de produção em série, além de mostrar a combalida economia norte-americana após a crise econômica de 1929.
7.2 O modelo burocrático proposto por Max Weber
O sociológo Max Waber propôs que a burocracia seria a melhor forma de
administrar países e governos, por conseguinte organizações. As ideias de
Weber tiveram ampla aceitação e passaram a dominar nas funções públicas.
Burocracia não é algo bom nem mau.
É necessário advogar em favor da burocracia e desmistificar o senso comum.
O senso comum produz a falsa ideia de que a burocracia é algo ruim. Na
verdade os desvios do pensamento proposto por Max Weber, a chamada dis-
função da burocracia é que é criticável. A burocracia pela burocracia, o con-
trole pelo controle, a limitação da ação do funcionário público, os desvios de
conduta no qual o funcionário cria dificuldades para depois “vender” favo-
res não são compatíveis com a definição proposta por Weber de burocracia.
Este processo continuou evoluindo até que na década de 1980, na Inglaterra
e nos Estados Unidos, e depois no Brasil a gestão neoliberalizante impul-
sionou a sociedade a cobrar dos órgãos públicos melhorias significativas, e
entre elas a simplificação dos processos de compras públicas. A lógica por
trás dos chamados sistemas de gestão, baseados na qualidade é colocar o
beneficiário como centro das ações.
Uma das maiores dificuldades para os processos públicos é a inconstância do
abastecimento de insumos, o que obriga as organizações públicas a investir
em estoques de segurança. Esta inconstância na verdade é um problema que
está atrelado ao fato dos órgãos públicos “importam problemas” de seus
fornecedores.
O processo produtivo, na medida em que percebia os estoques como “problemas” buscou alternativas em compras.
7.3 A gestão pela qualidadeA revolução da qualidade no Brasil começou com o governo de Fernando
Collor de Melo. Foi criada a Fundação Prêmio Nacional da Qualidade. A
partir dai a administração brasileira mudou significativamente. Os princípios
qualitativos passaram a ser incorporados na elaboração de produtos e
serviços. O comportamento do beneficiário (cliente) mudou radicalmente.
Algumas tentativas de desburocratizar o serviço público,
foram feitas durante o regime militar, para aprofundar seu
conhecimento visite o site: http://www.
desburocratizar.org.brLá você poderá entrar em
contato com as ações tomadas pelo então ministro da
desburocratização Hélio Beltrão, as quais ainda são válidas. O que
você percebe entre a situação atual e a situação de então?
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 46
7.4 A gestão estratégicaO uso de ferramentas estratégicas pela administração permite que as or-
ganizações tenham melhores resultados operacionais nas políticas públicas
de curto a longo prazo. O uso da estratégia na administração foi mais uma
das formas de se buscar vantagem em um mercado altamente competitivo.
Na administração, com viés em planejamento estratégico, afirma-se que se
deve transformar as ameaças (externas) em oportunidades (externas), ou
seja, a ameaça representada pelo fornecedor (inconstância) na oportunidade
(parceria) com o fornecedor. Isto exige uma mudança radical na maneira de
se ver a relação entre a instituição pública e fornecedor.
Se analisarmos o que um fornecedor objetiva, veremos que pode ser o cres-
cimento de seu faturamento, outro objetivo pode ser a diminuição do custo
de vendas, que pode ser obtido pela diminuição do tamanho da carteira de
clientes. Da mesma forma que o fornecedor tem seus objetivos estratégicos
o governo também os tem: rapidez, confiabilidade, flexibilidade, qualidade
e custos.
7.5 CustosSe os custos são um problema para as organizações públicas, a redução do
tamanho dos estoques e a melhoria no processo de compras, sem prejudicar
a operação, é um objetivo a ser conquistado. Uma das formas de se diminuir
o tamanho dos estoques é eliminar a incerteza do reabastecimento, ou seja,
aumentando a confiabilidade da entrega do fornecedor. Outra forma é au-
mentando a rapidez da entrega, mas isto também pode significar aumento
de custos. Se o fornecedor pode ser mais flexível na entrega esta também é
um ponto que permite ganhos ao estado. A qualidade do produto entregue
também reduz os estoques, pois se pode trabalhar com qualidade assegura-
da e desta forma os estoques podem ser menores e consequentemente os
custos.
Os custos devem ser observados não de forma pontual e isolada como preço
por unidade comprada, mas se deve enchergar o valor total, que envolve to-
das as perdas decorrentes da falta de flexibilidade, da falta de confiabilidade,
da falta de qualidade, da baixa rapidez e os custos sociais como a poluição e
o excesso de consumo de energia.
É preciso enchergar os custos de forma global e não pontual.
ViésFig. De maneira indireta. Tendên-cias, propensão.
e-Tec BrasilAula 7 – A evolução da gestão de materiais 47
Desta forma, as organizações sejam elas públicas ou particulares (fornecedo-
res) podem negociar sobre uma base mais clara e objetiva. Um fornecedor
pode ter a sua carteira de pedidos para uma organização pública aumentada
enquanto o governo pode obter produtos com maior confiabilidade na en-
trega. Assim se estabelece uma relação de parceria ganha-ganha.
A gestão de compras pode e deve desenvolver os fornecedores utilizando as
boas práticas de sua organização como, por exemplo, um sistema da qua-
lidade e um sistema de informações eletrônicas. Muitos fornecedores tra-
balham com pouca tecnologia ou ainda com controles manuais e arcaicos.
Essa prática inviabiliza a eficácia no controle de custos e consequentemente
aumenta os ricos de perdas.
Figura 7.1: Computador bolsa de valores, NasdaqFonte: http://olhardigital.uol.com.br
ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão Pa-
trimônio Público e algumas de suas implicações.
Atividade de aprendizagem• Pesquise o que diz a Lei 8.666 de 21 de junho de 1993 acesse o link:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666compilado.htm e verifique as modalidades de julgamento constantes no artigo 45º.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 48
e-Tec Brasil49
Aula 8 – Estoques na área pública
Nesta aula você aprenderá que os estoques podem ser classificados em
tipos, entenderá o valor que os estoques têm para os beneficiários e por
fim estudará o modelo simplificado de funcionamento de estoques.
Objetivos da aula: aprender sobre os tipos de estoques, a criação de valor
para os beneficiários e estudar sobre o funcionamento dos estoques.
8.1 Os diferentes tipos de armazéns e de estoques
É comum acontecer de se chamar estoques de armazéns, mas isto não é cor-
reto. Será que todos os armazéns são iguais? Será que todos os estoques são
iguais? A pergunta será respondida em partes. Vamos começar dizendo que
não. Os armazéns refletem a condição que os produtos em estoque exigem
da armazenagem. Outra questão está associada à finalidade dos estoques,
portanto os estoques também são diferentes. Então, o que diferencia os
tipos de estoques é a sua finalidade? Isto mesmo! Resumidamente temos
quatro tipos de estoques. Estoques de proteção, estoques intermediários,
estoques de ciclo, estoques de produtos acabados e uma variação deste
chamado de estoques de canal.
8.1.1 O que é estoque de proteção?É aquele que protege, no caso, a organização pública, contra a falta de insu-
mos necessários para o funcionamento dos processos. Este tipo de estoque
impede que a organização pare de transformar. Ele é formado pelos mate-
riais produtivos e improdutivos necessários. Normalmente são encontrados
nas entradas dos processos das organizações (estoques de entrada). Os esto-
ques de proteção servem para diminuir o risco e a incerteza do abastecimen-
to, que ocorre nas organizações e podem ser significativamente onerosos.
Normalmente são planejados para atender certos períodos de faltas.
Toda organização tem estoques por menores que eles sejam!
8.1.2 O que são estoques intermediários? São aqueles que ocorrem no meio do processo e são decorrentes dos des-
compassos que ocorrem entre as diversas etapas dos processos como: falhas
em equipamentos, ritmos diferentes de trabalho entre etapas nos processos,
não conformidades de qualidade nos materiais, absenteísmo e outras cau-
sas. Normalmente este tipo de estoque não é planejado.
8.1.3 O que são estoques de ciclo?São aqueles que ocorrem quando utilizamos as mesmas máquinas e equipa-
mentos para diversos processos. Pense num laboratório estadual que produz
medicamentos; onde encontramos vários tipos de máquinas e equipamen-
tos de uso comum para todos os produtos ali industrializados, uma máquina
para embalar pode processar todos os tipos de medicamentos. É preciso
produzir quantidades suficientes de medicamentos para atender aos benefi-
ciários enquanto um novo ciclo de bateladas é feita. Se mais de um tipo de
remédio é produzido, a batelada terá de ser suficientemente grande para su-
portar a demanda por todo o período até que se possa repetir a nova batela-
da do primeiro tipo de remédio feito, fechando um ciclo. Normalmente este
tipo de estoque é planejado para que o tempo, no qual os produtos produ-
zidos ficam disponíveis seja maior que o tempo necessário para o consumo.
Veja na figura 8.1 a representação de estoques de ciclo:
Figura 8.1: Representação de estoques de cicloFonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)..
Absenteísmo ou absentismo/absenteísmo
é usado para designar as ausências dos trabalhadores no
processo de trabalho, seja por falta ou atraso.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 50
8.1.4 O que são estoques de produtos acabados?A organização pública produz diversos tipos de produtos acabados que são
estocados. A água e os remédios são bons exemplos deste tipo de estoques.
Podem significar pronta resposta de atendimento aos pedidos e, portanto
rápido atendimento. Excesso de estoques de produtos acabados pode em
alguns casos significar prejuízos, assim como a falta de estoques significa a
falta do abastecimento ao público beneficiário.
8.1.5 O que são estoques de canal?Os estoques de produtos acabados, quando em trânsito e por longos perío-
dos são chamados de estoques de canal. Imagine o processo de vacinação.
Se o transporte demorar uma semana para transportar os remédios fica evi-
denciado o surgimento do estoque de canal. Lembre que os meios de trans-
porte devem oferecer as mesmas condições físicas existentes nos armazéns,
portanto são “armazéns em movimento”. Os diferentes tipos de modais de transporte apresentam diferentes tempos de percurso. Quando o tempo
gasto no trânsito é muito pequeno este tipo de estoque nem é considerado,
mas se o tempo for elevado deve ser considerado. Outro bom exemplo é a
quantidade de água existente nos tubos (rede de distribuição) que alimen-
tam um município.
8.2 Modelo de estoqueVamos estudar o funcionamento de uma caixa de água. Existe uma taxa de
vazão de entrada que chamaremos de Te, da mesma forma existe uma taxa
vazão de saída chamada de Ts. Dentro da caixa existe uma quantidade de
água, um estoque, que chamaremos de E.
Figura 8.2: O efeito regularizador dos estoquesFonte: Elaborado pelo autor
e-Tec BrasilAula 8 – Estoques na área pública 51
Vamos analisar três possíveis situações:
a) quando entra mais água na caixa do que sai
b) quando entra menos água na caixa do que saí;
c) quando a quantidade de água que entra na caixa é igual a que sai.
Se Te é maior do que Ts é facil perceber que o nível do estoque cresce. Re-
presentado o esquema teríamos
Te > Ts então E aumenta
A segunda possibilidade analisa o que ocorre quando Te é menor do que Ts,
então o estoque diminui. Representado o esquema teríamos:
Te < Ts então E diminui
Na terceira situação temos uma condição de equilíbrio, onde a entrada de
água corresponde a saída de água e, portanto, o estoque não cresce. Repre-
sentando teríamos:
Te = Ts então E permanece no mesmo nível
Apesar de não manifestarmos neste momento opiniões sobre as duas pri-
meiras situações a terceira situação parece ser a propositalmente desejada,
pois aponta para uma condição de estabilidade. É mais fácil gerenciar algo
estável do que instável, portanto é preferível administrar uma organização
em uma situação de estabilidade do que em uma situação de instabilidade.
Processos sob controle e estáveis permitem ações planejadas de melhoria
contínua. A busca pela estabilidade se apresenta como um dos maiores de-
safios para o gestor de materiais.
