literatura & cia - 8ª edição

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8ª Edição Revista Mario Sergio Cortella “A poesia é movedora de emoções. Ela faz com que a gente não fique estáco, e nesse sendo ela mexe conosco” DISTRIBUIÇÃO GRATUITA A Riqueza das Nações por Ozires Silva A Interavidade a parr dos livros impressos por Chrisna Hernandes

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Entrevista exclusiva com o professor, escritor e palestrante Mario Sergio Cortella. Leitura imperdível com o texto "A Riqueza das Nações" abordado pelo engenheiro e coronel Ozires Silva. A Interativa na coluna de literatura infantil com a escritora e assistente social Christina Hernandes, e diversos assuntos interessantes.

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8ª Edição

Revista

Mario SergioCortella

“A poesia é movedora de emoções. Ela faz com que a gente não fique estático, e nesse sentido ela mexe conosco”

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A Riqueza das Nações por Ozires Silva

A Interatividade a partirdos livros impressos por Christina Hernandes

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Realização:

Editora e Jornalista Responsável: Patricia Borges - MTB: 59.846-SP. Diagramação e Editoração: Alexei Augustin Woelz Assistente Editorial: Laís Cristine de Sousa Colunistas: Ozires Silva, Christina Hernandes Colaboradores: Publish News, Nando Luz Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: CopCentro Distri-buição Gratuita: São José dos Campos, Caçapava e Taubaté Pontos de Retirada: Vale Sul Shopping, Livra-rias MaxSigma - Via Vale Garden e Shopping Colinas, Shopping Esplanada. Fundação Cultural Cassiano Ricardo e Centro da Juventude Bancas de Revistas: Chaparral, Vila Ema, Nove de Julho, Rodoviária Jd. Paulista, Jd. Aquárius e Av. Cassiano Ricardo Acesso Digital Gratuito: issuu.com/Literatura&CiaContatos: (12) 3302-1533 / 9-8115-7506

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Revista Literatura & Cia

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Expediente

O que é Literatura?Literatura é uma palavra com origem no termo em latim littera, que significa letra. Sendo assim podemos entender que das letras surgem a formação de palavras. Das palavras surgem as frases. Criamos os textos com a formação das orações, frases. Os textos nos apresen-tam a formação de ideias. As ideias es-tão espalhadas pelo mundo, em todos os setores da nossa vida. Ouso dizer que vivemos e respiramos a literatura. Pare-ce piegas, mas não é, temos ai os fatos. Nos deparamos com a literatura pelas anotações em pequenos papéis, nos rascunhos, nos guardanapos, nos ma-nuscritos e nos esboços que se encon-tram em arquivos do programa Word. Tudo o que sentimos, refletimos, pensa-mos, estudamos, observamos e pesqui-samos estão nessas formas de registros, e o representante oficial disto tudo é o livro, o livro impresso. O livro acabou se tornando membro da família chamada tecnologia, por isso apresentamos nes-ta edição a matéria que aborda sobre a INTERATIVIDADE pela colunista de lite-ratura infantil Christina Hernandes. A literatura esta para a poesia assim como a poesia esta para a música; assim te-mos a sensibilidade do cantor e com-positor Nando Luz nos apresentando o universo das canções utilizando textos de grandes poetas brasileiros e da po-esia universal. Todos somos filhos da literatura. Uma literatura inteira, certei-ra. Uma literatura que vive em torno de nós uma vida inteira. A literatura segue e cumpre o seu legado. O Doutor e Pro-

fessor Cortella informa em entrevista exclusiva a revista Literatura e Cia que “o tempo todo a literatura e a espiritu-alidade estão envolvidas, e que a litera-tura é a forma de encantamento e a es-piritualidade é a aceitação de que a vida tem um encantamento. Como lembrar o autor Guimarães Rosa: ‘Somos seres encantados’.” Assim seja, todos nós re-presentantes, seres e personagens en-cantados da literatura e que encantam a literatura. Patricia Borges

Editorial

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Mercado editorial

Qual o papel do músico dentro da literatura? É criar e desenvolver a inte-ratividade entre a linguagem musical e o texto escrito, despertando novas ideias e criando possibilidades para que se possa estimular a criatividade e permitir olha-res e visões diferentes. Acredito que todo poema tem sua musicalidade intrínseca, ritmo, melodia, etc... Compositores como Villa-Lobos, Caetano Veloso ,Péricles Ca-valcanti, Zeca Baleiro, entre outros, já ex-ploraram o universo das canções, utilizan-do textos de grandes poetas brasileiros e da poesia universal.

