livro estranha economia - felipe barbosa

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livro sobre a obra do artista Felipe Barbosa colecao Cosmocopa+Apicuri textos de Alvaro Seixas, Jozias Benedicto, Luciano Vinhosa e Sheila Cabo Geraldo

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At vero eos et accusamus et iusto odio dignissimos ducimus qui blanditiis praesentium voluptatum deleniti atque corrupti quos dolores et quas molestias excepturi sint occaecati cupiditate non provident, similique sunt in culpa qui ocia deserunt mollitia animi, id est laborum et dolorum fuga. Et harum quidem rerum facilis est et expedita distinctio. Nam libero tempore, cum soluta nobis est eligendi optio cumque nihil impedit quo minus id quod maxime placeat facere possimus, omnis voluptas assumenda est, omnis dolor repellendus. Temporibus autem quibusdam et aut ociis debitis aut rerum necessitatibus saepe eveniet ut et voluptates repudiandae sint et molestiae non recusandae. Itaque earum rerum hic tenetur a sapiente delectus, ut aut reiciendis voluptatibus maiores alias consequatur aut perferendis doloribus asperiores repellat.At vero eos et accusamus et iusto odio dignissimos ducimus qui blanditiis praesentium voluptatum deleniti atque corrupti quos dolores et quas molestias excepturi sint occaecati cupiditate non provident, similique sunt in culpa qui ocia deserunt mollitia animi, id est laborum.

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ESTRANHA ECONOMIA

FELIPE BARBOSA (1978) é formado em pintura pela UFRJ (2001) e mestre em linguagens visuais pela EBA/UFRJ(2004), defendendo a dissertação “A experiência da arte pública”. Seu trabalho, que abrange a produção de objetos, pinturas, fotografias, vídeos, instalações e textos, é mostrado com destaque desde 2000 tanto no circuito artístico nacional quantono internacional.

O livroEstranha economia traça uma panorâmica da obra de Felipe Barbosa, com imagens de seus trabalhos no ateliê e em espaços expositivos. Com foco no processo criativo do artista, apresenta textos críticos de Alvaro Seixas, Luciano Vinhosa e Sheila Cabo Geraldo.

Estranha economia é também o título da série de trabalhos em queo artista usa objetos do cotidianorecobertos de picotes de papel-moeda e os agrupa em instalações que revelamambientes familiares porém cheios de estranheza. Outras séries de trabalhos do artista mostram bolas de futebol desconstruídas em seus gomos e remontadas em planos ou outros formatos, palitos de fósforo agrupados para formar esferas orgânicas, casas de cachorro montadas em “condomínios”, martelos totalmente recobertos por pregos. Para Alvaro Seixas, “esses objetos, e muitos outros, elaborados pelo artista Felipe Barbosa, podem ser vistos como crias maravilhosamente degeneradas da modernidade”.

Segundo Sheila Cabo Geraldo, “quem visita o ateliê de Felipe Barbosa reconhece sua avidez por objetos que se acumulam e se transformam”. A acumulaçãoEstes objetos e a suatransformação, na obra do artista, estão, a meu ver, a serviço de um desejo de catalogação, de ordenação, como uma pulsão aristotélica. Não só nas fotos dos trabalhos

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É por medo do erro1 que o homem constrói verdades. A vida, entretanto, sempre o desvia para as ilusões, consideradas equívocos por quem procura o verdadeiro. A potência artística e criadora, que seriam em si falsas, pois fundadas nas simulações e nas fabulações, resolveriam de vez a busca do inatingível da verdade.

O ambiente familiar que Felipe Barbosa constrói com restos de cédulas, dispensadas pelo órgão nacional responsável pelas repre- sentações monetárias, replica de maneira irônica uma certa admi-nistração financeira, que nos é bastante próxima, em que a economia, como no título da mostra, abriga estranhas e perversas distorções.

Se a economia tem como referência semântica o que foi para os gregos antigos, quando oikonomia resultava da ligação entre oikos (οἶκος), ou seja, a casa, e nomos (νόμος), que se referia ao costume ou à lei, resultando em uma administração segundo regras da casa, o que Felipe faz acaba sendo uma antieconomia (anticasa e antilei) no nível simbólico, tendo como valor as falsas representações e colocando em dúvida o poder político da economia stricto sensu.