Atuando desta forma a gestão de materiais proporciona condições de esta-
bilidade para a Administração, que por sua vez procura conciliar as diferen-
ças entre a demanda e a oferta. Um mau sistema de gestão de materiais se
reflete pelo aumento da dificuldade ao gestor, podendo até gerar prejuízos
consideráveis aos beneficiários da organização pública.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 52
8.3 Estoques como valor para o beneficiárioOutro grande desafio da gestão de materiais é conciliar os tempos de rea-
bastecimento, com os volumes necessários, com a qualidade especificada no
pedido de compras e com custos competitivos. Esta complexidade de fatores
aumenta o desafio de se trabalhar com os processos de gestão, exigindo
profissionais altamente qualificados e com uma visão sistêmica e holística
da organização pública.
As modernas administrações dirigem seus esforços para acrescentar valor
aos produtos e serviços por ela produzidos. Acrescentar valor se dá por meio
de operações que melhoram os produtos e serviços, adicionando caracterís-
ticas que os beneficiários creditam como valor.
O valor de um produto ou serviço é “percebido” pelo beneficiário
O valor associado ao produto ou serviço é entregue por meio de políticas públicas como valor final ao beneficiário. A diferença entre o custo de
aquisição de um produto ou serviço, a disponibilização e entrega deste
produto/serviço corresponde a margem de valor que o produto/serviço
produz.
ResumoNesta aula, você iniciou o estudo sobre tipos de Estoques e algumas de
suas implicações. Aprendeu como o valor dos estoques é percebido pelos
beneficiários.
Atividade de aprendizagem • Qual dos quatro tipos de estoque apresentados corresponde ao exemplo
da caixa de água? Discuta com seus colegas.
e-Tec BrasilAula 8 – Estoques na área pública 53
e-Tec Brasil55
Aula 9 – Estoques
Nesta aula você aprenderá que os estoques podem ser classificados de
formas diferentes e compreenderá a relacionação da quantidade a ser
estocada, com o tempo que os bens ficarão estocados e a necessária
forma de controle sobre os itens estocados.
Objetivos da aula: expandir a interpretação do que é estoque, relacionando
os fatores tempo com quantidade e com sistemas de controle.
9.1 O que são estoques? Na aula anterior explicamos os tipos de estoques. Agora vamos aprofundar
a questão. Uma forma bastante simples de responder a esta questão é por
meio do conceito de acumulação. Portanto, estoque é a acumulação de
algo. O que será este “algo”? Dentro da administração este “algo” pode ser
chamado de objeto transformado ou ainda de recurso a ser transformado,
assim podemos ter estoques de:
• Materiais;
• Informações;
• Beneficiários (consumidores).
A ideia mais simples ao pensar em estoques é a de bens tangíveis, objetos
comprados e guardados para uso posterior.
Outra forma mais recente de se pensar sobre estoques é extender seu con-
ceito e aplicação para informações. Veja o caso da companhia de energia e
eletricidade de seu estado, em todos os domicílios consumidores de energia
elétrica dos estados estão armazenados e cadastrados nos bancos de dados
da Companhia. Outro exemplo é o seu RG, o seu CPF que são informações
e são estocados. Este conjunto de informações armazenadas pode ser pro-
cessadas para diversos fins.
Figura 9.1: Rede ElétricaFonte: http://www.bohnen.com.br
Um ponto bastante polêmico é pensar em estoques de pessoas (os benefi-
ciários), porém se pensarmos que uma fila é um estoque não fica mais difícil
pensar em pessoas como estoques. Este ponto é polêmico, pois envolve uma
questão ética. Tratar pessoas como objetos é uma grave falha do gestor pú-
blico. Ao tratar pessoas é preciso uma atenção especial, o gestor necessita
outras competências adicionais. Se a Secretaria de Saúde planeja atender
pessoas em um posto médico, provavelmente haverá uma fila, na Secretaria
de Educação se deve pensar nas filas para matrículas dos alunos, portanto
outro estoque. O Tribunal Eleitoral organizará atendimento à população e
gerenciará filas. Filas são estoques em movimento. Veja que foi apresenta-
da a você a ideia dos estoques em movimento. Vamos nos concentrar um
pouco mais na questão dos estoques físicos referentes a materiais tangíveis.
O gestor deve cuidar ao gestionar pessoas como estoques.
Os estoques também podem ser compreendidos sob outra forma de análise,
uma relacionada a materiais necessários para a atividade fim do órgão pú-
blico e outra relativa a materiais não relacionados a atividade fim (atividade
meio).
Mas o que é atividade fim e atividade meio? Para simplificar vamos pen-
sar em um item comum achado em vários órgaõs públicos, a tinta para
impressoras. Se um órgão público tem por finalidade prestar serviços de im-
pressão de documentos e imprime todos os contra-cheques do funcionalis-
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 56
mo público, esta tinta está diretamente ligada a atividade-fim do órgão, que
é imprimir os contra-cheques. Já para outra organização pública qualquer,
como por exemplo, uma Secretaria de Transportes, que comprasse a mesma
tinta de impressora, este item poderia ser classificado como não relativo a
atividade-fim, pois o objetivo do órgão não é ser centro de impressões de
documentos, muito embora seja necessário imprimí-los. Esta divisão apre-
sentada pode ser também entendida como estoque de bens produtivos e
bens improdutivos.
9.2 Tempo, quantidades e controlesOs estoques trazem ao gestor algumas preocupações como: Quanto pedir?
Quando pedir? Como controlar o sistema?
A questão de quanto pedir pode ser facilmente compreendida se usarmos
como exemplo a nossa vida pessoal. Por mais que você coma pão todo dia,
nenhum de nós compraria em uma única vez, pão na quantidade que come-
mos em um mês, pois sabemos que não adianta comprar pão desta forma,
pois o mesmo irá envelhecer e será desperdiçado antes que o usemos.
Porém a questão agora passa para outro ponto, será que eu tenho a verba
suficiente e necessária para fazer esta compra? Pode ser que não tenha este
dinheiro. Também é necessário pensar no local para armazenar, será que
cabe no meu depósito? Isto traz em discussão a questão da frequência das
compras.
Então com que frequência devemos efetuar as compras?
Vamos ver a segunda questão, quando pedir? Aqui também podemos pen-
sar no exemplo de nossas vidas como uma simples referência. Se eu con-
sumo uma caixa de leite do tipo longa vida por semana, as compras feitas
posteriormente a uma semana implicarão na falta do item. A questão de
como controlar merece um pouco mais de atenção e cálculo. Para isto são
necessários sistemas computacionais.
Sistemas computacionais permitem controles precisos de quantidades, prazos e validades sobre os itens em estoque.
e-Tec BrasilAula 9 – Estoques 57
A tecnologia hoje oferece diversos modelos de sistemas de controle. Existem
técnicas de previsão que permitem ao gestor determinar os períodos nos
quais deverão ser feitas as compras. As técnicas de previsão devem considerar
as variações cíclicas e sazonais e os períodos de validade.
9.3 Formas de controle de itens em estoqueOs produtos estocados podem ter características que afetem a forma como
são controlados. Se um produto se apresenta estável em suas características
físicas, ou seja, não é afetado (inerte) com o passar do tempo o gestor pode
controlar de uma forma mais simples. Os últimos itens podem ser misturados
com os já existentes sem que isto represente problemas. Outros itens podem
sofrer ação do tempo, neste caso devem ser respeitados os prazos máximos
de armazenagem que ainda garantem o uso do produto em condições
(validade). Os primeiro materiais podem ser controlados pelo sistema Último
que Entra é o Primeiro que Sai – UEPS, e o segundo tipo pode ser controlado
pelo sistema Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai – PEPS. Uma variação
do sistema PEPS é chamada de Primeiro que Expira (validade) é o Primeiro
que Sai.
Outra forma de controle dos itens em estoque é chamada de curva ABC. A
curva ABC é uma classificação econômica dos itens em estoque. Como os
valores e as quantidades variam significativamente quando é calculado um
fator.
ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão
Patrimônio Público e algumas de suas implicações. Além disto, você teve
contato com o elemento de ligação desta unidade com a próxima, que vai
aprofundar o tema sobre materiais. Lembre-se que os temas são relacionados,
quem cuida de patrimônio acaba se envolvendo com a administração de
materiais. E também aprendeu mais sobre estoques e como os fatores
tempo e frequência interferem nas escolhas relacionadas à quantidade a ser
estocada, com o tempo que os bens ficarão estocados e a necessária forma
de controle sobre os itens estocados.
Sazonaladj. Relativo à estação do ano,
à sazão.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 58
Atividade de aprendizagem• E o atendimento ao cidadão? Como fica? Assista a matéria do “Jornal
Nacional” da rede Globo disponível no link: http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL644934-10406,00-HOSPITAL+PUBLICO+SOBRE+DENUNCIAS+EM+TERESINA.html Qual sua opinião
sobre tratar gente como estoque?
e-Tec BrasilAula 9 – Estoques 59
e-Tec Brasil61
Aula 10 – Custos de estoques e dinâmica de estoques
Nesta aula você aprenderá sobre os diferentes tipos de custos associados
aos estoques e a dinâmica associada a eles.
Objetivos da aula: Estudar sobre a formação de custos associados a
estoques e compreender a dinâmica associada às decisões do gestor
sobre os volumes a serem comprados, relacionando custos e volumes.
10.1 Custos associados aos estoquesManter estoques custa dinheiro sem dúvida. Para uma melhor compreensão
deste assunto é preciso começar a separar estes custos. Vamos começar pelo
custo de obtenção, ou seja, o custo de comprar. A apropriação de custos em
uma estrutura pública pode ser compreendida da mesma forma que ocorre
em uma organização não pública. A nova lei da contabilidade unificou este
conceito. Esta é uma boa prática que permite clarificar e dar transparência
as ações dos gestores públicos. Normalmente as organizações não públicas
buscam continuamente a redução de seus custos para que se mantenham
competitivas frente a concorrência.
Gestão de custos é muito importante!
Porém nas organizações públicas, esta busca frenética por redução de cus-
tos, não ocorrre com a mesma intensidade. Não existe concorrência entre
organizações públicas, uma não precisa ser melhor do que a outra. Este tipo
de visão é antiquada e ultrapassada. Por que então ser melhor? Uma res-
posta simples. Pelo povo! Embora esta não seja ainda uma preocupação em
escala diferente das organizações não públicas, ela existe e a falta dela pode
ser punida pelos orgãos competentes como crime de prevaricação.
Nas organizações não públicas o cuidado com o gasto do dinheiro é feito
com maior cautela por que afeta diretamente o dono da organização. Na
organização o controle é feito de forma coercitiva por meio de leis. A estru-
tura de custos públicos carece de acompanhamento que considere o fator
competitividade, isto implica em certa acomodação da máquina pública.
O efeito equivalente que o mercado produz sobre empresas não públicas
(concorrência) o governo deve produzir por meio de leis.
CoerçãoAto de constranger alguém a fazer alguma coisa.
Vamos voltar a questão dos custos. Comprar também custa, tente estabe-
lecer o quanto pode custar montar um processo licitatório, este é um bom
exercício de gestão. Na aula anterior vimos que podem ser necessárias com-
pras seguidas. O gestor público pode ter a falsa sensação que comprar não
custa, por já estar nos custos da instituição. Isto é um erro. Outro custo a ser
contabilizado é decorrente da perda dos descontos de preços. Se eu comprar
em quantidade, posso negociar um desconto, posso barganhar.
Barganhar não é errado.
O custo da falta de estoques também é significativo, principalmente, sob o
cunho do descumprimento de políticas de governo. Outro custo importante
é o custo do capital de giro, lembre que o dinheiro parado também custa, se
eu não tenho o dinheiro posso ter que pedir emprestado.
Agora vamos pensar no custo de armazenagem, o custo da estrutura física,
prédios, equipamentos, pessoas, tecnologia, informação, materiais de con-
sumo e alimentação.
Figura 10.1: ArmazémFonte: www.shutterstock.com
Aos estoques podem ser incorporados ainda custos de obsolecência e custos
de ineficiência operacional. Como vocês puderam ver, são vários os custos
relacionados aos estoques. Antes de aprofundarmos a questão vamos anali-
sar o comportamento dos estoques. Volte e reveja o modelo da caixa d’água.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 62
10.2 Dinâmica dos estoquesO primeiro ponto a ser definido é a quantidade (volume) de pedido (com-
pras a serem feitas) que chamaremos de Q. Na figura abaixo Q representa
o ponto máximo que alcança o nosso estoque. Q vai ser representado em
unidades de medida (peças, metros, litros, quilos, ou qualquer outra unidade
de armazenagem). A letra D representa a demanda ou consumo. Portanto
se partirmos do ponto Q na medida em que o consumo D ocorre o nível do
estoque diminui até chegar a zero.
