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Literatura. Barroco. Eduardo Batista. I. Escola antecedente: Classicismo, tendo o quinhentismo como uma manifestação literária do Brasil - colônia. II. Características históricas do barroco Econômica, política e social Revolução comercial - PowerPoint PPT PresentationTRANSCRIPT
Literatura
BarrocoEduardo Batista
I. Escola antecedente: Classicismo, tendo o quinhentismo como uma manifestação literária do Brasil - colônia.
II. Características históricas do barroco• Econômica, política e social• Revolução comercial• Mercantilismo baseado no metalismo, na balança de
comércio favorável e no acúmulo de capitais.• Burguesia – forte poder econômico.• Classes sociais impermeáveis: Clero, nobreza e terceiro
estado (camponeses, artesãos e burgueses).• Consolidava - se o estado absolutista.
Características do Barroco
I. Quanto ao conteúdo• Período de contradição e dualismo (paganismo e
sensualismo X religiosidade; Antropocentrismo X teocentrismo; Mundo material X Mundo espiritual; razão X fé).
• Ainda tinham vínculos com a cultura clássica.• Visão trágica da vida.• Cristianismo.
• Morbidez.• Idealização amorosa; sensualismo e sentimento
de culpa cristã.• Consciência da efemeridade do tempo.• Gosto por raciocínios complexos desenvolvidos
em parábolas e narrativas bíblicas.• Carpe diem.
II. Quanto à forma• Gosto pelo soneto;• Uso da medida nova;• Gosto pelas inversões e por construções
complexas e raras;• Uso de figuras como antítese, paradoxo,
metáfora, metonímia, etc.
Tendências de estilo
I. Cultismo• Rebuscamento formal.• Uso de jogo de palavras.• Muita figura e vocabulário sofisticado.• Explora efeitos sensoriais• Mais comum aparecer em poesia
II. Conceptismo• Jogo de ideias usando sutilezas de raciocínio e do
pensamento lógico, por analogias...• Mais comum aparecer em prosa.
Obs.: Essas tendências não são excludentes, ou seja, um autor pode pender para uma delas ou pode usar as duas ao mesmo tempo.
AutoresI. Gregório de Matos (Boca do Inferno)II. Padre Antônio Vieira
Desenganos da vida humanaÉ a vida, Fábio, nesta vida,Rosa, que da manhã lisonjeada,Púrpuras mil, com ambição dourada,Airosa rompe, arrasta presumida.
É planta, que de abril favorecida, Por mares de soberba desatada,Florida galeota empavesada,Sulca ufana, navega destemida.
É nau enfim, que em breve ligeirezaCom presunção de Fênix generosa,Galhardias apresta, alentos preza:
Mas ser planta, ser rosa, nau vistosaDe que importa, se aguarda sem defesaPenha a nau, ferro a planta, tarde a rosa.
TEXTOSTexto 1
"Senhora Dona Bahia,
nobre e opulenta cidade,
madrasta dos Naturais,
E dos Estrangeiros madre
Dizei-me por vida vossa,
em que fundais o ditame
de exaltar, os que aí vêm,
e abater, os que ali nascem?"
(Gregório de Matos, POESIAS SELECIONADAS)
Texto 2
“O trigo que semeou o pregador evangélico, diz Cristo que é a palavra de Deus. Os espinhos, as pedras, o caminho e a terra boa, em que o trigo caiu, são os diversos corações dos homens (metáfora). Os espinhos são os corações embaraçados com cuidados, com riquezas, com delícias; e nestes afoga-se a palavra de Deus (Metáfora). As pedras são os corações duros e obstinados; e nestes seca-se a palavra de Deus, e se nasce, não cria raízes. Os caminhos são os corações inquietos e perturbados com a passagem e tropel das coisas do mundo”. (Padre Vieira, "Sermão da Sexagésima") Tema do cristianismo.
Texto 3
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém. se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,Na formosura não se dê constância,E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância,E tem qualquer dos bens por naturezaA firmeza somente na inconstância
(GUERRA, Gregório de Matos.ANTOLOGIA POÉTICA. Rio, Ediouro, 1991. p.84.)
Texto 4
BUSCANDO A CRISTO
A vós correndo vou, braços sagrados,Nessa cruz sacrossanta descobertos, Que, para receber-me, estais abertos, E, por não castigar-me, estais cravados. A vós, divinos olhos, eclipsados De tanto sangue e lágrimas abertos, Pois, para perdoar-me, estais despertos, E, por não condenar-me, estais fechados.
A vós, pregados pés, por não deixar-me, A vós, sangue vertido, para ungir-me, A vós, cabeça baixa p ‘ra chamar-me.
A vós, lado patente, quero unir-me, A vós, cravos preciosos, quero atar-me,.
Gregório de Matos
Texto 5
A D. ÂNGELA
Anjo no nome, Angélica na cara! Isso é ser flor e Anjo juntamente:Ser Angélica flor e Anjo florente,Em quem, senão em vós, se uniformara?
Quem vira uma tal flor que a não cortaraDe verde pé, da rama florescente;E quem um Anjo vira tão luzenteQue por seu Deus o não idolatrara?
Se pois como Anjo sois dos meus altares, Fôreis o meu Custódio e a minha guarda, Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que por bela, e por galharda, Posto que os Anjos nunca dão pesares, Sois Anjo que me tenta, e não me guarda
“Ora, suposto que já somos pó, e não pode deixar de ser, pois Deus o disse, perguntar-me-eis, e com muita razão, em que nos distinguimos logo os vivos dos mortos? Os mortos são pó, nós também somos pó: em que nos distinguimos uns dos outros? Distinguimo-nos os vivos dos mortos, assim como se distingue o pó do pó. Os vivos são pó levantado, os mortos são pó caído, os vivos são pó que anda, os mortos são pó que jaz...”.
Pe. Antônio Vieira