Nos shows “Acenando com Bandeira” e “Cassianando”, apresento a união da mi-nha música com a poesia de dois grandes mestres: Manuel Bandeira e Cassiano Ri-cardo. Musicar seus versos e deixá-los com a cara da minha geração, foi um grande e prazeroso desafio. O público que compare-ce aos espetáculos tem reagido de forma altamente positiva, cantando os poemas e interagindo com os músicos, o que só con-firma que música e poesia caminham pela mesma rua.

Tenho muito orgulho de ser um dos pio-neiros aqui no Vale do Paraíba, e poder colocar o meu trabalho composicional à disposição da poesia e da literatura. Nando Luz - músico, cantor e compositor

A Mauricio de Sousa Produções lançou pela passagem do Dia Interna-cional da Mulher o que considera seu principal projeto para 2016: Donas da Rua. O intuito é trabalhar conceitos como a autoestima das meninas e seus direitos a oportunidades. Para dar o pontapé inicial a esse projeto a empre-sa se tornou signatária dos princípios da ONU Mulheres, órgão que trabalha para a eliminação da discriminação contra as mulheres e meninas, e a realização da igualdade entre as mulheres e os homens como parceiros e beneficiários do desenvolvimento, direitos humanos, ação humanitária, paz e segurança.

Nos próximos dois anos, diversos projetos e atividades serão desenvolvi-dos, como um site colaborativo pelo qual meninas poderão enviar, através de textos ou vídeos, suas histórias, contan-do o que as fazem sentir-se como Donas da Rua.

Turma da Mônica e o empode-ramento das mulheres

Projeto da Mauricio de Sousa Produções usa personagens da Turma da Mônica para traba-lhar conceitos como autoestima das mulheres e seus direitos

PUBLISHNEWS, Redação

Música

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Mario SergioCortellaNascido em Londrina, interior do Paraná, na juventude em meados de 1973 experimentou a vida monástica em um convento da Ordem Carmelitana Descalça, mas abandonou a perspectiva de ser monge para seguir a carreira acadêmica. Concluiu a sua graduação em 1975 na Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira. Em 1989 concluiu seu mestrado em Educação pela Pon-tifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), sob a orientação do Prof. Dr. Moacir Gadotti, e em 1997, sob a orientação do Prof. Dr. Paulo Freire, conclui seu doutorado também em Educação pela PUC-SP. Ocu-pou o cargo de Secretário Municipal de Educação de São Paulo (1991-1992), durante a administração de Luiza Erundina. Foi membro-conselheiro do Conselho Técnico Científico da Educação Básica da CAPES/MEC (2008/2010). Fez o programa “Diálogos Impertinentes” na TV PUC, no Canal Universitário, tem diversos livros publicados e realiza palestras por todo o país.

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Literatura & Cia - Como você define: Ética e moral na escola ou na educação?

A ética e moral é o conjunto de valores de conduta, portanto uma ética saudável é aquela que forma as pessoas na educação escolar para a boa conduta. Não é uma tarefa exclusiva da escola, mas é também da escola.

L&Cia - Como você define: O papel da família na ética e moral dos seus filhos?

A família é absolutamente respon-sável original pela formação ética dos seus filhos . A escola por exemplo atua no campo da escolarização. A família tem a responsabilidade pela geração, pelo cuidado, e por isso uma família não define a conduta de um adulto, mas ela influencia mais do que qualquer outra instituição, por isso a responsabilidade original é da FAMÍLIA.

L&Cia - Qual o limite da escola na edu-cação do aluno?

A escola tem um papel mas não é um papel nem exclusivo e nem decisivo. Afinal a escola como instituição ela tem uma forma de educação que é muito mais massiva, mais coletiva; nesse sen-tido vamos supor que ela possa ter um amplidão na medição. A escola é muito limitada por exemplo do que a estrutura familiar, por isso que sem ela não se faz educação, mas só ela não faz sozinha também.

L&Cia - Como o professor pode falar e educar o aluno sobre política de for-ma neutra, sem apresentar ou impor um partido? É possível?