Através da refuncionalização, a textura das cédulas, entrevista em um ou outro trecho dos objetos, incita um olhar de estranhamento e rememoração simultâneos. Para além da mais imediata percepção da dualidade de sentido, já que o banco de jardim que compõe o ambiente, por estar coberto de refugo de cédulas, remete ao banco instituição financeira, assim como a mala, que sempre nos faz lembrar certo acontecimento em que os valores financeiros se sobrepuseram aos valores ético-polítcos, é o estranhamento que dispara o desejo de memória e joga para o observador os sentidos que o trabalho desdobra: a falsificação e a desvalorização.

estranha economiaSheila Gabo

1 Machado, Roberto. Nietzsche e a verdade. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1985. Condomínio Tarsila / Tarsila condominium 2010200 x 110 cm

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O problema do falso e da obsolescência, recorrentes na obra de Felipe, aparecem aqui de maneira mais declaradamente enfrentada. As cédulas são roubadas, desvalorizadas ou falsas, e a mobília é falsa, mas também funciona. Um e outro problemas remetem à discussão da arte e à derrocada de suas aporias modernas, que requeriam, até muito recentemente, autenticidade, funcionalidade e veracidade, já reconhecidamente impossíveis tanto para Jorge Luiz Borges quanto para Orson Welles, como observa Gilles Deleuze2 que, reportando-se a Nietzsche, aponta a vontade de potência substituindo a forma do verdadeiro pela potência do falso.

Felipe trabalha desde muito tempo com a ideia de acumulação − que no seu caso, como ele diz, passa por certo colecionismo compulsivo. Desenvolve com esses objetos uma ordem de organização repetitiva, que passa muito próximo da moderna construtiva, de base geométrica. Sua geometria, porém, absorve também algumas premissas da geometria energético-sinergética, de Buckminster Fuller, em que o comportamento

2 Deleuze, Gilles. Las potencias de lo falso. In La imagen-tiempo Estudios sobre cine Barcelona/Buenos Aires/México: Ediciones Paidós, 1987.

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da totalidade de um sistema não é previsível a partir do comportamento das suas partes isoladamente consideradas. Dessa maneira é que as esferas-bolas-de-futebol de Felipe ganham contornos que, mantendo a forma básica, por acumulação e repetição, ultrapassam na forma final a esférica, formando um objeto em transformação.

Quem visita o ateliê de Felipe Barbosa reconhece sua avidez por objetos que se acumulam e se transformam. Mas o que definitivamente chama atenção é a agudeza com que o colecionista olha para cada um desses objetos, refletindo sobre a maneira como participam de uma economia global, marcada pelo esvaziamento da verdade − agora inevitável segundo a lógica do capital financeiro, pautada pela cópia consentida e, muitas vezes, pela cópia falsificada. É diante desses objetos desauratizados, que Felipe se posta como um artista que entende a história da arte desde a POP e conhece a assimilação do consumo. É assim, sem verdade, impressa na forma infinita do símbolo da bola de futebol, repetido e falsificado, tal como nas garrafas de refrigerantes Cola, que Felipe intui outra verdade, criada na dependência do sentido e do valor que a arte ainda é capaz de instaurar, uma verdade das simulações.

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Quando o conheci no finalzinho dos anos 90, Felipe, ainda estudante da Escola de Belas Artes, apresentou-me suas pinturas. Realizadas em gestos largos e descontraídos, me causaram boa impressão e chamaram minha atenção para a qualidade de sua arte. Logo em seguida, mudei-me para o Canadá, onde vivi quatro anos. Durante esse tempo, acompanhei seu trabalho de longe, trocando e-mails. Ao retornar ao país, Felipe já era um jovem artista promissor no cenário da arte contemporânea brasileira e não fazia mais pinturas, mas objetos.

Realizados a partir de outros objetos desconstruídos — como, no caso, os gomos de bolas de futebol que formam grandes planos em mosaicos — ou agregados e recombinados em uma nova arquitetura — como as Mórulas de palitos de fósforo ou os atuais Condomínios, em que o artista reúne casinhas de pássaros antropomorfizadas para formar outras estruturas maiores — seus trabalhos baseiam-se no princípio da construção. Felipe põe à prova sua habilidade de engenheiro empírico.

– O que pode esse objeto? Parece ser essa a pergunta que o artista se faz toda vez que se depara com uma nova descoberta. Assumindo uma espécie de plano diretor intuitivo, associa a unidade modular às possibilidades estruturais que se abrem. Assim, brinca com o cálculo e o equilíbrio ao lançar suas legoestruturas diretamente no espaço. Questão de

arquitetura de engenheiroLuciano Vinhosa, fev. 2009

Os engenheiros fazem arquitetura porque empregam um cálculo saído das leis da natureza

e suas obras nos fazem sentir a HARMONIA.

Le Corbusier1

1 Por uma arquitetura. São Paulo: Perspectiva.

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ensaio, prática e economia na solução: experiência... Arte! Em Condomínios, a associação lúdica que o artista opera entre a casa do homem e a engenhosidade dos pássaros talvez não seja apenas uma gratuidade, mas uma metáfora do afinco obstinado aplicado ao trabalho, preciso e eficaz, porém espontâneo, ao qual se entregam pássaros e artistas.