Figura 10.2: Representação gráfica da dinâmica dos estoquesFonte: Elaborado pelo autor
Para melhores esclarecimentos sobre esta parte consulte o capítulo 10 do
livro Administração de Materiais e Recursos Materiais de Martins e Alt., edi-
tora Saraiva, 2006.
Para facilitar a representação gráfica foi estabelecido que o consumo é fixo,
portanto, a cada unidade de tempo (segundo, minuto, hora, dia, etc) a mes-
ma quantidade será consumida e, assim, o nível de estoque gradativamente
diminuirá a uma taxa constante. Analise o gráfico e veja a reta que mostra
e-Tec BrasilAula 10 – Custos de estoques e dinâmica de estoques 63
este consumo. Esta reta representa a taxa de consumo (quantidade de al-
gum item consumida por unidade de tempo). É possível relacionar o par de
informações (quantidade e tempo) e como ponto de destaque temos um
instante quando o estoque é zerado (0).
Outro ponto que merece ser conhecido é a metade do valor de Q (Q/2 é
chamado de estoque médio). Este ponto tem importância para o cálculo a
ser apresentado adiante, por hora não se esqueça dele. Se após atingir o
ponto de mínimo que corresponde ao zero (0) houver um reabastecimento
instantâneo de estoque na quantidade Q e se mantendo o mesmo consumo
se estabelece um ciclo representado pela curva “dente de serra” mostrada
no gráfico. Se o nível de estoque Q é diminuído pela demanda D de forma
contínua haverá um instante em que novamente atigiremos o ponto nulo, a
diferença entre estes dois instantes permite calcularmos o intervalo de tem-
po correspondente a cobertura do estoque, a isto chamaremos de tempo
consumo.
Observe a figura 10.3 a seguir, ela representa a mesma situação, porém a
dinâmica é diferente. Repare que são novos limites, que a demanda é igual,
mas que a quantidade comprada é outra, portanto o intervalo de tempo de
cobertura se alterou.
Figura 10.3: Dinâmica de EstoquesFonte: Elabora pelo autor
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 64
Observe também que o valor de Q/2 (estoque médio) é menor agora. Refli-
ta um pouco sobre isto.
ResumoNesta aula, você aprendeu sobre os custos de se manter itens em estoque e
suas implicações.
Atividades de aprendizagem1. O que é crime de prevaricação? Conheça o conceito, no art. 319 do
Código Penal. ANOTE!
2. Pesquise sobre precatórios. O que são? Para que servem?
e-Tec BrasilAula 10 – Custos de estoques e dinâmica de estoques 65
e-Tec Brasil67
Aula 11 – Logística e cadeia de suprimentos
Nesta aula você encontrará as definições para a velha logística e para
a nova logística, terá oportunidade de estudar o que é cadeia de
suprimentos.
Objetivo da aula: Iniciar os estudos sobre logística e a extensão do
conceito que levou a criação da chamada Cadeia de Suprimentos, os
fatores que levaram ao renascimento da logística.
11.1 Logística Mas o que é Logística? A Logística não é algo nada novo. A logística é bas-
tante antiga e tem características militares. Antes de se entrar em guerra
com outro reino os senhores da guerra mandavam espiões na frente que
estudavam o território inimigo. Um grupo de batedores seguia logo após
para preparar o território, para receber os responsáveis pelas estruturas de
apoio, barracas, cozinhas, fortificações e somente depois o grande exército
se movia em segurança. Era preciso provisionar o exército para se assegurar
o êxito da campanha.
Figura 11.1: Segunda Guerra Mundial (1939-1945)Fonte: www.shutterstock.com
A logística é tão antiga quanto as organizações.
A arte da guerra ganhou velocidade e dinamismo durante a segunda guerra
mundial com a blitzkrieg alemã também conhecida por “guerra relâmpa-
go”. O objetivo era invadir com o exército rapidamente para não dar tempo
de reação ao oponente. Com isto os processos logísiticos militares se acele-
raram significativamente. O fator tempo passou a ser decisivo na conquista.
Com o fim da II guerra mundial os exércitos foram fortemente desmobi-
lizados, as organizações públicas e civis receberam muitos ex-oficiais dos
exércitos (vencedores e vencidos). A influência militar na administração pode
ser atribuida como um ponto de partida para o aprimoramento desta prática
nas modernas organizações.
No pós guerra as organizações adotaram práticas militares em seus processos administrativos.
O conceito atual de logísitica envolve questões diferentes: onde antes ha-
viam exércitos em guerra, hoje temos organizações públicas ou privadas ten-
tando chegar aos seus beneficiários (clientes). O objetivo não é conquistar o
território alheio, mas sim atender ao beneficiário rapidamente.
A logística posiciona os produtos (itens) para uso dos beneficiários.
Outra questão da nova logística é atuar para criar valor para o beneficiário.
Criar valor para o beneficiário é um dos objetivos da gestão pública. Este não
é um curso sobre políticas públicas, porém a existência da logísitica como
a temos hoje é decorrente deste pensamento. A logística deve estar ligada
diretamente as políticas públicas e se traduzir em ações necessárias para que
estas políticas se realizem, isto cria valor para os beneficiários.
As ações logísticas viabilizam os desejos dos beneficiários.
Mas qual é a relação entre compras e logística se estamos falando sobre
políticas públicas? Tenha em mente que as organizações devem ser vistas
como um sistema complexo e as boas práticas de gestão obtidas devem
ser usadas no atendimento aos beneficiários, assim o resultado será melhor
para o sistema. Ver a organização como um sistema significa ver a interrela-
ção entre cada uma das partes de uma organização, compreender que um
efeito produzido sobre uma parte produz resultados sobre outras partes.
Complexo significa que uma organização é feita de diversas partes e que
a constituição destas partes não é simples. Complexo não é sinônimo para
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 68
complicado. Complicado significa algo de difícil solução. Boas práticas são
aquelas que servem de exemplo. Boas práticas de gestão devem ser copia-
das, adaptadas e aplicadas para que se possa fazer a melhoria contínua dos
processos e obter melhores resultados para produtos e serviços.
11.2 Mas o que é cadeia de suprimento?Nada melhor do que uma imagem para exemplificar o conceito. Veja na
figura abaixo o sentido da cadeia de suprimentos:
Figura 11.2: Cadeia de SuprimentoFonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)
A cadeia de suprimentos é a relação existente desde a camada mais externa
de fornecedores em direção a camada mais externa de beneficiários. A ca-
deia transcende a simples organização. É uma visão maior do serviço e para
que funcione os modelos de gestão devem ser modificados, caso contrário
não haverá o ganho sinergético que a cadeia proporciona. Você deve com-
preender que usaremos o termo logística, de forma atual, para se referir
a todo o processo envolvendo desde fornecedores de fornecedores (2ª ca-
mada) até beneficiários de beneficiários (2ª camada), o que cooresponde a
“Gestão da Cadeia de Suprimentos” na figura.
As primeiras unidades se referem a gestão de compras e correspondem
ao apresentado na figura acima, ou seja a relação entre o fornecedor de 1ª
camada e a unidade pública.
e-Tec BrasilAula 11 – Logística e cadeia de suprimentos 69
ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão Patri-
mônio Público e algumas de suas implicações. Além disto, você teve contato
com o elemento de ligação desta unidade com a próxima, que vai aprofun-
dar o tema sobre materiais. Lembre-se que os temas são relacionados, quem
cuida de patrimônio acaba se envolvendo com a administração de materiais.
Atividade de aprendizagem1. Analise o vídeo sobre as eleições no Brasil, assista em: http://www.tse.
gov.br/internet/institucional/o_tse_video.htm
2. Pesquise o termo blitzkrieg em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Blitzkrieg como ela se parece com a atual logística. Estabeleça um paralelo entre elas.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 70
e-Tec Brasil71
Aula 12 – O renascimento da logística
Nesta aula você, aluno encontrará os aspectos relacionados ao chamado
renascimento da logística. A influência dos sistemas de gestão da
qualidade na logística e os impactos da gestão neoliberal sobre a mesma.
Objetivos da aula: Estudar a evolução histórica da logística e mais
recentemente as influências que ela recebeu dos sistemas de gestão pela
qualidade o do pensamento neoliberal.
12.1 Renascimento da logísticaComo vimos a logística não é algo novo, na verdade é algo muito antigo.
Mas porque a logística ganhou força na atual administração das organi-
zações públicas e não públicas? Na verdade estamos vivendo a década da
logística. Para responder a esta questão é preciso entender o contexto das
organizações em dois momentos distintos.
Figura 12.1: Transporte rudimentarFonte: www.shutterstock.com
Como visto na fase do pós-segunda guerra mundial havia um desequilíbrio
nas relações entre oferta e demanda em favor da oferta. Quem detinha o
poder de produção definia os volumes, modelos e ciclos de vida dos produtos.
Rapidamente o desequilíbrio passou para o lado da demanda o que obrigou as
organizações a buscar alternativas para superar as dificuldades em um contex-
to que passava da situação de desabastecido para a situação de abastecido. O
poder passou para o lado dos consumidores (clientes ou beneficiários).
A partir de 1960, as teorias administrativas emergentes defendiam que as práti-
cas organizacionais precisariam deixar de focar na eficiência e buscar a eficácia.
Não importava mais fazer bem feito, mas sim fazer o que deveria ser feito. Antes
da década de 1980 a questão logísitica tinha apenas o enfoque econômico, as
organizações públicas viam a questão logística, apenas como uma mal neces-
sário, o custo do transporte e da armazenagem eram administrados sem muito
foco, era difícil quantificar os custos da (in)satisfação dos beneficiários. Na déca-
da de 1970, o preço do petróleo disparou, houveram dois grandes choques do
petróleo com o barril aumentando de preço de U$2,00 para U$17,00, causando
sérios transtornos aos países emergentes e entre eles o Brasil.
Figura 12.2: Plataforma de petróleoFonte: www.shutterstock.com
A logísitica estava adormecida, pois não se via ganhos, apenas custos com os processos logísticos.
Outro fator que impedia o ranascimento da logística era a falta de suporte
computacional, os computadores eram caros e de baixa capacidade de
processamento, exigiam ambientes caros, controlados e operadores especialistas.
Os recursos lógico-matemáticos empregados eram rudimentares.
A partir da década de 80 ocorreram diversas mudanças que atuaram de for-
ma a impulsionar a logística no mundo como a temos atualmente.
12.2 A influência dos sistemas de qualidade na logística
Na busca por eficácia, sem perder a eficiência, aparecem na década de 1970-
1980 os sistemas de gestão baseados na qualidade, com destaque no caso
brasileiro com a criação da Fundação Nacional da Qualidade e do Prêmio
Nacional da Qualidade, vulgarmente conhecida como NBR ISO9000.
Figura 12.3: ComputadorFonte: www.shutterstock.com
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 72
Os ganhos que as organizações públicas buscaram adotar sistemas de ges-
tão pela qualidade que permitiu que muitas organizações criassem uma van
tagem significativa para seus beneficiários. Passados quase trinta anos desde
a criação no Brasil do Prêmio Nacional da Qualidade – PNQ, as organizações
públicas, mudaram seu paradigma e adotaram sistemas baseados na gestão
pública pela qualidade. Estas organizações se encontram em posição de des-
taque perante os demais orgãos públicos.
Figura 12.4: Selo de Certificação de Finalista e troféu Prêmio Nacional da QualidadeFonte: http://www.albras.net/certificacoes.htm http://www.fnq.org.br/site/397/default.aspx
A gestão pela qualidade suporta os processos logísticos, pois coloca a satisfação do beneficiário como elemento principal.
12.3 A desregulamentação do setor logísticoO chamado movimento neoliberal é uma reedição do movimento liberal in-
glês. O neoliberalismo defende e a diminuição do tamanho do estado e o
aumento do poder do mercado, o mercado deve se autoregular e o estado
não deve interferir.
A onda neoliberalizante favoreceu a que o setor de transportes fosse desre-
gulamentado, basta lembrar da concessão da malha ferroviária federal ini-
ciada em 1992 e concluída em 1998 ou dos pedágios nas rodovias federais.
Na atual crise financeira existem pensadores que criticam a posição neolibe-
ral e apontam como a causadora desta crise.