Sem dúvida, a neutralidade é dife-rente de objetividade. Nenhum e nem outro de nós consegue ser neutro, mas

tem que ser objetivo. Falar sobre política não significa partidarizar e nem deve significar. A política é a ação da nossa vida na comunidade. Partido é um dos modos de fazê-la. Um professor que seja doutrinário no campo da religião, no campo da política ou no campo da ciên-cia está fraturando o seu dever, que não é de ser doutrinário, mas é o de auxiliar a autonomia em vez de ser aquele que molda a cabeça das pessoas. As escolas privadas de base concecional comunitá-ria, essas escolas quando o pai ou a mãe insere os seus filhos ou a mãe, ele está assumindo que é natural uma posição doutrinária , por isso não há nenhum ilícito que uma instituição concecional exerça este tipo de tarefa. No entan-to, no campo público, a escola é uma instituição republicana, e deste ponto de vista ela não pode de modo algum ser doutrinária ou catequética, seja na religião, seja na política partidária, seja na ciência.

L&Cia - O que dizer sobre a superficia-lidade das pessoas e das coisas em tem-pos de imediatismo e a era totalmente social via sistema digital?

É um grande risco de esvaziamento das relações. Nós temos um mundo magnífico digital, e esse mundo nos auxilia, mas ele não pode nos esvaziar nas nossas relações mais afetivas e mais fundas. Essa superficialidade ela coloca em risco a própria densidade da nossa vida, porém não é necessário descartar a tecnologia e o mundo digital, mas não permitir que esse mundo obscureça aquilo que em nós é essencial: que é a relação sincera, a relação perene, a rela-ção verdadeira e não apenas imagética.

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L&Cia - O mercado editorial apresen-ta um grande número de escritores que apresentam novidades na literatura. Pode se dizer que é uma zona de confor-to literária mantermos sempre os mes-mos escritores imortais sobre as listas de pedidos de leituras nas escolas de ensino fundamental? Isso não desacelera o nível de oportunidade para a leitura de novos escritores?

O próprio mercado ele regulamenta e regula isto a medida em que aquilo que nós consideramos um clássico, é aquilo que mesmo não sendo vivo, não perdeu a vitalidade. No entanto, não se pode construir um clássico em momentos muito restritos. Nesse sentido é tarefa sim da escola ofertar, disponibilizar para os alunos aqueles que fazem parte da construção, da cultura acumulada pela humanidade. Nínguem pode supor que nos últimos 30 anos se tenha construído um clássico, isso seria uma leviandade. A história é que prova isso, portanto hoje o novo mundo editorial ele aumenta o leque de possibilidades, mas ele não afere a qualidade só porque recebe-mos um aumento quantitativo dessa percepção.

L&Cia - Existe um elo entre a literatura e a espiritualidade?

O tempo todo. Afinal de contas a espiritualidade é a nossa capacidade de reverência a vida, ao mistério que nós participamos que é a existência sem que

conheçamos a fonte de partida e nem a destinação obrigatória. E a literatura é a forma de encantamento e a espiri-tualidade é a aceitação de que a vida tem um encantamento. Como lembrar o autor Guimarães Rosa: “Somos seres encantados”.

L&Cia - Porque muita gente não gosta de poesia, e não busca entender a fun-ção, o objetivo e o sentido da poesia?

Está havendo uma alteração deste quadro por conta das plataformas digi-tais e das redes sociais. Hoje vem sendo cada vez mais comum que jovens de muitas idades coloquem a poesia dentro dos seus blogs, das suas estruturas. Hou-ve uma restrição na geração que nasceu nos anos 90 para esse uso, no entanto a geração que já é do novo século ela tem um envolvimento maior nesse campo poético, e eu venho acompanhando isso no cotidiano, por isso há um estilhaça-mento dessa barreira que o pensamento poético tinha encontrado, e agora nós já temos o reavivamento dessa dimensão. Portanto, eu imagino que essa recusa ao encantamento poético ela esteja se es-vaindo um pouco por conta das nossas novas gerações que chegam.

L&Cia - Como filosófo, como observa o papel da poesia na sociedade?

A poesia é movedora de emoções. Ela faz com que a gente não fique estático, e nesse sentido ela mexe conosco, seja na

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apreciação dela ou seja na recusa. É im-possível quando eu penso num Raikai de Paulo Leminski quando ele lembra que: “Tudo me irrita quando ouço Rita Lee ou quando ele diz: “Para quê cara feia na vida se ninguém paga meia”, ou quando Adélia Prado diz: “Eu sempre sonho que uma coisa gera, nunca nada está morto. O que não parece vivo aduba e o que parece estático espera. É impossível ficar indiferente face a poesia. Por isso uma pessoa que não queira, a anestesia das suas emoções tem que ter a poesia como um dos veículos que nos chacoalha.