Em todos os trabalhos, porém, diria mesmo em toda a sua obra, a superfície que resulta das combinações

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modulares, ainda que recubra o volume, está ativada pela cor e/ou pela textura a tal ponto que, se não o submete, pelo menos se coloca em igual condição de chamar a atenção do espectador. Nesse sentido, Felipe nunca deixou de ser pintor. O deslizamento das estruturas cromáticas de Condomínios para o plano das telas é sintomático. Aquela pintura do início de carreira retorna agora, mas sob o prisma da atitude construtiva. Uma construção sem projeto rígido; empírica, mas que se calcula enquanto se realiza. Pura harmonia intuitiva baseada na justeza do olho em ação.

– Adverte Le Corbusier: “a arquitetura, que é coisa de emoção plástica, deve, no seu domínio, começar pelo começo também e empregar os elementos suscetíveis de atingir nossos sentidos, de satisfazer nossos desejos visuais, e dispô-los de tal maneira que sua visão nos afete claramente”2. Eis a lição: as pinturas e os objetos de Felipe Barbosa afetam claramente nossa visão e, nesse sentido, sempre foram ensaios para uma arquitetura de engenheiro.

De uns anos para cá, envolvidos em reformas de apartamentos, conversamos muito sobre as transformações dos ambientes, reaproveitamentos de material, melhoras nas condições de ventilação e iluminação... rabiscos e croquis, “puxadinhos” e engenhosidades. A casa é, para os artistas, também um lugar de trabalho: trabalha-se vivendo a morada, transformando-a. Esta última observação é apenas para lembrar como a obra do artista, Felipe Barbosa, não está desvinculada das ações práticas que empreende na vida.

2 Op. cit., p. 7.

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“A ordem de uma figura única e a harmonia de um único número dão origem a todas as coisas.”

Giordano Bruno, De La Monade, 1591

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“A geometria já existia antes da antes da criação das coisas, eterna como o espírito de Deus; é o próprio Deus e foi ela que lhe deu os protótipos para a criação do mundo”

Johannes Kepler, harmonices Mundi, 1619

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“Uma teoria definitiva da matéria será caracterizada, como no caso de Platão, por uma série de relações essenciais de simetria (...) Mas já não é possível explicar estas simetrias simplesmente através de imagens e de grafimos, como acontecia com os corpos platônicos. E sim, com recurso a equivalentes.”

Werner Heisenberg, Schritte Uber Grenzen, Munique 1971

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Abrigos transparentes, Mapas de consumo, Mórulas, Lições cubistas, Martelos de pregos, Quadros de nível, Edifícios Volpi, Gravatas escorridas, Desenhos espaciais, Bolarugas... Estes objetos, e muitos outros, elaborados pelo artista Felipe Barbosa, podem ser vistos como crias maravilhosamente degeneradas da modernidade. O modo de operar de Barbosa repensa as certezas de movimentos tidos como antagônicos, como o construtivismo e o dadaísmo, ao percorrer as fronteiras existentes entre estas e uma série de outras propostas artísticas. As formas e cores de suas obras são contaminadas das logomarcas e trejeitos de linguagem da cultura popular e de massa, flertando tanto com a esperança na arte, quanto com a negação desse valor. É compreensível, portanto, que a rotina diária de Barbosa em seu ateliê nos remeta simultaneamente aos notórios modi operandi de figuras tão diversas, como o artista moderno Piet Mondrian e o contemporâneo Andy Warhol.

De Mondrian, lembramos sua obsessão pelo estudo das formas, que se faz presente em inúmeras variações pictóricas sobre um mesmo tema “geométrico”. Os gomos de bola de futebol são para Barbosa, em parte, como as linhas negras e as cores básicas foram para o artista holandês – elementos plásticos que afirmam um equilíbrio dinâmico, num aparente e elegante movimento que sugere um constante rearranjo.

Não pretendemos, é claro, confundir por completo a simplicidade e clareza abstratas almejadas por Mondrian, em grande parte de sua carreira, com a diversidade visual da série de obras “futebolísticas” de Barbosa, mesmo que, no fim de sua vida, o grande artista holandês estivesse de

os ateliês de Felipe BarbosaAlvaro Seixas, Niterói, julho de 2012

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olho no intrincado e saltitante ritmo da cidade de Nova York, ao produzir obras como Broadway Boogie-Woogie. A visualidade de Barbosa é apropriacionista e assumidamente fruto das contradições visuais e narrativas por ele extraídas de um panorama imagético globalizado, diversificado e infinitamente mais vasto que o da metrópole norte-americana da década de 1940.

Em seu processo de análise/síntese formal, Mondrian, justamente, forrava os ambientes de seus ateliês abstracionistas com cartões retangulares de cor e suas próprias pinturas. Já Barbosa inunda-se não apenas de formas visuais básicas, tampouco somente de bolas de futebol, mas de uma grande quantidade de objetos que encontra por toda e qualquer parte, principalmente nos supermercados e lojas de departamento – sejam eles

cariocas, portenhos, nova-iorquinos ou parisienses –, enxergando combinações – ou seriam sutis desajustes? – entre os artigos que coloca em seu carrinho de compras. Nesses momentos, o artista abandona alguma sintonia que possa ter com a “lógica” particular de Mondrian, para aproximar-se dos “encontros fortuitos” defendidos pelos surrealistas, realizando articulações e choques entre

universos semânticos distantes, estratégias fundamentais na obra de Barbosa.