O neoliberalismo se opõe ao poder centralizador do estado, iniciou-se na
Inglaterra durante o governo da primeira ministra Margareth Tatcher e teve
o presidente norte-americano Ronald Regam como seu grande aliado.
1.Aprenda mais sobre a norma NBR ISO9000, procurando na internet nolink: http://www.inmetro.gov.br
2.Outro destaque nos sistemas de gestão da qualidade pode ser estudado no “Premio Nacional da Qualidade” Pesquise no link: http://www.fnq.org.br/site/292/default.aspxe veja quais órgãos públicos venceram o Prêmio Nacional da Qualidade e em que ano.
Para ampliar seu conhecimento sobre fatos históricos da privatização na administração pública acesse os endereços: http://www.rffsa.gov.br/Privatiz/pd.htm e http://www.antt.gov.br/legislacao/basica/index.asp
e-Tec BrasilAula 12 – O renascimento da logística 73
A gestão neoliberal favoreceu a desregulamentação das operações dos modais logísticos.coloca a satisfação do beneficiário como elemento principal.
A explosão do mercado de informática com a maciça adoção da arquitetura
computacional descentralizada, o crescente aumento da capacidade de pro-
cessamento computacional, o significativo incremento nos sistemas de tele-
comunicações fixas e móveis, a drástica redução de preços de computadores
ocorrida (por exemplo, custavam U$1.500,00 e hoje custam U$500,00), as
facilidades de uso de interfaces amigáveis entre o computador e o usuário, o
aparecimento da internet como opção para negócios são alguns fatores que
impulsionaram a logística na última década.
Sistemas computacionais permitem identificar e rastrear cargas com muita facilidade.
Com a adoção das boas práticas de gestão em curto espaço de tempo a
logísistica se apropriou rapidamente do uso de indicadores para medir os
processos, da adoção de pesquisas de satisfação junto aos beneficiários, da
padronização das atividades e processos, do uso de ferramentas da quali-
dade, estes foram mais alguns fatores de suporte ao desenvolvimento dos
modernos processos logísticos.
A mudança estratégica ocorrida nas organizações permitiu a criação de parce-
rias e alianças entre as empresas públicas, processos de uso compartilhado de
rotas e equipamentos tem se mostrado uma opção muito criativa e proveitosa.
ResumoNesta aula, você teve oportunidade de estudar os fatores interferentes no
renascimento da logística e algumas de suas implicações.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 74
e-Tec Brasil75
Aula 13 – A competência logística e o trabalho da logística
Nesta aula você encontrará as definições sobre competência e habilidades
logísticas e a forma de divisão existente sob o que se chama logística.
Objetivos da aula. Estudar sobre os conhecimentos que um gestor deve
ter sobre as operações logísticas e expandir a percepção sobre as diversas
partes que compõe a logística.
13.1 Competências e habilidadesEmbora sejam empregados como sinônimos competência e habilidade são
diferentes:
Habilidade é a capacidade de executar alguma operação como, por exem-
plo, andar de bicicleta, emitir um pedido de compras, ou escrever (copiar)
uma carta. O habilidoso sabe apenas executar uma ação.
Competência se situa num patamar acima, a competência exige uma for-
mação maior do indivíduo e o resultado da ação do mesmo também é su-
perior. É competente quem sabe executar uma ação e sabe por que deve
ser feito daquela maneira e não de outra. É competente quem sabe ensinar
alguém a desenvolver uma habilidade. O competente sabe julgar e decidir
pela melhor resposta a um problema.
A Logísitica exige um profissional em constante aprendizagem.
Competência em logística significa atender aos beneficiários, conforme o
grau de serviço acordado. Uma organização é competente em logística se
na avaliação de seu beneficiário ela fornece um serviço superior, de forma
contínua ao menor custo possível.
Uma maneira de se medir a competência logística de uma organização é por
meio da capacidade que esta organização tem de criar valor para o benefici-
ário. Criar valor significa entender e atender sua necessidade. De uma forma
resumida ser competente logísticamente significa cuidar dos aspectos do
beneficiário como se fossem seus, com eficiência e eficácia. Partindo da ideia
que uma organização pública é um sistema, a logística deve ser integrada na
organização e as suas ações devem ser articuladas para o atendimento das
necessidades de seus beneficiários.
13.2 A divisão do trabalho na logísticaO trabalho da logística pode ser dividido em cinco partes: a parte que cuida
do projeto da rede logística, a parte responsável pelos sistemas de infor-
mações necessários, a parte que cuida dos sistemas de transportes, a parte
responsável pelo gerenciamento de todos os estoques e por fim a parte res-
ponsável para atividades de armazenagem, embalagem e manuseio de ma-
teriais. Um ponto de partida é que organizações públicas devem reconhecer
a necessidade de cooperar com outras organizações públicas para alcançar
um processo logístico de excelência. Um exemplo disto é a justiça eleitoral,
a qual presta serviços de votação, por exemplo, para escolas ensinarem seus
alunos a votarem usando as urnas eletrônicas.
Logística exige competência e reconhecimento operacional!
Vejamos a divisão do trabalho em logística:
• Projeto de rede - objetiva determinar os tipos e quantidades de instalações
empregadas, sua localização e o tipo de trabalho a ser executado em cada
uma delas. Como as organizações estão em constante mudança, um bom
projeto de rede deve prever as modificações de forma estratégica. É frequen-
te haver área disponível nas estruturas logísticas para serem ampliadas e
construídas. Pense na distribuição de remédios a população, existe uma uni-
dade centralizada de produção de remédios, que os distribui aos municípios,
que por sua vez os distribui aos postos de atendimento público e hospitais.
• Sistema de informação - está diretamente associada com a política de
atendimento aos beneficiários. Os sistemas de informação processam infor-
mações e permitem a tomada de decisão sobre a estrutura logística. Para
que funcione bem a informação tem de ser verdadeira, deve ser entregue a
pessoa correta e em tempo hábil. O fator tempo e o fator custo determinam
o nível de serviço a ser entregue ao beneficiário e é desta forma que ele
percebe o valor criado pela logística. A atual tecnologia disponível permite
atender aos mais exigentes requisitos dos beneficiários (informação). O gran-
de problema é a qualidade da informação, pois um sistema rápido carrega e
processa erros apenas de forma mais rápida. Erros podem resultar em falta
ou excesso de itens. Uma grande dificuldade hoje está na falta de pessoal
qualificado em operar os sistemas de informação, os quais estão mais com-
plexos a cada dia.
Para exemplificar este caso pesquise como os “Correios”
rastreiam as encomendas, verifique no sítio dos correios em
http://www.correios.com.bre veja como se faz o
rastreamento de cargas e documentos.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 76
O sistema de transportes é definido como a área operacional que posiciona
os estoques. É a área com maior facilidade na apuração de custos. O custo
em transporte pode ser definido, como o pagamento pela movimentação
de produtos entre dois pontos geográficos e o pagamento com as despesas
relacionadas com o gerenciamento e manutenção do estoque em trânsito.
Velocidade do transporte é o tempo necessário para completar uma movi-
mentação específica.
Serviços rápidos significam custos de transporte maiores e custos de esto-
ques menores. Portanto, é necessário contra balancear os dois custos e verifi-
car qual é a melhor relação, e se esta relação é aceita pelo nosso beneficiário.
A consistência do transporte é definida como a capacidade de se manter
variações operacionais mínimas para os tempos de movimentação, ou seja,
se uma empresa de São Paulo leva seis horas para entregar uma carga em
Curitiba, o serviço de transporte será considerado consistente se sempre
levar as mesmas seis horas. Variações na consistência das entregas signifi-
cam que as empresas públicas precisam de estoques de proteção maiores e,
consequentemente, maiores custos investidos.
Combinações entre velocidade e consistência formam no imaginário do be-
neficiário uma percepção sobre a qualidade dos serviços prestados.
A qualidade logística só se materializa após ser percebida pelo beneficiário.
A necessidade e o tamanho dos estoques dependem da estrutura de rede
criada e do nível de serviço estabelecido. O objetivo é fornecer um nível de
serviço ao menor custo possível. Excessos de estoques escondem problemas
de competência gerencial e de desempenho da rede. Estratégias de logística
servem para manter o mínimo de recursos financeiros sob forma de esto-
ques. Entregas consistentes e rápidas podem depender de estoques locais.
A armazenagem, o manuseio e a embalagem consistem nas operações de
carga e descarga, na sua separação e no seu sequenciamento até o destino
final. Operações e seleção de pedidos, consolidação de cargas de produtos
também são frequentes.
Gerenciamento de estoque é a parte operacional que cuida dos controles de
entrada e de saída dos produtos armazenados. A gestão de estoques é im-
e-Tec BrasilAula 13 – A competência logística e o trabalho da logística 77
portante porque muitas coisas podem acontecer nos armazéns que podem
comprometer os produtos lá armazenados.
Por fim, a gestão dos armazéns cuida das operações de carga e descarga,
dos serviços de separação e coleta dos diversos pedidos. No caso dos remé-
dios imagine que os despachos para os diversos municípios são diferentes
em quantidades e variedades de remédios.
ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre competências
logísticas e algumas de suas implicações.
Atividades de aprendizagem • Pesquise como se dá a distribuição de remédios na sua cidade e no Posto
de Saúde do seu bairro. De que órgão eles são oriundos e como são dis-
tribuídos para a população. Há falta de remédios? De quanto em quanto
tempo o posto recebe medicamentos da central de medicamentos do
governo? Os medicamentos chegam com frequência? Anote. Descubra
o que é rede do frio?
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 78
e-Tec Brasil79
Aula 14 – Objetivos operacionais
Nesta aula você aprenderá o que são objetivos operacionais e como o
gestor deve medir os resultados dos processos logísticos.
Objetivos da aula: Estudar o que são indicadores e objetivos operacionais
e como um gestor deve se apropriar deles para sua gestão.
14.1 Objetivos operacionais X indicadores operacionais
Na década de 1960, Peter Drucker afirmava que não se administra o que
não se mede. Para ele tudo deveria ser medido, pois caso contrário não
poderia ser gerido. Com base no ensinamento de Drucker um bom gestor
deve se preocupar em obter informações sobre os processos sob sua respon-
sabilidade, pois um processo logístico precisa ser planejado e comparado, e
para tanto deve utilizar indicadores. Os indicadores são obtidos a partir do
estudo dos objetivos operacionais. Bowersox e Closs (2001) sugeriram um
conjunto de seis indicadores a serem aplicados nas operações logísticas. Eles
permitem a análise das atividades.
Os indicadores são: resposta rápida, variância mínima, estoque mínimo, con-
solidação da movimentação, qualidade e apoio ao ciclo de vida.
Resposta Rápida é a habilidade da organização em satisfazer as exigências
dos clientes em tempo hábil. O nível de serviço ao cliente é determinado pela
relação da rapidez com o fator custo. Imagine a distribuição de remédios em
uma situação de epidemia.
Figura 14.1: TempoFonte: www.shutterstock.com
Peter Ferdinand Drucker, (19 de novembro de 1909, em Vienna, Áustria - 11 de novembro de 2005, em Claremont, Califórnia, EUA), filósofo e economista. É considerado como o pai da administração moderna, sendo o mais reconhecido dos pensadores do fenômeno dos efeitos da globalização na economia em geral e em particular nas organizações - subentendendo-se a administração moderna como a ciência que trata sobre pessoas nas organizações, como dizia ele próprio. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Drucker
Variância Mínima é resultado de qualquer acontecimento inesperado que
perturbe o desempenho do sistema. Um dos objetivos do gestor em logística
é diminuir ou eliminar as causas das variações temporais em seus processos.
Imagine a distribuição de alimentos para as escolas públicas, se houver mui-
ta variância pode ocorrer falta de alimentos em um período e excesso de
alimentos em outro, pois o estoque ainda pode ser significativo e produtos
alimentícios têm data de validade.
A gestão logísitica necessita de indicadores para seus processos.
Estoque Mínimo é o total de investimento (dinheiro) distribuído em todo o
sistema logístico na forma de estoques. Outra característica a ser observada
pelo operador logístico é a necessidade de se reduzir custos pela diminuição
dos estoques, até o ponto mínimo definido pelo nível de serviço estipulado.
Imagine a polícia em seu estado, é preciso ter vários pontos de atendimento
para reparos das viaturas, em cada um deles existirão algumas peças de uso
comum e rotineiro.
