livro-reportagem 'uma lira paulistana
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UMA LIRA PAULISTANA o som de um Teatro
um estudo sobre o Teatro que mudou o jeito de pensar música
no Brasil
Pedro Quinto Cotrim
UMA LIRA PAULISTANA
o som de um Teatro
- um estudo sobre o Teatro que mudou o jeito de pensar música no Brasil -
Trabalho Acadêmico para obtenção do título de Bacharel em Jornalismo
Autor
Pedro Quinto Cotrim
Professor orientador Nilton Joaquim Queiroz
Diagramação e projeto gráfico
Flávia Jorge e Pedro Quinto Cotrim
Revisão Alice Orrú e Renata Cabrera
Impressão
Sérgio Hentz
Ficha Catalográfica
Cotrim, Pedro Quinto
C887l Uma lira paulistana. Pedro Quinto Cotrim. São
João da Boa Vista, SP: UNIFAE, 2010.
104p. il. 21cm
Trabalho de conclusão de curso do curso de
jornalismo do Centro Universitário das Faculdades
Associadas de Ensino de São João da Boa Vista – 2010.
Orientados – Prof. Nilton Joaquim Queiroz.
1. Lira paulistana – História 2. Música
3. Experimentalismo 4. Produção independente
I. Título.
CDU – 78.06
apresentação Certa vez, um pai teve a ideia maluca de falar de música com o seu filho. Ele falava um tanto de coisas, mas o filho não entendia muito bem. Para a criança, música ainda era só aquilo que se tocava nas rádios e servia para distrair as pessoas. Ele não tinha a noção da importância de uma música de qualidade, não tinha a noção de que aquilo que tocava nas rádios não servia apenas para distrair, mas que também poderia fazer parte de suas vidas, da formação do caráter do indivíduo. E então, a partir daquele momento, o pai percebeu que deu um dos maiores ensinamentos para seu filho e o fez passar a perceber o mundo através da música e do que ela quer dizer.
Isso aconteceu lá pelos 12 anos do filho. Foi quando ele descobriu a coleção de fitas K7 do pai e, principalmente uma, que de repente o surpreendeu com um “uga, uga!”, meio rouco. O menino nunca mais esqueceu aquele grito e muito menos do que veio em seguida: já deu pra saber, êxtase, amor perfeito, mr. walker, dedo de Deus... sim, era ‘suspeito’ que tocava no toca-fitas, na voz de Arrigo Barnabé. Assim, o filho conheceu o ‘Lira Paulistana’.
E depois de Arrigo, foi a vez de apresentar um tal de Benedito, que todos chamam de Nego Dito, ‘bemdito’. Aí não teve mais jeito, o filho não quis
parar mais. Descobriu Premê, Língua de Trapo, Rumo, Vânia, Paranga, Tetê, Tiago...
Hoje, aquela criança está terminando o curso de jornalismo e para poder concluí-lo, escreve este livro, com a intenção de apresentar àqueles que, como ele, não participaram em presença desta Lira, mas que podem ter a chance de gozar a imortalidade de sua música.
‘Uma Lira Paulistana’ procura resgatar a história do Teatro, que há 30 anos, impulsionara a produção musical independente no país. Um local que reunia estudantes universitários, intelectuais e pessoas que procuravam boas músicas ou novas propostas, uma vez que não existia censura ali. De Itamar Assumpção a Ratos de Porão, todos tinham acesso aos palcos do Lira Paulistana.
Prefácio ............................................................. 15 Carta de Apresentação .................................... 23
a São Paulo artística dos anos 70 .................. 25 rua Theodoro Sampaio, 1091 ........................ 31
O Lira de Portas Abertas .................................. 37
sanchos panças em busca do quixote ........... 39 28 de outubro de 1979 .................................. 43 o voo livre da criação ..................................... 44 viva a independência! .................................... 45
O Lira Além da Arte .......................................... 51
modus operandi ............................................. 56 a moeda é a música ....................................... 61 o Lira Paulistana e a música independente ... 64
A Vanguarda Paulista ....................................... 75
o Lira e o público ........................................... 77 a voz da cultura .............................................. 78 quem fazia o Lira ........................................... 80 o legado ......................................................... 96
O Lira Paulistana, por mim, pelos outros... por todos! ................................ 101
a Vanguarda Paulista ..................................... 103 pelos outros ................................................... 104 por mim ......................................................... 108
Bibliografia ....................................................... 110
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