Já de Andy Warhol, recordamos o fato de o artista americano ter reavivado, mesmo que ironicamente, a visão do ateliê como espaço coletivo. Sua célebre “Factory” era não apenas uma espécie de ateliê-fábrica, focado em aperfeiçoar

a velocidade “produtiva”, mas também um escritório multitarefas e, ainda, um ponto de encontro, um palco e um local de passagem, de circulação, por onde transitavam ideias, objetos, materiais, pessoas, sensibilidades e louváveis afinidades e conflitos. De forma semelhante a Warhol, o processo de Barbosa não se define apenas por sisudos e íntimos monólogos, feitos às escondidas pelo artista.

Muitas das obras de Barbosa surgem em meio a um dia a dia atribulado, carregado de interações que o artista sempre procurou manter com outros colegas de profissão, críticos de arte, professores, galeristas, músicos, poetas, colecionadores, designers, parentes e seus inúmeros assistentes. Estas figuras constituem, desse modo, um eclético grupo de pessoas que habitam, mesmo que alguns

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deles rapidamente, os espaços de trabalho de Barbosa – desde seu antigo ateliê coletivo no bairro de São Domingos, na cidade de Niterói, passando pelos ateliês que manteve no bairro carioca de Santa Teresa (com destaque para o da Ladeira do Castro 193), chegando até o grandioso espaço Ricalde & Barbosa, localizado na cidade litorânea de Rio das Ostras (casa-ateliê-fábrica onde atualmente vive e trabalha o artista). O projeto deste último ateliê foi por ele cuidadosamente orientado em parceria com a esposa – a artista e colaboradora em muitas empreitadas, Rosana Ricalde. Assim como a “Factory”, os ateliês de Barbosa, longe de constituírem locais de reclusão, muitas vezes

se confundiram com um espaço cultural público, tendo em vista a intensa visitação e notoriedade destes locais no circuito de arte nacional, em especial, no carioca.

Na “Factory”, e nos ateliês de outros artistas dos anos 1960, as obras de arte ganharam, como nunca antes, uma dimensão serial, confundindo-se com produtos industrializados do cotidiano, em especial, artigos da comunicação de massa, tais como banners, jornais e revistas. Entretanto, a marcante tendência à mecanização, que encontramos nas pinturas e “caixas de sabão” serigrafadas de Warhol, é bem menos recorrente nas obras de Barbosa, já que os objetos do artista brasileiro são, em grande parte, resultantes de intrincado processo artesanal e manual, o que não impede, é claro, que muitos deles sejam produzidos em larga escala – amontoando-se sobre inúmeras prateleiras

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ou dentro de caixas no estúdio do artista – e simulem, estrategicamente, o acabamento industrial.

Nos ateliês de Barbosa já foram (re)processados artisticamente os mais diversos objetos: de copinhos plásticos a mesas de sinuca. Novamente de acordo com o legado da arte pop, os objetos concebidos pelo artista podem ser pensados como produtos industriais anômalos, já que em sua maioria são found materials reconfigurados para afastar-se, na dose artística certa, da utilidade e da função imediata dos artigos industriais dos quais se originaram. As bolas de futebol, gigantes e monstruosas, que emergem em meio ao estúdio de Barbosa, fazem parte de um outro jogo, no qual os “passes de bola” são as trocas de sentido entre a obra e seus eventuais espectadores – ou seriam “jogadores”?

Mas os ateliês do artista carioca, por vezes, trataram de perder suas já “porosas” margens e transbordaram para o espaço da cidade. Desde Muro de sabão, trabalho em parceria com Ricalde, realizado no ano de 2000, em uma das ruas de Santa Teresa –, a inquietação semântica contida nos objetos de Barbosa de dimensões domésticas expande-se para ganhar fachadas de prédios, praças, pontes e jardins, constituindo fantásticas, sensíveis e, por vezes, tragicômicas ações e intervenções urbanas. Entretanto, não estamos diante de um artista em busca da superação evolutiva e irreversível dos “limites” do quadro, da escultura, do espaço físico do estúdio, do cubo branco etc. Trata-se de um agente cuidadoso e habilidoso em sua capacidade de articular duas esferas muitas vezes colocadas em oposição na história recente da arte: a dos espaços

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fechados e introspectivos dos museus, centros culturais e galerias de arte (e da maioria dos ateliês, é claro), com a amplitude, a abrangência e a expressiva monumentalidade do urbanismo.