Figura 14.2: QuedaFonte: www.shutterstock.com
Consolidação da Movimentação é uma forma de reduzir o custo dos transpor-
tes. Dentro da definição do nível de serviço a ser oferecido existe a possibilidade
da consolidação de cargas como fator de economia ou do aproveitamento do
retorno em vazio. Imagine se a cada transporte de produtos e serviços o veículo
estiver parcialmente ocupado, serão necessárias várias viagens para fazer peque-
nas entregas de cada vez o que resulta em custos maiores que os necessários.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 80
Figura 14.3: Caminhão lotadoFonte: http://meme.yahoo.com
Qualidade o aperfeiçoamento contínuo da Qualidade, representada nos sis-
temas de gestão da qualidade pelo Kaizen. Este é um dos fatores que impul-
sionaram a logística e colaboraram para o seu renascimento. Lembre que a
avaliação qualitativa é sempre sob o ponto de vista do beneficiário (cliente).
Apoio ao Ciclo de Vida pode ser expresso pela capacidade de retirada do
produto de circulação pela organização. Isto contribui enormemente para a
economia com estoques. Outro sinônimo para apoio ao ciclo de vida é cha-
mado de processo de logística reversa, na qual produtos ou embalagens
retornam a origem para processamento ou reaproveitamento. Esta opera-
ção é frequente e é um procedimento para retirar dos hospitais e postos
de atendimento ambulatorial os remédios vencidos. Como se procede para
cuidar dos alimentos da merenda escolar que estragaram? Como se retira de
circulação o dinheiro velho e inservível?
A logística reversa apoio aos processos de gestão do meio ambiente.
ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre objetivos ope-
racionais.
Kaizen (改 善) é uma palavra japonesa que significa mudança para melhor ou aprimoramento contínuo e que permeia toda a Administração Japonesa. Kaizen pode então até servir de sinônimo de Administração Japonesa que, na realidade, é toda uma tradição de educação de berço do japonês, complementada por conhecimentos do management (gestão) norte-americano a partir dos anos 50. Em outras palavras, valores humanos japoneses complementados por conhecimentos técnicos em administração norte-americanos, e aplicados em empresas japonesas. O sistema de produção Toyota é conhecido pela sua aplicação do princípio do Kaizen. Fonte: http://www.infobibos.com/Artigos/2006_2/5s/Index.htm
Para ampliar seu conhecimento pesquise sobre o transporte das urnas eletrônicas no Brasil http://www.tse.jus.br/institucional/biblioteca
e-Tec BrasilAula 14 – Objetivos operacionais 81
Atividades de aprendizagem • Você tem visto e ouvido nos meios de comunicação sobre epidemias
como a da Gripe A. Pesquise como o governo trata de situações como
esta. Há controle sobre a doença? O que a logística tem a ver com essa
situação? Anote.
Anotações
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 82
e-Tec Brasil83
Aula 15 – A incerteza na logística
Nesta aula você aprenderá o que são modais de transporte e que as va-
riações nos tempos de percurso e de processos internos são causas da
incerteza logística.
Objetivos da aula: Estudar os diferentes tipos de modais e aprender sobre
os fatores que levam a incerteza nas operações logísticas.
15.1 Modais Nos objetivos operacionais, estudados na aula anterior, vimos que os fatores
rapidez e variância têm impacto direto no resultado qualitativo do pro-
cesso logístico. Os diversos modais (aéreo, rodoviário, ferroviário, aquático,
dutoviário) empregados nas atividades logísticas, enfrentam diferenças em
suas velocidades de operação e possibilitam significativas variações em seus
processos operacionais. Modais são modelos de transporte. O modal mais
comum no Brasil é o rodoviário. O modal rodoviário tem pequena capacida-
de de carga e a velocidade de transporte é da ordem de 60 km por hora. O
modal ferroviário tem capacidade de transporte superior e apresenta quase
a mesma velocidade média. O transporte aéreo é o mais rápido e tem ca-
pacidade pequena de transporte. O transporte aquaviário é mais lento, mas
de grande capacidade e o modal dutoviário apresenta grande capacidade
de transporte e baixa velocidade. O sistema dutoviário normalmente não é
visto, mas é um dos mais importantes. O petróleo é enviado às refinarias por
meio dos dutos. A água e os esgotos são transportados por dutos.
Figura 15.1: Meios de transporteFonte: www.shutterstock.com
15.2 Incerteza nos processos logísticos Uma empresa de transportes rodoviários entre Curitiba e Foz do Iguaçu pode
cobrir os 600 km em 8 horas. Se ocorrerem obras na rodovia o veículo pode
sofrer um atraso. Isto representa variações na velocidade. Tempo de viagem
é sinônimo de velocidade. Este é um fator externo ao controle da organi-
zação, mas a organização pode ter variações em seus processos internos,
como na emissão de pedidos onde erros de preenchimento de formulários
podem representar a suspensão do envio de materiais para a correção de
dados, implicando que o tempo para processar um pedido se altere isto
produz variância.
Para o beneficiário os atrasos ocorridos serão somados representando uma
variação maior, a qual pode ser extremamente significativa.
A Transmissão de pedidos de um posto de saúde pode ocorrer desde meio
dia até o máximo de três dias. O processamento de um pedido pela central
de medicamentos pode ser efetuado entre um e quatro dias. Estes efeitos
começam a ser somados, aumentado o chamado tempo do ciclo do pedido.
Figura 15.2: Variações nos processos logísticosFonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)
A Separação do pedido na central de medicamentos acrescenta tempos de
um a vinte dias, o transporte de mercadorias (remédios) acrescenta tempo
de dois a dez dias e finalmente a entrega a unidade beneficiária (cliente)
pode consumir de meio dia a três dias, totalizando uma janela de tempo que
varia de um mínimo de cinco dias até um máximo de quarenta dias.
Consulte o livro "Logística Empresarial", de Bowersox e
Closs, editora Atlas (2001) nos capítulos: 10 Infraestrutura
e 11 Gerenciamento de Transportes para
melhores esclarecimentos e aprofundamento dos conceitos
aqui apresentados.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 84
Processos estáveis são desejáveis e mais fáceis de gerenciar.
O objetivo gerencial logístico é diminuir a incerteza de suas ações, de tra-
balhar com janelas de tempo mais estreitas, pois significam processos mais
estáveis, com menor variação, o que se apresenta para o beneficiário como
qualidade do serviço.
Variações mínimas representam também economia, pois se pode trabalhar
com níveis de estoque menores, empregando menos capital.
ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre incerteza na
logística.
Anotações
e-Tec BrasilAula 15 – A incerteza na logística 85
e-Tec Brasil87
Aula 16 – Definição de nível de serviço
Nesta aula você aprenderá o que são níveis de serviço, alguns tipos de
níveis de serviço, o papel do aumento das expectativas dos beneficiários
na determinação dos níveis de serviço.
Objetivos da aula: aprender sobre a aplicação de níveis de serviço na lo-
gística pública e a pressão que os beneficiários fazem sobre os serviços
logísticos públicos.
16.1 Nível de serviçoO serviço ao beneficiário pode ser definido como o resultado da ação de
uma atividade, como o serviço prestado pelos Correios na entrega de docu-
mentos e objetos. Este serviço pode ser quantificado e colocado em termos
de nível de desempenho. Voltando ao exemplo do correio, se os Correios
prestam serviços postais para outros órgãos públicos como, por exemplo,
entregas de documentos para os órgãos de trânsito em determinado perío-
do de tempo.
O correio brasileiro também oferece o serviço SEDEX em várias opções como
o SEDEX 10, o SEDEX Hoje, o SEDEX Mundi e outros. Se a organização co-
loca que: “encomendas efetuados no dia anterior serão entregues até às 10
horas do dia seguinte” em determinadas cidades, se pode dizer que se trata
de uma filosofia de gestão se todas as ações são dirigidas neste sentido.
Figura 16.1: SedexFonte: http://renatotavares.com
Descubra os serviços e os níveis de serviço prestados pelos Correios:http://www.correios.com.br
Nível de serviço elevado ao beneficiário implica em maiores custos.
16.2 Tipos de níveis de serviçoOs níveis de serviço podem ser classificados em diferentes tipos. As variações
poderão tomar muitos graus diferentes. Vamos simplificar e estudar três de-
les, o chamado serviço básico, o serviço de atendimento ao pedido perfeito
e o serviço de valor agregado.
O nível de serviço básico envolve a chamada:
a) disponibilidade, que é a capacidade de ter produtos em estoque no
momento desejado pelo cliente;
b) o desempenho operacional, que é medido em termos de velocidade,
consistência, flexibilidade e planos de contingência, em caso de falhas
e da recuperação do funcionamento do sistema;
c) a confiabilidade derivada do conceito qualitativo sobre o posiciona-
mento de suas entregas.
Vamos Estudar o gráfico para ver como funciona a Janela de Serviço?
O atendimento ao pedido perfeito é o ponto limite no qual a disponibilidade
de estoques é máxima (100%) e o tempo de ciclo é mínimo, tendendo a zero
(entrega instantânea). O atendimento do pedido perfeito é derivado dos
conceitos da qualidade largamente implantados desde a década de 1980,
como o zero defeito e ultrapassa o chamado nível de serviço básico.
Figura 16.2: Compreensão da Janela de ServiçoFonte: Elaborado pelo autor, aptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 88
As organizações que buscam o atendimento do pedido perfeito tendem a se
tornar fornecedores preferenciais, necessitam de um forte apoio informacio-
nal e, consequentemente, custo mais elevado.
O serviço de valor agregado é diferente do serviço básico e diferente do
serviço de atendimento do pedido perfeito. Serviços de valor agregado resul-
tam de atividades específicas ou exclusívas como inserção de informações,
etiquetas de controle, manuais, embalagens de proteção e outros.
O atendimento ao pedido perfeito busca a satisfação máxima do cliente.
16.3 Aumento das expectativas dos beneficiários
O serviço ao beneficiário tem se mostrado de forma dinâmica, impulsionado
pelo contínuo aumento das expectativas dos mesmos. Este aumento das
expectativas é influenciado por todas as organizações fornecedoras de serviços,
sejam elas públicas ou não, sejam concorrentes ou não do serviço, que na busca
por se manter no mercado oferecem serviços com mais atributos seguidamente
e, desta forma, instruem, orientam e realimentam os beneficiários (mercado
consumidor) resultando em buscas por tempos de ciclo menores e índices de disponibilidade cada vez maiores, conforme a figura abaixo. Este fato
leva ao que se chama de diminuição da “janela de serviço”.
ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre níveis de serviço.
Anotações
Consulte o livro de "Logística Empresarial", de Bowersox e Closs, editora Atlas (2001), no capítulo 3 Serviço ao Cliente, para melhores esclarecimentos sobre as definições aqui apresentadas.
e-Tec BrasilAula 16 – Definição de nível de serviço 89
e-Tec Brasil91
Aula 17 – Serviço de atendimento básico e perfeito
Nesta aula você encontrará esclarecimentos sobre os diferentes tipos de
serviço, os fatores associados à percepção qualitativa sobre os serviços
logísticos.
Objetivos da aula: estudar sobre a formação da percepção dos beneficiá-
rios, frente à recepção de serviços logísticos e os diferentes níveis de oferta
de serviços logísticos.
17.1 Percepções sobre serviçosVamos refletir? Pelo ponto de vista do fornecedor a prestação de qualquer
serviço pode ser considerada estática? O cliente muda sua opinião com o
passar do tempo? As possíveis respostas para estas questões devem ser pro-
curadas pelo gestor público.
Será o beneficiário alguém que sempre espera receber mais do que a ele é
ofertado? Vamos tomar nós mesmos como exemplo e resposta as questões
formuladas.
Você concorda que um serviço que antes lhe era satisfatório, no momento
seguinte não é mais? Por que mudamos de opinião?
Vamos deixar estas dúvidas por aqui e buscar mais conhecimento!
Figura 17.1: VidenteFonte: www.shutterstock.com
17.2 Serviços básicosO serviço básico é frequentemente confundido com serviço simples ou mes-
mo com um serviço abaixo de certo padrão. É preciso desmistificar a ques-
tão. O serviço básico não é serviço de segunda categoria, nem é serviço abai-
xo do padrão. O serviço básico de atendimento ao beneficiário tem como
característica o atendimento a ampla camada da população, destinado ao
maior número possível de beneficiários. O serviço de atendimento básico
pode ser medido em termos de: disponibilidade, desempenho operacional e
confiabilidade.