L&Cia - Escutei de um professor de História e poeta-panfletário com mais de 10 livros publicados que: “A poesia pode ter o mesmo poder que uma ogiva nuclear...”. Qual a sua posição sobre esta colocação?

Está é uma colocação poética portan-to marcada pelo exagero. Uma poesia não carece de argumentos verdadeiros. Essa expressão que ele usa ela tem uma

beleza em termos de potência e uma fragilidade em termos de prática. Mas a poesia não tem de ser prática, ela tem que ser aquilo que mexe com o nosso mundo da imaginação, e neste sentido muita bem imaginada esta imagem, pouco realizável. Mas a tarefa da poesia não é só fincar o pé no chão.

L&Cia - Qual o livro você indica para motivar as pessoas a lerem mais?

Nínguem pode deixar de ler! Nín-guem pode deixar de ler, o livro “Cria-ção” de Gore Vidal, o grande escritor norte americano. Nesta obra “Criação” em que ele faz um relato fictício roman-ceado, mas com muita base histórica sobre o embaixador da corte de Xeres chamado Cirio Spítama. Neste livro mensagem do embaixador, ele encontra pensadores gregos, encontra cidade de Bartama, encontra pessoas que tem uma marca na história do pensamento. Este é um belíssimo livro que encanta. Você começa a ler não para.

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Como ajudar o seu filho a ser persistentePara desenvolver habilidades socio-emocionais em crianças, o ideal é incluí-las em atividades extracurri-culares. Os pequenos podem nem perceber os ganhos para o futuro acadêmico e profissional, mas essas habilidades também têm um papel importante para a qualidade de vida.Aos 11 anos, Luiza Montalvão sabe como é perceber a melhora na esco-la, perder a timidez e ainda como a ginástica cerebral é importante para manter tudo em equilíbrio.Além de andar de skate, passatempo predileto, Luiza também pratica gi-nástica cerebral no SUPERA Esplana-da (SP). Com ótimos resultados nas atividades do SUPERA, os reflexos já são percebidos pela adolescente.“A professora sempre falava que eu conversava, que eu não me esforça-va tanto como eu me esforço hoje. Agora eu presto mais atenção e es-tou ligada no que ela está falando. Eu sempre estou tentando fazer mais”, diz Luiza.Persistência é a palavra da vez para

a adolescente. As atividades desafia-doras de ginástica cerebral incenti-varam-na a seguir em frente e a me-lhorar cada dia mais.Segundo Rafaela Montalvão, mãe da Luiza, as palavras de incentivo e os elogios funcionam como motivação à filha. “Nós sempre estamos juntas e, inclusive brincamos com alguns jogos do SUPERA em casa. O nosso companheirismo e o meu incentivo dão a Luiza vontade de persistir”, diz Rafaela.

Ao lado da mãe Rafaela Montalvão, Luiza conta que curso de ginástica cerebral a motivou para persistir no hobbie predileto, andar de skate.

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Christina Hernandes - Universo Infantil

A interatividade através dos livros impressos.

Antes de se adentrar no tema do pre-sente artigo há necessidade de se es-clarecer a confusão, que às vezes surge, entre os conceitos de interação e inte-ratividade.

O conceito de interação vem da física e tem sido incorporado por outros cam-pos do saber estando presente em to-dos os contatos dos indivíduos durante toda a vida, fundamental para uma me-lhor convivência social.

Por outro lado o conceito de interati-vidade nasce no século XX, com o ad-vento da tecnologia da informação (TI) e comunicação, diante as novidades e a rapidez como recebemos os fatos. O conceito de interatividade, segundo pesquisadores permitirá romper com a concepção linear de aprendizagem, criando a aprendizagem multimídia cujos recursos integram uma pratica de construção de textos, animações, gráfi-cos, sons, cores, imagens estáticas e em movimento, online.

Muito se tem falado, discutido sobre a interatividade digital, ficando esqueci-da a interatividade dos livros impressos que está presente desde a antiguidade até os dias de hoje, no modo em que as historias são contadas, hipnotizando plateias, que vão a cada entonação de voz do contador entrando na trama che-gando a dar gritos de sustos ou garga-

lhadas de prazer, de acordo com o seu desenrolar.

Quem nunca leu um livro infantil que não tenha se apaixonado por um per-sonagem e viveu em sua fantasia e nas suas brincadeiras a historia que lhe fora narrada? Pois bem, isto é interatividade, quando um detalhe do livro se prende a você fazendo mudar a sua vida.