Essas estratégias realizadas por Barbosa, que afirmam um fluxo ininterrupto de expectativas, fazem-nos pensar que a prática de “ateliê” não deve ser tratada como uma proposta artística obsoleta nos dias de hoje. É a capacidade singular desse modelo de espaço arquitetônico de se deixar violar com as mais diversas dúvidas e convicções que o permite continuar a ser reinventado e atualizado, já que lá se encontram obras e quase-obras, sendo pensadas e repensadas drasticamente. Dessa forma, o ateliê afirma-se como uma potente arena de discussões ainda “viva” e de grande valor na atividade artística contemporânea.

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Felipe Barbosa

•Mestre em Linguagens Visuais – EBA – Universidade Federal do Rio de Janeiro – com a Dissertação: A Experiência da Arte Pública. 2003/2004;• Bacharelado em Pintura - Universidade Federal do Rio de Janeiro – 1996/2001;• Procedência e Propriedade – curso intensivo de desenho, professor Charles Watson – 1998;• Dynamic Encountres e Atelier preparatório - Escola de Artes visuais do Parque Lage – 1996.

2012

• The Record : Contemporary Art and Vinyl – Miami Art Museum – Miami USA; • Estranha Economia - Paço Imperial – Rio de Janeiro (individual_Solo Show);• The Record : Contemporary Art and Vinyl –Henry Art Gallery – Seattle USA; • Vestiário - Museu do Futebol – Estadio do Pacaembú São Paulo – SP;• De Casa Em Casa - Cosmocopa arte contemporânea – Rio de Janeiro – RJ (individual_Solo Show);• Carpe Dien Arte e Pesquisa – Lisboa – Portugal (individual_Solo Show - trabalho em parceria de Rosana Ricalde);• Football – Museum of Contemporary art of Monterrey (MARCO) Monterrey – México• 100 Obras 10 anos – Uma Seleção da Coleção Fundação PLMJ na Fundação Arpad Szenes e Vieira da Silva – Lisboa – Portugal;

• This is Brazil – 1990-2012 – Kiosko Alfonso y PALEXCO – La Coruña – Espanha• Bom de Bola – Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri– Juazeiro do Norte CE (individual_Solo Show);• Otra Generación – Artistas Brasileños contempraneos – Galería Blanca Soto – Madri – Espanha;• Espelho Refletido - Centro de Artes Helio Oiticica – Rio de Janeiro;• Consuming Cultures - A Global View – 21C Hotel-Museum Kentucky – EU ;

2011

• The Record : Contemporary Art and Vinyl – ICA - Boston USA; • Va se leer - Centro de Arte Contemporáneo Wifredo Lam – la Habana - Cuba• Leitura Dinâmica - Cosmocopa arte contemporânea – Rio de Janeiro (individual_Solo Show);•Matemática Imperfeita - Baró Galeria – São Paulo (individual_Solo Show);• Jogos de Guerra – Centro Cultural Caixa Economica – Rio de Janeiro;• Passante pelo Mundo – Paulo Reis e a Cª – Quase Galeria – Espaço T – Porto – Portugal;• Art Ball 2011 – Fundación Torneos y Competencias para la Educación – Buenos Aires – Argentina;• CorLaborAção Cosmocopa + Caza – Caza Arte Contemporânea – Rio de Janeiro• A Agua e seu Papel - Caza Arte Contemporânea – Rio de Janeiro;• Pop Popular – Parque da Ruínas – Rio de Janeiro RJ;• Nova Escultura Brasileira - Centro Cultural Caixa Economica – Rio de Janeiro;

2010

•Matemática Imperfeita - Centro Municipal de Artes Helio Oiticica – Rio de Janeiro (individual_Solo Show);• Quartet – Sara Meltzer Gallery – New York;• The Record : Contemporary Art and Vinyl – Nasher Museum Duke University – North Caroline USA;

FORMAÇÃO

EXPOSIÇÕES

• Arsenal – Baró Galeria – São Paulo;• Jogos de Guerra - Memorial da America Latina São Paulo SP;•Novas Aquisições 2007-2010 Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM RJ;•Weekly Rotation #4 – Sara Meltzer Gallery – New York;• Libro de Artista – Espacio Alfonsina – Rosário – Argentina;•Microcosmo e Macrocosmo – Galeria Cosmocopa Arte Contemporânea Rio de janeiro;•Novas Aquisições 2009 – Museu de Arte Contemporânea de Niterói RJ;• PARALELA – A Contemplação do Mundo – Liceu de Artes e Oficio de São Paulo

2009

•Nova Arte Nova, Centro Cultural Banco do Brasil – São Paulo;• Arquitetura de Engenheiro – Galeria Casa Triangulo São Paulo (individual_Solo Show)• Games.nogames Gesellschaft Fur kunst und Gestaltung e.V. – Bonn - Alemanha;• Paisagem Ready Made Galeria do Lago – Museu da República - Rio de Janeiro• Outros Passatempos – SESC Vila Mariana São Paulo ;• Poética Textil Oficina de Cultura Oswald de Andrade - São Paulo ;• Obra Nome – Cavalariças Parque Lage – Rio de Janeiro ;• BABE – Bienal Anual de Buzios – RJ ;•Mostra Estética Solidária – Palácio Marques de Pombal – Lisboa ;