A disponibilidade é a capacidade de atendimento imediato da necessidade
do beneficiário, ou seja, refere-se a existência de itens em estoque em deter-
minada quantidade. A disponibilidade é feita a partir de itens em estoque.
O alcance (tamanho) deste estoque é determinado por duas decisões de
gestão. Uma decisão baseada na estimativa de consumo do produto e outra
decisão baseada na segurança contra imprevistos, que você quer proporcio-
nar para sua operação. A disponibilidade também depende da sua estrutura
física, da sua rede logística, isto é do número de depósitos, da localização
destes, tamanho e também depende da sua estratégia para a entrega dos
itens (produtos). A (in)disponibilidade pode ser medida em termos de fre-
quência da falta de itens em estoque (tem ou não tem o item), índice de
disponibilidade (quantidades parciais do item, em relação ao que é pedido)
e pela expedição de pedidos completos.
O desempenho operacional também é medido em termos de: velocidade,
consistência, confiabilidade e falhas e recuperação.
Velocidade é definidio como a quantidade de tempo transcorrido entre um
pedido e o recebimento do item, este lapso de tempo também chamado
de lead time. A velocidade (tempo decorrido) deve sempre ser considerada
pelo ponto de vista do beneficiário. Considerar o beneficiário como elemen-
to de referência na medida do tempo (velocidade) é uma filosofia deriva-
da da abordagem utilizada nos sistemas de gestão pela qualidade, como a
ISO9000 ou o Prêmio Nacional da Qualidade – PNQ.
A logística se apoia nos sistemas da qualidade na busca da satisfação dos beneficiários.
Lead time é o tempo de processamento de um pedido,
desde o momento que é colocado na empresa até o
momento em que o produto é entregue ao cliente. Atualmente
as empresas trabalham muito para reduzir o lead time e o
grande desafio é torná-lo zero. O problema é como fazer isso sem
aumentar os estoques.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 92
A consistência é a capacidade da organização logísitica de manter as entre-
gas em um regime constante. Sistemas de demanda variável exigem esforço
para manter a consistência das entregas. Isto também deve ser medido pela
perspectiva do beneficiário.
Em situações de falhas (desastres, sinistros, roubos) são necessárias ações
corretivas e também preventivas para manter o sistema em operação con-
tínua. O gestor deve ter sempre um plano de contingência (recuperação),
pois uma carga pode ser avariada, um veículo pode ficar retido, ou qualqer
outro tipo de problema e o beneficiário não pode ser culpado por estes
acontecimentos.
Os beneficiários formam uma percepção qualitativa sobre os serviços recebidos.
O conceito de confiabilidade está associado às informações antecipadas,
fornecidas aos beneficiários como: conteúdo, quantidade e deslocamento,
posição e entrega da carga (itens). A construção da confiabilidade é difícil e
em casos de falhas é facilmente perdida.
Figura 17.2: VelocidadeFonte: www.shutterstock.com
17.3 Pedido perfeito Outro tipo de serviço logístico é chamado de pedido perfeito. O serviço per-
feito é medido da mesma forma que o serviço básico. A diferença está nos
volumes de disposição e do tempo de entrega (velocidade). No serviço per-
feito existem 100% de itens em estoque, em quantidades que garantam a
entrega mesmo sob condições severas. A velocidade de entrega também tem
e-Tec BrasilAula 17 – Serviço de atendimento básico e perfeito 93
importante papel neste caso. Devem ser privilegiados serviços expressos. Os
custos do pedido perfeito são superiores aos custos do serviço básico. Assim
como o serviço básico o pedido perfeito é normalmente mal compreendido.
Figura 17.3: Avião de cargaFonte: www.shutterstock.com
17.4 Serviço de valor agregadoO serviço de valor agregado não
está associado ao desempenho
operacional e nem a disponibilida-
de. O serviço de valor agregado
complementa qualquer um dos ti-
pos de serviços. São outros serviços
oferecidos tais como: embalagens,
horários especiais de atendimento,
inserção de informações adicionais
junto ao produto (item).
ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo qualidade de serviços.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 94
e-Tec Brasil95
Aula 18 – Gerenciamento de transportes
Nesta aula você encontrará temas relacionados à gestão de transportes
e alguns cuidados que o gestor público deve ter ao cuidar deste tipo de
operação.
Objetivos da aula: Aprender sobre gestão de transportes nas cidades e
entre as cidades.
18.1 Gerenciamento de transportesO serviço de transporte é a parte mais visível em uma operação logísitica, se
você sair na rua de sua cidade ou na estrada, ou mesmo em um aeroporto
ou em uma estação de trens de cargas, verá anúncios e propagandas sobre
os serviços logísiticos. É também a área da logística de mais fácil apuração de
custos. O serviço de transporte também concentra os maiores custos logísi-
ticos e por esta razão, seu controle deve ser mais próximo e continuamente
aperfeiçoado.
Figura 18.1: Gerenciamento de transportesFonte: www.shutterstock.com
A estratégia de gestão de custos está diretamente relacionanda com a ca-
racterística dos veículos transportadores e o nível de serviço acordado com o
beneficiário. Um nível de serviço mais baixo pode significar adotar um modal
de transporte mais econômico (lento) como o marítmo e um nível de serviço
mais elevado pode significar a opção pelo transporte aéreo (rápido) que é
significativamente mais caro.
Níveis de serviços diferentes podem significar serviços de atendimento bási-
co, serviço perfeito e serviço de valor agregado. Consequentemente a apro-
priação de custos varia.
A relação custo benefício de um nível de serviço deve ser maximi-zada sem afetar a qualidade percebida pelo beneficiário.
A rede de transporte ferroviário brasileira se mostra de certa forma rígida e
inflexível. O transporte ferroviário permite o transporte de grandes quantida-
des de materiais a baixos custos.
Figura 18.2: Transportes ferroviário e rodoviárioFonte: www.shutterstock.com
O transporte rodoviário é muito mais flexível alcança uma capilaridade muito
grande, porém há um custo superior. Combinar os modais ferroviário e ro-
doviário parece uma solução muito interessante do ponto de vista logístico.
A combinação de diferentes modais permite economias significati-vas nas operações logísiticas!
18.2 Agências de regulamentaçãoA permissão para operação intermodal (utilização e troca entre modais por
uma mesma organização prestadora de serviços) estava restrita (proibida)
até pouco tempo atrás, não só no Brasil como em muitos países. A visão es-
tatal era de que o estado deveria intervir no mercado para que não houvesse
a possibilidade de monopólios. A gestão neoliberalizante e a globalização
permitiram que o estado brasileiro diminuisse a sua ação sobre os sistemas
de transporte. O estado passou a ser o agente regulador, deixando que as
leis de mercado atuassem de forma livre e aberta.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 96
18.3 Sistemas de informação para transportesA moderna logística se vale de apoio informacional para manter o controle,
sobre a movimentação de materiais para efetuar o rastreamento das car-
gas, prevenir contra furtos, e oferecer aos beneficiários, informações sobre
o transporte. Não seria possível conceber a moderna logística sem o apoio
informacional.
Figura 18.3: SatéliteFonte: www.shutterstock.com
18.4 Restrições de tráfegoAs grandes cidades estão enfrentando dificuldades com as condições de
trânsito. Esse fato causa consequentemente dificuldades aos sistemas de
transportes logísticos. As restrições ao tráfego de caminhões nas áreas cen-
trais obrigaram as organizações a estabelecerem os depósitos (armazéns)
nas periferias das cidades e próximos aos eixos rodoviários. Isto determina
que as operações sejam necessariamente feitas por dois tipos de veículos,
os de grande porte atuando entre cidades e ficando restritas as zonas peri-
féricas e os de veículos de pequeno porte para tráfego nas regiões centrais.
ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre gerenciamento
de transportes.
Para mais informações sobre as agências de regulação de transportes consulte os sites da Agência Nacional de Transporte Terrestre – ANTThttp://www.antt.gov.br, da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, da Agência Nacional de Transporte Aquaviário, - ANTAQ emhttp://www.anac.gov.br e http://www.antaq.gov.br/NovositeAntaq/default.asp
e-Tec BrasilAula 18 – Gerenciamento de transportes 97
e-Tec Brasil99
Aula 19 – Gerenciamento de depósitos
Nesta aula você encontrará informações sobre depósitos, os cuidados as-
sociados a eles, as operações feitas e as tecnologias encontradas.
Objetivos da aula: conhecer as operações de gestão de depósitos e os
cuidados associados a elas.
19.1 DepósitosOutro grande ponto de apoio aos processos logísiticos são as estruturas de
depósitos (armazenagem). Os depósitos flexibilizam a trabalho logístico e su-
portam os elevados padrões de nível de serviço ao beneficiário. Os princípios
operacionais de armazanagem nos depósitos são decorrentes do: projeto de
rede, da tecnologia de manuseio e do plano de estocagem.
Figura 19.1: ArmazémFonte: www.shutterstock.com
19.2 Depósitos e o projeto de rede logísticoO projeto da rede logísitica é elaborado tomando por base caracterísiticas
das instalações físicas, da movimentação interna dos produtos, da localiza-
ção externa e dos acessos rodoviários, por exemplo, opta construir prédios
de um pavimento, para economizar (energia) ao elevar cargas pesadas ou
desajeitadas, disposição das entradas e saídas dos prédios, de forma que o
percurso seja linear ou em forma de “U”. A segurança do armazém está
associada ao número de acessos.
Figura 19.2: Mapa rodoviárioFonte: http://www.adbragantina.com.br
19.3 Características de armazenagemOs armazéns devem permitir que os produtos ali depositados sejam man-
tidos em condições estáveis. Produtos de maior movimentação devem fi-
car nas áreas mais próximas aos sistemas de movimentação, produtos mais
pesados na parte inferior das estanterias e produtos mais leves na parte
superior das estanterias, produtos de grandes dimensões ou “esbeltos” na
parte inferior das estanterias, produtos de pequenas dimensões na parte
superior das mesmas. Outros critérios de ocupação devem ser levados em
consideração na escolha dos endereços internos dos produtos, como custo
dos produtos, cuidados com higiene, pericolusidade, validade ou fragilidade
dos produtos.
Armazéns para alimentos podem ter sistemas sofisticados para controle de
temperatura.
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 100
Figura 19.3: VacinasFonte: www.shutterstock.com
O projeto do armazém deve ser concebido de forma a eliminar o duplo
manuseio ou o excessivo manuseio. Os pontos de gargalo também devem
ser exaustivamente estudados. Gargalos podem aparecer em função
da sazonalidade da demanda, isto significa que mesmo itens de grande
consumo podem ficar em pontos afastados em determinados momentos,
como por exemplo, itens marcadamente sazonais, por serem intensamente
consumidos em pequeno período de tempo de poucos dias ou semanas,
frente a outros itens de grande consumo, porém de consumo mais regular
ao longo do ano
Depósitos suportam níveis de serviço elevados.
19.4 Plano de estocagemGuardar os produtos nos armazéns exige do gestor público conhecimento
adicional. Deve ser elaborado um plano de estocagem para os produtos.
O plano permite alocar produtos conforme deteminadas características
conhecidas tais como: dimensão (forma espacial), peso, densidade, valor e
sazonalidade de abastecimento como, demanda dependente ou demanda
independente. O plano de estocagem considera também as caracterísiticas
físicas do prédio do armazém de forma que favoreça a movimentação.
O depósito deve ter sua localização estabelecida.
e-Tec BrasilAula 19 – Gerenciamento de depósitos 101
e-Tec Brasil 102
19.5 LocalizaçãoUm depósito dentro de uma região urbana estará limitado por alguns fatores
como: a velocidade dos veículos de transporte, tipo do veículo (algumas
cidades impedem que caminhões grandes trafeguem na região central),
ao crescimento urbano. Cidades com grande crescimento como São Paulo
impedem que os depósitos sejam ampliados por falta de espaço. O local do
depósito também tem de considerar o tipo de mão de obra a ser empregada
e os serviços locais necessários e disponíveis tais como bancos, comércio,
restaurantes, hospitais, postos policiais e de postos combustíveis. Legislações
municipais e estaduais também podem ser restritivas a ponto de causar sérios
transtornos às operações logísticas como com líquidos inflamáveis, materiais
tóxicos, patogênicos ou radioativos.