Tenho tido sempre boas surpresas com a reação da criança às historias narradas nos meus livros infantis, o relato de suas mães, professoras, das conversas destes ao recontar a história criando novas tra-mas, novos personagens, levando o livro para todo o lugar onde estejam.

Finalmente, vou contar o relato de uma amiga sobre meu primeiro livro infantil, “Minguinho”. Alguns dias após o seu lançamento nos encontramos, por acaso, em uma livraria. Veio feliz me dizer que seu filho de seis anos, não deixava o livro nem para dormir, falan-do e demonstrando com os dedos das mãos os personagens Minguinho, Seu Vizinho, Pai de Todos, Fura Bolo e Mata Piolho e o quanto estava maravilhado, porque eles faziam parte dele, literal-mente, podendo pegar e carregar para todos os lados.

Ora, ora, o que é isto se não interati-vidade?!

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Ozires Silva -Educação e Empreendedorismo

A riqueza das nações

Há 240 anos, o escocês Adam Smith publicou um dos primeiros livros clássicos sobre Economia. Era uma proposta para examinar as cau-sas da Riqueza de algumas nações, enquanto outras permaneciam po-bres. Hoje, em meio a diferentes sistemas de governo, sob modos de comunicação amplos, ágeis e sem-pre disponíveis, muitos consideram o “capital” como peça central do enriquecimento. Está demonstrado que o maior capital social individu-al é o emprego e o capitalismo é o campeão na geração de empregos.

A principal vantagem do capita-

lismo é o estímulo à produtividade da economia. Aqueles que fazem mais, com menores custos, ganham benefícios econômicos e possibili-dades de reinvestir, gerar riquezas e prosperar. Com os resultados obti-dos, encontram nichos de mercado, novas formas de comércio, inovam e correm os riscos, sempre com a possibilidade de perder. Mas a per-da é dele e não da sociedade.

É justamente a inovação que tem gerado as grandes fortunas do ca-pitalismo, como Bill Gates (Micro-soft), Sergey Brin (Google), Mark Zuckerberg (Facebook), J. K. Rowling (autora de Harry Potter) e, no nosso caso brasileiro, a EMBRAER, além de muitos outros.

Assim, há uma quantidade de

propostas ainda procurando ex-plicar o que Adam Smith tentou, quanto à riqueza das nações. Toda-via, agora, no alvorecer do Século XXI, há algumas luzes no final do tú-nel. Entre os estudos e teses sobre o assunto, surgem outros atributos presentes em todos os países de sucesso. Um deles, e importante, no mundo globalizado, é o que con-vencionamos chamar de “talento”. Simplificadamente definido como a competência de uma pessoa reali-zar uma tarefa pré-fixada. Para tan-to, ganha significado a expansão da Educação de alto nível e abrangen-te atingindo toda a população, pois não sabemos, ‘a priori’, quem será talentoso e competente.

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Ozires Silva -Educação e Empreendedorismo Desta forma, precisamos de po-

líticas públicas que não sufoquem o talento, e sim que o estimulem, via uma extraordinária eficiência do sistema educacional. Todos con-cordam que o Brasil é um país na-turalmente excepcional. No entan-to, na administração da Educação realmente fracassamos, pois, até mesmo o Ministério da Educação, coloca que a maioria de nossa po-pulação mal sabe ler e escrever, ou simplesmente é analfabeta. São ci-dadãos que passam toda sua vida sem qualquer contato com a cultura e sabedoria que, crescentemente, asseguram sucessos em países em crescimento e em processo de au-mento da riqueza nacional.

Mas a Educação, por si só, pode

não ser a solução final, dizem os especialistas. Seria necessário o de-senvolvimento do conhecimento, que também é um fruto amadure-cido a partir da Educação. Assim, surge a necessidade de dar os pri-meiros passos educando o cidadão e lhe assegurar o acesso às muitas alternativas. Enfim, precisamos de um sistema educacional que leve

cada um para o mesmo ponto de partida. Como numa competição atlética, os louros são dos primei-ros. O talento de cada um pode equilibrar o saber e o conhecer, ofe-recendo como resultado a riqueza, hoje de valor consagrado pelos paí-ses mais desenvolvidos.

Assim, nossa sociedade e nossos

líderes têm um desafio: o de criar “pontes” para o futuro, com visões sonhadoras e agressivas, colocando em prática um capitalismo ameni-zado e um populismo aperfeiçoado, superando-se nossas carências, que infelizmente, ainda são muitas.

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