2008

• The Temporary Nature of Things - Sara Meltzer Gallery – New York (individual_Solo Show) ;• FUNARTE SP – São Paulo (individual _Solo Show) ;• Outside the Box – Hosfelt Gallery – San Francisco – USA ;• Entre Oceanos - 100 Anos de Aproximação entre Japão e Brasil – Memorial da América Latina – São Paulo;

• IKF Latin American Art Auction 2008 Miami EUA ;• Sessão Criativa Brasil-Japão 2008 - Museu Municipal de Kawasaki – Kawasaki, Japão• Teatre de Sense Galley - Tokio, Japão ;•Nova Arte Nova, Centro Cultural Banco do Brasil – Rio de Janeiro ;• Eko Susak 2008 – Festival Internacional de ecocultura – Ilha de Susak, Croácia• Parangolé: Fragmentos desde los 90 en Brasil, Portugal y España- Museu Pátio Herreriano, Valladoli

2007

• Supermercado – Galeria Casa Triangulo – São Paulo (Individual_Solo Show)• Introductions - Felipe Barbosa and Edgar Orlaineta Sara Meltzer Gallery – New York • La Casa Del Lago – UNAM (Universidad Autônoma de México) - Intervenção Urbana Cidade do México (trabalho em parceria de Rosana Ricalde)• Textile Bienale 07 – Lithuânia ;• Bienal del Desporto en el Arte – Gijon - Espanha ;• Século XX na Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna da Bahia• A imagem do Som da MPB – Paço Imperial Rio de Janeiro RJ ;• Drake Hotel – Toronto – Canadá ;• Jogos Visuais – Conjunto Caixa Cultural – Rio de Janeiro ;•Novas Aquisições 2006-2007 Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM RJ ;• Itaú Contemporâneo – Arte no Brasil 1981 – 2006, Itaú Cultural São Paulo –SP• 3 x D 1864 -2005 Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro ;• Incisão – Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri – CE ;• 3 x D 1864 -2005 Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro ;

2006

•Human Game -on sport- organized by Fondazione Pitti - Stazione Leopolda – Florença – Itália ;• The Beautiful Game: Contemporary Art and Football – Brooklyn Institute of Contemporary Art (BICA) and Roebling Hall Gallery – New York – EUA ;

• Centro Cultural de España – Buenos Aires – Argentina (trabalho em parceria de Rosana Ricalde);• Doble Mano – intercambio Cultural Rio /Rosário - Museo de arte Contemporaneo de Rosario MACRO Rosario – Argentina (trabalho em parceria de Rosana Ricalde) ;• Troca de Cartões – intervenção urbana realizada em Fortaleza – Centro Cultural Banco do Nordeste (trabalho em parceria de Rosana Ricalde) ;• Galeria Arte em Dobro – Rio de Janeiro (Individual_Solo Show) ;• Geometria Descritiva - Galeria Amparo 60 Recife PE (Individual_Solo Show)• Reflexus – Allgemeiner Konsumverein Braunschweig – Alemanha (projeto Linha Imaginaria) ; • In(corpo)rações- Espaço Bananeiras Rio de Janeiro RJ ;• PARALELA - São Paulo (trabalho em parceria de Rosana Ricalde) ;•Mano de Dios – Galeria Mirta del Mare , Rotterdam Holanda ;• Joan Brossa – Entre a poesia e o objeto – MAM Rio de janeiro ;• Século XX na Coleção Gilberto Chateaubriand - Pinacoteca São Paulo, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro- RJ e Museu Oscar Niemayer – Curitiba PR ;• Futebol- desenho sobre fundo verde – Cento Cultural Banco do Brasil – Rio de Janeiro e SESC –Pinheiros São Paulo SP ;• A Imagem do Som – Futebol - Copa da Cultura - Haus der Kultur der Welt, - Alemanha ;• A Imagem do Som – MPB - Paço Imperial Rio de Janeiro RJ ;• Exposição de Grandes Formatos da coleção Gilberto Chateaubriand Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro -RJ ;• É Hoje - coleção Gilberto Chateaubriand –Santander Cultural Porto Alegre RS

2005

• Galeria Casa Triangulo – São Paulo (individual _ Solo Show)• Projeto inSite 05 – Trienal Internacional – Tijuana/San Diego – México / EUA ( trabalho em parceria de Rosana Ricalde ) ;• Central de Arte en Guadalajara World Trade Center – Guadalajara – México• Arte Brasileira Hoje – coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna

– Rio de Janeiro ;• Projéteis de Arte Contemporânea – Ano do Brasil na França _ Carreau du temple , Paris – França ;•Mão Dupla – Intercâmbio Rio / Rosário – Escola de Artes Visuais do Parque Lage Rio de Janeiro ;• “Homo Ludens” Instituto Itaú Cultural – São Paulo ;• Perambulações – Intercambio Brasil / Holanda – Intervenção Urbana Rotterdan – Holanda ( trabalho em parceria de Rosana Ricalde ) ;• Amalgames Brésiliens - Muse del L’hôtel Dieu in Mante-la-Jolie – Paris – França•Novas Aquisições – MAMAM – Recife – PE ;

2004

• Unbound – installations from seven artists from Rio, Londres – UK ;• Trienal de Poligrafia de San Juan – San Juan – Porto Rico ;•Miami Basel 04 Art Fair – Stand Galeria Casa Triangulo SP – Miami – EUA ;• Espaço Cultural Antônio Bernardo – Rio de Janeiro ;• Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo – São Paulo (individual _ Solo Show) ; • Tudo é Brasil – Paço Imperial – Rio de Janeiro e • Instituto Itaú Cultural – São Paulo ; • Posição 2004 – Escola de Artes Visuais do parque Lage – Rio de Janeiro ;• PARALELA – São Paulo ;•Mínima Galeria de Arte – Rio de Janeiro (trabalho em parceria de Rosana Ricalde)•Museu de Arte Contemporânea de Niterói – Niterói RJ (individual _ Solo Show)

2003

• Galeria Sérgio Porto – Mapas – Rio de Janeiro (individual _ Solo Show) ;• Paço Imperial – Quintessência - Rio de Janeiro (individual _ Solo Show) ;• IN Classificados – Espaço Bananeiras-Rio de Janeiro, SESC-Niterói, Nova Friburgo, Barra Mansa e Petrópolis ;

•MAD-03 Centro Cultural Conde Duque - Madri - Espanha (trabalho em parceria de Rosana Ricalde) ;• Latinidades – SESC São Paulo – Repentes Visuais - unidade 24 de maio – São Paulo• Imaginário Periférico – intervenção pública na Estação Central do Brasil – RJ• Experimental – Museu de Arte Contenporânea do Ceará, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura – Fortaleza – CE ;• Bandeiras do Brasil – Museu da Republica – Rio de Janeiro ;• Galeria da Casa da Cultura da América Latina – Brasília DF ;•Midias Táticas – Grupo Atocidades Maravilhosas – Casa das Rosas – São Paulo

2002

• I Bienal Ceará América– Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura - Fortaleza CE ;• Caminhos do Contemporâneo Paço Imperial – Rio de Janeiro ;• Poéticas da Atitude: o transitório e o precário – Fundação Joaquim Nabuco – Recife PE ;• Vertentes da Produção Contemporânea – Instituto Itaú Cultural – São Paulo SP ;•Mostra RIOARTE Contemporânea – MAM RJ ;• Rumos da Nova Arte Contemporânea Brasileira - Fundação Clóvis Salgado – Palácio das Artes Belo Horizonte MG ;• O Desconforto da Forma– Instituto Itaú Cultural Campinas SP ;• 5° Prêmio Revelação de Artes Plásticas de Americana –SP• Açúcar Invertido – FUNARTE – Rio de Janeiro ( trabalho em parceria de Rosana Ricalde )• Espaço Bananeiras – Ocupação Coletiva – Rio de Janeiro ;• Sobre(A)ssaltos – Itaú Cultural Belo Horizonte ( trabalho em parceria de Rosana Ricalde )• Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho, Castelinho do Flamengo – Rio de janeiro (individual _ Solo Show)• Intercâmbio Rio-Paris, Maison des Métallons, Paris/França e Casarão dos Prazeres – Rio de Janeiro.

2001

• Grupo Atrocidades Maravilhosas - 27° Panorama da Arte Brasileira ;• Vento Contentamento – Centro de Artes UFF – Niterói (individual _ Solo Show)• Exposición Iberoamericana de Pintura, Parque Ferial Juan Carlos I – IFEMA – Madrid/Espanha ;• 10° Salão Municipal de Artes Plásticas de João Pessoa – FUNJOPE – Paraíba• 4° Prêmio revelação de Artes Plásticas de Americana -SP ;• Projeto Zona Franca - Fundição Progresso – Rio de Janeiro ;• Vitrine Efêmera Atelier DZ9 – “Circuito” - Rio de Janeiro.

2000

• Atrocidades Maravilhosas Intervenção coletiva no espaço urbano – Rio de Janeiro• Galeria do Poste – Niterói – RJ (individual _ Solo Show);

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1. O que é FAQ?FAQ é uma sigla para Frequently Asked Questions, ou “Questões Frequentemente Formuladas”. Trata-se de um conjunto de perguntas comuns sobre determinado assunto, acompanhadas das respectivas respostas ou das indicações de onde procurá-las.