Um depósito deve ter em seu projeto a previsão de área para expansão. É
comum se ocupar áreas livres de 3 a 5 vezes superiores a área construída
inicialmente. Em alguns casos é necessário um tipo de solo e de piso que
suportem grandes pesos como nas indústrias de base.
ResumoNesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo da gestão de armazéns.
Atividades de aprendizagem• Se sua cidade dispõe de aeroporto operado pela INFRAERO você pode fazer
uma pesquisa sobre o funcionamento dos diversos depósitos que existem
em um aeroporto. Caso contrário verifique que outros tipos de depósitos
existem relacionados às empresas de transporte público ou privado.
e-Tec Brasil103
Aula 20 – Movimentação de materiais
Nesta aula você encontrará princípios de ação de gestão sobre movimen-
tação de materiais.
Objetivos da aula: estudar os fatores inerentes a movimentação de mate-
riais como: equipamentos, riscos de acidentes e tecnologias.
20.1 Movimentação de materiaisAlém de proteger os produtos, um armazém tem por função armazenar e
facilitar a movimentação dos produtos. A movimentação de materiais deve
levar em conta as caracterísiticas físicas dos produtos, a tecnologia disponí-
vel, os custos e seus beneficiários.
Para que o sistema logístico tenha ganhos que se reflitam para a organização
e para seus beneficiários é preciso o uso intenso de tecnologia. A criatividade
nas operações e a busca por soluções alternativas tem se mostrado como o
maior e melhor desafio para os operadores logísiticos.
A movimentação exige cuidados com segurança, pois a possibilidade de aci-
dentes é grande. Os veículos de carga exigem operadores certificados e ha-
bilitados. Os operadores devem conhecer os primeiros socorros, assim como
operar os equipamentos de segurança.
Um armazém pode funcionar 24 horas por dia e necessita de operadores, su-
pervisores, pessoal de manutenção, pessoal de segurança, primeiro socorros
e de serviços de alimentação.
O emprego de mão de obra feminina é uma realidade nesta área. As mu-
lheres tem tido melhor desempenho do que os homens na operação de
máquinas.
20.2 ErgonomiaOutro grande dilema de gestores está entre decidir adaptar o homem ao
ambiente ou adaptar o ambiente ao homem. Para esclarecer a questão va-
mos buscar nos ensinamentos históricos as referências necessárias. Uma de-
las vem de Vitruvio, entre outras atividades era arquiteto. Na arquitetura
o homem é a medida das coisas. Ou seja, a altura, o tamanho dos braços,
das pernas é utilizado na produção das edificações. Os móveis e utensílios
devem ser aproximados das dimensões humanas. O corpo humano é frágil
e deve ser cuidado.
Figura 20.1: Homem de Vitruvio, de Leonardo da VinciFonte: http://rabiscosesafanoes.blogspot.com
A movimentação de materiais potencializa a ocorrência de acidentes. A pos-
tura ao apanhar cargas manualmente deve ser fonte constante de preocu
pação dos gestores. Várias doenças ocupacionais são decorrentes de des-
cuidos ou de falta de informação. Entre as doenças mais comuns, estão as
lombalgias, podendo chegar ao extremo de causar afastamento ou mesmo
aposentadoria precoce.
Figura 20.2: Acidente de trabalhoFonte: www.shutterstock.com
O Homem Vitruviano é um desenho de 1492, feito por
Leonardo Da Vinci, no qual expõe o traçado e
proporções do corpo humano.Também é um conceito da obra “Os dez livros da Arquitetura”,
do arquiteto romano Marco Vitruvio Polião. Fonte:
http://www.infoescola.com/desenho/o-homem-vitruviano
Lombalgias.f. Dor na região lombar. (A expressão “mal dos rins” é
sinônimo de lombalgia, mas os rins propriamente ditos
raramente são responsáveis por esse mal, visto que na
maioria das vezes se trata de lombartrose ou de lumbago).
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 104
20.3 Tecnologias de movimentação e manuseio
As tecnologias empregadas na movimentação e no manuseio dos produtos
devem permitir o menor número de operações possíveis, de forma a diminuir
a interferência humana. Alguns armazéns são robotizados, assim podem
operar sem que haja operação manual. Mediante robos, munidos de leitores
de posição e de leitores de códigos de barra, associados a tecnologias de co-
municação móvel é possível que um computador controle a saída (consumo)
de determinado item, em um posto de saúde distante centenas ou mesmo
milhares de quilômetros, e informe ao computador que controla o armazém
(estoque) e por sua vez que este ordene o movimento de picking a um robo
responsável por percorrer o estoque até a posição (coordenadas) e retirar da
posição o item e encaminhá-lo para a área de despacho (saída). Repetidas
viagens do robo permitem que os itens sejam alocados em uma posição de
saída (balança). O conjunto de documentos legais necessários para o trans-
porte é emitido automaticamente pelo sistema. O sistema conhece as infor-
mações dos pesos dos itens, multiplica pela quantidade e compara o peso
calculado a partir da nota fiscal com o registro da balança, sendo desneces-
sário a ação humana. Somente em casos de erro ou acidente a interferência
humana é necessária.
A atividade de movimentação pode ser facilitada se os itens estiverem agru-
pados em containers padrões, pallets e caixas. Isto facilita a operação e dimi-
nui a quantidade de erros e acidentes no depósito.
Figura 20.3: ContainersFonte: www.shutterstock.com
Pickingtermo técnico utilizado nas operações de coleta de itens em depósitos.
e-Tec BrasilAula 20 – Movimentação de materiais 105
e-Tec Brasil 106
Outros equipamentos são utilizados na movimentação interna nos arma-
zéns. Você encontrará desde esteiras transportadoras, praleteiras, pás-car-
regadeiras, guinchos, pontes rolantes, empilhadeiras entre outros. O uso de
sistemas de etiquetas com leitores de códigos de barra facilita as operações,
pois aumenta a velocidade e diminui os erros permitindo operações mais se-
guras. Sistemas de transmissão por rádio frequência e outros dispositivos de
comunicação, facilitamos processos evitando que os operadores retornem
para buscar por informações. A variedade tecnológica disponível atende aos
mais elevados níveis de serviço, favorecendo o resultado operacional do ar-
mazém.
ResumoNesta aula você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre movimentação
de materiais, dos riscos associados ao trabalho e do emprego de tecnologias
nos depósitos.
Anotações
e-Tec Brasil107
Referências
Martins, Petrônio Garcia; Alt, paylo Renato de Campos Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. Editora Saraiva, São Paulo, 2006.
Bowersox e Closs Logística Empresarial editora Atlas, São Paulo, 2001.
Referências das Figuras
Figura 1.1: Gestão de OperaçõesFonte: Elaborado pelo autor
Figura 1.2: Transformação de Recursos em Produtos e/ou ServiçosFonte: Elaborado pelo autor
Figura 1.3: Tipos de RecursosFonte: Elaborado pelo autor
Figura 1.4: Ambulância SAMUFonte: http://www.es.gov.br/site/noticias/show.aspx?noticiaId=99667114
Figura 1.5: Gastos PúblicosFonte: www.shutterstock.com
Figura 1.6: Patrimônio de uso comumFonte: www.shutterstock.com
Figura 2.1: Atendimento médicoFonte: www.shutterstock.com
Figura 2.2: EstoqueFonte: www.shutterstock.com
Figura 5.1: Redução de preçosFonte: Elaborado pelo autor
Figura 5.2: Composição de preço de um produtoFonte: Elaborado pelo autor
Figura 6.1: TrabalhoFonte: www.shutterstock.com
Figura 6.2: ConectadosFonte: www.shutterstock.com
Figura 6.3: Feira InternacionalFonte: www.shutterstock.com
Figura 7.1: Computador bolsa de valores, NasdaqFonte: http://olhardigital.uol.com.br/negocios/digital_news/noticias/hackers_invadiram_nasdaq_diversas_vezes_em_2010_revela_jornal
Figura 8.1: Representação de estoques de cicloFonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002).
Figura 8.2: O efeito regularizador dos estoquesFonte: Elaborado pelo autor
Figura 9.1: Rede ElétricaFonte: http://www.bohnen.com.br/Noticia.aspx?NoticiaID=288
Figura 10.1: ArmazémFonte: www.shutterstock.com
Figura 10.2: Representação gráfica da dinâmica dos estoquesFonte: Elaborado pelo autor
Figura 10.3: Dinâmica de EstoquesFonte: Elabora pelo autor
Figura 11.1: Segunda Guerra Mundial (1939-1945)Fonte: www.shutterstock.com
Figura 11.2: Cadeia de SuprimentoFonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)
Figura 12.1: Transporte rudimentarFonte: www.shutterstock.com
Figura 12.2: Plataforma de petróleoFonte: www.shutterstock.com
Figura 12.3: ComputadorFonte: www.shutterstock.com
Figura 12.4: Selo de Certificação de Finalista e troféu Prêmio Nacional da QualidadeFonte: http://www.albras.net/certificacoes.htm e http://www.fnq.org.br/site/397/default.aspx
Figura 14.1: TempoFonte: www.shutterstock.com
Figura 14.2: QuedaFonte: www.shutterstock.com
Figura 14.3: Caminhão lotadoFonte: http://meme.yahoo.com/mariano/p/svx-wRc/?.mo=1
Figura 15.1: Meios de transporteFonte: www.shutterstock.com
Figura 15.2: Variações nos processos Logísticos.Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)
Figura 16.1: SedexFonte: http://renatotavares.com/calcular-frete-do-sedex.html
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 108
Figura 16.2: Compreensão da Janela de ServiçoFonte: Elaborado pelo autor, aptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)
Figura 17.1: VidenteFonte: www.shutterstock.com
Figura 17.2: VelocidadeFonte: www.shutterstock.com
Figura 17.3: Avião de cargaFonte: www.shutterstock.com
Figura 17.4: Embalagem de sedexFonte: http://www.anfibia.com.br/blog/2009/12/sedex-realiza-acao-com-blogueiros/
Figura 18.1: Gerenciamento de transportesFonte: www.shutterstock.com
Figura 18.2: Transportes ferroviário e rodoviárioFonte: www.shutterstock.com
Figura 18.3: SatéliteFonte: www.shutterstock.com
Figura 19.1: ArmazemFonte: www.shutterstock.com
Figura 19.2: Mapra rodoviárioFonte: http://www.adbragantina.com.br/13743.html
Figura 19.3: VacinasFonte: www.shutterstock.com
Figura 20.1: Homem de Vitruvio, de Leonardo da VinciFonte: http://rabiscosesafanoes.blogspot.com/2010/10/homer-davinci.html
Figura 20.2: Acidente de trabalhoFonte: www.shutterstock.com
Figura 20.3: ContainersFonte: www.shutterstock.com
e-Tec BrasilReferências 109
e-Tec Brasil111
Atividades autoinstrutivas
1. PROCESSO pode ser definido como:
a) toda ação de transformação
b) o que vem antes entrada
c) o que vem depois da saída
d) a primeira etapa da gestão
e) a última etapa da gestão
2. RECURSOS são:
a) ações para bloquear um resultado
b) entradas de um processo
c) resultados de um processo
d) produtos finais de um processo
e) a soma das entradas e do resultado final
3. Despesas pagas à margem da lei são chamadas de:
a) neomarginais
b) supraordinárias
c) alter-orçamentária
d) infraorçamentária
e) extraorçamentária
4. No modelo da caixa d’água o nível d’água representa:
a) a vazão de entrada
b) a vazão de saída
c) o estoque
d) a compra
e) o beneficiário
5. A relação entre estoques e políticas públicas pode ser definida por:
a) pequenos estoques permitem políticas públicas melhores
b) grandes estoques permitem políticas públicas neutras
c) não existe relação entre os estoques e as políticas públicas
d) estoques determinam as políticas públicas
e) políticas públicas determinam o tamanho dos estoques
6. ESTOQUES podem ser definidos como:
a) dinheiro público armazenado sob a forma de coisas tangíveis
b) emprétimos públicos sob a forma de coisas intangíveis
c) empréstimos públicos sob a forma de coisas tangíveis
d) dinheiro público virtual em forma de coisas intangíveis
e) dinheiro público virtual em forma de coisas semitangíveis
7. O Sr. Schereck, prefeito de um município de muito, muito distante, autorizou o uso de patrimônio público para a construção do está-dio de um time de futebol do município que sediará alguns jogos da copa de 2014. A AUTORIzAçãO pode ser considerada:
a) como ação moral porque outros municípios farão o mesmo
b) como ação ética, pois estará ajudando ao povo
c) como ação amoral, pois ajudará o povo e o time de futebol
d) como ação antiética, pois não se deve empregar dinheiro público em
bens particulares
e) como ação imoral, pois contraria os interesses da oposição
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 112
8. A disfunção Maxweberiana é representada por:
a) eliminar todos os controles para agilizar os resultados dos processos
b) suprimir funções para agilizar os processos
c) criar dificuldades operacionais para depois vender benefícios
d) aumentar a velocidade de tramitação dos processos de mudança de função
e) colocar o beneficiário como centro das atenções
9. Nas manifestações de hospitalidade de parte de fornecedores o funcionário público deve:
a) recusar
b) aceitar e usufruir a oferta
c) aceitar e dividir com os demais funcionários
d) aceitar e retribuir a hospitalidade
e) solicitar que não sejam oferecidas aos demais funcionários
10. O que completa a frase “A compra sustentável é aquela que...”:
a) deve produzir a substituição mais rápida de bens no local de trabalho
b) corresponde a pensar apenas no presente
c) é baseada apenas no menor preço
d) é baseada em produtos e serviços que empreguem menos materiais e
consomem menos energia
e) gasta mais energia
11. Comprar de pequenas empresas locais corresponde a...:
a) agir irresponsavelmente
b) desperdício do dinheiro público
c) altamente criticável
d) ser sustentável
e) ser responsável socialmente
e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas 113
12. Os funcionários que elaboram as especificações para a compra dos produtos, devem ficar atentos aos ciclos de vida dos produtos, pois...:
a) existem subjetivismos e vieses pessoalidades que devem ser evitados
b) buscar produtos com ciclos de vida mais curtos
c) evitar comprar produtos que tenham mais de uma aplicação
d) a duração do ciclo de vida não importa
e) esta é um problema do próximo responsável pelas especificações técnicas
13. Os fornecedores obtêm reduções dos preços dos produtos por meio:
a) dos modismos na administração
b) de alterações nas matérias-prima dos produtos
c) da falta de interesse dos beneficiários
d) das pressões dos fornecedores por maiores vendas
e) da falta de barganha
14. A gestão de compras pode ser descrita como:
a) A pós-face entre o beneficiário e o fornecedor
b) A média-face entre o fornecedor e a organização pública
c) A interface entre a organização pública e o fornecedor
d) A extraface entre o beneficiário e o fornecedor
e) A ultraface entre a organização pública e o fornecedor
15. Os fornecedores de produtos são importantes, pois adicionalmente podem...:
a) prestar informações valiosas
b) emprestar dinheiro
c) conceder crédito
d) conceder prazos extraordinários
e) transferir bens
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 114
16. A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL não permite ao gestor público...:
a) aumentar os gastos sem precisar de verbas discriminadas
b) empregar parentes aprovados em concursos
c) reduzir as terceirizações de mão de obra para gastar além dos limites
legais
d) terceirizar para fugir dos limites legais impostos
e) desempregar funcionários públicos ao usar mão de obra mais barata
17. A GESTãO PELA QUALIDADE tem como foco principal...:
a) o fornecedor
b) se opor aos movimentos sindicais
c) a redução do funcionalismo
d) o beneficiário
e) a logística interna
18. Complete: A gestão estratégica...
a) não é importante para a Administração, pois a cada quatro anos ocorre
troca de governo
b) tem importância relativa, apenas para as secretarias de estratégia
c) não tem importância nenhuma
d) não interfere na gestão de materiais
e) permite ao gestor trabalhar, utilizando objetivos alinhados às políticas
públicas de curto e de longo alcance
18. Devem ser preocupação do gestor:
a) comprar produtos que apresentem consumo de energia elevado
b) comprar produtos que tenham produzido poluição excessiva
c) comprar produtos que tenham empregado mão de obra infantil
d) comprar produtos de ciclo de vida curtos
e) as alternativas A, B, C e D estão incorretas
e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas 115
19. O estoque de canal...:
a) corresponde a compra e armazenagem de vários canais
b) é o espaço por onde circulam os navios de mercadorias
c) é uma área específica que existe dentro dos armazéns
d) corresponde ao estoque intermediário
e) corresponde aos produtos, quando são transportados por longos períodos
21. O que são ESTOQUES de ciclo?
a) são aqueles que ficam dentro dos armazéns para serem ciclados
b) são aqueles provenientes da logística reversa
c) são estoques gerados, enquanto os recursos de transformação estão
ocupados
d) são estoques associados ao ciclo das águas
e) não existem estoques de ciclo, mas de reciclo
22. Os beneficiários compreendem os estoques como:
a) valor
b) dinheiro mal gasto
c) os beneficiários não compreendem os estoques por que não são admi-
nistradores
d) como os prédios públicos nos quais estão guardados documentos
e) informação a ser utilizada
23. São tipos de estoques:
a) Materiais, aplicações e serviços
b) Materiais, Informações e pessoas
c) Aplicações, componentes virtuais e recepções
d) Componentes virtuais, pessoas e transmissões de dados
e) Transmissões de dados, recepções técnicas e serviços
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 116
24. O sistema de controle PEPS significa que o:
a) Primeiro que entra é o primeiro que sai
b) Primeiro que entra é posterior ao que sai
c) Posterior que entra é o primeiro que sai
d) Posterior que entra é o posterior que sai
e) um tipo de refrigerante não alcólico
25. São produtos controlados pelo sistema PEPS
a) asfalto e lâmpadas
b) tinta de impressora e remédios,
c) giz escolar e papel para impressora
d) combustíveis e óleos lubrificantes
e) água e envelopes
26. Nas organizações públicas os custos de compra...:
a) não existem custos de compras
b) existem custos de compras, mas não precisam ser controlados
c) existe e devem ser controlados
d) existem, mas como a compra é pelo menor preço o governo sai ganhando
e) não existem custos porque as compras sempre são licitadas
27. Estoque médio corresponde a:
a) metade da quantidade comprada para um período de consumo
b) metade da quantidade restante ao final do exercício
c) metade da quantidade existente no meio do exercício
d) mediana calculada para um exercício
e) moda calculada para um período de consumo
e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas 117
28. Pode-se definir a logística como a área operacional?
a) que remove os produtos destinados aos beneficiários
b) responsável por posicionar os produtos para os beneficiários
c) que armazena os beneficiários
d) que beneficia os armazéns
e) a área que apenas controla os modais
29. Uma cadeia de suprimentos envolve:
a) as operações feitas entre beneficiários
b) as operações feitas a partir dos beneficiários até chegar à organização
c) as operações feitas entre os fornecedores
d) as operações feitas entre os fornecedores e a organização
e) as operações feitas desde os fornecedores até os beneficiários
30. A logística foi afetada pelos sistemas de gestão pela qualidade, pois o foco é...:
a) os fornecedores
b) os beneficiários
c) a organização
d) a cadeia de fornecedores
e) a cadeia das organizações
31. A moderna logística pode ser associada a ...:
a) gestão clássica
b) gestão miliciana
c) gestão participativa
d) gestão conservadora
e) gestão neoliberal
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 118
32. A percepção do que vem a ser competência logística é do (a):
a) beneficiário
b) fornecedor
c) organização
d) cadeia de suprimentos
e) todas as alternativas estão corretas
33. A logística é dividida em:
a) projeto de rede computacional, sistemas de transporte, sistemas de ar-
mazenagem, estoques virtuais, embalagens
b) projetos de teia, sistemas de transporte, sistemas de modais, sistemas de
estoques, armazéns
c) projeto de rede, sistemas de informação, sistemas de transportes, geren-
ciamento de estoques, armazenagem, embalagem e manuseio
d) sistema de modais, sistema de estoques, sistemas de armazéns, sistema
de projetos de teia,
e) sistemas de teia, sistemas de informação, sistemas de publicações, siste-
mas de beneficiários
34. São alguns dos objetivos operacionais:
a) resposta rápida, covariância,
b) variância, estoque máximo,
c) estoque mínimo, apoio ao ciclo de morte do produto
d) consolidação da movimentação, apoio ao ciclo de vida do produto,
e) desvio padrão e consolidação dos sistemas
35. O objetivo operacional que corresponde à logística reversa é:
a) variância reversa
b) retro-estoque
e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas 119
c) apoio ao ciclo de vida do produto
d) resposta contrária
e) consolidação da armazenagem de retorno
36. São modais?
a) os últimos lançamentos da moda
b) trem e estação
c) dutos e caminhões
d) navios e aeroportos
e) estoque em movimentação e armazéns
37. A incerteza logística é devida a ...:
a) constância dos estoques
b) transmissões sem erros
c) avaliações dos beneficiários
d) variações dos processos
e) estoques máximos
38. No modelo da caixa d’água, em termos de processos, o que signi-fica quando a vazão de entrada é igual à vazão da saída?
a) significa que são processos instáveis, portanto não deve ser procurados
b) nesta situação sempre é necessário o uso da caixa d’água
c) nada significam, pois a gestão de estoques não pode utilizar o modelo
d) significam que processos estáveis são mais desejáveis para gerenciar
e) significa que a variância é máxima
39. Níveis de serviço são ...:
a) padrões impostos pela organização aos beneficiários
b) padrões ofertados pela organização e aceitos pelos beneficiários
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 120
c) padrões impostos pelos fornecedores e aceitos pelos beneficiários
d) padrões ofertados entre os fornecedores
e) padrões impostos pelos beneficiários aceitos pelos beneficiários
40. Serviços de valor agregado significam...:
a) atendimento ao pedido perfeito
b) atendimento ao pedido básico
c) transformam pedido básico em serviço perfeito
d) são outras atividades associadas tanto a pedido perfeito quanto ao ser-
viço básico
e) o oposto aos serviços perfeitos desagregados
41. Serviço básico significa ...:
a) um padrão abaixo do mínimo acordado
b) um padrão acima do mínimo acordado
c) um nível qualquer acordado entre as partes
d) um nível com estoques máximos e entrega imediata
e) um nível negativo de estoques e entregas instantâneas
42. O serviço básico pode ser medido em termos de:
a) disponibilidade, desempenho operacional e confiabilidade
b) indisponibilidade, desempenho estratégico e estoques
c) disponibilidade estratégica, incerteza e modais
d) desempenho, certeza e confiabilidade acadêmica
e) indisponibilidade, confiabilidade acadêmica e velocidade
e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas 121
43. No gerenciamento de transporte os custos são:
a) de difícil apuração
b) de fácil apuração
c) são combinados com o fornecedor
d) não existem custos por ser empresa pública
e) são transferidos e cobrados do beneficiário
44. Complete: Modais mais rápidos ...
a) tem custos menores
b) transportam mais carga
c) têm custos maiores
d) não precisam de contingência
e) exigem sistemas de informação mais lentos
45. A ANTAQ é a agencia de regulação dos sistemas de transporte...
a) aéreo
b) rodoviário
c) ferroviário
d) dutoviário
e) aquaviário
46. A logística aplicada nos sistemas de esgoto para os resíduos cole-tados é chamada:
a) direta
b) reversa
c) transversa
d) cíclica
e) higiênica
Patrimônio Público, Materiais e Logística e-Tec Brasil 122
47. O projeto de rede logística implica em:
a) determinar o tráfego nas rodovias
b) determinar o uso de satélites para transporte de cargas
c) determinar as localizações dos depósitos e as operações realizadas neles
d) um conjunto de computadores conectados em rede
e) impedir que os produtos em circulação sejam aprisionados nos computadores
48. Produtos esbeltos devem ser ...:
a) armazenados na parte de baixo das estanterias
b) admirados deitados
c) na parte de cima das estanterias, apoiados por estais
d) na parte média das estanterias de forma enviesada
e) não devem ser armazenados, pois são consumidos para emagrecer
49. Ao elaborar o plano de estocagem o gestor deve considerar...:
a) as características metafísicas dos produtos
b) características dos sistemas de transportes
c) características físicas dos produtos
d) características dos sistemas de informação
e) o sistema inercial
50. A ergonomia é a ciência que...:
a) estuda o ergon na logística
b) estuda qual a melhor forma adaptar o homem ao ambiente de trabalho
c) estuda a arquitetura dos transportes
d) estuda a incerteza logística
e) estuda qual a melhor forma de adaptar o ambiente ao homem
e-Tec BrasilAtividades autoinstrutivas 123