2. O que é Coleção Cosmocopa + Apciuri?É uma coleção de livros editada em parceria entre Cosmocopa Arte Contemporânea e Editora Apicuri, que tem por objetivo documentar e apresentar ao público leitor a obra de artistas contemporâneos, com imagens de seus trabalhos e textos críticos.

3. O que é Cosmocopa?A Cosmocopa Arte Contemporânea é uma galeria de arte situada no coração de Copacabana, Rio de Janeiro, que representa artistas contemporâneos de diferentes gerações que apresentam em comum a qualidade e a coerência no trabalho e o comprometimento com a arte e com o investimento em formação e pesquisa.

4. O que é Apicuri?A Apicuri é uma editora com foco na publicação de textos e autores de origem acadêmica no campo das artes e das ciências humanas e sociais, além de ficção de qualidade,

visando incrementar o diálogo entre a academia e o público interessado e proporcionar aos leitores acesso a amplo e diversificado material para debate e reflexão.

5. Se a arte contemporânea é hermética, os livros desta Coleção são de difícil leitura?Pelo contrário, o objetivo da Coleção é, com os textos críticos e as imagens, fornecer ao leitor - interessado em arte e com espírito aberto - chaves para o melhor entendimento do trabalho dos artistas apresentados.

6. Por que livros?Apesar do crescimento de novas mídias para a disseminação de informações, acreditamos que o formato “livro” ainda é insubstituível e se torna especialmente adequado ao projeto da Coleção Cosmocopa + Apicuri. Boa apresentação de textos e imagens, portabilidade, facilidade no manuseio e no armazenamento e não dependência de mudanças na tecnologia fazem com que esse formato seja o escolhido para esta Coleção, que busca ampla disseminação e registro de documentações históricas sobre os artistas.

7. Arte?Vida.

FAQ:Coleção Cosmocopa + ApicuriJozias Benedicto

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folha de rosto:

ficha catalográficaagradecimentoscréditoscontatoslogos

Estranha Economia / Estranha EconomiaFelipe Barbosa

Capa / CoverPaço Imperial exposição Estranha Economia / Paço Imperial exposição Estranha Economia

Organização / OrganizaçãoFelipe BarbosaTextos / TextsShiela Gabo, Luciano Vinhosa, Jozias BenedictoFotos / PhotografsStudio Ricalde & Barbosa, Luciano VinhosaProjeto Gráfico / DesignSaleta DesignBruno Ventura, Daniel VenturaRevisão de Texto / CopyeditingLucia Maria do Nascimento BarbosaEquipe do atelier / Studio teamAnna Irene Ricalde da Silva, Ney Souza, Teresa Gançalves, Roseny Ricalde Figueiredo, Aparecida Canceição, Carlos Waldyr Barbosa, Lorenzo Prucoli Martins, Luiza Ricalde Figueiredo, Lurdes Souza

Copyright © 2012

© Editora Apicuri© osmocopa Arte Contemporânea© Baró Galeria de Arte© Felipe Barbosa, por suas obras / Felipe Barbosa for his works© Os autores, por seus textos / The authors for their texts© Os fotógrafos, por suas fotos / The photographers for theirs photosTodos os direitos reservados

ISBN 000-00-00000-00-0

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

Coleção Cosmocopa-Apicuri

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em exposição estes se apresentam ordenados, arrumados, catalogados; também nas fotos de ateliê estabusca de ordem impera: “Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.” Matérias-primas: palitos de fósforo, bolas de futebol, casas de cachorro, lápis, livros antigos, esquadros de acrílico, bolas de sinuca, bombas, pilhas, guarda-chuvas... Ferramentas: martelos e pregos (também matérias-primas), alicates, chaves de fenda, cavaletes, mesas de trabalho, mapotecas, colas, tintas em spray... Todos empenhados em um trabalho incessante de transformar a acumulação emconstrução de uma nova ordem.

Finalmente, como aponta Luciano Vinhosa, “apropriando-se de objetos industrializados adquiridos no comércio varejista ou simplesmente encontrados nas ruas do mundo, o artista os reúne em novas formas para, em seguida, os recontextualizar na arte, ressignificando seus usos e funções sociais”. Os interiores de uma casa são transformados pela “pele” de picotes de papel-moeda que cobre todos os objetos. Em um canto, uma “bicicleta”que, com a nova “pele”, perdeu sua função de meio de locomoção, transformou-se em um objetode arte e, no espaço expositivo, se apresenta ao espectador como algo que “sempre foi assim”, como um objeto de arte saído diretamente da imaginação do artista—afinal são as convenções do “cubo branco”. Mas ao mostrar a imagem da simples e comum bicicleta meio recoberta pelos picotes, em pleno processo de construção, o livro abre ao leitor a possibilidade de ampliar sua reflexão sobre o fazer artístico.

Jozias Benedicto

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estranha economia

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